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25 de junho de 2007

HERÓIS DE 2007


Caros amigos, divirtam-se e amem.
Caro Augusto, não posso mesmo estar presente no encontro por ser longe e muito caro... mas estou a pensar seriamente em ir ao encontro dos alunos de 1957 em 6 de Outubro.
Aproveito para te colocar nas mãos em tempo útil uma pequena mensagem em perspectiva contemplativa, que julgo ser a força que sempre nos unirá como carmelitas no século. Uns mais outros menos, porque uns mais tempo que outros na Instituição. E tem a ver com quê?
Tem a ver com aquele modo de ser e viver que nos foi sendo passado logo desde o primeiro dia de Seminário. Era algo que se foi tornando parte da nossa Personalidade. Não tem a ver com conhecimentos adquiridos, mas com as emoções, os sentimentos, as lágrimas, as ausências de mães e sempre e quase só a presença de Deus. De Deus ainda não se dizia que era pai e mãe.
É por isso que digo que Carmelita um dia carmelita toda a vida.
Estávamos envolvidos num espaço e num tempo para sermos. Sermos o quê? Carmelitas. Assumo-me, por isso, hoje, como tal e muito gostosamente.
É um filão imenso que a Ordem institucionalizada, ela própria, por razões que ficam para o debate, nunca conseguiu, ou nunca foi capaz, nem se apercebeu, talvez, porque predominava a lógica do abandono a partir do momento em que o "cliente" deixava de ter a disponibilidade total. Lógica bem estranha, nada de acordo com uma contemplação que deve servir a boa nova do mandamento novo do amor aos irmãos. Lógica de resto muito comum noutros espaços.
Mas tarde é o que nunca chega. E como cidadão deste tempo e deste espaço global devo constatar que as coisas lindas (milagres) estão aí por todo o lado...só precisamos de olhos para as ver. E nesta lógica das coisas lindas talvez seja altura de nos afirmamos nas nossas certezas intrínsecas à personalidade de cada um, carmelita, e as coisas seguirão inexoravelmente o seu ciclo com a energia avassaladora que sempre têm. As mudanças, as metanóias institucionais ocorrerão e quando ocorrerem serão seguramente coisas lindas. Mas com isso não temos que nos preocupar…mas não deixará de ser um contributo que podemos dar. Afinal, não é a relação entre as pessoas um movimento de vaivém dialogante? Claro que às vezes não é, mas pode vir a ser.
Para terminar, por hoje, acentuar a vertente contemplativa aqui e agora, no século e não só.
Sempre temos o hábito de deslocar os factos históricos para um tempo e um espaço distantes, onde houve lugar para uns homens e mulheres extraordinários. Esses sim contemplativos e heróis de um tempo.
Mas vejam a Regra da Ordem do Carmo. Nem a oração da Igreja faziam…pela simples razão que não sabiam ler. Depois, todas aquelas histórias mirabolantes de místicos e ascetas que hoje a psicologia e dissecação médica explicam por outras vias. E eles é que foram os heróis? Claro, heróis houve, mas nós também somos.
Se tivermos a coragem de estudar na história e comparar, concluiremos que nós hoje somos heróis do nosso tempo. É importante sentir que somos heróis para sermos mais normais ainda. No amar o irmão nunca há limite, nem purificação bastante. Ser herói hoje de uma mensagem purificada, é ser normal, é ser. Só se é, sendo normalmente. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, mensagem seguida por uma multidão incontável, e nisto a velha e nova aliança são a mesma coisa: somos o Seu povo…Carmelita, porque carmelita na pessoa, carmelita toda a vida…e contemplativo. Segura não mão de Deus e vai. Tudo cheio de coisas lindas. Aleluia

Ponta Delgada 25 de Junho de 2007, um tempo de heróis sem fim
Jorge Dias

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pro vocação zinha……
Ao fim de vários dias sem um único comentário sobre o tema heróis no “século” em 2007, e heróis contemplativos, tenho que me interrogar sobre a razão de nem um único comentário sobre a heroicidade moderna de nós todos.
Mas o estado de inferioridade é assim tão grande que nem comentar querem para que a heroicidade não fuja?
Por mim cada vez mais de pé como filho de Deus, liberto e pronto para tudo. E podem crer que aprendi isto na Ordem do Carmo. Imaginavam lá eles que tal era possível?
Mas reconheço que os portugueses, muito particularmente, têm uma tendência infinita para a auto-flagelação e, não obstante, durante um século terem dominaram o mundo e a sua ciência conduziu a humanidade. Só três variáveis: a mensagem de salvação, católica (universal), a ciência da navegação e o negócio (comércio).
Somos um povo nobre, de grandes feitos, até a escravatura era abençoada pela Igreja para salvar a alma dos pretos, mas volta e meia, povo queixoso e com desejos de comer as cebolas podres que deixamos em terras do Egipto, sempre prontos a recomeçar tudo de novo para de novo tudo parar e de novo tudo começar.
Povo reles e povo de grandes coisas, povo de invejas e ciúmes virulentos e lampejos de heroicidade...
Valha-nos D. Nuno Álvares Pereira, porque heróis só serão, não por não o sermos, mas porque não queremos, porque libertos para o sermos foi o que a salvação nos deu. Ou será que não são baptizados? E se são baptizados, será que não são crentes? E se são crentes e estiveram no Seminário Missionário Carmelita ou outra Instituição da Ordem do Carmo, será que nada ficou?
Dá-lhes Josimo que este povo precisa de se encontrar…
Do canto da minha comunidade vos desafio:
Se as tristezas do mar da vida quiserem te afogar, segura na mão de Deus e vai…Se as tristezas desta vida quiserem te sufocar, segura na mão de Deus e vai…Não temas segue adiante e não olhes para trás…Jesus Cristo prometeu que jamais te deixará, segura na mão de Deus e vai.
Imagino que se não entrarem na onda fico mal visto… mas com isso eu posso bem. Fiquem de pé heróis de hoje e heróis como os de sempre…Jorge Dias

28 junho, 2007 16:44  
Anonymous Anónimo said...

Jorge, continua a escrever é que eu ainda estou na "escola" e mantenho viva a vontade de aprender com quem sabe. Somos já alguns que diáriamente se encontra neste "sitio" à espera de "novos" dizeres e não importa quem os escreve. Importante e ver e ler novos "testemunhos". Sabes, falamos de ti neste nosso encontro do Sameiro. Notou-se a tua ausência.(Lebre)

01 julho, 2007 13:41  
Anonymous Anónimo said...

Ensina o que sabes mesmo que não saibas nada, mas pelo menos dás o exemplo que ter deram. Deram-te pouco? Não sabiam mais! mas tu repartistes por muitos.
Caminhamos lado a lado com o braço de DEUS no nosso ombro, sinal da sua protecção, para partilhamos mesmo que nada por quem precisa de muito "tudo", e ter a certeza de 10+10 são 20 e definitivamente a conta não está errada, porque só pela Obra da Criação foi testada.
Herói é todo aquele que não se envorganha de dar prova das manifestações divinas na sua vida e ter a certeza que mais e muitas virão porque a misericórdia de Deus é eterna.
LYNUZ

01 julho, 2007 19:49  
Anonymous Anónimo said...

Partilho com gosto um p�o amassado em suor da vida e em caminho ingreme de subida a pulso e ou de rastos, mas sempre em liberdade e crescimento libert�rio e espiritual, porque s� andando se est� vivo e s� andando se faz caminho. E, de que manheira teve retorno...Ensinar n�o, t�o s� ser compamheiro, ouvinte, pronto para ouvir, sempre e tudo. Quando muito provocar-nos na grandeza contemplativa que integrais... e vede como no coment�rio anterior a mensagem contemplativa veio ao de cima.... gostei. Vai uma pro voca�o zinha?

07 julho, 2007 01:09  
Anonymous Anónimo said...

"Ser contemplativo é estar com... sem palavras".
Vamos a votos ou citações?

10 julho, 2007 01:51  
Anonymous Anónimo said...

Depende do que se contempla e com quem se está quando se contempla.
Há situações de contemplação repartida em que uma aprovação por palavras é absolutamente o selo da cumplicidade...(estarei errado senhores especialistas?...)
Logio, nem sempre é sem palavras.
Até breve.
JOSIMO

13 julho, 2007 14:03  
Anonymous Anónimo said...

Ainda n�o pesquisei, caro J�simo, verdadeiramente, esta quest�o. Mas j� agora duas ideias.
Claro que uma figura feminina e ou masculina com certas qualidades e em certas circunst�ncias deixar� quer o homem quer a mulher, sem palavras. Mas a isso, s� por analogia, poder�amos chamar contempla�o feminina e ou masculina. No ideal da Ordem do Carmo vida e ou ora�o contemplativa funde dentro de um fluir do tempo em que as duas realidades s�o a mesma coisa, um estar ao servi�o dele (mensagem).
A forma de ora�o mais simples dentro da vida contemplativa e dos crist�os � a reza, por exemplo rezar o ter�o.
Uma forma mais evolu�da, e s� como exemplo, � aquela em que nos dirigimos a Ele por palavras nossas. � mais di�logo... Uma esp�cie de exame de consci�ncia, mas tamb�m di�logo, como que em fam�lia.
Mas as coisas podem ainda evoluir mais... e contemplativo, verdadeiramente � estares com Ele e ao servi�o, como ideal, sempre, sem palavras. Por isso muitas vezes se usou a intimidade do casal para explicitar, esta etapa da disponibilidade humana perante Deus e a obra a fazer: implementar o Reino de Deus (e por isso diz a b�blia, somos um reino de sacerdotes, de profetas e reis).
Penso, sinceramente, que ser Carmelita � tentar atingir esta terceira fase de rela�o com Deus e nela j� n�o precisar de usar palavras... mas apenas sentir Deus e senti-lo nos objectivos da mensagem: amai-vos como Eu vos amei - mandamento novo e mandamento da nova alian�a. E nisto e s� nisto � que somos salvos.

15 julho, 2007 01:06  
Anonymous Anónimo said...

Absolutamente de acordo com a explicação dada
É muito larga na abordagem da contemplação... pelo menos para mim que me considero um leigo nestas análises mais profundas.
É, aliás, uma das finalidades desta troca de opiniões que provocamos, dar espaço para este tipo de "diferenças", pois assim, alguns podem sair beneficiados e eu, certamente, pertenço a este grupo
E, creio, também, que ao abordarmos estes pontos, rezaremos com alguma profundidade...
JOSIMO

17 julho, 2007 11:22  
Anonymous Anónimo said...

Oh, se, um dia, pudesse transmitir para o exterior o que sinto, o mergulhar na Luz Plena, inteiramente vazio de mim e de tudo o considerado meu, perceber o REAL encarnado no temporal...
Mas, como ELE diz, quando fala com ditos indizíveis: "Quem AMA, Cala! Quem NÃO AMA, Fala!", eu mantenho-me no meu ser silente, actuante e lucificante, em união com Ele!
prefiro assim, porque nem sei dizer o índizível.
Mas a LUZ Ilumina todos os seres creados.

NELE,
A TODOS,
Um grande abraço
de INFINITO AMOR !

17 julho, 2007 22:40  
Anonymous Anónimo said...

Absolutamente carmelita, verdadeiramente contemplativo...
Sem palavras:
Por isso as reproduzo para melhor as tornar a ler:
"Quem AMA, Cala! Quem NÃO AMA, Fala!", eu mantenho-me no meu ser silente, actuante e lucificante, em união com Ele! Prefiro assim, porque nem sei dizer o indizível."
Não sei por onde vou, mas à medida que vou, sinto que estou indo.
Parabéns ao autor.

19 julho, 2007 00:27  
Anonymous Anónimo said...

Entra no teu quarto, fecha a porta para que niguém saiba que lá está. Ora ao teu DEUS, e tua oração terá valor que lhe quizeres dar, subirá por entre aclamações e jubilosamente encontrará a misericórdia DELE.
LYNUZ

22 julho, 2007 12:07  
Anonymous Anónimo said...

Não precisei de entrar em nenhum lugar porque onde estava lugar já era. A minha oração foi silêncio para ouvir, e as aclamações não foram, vieram em revoadas de anjos e, em bençãos (exortações de acção)de amor para distribuir por aqui e por ali aos irmãos de todo e qualquer lugar. Carmelita

24 julho, 2007 01:06  

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