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6 de dezembro de 2007

UM ALMOÇO MUITO ESPECIAL

NOTA: Devido ao facto de não se estar a conseguir aceder à totalidade dos comentários, aqui fica, para maior comodidade e simplicidade, um link para a totalidade dos comentários. De esclarecer que os comentários são agrupados, pelo sistema, em 200 comentários por cada página. link: (comments).

Depois de publicadas as imagens referentes ao almoço especial que se realizou no Sameiro, estamos a publicar o relato feito pelo nosso Ilustríssimo Secretário de Direcção, Rosalino Durães, onde se consagram os pontos fulcrais das várias intervenções.
No próximo espaço faremos um comentário ao que se disse na dita reunião.
A todos os que desejarem dar o seu contributo a esta questão da Associação ou queira, num próximo mandato, fazer parte dos orgãos sociais, agradecemos se manifestem, nos comentários a este blog mas sem anonimato, para podermos saber de quem se trata.
A todos um grande abraço.
Augusto Pereira de Castro

UM ALMOÇO MUITO ESPECIAL
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha. Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias. Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o. Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo. Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais. Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus. (Mt 17,1-8).
Foi, imbuídos deste espirito que, respondendo ao convite dirigido aos que foram ou são membros dos órgãos sociais da AAACarmelitas, desde 1993, porque 2008 é ano de eleições, se reuniram no Seminário do Sameiro, em 17/11 pp., cerca de 45 pessoas, antigos alunos e familiares, para meditar no futuro a dar a esta Associação.
Depois de algum tempo de convívio, abriu-se o espaço de debate entre os presentes, a que o presidente da direcção Augusto Castro fez uma breve introdução, tendo sido pedido ao presidente da Assembleia-geral Joaquim Vilela de Araújo, para moderar o mesmo.
Joaquim Vilela, depois de dizer quais as regras de funcionamento, passa a palavra.

Coube ao Rosalino Durães iniciar as intervenções, o qual, à semelhança daquilo que havia opinado em Fátima, reforçou aqui mais uma vez que, ligado á associação, ou não, sem que fossem feridas quaisquer tipo de susceptibilidades religiosas ou politicas, até porque, disse, “quer queiramos quer não, levamos desta casa princípios dos quais não nos podemos esquecer”, fosse criado um grupo de leigos para meditar na espiritualidade carmelita, até porque não sabe, até que ponto a Ordem não começa a encher-se de nós.
O Amaro Alves, depois de tecer algumas considerações sobre os encontros, que deve tentar-se sejam o mais participados possível, disse que concorda com a introdução de uma vertente religiosa espiritual.
O José Gonçalves, por não ver, nos encontros, os seus antigos amigos de 1976, arredou-se um pouco destes lados, mas assumiu, juntamente com a esposa Cristina, voltar a ponderar a sua presença assídua: - “é possível”; e despediram-se até Fátima.
O Freixinho gostaria de ver mais companheiros nos encontros e até foi reforçado pela esposa que gosta muito de andar por cá e até já criou grandes e inesquecíveis amizades.
O Abreu também falou dos encontros e pensa que, paralelamente, deve haver espiritualidade na associação.
A Esposa do Moreira pensa que a espiritualidade pode retirar gente aos encontros, mas adora andar por cá.
O Moreira não tem recebido o vínculo e pensa que o sector cultural, de que faz parte, tem feito muito pouco.
O Costa alinha no grupo da espiritualidade e diz ser preciso dinamizar encontros.
O Sampaio gosta muito dos encontros e disse, “convive-se”, no entanto pensa que as marcações são imprescindíveis, e apontou mais uma vez o que passou no magusto da quinta da mata do ano 2000.
O Adelino Miranda: “porque não os convites para os encontros à semelhança dos das bodas de ouro?”.
O Bessa é o defensor da gente nova para mais vida na associação.
O Evaristo, mais uma vez, garantiu as tripas à moda do porto, “carago”!
Para o Joaquim Vilela, espiritualidade na associação não; ao lado, sim. Nos encontros, seria útil que se pedisse, a dois ou três participantes, que retratassem a sua vida, desde a sua passagem pelo seminário até actualidade, para que nos possamos conhecer melhor. Convites aos actuais seminaristas para participação nos encontros para saber o que se faz por cá. “Afinal, no futuro, isto é deles”. Pensa que, no futuro, nos encontros deveria haver um tema da actualidade para debate, com convite a alguém para o desenvolver. A Esposa do Vilela é a favor de se manter os encontros.
O António Silva: manter encontros.
O Veloso diz que ouve mal mas que concorda e esposa; reforçou a ideia da existência de um grupo da espiritualidade.
O Lino Vinhais comunga destes ideais e vai a qualquer lado onde haja espiritualidade porque esse, afirmou, é um dos ideais de vida da sua esposa.
O Joaquim Rodrigues Costa: “nunca desistir, espiritualidade é uma facto e é inevitável. Nunca se impõe, aceita-se e tolera-se.
A Esposa do Fernando Barbosa não está pessimista e vai aparecer.
Quase no fim, uma grande intervenção, que o Joaquim Vilela nem se atreveu a interromper. de acordo com regras estabelecidas,
O Fernando Barbosa: “Nos anos 70/77, auge do Seminário do Sameiro”, disse, “havia cerca de 150 seminaristas”. Quando começou a aparecer aos encontros prontificou-se a colaborar com a direcção no sentido de entusiasmar antigos colegas a aparecer, o que deu frutos, disse, até conseguiu juntar cerca de 15 antigos alunos do seu tempo, mas estes começaram a deixar de sentir entusiasmo, pois, “as assembleias eram uma maçada”, “havia sempre quezílias entre os mais antigos”, porque “Direcção fazia”, “mas eles também nada faziam para se melhorar a si mesmos”, “só complicavam e nós, mais novos, começámos a deixar de ter interesse e motivação”, disse, “pelo que, razões para o que corre mal, não sabe; nada de desculpas”.
Por fim, o Domingos Coelho: “deixar cair nunca” e “por mim, vou esforçar-me para tal”. “Já foi feita uma das viagens às origens e estivemos com muita gente e tudo vai melhorar”.
Rosalino Durães

244 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pela minha parte, penso que cada vertente da vida tem o seu lugar.
Tenho uma família ligada às coisas de CRISTO e de MARIA, através das nossas actividades na comunidade dos Congregados - Braga, procurando fazer sempre o melhor.
Em encontros como os da nossa associação, acho que não devemos imitar a vida do Seminário: rezar, meditar, "discursar", etc., para não prolongarmos , ou tentarmos prolongar, uma vivência que teve o seu tempo e os seus motivos.
O respeito e o caminho pela vida cristã não implicam que em cada acto exteriorizemos piedade e devoções a isto ou àquilo; implicam, isso sim, que a nossa vida continue a ser vivida segundo a vontade de DEUS; no amor a SI e ao próximo.
As reuniões da associação devem ser espaços de convívio lúdico e para cimentar, cada vez mais, amizades e matar saudades de tempos... que já foram...
Mas atenção: eu penso assim mas respeito muito as opiniões dos outros e aceito-as democraticamente.
Não será por estas pequenas divergências que deixarei de, uma ou duas vezes no ano, visitar os meus antigos colegas e tentar conhecer aqueles que vieram depois da minha saída.
Até sempre.
PS - penso que a secção cultural da associação não tem razão de existir; cantar, dançar, falar, "discutir", etc., faz-se de improviso.
J. Moreira

10 dezembro, 2007 17:09  
Anonymous Anónimo said...

O anónimo saíu por erro...
A assinatura diz tudo.
José Moreira

10 dezembro, 2007 17:33  
Anonymous Anónimo said...

Profeticamente ou não,refere o texto, citado por Augusto,três tendas. Pessoalmente,sinto que tudo me envolverá, quer a vertente seja a Associação, em si, quer a vertente cultural e ou a espiritual. Mas há uma realidade, e esta indisfarçável: a vertente que nos une é a expressa na palavra "Carmelita" e esta foi espiritual. Para mim, é-o ainda hoje e em crescendo. Assumo na minha vida, libertariamente, em leitura moderna e revolucionária, um Cristo radical no mandamento salvífico do amor. Só que este disponibliza-se, como Jesus fez, mas não se impõe.Sinceramente, não vejo como argumentaremos para não o celebrarmos sacramentalmente, via liturgia, quando nos encontramos celebrando-o nos irmãos...Ou mellhor, vejo, era moficar a liturgia. Mas acho que ainda não são estes os tempos... Não? e talvez sejam.
Gostei de ver o assunto introduzido. jorge Dias

24 dezembro, 2007 00:04  
Anonymous Anónimo said...

Quanto ao texto a que o Jorge Dias se refere, cumpre-me dizer, para que seja respeitada a autoria do mesmo, que o autor de todo o texto é outra pessoa que não eu : o Lima Durães, autor de toda a reportagem.
Reposta a verdade, só me resta desejar a todos os que aqui vierem ler isto, continuação de boas festas natalícias e um feliz ano novo cheio de sucesso em todos os empreendimentos .

26 dezembro, 2007 14:08  
Anonymous Anónimo said...

Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passada lá no meu site, que é sobre o CresceNet, espero que goste. O endereço dele é http://www.provedorcrescenet.com . Um abraço.

30 dezembro, 2007 23:25  
Anonymous Anónimo said...

Como diz o ditado..., cada macaco no seu galho...
Quer isto dizer, simplesmente, cada coisa no seu lugar.
Quando vamos a campo de futebol é para ver futebol; quando vamos a um salão de dança é para dançar ou apreciar quemdança; quando vamos à igreja é +ara termos a semsação de estarmos mais perto DELE; quando vamos a um convívio é para nos divertirmos e matar saudades de tanta coisa...

08 janeiro, 2008 14:01  
Anonymous Anónimo said...

Sou j dias (1955/1968) e gostava de saudar o comentário do anónimo anterior. Fico na dúvida se é o convívio que ele deseja que aaacarmelitas priveligie ou, talvez até mesmo a parte religiosa por ser esta a que nos origina, ou, por ventura, se terá estado na reunião do Sameiro e queria que fosse mais convívio. Por mim, que não pude estar no Sameiro, seja qual for a vertente são todas válidas. Mas numa coisa ele tem total razão: é que se vamos à espera de uma coisa e sai outra ficamos desenquadrados. Mas nada que um bom sistema de informação não resolva. E se uma vez ou outra não tiver galho, também com a minha idade já tenho calo bastante para me enquadrar de qualquer outra maneira e ainda manter o meu suporte comportamental de valores e trazer a alma cheia da grandeza que cada um me oferece. Venha daí com os seus comentários, e permita-me, que o considere companheiro e amigo. jorge dias

10 janeiro, 2008 00:48  
Anonymous Anónimo said...

Na realidade é como dizes, mas a diversidade deve imperar para obstar à monotonia.
Não descuro, de modo algum, os minutos de procurar estar com ELE, mas, repito, cada coisa no seu lugar...
Bem, amigos já nós somos e muito. Companheiros, mas distantes...
Saudações...

10 janeiro, 2008 09:37  
Anonymous Anónimo said...

Ninguém tem de provar nada a ninguém, só tem de fazer melhor e ser melhor.

12 janeiro, 2008 20:49  
Anonymous Anónimo said...

Por mim sempre igual e em crescendo e feliz por estes amigos e, entenda-se, companheiros de Seminário e formação, com muito gosto e estima. Reconheço que assim o aaacarmelitas tem mais picante e motivos de união ou não será de salutar provocação? Tenho dificuldade em exprimir-me à margem da mensagem, mas isso não me trás problema algum, porque mimetismo foi uma coisa que aprendi nos Carmelitas e tem-me sido muito útil. Não sou propriamente um crente à maneira dos nossos irmãos dos Actos do Apóstolos ou dos que enfrentaram os leões no Coliseu de Roma. Não, não...primitivo e primário, mas não tanto. O amor do mandamento também ensina alguns truques, ó se ensina... É que também não é só uma questão de fazer melhor...A questão é, muito mais vezes, simplesmente continuarmos a fazer... E seguramente que faremos. Não era para isso a "formatação"? Jorge Dias

13 janeiro, 2008 00:36  
Anonymous Anónimo said...

MISTÉRIO DA VIDA ELEVA-NOS
“Ama-te a ti mesmo, tal como te criou Aquele que te amou. Despreza-te, tal como te fizeste a ti mesmo. Submete-te ao que está acima de ti; despreza o que está abaixo de ti. Ama-te a ti mesmo da mesma forma que te amou Aquele que se entregou por ti. Despreza-te, por teres desprezado o que Deus fez e amou em ti...
Queres guardar sempre Deus no teu espírito? Olha-te tal como Deus te fez. Não vás à procura de um outro tu, não te tornes outro diferente daquilo que Deus te fez. Assim, terás sempre Deus no teu espírito.”
Santo António de Lisboa

13 janeiro, 2008 14:30  
Anonymous Anónimo said...

Que bonito... mas que bonito mesmo. É perfeito, absoluto, ainda por cima moderno. Obrigado ao anónimo. Diga-me onde vou buscar o livro. Tenho algo de parecido num canto do meu grupo coral, que sendo bem apanhado fica aquém do definido por Santo António. Não tem comparação possível nem profundidade filosófica e teológica que se equipare... Por favor referência bibliográfica aqui no Blog. Bem haja.

13 janeiro, 2008 22:42  
Anonymous Anónimo said...

Sê tu mesmo e os outros meditarão na tua sinceridade.
Uma existência no respeito pelo semelhante é o ABC da paz neste mundo conturbado.
Tudo o que passar disto, é conversa fiada...

14 janeiro, 2008 18:25  
Anonymous Anónimo said...

Tudo bem, mas quando como elite temos alguma liderança e visibilidade, a referência da fonte é absolutamente fundamental. Depois, os outros podem não querer meditar na minha sinceridade e quando nos encontramos em patamares de liderança não basta respeitar é preciso mais: é preciso liderar, provocar a meditação e a emergência do respeito. Nós os "Aaacarmelitas somos uma elite caracterizada por famílias de elevado comportamento ético, nível mental acima do comum e na altura de entrada para o Seminário de algum modo ligados à Igreja e a Jesus. Depois do Seminário, e purificado, continuo a a liderança imparável....

15 janeiro, 2008 00:19  
Anonymous Anónimo said...

Claro. Mas se não queremos os bons exemplos, temos o mundo que temos.
Por não acreditarmos no outro, na sua sinceridade e não querermos sair do nosso "ego" é que o mundo está conturbado...

24 janeiro, 2008 16:20  
Anonymous Anónimo said...

Quero os bons exemplos e quero melhorar o mundo que temos. Acredito no outro quando � sincero e n�o me importo nada de sair do meu ego. A s�rio, de verade... mas ing�nuo n�o sou. Parece-me que o mundo est� conturbado porque assumimos pouco ou quase nada, mesmo eu...e queremos dominar o outro com a posse de bens e n�o no ser. Mas tamb�m devo dizer, que muitas vezes sei quem deveria assumir e, manifestamente, n�o sou eu..... Mas acredito no amor, no mandamento novo do amor sempre (v� l� quase sempre), mesmo quando envolve sexo...tamb�m tem que haver alguma natureza. Ent�o como nos relacionariamos? Eu sei que muitos julgam que � s� em abstracto...Mas est�o enganados, n�o � As minhas duas melhor vizinhas eram mulheres da vida... e eu n�o era seu cliente. J� n�o sendo vizinhas ainda somos ammigos. Haja quem atire a primeira pedra para eu me rir. j dias

25 janeiro, 2008 22:22  
Anonymous Anónimo said...

Devo continuar a ser bicho raro.... mas se penso muito deixo de ser. Mas isto isto está uma mornaça. Até parece o Bcp. POis seja...Cada um dá o0 que tem e a verdade é que anda-se a dar pouco, com Ele ou sem Ele... até como provocaçao... Louvado seja Deus.

27 janeiro, 2008 00:32  
Anonymous Anónimo said...

Pois pois.... botem aí o nome... Assumam princípios, conceitos, teorias. Justifiquem as posições e as vidas de acordo com os pricípios que as regem. Podemos andar a dar só um pouco. Mas o pouco de muitos é ...mas já dizia o poeta que o pouco com Deus é muito e, digo eu, refletindo o pensamento de teólogos e filósofos modernos, quem trouxe à comunidade internacional a filosofia geradora de um mundo mais fraterno e de tolerância fomos nós os cristãos.E no essencial, chega quase ao mundo todo. E quem quiser comparar que compare. Quem puder entender que entenda. No mundo todo, não obstante as excepções, vivemos hoje, apesar de tudo, uma onda de bem estar e progresso que os cristãos provocaram. Claro que ainda há muito a fazer e fá-lo-emos. j dias...

27 janeiro, 2008 16:21  
Anonymous Anónimo said...

Mantenho o anonimato, pois, acima de tudo, gosto de ler e "ver" o campo que os teus comentários abrangem... que me parecem sábios e profundos...
Tivesse eu as faculdades académicas e intelectuais de que tu dispões e terias aqui um companheiro para dissecar conceitos, teorias, pensamentos, etc.. Repara que disse companheiro e não opositor...
Do meu ponto de vista, no entanto,
e de maneira sucinta, podemos recorrer àqueles poemas, cuja autoria desconheço e que rezam:
Não te importes da raça e da côr da pele;
Ama a todos como irmaõs
E faz o bem.

ou então:

Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz:
Onde houver ódio que eu leve o amor,
Onde houver desespero que eu leve a esperança,
Onde houver discórdia que eu leve a união,
Onde houver dúvida que eu leve a fé
...................................

Se assim fôr, se deixarmos a ansia de protagonismo de lado, se quisermos ser nós mesmos, se quisermos dar aos outros o retrato da nossa sinceridade, contribuiremos para a concórdia que tão arredia anda deste mundo.........conturbado.

28 janeiro, 2008 14:17  
Anonymous Anónimo said...

Quero dizer ao anónimo acima, que se isto é uma mornaça, a culpa pode ser dele e de tantos "preguiçosos" carmelitas que me fazem lembrar aqueles que muito falam mas que nada dizem...

28 janeiro, 2008 14:37  
Anonymous Anónimo said...

Indiscutivelmente sensibiilizado... Pois tens capacidades intelectuais e de que maneira. Tem o "feeling"... da mensagem que é absolutamente essencial para a acção. Concórdia e conturbação há em grau elevado, mas já reparou que as nossas leis estão profundamente marcadas pela mensagem? Não poderia ser muito pior? Então donde veio o sinal mais? Anoto a referência ao companheirismo. Venha daí que para quem se sente tanto por baixo sai-se muito bem. Venha como entender...por mim tenho que tentar provocar...mas que o mundo está muito melhor por força dos cristãos, não tenho a menor dúvida. Não creio que tenhamos preguiçosos entre nós. Carmelita e preguiçoso são inconciliáveis. Há uma "contradictio in termminis". O carmelita é sempre ser da mensagem e um operacional. Se não for verdade é porque já não é carmelita. Agora uma brincadeira: falar sem nada dizer? Pelo menos uma coisa dizem. Dizem: barulho, e têm direito. Provocaram-me uma lágrima de emoção. Gosto de ver isto quente...

28 janeiro, 2008 15:47  
Anonymous Anónimo said...

penso que a segunda parte da oração citada é de São Francisco. Obrigado ao anónimo pela partilha.

28 janeiro, 2008 15:50  
Anonymous Anónimo said...

Vejo que as provocações fazem os espíritos carmelitas acordar para este debate tão simples como sadio.
Mantenho a noção das minhas limitações em "discussões" que aflorem aspectos filosóficos e/ou teológicos, mas não abdico da intuição para debater alguns factos e circunstâncias.
Quando digo "preguiçosos" - e fi-lo entre aspas - refiro-me àqueles que ficam eternamente à espera, a obsevar, para depois, passados "séculos" dizerem alguma coisa. Concordo que se pense, mas, convém não esquecer que "tempus fugit" e que esta vida são dois dias, etc..
Também não concordo que carmelita e preguiçoso sejam inconciliáveis, do ponto de vista da aplicação do termo. Aqui a palavra preguiçoso tem um significado benévolo, que pretende apenas acicatar os ânimos...
Concluindo, até que enfim que vejo alguém a gastar o seu latim nesta troca de opiniões e, só é pena, que apenas o amigo Jorge Dias - com a sua bagagem - aprofunde as questões tão apaixonadamente...

28 janeiro, 2008 16:53  
Anonymous Anónimo said...

Na comunidade que frequento contaram-me uma pequena estória com a qual me deliciei e que resumo pela lição que encerra. Um cavalheiro desejando casar saiu pelo mundo à procura da mulher perfeita. No Sul encontrou uma mulher linda. Os olhos duas pérolas preciosas, cabelo cor de oiro, corpo lindo, que sereia.... Casou com ela? Não... não era perfeita. Era muito pobre...Continuou. No Norte encontrou uma mulher que era a mais rica de toda a cidade. Nem sequer sabia quanto dinheiro tinha. Parecia perfeita... Casou? Não, era muito feia. Continuou o nosso homem a sua procura e finalmente encontrou uma que era linda. Sua beleza ofuscava-lhe os os olhos... tinha muito dinheiro, era meiga, generosa, inteligente, enfim, uma perfeição de mulher. Deixava água na boca. Casou o nosso homem com ela? Não e estava bem triste por não o ter conseguido, mas, infeliz ou felizmente, ela também procurava o homem perfeito. Moral da estória, a felicidade pode estar onde nos encontramos e sempre nos devemos melhorar...

28 janeiro, 2008 21:04  
Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa aos destinatários originais, mas, provocatoriamente, penso que temos que escrever as nossas memórias. E que lindas que seriam. Não sendo contador de história, mas é copmo se fosse.Sexta-feira próxima é, no calendárioa litúrgico , Senhora das cadeias, nos Açores "Estrelas" senhora da luz, senhora da iluminação, da claridade, das coisas claras, da inteligência, da LUZ, senhora que anula os travões quando a "bela" benta nesta festa está acesa no recôndito dos lares cristãos por esse país fora. Estou a falar de 1950. Era a "bela" acesa quando trovoava e umas folhas de ramo de oliveira benta em dia de ramos, dia de entrada triunfal de Jesus na sociedade de Jerusalém e, prefigurativamente através dela, na sociedade dos homens. Que lindo... a trovoada fugia e o São Pedro deixava de nos chatiar com o arrumo das cadeiras lá no céu. Oh se funcionava...devo ter sido psicólogo por causa disto. Tanto que eu rezei e me escondi debaixo dos lençóis. Mas uma vez fizemos uma grande asneira. Uma grande trovoada, andávamos a lavrar terra, a troca, parte que me coube em herança... Pai, irmão mais velho, junta de bois, arado e eu. Quatro, cinco anos...cabia debaixo dos bois... pequenito mesmo...grande trovoada...Abrigamo-nos num coberto que ainda existe... a metros de nós, não mais que cinco, vimos o raio fugir de nós...grande "bela" benta. Estava apagada. Nem o ramo de oliveira estava no borralho. Mas Ele sabia o que fazia. Lembro-me como se tivesse sido agora mesmo. Mais tarde...nos dias de hoje, quando pude celebrar a senhora das candeias e cantá-la na rua, a minha alma transborda de alegria e todos nós nos exaltamos por sermos gente com Ela, a senhora das candeias, que até nos protege, hoje, sem velas. Ainda há dias fui atingido no ar por um raio..., em viagem Ponta Delgada - Lisboa, com direito a cagaúfa, encosto ao tecto do avião, cambalhota por aí abaixo, aterragem de emergência com bombeiros e tudo...grande sehora das candeias e Santa bárbara sua adjunta. Aquilo lá em cima fia fino e os tremeliques na alma são mais profundos. Viva a soberba... Caro amigo, para a rua cantar a Senhora das candeias. Sexta-feira. A partir das vinte horas é para onde for. Um lar de idosos, encontro com todos os grupos na Câmara Municipal (mais de mil pessoas a assistir), cantar no centro da cidade e na comunidade local. Tudo mais que houver, que a noite é para isso. Vou com o meu grupo de origem, mas o violão vai dar um saltinho ao outro grupo que também me enche a alma minhota, e, já agora, açoriana. Cantar as estrelas encerra o ciclo natalício e inicia o carnaval... este ano, os bailes tradicionais de carnaval em salão têm início no mesmo dia. Isto porque nas ilhas celebramos tudo um bocadinho mais. Sabes, é por causa do mar...é o salgado. Mas o mar pelo isolamento que cria, também funciona como depressivo, pelo salgado conserva e, por muitas outras razões provoca a inteligência. Cuidado com o salgado...tapa as artérias. Toma nota, nós aqui divertimo-nos mais. Só se diverte quem diverte...e assim fazemos a salvação acontecer. j.dias

28 janeiro, 2008 23:30  
Anonymous Anónimo said...

Apesar da dificuldade em escrever (estas mãos são um sarilho de tendinites...rs.rs.rs.:):):)) gostava de manifestar a minha satisfação profunda e o divino gozo que me dá o aparecimento de "despertados e acordados" na "nossa praça"... Tenho para mim que começa a aparecer uma nova mentalidade nesta terra dos homens, uma nova humanidade nascente, com um sentido do divino e do cósmico, muito próprio e muito mais aproximado da "Realidade" do que a anterior formação e informação. Quero dizer na minha que, depois de milénios de engano desta humanidade, começa a perceber-se que, durante milhares de anos, os homens se aproveitaram dos ensinamentos de que foram alvo, para seu proveito próprio, induzindo nos pobres incautos, sentimentos de medo, de culpa, de carência e outros sentimentos funestos e falsos, com objectivos muito pouco claros e, sempre, destrutivos da natureza divina do homem incarnado.
Reproduzo aqui em cópia um texto relativamente longo, claríssimo nas suas intenções e com o qual me identifico a cem por cento.

1
As perguntas mais comuns sobre
Um curso em milagres
Gloria e Kenneth Wapnick
Tradução de Vitorino de Sousa
Capítulo 1
A natureza do Céu
1) Qual é a natureza de Deus?
2) Qual é a natureza da realidade?
3) Qual é a natureza da vida?
4) O Deus de Um curso em milagres é o mesmo Deus da Bíblia?
5) Se Deus não é uma pessoa, por que Jesus O descreve dessa maneira?
6) O que quer dizer Um curso em milagres com criação?
7) O que quer dizer Um curso em milagres com a criação como um processo?
8) Quais são as criações de que se fala em Um curso em milagres?
9) Se Deus tem um só Filho, porque é que Um curso em milagres utiliza o termo Filhos de Deus?
10) Porque é que Um curso em milagres utiliza o género masculino quando se refere à Trindade? Jesus era
machista?
2
1) Qual é a natureza de Deus?
Para começar, é fundamental reconhecer que o verdadeiro Deus vivente de quem se fala em Um curso em Milagres
é um Ser não-dualista, em Quem não residem, em absoluto, quaisquer opostos. O Santíssimo é o Criador da vida, um
Ser de puro Amor, a Fonte e a Primeira Causa de uma realidade e totalidade não-física, o perfeito Um que abarca tudo,
fora de Quem não há literalmente nada, uma vez que é o Todo. A natureza da nossa Fonte não pode ser descrita nem
entender-se de forma nenhuma, como comenta Jesus no Livro de Exercícios:
A unidade é simplesmente a ideia de que Deus é. E, no Seu Ser, abarca todas as coisas. Nenhuma mente contém
nada que não seja Ele. Quando dizemos «Deus é», de imediato guardamos silêncio, pois neste conhecimento
as palavras carecem de sentido. Não há lábios que as possam pronunciar, nem nenhuma parte da mente
é suficientemente diferente do resto para sentir que, agora, é consciente de algo que não seja ela mesma. Uniuse
à sua Fonte e, tal como Ela, simplesmente é. Não podemos falar, escrever, nem sequer pensar nisto em absoluto.
Jesus afirma que não se pode escrever acerca da natureza de Deus e da Sua Unidade porque se trata de uma
realidade não-dualista pura, e a palavra falada e escrita é dualista por expressar o pensamento de uma mente dividida.
Portanto, qualquer tentativa de descrever o não-dualismo tem de fracassar e, inevitavelmente, resulta inadequada por
expressar a realidade da unidade que radica além de qualquer expressão. Repito, a realidade da unidade simplesmente
é. No melhor dos casos, por conseguinte, o máximo que podemos fazer é descrever a natureza de Deus, nunca esquecendo
que as palavras são somente «símbolos de símbolos» e «portanto, estão duplamente afastadas da realidade»
(MP-21.1:9-10).
2) Qual é a natureza da realidade?
A realidade, tal como é definida em Um curso em Milagres não é um reino físico, uma dimensão ou experiência,
uma vez que a realidade tal como foi criada por Deus, e tal como Deus, é informe, imutável, eterna, amor infinito, ilimitada
e unificada perfeição - uma unidade não-dualista. No Curso, realidade é sinónimo de Céu1 pelo que, obviamente,
jamais se pode relacionar, seja como for, com o universo da forma a que o mundo dá o nome de realidade. Por ser
imutável, a verdadeira realidade é permanente e fixa e, portanto, qualquer pensamento de separação - o qual é mutável
- é impossível e, por conseguinte, jamais pode ocorrer.2 Enquanto estado não-dualista, a realidade está para além da
percepção, uma vez que esta pressupõe uma dicotomia sujeito/objecto, a qual é inerentemente dualista e, por isso, não
pode ser real. Em Um curso em Milagres, realidade também é sinónimo de conhecimento, o estado de ser que é o Céu.
Uma passagem representativa retirada da secção «A realidade imutável», quase no final do Texto, fornece um
excelente resumo da natureza da realidade:
A realidade é imutável. É isso que faz com que seja real, e o que a distingue de todas as aparências. Tem de estar
para além de todas as formas para poder ser ela mesma. Não pode mudar.
O milagre é um meio para demonstrar que todas as aparências podem mudar, precisamente porque são aparências
e porque carecem do atributo da imutabilidade que a realidade provê...
A realidade é imutável. Os milagres não fazem mais do que mostrar que aquilo que tu interpuseste entre a realidade
e a tua consciência é ilusório e que não é, de modo nenhum, uma interferência. (T-30.VIII.1:6; 2:1; 4:1)
1 N.T.: Quando a vontade de uma criatura e a do Pai são uma só, o acordo perfeito entre elas (o conhecimento) é o Céu.
2 N.T.: Todos os nossos pensamentos são pensamentos de separação porque acreditamos que estamos separados de Deus, o Imutável e a
Realidade. Portanto, todos os nossos pensamentos são mutáveis, isto é, ocorrem fora da Realidade. Assim sendo, não existem, ou seja, jamais
ocorreram... apesar de nos parecer o contrário pelo simples facto de os termos pensado! É por isso que uma das primeiras lições do Livro de
Exercícios (nº4) diz: «Os meus pensamentos não significam nada».
3) Qual é a natureza da vida?
Em Um curso em Milagres, a vida, tal como Deus a criou, não tem nada que ver com aquilo a que chamamos ou
conhecemos como vida no corpo. A vida é espírito: não-material, não-dualista e eterna. Talvez a informação mais clara
do Curso acerca da vida - o que é e o que não é - surge nesta poderosa passagem de «As leis do caos», do Capítulo
23 do Texto. Começa com uma narração em tom de ironia benigna sobre a nossa adoração do corpo.
3
Acaso podes dar vida a um esqueleto pintando-lhe lábios cor-de-rosa, vestindo-o primorosamente, acariciando-o
ou dando-lhe mimos? E acaso ficas satisfeito coma ideia de que estás vivo?
Fora do Céu não há vida. A vida encontra-se ali (no Céu) onde Deus a criou. Em qualquer outro estado que não
seja o Céu (no mundo físico) a vida não é mais do que uma ilusão. No melhor dos casos parece vida (quando o
corpo está «vivo»); no pior, parece morte (quando o corpo «morre»). Ambos são, não obstante, julgamentos
acerca do que é a vida, idênticos na sua inexactidão e falta de significado. Fora do Céu a vida é impossível, e o
que não se encontra no Céu não se encontra em nenhum outro lado. Fora do Céu, há somente um conflito de
ilusões, completamente insensato, impossível e fora da razão, ainda que se perceba como um eterno impedimento
para chegar ao Céu. As ilusões não passam de forma. O seu conteúdo nunca é verdade. (T-23.II.18:8 -
19:9).
Muito cuidadosamente, portanto, Jesus explica que a vida é Unidade com a nossa Fonte no Céu onde a Mente de
Cristo e a Mente de Deus são Uma. Vida, espírito e Mente são termos, basicamente, sinónimos uns dos outros, sendolhes
comuns as características de falta de forma, imutabilidade e vida eterna. Aquilo que nós, neste mundo, temos identificado
como vida no corpo, claramente não é o que o Curso chama vida. De facto, uma lição do Livro de Exercícios
(176) tem por tema: Só há uma vida e essa é a vida que eu compartilho com Deus. Portanto, o que experimentamos
como vida, enquanto organismos físicos e psicológicos, é uma caricatura ou uma paródia do nosso verdadeiro Ser, o
Cristo que Deus criou como verdadeira vida. É importante entender qual o conceito de vida em Um curso em Milagres,
pois, de contrário, os estudantes acabariam por se confundir, tanto ao entender os ensinamentos não-dualistas do Curso,
quanto ao aplicá-las nas suas vidas pessoais.
4) O Deus de Um curso em milagres é o mesmo Deus da Bíblia?
Jesus afirma inequivocamente no Curso que Deus não criou este mundo e, por conseguinte, só por isto, Ele é claramente
diferente da deidade judaico-cristã. O Deus da Bíblia é um criador dualista de um universo material que Ele cria
através da palavra falada, como refere o primeiro relato da criação no Génesis: «E Deus disse: ‘haja... ». Assim, o mundo
e a criação surgiram na existência como entidades separadas, as quais existem fora Dele. Portanto, o Deus bíblico
cria ao projectar um pensamento ou conceito para fora de si mesmo, o qual se converte numa «realidade» física, tal
como testemunha, repito, o relato da criação no Livro do Génesis.
Mas a distinção entre os dois é ainda mais profunda. O Deus bíblico é muitíssimo mais uma pessoa que vê o pecado
como real e, por conseguinte, tem de lhe dar uma resposta, primeiro por meio do castigo, logo seguido do plano de
expiação no qual a salvação e o perdão se ganham através do sofrimento e do sacrifício do seu santo Servo (o «Servo
Sofrido» de Isaías - Antigo Testamento). Por outro lado, o Deus de Um curso em milagres, não é uma pessoa e, portanto,
não possui nenhuma das qualidades antropomórficas do homo sapiens. Este Deus não sabe, sequer, acerca da
separação (o equivalente, no Curso, do pecado original), e por conseguinte não responde nem pode dar-lhe qualquer
resposta. Portanto, o Deus do Curso não é o Deus da religião formal e, certamente, não é o Deus da Bíblia. Na verdade,
a nossa Fonte está muito para além de todos os conceitos e antropomorfismos, e não tem nada em comum com o
Deus bíblico, o qual possui todos os atributos quer do amor especial (um Deus que tem um povo escolhido) quer do
ódio especial (um Deus de castigo) que estão associados com o sistema de pensamento do ego.
5) Se Deus não é uma pessoa, por que Jesus O descreve dessa maneira?
Esta pergunta toca a essência de um assunto muito importante para os estudantes de Um curso em Milagres: o uso
metafórico que Jesus faz da linguagem. É uma fonte de grandes mal-entendidos para os estudantes, quer no que diz
respeito ao entendimento do que Jesus ensina no Curso, quer no que toca à aplicação dos seus princípios na sua vida
quotidiana. A linguagem do curso é claramente dualista, simbólico e metafórico - como, aliás, tem de ser toda a linguagem
- havendo numerosos pontos no Curso onde Jesus explica que tem de utilizar a linguagem da ilusão - isto é, dualidade
- de forma a que os estudantes compreendam as verdades que ele ensina. Diz, por exemplo, no contexto de
relação santa recém-nascida:
De todas as mensagens que recebeste e não entendeste, só este curso está ao alcance do teu entendimento e
pode ser entendido. Este é o teu idioma. Ainda não o entendes porque a tua comunicação ainda se parece com
a de um bebé. Não se pode dar credibilidade aos balbucios de um bebé nem àquilo que ouve, uma vez que os
sons têm um significado diferente para ele, de acordo com a ocasião. Nem aquilo que ouve, nem as coisas que
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vê são ainda estáveis. (...) Mas uma relação santa, que apenas acaba de renascer de uma relação não santa, e
que, no entanto, é mais antiga que a veja ilusão que acaba de substituir, é como um bebé que tivesse acabado
de renascer. Mas é este bebé que te devolve a visão, pois irá falar-te num idioma que poderás entender. (T-
22.I.6:1-5; 7:2-3. Sublinhado do tradutor).
Todos já experimentamos esta mesma necessidade descrita por Jesus. Quando falamos com crianças usamos
palavras e conceitos que são apropriados ao seu nível de entendimento. Ainda que a forma do que dizemos não seja
literalmente certa, o conteúdo é o nosso amor e o nosso desejo de sermos úteis e genuínos. Mais adiante, no Texto, ao
falar da Unidade de Cristo, a qual nos ensina que desde o interior das nossas mentes separadas, Jesus volta a colocar
a questão.
Uma vez que crês estar separado, o Céu apresenta-se perante ti como algo também separado. Isto não quer dizer
que realmente esteja separado, mas que se apresenta desta forma de forma a que o vínculo que te foi dado,
para que te unas à verdade, possa chegar a ti numa forma que entendas. (...) Ele (a Unidade) precisa, no entanto,
de utilizar o idioma que a dita mente entenda, devido à condição em que acredita estar (o estado dualista da
separação). E tem de valer-se de tudo o essa mente aprendeu para transformar as ilusões em verdade e eliminar
todas as tuas falsas ideias acerca do que és, no intuito de te conduzir até à verdade que está para além delas.
(T-25.I.5:1-2; 7:4-5.)
Uma vez que, como já vimos, não há uma forma de Jesus nos poder comunicar como Deus, nosso Criador e Fonte,
verdadeiramente é, ele tem de recorrer à linguagem do mito e da metáfora. Estes são os símbolos que nós - identificados
como corpos - podemos entender. E, por isso, através de Um curso em Milagres, faz-se referência a Deus como se
fosse um corpo, uma vez que nem sequer podemos pensar Nele sem um (T-18.VIII.1:7). Chama-se-Lhe «Pai» e é descrito
com Braços, Mãos e uma Voz, com sentimentos de solidão e de estar incompleto. Fica até implícito que tem canais
lacrimais, dado que chora pelos Seus Filhos, separados Dele. Ora, o Deus não-dualista, que temos vindo a descrever,
claramente não pode possuir estes traços ou partes corporais. Mais: o verdadeiro Deus não pensa, tal como nós
experimentamos aquilo a que chamamos «pensar». E nem sequer pode Ele ter um plano de Expiação como resposta à
ilusão da separação, quando, como é descrito no Curso, cria o Espírito Santo. Esta aparente contradição resolve-se
quando compreendemos, repito, que Jesus fala-nos no nível antropomórfico que podemos entender - um maravilhoso
exemplo do princípio que, cedo, enuncia no Curso.
... para que um milagre seja o mais eficaz possível, tem de ser expresso num idioma que aquele que o há de
receber possa entender sem medo. (T-2.IV.5:3)
Os estudantes de Um curso em Milagres têm de ser cautelosos para não caírem na armadilha de interpretar
literalmente o que tem um sentido figurado. Um bom método prático é recordar que somente a não-dualidade é real.
Pelo contrário, a dualidade é a ilusão da separação, como se pode ver por esta paráfrase de uma oração, retirada do
Manual de Professores, na qual utilizamos a palavra dualidade em vez de morte, uma passagem que citaremos mais
detalhadamente na resposta a uma pergunta posterior:
... Professor de Deus, a tua única tarefa pode definir-se da seguinte maneira: não assumas nenhum compromisso
em que a morte tenha lugar nele. (MP–27.7:1)
Qualquer passagem de Um curso em Milagres em que Jesus diga que Deus faz alguma coisa, ou que possui quaisquer
características do homo sapiens – antropomorfismos – é inerentemente dualista e, portanto, trata-se de uma metáfora
para expressar o Amor abstracto e não-específico de Deus, que está para além de qualquer dualismo. Da mesma
forma, quaisquer referências de que o Espírito Santo ou Jesus faz seja o que for, tem o mesmo significado.
Estas passagens, claro está, são extremamente significativas para nós, que ainda cremos estar no mundo dualista
do tempo e do espaço. Mas tomar estas afirmações como verdades literais apenas garantirá que jamais aprenderemos
as lições que nos ajudariam a despertar do sonho de que, realmente, há um mundo de individualidade e corpos separados.
Frequentemente, os estudantes acabam por reforçar o seu próprio especialismo e a identificação com os seus
corpos, nunca chegando a ultrapassar a linguagem do Curso – que foi tomada emprestada da Bíblia – a qual, na sua
maior parte, consiste de descrições metafóricas de Deus e do Espírito Santo como corpos e pessoas que interagem
com eles. A concentração no verdadeiro papel do Espírito Santo como um Pensamento nas nossas mentes, que nos
convida a escolhê-lo a Ele como nosso professor, em vez do ego, manterá os estudantes no verdadeiro caminho do
perdão.
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6) O que quer dizer Um curso em milagres com criação?
Em Um curso em Milagres, a criação não se refere a nada físico e, portanto, não tem nada que ver com a criação
material ou artística. A criação refere-se unicamente ao espírito, e pode definir-se como a soma de todos os Pensamentos
de Deus; infinita, ilimitada, sem começo nem fim. (LE – pII.11.1:1). Cristo, o Filho de Deus, é o termo utilizado, no
Curso, para referir a criação de Deus. Cristo é uno com o Seu Criador e não há nenhum lugar em que o Pai acabe e o
Filho comece (LE – pI.132.12:4). Portanto, embora Deus seja a Primeira Causa e Cristo o Seu Efeito, num céu nãodualista
– o estado de perfeita unidade – não pode haver separação ou distinção entre Criador e criado. Causa e Efeito
são, pois indivisíveis e inseparáveis. Além disso, a criação de Deus tem de comparticipar dos atributos não-dualistas e
não físicos da sua Fonte. Tal como o Criador é perfeito, imutável, espírito informe, vida eterna, amor infinito - íntegro e
unificado dentro de Si Mesmo – também a Sua criação, Cristo, tem de ser igual. Assim sendo, Deus e Cristo não são
corpos, nem entidades físicas e psicológicas com personalidades. Em O que é a Criação?, na Parte II do Livro de Exercícios,
encontramos este belo parágrafo que resume esta questão:
A criação é o oposto a todas as ilusões, porque é a verdade. A criação é o santo Filho de Deus, pois, na criação,
a Sua Vontade é plena em relação ao todo, ao fazer com que cada parte contenha a Totalidade. A inviolabilidade
da sua unidade está garantida para sempre, perenemente a salvo dentro da Sua santa Vontade, e para além de
qualquer possibilidade de prejuízo, separação, imperfeição ou de seja o que for que, de alguma forma, possa
macular a sua impecabilidade (LE–pII.132.11.3).
7) O que quer dizer Um curso em milagres com a criação como um processo?
Uma vez que a criação está fora dos âmbitos temporais e espaciais, o cérebro humano não pode entender este
processo, o qual está condicionado pelos pensamentos de tempo e de espaço. A criação, tal como se entende em Um
curso em milagres, é sinónimo de extensão não-espacial, o «processo» através do qual Deus estende o Seu Ser e o
Seu Amor através de um progressivo fluir do Seu Ser. Este fluir, no entanto, jamais abandona a Sua Mente e, por conseguinte,
jamais está fora Dele. Dado que a criação de Deus – Cristo – compartilha os atributos do Seu Criador, também
Cristo, igualmente, cria o mesmo processo de extensão. Como explica o Curso:
A capacidade de estender-se é um aspecto fundamental de Deus que Ele deu ao Seu Filho. Na criação, Deus
estendeu-se a Si Mesmo até às Suas criações e infundiu-lhes a mesma amorosa Vontade de criar. (T-2.I.1:1-2).
... e se Deus te criou estendendo-se a Si Mesmo até seres o que és, só podes estender-te a ti mesmo tal como
Ele fez. Só a alegria aumenta eternamente, pois a alegria e a eternidade são inseparáveis. Deus estende-se para
fora, para além de todos os limites e para além do tempo, e tu, que és co-criador com Ele, estendes o Seu Reino
eternamente para além de todos os limites. (T-7.I.5:2-4).
As criações do Filho (que serão definidas na próxima pergunta) permanecem dentro da Mente Una de Cristo, tal
como Cristo permanece dentro da Mente Una de Deus. A Unidade, naturalmente, só pode permanecer Una, como expressa
esta passagem tirada do Livro de Exercícios:
Os pensamentos de Deus (Cristo) possuem todo o poder do seu Criador. Pois Ele quer incrementar o Amor estendendo-
se. E, assim, o Seu Filho participa na criação e, portanto, não pode senão compartilhar com o seu Pai
o poder de criar. O que Deus dispôs que seja um eternamente, continuará a ser quando o tempo acabar e não
mudará através do tempo, mas continuará a ser tal como era antes que ter surgido a ideia do tempo (LE–
pII.11.2).
Repito: o que mais adiante se faz referência como o «círculo de criação» não pode ser entendido em termos físicos
nem no que se denomina como criatividade no mundo. Aqui, no mundo, criador e criação estão separados; no Céu são
um – um estado que está para além do nosso entendimento. Os excertos seguintes, retirados do texto, aclaram este
assunto:
O círculo de criação não tem fim. O seu ponto de partida e o seu ponto final são o mesmo, mas, dentro de si, encerra
todo o universo da criação, sem princípio nem fim. (T-28.II.1:6-8).
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A tua função é aumentar o tesouro de Deus criando o teu. A Sua Vontade até ti é a Sua Vontade para ti. Ele não
te negaria a capacidade de criar porque nisso radica a sua alegria. Tu não podes encontrar alegria excepto como
Deus o faz. O seu prazer decorre de te ter criado e Ele estende-te a Sua Paternidade para que tu possas estender-
te tal como ele o fez. Não compreendes isto porque não O compreendes. Ninguém que rejeite a função Dele
poderá entender qual ela é e ninguém pode aceitar a Sua função a menos que saiba o que Ele Mesmo é. (T-
8.VI.6:1-7).
O perdão, o qual, sim, podemos entender, é a nossa função enquanto estamos aqui no mundo, sendo o processo
através do qual aprendemos a aceitar a nossa Identidade como Cristo. É esta aceitação, repito, que nos permite, finalmente,
entender a realidade e o que significa ser tal como Deus nos criou.
8) Quais são as criações de que se fala em Um curso em milagres?
Criações são as extensões não-espaciais, não temporais e não-físicas de Cristo, o qual cria tal como a Sua Fonte.
Como já vimos, a natureza do Amor do Céu é estender-se a si mesma, ao que o curso se refere como o processo de
criação. Uma vez que Cristo é Um com o seu Criador e como Ele em todas as coisas, Ele também estende o seu Amor
em criação, como explicámos na pergunta anterior. São estas extensões do Amor de Cristo aquilo a que Um curso em
milagres chama criações. Para voltar a expor este ponto importante, as nossas criações não têm paralelo com nada
relacionado com o Céu, assim como a criação de Deus, Cristo, não tem paralelo com nada no mundo físico, incluindo o
homo sapiens. Igualmente a nossa função de criar no Céu não tem nada em comum com a actividade que geralmente o
mundo considera como «criativa», tal como a criatividade artística, criar um bebé, ter uma ideia criativa, etc. Como
extensões de Cristo, as criações podem entender-se como sendo parte da Segunda Pessoa da Trindade do curso, os
nosso «filhos», digamos assim, como vemos nestas duas passagens retiradas do Texto:
O único que Deus deseja é o Seu Filho, porque o Seu Filho é o Seu único tesouro. Tu desejas as tuas criações
tal como ele deseja as Suas. As tuas criações são a tua dádiva à Santíssima Trindade, criadas como prova de
agradecimento pela tua própria criação. As tuas criações não te abandonaram, da mesma maneira que tu também
não abandonaste o teu Criador, mas estendem a tua criação da mesma forma que Deus Se estendeu a Si
Mesmo até ti. (T-8.VI.5:1-4).
Às tuas criações compete-lhes estar em ti, da mesma forma que a ti te compete estar em Deus. Tu és parte de
Deus, tal como os teus filhos são parte dos Seus Filhos. Criar é amar. O amor estende-se para fora simplesmente
porque não pode ser contido. Nunca deixa de fluir porque é ilimitado. O amor cria para sempre, ainda que não
no tempo. As criações de Deus sempre existiram porque Ele existe desde sempre. As tuas criações sempre existiram
porque tu só podes criar como Deus cria. A eternidade é tua porque Ele te criou eterno. (T-7.I.3).
De acordo com o uso que Jesus faz da metáfora, por vezes fala-nos das criações de Cristo na linguagem reminescente
dos líderes de equipa e incentiva os Filhos separados a que regressem a casa, tal como nesta passagem:
O Céu aguarda silenciosamente, e as tuas criações estendem as suas mãos para te ajudarem a cruzar e para
que lhes dês as boas-vindas. Pois são elas o que andas à procura. O único que procuras é a tua completude, e
são elas que te completam. (T-16.IV.8:1-3).
9) Se Deus tem um só Filho, porque é que Um curso em milagres utiliza o termo Filhos de Deus?
Muitas vezes Jesus utiliza o plural para se dirigir aos filhos de Deus, aqueles que estão separados e são imensos.
Este é outro exemplo do uso flexível que Jesus faz da linguagem para poder aproximar-se dos seus alunos num nível
de separação ou de dualidade que eles possam aceitar e entender. Isto, todavia, não deve ser entendido no sentido em
que há individualidade e dualidade no Céu. Na realidade, como Um curso em Milagres afirma repetidamente, só pode
haver um Filho, dado que a Unidade só pode criar Unidade, e a multiplicidade não pode originar-se da Unidade. Isto é
ressaltado nestas importantes passagens do Texto e do Livro de Exercícios:
Deve observar-se com especial atenção que Deus só tem um Filho. Se todas as criações de Deus são os Filhos
Seus, cada uma delas tem de ser parte integral de toda a Filiação. A Filiação, na sua unicidade, transcende a
soma das partes. (T -2.VII.6:1-3).
7
Nós, os Filhos de Deus, somos a criação. Parece-nos estar separados e não sermos conscientes da nossa eterna
unidade com Ele. No entanto, além de todas as nossas dúvidas e muito para além de todos os nosso medos,
ainda há a certeza, pois o Amor jamais abandona os Seus Pensamentos, e eles compartilham a Sua certeza. A
lembrança de Deus encontra-se nas nossas mentes santas, que são conscientes da sua unicidade e da sua união
com o seu Criador. (LE-pIl.ll.4:1-5).
Portanto, o termo Filhos de Deus é utilizado por conveniência quando Jesus se dirige aos seus alunos tal como eles
crêem que são. Por outro lado, Filho de Deus, é um termo que se utiliza para referir que somos verdadeiramente como
Cristo, a Identidade da Unidade para a qual despertaremos depois que o nosso sonho de multiplicidade tiver sido desfeito.
10) Porque é que Um curso em milagres utiliza o género masculino quando se refere à Trindade?
Jesus era machista?
Não, Jesus não é machista, tal como Helen Schucman, a pessoa recebeu o Curso, não «atraiçoou» o seu género.
Com efeito, Um curso em milagres está escrito, linguisticamente, dentro da tradição judaico-cristã dominada pelo «masculino
», e utiliza a linguagem bíblica patriarcal na qual se baseia esta tradição. Em consequência, o Curso molda-se a
esta cultura religiosa ao utilizar termos relacionados com a Trindade, os quais são exclusivamente masculinos. Deve
entender-se, no entanto, que a Trindade não é masculina nem feminina, e que o Santíssimo, dado que não criou corpos,
não conhece, obviamente, os géneros. Este ponto é um testemunho adicional (os outros estão da pergunta 4) da
diferença entre o Deus bíblico e o Deus de Um curso em milagres. Jesus fala do uso que ele próprio faz desta linguagem
com conotação egoísta:
Este curso opera dentro do quadro de referências do ego, pois é aí que é preciso. (...) Serve-se de palavras, as
quais são simbólicas e não podem expressar o que se encontra para além de qualquer símbolo. (ET-in.3:1,3).
E, deste modo, torna-se evidente que, ao utilizar esta linguagem masculina, o significado do Curso radica noutro
lado. Se é certo que a forma das palavras do Curso é igual à da tradição ocidental de há 2.500 anos, o seu conteúdo é
exactamente o oposto. Isto é um bom exemplo do princípio, enunciado duas vezes no Texto, de que o Espírito Santo
não nos tira as nossas relações especiais (a forma), mas transforma-as ao mudar o seu propósito (o conteúdo). (T-
17.IV.2:3-6; T-18.II.6).
O leitor tem, portanto, uma excelente oportunidade para praticar o perdão permitindo que, mediante a linguagem
«sexista» do Curso, alguns pensamentos de julgamento inconscientes surjam na sua consciência de forma a poderem
ser encarados distintamente com a ajuda do Espírito Santo. Assim, uma relação de ódio especial (ou de amor especial)
com as autoridades patriarcais - religiosas ou seculares - pode ser transformada numa relação santa, a partir do momento
em que passa a ter como propósito o perdão e a paz, em vez do julgamento e do ataque.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao uso que o Curso faz do termo - Filho de Deus.
Durante 2000 anos este termo foi utilizado pela teologia cristã para referir unicamente Jesus, o único Filho engendrado
pelo Deus bíblico, e a Segunda Pessoa da Trindade. (Acrescente-se que este «especialismo» de Jesus foi acentuado
por S. Paulo ao relegar o resto da humanidade para a posição de «filhos adoptivos» de Deus (Gálatas 4:4).) Todavia,
Jesus, em Um curso em milagres, utiliza este mesmo termo - o qual havia excluído, até aos nossos dias, todas
as criaturas excepto ele - para afirmar que é igual a todos nós. Assim, em Um curso em milagres, o termo refere-se a
toda a humanidade: os filhos de Deus que, por ainda crêem que são corpos e que estão separados da sua Fonte,
acreditam serem diferentes Dele.
Mais especificamente, ainda, o termo - Filho de Deus - é usado para referir os estudantes que lêem e estudam Um
curso em milagres, um uso que é claramente expressado, independentemente de serem masculinos ou femininos.
Este termo é, pois, usado deliberadamente para corrigir 2000 daquilo que Um curso em milagres vê como uma distorção
feita pelo cristianismo da mensagem básica de Jesus, neste caso a perfeita unidade e igualdade da Filiação de
Deus. Neste sentido, Jesus apresenta-se a si mesmo, no Curso, sem qualquer diferença que o distinga de nós, na realidade
(na eternidade, em Deus), ainda que certamente, no tempo, ele seja muito diferente. Por conseguinte, o termo -
Filho de Deus - que se aplicava unicamente a Jesus, passa a ser aplicado a todos nós.
Este termo também é utilizado para referir Cristo, a criação de Deus prévia à separação, o Seu Único Filho. Ou seja,
vemos o uso da mesma forma usada pelo cristianismo tradicional, mas com um conteúdo totalmente diferente.
Filho de Deus pode ainda ser entendido como sinónimo de criatura, um termo que o Curso também utiliza com frequência.
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A reinterpretação de - Filho de Deus –, de exclusiva a totalmente inclusiva, é essencial no sistema de pensamento
do Curso. E, devido à função que Jesus dá a este termo, os estudantes - sejam homens ou mulheres - devem precaverse
contra a tentação de mudar a linguagem «ofensiva» do Curso. Se bem que fazer isso seja compreensivo, serve
apenas para boicotar um dos princípios pedagógicos de Jesus. De facto, seria mais condicente com os ensinamentos
de Um curso em milagres deixarmos a forma nele utilizada tal como está e mudarmos, nós, a nossa forma de pensar
em relação a isso. Vem, a propósito, parafrasear uma famosa linha do Texto:
Não trates, portanto, de alterar o curso; melhor será alterares a mentalidade acerca dele. (T-21-in.1:7)
Assim, posto que a forma do Curso não será alterada, os estudantes beneficiariam se utilizassem as suas reacções
como uma sala de aula na qual pudessem aprender a perdoar, não só a Jesus (por ter utilizado uma linguagem machista),
a Helen (por tê-la transcrito tal como a recebeu), ou a Um curso em milagres em si mesmo, mas também a todos
aqueles que, no passado (ou no presente) se deram conta da forma como, eles mesmos, e outros, foram tratados injustamente.
Uma nota final sobre a linguagem masculina do Curso: uma vez que o ensinamento central de Um curso em milagres
é o de que não somos corpos - e, portanto, os membros da Santíssima Trindade também não são tal - o assunto é,
simplesmente, uma questão de estilo.""".


Penso que o texto passou todo.
Reflecte a minha actual posição espiritual e constotui uma mensagem que desejo transmitir a todos os que por aqui deambulam, à procura de algo, que eles próprios, nem sempre sabem bem o que seja.
Procura , que enconrarás.
A FONTE é um Espanto de AMOR INFINITO.

DAQUI.... EU SOU !!! aaa

28 janeiro, 2008 23:34  
Anonymous Anónimo said...

Li em diagonal o extenso texto de aaa que, indiscutivelmente reflete um matéria profundamente elaborada pelo autor. Por ser longa perde em conteúdo susceptível de ser apreendido. Provocou-me meditação e ela aqui vai.
Estamos salvos e salvos ficaremos se quisermos. Achei divinal a frase "Quando a vontade de uma criatura e a do pai são uma só, o acordo perfeito entre elas é o céu". Uma profundidade sem limites. Esta outra: "A vida é espírito: não material, não dualista e eterna". Quando acompanhamos um familiar à terra damos-lhe todo o sentido. E esta outra: "Só há uma vida e essa é a vida que eu compartilho com Deus" ou então, para terminar: "a tua função é aumentar o tesouro de Deus criando o teu". Em termos estruturais e de análise de Deus, não tenho competência de análise. Em termos estritamente religiosos, devo relembrar duas coisas, estribando-me para o efeito em Anselmo Borges, “O Ateísmo de Deus” (Expresso 22 de Dezembro de 2007):
1.O futuro das religiões é interessarem-se pela dignidade humana, a única causa de Deus. Por isso ele é ateu, por isso não há lugar para outros deuses por não fazer sentido. 2. No juízo final, Mateus 25,quando se refere à realidade última da pessoa e da história, não se perguntará por actos religiosos, por actos de culto, mas sim por coisas corpóreas, materiais:"Deste-me de comer, foste visitar-me à cadeia, vestiste-me." Portanto, a relação do crente com Deus só se torna autêntica se efectivamente for uma dignificação de todos os seres humanos. O cristianismo e todas as religiões só têm futuro se, a partir da entrega confiada ao mistério de Deus, se colocarem ao serviço da humanidade e da salvaguarda da criação. No "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" até a criação global vem inscrita.
Concluindo, belo texto, na minha leitura, desfocado do objecto, por omissão, que lhe daria consistência e que em qualquer religião se chama de irmão. Bem haja, aaa. j dias

29 janeiro, 2008 00:31  
Anonymous Anónimo said...

Gostei da análise sobre o texto, que li "de passagem", por ser extenso.
Penso que a hierarquia católica devia meditar sobre questões tão simples como estas, mas que elá só baralha.
Faz-me lembrar o que se diz sobre os advogados (sem ofensa), se uma coisa está simples, chama-se um advogado que ela fica complicada...
Continuem que estou a gostar.
Embora já tenha colaborado, de maneira simplista, em tudo o que acima se tem escrito, não me importo de, modestamente, ir contribuindo... sempre.
Saudações

29 janeiro, 2008 13:48  
Anonymous Anónimo said...

Não posso deixar sem o devido relevo o texto pessoal de aaa que introduz o grande texto e que, em minha opinião, merece ser realçado e que transcrevo para que se relembre: "gostava de manifestar a minha satisfação profunda e o divino gozo que me dá o aparecimento de "despertados e acordados" na "nossa praça"... Tenho para mim que começa a aparecer uma nova mentalidade nesta terra dos homens, uma nova humanidade nascente, com um sentido do divino e do cósmico, muito próprio e muito mais aproximado da "Realidade" do que a anterior formação e informação. Quero dizer na minha que, depois de milénios de engano desta humanidade, começa a perceber-se que, durante milhares de anos, os homens se aproveitaram dos ensinamentos de que foram alvo, para seu proveito próprio, induzindo nos pobres incautos, sentimentos de medo, de culpa, de carência e outros sentimentos funestos e falsos, com objectivos muito pouco claros e, sempre, destrutivos da natureza divina do homem incarnado." Um blog personalizado fala-me mais. Para mim a natureza divina do homem incarnado só pode ser Jesus... e os medos e usurpação, é verdade, mas merecem uma saudação tantos milhões de milhões que amaram como Jesus amou e assim fizeram salvação.

29 janeiro, 2008 23:34  
Anonymous Anónimo said...

Elites, elites ........ ....... ....
Há dias lancei aqui a ideia de que somos efectivamente uma elite. Não vi ninguém pegar na deixa...mas somos um elite indiscutivelmente. Isto é, somos um pequeno grupo com certo tipo de características que partilhamos em maior ou menor grau. Senão vejamos: alguma semelhança cultural (valores) nas famílias donde somos originários, alguma prática religiosa semelhante, em crianças, alguma formação de conhecimentos e valores comum etc. AAAcarmelitas teve desde sempre o condão de nos aglutinar precisamente por essas características mínimas de algo em comum. Os pontos altos foram sempre os convívios e mais recentemente os encontros dos cinquentenários, a existência como aaacarmelitas, vínculo, Blog, a troca de opiniões, e ainda a alma grande que sempre emerge em todas estas circunstâncias e nos faz parte mais activa na sociedade. Uma elite, neste caso, só tem razão de existir se for criadora de mais valia social. É por isso mesmo que somos elite, porque indiscutivelmente aportamos a esta sociedade em que nos integramos uma inegualável mais valia social ao veicularmos valores evangélicos, que mesmo não sendo, hoje, crentes levamos interiorizados e emergem sem nos darmos por isso. Haverá entre nós alguém que não ame, que uma vez ou outra não seja solidário, que não empreste algum do seu tempo a uma boa causa? Por isso somos elite, porque esses valores são intrínsecos e são prática. Bem haja elite dos aaaacarmelitas. As sociedades precisam de elites como do pão para a boca. Sem elites tudo se esvai.

30 janeiro, 2008 00:09  
Anonymous Anónimo said...

F. que agora foi demais! Elites? Nós? Não tarda muito somos dos tais 12 000 assinalados do Apocalipse, ou os Santos dos Últimos Dias, ou os 40 sábios, guardiães de papiros que contêm toda a verdade, como é referido no texto que provocou um verdadeiro turbilhão de fé neste blog dos aaa. Ainda acabam por transformar aaa em AH! HA! HA!

30 janeiro, 2008 09:18  
Anonymous Anónimo said...

Penso que o nosso amigo Jorge usou o termo elite como met�fora, que at� se compreende. N�o entendo, por isso mesmo, que, de maneira abrupta, um an�nimo qualquer, que at� pode discordar, ridicularize uma forma de pensar. O mundo � muito grande e tamb�m � grande de ideias que, desde que n�o sejam ponto de partida para mal de outros, podem se explanadas e discutidas sadiamente.
Usemos determinadas palavras para outras circunst�ncias e saibamos ser humildes se n�o conseguimos atingir aquilo que nos pretendem dizer.

30 janeiro, 2008 18:14  
Anonymous Anónimo said...

Metáfora, aquilo? E o burro sou eu, que "não consigo atingir aquilo que nos pretendem dizer"? Penso que o meu ex-confrade Jorge não precisa que o defendam. Além disso, meu caro irmão anónimo, o Jorge lançou o desafio das elites, provocando uma reação. Como ninguém pegou na deixa, voltou à carga. E foi aí que eu fiquei f. E vem-me o senhor com essa da metáfora! Só leu os textos do Jorge na diagonal, `Marcelo Rebelo de Sousa". Volte a ler e descubra-me lá a metáfora.

30 janeiro, 2008 23:23  
Anonymous Anónimo said...

Gostava de perceber se o confrade era de frade, frei, irmão professo ou não. Quanto ao texto das elites, não, não, não é metáfora. É mesmo termilogia da sociologia: ELITE. Mas compreendo compreendo quem quer que não seja, da mesma maneira que compreendo quem entende que é metáfora, mas não é. Só que nenhuma dessas reflexões, nem a minha, que acho que aaacarmelitas é uma elite, altera o que quer que seja em relação à nossa associação. Mas já agora alguém me sabe dizer, afinal, o que é que somos? Todo e qualquer grupo que defenda de forma continuada um qualquer valor, neste caso, por exemplo o da amizade, e o defenda de forma organizada e alguma continuidade, e de forma diferente da sociedade maior em que se integra, senão é uma elite, em termos sociológicos, então o que é? Sei que podem-se fazer conotações com outras realidades,porque há elites que defendem "invalores", mas por mim não conoto com mais nada. Apenas busco o conteudo da nossa associação. Em abordagem sociológica, a Ordem do Carmo é uma elite, a ordem dominicana é uma elite, os jesuitas são uma elite, a ordem terceira carmelita é uma elite, os franciscanos são uma elite, os cursos de cristandade são uma elite, os romeiros em São Miguel são uma elite, os Lyons são uma elite, etc....Mas, nada de confusões, e isto é apenas e só um blog de boa disposição e algumas ideias. Se dei a deixa e a ela voltei é porque poderia unir... se entendem que não, muito bem. Por mim sempre prefiro entender racionalmente as coisas porque me apaixono e que unem um grupo razoavelmente grande de pessoas tão interessantes.O que será este interessante que temos? De resto aprendi esse dom da iniciativa da intelecção das coisas no Semminário. Todavia, entendamo-nos, o que importa é a aaacarmelitas... diria a sabedoria do rei Salomão. Para quem sugeriu tratar-se de uma metáfora, devo salientar que há pessoas que têm um extraordinário poder e disponibilidade mental de tudo fazerem para unir. Sempre aplaudo e gratifico na minha roda o esforço lúcido de entendimento.Obrigado ao anónimo. Peço desculpa se o induzi em erro. Vem aí o Carnaval... sexta-feira pela noite começo a celebrar na rua com os grupos corais, Nossa Senhora das Candeias, cantando-a nas estrelas do céu. Por aqui, ao mesmo tempo, começa o carnaval nos salões, onde todos os estratos sociais, em traje de festa se entregam a animadas danças pela noite fora. Só se diverte quem diverte, e divertindo-nos fazemos salvação.

31 janeiro, 2008 01:50  
Anonymous Anónimo said...

Na realidade nunca pretendi dividir as pessoas. Ao contrário, sou uma pessoa daquelas que não se importam com raças, cores de pele, políticas ou religiões, quando se trata de manter amizades e de as fomentar ou de acabar com querelas.
Mantenho o que disse.
A explicação do Jorge tem a lógica que ele deu ao que escreveu.
E o que eu quis dizer é que para mim, nós não somos uma elite no sentido puro da palavra; não somos os melhores, comparativamente; embora sejamos os melhores na aaa pois não há outra aaa, e aqui está a elite.
Não pretendi, ao contrário do que o anónimo pareceu querer fazer passar, criar qualquer clivagem; não defendi, no verdadeiro sentido do termo, ninguém em particular; digamos que defendi o texto, segundo a minha óptica.
A bagagem académica do Jorge é suficientemente forte para que, neste caso, não necessite de advogado de defesa...
Também não pretendi, de modo algum, subalternizar a interpretação do contestatário.
Tirando a forma mais "agressiva" como entrou no texto, ... tudo bem.
Mas, postas as coisas no seu lugar, fico com uma dúvida: Se não concordamos que a aaa é uma elite - explanados já os dois sentidos - porque motivo os assinalados do apocalipse o hão-de ter sido?...

31 janeiro, 2008 09:56  
Anonymous Anónimo said...

o último comentador dizia a terminar:
"""Mas, postas as coisas no seu lugar, fico com uma dúvida: Se não concordamos que a aaa é uma elite - explanados já os dois sentidos - porque motivo os assinalados do apocalipse o hão-de ter sido?..."""

Eu digo, é porque os assinalados na apocaplipse, não são pessoas, mas capacidades mentais expandidas na sua máxima potencialidade; sendo que o ser humano tem 12 faculdades, quando elas se expandem na sua máxima potencialidade, então podemos dizer, que elas são as tais 144 assinaladas.[(Eu não aceito a interpretação tradicional do apocalipse)tá?]...aaa

31 janeiro, 2008 11:03  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge e aaa anonimo, continuando a não poder ver o termo elite colado à aaa e não concordar nem um pouco com a interpretação apocaliptica do anonimo aaa retiro o F. Pode parecer uma grosseria ( e é) mas eu até estava bem disposto e saiu-me no calor da intervenção. E como estivemos tanto tempo sem dizer pecados, às vezes parece que queremos compensar. Tolices, Jorge. E já agora posso satisfazer a tua curiosidade: Fui professo, estive contigo na Falperra, em Fatima e no Lumiar. Até no teu apartamento, já estavas casado. Continuei ainda frade mais uns tempos, estudante no ISET.
Aproveito também para recomendar ao anonimo aaa que diz ter uma interpretação propria do Apocalipse, que não vá por esse caminho. Só o estudo aprofundado e especifico nos pode dar uma interpretação aproximada do patrimonio literario que nos legaram. Deve ter ido buscar essa historia das 12 faculdades do ser humano, aos famosos papiros dos 40 sabios guardiães dos mesmos. Ou a algum sapientissimo livro da religião emergente que dá pelo nome de Cientologia. Os seguidores deste novo culto servem-nos uma verdadeira caldeirada de teologias, filosofias e ciência. Muito melhor servidos ficaremos com as tripas servidas pelo Evaristo

31 janeiro, 2008 11:32  
Anonymous Anónimo said...

Pontos de vista e de interpretação, que eu respeito.
Podemos divagar quanto quisermos, que a este respeito ninguém tem a certeza de nada.
Saudações.

31 janeiro, 2008 11:36  
Anonymous Anónimo said...

Olá, olá, olá....Isto está animado...Mas, por mim, não quero ficar de mãos vazias. Voltarei, também às elites,mais sistematicamente, mas não agora, que outros valores se levantam. Todavia, sempre julguei que o F era de fogo, de resto muito comum entre nós que até foi por tempo um apelido que me davam, de qualquer modo, que me lembra inteligência, purificação, luz, talvez para alguns, línguas de fogo, interioridade, universalismo, "universitas", compreensão sem fim e inspiração sem limites. Mas não cheguei lá... Caro confrade, em sentido estricto, de votos, que bonito... Me dirás, um dia, só a mim e ao ouvido, para te poder corresponder em amplexo de IRMÃO o que lá não consegui ser...por falta de maturidade, por parco conhecimento e diminuta tolerância. Aaacarmelitas, seguramente com defeitos, mas tanto mérito, tem, entre outros também este, o de fazer com que o fogo do borralho não se apague. Não quero mesmo ficar em aaacarmelitas de mãos vazias...nem só com a lágrima que andou aqui dependurada.

31 janeiro, 2008 15:49  
Anonymous Anónimo said...

O comentador que andou no ISET, que, pelo que diz, foi confrade do JD, expressa, em tudo o que diz, o pensamento daqueles que, à falta de melhores argumentos, saltam para a desvalorização e rotulagem precipitada daqueles a quem não podem contestar, por falta de saberes adquiridos e de fundamentação científica. Não irei sequer comentar o seu pensar, pois, é próprio do meu estar, respeitar a parcialidade do pensamento de todo o "sendo", enquanto "parte e extensão" do "TODO". Parte e extensão que somos do TODO, cada visão singular do "aparentemente" real, nada mais é que um olhar parcial, logo defeituoso, pois não é o "SER" enquanto "SER", infinito, inominável.
A interpretação que faço dos textos sagrados, baseada como está em documentos que não são do conhecimento do vulgar dos humanos, é uma visão muito minha e pessoal,(e não passa de uma posição individual, como qualquer outra - particular ou institucional) que deixarei de referir dado que não estou interessado em alimentar polémicas inúteis.
Louvo e dá-me gozo que, pelo menos, o meu dizer tenha despertado o interesse de alguns que, até agora, se limitavam a ler o que, por aqui, se vem escrevendo.
Bem hajam! E eu, continuarei a fazer o que sempre fiz: investigação científica. A todos, continuação de boa participação em um blog que me dá um certo gozo pessoal visitar e, desta feita, por vezes, participar. Agora, vou limitar-me a ler e, de quando em vez, escrever, sem provocar.... Alguém disse que os "aaacarmelitas" são uma elite? Sim, um dia explicarei porque é que, para mim, o são. aaa

31 janeiro, 2008 22:28  
Anonymous Anónimo said...

Gosto do que aqui tenho lido.
Vejo, felizmente, que muitos dos meus antigos companheiros tiveram a possibilidade de continuarem a estudar e a valorizarem-se. Parabéns. Infelizmente eu não tive essa possibilidade por falta de meios económicos da minha família. Tive que trabalhar.
Por isso adoro ver aqui as posições que cada um assume e a capacidade de as defender.
A todos, mesmo àqueles que algumas vezes tenho contestado, peço que continuem a enriquecer este cantinho com os vossos saberes. É uma maneira de nos mantermos unidos e de, como é o meu caso, aprendermos sempre mais.
Saudações.

01 fevereiro, 2008 09:50  
Anonymous Anónimo said...

Ora cá vou em mais uma visita aos meus amigos aaacarmelitas e em texto razoavelmente curto para mais e melhor entendimento. E vou voltar, ponto por ponto. Neste texto vou-me referir ao porquê de ter indagado se o confrade era de frei, de irmão. de professo. Pois, é que ao ler aquele seu texto fez-me transportar imediatamente ao Noviciado e a um tempo onde fui tratado a murro e pontapé (sic) pelo Mestre de Noviços e tudo sofri, embora tudo tendo denunciado, sem efeito. Depois o seu texto levou-me também até Fátima, a um tempo de convento onde alguns sempre impuseram um ritmo conventual e mental, apadrinhado por alguns superiores ou até mesmo ao Lumiar, onde piorou, e onde o denominador comum era a não presença do respeito mútuo e até da civilidade, quanto mais de amor da boa nova. Claro que era uma questão de tempo dar no que deu. Quando confirmou a comunhão do mesmo tempo espaço, tudo ficou claro. Mas caríssimo, cresci, amadureci e recuperei a boa nova, que tento espalhar e julgo que sou realizado e feliz. Mas não tenha, confrade, nenhuma ilusão. Não se assuma por mim, contra os que por mim são solidários, porque gosto mesmo de quem me defenda e de quem comigo é solidário. Então não somos gregários? Garanto-lhe que adoro que sejam solidários comigo e me defendam, sejam homens ou mulheres, até gosto de quem tem força muscular e com ela me defenda e já precisei. Gosto também muito de estar com quem sabe, e quando acontece, fico silencioso a ouvir por todo o tempo que tiver, e quando não sei vou à procura do professor até encontrar, porque gosto muito, mesmo muito de aprender. Assim era na minha família e melhorei muito no Seminário. Hoje, mais velho e com muito menos vigor, esforço-me por manter viva essa incrível vontade de nunca querer deixar de aprender, porque o mais verdadeiro em relação ao saber, é mesmo, “Só sei que nada sei”.Afinal, até um ex-frade faz a sua evolução, se quiser, e eu quis, e acontece que hoje soltaram-se-me as amarras do verbo e da relação humana, e, por isso enterrei o adolescente tímido do Noviciado, o jovem,
silencioso e aprendiz de Fátima (da Casa beato Nuno e Instituto Sedes Sapientiae dos Dominicanos) e do Lumiar, dos Franciscanos, para já não falar do escuteiro da Falperra. Hoje, a minha voz é de conciliação, mas sobretudo de esperança, de conhecimento de Jesus (fé), dos saberes dos homens e de amor, como exige a mensagem, mas é também de total denúncia de toda a usurpação, mesmo vinda de um confrade. Por uma questão de civilidade, nas rodas sociais que frequento, não tolero o calão por não ser cívico. A linguagem moderada é sempre geradora de bons entendimentos e resultados profícuos. As desculpas ficaram-lhe muito bem. Jorge dias

01 fevereiro, 2008 16:13  
Anonymous Anónimo said...

Todos não somos demais para fazer o amnhã.
DE UM ALMOÇO ESPECIAL neste Blog em esboço de acta pelo Rosalino Durães repesco para reflexão, matéria de facto,textualmente:
O Fernando Barbosa: “Nos anos 70/77 auge do Seminário do Sameiro”, disse, “havia cerca de 150 seminaristas”. Quando começou a aparecer aos encontros prontificou-se a colaborar com a direcção no sentido de entusiasmar antigos colegas a aparecer, o que deu frutos, disse, até conseguiu juntar cerca de 15 antigos alunos do seu tempo, mas estes começaram a deixar de sentir entusiasmo, pois, “as assembleias eram uma maçada”, “havia sempre quezílias entre os mais antigos”, porque “Direcção fazia”, “mas eles também nada faziam para se melhorar a si mesmos”, “só complicavam e nós, mais novos, começámos a deixar de ter interesse e motivação”, disse, “pelo que, razões para o que corre mal, não sabe; nada de desculpas”.

01 fevereiro, 2008 16:33  
Anonymous Anónimo said...

Ainda não é hoje que volto às elites. Alguns esclarecimentos, na suposição de queram questões que deveria responder e para que não fiqquem em omissão. Primeira questão: A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo dos Santos dos ùltimos dias não é uma elite porque cresceu muito e hoje é uma Igreja com uma grande base social de suporte e os valores que defende perfeitamente implantados. Seguramente que na sua origem foi uma elite. Segunda questão: os 12.000 assinalados do apocalipse tanto quanto me parece, dado que não sou exegeta, por não serem pessoas nem grupo, não são elite. Terceira questão: os quarenta sábios guardiões dos papiros, não conheço. Quarta questão: AH!HA!HA, não sei o que é.Quinta questão: Marcelo Rebelo de Sousa? Nem sou digno de lhe limpar o pó dos sapatos... gosto muito de quem sabe e estuda. Agora vou tomar um café e preparar-me para a festa da N Senhora das candeias... é mesmo já. Obrigado pelo tempo de meditação que me proporcionaram. Louvado seja Deus pelos amigos, as gostosas das nossas companheiras e todos os filhos de Deus.Aleluia. Pela aaacarmelitas, com todo o gosto.

01 fevereiro, 2008 16:52  
Anonymous Anónimo said...

Na festa de Nossa Senhora das Candeias reza-lhe uma Avé Maria pelos teus amigos: que tenhamos sempre as candeias do amor e da amizade na nossa frente.....
Saudações.

01 fevereiro, 2008 17:09  
Anonymous Anónimo said...

Podia fazê-lo, mas não devo. Cada coisa tem o seu lugar. Avé Maria, hoje, não vai vir a propósito, farei melhor com tantas e lindas cantigas: "Hoje é véspera das Estrelas, amanhã é o seu dia, cantam os anjos no céu, com prazer e alegria", "Saudemos as estrelas, Neste tão alegre dia, Por vermos em todas elas, A imagem de Maria", "Nossa Senhora da estrela, Cheia de graça e de luz, É a rainha mais bela, Por ser a mãe de Jesus" e para vós que visitais o Blog "Vai a minha saudação, com boas graças e louvores, E um adeus do coração, Às senhoras e senhores". Hoje, estrelas, Nossa Senhora das Candeias...rua, cantar no "down town", vulgo, baixa - São Miguel, Açores.

01 fevereiro, 2008 18:18  
Anonymous Anónimo said...

vou intervir neste colóquio uma só vez para dizer, coloquem um ponto final neste espiritismo, tudo já vai muito longe e coloquem um pouco mais de espiritualismo para que todos vos entendam. Porque não fazermos uma meditação de outra forma e mais séria? todos já vos entenderam e não é preciso mais. para onde quereis ir?....
basta!
já agora como vamos de eleições?
Rosalino

02 fevereiro, 2008 21:33  
Anonymous Anónimo said...

Olá, olá, olá,...
aaacarmelitas é uma pérola de que muitos gostam muito.
O blog é por natureza espaço de opinião ou então não é. Se a direção de aaacarmelitas não concordar fará o que entender para parametrizar as intervenções. Acresce que quando refiro a palavra meditação nos meus comentários é porque ela ocorreu por inspiração do Blog e é seria e fico grato por a terem provocado. A forma pode ser outra..., seguramente.Cultivo uma espiritualidade cristã, onde há espaço para nuances sem fim, veja-se as intituições que gerou em vinte séculos. Fica-me a dúvida se posso tratá-lo por Caro Rosalino. Mas arrisco. Para onde quero ir, ando a ver se descubro..., seguramente para os irmãos e por eles para Deus, mas com todos calados vai ser mais difícil. Quanto às eleições estou convencido que vai aparecer gente suficiente e boa, que é o que somos, porque a aaacarmelitas é uma pérola de que muitos gostam muito e eu também. Devo aliás dizer que este Blog, e inclusive a sua reportagem às origens, me "transportou a espaços de imaginação e mistério", razão do premio Bobel da literatura para Saramago, pelo que a todos, reconfortado, agradeço. A prova está à vista, até no seu comentário. Ignoro mesmo quem é o anónimo que com o seu comentário me fez mergulhar na origens, mas acredite que mergulhei mesmo e de cara molhada. No meu ponto de vista, a tolerância no blog e na aaacarmelias (reuniões, encontros, convívios, assembleias, etc) será sempre factor de inclusão. Que coisa de linda tantos a expressarem-se..., no fundo a fazermos a história do Seminário Missionário Carmelita, a procurar saber o que fomos, somos e vislumbrar o que seremos. Pode haver coisa mais interessante para a nossa associação? Basta, foi muitas vezes a palavra de ordem dos nossos educadores no Seminário para parar conversas de crianças ou infantilidades e por isso nos deram uma formação, boa, sem dúvida, mas geradora de individualismmo, contra o qual me vejo obrigado a lutar cada minuto que viva. Basta, é uma ausência,não gera nada.O que gera e salva é a liberdade e só a liberdade.Isto eu quero para todos e para mim. Mudando de assunto e a propósito de eleições, quem tem uma cópia dos Estatutos que me pudesse facultar (jorge23dias@sapo.pt). Já agora mais um pedido: alguém por aí tem a música do Flos Carmeli ou conhece algum site onde possa pegar? Por aaacarmelitas e seus membros, com todo gosto.

03 fevereiro, 2008 02:15  
Anonymous Anónimo said...

São Paulo apóstolo aos Coríntios:

Considerai vós mesmos, irmãos, como fostes chamados por Deus. Pois entre vós não há muitos sábios de sabedoria humana nem muitos poderosos nem muitos nobres.
Na verdade, Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, para assim confundir os sábios; Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele.
É graças a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação, para que, como está escrito, "quem se gloria, glorie-se no Senhor".

03 fevereiro, 2008 11:27  
Anonymous Anónimo said...

Deus. - Maravilhosa e infinita inteligência

Ó Deus! que sois o Eterno Pensamento,
A Vontade Suprema, o Movimento,
Por excelência – a Ação!
Que sois a Fonte donde jorra a Vida,
Que sois o Ignoto Ponto de Partida
De toda a Criação!
Deus! Pai Augusto e Bom dos Universos!
Aceitai minha prece nestes versos,
A minha adoração!
Que a pobre lira se estremece e humilha,
Quando a minha’alma, ó Pai! – a vossa filha,
Entoa esta canção!
Desde a ameba perdida pelos mares,
Desde o inseto que plaina pelos ares,
Velais por mim, Senhor!
E pelo tempo em fora vos buscando,
Hei-de ir chorando e rindo e me arrastando,
Empós do Vosso Amor!
Vossa grandeza imensa não me esmaga!
Vossa destra potente e amiga afaga
O vosso filho, ó Deus!
E eu me estremeço e canto delirante,
Quando vos fito a sós, por um instante,
Do val dos prantos meus!
O’ Deus! O’ Pai! O’ Vida! O’ Amor Eterno!
Sede bendito, pois! Eu me prosterno
Perante Vós – ó Luz!
Dai-me coragem, Pai, para buscar-Vos!
Dai-me forças e fé para encontrar-Vos
Nos passos de Jesus!

SANT’ ANNA, Hernani T. Canções do Alvorecer

partilha de:
Rosalino

03 fevereiro, 2008 11:41  
Anonymous Anónimo said...

Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio. (Provérbio indiano)

03 fevereiro, 2008 11:47  
Anonymous Anónimo said...

Em Domingo do tempo comum, que celebra as Bem Aventuranças do mandamento novo por oposição ao de Moisés no Sinai, percebi hoje melhor uma frase que era refrão do salmo e primeira bem-aventurança: "felizes os pobres que o são no seu íntimo porque deles é o reino dos céus". Sempre novidades na palavra.E isto introduz-me ao provérebio indiano, próprio de uma sociedade segmentada em diferentes extractos sociais e não intercomunicáveis entre si. Na Bíblia da nossa fé e conhecimento, palavra tem lugar central, não fora a Bíblia toda ela palavra, de tal maneira que "no princípio era o verbo e o verbo era Deus". Verbo é palavra. As palavras sempre que não ofendam o outro são sempre melhores que o silêncio. As palavras são ser e não têm que ser sempre de sabedoria, podem ser libertárias (catárticas), podem ser de sondagem, podem ser de exclamação, comunicação ou simplesmente serem porque apetece a qualquer mortal dizê-las. A passagem do ar pelas cordas vocais com produção de som ou escritas, são libertadoras de adrenalina e calmantes. Gostei da partilha de SANT´ANNA, mas faz parte de um tempo em que os cristãos católicos se desviaram dos irmãos e sem estes, Jesus estará lá? Não conheço Canções do alvorecer. A julgar pelo que leio há quem acolha conforto para a sua existência nesta abordagem. Por mim, deixei de ver Deus onde não vejo irmãos. A carta aos Corintios tem um tempo e um lugar exacto onde se integra e é deveras fabulosa. Mas nada de leituras radicais porque senão nada fica de pé nesta comunidade de fé. Aleluia

03 fevereiro, 2008 16:24  
Anonymous Anónimo said...

Passei a utilizar o pseudonimo ARIMO para de alguma forma ultrapassar o anonimato generalizado que grassa por este blog. Já agora façam todos os anonimos a mesma coisa para saber quem responde a quem.
Eu não posso deixar de responder ao anonimo que me classificou de indigente intelectual " por nao entender aquilo que me querem dizer" ou "por falta de saberes adquiridos e falta de fundamentação cientifica". Ou seja, chama-me burro duas vezes o que, traduzido em números, dá burro ao quadrado. Eu contestara a ideia expressa pelo Jorge de sermos uma elite e a interpretação, no mínimo abusiva, de uma passagem do Apocalipse. Contestei ideias, não ataquei pessoas. Fi-lo de uma forma um tanto desabrida, é certo, ireverente, talvez, mas não acusei nenhum dos colegas aaa de menoridade mental ou falta de preparação académica. Mas já esqueci e não estou nem um pouco ressentido. Mas volto a contestar com veemencia a interpretação estapafúrdia do Apocalipse e as tal ideia de que somos uma elite.
Temos que ser rigorosos tanto quanto possivel na abordagem de qualquer documento historico, seja sagrado ou profano e não fazer com que o texto diga aquilo que nós queremos que ele diga, pois seria isto torcer o texto e não interpretar o texto. Pelos vistos, o aaa anonimo não fez tal interpretação de ânimo leve. Não senhor. Justiça lhe seja feita! Diz ele: " A interpretação que faço dos textos sagrados, baseada como está em documentos que não são do conhecimento do VULGAR DOS HUMANOS"... Confesso que não esperava ouvir tamanho dislate no dealbar do seculo XXI. É que este mesmo aaa anónimo acabara de falar em "fundamentação científica". Não vejo como conciliar conhecimentos baseados em documentos inacessiveis aos pobres terráqueos com fundamentação cientifica, que é meio o vulgarissimo e humanissimo de aquirir e acumnular conhecimentos. Agora percebo o entusiasmo à volta de papiros secretos na posse exclusiva de 40 sábios e que não podem ser revelados sob pena de provocarem um terramoto capaz de rebentar com as escalas sísmicas. Ponho à consideração de quem ler esta minha interveção a seguinte passagem do Evangelho e que vou citar de cor: Não se acende uma lâmpada para a colocar debaixo de um alqueire, mas num lugar bem alto para que ilumine toda a casa. Assim fez Arquimedes quando soltou o seu famoso "EUREKA!", assim fez Galileu no seu desabafo inconformada "MAS ELA MOVE-SE". A partilha do conhecimento é um verdadeiro anuncio de salvação, nestes dias que vivemos. O secretismo de grupos, que a si próprios se que julgam priviligiados - já agora desde o ventre de sua mãe- foi, em cada época, o recurso de vigaristas, charlatães pregadores alucinados. A tendêcia para constituição de elites está na senda desses secretismos priviligiados

03 fevereiro, 2008 23:23  
Anonymous Anónimo said...

Em tempo:
Peço desculpa por algumas gralhas no texto, escrito ao correr da pena... P.F. leiam na posse de sábios há 40 anos; o meio vulgaríssimo; privilegiados; e pregadores alucinados.

04 fevereiro, 2008 12:29  
Anonymous Anónimo said...

Exmº Sr. ARIMO
Se, na minha reacção ao seu primeiro comentário, viu agressão pessoal,peço me desculpe e releve tal facto, pois nunca foi intenção minha agredir ou ser inconveniente, seja para quem for.
Creia que nunca mais terá ocasião
receber ou ser objecto de qualquer
comentário meu. Esta é a minha última intervenção neste espaço.
Apresento-lhe os meus respeitosos
cumprimentos. aaa

04 fevereiro, 2008 14:43  
Anonymous Anónimo said...

Eu sou Galileu, filho do senhor Galileu, meu pai, e, já tinha decidido ser, quando arimo escreveu "mas ela move-se". Eu julgava que era erro derivado da
palavra anónimo. Me perdoa... Mas não desistam... agora é que a temperatura deu de si. Então, julgavam que era só ter opinião? Defendam-na. Temos tanto trabalho: "Longa restat tibi via, Elias"... Lembram-se? Então não sabiam? A história sempre se repete em alguns dos seus conteudos. Lembram-se do que me aconteceu? O que eu passei e escapei por uma unha negra. A terra é redonda, "mas não é"..., anda à volta do sol, "mas não gira nem anda". Constitua-se, pois, por Decreto do Exmo substituto do milionésimo substituto do único guardião, o tribunal da Santa Inquisição para que este tribunal determine a condenação à morte pelo fogo purificador das diferentes formas de pensar diferentemente do pensamento único do miliosésimo primeiro pensador substituto, guardião do pensamento e projecto de Nosso Senhor Jesus Cristo para o mundo passado, presente e futuro. aSSASSINADO. aSSASSINATURA, ilegivelmente anónima. P.S. de Galileu galilei: e assim aSSASSINANDO me safei, por pouco, que a inteligência também é para isto.

04 fevereiro, 2008 16:12  
Anonymous Anónimo said...

Aaacarmelitas é uma pérola de que muitos gostam muito.
Então ninguém tem por aí os Estatutos da Associação? E a música do "Flos Carmeli" e daquele salmo tipicamente carmelitano? Anda tudo a dar água sem caneco? Não posso crer!...

04 fevereiro, 2008 16:25  
Anonymous Anónimo said...

Caros amigos, quando tudo está animado e a esclarecer as mentes, não posso conceber a palavra BASTA nem a ideia de que alguém com bases para discutir esclarecendo, se dê ao luxo de dizer que não intervem mais...
Por favor, todos não somos de mais para colocarmos as ideias em ordem e retirarmos de quem mais sabe alguns ensinamentos que só nos enriquecem.
Ao Jorge quero dizer que tenho a música do FLOS CARMELI e que lha.
vou enviar.
JMoreira

04 fevereiro, 2008 18:59  
Anonymous Anónimo said...

Oi ! Amigos Rosa Maria e Zé e todos os demais escribas de pensamento livre e outros dadores de água sem caneco. Quando abri os comentários até se me soltou a adrenalina. Miro o último comentário e, desfigurado, leio Rosa Moreira. E logo pensei, donde me é dado que venha a mim esta “Flos Carmeli”! O reset esmoreceu-me. Mas fico pensando que era uma pré-figuração bíblica. O que é isso? Deus sempre anunciava antes para que o Seu povo fosse contando. Isto quer dizer que a Rosa Maria, aqui, como no almoço especial do Sameiro, está desafiada a comentar neste Blog. Isto só de machos é um desíquilibrio. Obrigadíssimo pela música. Não é que ando incorrigível com esta música e letra de São Simão Stock? Além de que tenho no Brasil alguém a quem prometi que arranjava a música. Breve nos veremos para me contagiar com a vossa alegria. Viva a vossa água e canecão. Somos muitos, e porque não? Afinal quem não gosta de uma pérola, de uma “Flos Carmeli” como a aaacarmelitas? Bênçãos.

05 fevereiro, 2008 00:24  
Anonymous Anónimo said...

Eu sou Galileo Galilei
Grande elogio póstumo recebi do meu discípulo e amicíssimo Vincenzo Viviani quando, após a minha morte, com 78 anos de idade de mim disse:
“Deus chamou-o para que lhe fizesse admirar de perto todas aquelas maravilhas que com tanta avidez tinha procurado ver no decorrer da vida”, no original:” Dio lo ha chiamato per fargli ammirare da vicino tutte quelle meraviglie che con tanta avididità aveva cercato di vedere nel corso della vita”.
O Evangelista Torricelli também era um bom discípulo e grande amigo. Ajudaram-me muito os dois porque nos últimos anos da minha vida fiquei cego e eles foram os meus olhos. Bons amigos. Bons bocados para desabafar das perseguições daquele cardeal Bellarmino, o mesmo que tinha perseguido até ao fim Giordano Bruno e outros pensadores, no original, “altri pensatori”. Por aí é carnaval? Aqui no céu é todos os dias. Volto, estejam descansados. Mas se não voltar, pensem. Mas não morram ainda pelo pensamento porque senão deixam de pensar. Com Deus é bom, mas cada coisa no seu lugar. “Eppur si muove”.

05 fevereiro, 2008 03:13  
Anonymous Anónimo said...

Caro aaa Kosmos
Acredite que nem uma réstea de ressentimento me ficou. E eu não costumo esconder os meus sentimentos só para agradar. Por vezes exagero e acaba por sair tolice. Mas de poeta e louco todos temos um pouco. Lamento que desista da troca de impressões. Ainda agora começáramos. Mas se for embora deixo-lhe uma sugestão de leitura e que tem a ver com o pseudónimo que escolheu para o blog (não) vai deixar: O TECIDO DO COSMOS - de BRIAN GREEENE. É um pouco caro. Verá que valeu a pena o esforço financeiro.
Um abraço do ARIMO

05 fevereiro, 2008 11:01  
Anonymous Anónimo said...

Ao passar por aqui, reparei no seu comment. Agradeço a sugestão, apesar de esse autor já pertencer ao grupo dos que leio habitualmente. Eu terminei, de facto, a minha participação neste espaço. Os meus cumprimentos. ex-aaa

05 fevereiro, 2008 11:20  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Zé Moreira
Tantas vezes tenho passado por " Marrancos terra de encantos" como gostavas de dizer, vaidoso, do teu torrão natal. Ia a caminho de Braga, desde a minha aldeia de Barcelos, e transportava a minha mãe velhinha de 90 anos que residia com a filha freira, no Colégio de São Victor, das irmãs do Sagrado Coração de Maria. Podes não acreditar mas lembrava-me sempre daquela frase, que repetias aé à exaustão (é um exagero). Vejo-te agora a intervir neste blog e apelar aos intervenientes que não desistam à primeira contrariedade. E é bom que não desistam porque vou continuar a "bater". Que querem que eu faça? O Jorge estava mesmo a pedi-las, com a historia das elites. E o Kosmos, com a história de secretos documentos inacessiveis a ti, a mim e a outros vulgares humanos, fez-me explodir. Mas hoje era só para te cumprimentar. Estivemos pouco tempo juntos na Falperra. Bem mais longo foi o convivio com o teu grande amigo (penso que eram) Rebelo. Tinham um grande defeito, em comum: Benfiquistas ferrenhos. E eu que era e sou portista. Portista um dia, portista toda a vida. Não direi o mesmo, como o Jorge: carmelitas um dia carmelitas toda a vida. E CONTEMPLATIVOS!!! Minha nossa...Haja rigor nas palavras e nos conceitos que elas traduzem.
Um abraço ao Moreira e cumprimentos à esposa
Arimo Ivane

05 fevereiro, 2008 11:26  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro ARIMO,
Fiquei com uma curiosidade enorme de saber quem tu és, para além de seres o ARIMO.
Tudo o que disseste é verdade. Eu e o Rebelo éramos grandes amigos, sempre a picarmo-nos para ver quem era o melhor em qualquer coisa. É dele a célebre tradução para francês da palavra borracha: La borrache...
Manda mais notícias e identifica-te.
Um abraço
J Moreira

05 fevereiro, 2008 18:44  
Anonymous Anónimo said...

Carmelita, hoje, sim. Contemplativo, hoje, sim. Também fui ontem e desde há muito. Creio bem que amanhã serei. Minha nossa... Senhora, claro, por isso, com uma linda mensagem de mulher de nome Maria que me inspira disponibilidade:"Fazei tudo o que Ele vos disser". É de supor que o serei por mais um tempo, talvez mesmo toda a vida. Não estarei por isso muito longe de carmelita um dia, carmelita toda a vida. E, comparativamente ao tempo do Seminário, hoje, sou-o com mais envolvimento racional e conhecimento mais profundo das vicissitudes humanas e da espiritualidade. Quanto ao meu jeito para que me batam, não é de agora, confrade de Barcelos. É de um jeito que interiorizei em criança, numa família pobre e humilde com um pai que era líder ético da comunidade que sempre serviu marcando ritmos comportamentais e religiosos. Mas isso é problema meu, porque o jeito eu não o quero perder, vou seguramente mantê-lo, por isso é dar-lhe senhoras, é dar-lhe senhores. Mas estas coisas têm significados e para os significados há causas, perfeitamente estudadas, hoje. As teorias psicanalíticas explicam pacificamente todas estas coisas do masoquismo, sadismo e da agressividade. Não vos parece que os horrores do nazismo, da Santa inquisição, dos pelourinhos, da guilhotina e da fogueira, também deram sempre gáudio a multidões acéfalas? "Bater"? Mas em que mundo vive este confrade bloguista? Democratize-se confrade que já vai sendo tempo... Então porque não hei-de poder ser contemplativo? Porque não posso no meu cantinho da terra viver este espírito em que longamente me iniciaram e que tanto me disponibiliza para os irmãos? Faço-lhe cócegas? Mas quem incomodo eu? Rigor nas palavras? Só se for no "bater"? Mas a que propósito tenho a obrigação de não poder ser contemplativo? Já nem em Leste, confrade. OH Arimo...tenha dó e, se não tiver,"bata-se", que é problema seu. Por acaso, não andará por aí um pouco de stress a mais ou ainda são tiques do seminário? Por regra, aos meus clientes, em casos semelhantes, aconselho ginásio em trabalho de grupo, desde que muito disciplinado e exigente, três vezes por semana e caminhadas diárias, de forma vigorosa, durante uma hora, para que os músculos intervenientes nessas operações produzam endorfinas suficientes para pacificação de mentes e corpos. Oh se pacificam… Dedique umas horas de trabalho gratuito à comunidade e vamos entender-nos melhor no que toca ao Carmelita e contemplativo e que a ordem da mãe nos envolva a todos: ”Fazei tudo o que ele vos disser”. Se já fizer isto tudo está muito bem encaminhado. Obrigado pela provocação e pela meditação... e volte.

05 fevereiro, 2008 19:21  
Anonymous Anónimo said...

Caro Jorge,
Eu tenho o FLOS CARMELI. Queres que to envie ou leva-lo quando cá vieres?
Um abraço.
J Moreira

06 fevereiro, 2008 09:07  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge
...e nomeio-te assim sem o mínimo de hipocrisia. E porque me parece que é injusto falares com alguém escondido sob anonimato vou dizer-te quem sou, apesar de me ter revelado, quase por completo, quando assinei Arimo Ivane, na interpelação ao Moreira. Trocando um pouco as letras, dá Mario Neiva, de Balugães, Barcelos, irmão de mais dois ex-alunos, o Zé e o Agostinho Neiva. O meu pseudónimo criei-o no quinto ano da Falperra quando um professor, muito bom, de literatura nos despertou para o fascínio da linguagem.Apesar de eu reprovar comportamentos posteriores, devo-lhe a justiça de o referir como brilhante professor de literatura. Só espero que o "Foz Côa" , aliás ilustre advogado (?), José Ribeiro, me perdoe elogiar o homem que lhe deu uma valente murro, de todo imerecido. Como qualquer murro aliás.
Por isso coloquei entre " " a palavra bater. Esgrimir ideias não é bater em ninguém. Não será preciso recorrer de novo ao nosso ex-confrade ex.padre Angelo para nos explicar que as palavras tem multiplos sentidos e, justamnete por causa disso, devem ser usadas criteriosamente e com propriedade. Assim todos nos entendemos melhor e evitam-se querelas inuteis. Como a presente, Jorge.
Longe de mim impedir-te de seres um contemplativo toda a vida e à tua maneira. Só que me pareceu estares a propôr aos aaa que se unissem todos na contemplação carmelitana, que nós definitivamente rejeitamos ao despir o hábito e desfazer os votos religiosos, como foi o nosso caso. São estas confusões que pretendo ver desfeitas. Cada um siga o seu caminho. Mas, a partir do momento que se abriu este espaço de debate e confrontação (de ideias, carago!), todos devemos poder expressar-nos livremente. E, já agora, cada um à sua maneira. E repara, Jorge, que aceitei a tua critica do f reticente. O que já engulo com dificuldade -mas aceito, ainda assim, a tua maneira de ser- é a postura de intolerancia ("não tolero"), ao uso do calão "nos meios que frequentas". Acredito bem que as pessoas desse teu meio se abstenham de ler o José Cardoso Pires, o Lobo Antunes...E já agora desliguem a RTP quando transmite o Gato Fedorento.
Pessoalmente não uso, por habito, o calão. Mas às vezes,assim ao correr da pena, sou capaz de deixar cair algum. Neste blog, não. Penso que era ferir de forma gartuita a sensibilidade de muitos aaa. E quanto ao resto das apreciações que fizeste sobre mim, aceito como aceitarei qualquer critica. Batam à vontade, que eu andei na guerra (em Angola). E quem vai à guerra... dá e leva.

06 fevereiro, 2008 11:08  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro M�rio Neiva,
Vais dizer, e com raz�o, que depois do Colombo ter posto o ovo de p� o que eu vou dizer pode enquadrar-se na mesma l�gica; mas para passar em Marrancos vindo de uma freguesia do concelho de Barcelos, pensava eu, s� poderia ser, pela l�gica, de Balug�es; e tamb�m pensei que ARIMO, seria uva varia�o de MARIO; nessa altura lembrava-me do M�rio Neiva. No entanto, como n�o tinha a certeza de nada...
De ti recordo-me perfeitamente, na Falperra. Se n�o estou em erro, numas f�rias de Natal ficaste no Semin�rio e no meu regresso de f�rias, tu cantavas: A NEVE CAI E O VENTO PASSA, O FRIO � GLACIAL;E QUANTA DOR, QUANTA DESGRA�A, NA NOITE DE NATAL....
Creio que eras tu...
Quanto ao F. n�o foi o Jorge o primeiro a comentar; fui eu, mas apenas para criar a confus�o a acicatar os �nimos, pois eu, infleizmente, sou um grande utilizador desse termo, "em termos" de brincadeira, claro, mas por v�cio de dizer a palavra.
Enfim, daqui tamb�m pe�o perd�o ao Jorge, pois originei todaesta confus�o.
Mas ainda bem. � caso para dizer que Deus escreve direito por linhas tortas.
Um grande abra�o ao Jorge e ao M�rio. E j� agora um pedido: Ent�o meninos, v�o zangar-se por minha causa?......
J Moreira

06 fevereiro, 2008 12:04  
Anonymous Anónimo said...

OI Zé e oi Mário. Seu Moreira, isto hoje é para o Mário....
Então amigo, Mário Neiva, o homem do bandolim. Depois das tuas notícias do confrade só faltava um por cento. Já se sabe que a escrita seria outra, se não soubesse! Mesmo assim, e agora revelado peço desculpa, se, no que vou escrever, te sugerir coisas com que não concordas, mas o teu matiz generalizador e plural custa a digerir. Então por agora duas pequenas coisas. Primeira: Quando saí do Seminário, quando abandonei o convento do Lumiar, não rejeitei ”a contemplação carmelitana”. Isso é que era bom, quando muito rejeitei aquele modo de a fazer e, para alegria minha tenho vindo a verificar que não estou só. O que me aconteceu foi que levei algum tempo a encontrar a fórmula de integrar todos as novas dimensões que entretanto passaram a integrar-me como pessoa. Não sei exactamente até que ponto a aaacarmelitas integra esta dimensão ou que dimensões integra. Sei que a questão não é tão simples quanto me parece que alguns a colocam. A propósito um parêntesis: ( Penso que o Mário é que referiu a propósito de elites que estas são dos melhores e por isso se indignava. As elites não são dos melhores, são de pessoas,associadas, que defendem valores menos implementados na sociedade, por acaso podem ocasionalmente serem cidadãos muito intervenientes na comunidade que alguns consideram melhores, mas isso não é relevante. Penso voltar mais documentado. Numa coisa concordo, eu não quero voltar ao Seminário, mas, como muitos, voltar à mensagem e a novas formas de a viver neste tempo de 2008. É um valor). Segunda: Não falei de meios sociais, falei de rodas sociais, conceito muito menos extenso e que implica possibilidade de algum controlo. Nelas, se não posso controlar, deixo (não tolero). Era o que faltava. A referência que fazes à televisão, gatos fedorentos, José Cardoso Pires, Lobo Antunes, não cabe na premissa, mas nem mesmo aí o assunto é tão pacífico quanto o colocas. Em jeito de conclusão, a todos o direito de se exprimirem, dentro de certos parâmetros, a todos o direito ou recusa de audição ou leitura. Mas penso que nesta questão até estamos de acordo. Bem bom que estás por cá. Obrigado pela reflexão provocada. Volta…

06 fevereiro, 2008 15:31  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge

Acredita que nunca pensei meter-me por este blog adentro. Acompanhava as noticias, algumas bem dolorosas, como a morte do Eugénio o"Paccelli", como os mais velhos lhe chamavam, pelo seu homónimo com Pio XII. Senti particularmente porque pelas mãos dele fui para a Falperra e assim conheci tantos amigos que acarinho na lembrança da minha juventude. Podia ter sido outro seminario. Foi aquele por causa do Eugénio.
Se o Augusto Castro não teve noticia pode passar que morreu há alguns meses o Americo Fouto, que foi irmão na Falperra, em Fatima e em Lisboa. Não chegou a ser seminarista. Para quem o conheceu, aqui fica dito.
Como dizia, nunca pensei entrar. O rumo das intervenções era tal que não suscitava o mínimo interesse em participar. Até que O Augusto resolveu provocar a malta com o tal texto para reflexão. Penso que hão-de surgir muitas controversias

06 fevereiro, 2008 15:57  
Anonymous Anónimo said...

Venha daí seu Mário... penso que o teu texto não está completo. Vem que o teu estilo literário é interessante.Paz aos companheiros falecidos. Talvez pudesses contactar o Augusto para uma nótícia com mais relevo. Hoje, vou até ao fim do mundo por um amigo ou por um grupo como os da aaacarmelitas. Tudo farei para eliminar quaisquer semelhanças com um tempo que podendo ser de felicidade foi por tempo demasiado de ângustia. Sobre isto, já disse o que devia. Só o tornarei a fazer se, na minha leitura da realidade, entender que é preciso. Depois da minha última participação ocorreu-me que só te devia ter feito perguntas, à boa maneira de Socrates, mas é o que farei já agora: se o rumo das intervenções não te suscitava interesse porque não tentaste alterar o rumo e só intervieste em reacção? Porque achas que vão surgir muitas controvérsias? Será porque quando nos dispomos para elas as fazemos acontecer ou são condição do ser humano? Um abraço.Volta que és bem vindo. Em breve espero estar contigo. Já agora Ó Zé, manda o flos carmeli que tenho saudades. O resto das músicas vem depois. Obrigado

06 fevereiro, 2008 21:30  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge
Percebeste que o texto foi interrompido. Realmente foi. Um precalço familiar obrigou-me a deixar tudo de lado. Já passou. Está tudo bem.
O motivo porque penso que vai haver muitas controvérsias é que dou comigo a pensar que, por exemplo, nós estamos nas antípodas do pensamento um do outro. E eu costumo defender fortemente a minha dama. Enquanto penso estar na razão. Em me provando o contrário sou o primeiro a promover-me a camêlo.
Hoje é tarde.Nada de controvérsias. E para não mudar de canal, aproveito para dizer ao Zé Moreira que não fui eu o cantor que ele referiu. Não tenho a certeza, mas deve ter sido o Brandão (de Sampaio de Marlim) ou Zé Ribeiro de Foz Côa. Eu também cantei, de facto, mas foi o "carvoeirito". Mas o que ficou mesmo na memória, nessa festa ou outra do género, foi um poema da autoria do Tito, que acabava mais ou menos assim
...Tanta chuva que não lembra
Nem até aos mais carecas
E em marcha um tanto lenta
Lá vai passando o Sessenta.
Estavamos no ano de 1960...e fica registado, pela veia poética do Tito, que choveu p´ra caraças.
Se o meu colega de curso Adriano Sá Machado ler este blog que aceite as minhas desculpas por não ter acusado a recepção da carta que enviou para a junta de Balugães a perguntar por mim e convidar-me para a festa. Recebi a carta em tempo. Não fui porque não quis ir. Estava a dois passos. Mas encontrei inesperadamente o Amaro, que não me reconheceu, talvez por eu ter o cabelo pintado...Mas eu reconheci-o logo que o vi no funeral do meu derradeiro tio, que desde a juventude morava no Bairro e, enquanto consolava a tia viúva, descobri que estava a falar com uma tia do Amaro, vizinha dos meus familiares. E lembrei-me do Adriano, do Bessa, do Zé Carlos (Delães) do Sampaio (Ruivães), do Abreu, do Machado, do Ribeiro, do Adelino, do Vilela...
Talvez tenha sido tudo isto
que me deu vontade de falar
Já agora, Moreira, acerca do teu grande amigo Rebelo posso dizer-te que é professor universitário em Coimbra e da ultima vez que tive noticias foi através do Fernando Venancio, que encontrara o figurão na companhia, sabes de quem? Do ex-P.e Matias,o homem a quem devo uma brilhante iniciação na Filosofia. Foi dele que eu aprendi a nunca me conformar com verdades definitivas. Porque em filosofia não as há. Nem em ciência alguma. Muito menos em teologia, que, quer queiramos ou não, assenta em pressupostos de fé. E na fé cabe tudo. Até 72 virgem, à espera no paraiso, de um desgraçado e iludido suicida. Com promessa de tamanho prémio, só se fôr maricas não aceita o desafio, já que esta vida é um perfeito absurdo e só começamos realmente a ser alguém depois da morte, em outra vida.
Assim nos ensina
antiga lição
de morrer pela fé
e viver sem razão.
Será assim ou o seu contrário? Reformulo a pergunta: A fé é a razão de viver ou torna esta vida sem razão de ser, sendo que estamos cá em compasso de espera? Ser contemplativo, carmelita ou budista, é tudo o que um homem deveria fazer ou é a alienação completa da vida humana, seja na esperança de receber as tais 72 virgens ou uma qualquer outra taluda? Dizia o Zé Ribeiro, o de Foz Côa, que de burro não tinha nada: A gente não se chateará de estar ali uma eternidade toda a olhar para Deus?! Pergunta de criança esperta, que põe de uma vez o problema todo: O que é a felicidade?
Um abraço a todos os amigos que recordei e que me lerem, especialmete para o Moreira e o Jorge, de quem me servi para chegar até vós.
Mário Neiva

06 fevereiro, 2008 23:52  
Anonymous Anónimo said...

Oi mário, afinal estás no teu direito de me não responder. Aliás, não só não respondeste às perguntas como me consideras, uma vez mais colocando-te em meu lugar, e respondendo por mim, nos antipodas do que tu pensas. Confundes-te com o interlocutor, isto é, fazes os dois ao mesmo tempo. Mas depois voltas para ti à espera de alguém que te faça voltar para outro.É isso? Fica complicado desse modo. E não respondendo contra-atacas com "n" perguntas, talvez dirigidas ao Moreira, mas que em blog, claro, abertas a todos. Não pensaste que o Matias também foi professor de outros e que lhes desenvolveu faculdades semelhantes às que julgas estarem desenvolvidas em ti? No diálogo é preciso boa fé, os fundamentalismos também podem ser da razão, além de que a gozação tem limites.Isto de num ápice reduzir à infima espécie mental essa gente toda que busca felicidade no espiritual é de uma grosseria que merece estudo. Obrigado pela reflexão. Aprendi, apesar de ser sempre lento e sempre esticar o diálogo na esperança de que apareça o ponto de encontro. Cordialmente.

07 fevereiro, 2008 02:45  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

07 fevereiro, 2008 09:05  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge

Não respondi especificamente às tuas perguntas porque a primeira dei-a como respondida a partir do momento que passei a intervir. E como já deixei bem claro que não fujo de uma boa polemica, que querias mais que eu fizesse senão prosseguir caminho?
Deste-te o direito de fazer perguntas. Fiz o mesmo. Foram perguntas, não sei se à maneira de Sócrates (o grego).
Com mil diabos, Jorge, até parece que estás com a mania da perseguição! Eu bem sei que foste aluno do P.e Matias, e primeiro do que eu. Onde é que quis apoucar-te ou a quem quer que seja e fazer-me sobressair? Aliás, sobressair-me em quê, se aceito, à partida, ser um camêlo? E se detesto camêlos! Feios, beiçudos e sempre a babar-se. Eu aceito que me comparem a este quadrúpede do deserto, antipático, mas que tambem tem direito à vida.
Isto não é falsa humildade de alguém que pretende subir aos altares. Por isso faço perguntas. Quem me dera ter uma resposta! Mas não tenho. Tudo está em desenvolvimento e nós vamos tacteando. Não são perguntas de retórica, aquelas que gente faz, sabendo de antemão a resposta. São perguntas genuínas, de alguém que se considera estar sempre no limiar da aprendizagem. Quem sabe o contemplativo está bem mais perto do sentido da existencia que o neurocientista que passa a vida mergulhado no silencio dos laboratorios, esquadrinhando os segredos do cérebro? Quem sabe! Vamos debater, ou o que tu pretendias era um debate "faz de conta"? As perguntas geram controvérsia, necessáriamente, quando dirigidas à raiz das coisas. É meu feitio, jorge, não passar as mãos no pêlo dos problemas amansando-os, amanciando-os, escondendo-os, ignorando-os... como se já soubessemos TUDO. Razão tinha Sócrates, o Grego. Alguém já referiu, neste blog, a celebre maxima sobre a sua filosofica ignorancia, mas parece que afinal era só para "fazer feitio".
Agora fiquei um tanto aborrecido com a tua diatribe, Jorge. Tenho duas irmãs freiras e toda a minha familia é profundamente religiosa. Ao meu pai, que Deus tem, até lhe puseram a alcunha de "jaculatórias", tantas vezes dizia "valha-me Deus", "Valha-me nossa senhora". Alguma vez eu ia reduzir quem que fosse, a começar por quem em deu a vida, " à ínfima especie mental"? Vou imitar o meu pai: Valha-me Deus!

07 fevereiro, 2008 11:36  
Anonymous Anónimo said...

No comentario anterior saiu anonimo em vez de ARIMO. Por lapso.
Arimo

07 fevereiro, 2008 12:23  
Anonymous Anónimo said...

Oi.. olá, olá...

Que lindo vínculo e pujante Blog este... espaço de fraternidade, bem espero.
Amigos, como estarão vendo se nos acompanham ao pormenor, e meu caro Mário, de todo, não concordo com filosofias de vazio e que têm um toque que me faz recuar a outros tempos e à confusão. Não quero que fiques com ideias de diatribes da minha parte, mas se fizeres análise de conteúdo compreenderás melhor o que escreveste. E acredita que me contive dentro dos parâmetros que há muito me imponho porque aquela das virgens e outras que lá estão davam pano para muitas mangas e casacos. Mas as coisas ficam com quem as diz e dois brigam se um quer. Estás predisposto para querelas, controvérsias e defesa da tua dama. Faz análise de conteudo do que escreveste. Não sou fundamentalista nem de fé nem de razão nem de coisa nenhuma. Também não gosto de humildades de camelo ou outros bichos. Por mim prefiro sempre a grandeza de quem se sente filho de Deus. Sou sempre um disponível para dialogar ao encontro de mais ser. O ser, que não sendo eu, me enche (valores), a mim e a qualquer um, e é a razão das vidas. Este ser não é questionável "à la carte", seja por quem for. É impressionante como em quatro ou cinco textos me proibiste de ser uma mão cheia de coisas e disseste que eu era outras tantas. Faz análise de conteúdo dos textos e das perguntas que fizeste de tua iniciativa e sem motivo algum. As que te fiz tinham a ver exclusivamente com coisas que dizias de mim como se tu fosses eu. Não sabendo bem por onde vou, "sei que não vou por aí". Querelas, controvérsias, defesa de damas, não, não... Niilismo, filosofias do nada, comigo, jamais. Cordialmente

08 fevereiro, 2008 00:18  
Anonymous Anónimo said...

Oi amigos e caro Mário,
Hesitei por horas se publicava este texto em resposta ao texto de cima do Mário. Depois de um pouco de trabalho gratuito à comunidade e com o aproximar da meia noite, senti que embora fisica e mocionalmente anterior ao já publicado, do que me penitencio, digo, senti que o devia publicar. É o mesmo tema. As nuances emocionais e solares é que são diferentes.
Eis:
Olá, olá, olá….quaresma. Peço desculpa se está pouco animado…
Amigo Mário, calhou-te ou escolheste o parceiro errado. Eu já não entro em polémicas nem controvérsias há muito tempo nem nunca mais entrarei. Quanto às perguntas só te fiz perguntas sobre os assuntos em que me envolvias ou respondias por mim. Era o que faltava, deixar passar isso em claro. Polémicas e controvérsias, não, porquê? Porque descobri que posso viver de uma forma mais positiva e sem conflitualidade. Ideias diferentes porque hão-de dar lugar a qualquer dessas coisas? Eu percebi, na primeira das tuas mensagens, anónima ou arimo,a mesma conflitualidade que certas formas de abordar o real e o metafísico nos criaram e, por isso nos anularam, no Seminário. Está na mesma ordem de ideias a filosofia niilista da verdade que nunca é definitiva e que atribuis ao Rever .Frei Matias. Essa é boa! E alguns de nós a estudar teologia!...
Não obstante todas as dificuldades e, em boa verdade, não sabendo porquê nem para onde vou, "sei que não vou por aí".E, se por hipótese te provocar algum sentimento de bem estar, crê que só uma coisa me preocupa hoje: que os meus e os que são próximos e assim sucessivamente se alargando a roda estejam interiormente pacificados e com tendência para a felicidade pelo corpo, pelas ideias, crenças e afectos, não fora eu psicólogo. Quanto às tuas deambulações e escapatórias só te posso sugerir que voltes a ler os teus textos, faças análise de conteúdo, e concluas em conformidade .Quanto a mim, como convém em blog, a contenção fica-me bem. Não vou em teorias de mãos vazias e de autodestruição só para exercício de intelecto. A boa nova conforta-me mais bem como até, aliás, alguma dificuldades da vida do dia dia. Não respondi às tuas perguntas! E porque haveria de te responder? Mas tu achas que eu não tenho mais com que me preocupar? Tu nem sequer me pediste a opinião... Mas digo mais, a tua pergunta já era de resposta feita. É um direito que te assiste teres toda essa forma mental de intervir (e daí nem sei). Fundamentalisno da fé e o fundamentallismo racional? Afinal, a crença em nada, no meu ponto de vista, levanta mais problemas, que qualquer outra crença. Fico deveras intrigado com a verdade, que nunca é definitiva. Com efeito, como se explicará que eu sendo um indivíduo, sendo não sou, porque não sendo definitivo aquilo que sou, afinal sou sem ser. Ontologia, Mário. Metafísica, Mário. Olha, aguarda pacientemente para ver se calha de seres, definitivo. Afinal tu é que escreveste os textos. Quanto às Virgens, se forem, podes ficar com as minhas. De entre as mulheres, só Maria, pobre, excluída, e Virgem por isso, escolhida para mãe de Jesus, é que é do nosso afecto. Por essa razão integrada na história permanece como referência inultrapassável. Caminha, se quiseres, que caminharei contigo. Há mais alguma alternativa? Cordialmente.

08 fevereiro, 2008 01:18  
Blogger coelho said...

Estou feliz e mais, não sei se não poderei dizer que estou realizado como antigo aluno Carmelita.

08 fevereiro, 2008 22:20  
Anonymous Anónimo said...

Que coisa de linda, meu Deus, que o Coelho escreveu... que coisa de linda. Deus sela louvado no nosso trabalho do dia a dia porque os valores que são o nosso viver se levantam. Bem para ti Coelho e bençãos sem fim. Estou chorando e por esta emoção só posso mesmo ficar anónimo. Contigo, sem reservas, como antigo aluno carmelita sempre me realizando e a estar com a Palavra disponível. Obrigado pelo momento de tua Vida que deixaste.

08 fevereiro, 2008 23:06  
Anonymous Anónimo said...

Há situações neste mundo pequenino, que me custam a compreender, pelo facto de serem simples e terem sido transformadas em bichos de sete cabeças.
Esta introdução tem como pano de fundo discordar de determinadas posições, por mais legalistas que sejam, tentando criar problemas onde eles só existem se se quiser.
Tudo isto a propósito de uma informação que dei ao Mário Neiva, ciente de que este espaço só interessa aos que nele mergulham, exactamente com interesse.
Mesmo que seres externos ao contexto do que aqui se diz se quisessem aproveitar dos números telefónicos, que de boa fé forneci ao Mário Neiva, que resultados "terroristas" poderiam conseguir?
Não vi aqui nenhuma reclamação dos eventuais prejudicados com a minha informação, apesar de, pelos vistos, elas existirem.
E eu, que sempre me pautei por uma forma de agir, que me obriga a pedir perdão a quem ofendo, gostaria de saber quem realmente se sentiu ofendido com o meu procedimento, para a ele me dirigir em particular e pedir-lhe desculpa.
Apesar de saber que dos números telefónicos que dei ao Mário, alguns até são públicos - vidé listas telefónicas - não me coibiria, da qualquer forma, de pedir desculpa. E peço a todos os que estão em questão.
Há, no entanto, uma coisa que até os sociólogos sabem muito bem, mais do que ninguém: eliminar o motivo do crime de um sem apresentar as acusações do outro não é forma de aclarar um conflito. Neste caso foi eliminado o meu comentário e não foi reproduzida numa reclamação sobre ele.
Estamos entendidos.
Sejamos moralistas mas não ao ponto de turbarmos o nosso raciocínio e a pureza das intençõs, à boa maneira fundamentalista.
Saudações.
Aguardo a publicação deste comentário para não suceder como com os anteriores, onde me alonguei a pedir desculpas...
José Moreira

08 fevereiro, 2008 23:17  
Anonymous Anónimo said...

Cansado, ao fim de um longo dia que dividi por uma longuíssima caminhada na praia para tonificar o físico, na praia do Pópulo para quem conhece, de cerca de duas horas e uma longa tarde de agricultura à volta do cebolinho, couve lombarda, coração de boi e espargos, por causa de os ter visto cultivar no seminário a um Revdo frei já de sua idade, (se alguém souber me lembre o nome) hoje, por cansaço, tenho alguma dificuldade, em me expandir um pouco mais neste blog. Quero dar as minhas boas vindas ao distintíssimo Coelho. Confrades de Associação, a palavra do Coelho é muito curta, mas também não sei se precisaria de ser mais longa. Por mim, a falar sou curto, a escrever fico uma lástima. Nunca mais paro. Mas vou ser curto. Mil vezes me vangloriei de ter sido aluno Carmelita e miles de miles outras vezes me hei- de continuar a vangloriar por me considerar carmelita para toda a vida. E sou mesmo, mesmo que não queiram. O problema é meu. È muito simples: estou com Ele sem palavras e disponível. É proibido? Pois definam lá isso melhor que eu agradeço. Eu sei o quanto me aproximo do feliz e sinto quanto alguma felicidade da mensagem se espalha à minha volta por ter interiorizado o que interiorizei nos carmelitas e na vida, dura, de libertação e purificação (contemplativa) - Não sendo uma questão fechada a formação nos carmelitas, e não obstante uma mão cheia de aspectos questionáveis, os carmelitas projectaram-me para um mundo de valores evangélicos, éticos, filosóficos e sociais, na base dos quais fiz a minha qualificação psicológica, valores que espalho por graça e de graça por onde passo e deixam as questões e os interesses racionalizantes da sociedade sem resposta bem como as almas despertas e em abertura sem fim. O espanto por me verem referi-lo é de estupefacção. Quando refiro que foi treze anos, estamos quase no êxtase. Perfeitamente assumido na mensagem e sempre pegando nas deixas de sabedoria que me foram legadas e outras que vou pegando aqui e ali em outros professores ou amigos que aprendi a descobrir ou a procurar. Confrade Coelho, a tua frase, que também me apanha como aluno carmelita realizado, foi um sinal do divino no cansaço do corpo para o gozo da alma num blog que às vezes tem silêncios de chumbo senão tumulares E acredita que ao escrever isto por cima do computador, meio a dormir, meio acordado, me parecia sentir-me, como quem se dirige a uma orquestra, ao oscilar entre as letras e os pensamentos. Obrigado pela alegria do teu feed-back, que todos gostam, no blog, de se sentirem lidos, porque a escrita também é complicada. Nunca se sabe o que passa. Obrigado por tudo o que a tua frase ajuda a consolidar. Bênçãos, isto é, tudo de bom.

09 fevereiro, 2008 00:22  
Anonymous Anónimo said...

-O Futuro passará.
O passado, porém, jamais chegará.

- A minha melhor descoberta foi ver que nada estava perdido, que tudo que eu não conseguia ver, bastava um simples entender.

09 fevereiro, 2008 13:37  
Anonymous Anónimo said...

Palavras de sabedoria com muito de poético à mistura, estas do confrade Coelho, que me fazem voltar ao cerne da questão: a aaacarmelitas. Que posso eu dizer de ti minha querida assocciação? Se eu fosse eu, diria, obrigado por mais isto e mais aquilo. Diria o que todos aqui disseram... e já tinhamos muito, mesmo muito. Se eu fosse o Fernando Pessoa seria assim. " Se eu te pudesse dizer, O que nunca te direi, Tu terias que entender, Aquilo que nem eu sei".

09 fevereiro, 2008 15:22  
Anonymous Anónimo said...

Como poderia o passado chegar e como o simples entender é, às vezes demorado e purificante! Afinal quanto tempo o tempo de entender tem? Às vezes parece ter tempo... tempo demais e daí, talvez sim, talvez não, atentas as variáveis. Mas, "bastava um simples entender".

09 fevereiro, 2008 15:33  
Anonymous Anónimo said...

...Bastaria um simples entender...dizes bem...se quem lê ou verbo espalha, percebesse o sentido do que outrem também disse, para que assim, também proporcionasse o entendimento por parte de quem o lê. Tudo o que já hoje foi escrito, é revelador de pensares e sentires de muitos níveis. Sejam sempre eles,(os níveis) os mais elevados, para que todos, num só que somos, caminhemos direitos às nossas origens e e revertamos a um ponto só (O Infinito), Omega do nosso existir aqui, temporário, mas voluntário e necessário.
A LUZ é a nossa FONTE E DESTINO!

09 fevereiro, 2008 15:56  
Anonymous Anónimo said...

às vezes, é preciso dar tempo ao tempo,para realização de um sonho e este tempo é feito de uma força negativa, a ansiedade e outra positiva, a paciência.Cabe a ti decidir com qual vai esperar.

09 fevereiro, 2008 23:13  
Anonymous Anónimo said...

Zé Moreira

Li o teu protesto contra o facto de terem apagado o teu comentario que referia os telef de alguns colegas. Penso que o Augusto Castro está certo e agiu em conformidade. Para a maioria dos casos,eu nem precisava da tua prestimosa ajuda. Tenho o contacto do Zé Rebelo, dado pelo próprio, do Feliciano , idem (é meu vizinho...), do Adriano, que me escreveu... Enfim. Apesar de estranhar a tua atitude, por não ser normal neste tipo de comunicação, compreendi logo que o fizeras com a melhor das intenções. A chamada à ordem por parte do Augusto era inevitável e teria de ser por este meio. O que deveria ter sido feito , também, porque se trata de um blog aberto à fraternidade dos aa, era um contacto prévio por parte do Augusto, a alertar-te para a irregularidade, como bons confrades. Afinal tu não és um qualquer bolguista anónimo, a falar não se sabe donde e com que escusas intenções. Mas todos nós temos falhas. Há que desculpar. E é a minha vez de dizer: Então, meninos, vão zangar-se por minha causa?
Um abraço do tamanho da distância, no tempo, que nos separa

10 fevereiro, 2008 14:10  
Anonymous Anónimo said...

Em tempo

E porque é de minha inteira responsabilidade, aqui te deixo o meu contacto telef 232424964 ou 914797037

10 fevereiro, 2008 14:24  
Anonymous Anónimo said...

Num tempo de reflexão muito proactiva entre os católicos, o da quaresma, e que aliás complementa e explicita o de metanoia, que nos sugere a possibilidade de melhorarmos a nossa estrutura de valores, queria evidenciar uma mão cheia de "pensares". Duas coisas para as quais solicito o vosso enfoque. - Primeira, evidenciar que a nossa participação neste "Um almoço muito especial" terá hoje o número 90 , se outro mais lesto não se antecipar a esta intervenção. (Vitalidade ou enredos?) Será que poderiamos comemorar o centésimo? Segunda, saudar os desafios que alguns bloguistas aqui trouxeram. Sem desafios, sem provação, nem os maiores valores o parecem ser.Sem nomes, ao correr da imagem, mas os autores perceberão, destaco: Os que tudo fazem para unir, a oração contemplativa de êxtase tão cara a um ou outro, a oração contemplativa em geral, novas formas de inteligir e abordar o espiritual e o real, a fraternidade cristã, a Deus pelos irmãos, a solidariedade universal, a não oposição de religião e ciência, os da útlima hora, e deles se diz que serão os primeiros etc, e as filosofias do nada... ah, esquecia-me, a paciência... ou falta dela. Cada um terá a sua síntese. De todos, se me fosse permitido, desejaria nomear para o prémio "do contraditório" o nosso querido confrade Arimo. Porquê? Antes de qualquer outra razão, porque, face ao estilo utilizado, lhe respondi,e, ao fazê-lo, reformulei algumas ideias, melhorei as minhas sínteses de valores, tirei teias de aranha de outras e cresci em saber e emoção. Se alguém mais interiorizou qualquer réstea de valor (que o diga), seguramente aumentaremos a fraternidade. Não me creio no oposto de Arimo. Penso mesmo que estamos muito mais próximos do que parece. Verbalizamos é de forma bastante diferente. Está proposto para o contraditório. Em pergunta de resposta feita, e porque não, plagiando, um abraço do tamanho do tempo que nos separa? Ninguém precisa votar. O seu a seu dono. Mas agora reparo que não há prémio... que pena! Também não faz mal. Vale a menção para ele e todos porque são os diferentes pensares que nos fazem a aaacarmelitas, pérola.

10 fevereiro, 2008 19:30  
Anonymous Anónimo said...

Vamos lembrar hoje:em 1960 eu conheci na Falperra "rapazes" que estudavam no meu ano e uns outros que eu fixei que não eram do meu ano:O F. Venancio,porque era na altura o ensaiador dos cânticos para a liturgia.Ainda hoje lembro " Marianos nós somos do Carmelo, onde Nuno...(Musica de FVenº.)Isto só para lembrar um senhor Prf. que podia dar um contributo especial a este recanto "opinativo".Acalentar um sonho no coração fortalece a caminhada e alegra nossa jornada.Amanhã lembrarei outros!

10 fevereiro, 2008 22:17  
Anonymous Anónimo said...

Fernando Venâncio de saudade, alegrias e sofrimentos... não vivia no nosso mundo. Sempre nas estrelas. Amigo da alma... Fernando te recordo da Holanda, Amsterdam, da tua casa em Geldenaaksevest (qualquer coisa do género) e da tua companheira (da altura?, com o devido respeito). Marianos nós somos do Carmelo. Mas quem tem essa música e letra!? Marianos, deixai-me reviver isso! Fernando, levante-se e ande... diga de si.... mande essa música ao "aaacarmelitas.blogspot.com"

10 fevereiro, 2008 22:34  
Anonymous Anónimo said...

Vamo-nos conhecer melhor? Porque não, fazer uma entrevista a um antigo aluno e as perguntas serem feitas pelos comentadores devidamente referenciados?Se queremos aproximar mais uns e outros(os que se conhecem com os desencontrados).Por Exemplo porque não entrevistar o Presidente da AAAC? Saber quem é,o que foi,o que pensa,a vontade de continuar etc. E depois apanharemos muitos outros, alguns até figuras públicas, que nós antigos companheiros pouco sabemos deles.Por exemplo,D.Vitalino Dantas ou Fernando Venâncio e outros tantos que cada um irá propôr. Pensem e "parlem" para a gente.

12 fevereiro, 2008 16:57  
Anonymous Anónimo said...

Absolutamente... bons frutos da palavra ou o ovo de Colombo? Apoiado. Bela cena.

13 fevereiro, 2008 01:40  
Anonymous Anónimo said...

Irmãos de sangue

Numa das suas intervenções o Zé Moreira disse que lidava com numeros. Contabilidade é com ele. Lembrei-me, então, de lhe propôr um exercício de numeros, que para ele vai ser canja... Começando em ti, determina quantos ascendentes directos encontras na tua árvore genealógica: os teus pais, os teus avós, visavós, trisavós. Alinham-se a seguir, em numeros gregos, os tetravós, os penta...Por esta altura já vejo o enfado estampado no teu rosto e atirar-me, como o outro personagem da peça de teatro que se levava ao palco do seminário da Falperra: Eu sei lá quem é o pai do avô do visavô da minha avó!
Deixemos, pois de contar avôs e avós e vamos a numeros, que a nossa mente faz o prodígio de traduzir a realidade pesada e dura em leveza de conceitos transparentes. Recorramos à historia famosa do Rei, do Sábio e do tabuleiro de Xadrez. Assim, na primeira das 64 casas coloca o numero 1 (serás tu), duplica na segunda (os teus pais), duplicando sempre na casa seguinte o numero anterior, como aconteceria se estivesses a contar os teus ilustres ascendentes. Algures, lá pela casa numero vinte, descobrirás que temos os mesmos avós. Subindo sempre chegarás à geração do ano da graça do dilúvio universal, depressa atingirás o ano da graça da Criaçao de Adão e Eva, da Luz e das Trevas...
Enfim, perder-te-ás na imensidão de numeros que afinal cabem nas casas de um tabuleiro de xadrez. Voltando agora à contagem de avós, descobrimo-nos todos irmãos de sangue, numa fraternidade que não conhece raças nem credos e que é atestada pelo LIVRO DA REVELAÇÃO DO GENOMA. Não é secreto, nem contem verdades inomináveis. Tem 23 capítulos, que são os 23 pares dos nossos cromossomas. Tem tantas palavras como 800 Biblias, é um documento gigantesco e, no entanto, "tudo se encaixa dentro do núcleo microscópico de uma pequena célula, que cabe facilmente na cabeça de um alfinete". E nós, "esta geração sortuda, seremos os primeiros a ler o livro que é o genoma". Acredita o autor que tenho estado a citar " que estamos a atravessar o maior momento intelectual da hist´ria...em cada um de nós existe muito mais que um código genético... que até agora permanecia um misterio completo...Seremos os primeiros a penetrar nesse misterio.Estamos à beira de grandes novas respostas, mas, mais ainda, DE GRANDES NOVAS PERGUNTAS". O sublinhado é meu. E o autor citado é o cientista Matt Ridley, o título da obra é GENOMA, (Publicações Gradiva). A ciencia vai demonstrando que não há justificação nenhuma para clivagens de qualquer espécie e que, quer queiramos ou não, estamos todos dentro do mesmo barco.
Reportando-me à minha primeira intervenção, um tanto intempestiva, eu estava a ivectivar a proclamação de "povos eleitos", de "assinalados", de "guardiães de papiros", privilegiados, de "raça pura"... Sempre alguém a querer constituir-se em elite para mandar, para dominar, para se arrogar de posse de verdades inatingíveis pelo vulgar dos humanos. Não é necessário, agora, que um qualquer mestre de mistérios, nos diga que somos irmãos, IRMÃOS DE SANGUE: Os nossos genes o atestam. E quanto às respostas que disse que não tinha, não tenho mesmo. Filosofias do vazio? Nunca tive os pés tão assentes no chão e nunca tivera a consciência de ter uma familia tão farta de irmãos! DE CARNE E OSSO.
Um abraço, Zé Moreira

13 fevereiro, 2008 16:06  
Anonymous Anónimo said...

Em filosofia só pode ser este o tom... Quanto aos restantes problemas, a vida e o blog continuam. "Eppur si muove". Um abraço para todos

13 fevereiro, 2008 19:42  
Anonymous Anónimo said...

Imagino, que na última intervenção de arimo, e imagino mal provavelmente , que algum vendaval passou por ali quando o seu autor chegou ao último parágrafo, exactamente pelo tom dialogante que aí se quebra.Questionava-me depois de o ler e reler, pensar e repensar: - Afinal em que prato é que servi a vida aos meus filhos? Sim, porque pensava se o genoma não teria já servido tudo.E dentro desse prato o que é que havia? Quantas vezes mudei de prato e quantas vezes mudei de conteúdo? E os resultados, a fraternidade, a solidariedade, os valores que lhes informam e formatam as vidas são só do genoma? Por momentos dei-me ao trabalho de imaginar estes irmãos de genoma, de sangue, portanto. Faziam-me lembrar os pelotões chineses de terracota. Muito ordenados, silêncio absoluto como convém à matéria e sem emoções claro. Mas nós somos assim? Até me arrepiei. Claro que não somos terracota. Porém,consigo imaginar toda uma sociedade onde o genoma fizesse tudo (ou quase tudo): uma qualquer das minhas colmeias. Só que qualquer comparação da nossa sociedade, com uma sociedade dessas, faria de qualquer dos nossos ditadores um dos deuses mais benevolente de toda e qualquer estória. Como é possível um tal extremo de absolutização? Espadeirar por todo o lado, invectivar? Elites para mandar, dominar, arrogar posse de verdades? Mas que sociologia é essa? Que têm os pés no chão a ver com as filosofias do nada? Delírio persecutório ou materialismo dialético? É que se for materialismo dialético ao menos começo a entender. Mas se não for
D.Quixote e seu fiel escudeiro não fariam melhor. Ainda não tinham terminado uma luta intempestiva com o moínho de vento e já se imaginavam cavalgando em direcção a outra mais intempestiva. Pois alevá...

15 fevereiro, 2008 02:39  
Anonymous Anónimo said...

Soldadinhos de terracota...

autómatos, polidinhos ao sair da fábrica, imutáveis, desde o fabrico até ao esfarelamento...em pó. A descoberta do genoma humano não é a apologia de um qualquer determinismo, antes a descoberta da hitoricidade humana. Uma longa e espantosa história, enriquecida em cada nova geração. Por isso pedira ao Moreira para contar avôs e avós. Que eu saiba, meu caro anónimo (dê-se um pseudónimo), um soldadinho de terracota não tem avô nem avó, a não ser que queira chamar pai ao artesão! E repare que deixei sublinhado, porque é sempre nesta postura que me coloco face ao mistério da vida, as palavras de Matt Ridley: ESTAMOS Á BEIRA DE NOVAS GRANDES RESPOSTAS, MAS, MAIS AINDA, DE GRANDES NOVAS PERGUNTAS.
Mais uma vez, meu caro anónimo, o soldadinho de terracota, tal como não tem avô nem avó, também não faz perguntas. Nem cuidará de respostas.
Que semelhança poderá haver entre reconhecer e autenticar a historicidade humana e as aventuras de D.Quixote e Sancho Pança? Explique lá isso, que lhe retribuirei explicando o que penso de filosofias de irmãos de sangue e pés assentes na realidade, que o colega "aa" deveria ter suposto que era disso que se tratava ao falar de "ter os pés assentes no chão".

15 fevereiro, 2008 09:54  
Anonymous Anónimo said...

Em relação ao ultimo coment saiu anónimo e deve ler-se Arimo, como se deve perceber pela leitura do texto

15 fevereiro, 2008 12:34  
Anonymous Anónimo said...

Olá, olá, olá a todos... Estou-me questionando sobre o solilóquio do Mário, de tal modo que hoje até levei para a mesa este texto, o último. E até me aconselhei. Sugeriram-me que o Mário não ouve os outros. Por mim penso que ele tem a sua coerência, mas ignora, de propósito, para valorizar o entusisasmo que tem pela sua, as coerências que os outros também têm. Aliás, neste comentário,tom irado, agressivo ou só filosóficamente mais assumido? Desça á terra.Você derruba a ordem que os outros criaram nas suas vidas com base em respostas que espera obter (estamos à beira de novas grandes respostas). Mário, tem todo o direito de defender os seus direitos e descobertas intelectuais.Mas tem também a obrigação de não mexer nos direitos dos outros e para um espaço como este perceberá, se quiser, depois de tantos sinais, alguns meus, que está a ir além das chinelas. De resto, para que lhe serviriam essas novas verdades, até científicas, se não as conseguir passar? Pela segunda vez lhe digo que é uma questão de democracia. Segunda vez, Mário, e sem paternalismo algum.Sou crente, os valores me sustentam, fazem feliz quando os realizo e quando ainda não consigo me esforço por melhorar, como agora na quaresma. E o Mário pode crer que estou com muitos... Nem pessoal nem genericamente lhe dou o direito, nem por um momento,direito que se arroga, continuadamente, de me provocar neste blog na minha coerência de vida (claro que escreve para quem lê e eu leio). Perceba que não tem esse direito. De qualquer modo, por mim é bem vindo. As provocações têm o seu mérito como espaço de meditação e desencadeador da resposta. Sempre que se quiser substituir a mim, na qualidade de leitor ou interlocutor, nas suas generalizações com base em respostas que virão, como no caso de hoje, e enquanto eu passar por este espaço, terá a minha resposta cordialmente afirmativa dos valores que perfilho. Cuidado com a bilis. A todos, até mais.

15 fevereiro, 2008 16:09  
Anonymous Anónimo said...

Palavra de honra e de carmelita, que fui e me sinto que sou, que não me dei conta de que era o centésimo comentário. Quando me contactaram a informar-me nem accreditei... claro que me comovi. Obrigado a todos os que fizemos este comboio, obrigado a todos os que me motivaram a escrever, a meditar e a ser carmelita e carmelita contemplativo como de muitos modos tenho referido que sou, me desculpem os que não querem, mas cada um é o que é. Feliz, porque sei que empurrei este blog para patamares inimagináveis há dias; feliz pelas provocações de todos, mas as provocações "selvagens" do Mário têm outro sabor.Mas que formadores que eu tive que para tais respostas me prepararam. E nisto, despido dos erros, os honro e louvo nas virtudes. Bem haja para todos, todos vós, e obrigado. Feliz no blog, feliz nos valores dos filhos, feliz na família, nas comunidades cristãs em que me envolvo e no sol e na chuva, no calor e no frio, no infinito que nos envolve e faz ser. Bem haja para todos porque Deus o dá e o tira se não aproveitarmos. Na felicidade do centésimo comentário, a felicidade de sermos aaacarmelitas.blospot.com, pérola,espaço de valores. Hoje, apetecia-me assinar irmão jorge. Vá lá. j dias

16 fevereiro, 2008 00:06  
Anonymous Anónimo said...

OLá, olá, olá a todos...
Caríssimo Coelho, a ideia das entrevistas parece excelente. Como entendes que se pode levar à prática?

17 fevereiro, 2008 22:50  
Anonymous Anónimo said...

Soldadinhos de terracota II

Assim intitulo a minha intervenção,para se poder entender a quem respondo, pois o colega "aa" mantem-se anónimo e sem pseudónimo.
Não me respondeu ao repto que lhe fiz de me explicar a que propósito vinha aquela historia do Cavaleiro da Triste Figura, mas deixe p´ra lá. Uma leve picardia não ofende ninguém. E gostei de ver que se colocou, na critica dura que me fez, no plano estrictamente ideológico, que é aí que nos devemos situar neste espaço, que entendo ser de debate.
Nem determinismos absolutos, nem materialismos dialecticos estiveram alguma vez no meu pensamento porque os considero, ambos, tremendamente redutores da pessoa humana e castradores da nossa vontade e livre arbitrio, que nos torna únicos à face da terra e do Cosmos, até que esbarremos com algum e xtraterrestre, nos confins da galáxia, ou na zona de eventos de algum Buraco Negro.
Não se arrepie sem razão, meu carao "aa". E, já agora, permita-me que lhe cite uma passagem do livro citado "GENOMA", no cap seis que é do cromossoma 6: «a mãe-natureza não confiou a determinação das nossa capacidades intelectuais ao destino cego de um gene ou genes; deu-nos pais, apredizagem, linguagem, cultura e educação para nos programarmos.» Por isso eu pedi ao Zé Moreira para contar avôs e avós. Lá muito para trás, nossa origem genética cruza-se. No persente, cada um tem a sua vida e não houve nada nem ninguém que nos reduzisse a soldadinhos de terracota.
Vi que é apicultor, pela referencia que fez às suas colmeias. Também sou um apaixonado da natureza. Um dia destes vou falar-lhe das abelhinhas, a propósito da nossa condição humana. Mantenha-se no campo do debate de ideias, porque até poderemos aprender muito um com o outro.
Um abraço amigo e aceite as minhas desculpas pelo arrepio que lhe causei.
Mário Neiva

20 fevereiro, 2008 15:01  
Anonymous Anónimo said...

Ola, ola ,ola.... por terras de França buscando-me e buscando a familia que a isso a necessidade obrigou e o engenho, felicidade e realizacao criaram e nisso me reencontro num futuro que repenso (sic). "Platanos de Santa Marta, Seminario em Sao Lourenco, em preces e mêsa farta, em futuro que repenso".Aaacarmelitaas um ponto de referência incontornavel para todos os que buscam e se buscam mesmo quando, em cacos, se for o caso, porque até os cacos se juntam e deles se faz obra. De coracao, busquem-se....

23 fevereiro, 2008 20:16  
Anonymous Anónimo said...

Reencontrei-me em França com parte da família, como em aaacarmelitas coroei o reencontro com o meu passado e este facto me ajuda dia a dia a repensar o futuro de fim de curso, pleonasmo para dizer fim de vida. Começo neste momento a ficar preocupado com os muitos que gostam de nos ler e até têm dificuldade em nos encontrarem neste blog. Porquê? Porque já me disseram que não aparecemos. Estar fora da página inicial dá menos luta, perdoem-me o calão, menos adrenalina. O meu espanto passa um pouco pela percepção de muitos que nos liam na fase mais animada, de maior provocação… E nos liam com gosto, como se fossemos um jornal diário, um momento de reflexão, um espaço de valores. Um dia cheguei a uma casa para uma visita surpresa. A dona de casa estava no blog do aaacarmelitas e aí, amarrados ao blog e, discutindo opiniões, passamos uma reconfortante meia hora. Penso que os responsáveis deste blog ficaram com uma responsabilidade: continuar com a reflexão sobre “Um almoço muito especial”, que no fundo é a reflexão sobre aaacarmelitas, em espaço nobre de primeira página, para que o entusiasmo e abrangência que se criaram, continuem. Por mim, acreditem, todos e mesmo todos, afinal, resta-nos mais alguma coisa na vida que não seja fazer o que achamos bem? A todos, cujo bem coincide com o meu bem, obrigado, por me lerem e mais obrigado se o deram a entender. A todos os outros, obrigado, mas de coração, por me terem estimulado. Por isso todos estamos tão perto mesmo quando coisas pequeninas têm leituras diferentes. Por mim estava cheio de vontade de pegar em comentários à Samaritana do poço de Jacob, não fora ela a primeira missionária, e não tivera a água todo aquele simbolismo ligado à liberdade e à sede de verdade e amor.

02 março, 2008 23:15  
Anonymous Anónimo said...

Retomei os meus comentários em TEXTO PARA RFLEXAO.Se alguém estiver interessado...Pena que o programa não aceite os sinais gráficos todos. Não poderá isso ser remediado, Augusto?

03 março, 2008 01:15  
Anonymous Anónimo said...

Já sabem da última? Fui perseguido pela Inquisição, a Séde da verdade, os expurgadores do erro. Claro que era muito para eles como para todos os expurgadores. Então não é que agora me querem colocar em estátua de tamanho natural nos jardins do Vaticano? Primeiro obrigaram-me a assinar, agora, arrependidos, tenho que ficar lá de estátua! Estes humanos são uns incorrígiveis e de extremos. Passam-se de um lado para outro lado com uma facilidade espantosa... então os delírios persecutórios com as coisas mais simples como esta da terra rodar e girar. Oh humanos, libertai-vos. Deixai os outros descobrir por si e falar quem quer falar. Depois tendes que dizer em côro e comigo. "Eppur si muove", mas a estátua não. Delírio persecutório ou complexo expiante da culpa? E será que expiam? Primeiro foi o Cardeal Belarmino. Aí este Belarmino! Agora são os membros da Academia Pontíficia das Ciências. Tudo a querer ficar bem nos registos da estória ou da história? Estes humanos… dizeis que a virtude está no meio, mas não me parece. A virtude é muitas vezes não fazer nada ou deixar fazer. Estudar é sempre uma solução boa. Pois, é verdade. Estar preparado, dizia frei Pierre Pelletier. Lembram-se?Preparemo-nos então para não sermos os das figuras tristes e acéfalas. Se quiserem trazer depressa o azeite à superfície, não conseguirão. Se quiserem tapar o sol com a peneira porque haveriam de conseguir? Porque haveria de ser diferente com a verdade ou com o erro?

12 março, 2008 02:57  
Anonymous Anónimo said...

Só à segunda leitura percebi que o Jorge se tinha metido na pele de Galileu e protestava, indignado, contra o facto de querem fazer uma estátua ao sábio que tão maltrataram. Eu acho muito bem que façam uma estátua e escrevam em letras douradas na base da mesma: Perdôa a estes grandes camêlos, Galileu.
E para mostrar que ainda sabem latim no século XXI, acrescentem: errare humanum est.
Mesmo os eminentissimos cadeais.

13 março, 2008 15:13  
Anonymous Anónimo said...

No comentário anterior saiu anónimo em vez de Mário Neiva. Fica a rectificação.

14 março, 2008 20:56  
Anonymous Anónimo said...

Protestava, indignado, ou gozava com a emergência de novos sabedores e fazedores dos mesmos erros? Afinal, intrinsecamente, o homem mudou assim tanto? Por aquilo de que me dou conta... Grande Belarmino, quer dizer, grandes Belarminos...

16 março, 2008 21:06  
Anonymous Anónimo said...

Seja como fôr, a tua observação foi muito oportuna e bem podia ter sido mais crítica. È um desplante passar, assim, do oito ao oitenta!

17 março, 2008 08:29  
Anonymous Anónimo said...

Mas eu não quero ser crítico... só quero ser feliz e dar felicidade aos outros

17 março, 2008 15:41  
Anonymous Anónimo said...

Mas foste. E bem contundente. E podes realizar, mesmo assim, a tua felicidade e a felicidade dos outros. Qual a contradição? Tudo o que fizeres pelos outros reverterá para ti, de uma forma ou de outra: o mal te rebaixará, o bem te há-de enobrecer. Até como psicólogo sabes isto muito melhor do que eu...

17 março, 2008 21:30  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos da aaacarmelitas... estou-me a divertir com esta do radical com a Bíblia na mão que para a história sempre será o Cardeal Belarmino que queria retirar o movimento à terra... pois alevá. Cada um pega o que quer. Quando se atinge o limite, não há mais além dele. Colocava-se em certos estudos experimentais sobre o ser humano, a questão de se saber qual o máximo possível de dôr susceptível de ser suportado por um ser humano. A questão deu origem ao estudo dos limiares mínimo e máximo das terminações sensoriais do sistema nervoso humano. E se no limiar mínimo se começa a sentir a estimulação, no limiar máximo, uma vez atingido o máximo, também não se vai mais além, o que nos permite concluir quão grande é capacidade teatral de uns tantos e de sofrimento em silêncio de um número bem menor. Isto vem a propósito do meu grau de criticismo, que podia ser mais ou da minha contundência, que segundo o caríssimo confrade arimo fui "bem contundente". Achas mesmo?
Por mim penso que foi um momento de felicidade e de gozo com aquele Belarmino e muitos outros... que por aí andam, porque nós precisamos de humor, porque senão nem boa nova nem coisa nenhuma... acontece é um passamento e adoro a vida e o meu/nosso tempo. Reconheço que a idade me tem ensinado mais paciência, serenidade e capacidade de desfrutar coisas mínimas, como um pouco de sol, o ar fresco, o mar a rolar e claro, também, a gozação que me é oferecida por belarminos sem fim. Por isso, confrade, quando passamos o cabo Bojador, que me importa a mim se devia ser mais crítico ou se fui bem contundente. Achas que sim, que bom!... Eu acho que não nem no tocante à contundência e então no tocante ao crítico... eu? Então porquê? Eu cá não escrevi a história nem fui agente dela no tempo de Galileu Galilei nem acusador ou advogado do diabo dos cientistas do Vaticano (!) E o Galileu só se queixou muito baixinho: “Eppur si muove”. Caríssimos, não, não e não… falar do passado só se me ajudar a desenhar o futuro. Estava a desenhar o futuro a partir do que iam sendo os presentes. Então, eu que só faço quase em exclusividade desenhos do futuro desde que retornei ao século. Então o que é um psicólogo senão o que colabora com o outro no desenho do seu futuro? Foi por algum tempo um sonho pensar que poderia dar contributos explícitos para desenhar o futuro de aaacarmelitas. Reconheço que os meus anos de ausência não ajudam no conhecimento da terra que desejava ver semeada para mais fruto dar. Outros terão que ser os passos, seguramente… Ou será que apenas ignoro o desenho ou analiso diferentemente o existente ou será que não pode haver desenho e por isso não haverá lugar a passos? Perdão, acho que há lugar a passos… Vejo, sinto, intuo tantos ilustres a fazê-los. Com certeza, e porque não? Quem não quer um espaço de felicidade? Quem é que não quer ser feliz! Mas já estou a presentir que alguém vai dizer: mas afinal, o tipo está doido, que tem a aaacarmelitas a ver com felicidade? Pois, quem assim pensar que responda. Pela quinta-feira santa, da instituição da eucaristia, marca por excelência do mandamento novo do amor, do sacerdócio – serviço da bacia, ou da tina, ou como queiram, e todas as outras facetas que em si encerra o ser-se sacerdote e cristão, (sacerdotes, profetas e reis), vos desejo boa passagem na mudança para melhor, pequenina que seja, na vossa relação com os humanos vivos e, se for o caso, que o sentimento e afecto dos vossos do além, vos ajude a desenhar-vos nessa passagem. Boa Páscoa, boa passagem.

21 março, 2008 01:25  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas,
Como em devido tempo referi, considero aaacarmelitas, pelos valores que tem, uma elite. Face à emergência de profundas discordâncias abandonei a abordagem do tema nessa perspectiva, claro, sem que entretanto tivesse mudado de opinião, porque penso hoje rigorosamente o mesmo, mas com mais argumentos. Mas por agora não é essa a questão, porque todos os que são contra a minha perspectiva têm o mesmo direito de pensar o contrário ou diferente. Acontece que uma feliz coincidência fez-me chegar às mãos uma entrevista de um político credenciadíssimo da nossa praça que aplica o termo elite tal como eu o usei e é modernamente aplicado pelas ciências sociais. Transcrevo do Açoriano Oriental, o mais antigo jornal português, de 27 de Março, quinta-feira, omitindo o nome para não ferir susceptibilidades políticas:
“-Perdemos a alma?
… a alma… Sim. Perdemos um pouco a alma. Estamos a perder um pouco a alma, embora isso esteja no povo. É um bocado absurdo dizer isto mas é uma verdade, que a selecção de futebol tem tido esse papel, mas é pena que seja só. (…). É preciso que as pessoas tenham orgulho nos seus escritores, nos seus cientistas…
Quem pode ter esse papel?
…Há uma crise de elite! Portugal foi feito por uma conjugação entre elites e povo. Há gente boa na sociedade civil, universidades e investigação, medicina e outros sectores, mas na política falta uma elite, falta visão, falta alma….”
Claro que a elite de que eu falo não é política, é ética.

29 março, 2008 01:47  
Anonymous Anónimo said...

ELITE E ELITISMO

São, naturalmente, coisas diferentes.
Mas, antes de dizer mais seja o que for, queria manifestar ao Jorge o meu contentamemto por ter regressado à linguagem da franqueza. Esta só ofende quem recalcitra contra a verdade. E se "a verdade liberta", como alguém disse, devemos estar sempre no seu encalço, mesmo que nos dôa muito. Ou pouco. Ou nada.
Abraçando o meu o meu ex-confrade Jorge nesta demanda sobre se a elite carmelitana dos "aa" é p´ra valer ou vale nada ou muito pouco, permito-me continuar a discordar. Abrtaçados mesmo, como se fossemos a passear, no fim do almoço, por um qualquer caminho de terra batida, em Fátima, por exemplo, vamos conversar.
A palavra elite é um galicismo, como tantos outros, e corresponde ao portuguesissimo "escol", para significar o que há de melhor na sociedade. Neste preciso sentido terá escrito a pessoa que tu, meu caro Jorge, citaste: O que há de melhor na universdade; o que há de melhor na investigação; o que há de melhor na medicina...
Feita esta clarificação, diz-me lá, Jorge, se achas mesmo que nós, os "aacarmelitas", somos o escol da ética, da moral, dos bons pais de familia (excluo, nesta interrogativa, os benfiquistas que o são por natureza...)? Não será presunção a mais? É que, se assim for, estaremos a falar não de elites mas de elistismo. E eu acho isto feio e potenciador de divisões. Por isso critiquei, critico e criticarei. Ainda há bem pouco tempo, em Viseu, assisti à actuação muitissimo boa do grupo coral dos antigos alunos do seminário diocesano de Viseu. Sem elitismo. Uma actuação ao lado de outros grupos corais, um deles de crianças e jovens, absolutamente arrebatador, uns furos bem acima dos respeitáveis e simpáticos velhotes antigos seminaristas. Mesmo assim poderia dizer que aqueles miúdos não serão o escol dos grupos corais em Portugal, apesar de todo o seu virtuosismo. E em ética, Jorge, estas apreciações têm que ser muito mais cuidadas. Porque senão perde-se a própria ética no auto-elogio. Para mim, e recordando a linguagem académica, ELITISMO é CAGANÇA.

29 março, 2008 15:40  
Anonymous Anónimo said...

Aditamento

Como alguém pode ter ficado aborrecido com as conotações escatológicas do termo que aparece no fim do meu comentário anterior, vou escrever em latim o que qualquer "gajo", perdão, qualquer "Caius" do tempo dos Césares diria a propósito do elitismo: Vanitas vanitatum et omnia vanitas est.
Quantas vezes teremos ouvido isto da boca do P.e Pascoal? Lembram-se?

30 março, 2008 23:43  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas,
Não vou voltar à polémica, mas não quero ficar conotado com afirmações que sendo sobre o tema “elite” lhe tocam mais pelo que ele não é e quase nada pelo que é.
Não, não... a elite de que falo não corresponde ao que de melhor há na sociedade. Na sociedade tudo o que é bom faz parte do melhor. A elite de que falo é integrada por pessoas que praticam e ou vivem certos valores que ou estão pouco afirmados na vida colectiva e ou estão muito diluídos. As pessoas que integram elites são pessoas comuns e nem se dá por elas. As suas vidas é que são expressão de certos valores. Claro que os antigos alunos do Seminário diocesano de Viseu não são “sós”, naquela função musical, elite em relação à música, a elite é constituída por todos os grupos que, não sendo profissionais a praticam, até que esse valor passe para a cultura , por hábito, da sociedade quase toda. Na elite não há presunção nem meia presunção, nem vaidade nem meia vaidade, há trabalho dedicado à sociedade e por norma, em voluntariado. Se sou melhor pai por ter andado por onde andei e fazer parte desta elite dos aaacarmelitas? Se era esta a pergunta, caríssimo Mário Neiva, embora eu não tenha feito nenhum estudo para o provar, nem me interessa provar seja o que for, apenas me interessa viver como em vasos comunicantes, a resposta está no que tenho tentado fazer, e não tenho a menor dúvida de que fui e sou melhor pai precisamente pelo passado que tenho em comum com todos os aacarmelitas, embora cada um com seu tempo e formação. Claro que posso estar enganado, mas garanto-te que muita vez me interroguei se estaria certo. E a resposta, que eles, os educandos, foram dando, aponta para vidas com valores. Na vida civil, após uma primeira fase de luta pela sobrevivência logo apareceu outra de afirmação dos valores que as raízes continham, valores esses que foram desenhando um futuro, que, inexplicavelmente, porque não sei explicar, tem passado cada vez mais, por estar com… e disponível para as comunidades eclesiais que me são próximas. O que sou hoje, no bem que faço e nas ferramentas que utilizo, vem do berço que o Seminário potenciou. Devo esta gratidão e retorno a todos os que, na Ordem do Carmo, deram tempo das
suas vidas para que eu e muitos outros disfrutássemos.Haja saúde

01 abril, 2008 01:19  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge

Repetir-me-ia se voltasse a dizer tudo o que a Ordem Carmelita me proporcionou. Afirmei-o já neste espaço e, se fosse preciso, saía por ai fora, gritando aos quatro ventos. Quando disse que "adorei ser carmelita" não estava nem um pouco a fingir. Já não estou em idade para andar a brincar às escondidas. Por isso sou, às vezes, demasiado directo. Até inconveniente. Mas se não posso estar à vontade com os meus antigos companheiros de tantos anos, com quem hei-de eu estar?
Tudo isto para dizer que partilho, contigo, o enorme sentimento de gratidão para com a O.Carm. Acredita, Jorge, que até aquele malfadado ano de noviciado eu recordo com carinho. Agora que trato do meu quintal, lembro-me do querido Frei João que nos ensinou jardinagem. Ficou-me dele um certo fraquinho que tenho pelos cravos-charopes, e todos os anos recolho as sementes para o ano seguinte, tal como faziamos na Quinta da Mata. E bom do P.e Casimniro, que nos levava, ao Domingo, em passeios culturais, ao encontro de verdadeiras reliquias arquitetonicas da região! Nem do P.e António guardo qualquer ressentimento pela cachaçada que apanhei (e tu e todos), quando cantavamos as matinas. Já não me recordo se foi por ter feito uma inclinação para o lado em vez de ser para a frente ou se foi por me ter saído um exaltante aleluia em vez de um submisso amen. Ele bem dizia que era para nós aprendermos a virtude da humildade. Pois bem, em homenagem ao seu modo peculiar de fazer a pedagogia da humildade, hei-de pensar no cachaço que apanhei sempre que me chamar camêlo! Já tinha um motivo, agora tenho dois. E por tua causa, Jorge, que me vieste recordar a gratidão que devo à Ordem Carmelita. E eu não consigo excluir ninguém. Nem o P.e Mestre de Noviços. Se um dia o vir, dou-lhe aquele abraço e vamos fartar-nos de rir.

01 abril, 2008 16:06  
Anonymous Anónimo said...

Onde o amor?
Nem de candeia o encontrei na Casa da Mata…
Caríssimos aaacarmelitas,
Introduz o meu distinto confrade Mário Neiva mais uma nota de humor com estas peculiaridades noviciáticas de fazer humildade, metendo-se tudo no mesmo saco. Nada de confusões, porque o humor também fica negro. Uma coisa é a Ordem do Carmo e tudo o que de bom dela recebemos e de bom nela fizemos em boa nova de amor e libertação, e foi muito, outra coisa é o resto. E no resto, caríssimos aaacarmelitas que passaram por aquelas manobras torcionárias de espiritualidade pornográfica, senão mesmo nazi, mas seguramente manobras sado-masoquistas, e por tudo isso psicopatológicas, a condizer com o nome, da Casa da Mata, confesso-vos que quem de direito, em devido tempo, devia ter apresentado desculpas a todos os que foram submetidos àquelas sevícias (sic) e obrigado o seu autor a mendigar o perdão, um a um. O reconhecimento de que, não obstante, nos erguemos e ficamos de pé, livres como filhos de Deus, caríssimos aaacarmelitas e caríssimo Mário, não anula os actos que sobre nós foram exercidos, nem me transforma em abraçante do seu autor (Sindroma de Estocolmo, em que a sequestrada se torna amante do sequestrador) nem diminui a culpa de quem os executou discricionariamente, meticulosamente, a quente e a frio e com impunidade total de quem podia e devia ter intervido. Nada de confusões, nada de mistura de planos. Não fossem as catarses que, à boa maneira de Freud e com as técnicas de Moreno, que iniciados noutras artes, e aí sim com alguns verdadeiros mestres, levamos a efeito em Fátima, em algumas dramatizações bem conseguidas, e a senhora da política não fosse a que era, a Ordem do Carmo teria tido alguns Virgílios Ferreiras a lavar-lhe a face. No meu caso, ainda o Revº frei Pierre Pelletier me deu a mão com umas longas e demoradas sessões de psicoterapia. Não Mário, em tanto que concordo na tua última postagem, nisto, nem penses. Não pode caber tudo no mesmo saco. Foi "pornográfico" demais, foi surrealista, foi de carrasco sado-masoquista, entregue a si próprio e por conta própria e, para cúmulo da loucura, em nome de Deus. E no entanto ali estou eu a ser esbofeteado por forma a ir ao chão, a ser pontapeado, de braços em cruz e com mãos debaixo dos joelhos e ou a fazerem de mim um homosexual e ou a apontarem-me a porta da rua… Onde o amor? Foi tanto de limite e de limites, que quando tento descrevê-lo não me acreditam. Pior, por vezes, quando o repenso, até parece que nem eu acredito. E foi tanto mais grave quanto é certo e sabido, por um lado, pelos outros superiores que lá viviam, e por outro, pelas denúncias verbais e escritas que de lá saíram, que a Ordem conhecia e, não obstante, ignorou. Esta vergonha é um opróbrio agravado, por se tratar de uma instituição religiosa, e que mancha indelevelmente a Ordem do Carmo em Portugal. As coisas boas são boas, as más são más e quem é doente deve tratar-se. Não é uma questão de perdão nem de abraços nem tão pouco de saudável convivência, que aliás fizemos, depois. Ergui-me? Ergui. Fui em frente? Fui e queria ir mais ainda… e aí está parte do problema. Mas todos os que temos memória teremos que perceber que uma hora que tivesse gasto para libertar a alma das iniquidades e opressões daqueles “loucos” intervenientes, já era demais. Porquê? Porque era suposto aquele tempo ser, naquele espaço e com aqueles figurantes (figurões), uma iniciação “ao estar com Ele sem palavras e disponível”. Em dias transformou-se num tempo de contagem dos dias para o termo e criação de mecanismos de defesa para manter a sanidade mental, mecanismos de defesa contra os quais ainda hoje luto. Pior, todas as sementes da saída da Ordem estavam lançadas. Percebi, já depois de ter saído da Ordem, que era só uma questão de tempo. O pote explosivo tinha sido posto ao lume. A filosofia de luxo que nos foi servida nos anos posteriores em Fátima no Instituto Dominicano “Sedes sapientiae” foi um lume brando que manteve a pressão em subida. A efervescência da luz do Espírito Santo que inquietou a Igreja e lhe deu o Vaticano II já não veio a tempo de nos apaziguar as inquietações de um amor comunitário que nos habituáramos a não ter e já só a pura intelectualidade racionalizante nos segurava, por lá, questionantes. A loucura custa caro… Pessoalmente, foi necessário um longo trajecto, uma longa procura, um longo reencontro com o ideal de criança… uma outra leitura das velhas leituras, o retorno às pequenas coisas que eram afinal as marcas do caminho destinado ao serviço. Pela alegria em tempo de aleluia.

02 abril, 2008 02:29  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge

Porra! Eu não sabia que tinhas penado tanto. No ano em que lá estive, foram só uma cachaçadas, e os braços em cruz, de joelhos, era para todos e só em dias especiais de penitência. Quando digo todos, eram mesmo todos, incluindo o P.e Mestre. Eu tinha pena era do bom p.e Casimiro, o prior, já entrado numa bela idade. Agora o que tu contas...caraças, até a mim me dói.Eu e os meus colegas levamos a coisa para a brincadeira. Alguém nos tinha avisado que a pancada tocava a todos. "Ó pá, já só faltas apanhar tu". E apanhou. Não concordávamos de todo com aquilo, tanto assim que, já em Fátima, subscrevemos o baixo-assinado dirigido ao Geral da Ordem denunciando a aberração. Tanto quanto eu saiba o P.e António nunca mais foi mestre de ninguém. Aliás, o novicidado saiu de lá.
Mas há qualquer coisa no teu discurso que eu não entendo e vais fazer o favor de me (nos) explicar.Dizes tu que " não é uma questão de perdão nem de abraços, nem tão pouco de saudável convivência que, aliás, fizemos depois". Se eu entendo a tua prosa, depois "daquilo tudo" tiveste saudável convivência com o P.e António, o tal dos procedimentos nazis, que detalhadamnente descreves. Foi isso? E se assim foi, o p:e António fez-te um pedido expresso de desculpa (como achas, no texto,que devia haver) e tudo ficou bem? E, de novo pergunto, se foi assim porquê esta virulência toda, ainda hoje, sobre um acontecimento penoso tão remoto que deveria ter ficado esclarecido na tal sá convivencia? Se eu entendi bem, que houve. E então porque estranhas que eu lhe dê um abraço se um dia eu o vir? Não sei se o faria se tivesse penado como tu. Não sei. A minha experiência foi diferente e diferentes são as recordações. Guardo-as todas, boas e más, mas como sou brincalhão por feitio, a esta distância no tempo, até um cachaço mal merecido me faz rir. Mas foi só um cachaço. Houve, além disso, uma série de berros cada vez que a gente fazia as inclinações trocadas ou cantavamos as matinas sem o entusiamos que a Divina Audiência merecia etc. Coisas menores, que fomos engolindo, para seguir em frente no ideal que pensavamos ter.
Não deverás ver nas minhas palavras, nem por um segundo, a menor aprovação da pedagogia do cachaço, muito menos da tortura. Se deduziste isso das minhas palavras, tenho que reconhecer que me expressei muito mal e peço desculpa pela falha involuntária.
Mas fico à espera que me digas se fizeste as pazes com o P.e Mestre. Se o fizeste, meu caro Jorge, fica-te muito mal recordar um passado vergonhoso de alguém que já terá reconhecido, perante ti, o disparate daquela pedagogia.
E depois, que culpa tenho de gostar de recordar sobretudo as coisas boas dos meus longos anos na Ordem?
Devemos assumir o passado TODO e com ele aprender para desenhar, como tu muito bem dizes, o futuro. Assumir o passado não é justificar os crimes e os disparates cometidos. É superá-los. Negá-los é ignorancia ou má fé. Patinar neles é revivalismo malsão.

02 abril, 2008 17:07  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas e caríssimo Mário,
O que escrevi, está escrito. Sem virulência e sem revivalismo nem sadio nem malsão. São factos e factos gravados para sempre na alma de quem os sofreu, factos traumáticos marcantes de vidas, que senão mesmo as decidiram. Veio a propósito e era minha obrigação ética e cristã fazê-lo. Vejo que na parte do texto que poderia oferecer mais dúvidas o percebeste muito bem e sabes tão bem ou melhor do que eu que o perdão oferecido, mesmo sem ter sido pedido, não anula os factos. Não mais me vergarão a cerviz este ou outros feiticeiros autistas, vazios, sorvedouros de vidas, quais abutres à procura de novas presas. E tens a certeza que não há outras? Tens? Têm? Obrigado então pela razão que me dão. Em tempo de Páscoa e de Ressurreição, que a nossa capa alva tão bem significava e significa, a partilha de uma letra feita a pedido do sacerdote, aqui da nossa comunidade da Fajã de Baixo, e que se canta com a música do cântico nº 3 do Cantemos Todos. A nossa Igreja sofreu uma grande remodelação e para todos os efeitos a consideramos nova. Face a uma Igreja Nova desafiou-me a uma letra que apelasse à mudança de vida, a um coração modificado e ao serviço.
Igreja Nova - Refrão: “Nossa Igreja já está nova e ao Serviço dos Irmãos. Reuni-vos. Regozijai-vos no Serviço da Palavra! Exultareis com os novos actos gerados pela Ressurreição. Versos: 1. É bom o Senhor que em nós faz festa. Alegrai-vos e renovai o coração. 2.É bom o Senhor que nos acolhe. Vinde e mudai vosso pensar. 3.É bom o Senhor que nos conduz. Caminhai com novos gestos de amor”. Acabamos de ensaiar agora mesmo no grupo coral. No próximo Domingo será ensaiada à comunidade e partilhada no momento de acção de graças, pós comunhão. Exultareis com os novos actos gerados pela ressurreição. Como diria o ex rev. frei Pascoal, e à boa maneira da Ordem do Carmo, “desta forma, acabamos por ser confrontados com um processo de transformação da Morte para a Vida, da Vida Humana para a vida Ressuscitada em Deus”. Ou mais próximo do meu sentir, e que ele refere citando Kees Waaijman: “… Espontaneamente, sem que nos esforcemos, a Palavra passa para nós. Isto é a Ressurreição do Senhor, não a Ressurreição que é celebrada nos domingos e dias de festa ou durante a eucaristia diária, mas sim a Ressurreição que é experimentada no nosso ser”, digo eu, quando estamos disponíveis para o serviço. Citação de Arie G Kallenberg, A Reessurreição na Liturgia e Espiritualidade dos Antigos Carmelitas, pgs 24-25, Zevenbergen – 29 de Março de 2008.

03 abril, 2008 03:02  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado pelo esclarecimento, Jorge. Não tenho mais dúvidas sobre o que disseste e respeito, sobretudo, o sofrimento que por que passaste, tu e qualquer outro que não tenha tido a sorte do meu grupo.Eramos cinco: Além de mim, o Delfim Soares, o Sampaio (de Ruivães), o Hilário Rocha e o "Tone" Esteves (ou, como lhe chamavamos, o Cristina, por ser de Santa Cristina, a terra da nossa Falperra...). Digo sorte, porque levavamos aquilo "numa boa". Apesar de nos sentirmos quase em cuecas, quando o simpático barbeiro da Longra nos fazia uma c´roa, a canónica tonsura, que nos chegava quase às orelhas, aproveitavamos sempre para nos rir um pouco, nos breves intervalos para descontrair. O que mais nos custava eram as "ensaboadelas" diante das filhas do sapateiro (na realidade um industrial de calçado) que, para mal dos nossos pecados, deram em beatas e lá estavam caidinhas, as vezes suficientes para presenciar ralhetes e, meu deus! verem-nos quase despidos, no dia a seguir à tonsura, cabeça rapada e brilhante, a atrair o olhar das curiosas. Ou talvez não. Mas nós sentiamos quatros olhos cravados nas carequinhas luzidias. Custava-nos mais isso que ouvir os berros histéricos do P.e Mestre por dá cá aquela palha. Tu e outros não poderão brincar com um tempo que vos foi tão amargo e, parece-me até, traumatizante. Falo assim, Jorge, e olha que eu era considerado dos mais beatos do grupo. Levava a coisa bem a sério. Mas, dada a minha natureza, ao mesmo tempo que tentava desviar os olhos das " filhas do sapateiro",ria ou sorria cá por dentro. E assim, passados todos estes anos, só me restaram agradáveis e comoventes lembranças. Não havia só o P.e Mestre. Havia a simplicidade e bondade do Frei João, a eterna bonomia do P.e Casimiro, os colegas brincalhões, a boa comida, o infernal chinfrim dos patos gansos à volta do lago, que nós chamavamos os cães de guarda, por grasnarem sempre à passagem de qualquer pessoa...Não podia deixar passar: recordo o vinho fabuloso que nos era servido e os melões, diliciosos, criados na quinta...
Por alguma incompreensão que tenha transparecido das minhas palavras, neste espaço, para com o sofrimento de colegas que foram brutalizados, peço imensa desculpa. Eu bem vos tenho avisado que sou um camelo. E, talvez por isso, imune ao terrivel "Sindroma de Estocolmo" de que fala o Jorge.

03 abril, 2008 10:48  
Anonymous Anónimo said...

Aaacarmelitas um espaço de expressão, de catarse, de encontros e crescimento, talvez mesmo um espaço de serviço, uma perspectiva diferente de sentir a Ordem dos irmãos da bem aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

04 abril, 2008 02:22  
Anonymous Anónimo said...

Num segundo tempo, eu queria comentar as citações que o Jorge trouxe, na parte final da sua intervenção, do Arie Kellenberg, acerca da Ressurreição. É um tema que me apaixona.
Vou começar com uma pequena historia da minha vida. Era eu frade e visitava, em Balugães, a minha única avó sobrevivente, que já ia nos 85 anos. Pegou-me por um braço, levou-me para um canto da cozinha, sentou-se num banquinho e eu fiz o mesmo. Como quem deseja conhecer um grande segredo, murmura-me baixinho "olha lá meu filho, tu que já és quase padre, diz-me como é DO OUTRO LADO" e apontava o céu. Eu inchei, pela confiança dela na minha sabedoria, e desatei a falar-lhe da criação, do pecado, da salvação, do céu, do inferno, do purgatorio, do amor de Deus, da vida eterna... Amen. Era o que eu esperava ouvir, no fim do meu sapiente sermão. Ela, porém, endireitou-se no banquinho, entrelaçou os dedos das mãos sobre o regaço, parece que a estou a ver e ouvir, e atira-me: Tudo isso é muito lindo, meu filho, mas DE LÁ NÃO VÊM CARTAS. Valha-nos a fé na Nossa Senhora Aparecida (de Balugães)e no Santissimo Sacramento.
Ipsis verbis. Porque ficaram gravadas para sempre na minha memória. Recordo-me que ainda me passou pela cabeça dizer-lhe que sim senhor, vieram cartas, as epítulas da missa, mas a lucidez calou-me a boca. Eu percebera que apesar da minha filosofia e teologia, afinal de contas, sabia tanto como ela acerca do OUTRO LADO. Eu e os outros frades e bispos e cardeais e papas.
Não o posso afirmar com uma certeza absoluta, mas penso que comecei ali a perder a minha vocação. Numa simples frase, uma velhinha de 85 anos fazia prova da minha ignorancia e afirmava a sua fé. Morreu com o "tercinho" nas mãos e atempadamente sacramentada com a Extrema Unção.
Escolhi para tema do meu derradeiro trabalho da cadeira de Metafísica, que era ministrada pelo Reitor do ISET (para quem não sabe, Instituto Superior de Estudos Teológicos) o título "DA PERGUNTA FILOSOFICA Á RESPOSTA DA REVELAÇÃO". A minha avó fez-me a pergunta que toda agente faz desde que somos gente: O que há do OUTRO LADO? Quem realmente somos, o que estamos aqui a fazer e para onde vamos? Quem pensa que a filosofia é outra coisa que esta demanda incessante na procura de saber qual é a nossa "situação", bem pode estar certo que nunca chegou a perceber o que é a filosofia. A "pobreza" das respostas que a filosofia nos dá levou os estudantes brincalhões a definir a filosofia como "uma ciência que com a qual ou sem a qual a gente fica tal e qual". Mas podem ter a certeza de que sem fazer as perguntas da filosofia nunca chegaremos a atingir, verdadeiramente, o estatuto de seres humanos. Tornamo-nos homens, fazendo as perguntas fundamentais(por isso eu disse algures, neste espaço, que os soldadinhos de terracota não fazem perguntas nem cuidam de respostas...)como fez a minha avó, que nunca estudou filosofia.
À pergunta segue-se a RESPOSTA. As respostas. A REVELAÇÃO. As revelações. A minha avó tinha a sua resposta, a sua fé. Cada um de nós encontrará a sua.
Tudo isto para dizer ao meu querido Arie, a propósito da citação do Jorge, que tudo o que afirma sobre a Ressurreição, iria merecer-lhe da minha avó o mesmissimo comentário. O discurso é lindo e piedoso e vale como tal, MAS DE LÁ NÃO HÁ MEIO DE VIR CARTAS. Vamos caminhando às apalpadelas.(E, mais uma vez, me estou a repetir). Agora, meu caro Jorge, compreenderás o quis dizer quando afirmei que não tinha certezas. A minha avó também não as tinha e morreu na paz da sua fé.
Os fundamentalistas DAS CERTEZAS TODAS facilmente encontram nos santos livros das revelações as justificações para a barbarie em nome de DEUS.
Um recado ao Zé Moreira: nunca mais te quero ouvir dizer que só sabes de numeros!

04 abril, 2008 17:51  
Anonymous Anónimo said...

Já aqui referi, e hoje o refiro uma vez mais, que na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, a minha paixão está direccionada, desde há anos, para os irmãos. Caríssimos aaacarmelitas e caríssimo Mário, todavia, na espiritualidade carmelita, foi durante muito tempo, marca da espiritualidade contemplativa, a ressurreição, o santo sepulcro e a assunção de N. Senhora, bem como temas ligados aos últimos tempos (escatologia). Por circunstâncias várias tive oportunidade, recentemente, de me debruçar e estudar um pouco este assunto. A capa alva dos carmelitas é, ainda hoje, no Carmelo, uma manifestação do senhor ressuscitado. É nessa lógica que, vivendo os católicos, nesta fase do calendário litúrgico, esta verdade da sua fé, a Ressurreição, referi, na minha penúltima intervenção uma feliz partilha deste tema num cântico que fui convidado a estruturar na minha comunidade de fé. Vejo agora que sobre este tema, o caríssimo confrade Mário Neiva teceu considerações despropositadas. Por essa razão lhe quero dizer que na arena da tourada à portuguesa o papel mais difícil é o do touro. Por uma razão simples, se ele não tomar a iniciativa, não há tourada. Meu caro amigo, sinto, que lá bem no fundo, a inquietação de aacarmelita é em si tão grande ou maior que nos outros que por lá andaram, usa, porém, um certo tipo de barreiras, como na arena, com medo do touro, com medo de se mostrar e para se defender. Eu podia passar ao lado do que disse. Mas é muito grave o modo como trata tantos. Caríssimo, não tenha complexos. Então, à frente de uns cornos quem é que não tem medo? Invertam-se os papéis. Tome a iniciativa. Isto de ficar só à estocada é bastante mais fácil. Já o desafiei e volto a fazê-lo. Mostre-nos por uma vez, só uma vez, razões de viver, e razões para as seguirmos, de nos realizarmos e sermos felizes. Por uma vez, caro Mário, por uma vez, tome a iniciativa, dê-nos uma dica sobre o essencial para nós comentarmos. Mais claro, dê-me uma razão para não me suicidar ao ler o que escreveu. Seja homem, Mário. Mostre o que vale. Dê-me uma razão de viver, vá lá, convença-me. Tem que me convencer. Experimente… Caríssimo, uns armam-se em sorvedouros de vidas, outros de esperanças. Que diferença faz? E ainda diz que o sindroma de Estocolmo não é consigo!.. Afinal, em que mundo vive? Mas que lhe importa a si se os valores dos outros são falsos? Mexem-lhe com a carteira? Marx é que dizia que a religião era o ópio do povo! Grande sociedade que resultou. Estranho discurso este de quem para afirmar as suas certezas, não expressas, concede à sua avó o direito de morrer na paz da sua fé e para os outros todos reserva o seguinte epitáfio "Os fundamentalistas das certezas todas facilmente encontram nos santos livros das revelações as justificações para a barbárie em nome de Deus". Grande ofensa esta, mesmo que quisesses justificar a Inquisição da qual a Igreja humildemente apresentou desculpas. Pois, que se pode dizer? Ocorre-me dizer, haja fundamentalismo, mas nem tanto. Mas as coisas são como são. Cada um escolhe a medida da expressão da sua pequenez ou da sua grandeza e sabemos hoje, cientificamente, que é pelas manifestações de cada um que vamos à sua personalidade. Jesus, de resto, já o havia referido... mas não era prova científica. Já não sei se o meu confrade Mário não será algo parecido ao que anda revelando! Mas lá que dá que pensar, lá isso dá… Pessoalmente, ainda sinto que não, e consigo provar este sentimento pela partilha que dele fiz a terceiros em documento não editado, hoje mesmo. Devo dizer, todavia, que a afirmação citada é muito, repito, muito ofensiva, é gratuita e não lhe assiste o direito de a fazer. Por se referir a uma pessoa que não participa neste blog evidencia-se como totalmente descabida. A partir do momento em que cito, meu caro, assumo totalmente a citação. Porque a assumo, a partir do momento da citação, considero, caríssimo confrade Mário Neiva, uma bossalidade de muito mau gosto e uma falta de respeito inqualificável, reafirmo, absolutamente inqualificável, que me classifique, e, pior, classifique o amigo Arie (ex Pascoal) que não tem culpa que eu o cite, bem como todos os que fazem vidas animados da Ressurreição de um Jesus que é experimentado no seu ser, como dizia São Paulo "já não seu eu quem vive, mas Cristo que vive em mim"(Gal 2.20), os fundamentalistas das certezas todas e da barbárie em nome de Deus. Fico sem palavras. É de mau gosto, não faz sentido em democracia, não faz sentido em religião, não tem sentido em Blog, não tem esse direito e não lhe deixarei passar isto em claro porque isto não se escreve… Isto não se escreve. Tomei nota indelével que o escreveu e teve a ousadia e o desrespeito, gratuito, de o editar. O perdão, mesmo que oferecido, não anula os factos. Com muita alegria e tranquilidade, crente, praticante, animador de comunidades de crentes e feliz pela Ressurreição do Senhor que me é dado experimentar no meu ser. Como dizia São Paulo aos Gálatas, reafirmo alegremente, ao serviço dos irmãos, já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim. Espontaneamente, sem que me esforce, a Palavra passará para mim e eu a passarei aos irmãos pois para isso me foi dado este tempo, mesmo que haja quem não queira. Algures pelos Açores, no ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2008 e citando Alvin Tofler, "no século da espiritualidade". jorge dias

05 abril, 2008 03:02  
Anonymous Anónimo said...

Confrade Jorge

Volta a ler o que eu escrevi e vê os disparates que acabas de dizer. Faz-me esse favor: Lê de novo. E, de uma vez por todas, fica-te no campo dos argumentos. Não partas para o ataque pessoal. Não me diagnostiques e mandes tratar do "sindroma de Estocolmo" e outras hipotéticas doenças, para eu não ter que te dizer: Medice, cura te ipsum!
Não se trata aqui de falar da minha vida pessoal ou da tua ou de quem quer que seja, porque isso diz respeito a cada um, que só fala se quiser.
A citação do Arie que tu referes é o seu pensamento expresso e nesse sentido, como pensamento, pode ser questionado. Ou não pode? A minha avó não deitou por terra, de uma penada, todo o meu palavreado? Eu ia contestá-la com o argumento simples e definitivo " está lá escrito!", uma versão caseira do "Roma locuta causa finita"? E as suas dúvidas, apesar da fé em que morreu, eram uma tolice quase sacrílega? Como eram as de Santa Terezinha na hora da morte, que se interrogava sobre a existência de Deus? E as dúvidas da Madre Tereza de Calcutá podem ser simplesmente consideradas as "provas" a que o crente é submetido para aperfeiçoar a sua fé? É que, por este caminho, não tarda muito estamos a justificar a pancadaria do P.E Mestre, na Quinta da Mata, que expressamente nos disse, nas célebres palestras semanais, que as humilhações serviam para pôr à prova a nossa vocação!!!
Pensa bem se não andas algo baralhado. É que, quanto a mim, andei sempre e dei-me muito bem com o facto. Tem sido um estímulo constante, um motivo de diálogo aberto a toda a gente e, sobretudo, um princípio seguro para a compreensão uns dos outros. Se pensas que a dúvida, a incerteza, a ignorancia acerca no mistério que envolve o universo que somos nos conduz ao desespero, tens que reavaliar as tuas convicções e bem podes esperar sentado que esta multidão de ignorantes, que é toda a gente, desespere e se suicide. Parafraseando, mais uma vez, o meu professor de Teologia Dogmática, o Frei Bento Domingues, tu é que vais desesperar à espera que "eles" desesperem. E sabes porquê? É que a vida que nós somos neste universo ou multiverso tem sentido em si mesma, vale por si mesma, é valor seguro, é, como dizia o Judeu do texto, O SACRAMENTO MAIOR. E só a partir da aceitação e compreensão desta verdade fundamental, Jorge, se pode fazer a aposta no diálogo, no Ecumenismo. Porque pensas tu que o Ecumenismo falhou rotundamente? Tu me dirás que isso de sermos todos irmãos é uma espécie de metáfora. Sermos o SAcramento Maior, ainda mais metafórico. Sermos o Corpo de Cristo, em que Ele é a Cabeça e a Igreja os membros, uma alegoria. E assim por diante. Numa palavra: somos Hóstia Santa (como diz São Paulo) mas não somos... Somos Corpo de Cristo, mas só em sentido figurado.E por isso se pôde, em nome do Próprio Jesus Cristo, cometer toda a espécie de crimes, como tu bem sabes. Eu quero ver, se no Juizo Final, quando questionados nos termos em que escreve São Mateus (Tive fome não me deste de comer, estava nu e não me vestiste, estava preso e não me visitaste...) teremos a coragem para dizer: Eu pensava que isso era uma metáfora!...
De facto não é metáfora, mas é muito conveniente que o seja, não te parece, Jorge? É que assim podem-se cortar os ramos secos que não dão fruto e lança-los ao fogo eterno. E foram séculos seguidos a cortar "ramos secos" e a queimá-los nas fogueiras : as bruxas, os hereges, os judeus...Sacrilégio espezinhar a hóstia consagrada. Pecadilho menor espezinhar o irmão. E parece que ninguém percebeu a denúncia daquele Judeu, contida no TEXTO PARA REFLEXAO" trazido para este Blog por quem o dirige: "Adorar Deus no irmão como o adoramos na hóstia". É metáfora!!!
É imensamente mais cómodo interptertar tudo em sentido figurado. Até a vida não passará de uma metáfora. Viver no faz de conta. E depois, ao mínima desacordo , enterra-se o ecumenismo, a fraternidade carmelitana, os direitos do homem... e parte-se para a guerra, santa ou não. Aqui, neste cantinho do blog, para o ataque pessoal. Questione-se o discurso da pessoa, não a pessoa! Onde é que ofendo o Arie, pondo em causa um pensamento expresso por ele? Há pensamentos intocáveis? Se estás em contacto com o Arie, ele que diga se se sente ofendido pelo comentário. No fim te deixo o meu endereço electronico.
Querias "uma dica para nós comentarmos", Jorge? Aqui a tens: Pensar o ser humano e o seu universo como a verdadeira MANIFESTAÇÃO DE DEUS. Talvez esteja aí contido todo o Mistério da Incarnação de Deus. Se dissermos o Mistério da Humanização de Deus, a linguagem ficará mais acessivel a toda a gente.

E, ao fim e ao cabo, a pergunta mantem-se: Como é DO OUTRO LADO?
Se tu sabes responder, meu caro Jorge, partilha com os leitores do blog esse teu segredo...
E para terminar: a tua interpelação vale pelo ouro da afirmação inicial:" a minha paixão está direccionada para os irmãos". Assim sendo, não serás surpreendido no DIA do Juizo Final.

marioneiva@hotmail.com

05 abril, 2008 12:05  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas e caríssimo Mário. Adorei a quase totalidade dos argumentos aduzidos. Mas estes argumentos têm uma particularidade, são na sua quase totalidade contra a grande afirmação do seu penúltimo comentário. Este facto faz-me supor que estava distraído quando escreveu aquela grosseria. Ataques? Estamos conversados. (Ai agora o mau da fita sou eu…). Porque não diz desafios de que se esquiva? Não tomo por brincadeira os bons bocados que dedico ao Blog. Não quero crer que a participação, de quem quer que seja, seja brincadeira. Todavia, quando se mexe nos princípios, nos valores dos outros, tem de haver alternativa. Diga-me das suas alternativas. As alternativas são filosofias à procura de resposta e continuadamente questionantes? Sim? Mas com que valores vivo entretanto? E se a resposta for não, quer dizer, já tem respostas, então, uma vez mais lhe deixo o desafio: Dê-me razões de viver, convença-me das suas razões de viver já que questiona as minhas e as de outros, nomeadamente as de todos os carmelitas, porque foi disso que eu falei, não sendo eu carmelita por documento, mas lá me auto-incluindo por vontade própria. Desenhe-me o meu futuro, desenhe o futuro de quem se inquieta, dê razões aos que sofrem... Dizia-me uma psiquiatra amiga, cá da praça: “ vós os cristãos sois uns felizardos…” Agora, adivinhe os porquês que ela aduziu a seguir… posto que não lhe direi. Convença-me a segui-lo nos seus valores, a segui-lo no seu modo de vida. Nessa altura, o monolitismo será um problema meu. Volte à arena... Ataques pessoais? Oh amigo, isso é a protecção onde se esconde o toureiro. Quanto a mim, se acha que sou o fundamentalista das certezas todas em nome de Deus, pois alevá… Até parece que por este andar tenha que deitar fora alguma certeza que partilho por aí com mais alguém! Certo? É essa a sua opinião!? Vai ter um desgosto porque não lhe vou fazer a vontade se as suas não forem melhores. Partilhar? Mas que tenho eu andado a fazer? Não se nota? Confesso que tenho dificuldade em partilhar mais. Mas seguramente se há quem saiba, se sabe, e me der razões de viver mobilizadores, poderá também dar-me as dicas todas que quiser para partilhar mais que, amante como sou da vida e de ter amigos, não me distrairei na sua prática. Mas se não der, resta-nos neste blog alguma da virulência (de vírus activos) em que se tornou a nossa (no tempo em que a partilhei também consigo) vida conventual. Como as coisas se repetem. Agora, só agora percebi, embora naquela altura o tenha intuído e não conseguido provar. Não demore muito tempo a dar-me razões de viver. Não é uma postagem qualquer que estou a pedir, ao correr da pena, peço razões de viver, repito, razões de viver. Sabe, assim coisas intrínsecas, cá de dentro, razões daquelas que dão ou tiram lágrimas, daquelas muito perspicazes ou muito burras. Se for possível daquelas que nos curam ou deixam doentes. Se se lembrar acrescente também qualquer coisinha de como fazer amigos, já agora, se for o caso como ganhar um dinheirinho. Pode-me dizer coisas de afectos e de inteligência que eu sou agradecido e agradeço dos dois lados. Se for o caso pode começar do zero que entendo. Já agora, uma dica para singrar na política. Só uma chamadinha sobre ecologia … Ah e a saúde também… claro, se puder, que depois cá me amanharei. Onde não posso ceder mesmo é na urgência. Tem que ser já. É que, por um lado, o meu tempo de vida restante é curto e, por outro, não posso pedir aos sistemas que me mantêm vivo que esperem … Sabe, é que depois destas maldades que andava a fazer e agora tomei consciência, eles, os sistemas, correm um sério de risco de degradação acelerada senão mesmo de colapso. Que problema este, que estrutura esta a destes humanos que nem por um só momento conseguem viver sem razões de viver. São coisas… Só mais dois pormenores. Reconheço que a referência ao sindroma de Estocolmo na minha última intervenção não resulta integrada no contexto por duas razões. Uma porque não foi explicada a ligação e outra, porque, efectivamente, recebi do caríssimo Mário a sua solidariedade, no meu caso. No restante, isto é, no seu caso, no caso do seu Noviciado, foram ou não branqueados os acontecimentos que lá ocorreram? Tudo o que ficou escrito me diz que sim, e isso é Sindroma de Estocolmo. Se não foi branqueado, fico satisfeito por assim ser e, nesse caso, reconheço que errei e apresento desculpas. Finalmente. No tocante ao e-mail, anoto. O gesto, agradeço. Todavia, as questões iniciadas neste espaço devem ser clarificadas, e só clarificadas, neste espaço. O desafio fica feito, pois, e não abdico, porque querendo continuar a viver e à procura de ser feliz, preciso urgentemente de razões de viver, preciso urgentemente de saber para onde vou, como vou, com quem vou, que meto ou tiro do meu saco dos valores, que valores levam os outros no seu, quem me ajudará, quem deverei eu ajudar, se levamos alma ou viajamos sem alma, se vamos nus de prazeres ou vestidos de pecados, ou se vamos não indo ou se indo não vamos, se sendo somos ou se o que éramos deixamos de ser, isto é, se vivendo, vivo, ou se deixo de viver, vivendo. Preciso de saber se o bem estará por lá, se me será servido ou se terei que o servir, ou, talvez que nem exista lá se nós conhecendo não conhecermos. E se conhecermos, será que se conhece que se conhece, quer dizer, há consciência! Venha Mário, feche a caixa de Pandorra… é que agora, se o não fizer, a virulência vai mesmo emergir.

05 abril, 2008 21:06  
Anonymous Anónimo said...

Parece haver um ultimato e uma ameaça no último paragrafo da ultima intervenção do último Jorge. Não sei como se pode fazer emergir virulência num espaço que se pretende de confronto de ideias. Agradeço ao senhor Jorge (retribuo a gentileza do tratamento "por você) a promoção que fez deste camêlo à condição de touro, um animal cheio de nobreza, da ponta do rabo à extremidade dos cornos, de sangue azul, não tenho dúvidas, apesar da ilusão óptica nos fazer parecer que, na arena, é todo vermelhão...
Nobre touro, AA valente (vaidoso!)vou passar ao lado da bossalidade e da grossaria, que não são para aqui chamadas, quando estamos a falar daqueles homens e mulheres tão cheios de certezas, que não hesitam em provocar hecatombes terriveis em nome, precisamente, dessas certezas. Sejam os Bin Laddens, sejam os Bushs. Este último sr. iluminado teve o desplante de afirmar que falou com Deus antes de fazer a guerra ao Iraque! Obtida a confirmação absoluta da bondade do seu gesto, pela conversa, tu cá tu lá, com Deus, não tem a menor dúvida que o enforcamento de um só homem (e os seus criaditos) tem como justo preço a morte de 100 mil ou um milhão de pessoas, milhões de estropiados, milhões de refugiados, um país literalmente a saque.
Quando o homem deixa de ser filósofo e fica só pela teologia, é o que dá.
Quando deixamos de fazer as perguntas fundamentais, que são a excelência da nossa condição humana, caímos na barbárie. Quando se esquece, por um momento que seja, que o Sujeito que Pergunta é o mesmo que Encontra a Resposta na Revelação, abre-se o caminho, dentro de nós, a todos os atropelos contra a vida, contra a razão, contra os Céus e contra a Terra. Enquanto não descobrirmos, dentro de nós, esta tensão, esta dualidade realíssima, da nossa ignorancia e da nossa fé, nunca alcançaremos a paz conosco próprios e com os outros,por mais salmos que cantemos, versiculos corânicos que recitemos, meditações profundas que emprendamos, tercinhos que rezemos.
Eu não concedi, Sr Jorge, que a minha avó morresse na paz da sua fé, como, com alguma falta de respeito pela minha parente, o Sr afirma. Ela morreu na humanissima dúvida, como Teresa de Lisieux e Teresa de Calcutá. Que pensa O Jorge que eram a "escuridão da fé" e a "aridez" espiritual experimentada pelos místicos católicos? O Sr, que é psicólogo, acha que era só não sentir arrepios quando oravam? Não será antes que os místicos, ao descobrirem a tensão da ignorancia e da fé, na sua vida, ficaram balançados entre a PERGUNTA E A RESPOSTA?
Foi esta descoberta fantástica que eu fiz, num dia distante, pela revelação de uma velhinha de 85 anos. Fez-me a pergunta: "COMO É DO OUTRO LADO?" . Não soube responder (O Sr sabe?). Morreu na RESPOSTA que lhe deu a sua fé.
Morreu ignorante, como este camêlo que eu sou (perdão, agora touro) e com a única sabedoria que a sua fé lhe prprorcionou.
Quando se pretende transformar sabedoria da fé em certeza da razão, está-se a baralhar tudo. Eu sei que é muito dificil a humildade da ignorancia. Mas uma vez aceite, podem crer, abrem-se todos os horizontes diante de nós. Como eu compreendo Sócrates, o Grego! Só sei que nada sei.
Se ofendo os sábios....me perdoem, que não é de propósito.

06 abril, 2008 09:49  
Anonymous Anónimo said...

Aditamento

O Sr Jorge que me desculpe por não ter respondido ao seu pedido da penultima intervenção, acerca da receita para a felicidade, que é isso que todos almejamos e perseguimos. Conseguida esta receita, naturalmente, encontramos todas as razões para viver.
Se eu consegui exprimir-me de uma forma minimamente compreensivel, o Sr Jorge terá pelo menos intuido a receita: humildade. Tão simples. Aceite, como eu, a ignorancia. Deixe-os cair ao chão, como me aconteceu a mim, diante de uma velhinha analfabeta. Quando descer a este patamar de conhecimento de saber que não sabe, verá, para seu espanto, que se lhe acabam todas as atribulações metafísicas e teológicas, que filósofos sabichões e teólogos inflamados lhe foram incutindo ao longo da sua já longa vida. Nesta altura estará pronto para o diálogo sem virulências e começará a desfiar, baixinho, o rosário dos sábios, alternando nas 150 contas desfiadas: sou camelo, sou burro, sou jumento...E não pense que terá alguma originalidade no seu gesto: Há muitos séculos atrás São Francisco de Assis já o fez.
E para terminar, queria referir que li algures, já não sei onde, a história incrivel, de que São Tomás de Aquino, no fim de escrever a sua monumental Suma Teológica, terá dito: "Tudo isto não é mais que palha". Se conhecer alguém mais versado na vida deste santo, confirme esta história, e então perceberá que o Arie nunca se poderá sentir ofendido por lhe criticarem um pensamento, por mais lindo, piedoso e profundo que seja.
Bom Domingo para todos

06 abril, 2008 11:49  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aacarmelitas e caríssimo Mário, por ter tentado fazer várias coisas sob pressão, verifico, ao cair da tarde deste Domingo, que um comentário editado há umas três horas, afinal não o foi. Com pesar porque terei alguma dificuldade em reconstitui-lo. Por hoje, em absoluto, nada de provocações e até a do você retiro. Todavia, voltarei porque, conotado como fundamentalista das certezas todas não quero ficar responsabilizado pela barbárie em nome de Deus e com recurso aos livros santos. Hoje não... Hoje quero saborear, com a Igreja, o apelo à inteligência e à redução das fraquezas do espírito e saudar o que nos une. Quero saborear também a amizade deste amigo de há muito que dá pelo nome de Mário Neiva para que todos percebam que nos estimamos. Começo pelo lado do touro... Caríssimo Mário, evitei cirurgicamente qualquer palavra que to pudesse sugerir. Nesta imagética, o touro fui sempre e só eu. Porquê? Porque sou touro de signo e porque fui o da iniciativa da imagem e da abordagem em linguagem de limites, embora também por lá andes com frequência. O desafio foi e é de iniciativa da resposta, não da pergunta. Aproveitava, hoje, para publicamente te manifestar o quão presente estiveste na minha vida de mais novo devido ao dedilhar do bandolim e sempre desejei poder-me iniciar na arte das cordas melódicas à semelhança do que tu fazias. E ainda hoje sempre que pego no violão ou viola da terra me fica por realizar o desejo do bandolim… Acresce nas afinidades tantos dias partilhados, com angústias e alegrias comuns, e, vejo hoje, uma desenvoltura que ultrapassa todas as expectativas. Sendo certo que é muito mais o que nos une que aquilo que nos separa, devo dizer, para que todos os aacarmelitas saibam que aprecio, sinceramente, as tuas incursões teológicas e a tua continuada efervescência filosófica. Claro que há implicações que não aprecio, mas a elas voltarei. Ainda queria referir-me à tua avó. Meu caro Mário, se alguma coisa respeito na vida é a sua paz… a eternidade pacífica dos mortos e, por norma, só os menciono para deles dizer o bem que fizeram. Se sentiste que não respeitei a sua memória, independentemente das razões, as minhas desculpas. Todavia, reporta-me em quê para que me corrija em definitivo porque erros desses não se podem cometer. Já que o Domingo está no fim que a semana vos traga tudo de bom em amores e em dádivas… Aleluia

06 abril, 2008 18:57  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge

Voltamos ao tempo de confrades. Que bom. Fizeste bem lembrar que sempre fomos amigos nos muitos anos que partilhamos na Ordem Carmelita, o que é pura verdade, porque alguém poderia ser levado a pensar que o diálogo vivo, roçando às vezes a agressividade mútua, que temos mantido no blog, indiciaria a existencia de quesilias antigas, que nunca existiram.
Quanto à referencia à minha avó que considerei menos respeitosa foi o facto de teres dito que lhe concedi morrer na paz da sua fé.
Não gostei. Estás desculpado porque tenho a certeza que não quiseste ofender.
Boa noite. Dorme em paz com os teus.
Mário

06 abril, 2008 23:36  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aacarmelitas, caros visitantes e leitores assíduos deste blog,

Embora nem sempre fieis à ementa deste almoço especial, que era de reflexão sobre a aaacarmelitas, a verdade é que, não obstante os desvios, em mim foram emergindo algumas conclusões de que tenho vindo a dar público testemunho e que numa frase resumo agora o mais abrangentemente possível: "Aaacarmelitas, um espaço de reflexão, expressão, catarse, de encontros e reencontros, talvez mesmo um espaço de serviço, uma perspectiva diferente de ver e sentir a Ordem dos irmãos e irmãs da bem aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo." Sobre esta participação algumas reflexões.

1. Como em tudo na vida, emerge agora, mais forte que nunca, afirmativa, a vontade de deixar de lado discursos filosóficos de confusão e de circuito fechado em que a ausência de respostas se encarrega de anular os poucos desafios que outras abordagens filosóficas ou crenças possam ter gerado. Estas abordagens ou crenças deram sentido às vidas de quem a elas chegou ou as praticou. Eram valores. Nas últimas intervenções, neste almoço, “quase” que o único valor afirmado e possível seria o da vida que tem valor por si mesma. É verdadeiro, seguramente, este valor. Aceito a partilha de ser Ser com tudo o que é vida, todavia, postulo para mim próprio, e para quem de outra forma entender, alguma discriminação positiva. Há muito que não partilho as filosofias da anulação em que para se defender os direitos de uns temos que anular os direitos de uns tantos outros e que por norma são filosofias do vazio onde a verdade nunca chega a ser e onde a verdade que foi, sem substituta, deixa de ser. A filosofia da não conclusão, ou da não verdade, não é filosofia, é uma aberração. É o contrário da filosofia, é “a afilosofia” (sic), a não filosofia. Tentei ler “La Nausée” de Sartre uma vez e não consegui acabar. Todavia, colhi nessa leitura algumas pistas de soluções para mim próprio. As angústias filosóficas e psicológicas, ou existencialistas, que nesse livro são abordadas, e aquelas que a vida se encarrega de nos fazer viver, só se resolvem com valores que se vivem muito e se questionam menos, desde que respeitem os outros, mesmo que mais tarde venhamos a verificar que eram falsos. Desempenharam o seu papel e mantiveram-nos a sanidade mental e, por incrível que pareça, fizeram-nos ser mais e melhores.
2. Só vive quem tem valores… Se os vossos valores respeitam os outros, vivei-os. Nessa lógica, inventai outros, inventai razões de bem-estar (prazeres), de felicidade. Drogai-vos com as endorfinas produzidas pelo vosso organismo quando pratica movimento. Enchei os ginásios, as ruas, as praças… gritai de amor e de alegria para que todos vejam os vossos valores. Se acreditar em Deus vos faz bem, eu acho que sim, e em todas as verdades da fé, acreditai. Se uma religião não vos agrada, escolhei outra… Hoje, até nisso, há kits de fé disponíveis. Só uma ressalva: duvidai sempre, mas sempre, daqueles que, afectos a outro kit de fé, seja ele o do materialismo, da filosofia ou o kit do judeu do sacramento da bacia, vos vêem dizer que o vosso kit está cheio de defeitos. Faz-me crer que algo de errado se passa com o kit de fé dos que assim falam.
3. Os valores dos outros ou do outro, por serem a razão, a energia produtora de equilíbrio das suas vidas, são sagrados, inquestionáveis, intocáveis. Toda e qualquer sugestão de alteração deve ser desenvolvida com amorosa pedagogia e afectuoso e racional exemplo de convencimento. Só caminha na vida quem tem dúvidas que logrou transformar em desafios, objecto, destino, valores. A dúvida só é legítima como método e toda a pergunta precisa de uma resposta, nem que seja provisória, e mesmo que se venha a provar, se julgada definitiva, que é, afinal, manifestamente falsa e errada. Pois, mas valeu até que outra aparecesse. Só caminhamos passo a passo… a cada passo as suas dúvidas e certezas. O caminho certo é sempre lento, mas só o andar faz caminho… e só no andar nos melhoramos em qualquer das dimensões que forem, caso a caso, a nossa opção.
4. Retomo, para que não restem dúvidas, a referência histórica à espiritualidade da Ordem dos irmãos e irmãs da bem aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, sobre a Ressurreição, referência que fiz noutra intervenção e que deu origem a que fosse considerado, neste espaço, com outros, co-autor da barbárie em nome de Deus e com recurso aos livros santos. Cito Kees Waaijman sobre o caminho espiritual do Carmelo: “A Regra deseja ardentemente que a Palavra de Deus habite com toda a sua riqueza na nossa boca e no nosso coração de forma que tudo o que tivermos que fazer o façamos na Palavra do Senhor (Regra, 20). Espontaneamente, sem que nos esforcemos, a Palavra passa para nós. Isto é a Ressurreição do Senhor, não a Ressurreição que é celebrada nos domingos e dias de festa ou durante a eucaristia diária, mas sim a Ressurreição que é experimentada no nosso ser. ´Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim`(Ga.2,20).” E a propósito, não posso deixar de evidenciar também, aqui e agora, o lindíssimo intróito da celebração litúrgica da eucaristia pascal, que para alguns carmelitas, por terem sentido a mão do senhor sobre os seus ombros, “Posuisti super manum tuam”, encerra um verdadeiro programa de vida. “Ressurgi e ainda estou convosco, colocaste a tua mão sobre mim, a tua sabedoria é maravilhosa. Aleluia, aleluia…” (Salmo 139, versos, 18, 5 e 6).


Em tempo de Páscoa, por isso, de passagem para melhor, apraz-me terminar esta intervenção neste espaço, saudando todos os que participaram no encontro do laicado carmelita da Região Ibérica, em Fátima, na Casa Beato Nuno, já em postagem noutro local neste blog, saudando cordialmente todos os participantes na certeza de que vejo em eventos como aquele, parte de uma possibilidade histórica da Ordem do Carmo se posicionar, modernamente, face aos irmãos: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Parabéns. Espero ver muitos testemunhos no Blog para com eles nos animarmos. Tudo farei para poder estar no próximo. Que o Espírito Santo, cujas festas nos Açores já estão em curso, e na contagem pós-pascal se aproxima, nos perturbe com as suas línguas de fogo na quietude do nosso desamor. Convosco partilho este afecto caloroso e sempre efervescente se, por ventura, partilharmos o mesmo kit de fé… Pela linda Ilha de São Miguel, em Ponta Delgada, a tentar fazer caminho, que muito caminho, lembrando Elias, há para andar. Jorge Dias

07 abril, 2008 21:36  
Anonymous Anónimo said...

A TODOS AQUELES QUE TIVERAM A PACIENCIA DE JOB

para ler este interminável comentário de uma Almoço Muito Especial que agora chega ao fim, por abandono, da sala, dos seus derradeiros participantes.

Não, contudo, sem uma última palavra.
Nunca me perdoariam o meu ex-confrade e professor de Filosofia, o p.e Matias (Introduçao à Filodofia e História da Filosofia) e o antigo Reitor do ISET, professor de Metafísica, se eu deixasse, sem um reparo, a excêntrica definição de filosofia deixada no comentário nrº 133.
Qualquer AA que viu o seu filho ou sua filha passar pelo 10º ou 11º ano de escolaridade, poderá consultar o manual de filosofia que tiveram de comprar e comparem o que lá está definido como filosofia com o que acima se afirmou ou sugeriu.
O que vão encontrar nos manuais dos vossos filhos é algo parecido com isto:
"A sabedoria oriental é essencialmente RELIGIOSA: é ela o património de uma casta sacerdotal cuja única preocupação é a de defendê-la e transmiti-la na sua PUREZA. O único fundamento da sabedoria oriental é a TRADIÇÃO. A filosofia grega, ao invés, É PESQUISA e esta pesquisa nasce de um acto fundamental de liberdade frente à tradição, ao costume e a toda a crença aceite como tal. O FUNDAMENTO DA FILOSOFIA É QUE O HOMEM NÃO POSSUI A SABEDORIA MAS DEVE PROCURÁ-LA: NÃO É SOFIA MAS FILOSOFIA, AMOR DA SABEDORIA, PERSEGUIÇÃO DIRECTA NO ENCALÇO DA VERDADE, PARA LÁ DOS COSTUMES, DAS TRADIÇÕES E DAS APARENCIAS....A filosofia não é o património ou o privilégio de uma casta privilegiada. Todo o homem, segundo os gregos, pode filosofar, porque o homem é "animal racional" e a sua racionalidade significa a possibilidade de PROCURAR, DE MANEIRA AUTÓNOMA, A VERDADE... Em consequencia disto, a filosofia grega é INVESTIGAÇÃO RACIONAL, QUE NÃO ASSENTA NUMA VERDADE JÁ MANIFESTADA OU REVELADA, mas somente na força da razão e nesta reconhece o seu único guia. O SEU LIMITE POLÉMICO é habitualmente a opinião corrente, a tradição, o mito, para além dos quais intenta prosseguir; E ATÉ QUANDO TERMINA POR UMA CONFIRMAÇÃO DA TRADIÇÃO, O VALOR DESTA CONFIRMAÇÃO DERIVA UNICAMENTE DA FORÇA RACIONAL DO DISCURSO FILOSÓFICO...
...Estas caracteristicas são proprias de todas as manifestações da filosofia grega e estão INSCRITAS NA PRÓPRIA ETIMOLOGIA DA PALAVRA, QUE SIGNIFICA "AMOR DA SABEDORIA"...
...TODA A CIENCIA ou disciplina humana, enquanto pesquisa autónoma, é filosofia..."

Foi esta filosofia que me transmitiram os meus Mestres. E como eram sacerdotes, a esta pergunta permanente, ou pesquisa ou simplesmente racionalidade, acrescentaram ao seu ensinamento cristão, a RESPOSTA DA REVELAÇÃO. Esta sim, definitiva e absoluta, cujos fundamentos dogmáticos eu já bebera com o leite materno.

Meus caros antigos colegas, vocês permanecem na minha lembrança e são UMA GRATA RECORDAÇÃO DA JUVENTUDE. E lembro-me de tantos! Se algum, involuntáriamente, ofendi perdoe a este camelo que dá pelo nome de Mário Oliveira Neiva, para o "seculo", e num outro tempo
Frei Mário O.Carm.

Até sempre

08 abril, 2008 09:03  
Anonymous Anónimo said...

Em tempo: Onde se lê "ao seu ensinamento" leia-se "o seu ensinamento".

08 abril, 2008 11:47  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas,
Nada de confusões...as palavras utilizadas foram meticulosas e, por analogia, cirúrgicas. Continuo sentado à mesa de um almoço muito especial com a deliciosa ementa de aaacarmelitas e vou continuar, seguramente, porque os outros, no amor da mensagem aos irmãos, e de alguma prática, são mesmo uma razão boa. Ia cá deixar esta pérola...

10 abril, 2008 14:36  
Anonymous Anónimo said...

DE VOLTA

Pensei que dixaras a mesa. Li mal. E eu prcisava de deixar alguns assuntos clarificados. Nem de longe respondi ao coment 133. Como neste momento estou dslocado de Balugaes, em PC "emprestado", retomarei o contacto quando regressar. Já agora tambem nao vou deixar a pérola. Pena que nao haja mais comensais. Eu rconheço que a comida nem seempre é boa!

10 abril, 2008 15:37  
Anonymous Anónimo said...

Raramente tenho visto dizer tanto com tão poucas palavras… como ao Reverendo Padre Geral da Ordem do Carmo, expressamente, para aaacarmelitas, aquando do encontro do Laicado Carmelita da Região Ibérica, na Casa Beato Nuno em Fátima.
Às sugestões do Augusto, seu presidente, uma mensagem, um desafio.

“ A mensagem é de carinho e afecto fraterno. Creio que é uma coisa muito bonita esta associação de antigos alunos carmelitas, que se sentem plenamente membros da família do Carmelo e que conservam esse afecto e esse carinho pelo Carmelo. Mensagem de ânimo e de apoio, afecto fraterno dentro da família Carmelita.
O desafio é duplo:
- que vivam o carisma carmelita no meio do mundo, no meio do trabalho, da família, da vida social, das dificuldades, viver esse espírito do Carmelo de profundidade interior, de devoção mariana. Que saibam fazê-lo carne, que saibam encarná-lo no mundo real, na vida real.
– Segundo desafio é que mantenham esse forte vínculo, essa união tão forte com a família carmelita, que sigam em contacto com o Carmelo, que eles (os antigos alunos) são carmelitas no sentido pleno da palavra, carmelitas seculares, e que mantenham esse espírito para que entre todos construamos a grande família do Carmelo, neste caso, em Portugal”.

Neste ponto do nosso almoço, em que o banquete já vai longo, é a cereja em cima do bolo.
Tem síntese e projecto.

11 abril, 2008 01:39  
Anonymous Anónimo said...

Entendo que são como duas irmãs gémeas, contrariando sugestões quase só murmuradas, nos meus anos de filosofia, de que a Filosofia é Serva da Teologia. Não há escravo nem senhor, porque o homem é sujeito da filosofia e da fé. Não somos um a filosofar e outro a crer . Se não entendermos este facto, aparentemente tão simples, estaremos à mercê de um debate tão estéril como a disputa em torno do sexo dos anjos.
Se é simples, porque se discute tanto? Parece-me que o problema está naquilo que se entende por Filosofia e Fé . Ao ler o que o Jorge escreveu sobre filosofia e ao dar-me conta do discurso ignorante que fiz para explicar coisíssima nenhuma à minha avó, não posso deixar de concluir que passamos a vida a fazer confusões entre sistemas filosóficos e FILOSOFIA; entre religiões e FÉ.
No comentário anterior explicitei o que os gregos de há 2500 anos nos legaram como Filosofia. Em resumo se pode dizer que é pesquisa incessante e que nos deixa tão perguntadores à chegada (respostas que não bastam=sistemas filosóficos de Platão, de Aristóteles, de René Descartes, do Positivismo ingles, do Racionalismo Alemão, do existencialismo ateu de Sartre ou cristão de Gabriel Marcel…) como estávamos à partida. Só assim se entende a expressão imortalizada de Sócrates sei que nada sei e só assim se percebe que ao fim destes séculos todos cheios de tratados de filosofia nós continuemos a pesquisar, a perguntar, a procurar. Bem à rasca, às apalpadelas, tropeçando ora em filosofias do nada ou do vazio, como dizia o Jorge, ora levantando voo e ficar pairando no ar como fantasmas, despidos de corpo, verdadeiras almas penadas pensantes, como nos pintou Descartes, desvirtuando Platão, e corrigido magistralmente pelo nosso António Damásio (cientista dedicado à neurologia) na obra mundialmente famosa O Erro de Descartes.
Só resta acrescentar, repetindo o que referi anteriormente que toda a ciência ou disciplina humana, enquanto pesquisa… é filosofia.
Daqui resulta que a atitude eminentemente humana de nos interrogarmos sobre nós e o universo que somos, E´A FILOSOFIA. O que se aprende num “curso de filosofia” é quase só a história dos sistemas filosóficos engendrados e sistematizados ao longo dos séculos.
Contadizendo o meu caro confrade Jorge, o que acabo de definir não é “afilosofia”, nem filosofia de vazio ou nada. É a essencia da Filosofia. E como é eminentemente humana qualquer um a faz, muito naturalmente, como natural é o acto de respirar. Não é preciso ir à escola para ser filósofo. Talvez, isso sim, para descobrir que o somos sem saber, como respiramos sem dar conta. Quando o Zé Moreira chega a casa, se senta à mesa, começa almoçar, depois de cantar a sua fé na igreja dos Congregados, em Braga, e pergunta à Rosa Maria “Como será DO OUTRO LADO?”, está a filosofar. E não perde, com tal pergunta, uma centelha da sua fé. Está simplesmente a manifestar a elevação excepcional do ser humano. Como a minha avó Ana Rosa, analfabeta, velhinha, filosofando e crendo. E nem foi original: Tomé também quis ver para crer.

18 abril, 2008 11:43  
Anonymous Anónimo said...

Em tempo

Por lapso não escrevi o título do comentário anterior: FILOSOFIA E FÉ

18 abril, 2008 11:50  
Anonymous Anónimo said...

Quase tudo que disse acerca da natureza da Filosofia serviria para definir o que entendo por Fé.
Também sobre esta questão, temos que começar por fazer uma distinção clara entre Fé e sistemas gerados pela fé, as religiões e suas teologias (quando as há). Se o não fizermos, nunca ninguém se vai entender e o resultado costumam ser divisões, guerras, matanças, intolerância e, também aqui, intermináveis discussões sobre o sexo dos anjos
Aceitemos o óbvio: A Fé é um acto eminentemente humano e que releva da condição de excepção da natureza do ser humano. Da fé resulta a esperança, ambas tão vitais como o ar que respiramos. Quem quiser pode tapar o nariz. Não irá longe!
.Fará uma triste figura quem espadeirar contra a Fé e a Esperança que ela traz ao Homem. Aqui não me importo de evocar D.Quixote e Sancho Pança…
Perguntar porque temos Fé e Esperança significa a mesma coisa que perguntar porque comemos, porque respiramos, porque filosofamos, porque sonhamos, porque amamos as flores, as estrelas, enfim, o mundo que somos.
Dizia o Jorge, comentando-me e perguntando por “valores”, que eu “quase” só me ficara pela afirmação do valor da vida que tem sentido por si mesma, que vale por si mesma. Ora bem, meu caro Jorge, isto não é “quase”´: É o fundamental. É um VALOR, DE VALOR INCALCULÁVEL. O que não tem sentido é o tal NADA. Esse mesmo do “L’ETRE ET LE NÈANT”, de Jean Paul Sartre, onde ser e não ser se confundem e fundem numa filosofia do NONSENSE, que traduzimos por ABSURDO. Este filósofo/escritor, ídolo de uma certa juventude , na década de sessenta do século passado, levantou voo, agarrado à ideia de que “não era”, só “existia”, esquecendo-se, por completo, de que tinha pai e mãe, avôs e avós, bisavôs e bisavós, em suma, que o homem é um ser histórico. Réné Descartes, com o “seu penso, logo existo”, tirou-nos o “físico” e Sartre deixa-nos sem nada. Como pode alguém, pensando, desligar-se da filiação? Alguém aparece do nada, qual geração espontânea e se põe a dizer: EU SOU NADA? Até pode fazê-lo, mas reconheça , primeiro, que tem pais de carne e osso, para não sermos levados a imaginar que estamos diante de uma alma do outro mundo!
Muita falta faz, a tanta gente, contar avôs e avós, para encontrar as suas raízes!
Aqui chegados tenho de clarificar um assunto importante: No Cristianismo a Fé “não é” uma imanência da natureza humana. A Teologia cristã em geral e a teologia Católica, em particular, afirmam que a fé é um DOM de Deus. Não é fruto da vontade humana. É uma afirmação teológica e que os teólogos do cristianismo referenciam a um outro mundo, o mundo do sobrenatural.
Podíamos questionar : E o homem em si mesmo e o seu universo não são DOM de DEUS! Não é TUDO DOM? E o UNIVERSO que somos coexiste ao lado de um outro SOBRENARURAL, porque o “nosso” é insuficiente? Não vale por si mesmo? E quase voltamos à historia do SACRAMENTO MAIOR…Mas já me alonguei demais e não volto aí.
Esta é a minha maneira de pensar a FILOSOFIA E A FÈ. O HOMEM , ENQUANTO FILÓSOFO E CRENTE NÃO É QUESTIONÁVEL: É a sua natureza a desdobrar-se e a manifestar-se ao mais alto nível. O que é questionável são os sistemas filosóficos, por ele criados; o que é questionável são as religiões e teologias pelos mesmo homem inventadas para viver o dia a dia, humildemente, como convêm a ignorantes.
Para o meu caro confrade Jorge: Deixa de me chamar nomes. Ou sugerí-los.. Não me refiro ao touro (por acaso nasci a 24 de Abril), mas aos “ismos” que foram sendo deixados nor ar, com ou sem dialéctica.

18 abril, 2008 18:31  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaa carmelitas,
Vim hoje ao blog após um período de nojo. Vinha na expectativa de alguma intervenção de algum aaa menos habitual depois da belíssima postagem do Pe Geral sobre aaacarmelitas. Mas não. E ao ler as duas últimas postagens confesso-me contristado. Os meus olhos, o meu ser, a minha digestão, não acreditam no que leio. Mas é verdade… confirmei. Belisquei-me, tornei a beliscar, está lá. O confrade Mário Neiva volta rigorosamente aos mesmos argumentos e à recusa, por omissão, embora legítima, dos múltiplos desafios que sempre lhe deixei. Pior, assume-se como o coitadinho do atacado, do ofendido. Era o que faltava. Comeu do que quis e lhe apeteceu e agora diz-me que eu sou o culpado da sua indigestão, do seu pecado de gula. Feitio esquisito este… mas muito comum nos nossos meios. Então eu, Jorge dias, sou culpado de "ISMOS"... e de lhe chamar nomes... pois alevá. Caríssimo, não há pachorra.
Abres a caixa de pandorra, a boca, quer dizer o pc, escreves o que te dá na real gana e os outros é que te acusam de ismos e te chamam nomes. Já não chegava a patetice de teres metido a tua avó nos escritos. O que nunca deverias ter feito. De recusares a outros direitos que só a ela concedes e depois te sentires melindrado por te evidenciarem esse facto, usando rigorosamente as mesmas palavras que tu utilizaste. Litigância de má fé, claro que não, mas antes participante de má fé, o que é preocupante.
Caríssimo, vives num mundo diferente. Continua... tens todo o direito. Mas eu tenho o mesmo direito. E não me venhas outra vez com essa atoarda de que estou a faltar ao respeito à tua avó. Louvado seja Deus.
Filosofias?
Oh meu Deus... cada um com a sua. Por mim, há quanto tempo que ponho em causa a dos gregos e a do S. Tomás, quanto mais a do M. Neiva? Confesso que, em minha opinião, o Mário tem o condão de separar... pois que vá separando. Por mim, acho que neste espaço devíamos unir. No que se refere às tuas referências educacionais, achas que os teus mestres, no que tiveram de estímulo, foram só teus? Mas ainda não percebestes, aparte o estímulo, que aquela filosofia era uma filosofia de tretas? Eis o problema da filosofia do Secundário! Mário, tretas atrás de tetas. E queriam apanhar os jovens! É por isso que a querem tirar do ensino!
Estou cada vez mais em filosofias libertárias e de realização, de futuros.
O meu desafio para os escritos que vens produzindo foi sempre cristalino: produzir felicidade nas pessoas a quem te diriges, que o que escreves ajude a perspectivar futuros, desenhá-los, facto que sempre recusaste. Em contrapartida tens sido perito em debitar argumentos, na minha perspectiva, sem mais valia para a felicidade humana. Aos defeitos anteriores acrescentaste agora o da exclusão, com nomes e ismos, filosofias da exclusão. Aleluia. Quando me incluíres nas tuas filosofias e me conquistares eu volto a entrar no diálogo. Na verborreia que utilizas para debitar “bitaites” de uma filosofia da tua juventude, já nessa altura loucamente descontextualizada, para ser brando, não há lugar para mim. E por amor de Deus, deixa de vez de julgar os outros… “ai o burro sou eu” e de te considerares o filósofo superior que evidencias. Então amigo, a humildade, a humildadezinha não fazia parte do nosso ensino? Esse argumento vais incluir a partir de agora? Ao quereres servir-me um prato com bolor de mais de dois mil anos, voltas a um argumento que recusei há quarenta anos. Passa fora. Não, caro Mário, muito obrigado. Já estou convertido há muito à verdadeira filosofia, a da vida, sempre actual. Converteu-me a dor e a angustia, a dúvida sistemática que elas desencadeiam. Olha que Descartes também serve para isso. Estou noutra filosofia. E isto não tem nada a ver com revelação. Tens andado a fazer uma enorme salgalhada. Filosofia pura meu caro… a filosofia do sofrimento humano ou da felicidade humana. É mesmo filosofia, meu caro. Ou será que a filosofia não se aplica ao sofrimento humano?
Não tenho nenhum mérito nisso. Foram os problemas dos outros, os meus também ajudaram, mas, repito, os problemas dos outros que me forçaram, que me fizeram as dúvidas e provocaram a busca sistemática, vinte e quatro horas por dia, semanas, meses, às vezes anos com o mesmo caso… e sempre, sempre, amigo, com dor, angústia, com ranger de dentes, com busca incessante, andando sem pernas e sentindo sem sentidos, com recurso a tudo, e em alguns casos até com o suicídio de quem precisava de ajuda e afinal fiquei confinado ao limite da incapacidade humana, mas também, e até, na grandeza do suicídio. E sabes à procura de quê? Só de um pouco de paz e felicidade. Caríssimo, e tu a insistires. Tu funcionas como o insistente afilosófico na expectativa de que isso vire filosofia. Como um pai todo-poderoso que responde sem nada responder e acaba perdendo os filhos todos e, pior, que tendo-os tido até que nem sabe que os teve e os perdeu. Mas que treta essa da filosofia dos gregos… tantos povos que foram bem mais longe. É porque essa nos tocou mais ou porque esse foi o erro de quem nos iniciou e os outros foram todos anulados com recurso a argumentos semelhantes aos que usas? Só o método é pouco, meu caro, é pouco demais. Fica como queres que, podendo não ficares bem, ficas como bem queres. Já agora, não voltei aos textos para reflexão porque aquela de corrigir os que erram é intragável. Que despudor! Que pornografia! Tem dó… Até sinto o vómito a vir só de pensar nela. Estou bem, obrigado… não vais corrigir nada que não quero... era o que faltava. Ai as minhas encomendas. Em filosofia, é de loucos, ”nonsense” absoluto. Em linguagem bíblica é melhor perceberes de que se trata e depois conversamos. Mas deves pedir desculpas porque o que de lá se depreende é uma afronta e é indizível. Grande pai Abraão.
Perceberás o quão indigesto se torna o almoço depois de tantas dicas e de sua ignorância sistematica por tua parte e, aparentemente propositada, não obstante o elevado grau de abrangência de outras dicas que tive o cuidado de apresentar como a cereja em cima do bolo do reverendo Pe. Geral, para um bom aproveitamento e uma boa digestão. E, não obstante, hoje o meu propósito era mesmo voltar à essência deste almoço que é a aaacarmelitas. Voltarei amanhã, Domingo da Ascensão, animado pela promessa do envio do Espírito que nos inspirará toda a verdade e nisso verei um bom digestivo, que bem estou precisando. Caro amigo, verei em ti, um sinal de inteligência se não te sentires vítima de “ismos” ou de quaisquer outros nomes porque, discreto que sou, como tu, acredita que jamais te daria essa oportunidade. Acredita que, atribuíres-te essa vergonha, mesmo como defesa, embora sem nexo, fica mal a um filho de Deus. As palavras, só, não dão. Mas tu é que escolhes e por isso seguirás por tua conta e risco. Lavo as mãos porque já percebi o que a casa gasta. Não te dou, nem a ninguém, essa importância. Nada mais que irmãos e filhos de Deus fazendo-nos connosco e com Ele. E, parecendo pouco, é no entanto o máximo. Aleluia… Vem, Espírito Santo vem, vem iluminar, nossos caminhos, nossos anseios, nossos afectos, nossos amigos, toda a gente… Vem, Espírito Santo vem, vem iluminar… Vem mesmo… e, se puder ser, ilumina-me a mim também.

20 abril, 2008 01:50  
Anonymous Anónimo said...

Caro Jorge

Não me "lamentei" dos "ismos" que me colas, ou pretendes colar. Uma coisa é lamentar, outra é dizer não faças isso porque não corresponde ao meu pensamento. Até usei a expressão popular "não chamar nomes", em tom quase de brincadeira. Vê lá quão longe estou de um espadeirar de vida ou morte! É um debate de ideias. Um argumenta outro contra-argumenta. E como isto é um blog aberto a todos os aa, cada um pode trazer ao blog o que lhe aprouver comunicar e que tanto pode ser o seu pensamento como a sua vivência da fé; a sua poesia como a sua oração; a sua fé como a sua filosofia. E o debate pode acontecer, fraternal, se alguém acha que o pensamento expresso merece reparo ou contem falhas. Então argumenta-se. E que vença a razão! Quanto ao resto, como deixei bem claro nos meus últimos comentários, podemos contestar "filosofias" e "teologias", mas nunca o homem que filosófa e crê. Aristóteles contestou o Platonismo, Descartes contestou o Platonismo e o Aristotelismo e por aí fora. Um bilião de muçulmanos contesta a teologia cristã; dois biliões de cristãos contestam a teologia muçumana; os judeus contestam ambas. No meio desta contestação toda, nunca por nunca se pode esquecer que o ser humano está acima destas questões filosóficas e teológicas. Eu sei que é dificil reconhecer, sem uma dose elevada de humildade, que, a maior parte das vezes, as nossas filosofias e teologias não valem mais que palha. Parece que foi isto que terá descoberto S.Tomãs de Aquino. Mas como tu o contestas...pena que
não digas porquê.
Como podes pensar que eu, ao dizer o que penso, estou a impedir-te de seres o que és, de fazer o que fazes, de acreditares no que acreditas, em suma, de seguires livremento o teu caminho? Enquanto caminhamos, não podemos trocar ideias? Enquanto caminhamos, não digo de braço dado, mas sem o evitável "chega pra lá"? AfinAL NÃO SOMOS IRMÃOS? Mesmo que o judeu ou mulçulmano me contestem e eu a eles? Contestem-se filosofias e teologias, não a FRATERNIDADE HUMANA;NÃO A FILOSOFIA, A FE E A ESPERANÇA DOS HOMENS!
Bom Domingo para todos

20 abril, 2008 08:17  
Anonymous Anónimo said...

Intragável, despudor, pornografia...

Tudo isto a estigmatizar esta minha afirmação: " Deixei de pactuar com o erro , onde ME PARECER que ele exista. A COMEÇAR POR MIM PRÓPRIO".
Podem conferir no TEXTO PARA REFLEXAO, no ultimo comentario.
Como "corrigir os que erram" é uma das 14 obras de misericordia, a par de dar de comer a quem tem fome, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, visitar os presos, assistir aos enfermos etc, não sei como entender a linguagem virulenta do Jorge. E depois, lá no fim, acaba com uma oração ao Espirito Santo.
Que desça sobre ti e te ilumine, que te vejo tão confundido!

20 abril, 2008 17:26  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas, cumpro de imediato a minha promessa da minha última participação neste espaço, intervindo em exclusiva perspectiva de aaacarmelitas. Perdoem-me a minha confusão com o Domingo da Ascensão, que, evidentemente hoje não era, mas o envolvimento com a sua preparação levou-me, momentaneamente, a essa confusão.
Sobre a aaacarmelitas, seguramente que as questões que aqui e ali emergem têm a ver com o facto de muitas vezes me imaginar aaacarmelitas como um comboio de destino único do qual os passageiros têm o direito de saírem, mas, obviamente nas estações não há ninguém para entrar, prefigurando-se, por isso, após o momento áureo que julgo estar a viver agora, um rápido termo, dada a bonita idade dos seus mais activos construtores e animadores Não sendo propriamente uma questão existencialista em perspectiva individual, é, todavia, uma questão existencial para a Associação e que radica na sua própria condição. Se a continuidade humana sempre encontra formas de realização, por esta ou aquela forma, a continuidade da associação, por analogia, me transmite sempre também alguma angustia existencialista, como é óbvio, pelo valores éticos, talvez religiosos, no mínimo afectivos que a integram e dos quais todos partilhamos. Face à minha impossibilidade de participar em assembleias gerais e também porque pouco ou quase nada tem transpirado desses encontros, para além do cumprimento ritual do determinado estatutariamente, e do exercício sempre salutar da camaradagem dos intervenientes, fico, não obstante, pensando que não devo ser o único a sentir este problema. Num almoço especial em que tantos e tão bons acepipes foram servidos não podia deixar de vos trazer este digestivo. Que pretendo? Em princípio apenas transmitir esta preocupação emergente que resulta do facto de cada vez mais sentir e viver esta associação. É assim como que uma questão familiar, fico pensando que já é parte de mim, então depois desta mensagem do padre geral, fico rendido ao desafio. Claro que a isto tudo acresce aquele sentimento comum a todos nós de não gostarmos de emprestar a nossa alma a Instituições condenadas à falência, embora, claro seja essa a inevitabilidade da obra humana em que os novos conhecimentos, ao aparecerem, naturalmente dão origem a outras instituições, ou obras ou actividades em que as ideias se realizam obra melhorada ou diferente. É esta “nuance” que me escapa em aaacarmelitas e, de algum modo, me angustia, existencialmente, entendamo-nos. É este moer contínuo na minha cabeça que não tenho visto expresso nestes espaços. Provavelmente deve ser mesmo assim e o caminho só tem mesmo estações de saída. Mas liberta-se a alma ao deixar-vos o repto. Não faltam desafios no espaço do Carmelo nem sequer nas comunidades eclesiais de todas as localidades. O encontro do laicado carmelita da região ibérica veio mostrar isso mesmo… um espaço sem fim no qual há muito me sinto incluído, embora isto seja outra questão. Amigos, é tudo por hoje. Volto ao tempo litúrgico que vivemos… que o Espírito Santo venha e se nos iluminar melhor.

20 abril, 2008 23:12  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas e caro Mário,
Não estando tudo dito está dito o suficiente para se perceber que não obstante a proximidade na formação e no pensar, a vida nos separou... dado o pouco tempo que me resta, devido à idade, tenho preferência por continuar a vivê-la a falar de homens e mulheres que amam e se amam, se possível a dar amor, se possível a fazer amor, a pensar no amanhecer dos que têm fome ou no seu adormecer porque tinham a barriga vazia,na poluição de ontem e de amanhã e a disponibilizar-me para que ao passar me sintam fonte de alegria e realização, por um segundo que seja. Feliz? Com certeza... o mínimo gesto de felicidade que possa provocar felicidade sem fim me dará. Não posso nem devo ser exigente, mas se muito do que o conceito de Espirito Santo encerra puder vir para mim de alma aberta o recebrei. Vem Espirito, vem iluminar... vem para todos os que te queiram receber. Nos Açores o Espirito Santo suplanta tudo e eu não o sendo já o sou, açoriano. E com esta vos deixo: "Vem divino Espirito Santo. Vais entrar nesta morada... Vem cobrir com o teu manto, esta família sagrada". Assim, ou parecido, cantarão à minha porta os foliões da sua irmandade quando, dentro de dias, pela noite dentro, nos visitarem cantando com sua folia para distribuição da pensão de irmão e reforço dos elos deste amor e desta luz.

20 abril, 2008 23:56  
Anonymous Anónimo said...

Ex-confrade Jorge

Dizes acima: "não obstante a proximidade na formação e no pensar, a vida nos separou".

Tenho de ler esta frase e interpretá-la, no seguimento de outra tua: "caríssimo, vives num mundo diferente".
É verdade, Jorge. Pensei que tinhas percebido isso desde o inicio da minha participação neste Almoço, quando honesta e frontalmente disse que o meu pensamento estava nas antípodas do teu. E quando fiz tal afirmação, num dos comentarios que deixei aí algures, fí-lo depois de ter lido muitas intervenções tuas e ter ficado com uma ideia aproximada, só aproximada, de como pensavas. Se bem te recordas, a tua reacção foi de uma certa incredulidade como quem diz:"Pode lá ser! Um aa não pensar como eu, não viver como eu, não amar como eu, não rezar como eu, não se emocionar como eu, não odiar como eu aquele maldito ano da Quinta da Mata, não ter as minhas teologias e filosofias de vida?!"
Pois é, meu caro ex-confrade Jorge, vivo realmente num mundo diferente e não está, nem de longe no meu horizonte, tornar-me carmelita , muito menos carmelita contemplativo. Não cá fora, como não quis lá dentro. Eu tive a noção do que deixava para trás. Não saí revoltado com nada nem com ninguém. Não foram as pessoas, os meus confrades, dos quais guardo grata lembrança e saudade genuína, mais de uns que de outros, naturalmente, que me "empurraram" de lá. Eu é que comecei a pensar diferente, rezar diferente, sentir diferente, sonhar diferente, amar diferente, em suma, ver o mundo diferente.
Pelos vistos, saíste revoltado com tudo e com todos e tentas agora resolver um conflito que deixaste suspenso há tantos anos. Pretendes, de alguma forma, retomar o fio da meada da tua vida...de frade e contemplativo.
Segue o teu caminho. A tua decisão é firme e tão convicta que procuras arregimentar, para te acompanhar, na viagem, outros aas, servindo-te deste blog como meio. Se alguém te contradiz, como eu o faço, tu dizes categóricamente: "Não vais corrigir nada QUE NÃO QUERO",como mais acima, noutra das tuas catilinárias contra mim ou o meu pensamento (é dificil distinguir o ataque a ideias do ataque pessoal) e, pensando tu que eu estava a perturbar o teu querido e imaginário "rebanho", não tens relutância em escrever esta pérola de democracia: "NÃO TE DOU O DIREITO". Certo que a seguir alteraste o tom e corrigiste para “não tens o direito”, o que já está muito bem, em debate. Mas a primeira saíu-te espontâneamente. Foi lapso? Como psicólogo sabes muito bem o significado preciso destes lapsos.
Eu teria deixado o assunto para trás, definitivamente, não fosse constatar, dolorosamente, pelo comentário inacreditável que me fizeste, mesmo agora, que estás transformado, de facto, num fanático religioso. Por força do teu nascimento e da tua formação, por acaso, um fanático cristão. E não digo fanático católico porque deu-me para perceber que para ti qualquer Kit de religião vale. O que é preciso é ter um! Nem te deste conta que o Bin Ladem e o Bush também têm os seus kits. A minha formação permitiu-me ver que estes kits não valem e não vale qualquer kit. UMA RELIGIÃO, SÓ POR SER UMA RELIGIÃO, NÃO É UM VALOR. E o mesmo se diz para uma filosofia ou uma teologia. Tu chamas a esta maneira de pensar "filosofia da treta". Belarmino não diria melhor desta maneira de pensar e de todas as filosofias e religiões e conhecimentos que não fossem exactamente os seus. E, como tu, diria: não me vais corrigir, Galileu, QUE NÃO QUERO!
A impressão que me fica é que , não fossem os tempos outros e o país outro, eu já estaria a arder na fogueira, às ordens de um qualquer "cardeal belarmino".

Só para terminar, uma nota sobre uma outra afirmação tua que me deixou estupefacto: O Jorge fala "na grandeza do suicídio". Não quererá referir-se aos jovens iludidos num kit religioso de morte, do Médio Oriente. Deve referir-se a uma das muitas patologias que o ser humano, infelizmente, ainda carrega consigo, recebidas pela via genética ou desenvolvidas no contexto do crescimento. Quase me parece a apologia da doença e da morte! Grandeza só poderá ser vista em quem procura ajudar a superar o drama. Não na miséria humana do suicídio. Ninguém pode ver grandeza numa mulher sem braços . Pode ver grandeza no modo como esta mulher sem braços supera a sua deficiência.Não há grandeza, só miséria humana (não estou a falar em culpa) em alguém que se auto-destroi no suicídio.

Não foi a vida que nos separou, Jorge. As nossas filosofias e teologias nos separam. As minhas são filosofias e teologias de ignorância e procura de saber. As tuas parecem ser de sabedoria, imutáveis e eternas.
E ai de quem te corrija. Ou pretenda corrigir. Tu dizes: NÃO QUERO!
Quanto a mim, corrijam-me e ensinem este camêlo. Ó Zé Moreira, diz-me lá, COMO É DO "OUTRO LADO”?

21 abril, 2008 12:28  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas....
“Tout arrive à qui sait attendre”… Vou continuar a esperar.
Já se adivinhava, as fases estão lá todas… Usa o calão para se impor… Não resulta, vitimiza-se… Continua a fazer-se passar por animal para camuflar a prepotência de gente… não resulta, torna-se agressivo e sabedor. Aliás, sabedor máximo sempre se fez… Os caminhos dos outros há muito que os escreveu e agora é só ler… resulta? O diabo que o jure. E isto é só para servir de intróito. Julgava que estas pessoas já não existiam… seguidores das filosofias gregas!... , Neste almoço muito especial fico sem entender o que se passa face ao estado comatoso do comensal. Então, esta agora, é
a última revelação. Sempre me disseram para nestes almoços não comer demais e sempre beber muita água. Percebo que a digestão se torna difícil. Mas, voltando ao assunto. Finalmente encontrei alguém que sabe tudo, é bom em tudo, conhece tudo, consegue dar palpite sobre tudo e tem a resposta para todos e para tudo o que foi, o que é e o que há-de vir. Senhores, encontrei o máximo… Não é o sumo, é o super-sumo; não é o frio é o super-frio, não é o quente, é o super quente, não é deus, é o super deus, não é o conhecimento, é o super conhecimento, o super saber, a única filosofia. Não é sofrimento, é super-felicidade... não morrerá jamais porque a sua sabedoria será seguida por multidões incontáveis e na morte estará vivo. As "imaginações" e ânsias de seja o que for dos menores do seu reino são execráveis e indizíveis. No seu suspiro todos se escondem e tremendo se mijam... O que acontecerá num arroto? Só de pensar se me revolvem as entranhas e em diarreias me vou. Falou o saber, o quente, o frio, o trovão, a tempestade, a bonança, o pequeno grande democrata à força com a guilhotina em disparo cronometrado para todos que democraticamente não o seguem porque crer diferente do que ele crê, pensar diferente e até pensar igual não tem direito democrático, não é nem social nem cívico nem respirar quanto mais suar. Neste reino, tudo sendo contido, a raiz a qualquer pensamento o machado corta. Neste reino onde todos se esvaem, todos se fedem (sic). Aonde nos levam as filosofias da treta… Tu sabes lá o que é o suicídio? Suicídio é fogo a temperatura inimaginável e de violência sem escala. Inqualificável o teu comentário. As dores dos outros respeitam-se e meditam-se. Inqualificável. Tu sabes lá o que é o suicídio! Tu sabes lá… Tretas, amigo… tretas. Falta uma coisa. Ninguém pode ter nenhum ideal, nem para a aaacarmelitas. Perdão, afinal talvez já estivesse incluído este desiderato em alguma das generalizações. Este comensal assumiu bem o papel do Belarmino, cardeal, medievo. Pois não me levas, irmão. De pé e com pensamento próprio como filho de Deus e sempre centrado nas angustias e dores dos outros que parceiro para as alegrias também sou. A todos, a dignidade deste reino de sacerdotes, profetas e reis, que até à margem da fé podemos fazer, e, para mim e todos os aaas, que assim o queiram, a liberdade de termos ideais. Afinal tudo sempre se repete no pior e, felizmente, no melhor. Afinal, nem um abraço se dá a quem não quer. Chegará para o melhor, o abraço, e não só, porque eu sei esperar, tenho tempo para esperar e “Tout arrive à qui sait attendre”.

22 abril, 2008 00:34  
Anonymous Anónimo said...

Grande Jorge, sempre no teu melhor. Passas com facilidae do "mijar" e das "diarreias" para o reino "dos sacerdotes, profetas e reis". As palavras e o calão são teus. Os aascamelitas que nos lêem (se alguém lê) sabem que nunca desci a destemperos de linguagem, tirando aquele "F"e só f... (sic)inicial e do qual pedi desculpas.
Pior do que o cego é aquele que não quer vêr. Cada vez mais me convenço que o teu fanatismo te cegou e já nem sabes o que lês nem o que escreves. Que o Espirito SAntos, que tanto invocas, te ilumine, que tão confuso te vejo, meu ex-confrade. Que alguém, pois a mim não ouves, te faça ver a desarmonia do discurso e o irrealismo de mundos de sacerdotes, profetas e reis...Põe o pés no chão e anda conversar comigo.Aceita que eu tenho direito ao pensamento, à opinião, mesmo sobre o suicidio, sem que com isso signifique arrogar-me de "o maior" seja no que quer que seja.Fiz uma critica à tua ideia de "grandeza do suicidio". Não o podia ter feito? Onde está o disparate do que afirmei? Esclarecias, em vez de ofender com linguagem de mijo e diarreia (as palavras são tuas). Ou há assuntos que são coutadas da tua sabedoria e os camêlos não podem lá entrar?
Por uma vez, pára e pensa no que dizes. Não tive prazer nenhum em apelidar de fanatismo as tuas tiradas, que não chegam a ser pensamentos. Aliás, se fossem pensamentos, estávamos aqui a esgrimir argumentos e não nesta troca de admoetações...

22 abril, 2008 08:43  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaas, hoje, terça-feira 22 de Abril, a densidade da matéria força-me a mais um breve comentário sobre as postagens de ontem. Todavia uma pequena abordagem diferente como intróito.
Com efeito, hoje pela manhã ao ler as notícias, a certo passo, existia uma convocatória de antigos combatentes da Guiné do ano x para se encontrarem em jantar de confraternização. Lembrei-me logo da nossa associação. Pelo menos em termos estruturais demos um passo em frente. Quaisquer objectos que possamos definir dependerão de nós. Sinto alguma dificuldade em emprestar tempo e energias a uma Instituição cuja extinção a nossa idade anuncia. Aqui fica o desabafo e o desafio.
No tocante à última postagem do caríssimo Mário Neiva, como compreenderão fiz alguma análise de conteúdo e tenho andado a digerir os mimos com que tenho sido brindado pelo meu ilustre e aguerrido desatinante. Tenho então aqui algumas pequenas coisas para esclarecer. Porquê? Porque envolvem processos de intenção e aqui e ali queimando o risco do intocável que há em cada um de nós, juízos de valor. Além de mais não podem restar dúvidas sobre as mais recentes distorções mesmo que intimistas e personalíssimas. Vamos a isso:
1. Saí do convento revoltado com todos. É falso. Saí do convento naturalmente como quem sai de um lugar onde se tem dificuldade em respirar. Não gostava de ter saído como saí, mas não fui eu quem não cumpriu a sua parte. Os afazeres da subsistência envolveram-me a 100% e só por isso terei contactado menos com os meus confrades. Mesmo assim ainda corri mundo para encontrar alguns dos emigrados algum tempo mais tarde. Devolvo à procedência o processo de intenção e o juízo de valor que me considera revoltado. Não saí revoltado, mas que sai corrido saí e não foi só pela Ordem. Problemas de gente imatura.
2. Arregimentar outros servindo-me deste blog. Nesta lógica deve haver por aí uma estrutura montada e uma grande tramóia para uma luta revolucionária. Que delirante! Onde já vamos… Amigo, me deleita a palavra e a possibilidade infinita de por ela expressar sentimentos, afectos, valores e atitudes… só assim renascemos. É proibido querer renascer? Enquadras-me num processo de intenção que em delírios inventaste. Amigo, nesta idade damos prioridade a outras coisas. Como por exemplo, amizades que também tem lugar para ti. Preocupante quando para nos afirmarmos dizemos coisas destas do nosso semelhante.
3. Fanático religioso, fanático cristão. Aqui juntas o processo de intenção e os juízos de valor sobre o meu comportamento que, afinal, desconheces em absoluto há 40 anos. Se com a formação que tens te dás a estes luxos verborreicos, imagino o que seria se não tivesses. Caro amigo, à saída do convento houve um grupilhito que me transformou em apóstata, tu agora transformas-me em fanático. Quase que diria, usando a velha afirmação de que se a virtude está no meio, agora é que estaria bem. Considero porém falsa a dita afirmação e, por outro lado, penso que qualquer coisa te estará a fazer comichão. Fazes-me lembrar os politiquitos a seguir ao 25 de Abril, ali de um certo partido, que consideravam, todos os outros, fascistas, menos eles, claro.
4. Caríssimos aaas e caro Mário, tenho indiscutivelmente um Kit de fé que tenho o grato prazer de partilhar com o bom do nosso pai Abraão e cuja aliança sempre me comove. Nesse caminhar partilho a dor e a angustia dos profetas, mas também os desafios, as denuncias, e a esperança em si, mas também a que decorria de múltiplas alianças. “Sereis meu povo e eu serei o vosso Deus”. Povo tantas vezes perdido e tantas vezes encontrado e sempre desafiado… e sempre, sempre aprendendo a fazer-se, a melhorar-se. Partilho os reis, um povo de sacerdotes e profetas. Vivo na fé, conhecimento, um conhecimento de esperança, de conforto, de mistério e imaginação que um homem superior, chamado Jesus, partilha com milhões de milhões, inclusive os irmãos e irmãs da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, e que a todos faz mais felizes e exorta ao amor. Mensagem que selou a sangue e, não precisando, feita, porém, mais me envolve. É proibido?
5. Afinal, já há muito se percebia que tens outras filosofias e outras teologias. Já há muito tinha intuído. Então como queres tu corrigir em dimensão espiritual e religiosa coisas que só nelas se originam? De principiante, caro Mário. Mas que esperavas que te respondesse? Era o mínimo caro amigo, o mínimo, para quem recusa que alguém se entusiasme com a ressurreição. O Mínimo…
6. Fogueira… condenava-te à fogueira! Oh amigo, delírios. Não te dês importância para além daquela que tens e da que te advém de seres filho de Deus e sermos irmãos. E ia eu gastar umas achas para fazer uma fogueira. Minhas ricas achas!
7. Finalmente, a pergunta que tanto te entusiasma: “Como é do outro lado?” Ou esta outra afirmação: “De lá não vêm cartas”. Quando se misturam as coisas todas dá nisto. A uma pergunta infantil e sensitiva, tenta-se fazer corresponder, para gáudio da incultura, a resposta que anula o além: de lá, por não existir, não vêm cartas. Subliminar, caro amigo, e perigoso. Só existe o que se vê. Pois, pois… Oh caríssimo, o além existe, que mais não seja o além físico! Ponto final. Mas, que importa, se é de uma forma ou de outra? Todavia esta abordagem tem outra armadilha, e é matreira e sabida, porque, se em relação ao espiritual, a mistura com o físico, faz o espiritual sem sentido, porque o além não existe, tem todavia todo o cabimento na filosofia do materialismo dialéctico e a resposta é de todos demasiado conhecida: “a religião é o ópio do povo” e não deve existir. E assim fizeram… Esta é que é a armadilha: a realização do homem deve ocorrer no âmbito da matéria. Só que os resultados estão à vista. A filosofia perdeu-se no caminho e as sociedades que suportou foram-se eclipsando pelos seus insucessos.
Aleluia. Vem Espírito Santo, vem, vem iluminar-nos…
PS-só agora lerei a última postagem do meu caro Mário Neiva.

22 abril, 2008 23:05  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaas carmelitas e meu caro Mário,
Ir-me-ia repetir se começasse a comentar. Chamo-te todavia a atenção para o facto de eu não ter emitido opinião nenhuma sobra a grandeza do suicídio. Apenas reportei um enquadramento em que confidentes meus se suicidaram, agora afirmo-o, contatando-o, com heroísmo. E fico-me por aqui.
Agradeço os mimos de grande, o ensinamento sobre mijar e diarreias que são calão. Por acaso não sabia. Agradeço a cegueira e o fanatismo que lendo já não leio e escrevendo já não escrevo.
Quanto à do Espírito Santo podes crer que agradeço. E se for Ele que me inspira? Oh diabo...
Obrigado também pela desarmonia do discurso e finalmente pelo estribilho: já não penso. Sabes que isso acontece quando os conteúdos se tornam parte de nós? Mas que bom... afinal tenho feito progressos.
Já agora vou dizer uma confidência: pareceu-me que nesta tua última pastagem, não obstante o desatino, estavas mais a modos de querer dialogar. Mas ainda não chega. Deves fechar a caixa de pandorra, a caixa dos demónios que abriste. Tem mais umas coisas como essa de julgar os outros e sobre eles fazer processos de intenção. Mas isso eu dou de barato, por agora, e espero. Louvado seja Deus.

22 abril, 2008 23:40  
Anonymous Anónimo said...

Caro ex-confrade Jorge

Primeiro que tudo apresento as minhas desculpas por não ter cuidado bem das palavras quando disse que "saíste revoltado". A afirmação é categórica e, por isso mesmo, tornada processo de intenção, como dizes e bem. Era forçoso, de minha parte, para ser intelctualmente honesto, introduzir o verbo parecer, na minha consideração. No meu pedido de desculpa ao Jorge, peço que leiam: "parece-me que saíste revoltado".
Também a palavra "arregimentar" será excessiva, para definir a tua legítima luta pelo ideal de carmelita contemplativo que te propões perseguir e gostarias que os aas te acompanhassem a esse novo "convento" que seria a própria vida. Reconheço a falha. Escrever num blog é quase como deixar a alma falar, espontâneamente, saindo o que lá está. E às vezes sai asneira, sai camelice,de camelo.
Se tivesses que pedir desculpa pelos mimos com que me brindaste, não chegava um almoço do tamanho que este já leva. Portanto o melhor é nem pensares nisso, senão fugimos, de vez, da sala do repasto...

Mas vou deixar-te com a carapuça do fanático enterrado na cabeça. Pra castigo.Acrecento, todavia, "parece que és". Mais justo assim.

FINALMENTE alguns argumentos! Finalmente espaço de debate. Espirito e matéria, religiosidade e ateismo questionados, teologias e materialismos. O debate é aqui. A filosofia de vida, para a caminhada da vida, será aquela que cada um, na sua inviolável e inquestionável consciência decidir. Isto deixei bem claro quando distingui e distingo Filosofia, das «filosofias», Fé, das «teologias».
E se ficassemos pelo debate, Jorge? Cada um ouvirá (se é que não estamos, já, só a ler-nos um ao outro) e cada um julgará, servir-se-á ou passará ao lado. Mas façamo-lo com a elevação que o nosso passado comum merece. E a fraternidade universal que todos apregoam não poderá ser apenas retórica. Muito menos uma gigantesca metáfora.
Se eu e tu não conseguirmos dialogar, apesar das nossas expressas e legítimas diferenças, os aas que ainda têm a paciência de nos ler poderão chamar-nos, com justeza, dois grandecissimos embusteiros. E mandam-nos bugiar. Se é que não mandaram já.

23 abril, 2008 08:26  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos visitantes, que sei ainda serem bastantes, caríssimos aas carmelitas,
Isto está a ficar com melhor aspecto, mas há aqui uns demoniozitos soltos que o meu amigo Mário Neiva ainda vai ter que meter dentro da caixa. Mas não hoje... mas volto a eles. Julgo que o meu desafiante conviva faz anos amanhã. Por norma fazemos uma boa ideia, ou razoavelmente positiva, da vida que fizemos, dos dias que vivemos. Se for o caso, parabéns. No inverso, é melhor recompores-te. Na expectativa de que continues a gostar de viver e a ter amigos desejo-te as maiors felicidades para o resto dos teus dias como para mim próprio cujos anos são hoje. Logo dois touros... e de Barcelos. Pois alevá...

23 abril, 2008 14:06  
Anonymous Anónimo said...

PARABENS AOS DOIS
BEM O MERECEM
QUE MUITOS ANOS AINDA NOS FAÇAM LER AS VOSSAS SAUDAVEIS DIVERGENCIAS.
ENTAO, NAO É DA DISCUSSAO QUE NASCE A LUZ?
E QUANDO AS DISCUSSOES TêM A GRANDEZA - SALVO PEQUENOS DELITOS - DAQUELAS QUE NOS OFERECEM, TUDO BEM.
UM GRANDE ABRA�O DESTE DESERTADO...

23 abril, 2008 14:30  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro aniversariante Jorge

Os meus sinceros parabens, retribuindo eu, em dobro, todo a felicidade que me desejas, pelos anos (muitos) que esperamos viver.
Ainda bem que vim ao blog. Mesmo em cima. O melhor do mundo para ti e toda a tua familia.

Um grande abraço

Mário Neiva

23 abril, 2008 16:11  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas carmelitas e distintos visitantes, no jogo das palavras e da sua mistura, variação e conjugação se expressam alegrias, amores, realizações. As palavras desenham futuros e inventam soluções porque só de as encontrar elas nos provocam e se alinham para a invenção ou para os desenhos de futuros... até mesmo para aaacarmelitas. Por isso mantenho o jogo das palavras e me recubro do seu mistério e imaginação. Permiti, pois, que hoje, sob forma mais poética, saúde, agradecido, este provocante desatinante que celebra dias de realizações que nós, os humanos, nos habituamos a comemorar aos lotes de 365 ou, de quatro em quatro anos, 366 dias e que dá pelo nome de Mário Neiva. Parabéns amigo:
"Hoje é o dia dos teus anos!
Parabéns pela obra feita.
E se na vida tens enganos,
A idade o torto endireita!"

24 abril, 2008 00:48  
Anonymous Anónimo said...

Desatinado e provocante
Será virtude ou defeito
Faço anos sem dar conta
Não fazê-los dava jeito...

24 abril, 2008 07:38  
Anonymous Anónimo said...

Para a minha mulher que, de Viseu, me acordou bem cedo com um beijo ternurento:

Os teus lábios são morangos,
Os teus olhos diamantes
Teus seios beijam-me o peito
No abraço dos amantes

24 abril, 2008 07:53  
Anonymous Anónimo said...

VEJO QUE SÃO BONS POETAS,
RIMEM COM MUITA AMIZADE.
PALAVRAS SÃO COMO SETAS,
QUEREM OPORTUNIDADE.

24 abril, 2008 09:27  
Anonymous Anónimo said...

Caros aaacarmelitas e caro Jorge

Como entramos em verdadeiro debate , vai tornar-se mais fácil aclarar posições.
E vamos à ressurreição. Tu percebeste, e muito bem, que a pergunta em forma de retórica que venho fazendo ao Zé Moreira e já fizera a ti, tem a ver com a ressurreição dos mortos e como é a vida no além. Reportava aí as palavras da minha avó Ana Rosa. Na tua maneira de pensar, trata-se de “uma pergunta infantil e sensitiva” por mim trazida ao debate “para gáudio da incultura”.
Vais então dizer-me, Jorge, e se não souberes perguntas ao primeiro teólogo que encontrares à mão, a que tipo de pergunta, feita pelos cristãos de Corinto, estaria S.Paulo a responder, quando se lhes põe a explicar tim-tim-por-tim-tim, o modo como se processa a ressurreição dos mortos! E fá-lo demoradamente, meticulosamente e até cometendo um erro de biologia, ao dizer que o grão de trigo é um simples grão de trigo que apodrece na terra depois de semeado e não tem nada a ver com o corpo da futura planta! Já me vais dizer que a bíblia não é um livro de ciências, que S.Paulo não poderia saber nada sobre embriões e embriologia, que nos ensina que no quase microscópico embrião do grão de trigo está exactamente o corpo da futura planta, prodigiosamente ressuscitada da terra, pela humidade e calor da primavera …
Que tipo de pergunta terão feito os Coríntios? Dizes tu: “Em relação ao espiritual, a mistura com o físico, faz o espiritual sem sentido”. Os Coríntios queriam saber o quê, afinal? Estavam a pensar no “físico” ou no “espiritual”? Não estariam a pensar no homem como um todo indivisível? Sem “físico” não há ressurreição, porque o espiritual, por natureza não morre…Se não há “ressurreição da carne”, não existe o milagre e dogma da ressurreição. E se Cristo não ressuscitou enquanto homem “físico” poderiamos, muito justamente, encontrar um dia destes, em qualquer escavação, o túmulo com os seus ossos, talvez uns restos de pele e cabelo.

Que é muitíssimo conveniente separar “físico” de “espiritual”, lá isso é. Acaba-se, num ápice, com a enorme discussão sobre o que é a ressurreição dos mortos: O “físico” fica , o “espiritual” parte. Foi exactamente isto que eu expliquei direitinho e empolgado à minha avó. E não é que aquela velhinha analfabeta me vem com a pergunta infantil e sensitiva? E agora eu, o idiota do Mário, repito a mesma pergunta imbecil?
Se tens acompanhado, mesmo que de longe, a discussão actual acerca de saber até que ponto a mente e o corpo se relacionam e interagem, verás que estamos quase só a dar os primeiros passos para a compreensão do mistério em presença. E se deixarmos o mundo “macro” e nos volarmos para o mundo “micro” das particulas subatómicas , a natureza daquilo a que grosseiramente chamamos de matéria está tão distante da nossa compreensão como aquilo a que com ignorante facilidade chamamos de espírito. A esta luz, quando falamos em materialismo e espiritualismo, devemos saber exactamente do que estamos a falar. Os maiores nomes da ciência e da teologia, honestos consigo próprios , estão, literalmente, embasbacados com a profundidade e grandeza do mistério que nos envolve. E quanto mais descobrem mais sabem que falta descobrir. Dizer Sócrates de outro modo.
Por mim, acho exaltante ter tanto mundo para admirar e conhecer.
Os filósofos e teólogos sabichçoes têm o vício incorrigível de complicar o que é simples , falar das coisas mais simples da vida em discurso cifrado, em palavras
herméticas, por forma a criar um ambiente de mistério e grande sabedoria no seu circulo fechado e encriptado.
No fundo, a pretender fazer de nós parvos, infantis e sensitivos.
Sem uma réstea de ironia, Jorge: O que haverá para além do que vemos e sentimos?

Era exactamente esta a preocupação da minha querida Ana Rosa. O que ela via era a inevitabilidade da morte, o marido falecido há tanto tempo e não mandava cartas. Não acreditava no que via, como tu afirmas. Antes me questionava sobre o que não via.

È o que faço, honestamente, dia adia, sem angustias, humildemente, agradecido a quem me traz alguma luz, consciente da minha condição que eu, por brincadeira, digo de camelo. Até em dia de aniversário, para não esquecer as minhas raízes…

24 abril, 2008 12:02  
Anonymous Anónimo said...

CAríssimos visitantes e caríssios aas, o autor da última postagem está cheio de pressa. Nem no dia dos anos se acalma. Eu percebo-o... andou muito tempo sem mergulhar nestas coisas e agora quer ver tudo resolvido em pouco tempo. TEM CALMA VAIS CHEGAR...

Parabéns a você
nesta data querida
muitas felicidades
muitos anos de vida...

Hoje é dia de festa
cantam as nossa almas
para o Mario Neiva
Uma salva de palmas

Tenha tudo do bom
do que a vida contém
Tenha muita saúde
e amigos também.

Já voltaremos aos jogos das palavras, seus significados e desenhos.
A todos os aniversariantes, de hoje, meus parabéns de caminhante e de interrogado humano e, nessa condição, irmão. Felicidades.

24 abril, 2008 16:03  
Anonymous Anónimo said...

Estes anónimos são um luxo, deixai-me, pois repetir este lindo jogo de palavras deste amigo quase identificado e nelas me sentir enlevado

VEJO QUE SÃO BONS POETAS,
RIMEM COM MUITA AMIZADE.
PALAVRAS SÃO COMO SETAS,
QUEREM OPORTUNIDADE.

Oportunidade meu irmão
a noite dá outra ao dia
E se a letra tem coração
Vem viver esta alegtria

Alegria da mente escrever
que faz da hora bendita
das letras que são viver
Este amor de um carmelita...

Volta sempre que lerei
Dores de alma, penares...
Alegrias, prazeres sem lei
Realizações, amores, caminhares

Vem, te ergue, idealiza
Revela-te, cresce em dar
Que a alma só se realiza
se crecer de par em par.
jorge dias

24 abril, 2008 16:28  
Anonymous Anónimo said...

De Balugães, para a minha mulher

Recebe o meu poema
Como um beijo
Um abraço
Uma carícia.
Há gotas de orvalho
Diamantes que enfeitam o teu corpo
Formadas no amor que deste e recebeste.
Cresce
No teu seio
A vida partilhada
Uma flor que perfuma o nosso leito.
No horizonte desponta o sol
Num dia já claro e quente
Pela ternura do teu abraço
Pelo calor dos teus beijos
Meu amor

Mário Neiva

24 abril, 2008 18:27  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e simpáticos visitantes,
Tenho que uma vez mais recentrar o debate no obecto proposto para as intervenções neste “um almoço muito especial”. Na abrangência do blog são seus destinatários os caríssimos aas e todos os visitantes. Nenhum de nós em particular. Sempre me sinto incomodado com direccionalaidades demasiado individuais como se a mim se dirigissem e em exclusivo. Cito do introito deste espaço: “A todos os que desejarem dar o seu contributo a esta questão da Associação ou queiram, num próximo mandato, fazer parte dos orgãos sociais, agradecemos se manifestem, nos comentários a este blog mas sem anonimato, para podermos saber de quem se trata.
A todos um grande abraço”

Voltemos, pois, aos factos. Se na tentativa de trazer achegas a este debate alguém logo sai retocado de fanático ou outra coisa qualquer e sem se provar o que se diz isto resulta complicado, quero dizer, não resulta. Hoje, retomo só o mimo de fanático de uma das últimas intervenções. Vou voltar a outros mimos, mas por hoje só este:
Já gastei o meu latim e a minha paciência a relembrar ao caro Mário que isso do FANÁTICO é um processo de intenções que existindo apenas na sua cabeça o leva a projectar sobre os outros, neste caso eu, fantasmas, seus modos de ser, bons ou maus, suas percepções ou alucinações, desejos que são dele e que lhe sendo legítimos, nada têm a ver comigo. Vai mais longe, arranja uma carapuça, e continua com juízos de valor, porque não só contente por me arranjar uma carapuça, a coloca a seu belo prazer: enterrada. Na suposição de que fosse fanático, nem a posso usar para meu belo prazer. Como resultado, sou fanático e por me tapares os olhos, já nem posso ver. Moral da história, no teu reino, todos são candidatos a cegos, por tua ordem, menos tu, claro.
Oh amigo, chega… Agora, só te resta provar. Se o não fizeres és participante de má fé. Os textos estão todos aí, mas não chega porque terás que vir analisar a minha vida. Compreenderás que não há diálogo possível nestas condições. Repito, não tens o direito, não te dou o direito, porque ninguém tem esse direito, de fazer processos de intenção nem juízos de valor seja sobre quem for.
Como será possível, afinal, dar contributos para aaacarmelitas com tal inquisição, já que esse é o objectivo deste espaço? Volta ao texto do que indevidamente apelidaste de calão para eu não ter que o repetir. Processos de intenção, juizos de valor são falta de ideia e argumento. Essa é a sua origem... e, sendo as coisas e os actos significativos, fico por aqui.

25 abril, 2008 15:05  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaas carmelitas e simpáticos visitantes,
Convento da vida ou da vida e da família, espaço também do ideal contemplativo!
Há dias quando li esta frase que cito “Também a palavra "arregimentar" será excessiva, para definir a tua legítima luta pelo ideal de carmelita contemplativo que te propões perseguir e gostarias que os aas te acompanhassem a esse novo "convento" que seria a própria vida. Tem piada que ao lembrá-la a integrava na família. Cheguei mesmo a passar esta ideia para alguém. Mas o original não sendo bem isso, creio, todavia, que estamos perante uma indiscutível originalidade do meu caro Mário Neiva, pai da ideia, claro, embora num contexto.
O que estou a tentar fazer agora é dar forma a algo que espelha e dá forma moderna ao ideal contemplativo. A frase que reformulo na perspectiva que o referido me sugere e a realidade há muito consagrou mas que nunca vi abordado. Penso que o convento moderno está mesmo as famílias e outras pequenas comunidades que há muito são conventos… e porque não contemplativos, não obstante os outros conventos.

25 abril, 2008 16:19  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e simpáticos visitantes,

Na expectativa de arrumar de vez outra questão uma vez mais uma citação de um outro processo de intenções com juízos de valor à mistura sobre inúmeras alíneas, com que o meu amigo Mário me tem brindado. Cito:
“Se bem te recordas, a tua reacção foi de uma certa incredulidade como quem diz:"Pode lá ser! Um aa não pensar como eu, não viver como eu, não amar como eu, não rezar como eu, não se emocionar como eu, não odiar como eu aquele maldito ano da Quinta da Mata, não ter as minhas teologias e filosofias de vida?!"
Incredulidade? Oh homem, o mundo é redondo, mas não tanto!
De tão aberrante limito-me a chamar a atenção de quem nos ler para o que fica escrito. Uma vez mais, coisas destas têm de ser provadas como todos muito bem sabemos. Prova amigo… prova que temos que ser iguais para provares a minha incredulidade! Não dá! Logo outro igual e tinha que ser igualmente a mim e eu que nem gosto de clones.
Dentro dos parâmetros da normalidade, quanto mais diferentes melhores. Sejamos originais e, geneticamente, felizmente, é assim que somos, diferentes.
Compreenderás o disparate...mas seria muito mais bonito se te contivesses nos teus limites.

25 abril, 2008 18:32  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e distintos visitantes,
Para que este ciclo fique fechado por agora, e da minha parte, só mais duas breves referências a leituras distorcidas:
- a primeira, relativa a um processo de intenções que tem a ver com a frase que eu citei do Pascoal (Arie) sobre a ressurreição no seu estudo sobre a espiritualidade carmelita. Neste caso julgo que o meu caro Mário nem chegou a perceber que se tratava de um estudo sobre a história da espiritualidade carmelita, não obstante a citação total da referência e as aspas.

Cito o que escrevi:
“”Como diria o ex rev. frei Pascoal, e à boa maneira da Ordem do Carmo, “desta forma, acabamos por ser confrontados com um processo de transformação da Morte para a Vida, da Vida Humana para a vida Ressuscitada em Deus”. Ou mais próximo do meu sentir, e que ele refere citando Kees Waaijman: “… Espontaneamente, sem que nos esforcemos, a Palavra passa para nós. Isto é a Ressurreição do Senhor, não a Ressurreição que é celebrada nos domingos e dias de festa ou durante a eucaristia diária, mas sim a Ressurreição que é experimentada no nosso ser”, digo eu, quando estamos disponíveis para o serviço. Citação de Arie G Kallenberg, A Reessurreição na Liturgia e Espiritualidade dos Antigos Carmelitas, pgs 24-25, Zevenbergen – 29 de Março de 2008.””
Comentário do Mário
“”…Tudo isto para dizer ao meu querido Arie, a propósito da citação do Jorge, que tudo o que afirma sobre a Ressurreição, iria merecer-lhe da minha avó o mesmíssimo comentário.
O discurso é lindo e piedoso e vale como tal, MAS DE LÁ NÃO HÁ MEIO DE VIR CARTAS.””

Em minha opinião, se querias comentar, deverias ter comentado a história da espiritualidade da Ordem do Carmo ou ter contraditado o estudo, as fontes em que se baseou, a sua cientificidade ou falta dela. Todavia, fica-me a sensação que comentaste como se fosse uma crença do Pascoal. Então, meu amigo, se for o caso, esse direito não te assiste.

- A outra questão tem a ver com uma referência que eu fiz aos crentes, cristãos e católicos como “povo de reis, sacerdotes e profetas”. Quando tiveres tempo, volta ao assunto para te perceber melhor. Não vá o diabo tecê-las e eu ficar fanático também por causa desta citação não identificada.

Quanto a esclarecimentos vou-me dar um período de nojo… que já começou. Vou celebrar o Senhor Santo Cristo dos Milagres e partilhar alguma da emoção que os 150.000 habitantes de São Miguel e mais alguns milhares de fora geram na sua relação com figura sofredora do “Ecce Homo”, sofredora, mas libertária e indiciante de caminho. Vou mergulhar no coração da multidão, vou ser parte daquela massa que crê porque quer crer, vou tentar sentir as intuições de que fazem vida, intuições com que se afirmam como gente e cobram alento que faz futuro de realização. Com base no sofrimento? É verdade… Mas também no poder. “Nenhum poder terias sobre mim se não te tivesse sido dado lá do alto”. Poder de Deus, logo poder do homem.

25 abril, 2008 19:24  
Anonymous Anónimo said...

«Poder de Deus, logo poder do homem», afirma o Jorge. Tremendamente errado. Foi dentro desta lógica que Bush falou com Deus e invadiu o Iraque: Vontade de Deus, logo vontade de Bush! Vontade de Deus, logo vontade de Bin Laden! A isto é que eu classifico de trágica salgalhada. E se à vontade acrecentarmos o poder de todos os Bush ou Bin Laden, temos um mundo pretensamente governado pela autoridade divina, infalível, incontestável, inquestionável...desgraçadamente fanático.
Mal por mal prefiro o meu «estado comatoso» para onde o Jorge me atirou, num comentário, aì atrás, o mesmissimo Jorge que não faz juizos de valor ou processos de intenção, exclusividade aqui do côdeas do Mário Neiva.

28 abril, 2008 09:27  
Anonymous Anónimo said...

Não resisto a partilhar com os colegas aaacarmelitas esta passagem de CARL SAGAN, em O PONTO AZUL:
«Como é possivel que quase nenhuma das grandes religiões tenha olhado para a ciência e concluido: «isto é melhor do que pensávamos! O universo é muito mais vasto, mais misterioso, elegante e magnífico do que os nossos profetas disseram»? (...) Uma religião, velha ou nova, que realçasse o esplendor do universo tal como ele nos é revelado prla ciência moderna, estaria em condições de mobilizar reservas de reverência e de espanto dificilmente suscitadas pelos credos convencionais».

28 abril, 2008 09:44  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas e distintos visitantes,

Humildemente descomprometido e de tudo tendo dúvidas, sempre disponível para crescer e condenado a aprender até ao meu tempo se esgotar sem nenhum outro objectivo ter que não seja o de estar com e com todos crescer na lógica do que me complementa. Vi em aaacarmelitas um espaço de complemento num tempo manifestamente mais propício e, por isso e só por isso, me tenho mantido em “um almoço muito especial”.

Deixei ao meu ilustre desafiante mor neste espaço duas questões e um desafio.
Primeira que me prove o meu ser de fanático. Sim, porque isto é uma questão de ser. Segunda questão que revisse a sua posição, se fosse o caso, sobre comentários impróprios ao artigo sobre a história da espiritualidade carmelita do meu amigo Arie (ex-Pascoal).
Deixei-lhe ainda um desafio para explicitar uma abordagem que me pareceu menos clara sobre os cristãos e os católicos como “povo de reis, de sacerdotes e profetas”.

Factos: não só não correspondeu ao solicitado como me equiparou, a partir de uma referência por mim feita de memória do Evangelho de São João, a Bush e a Bin Laden.
Quer dizer, enfiou-me a carapuça de fanático de forma a tapar-me os olhos e fez-me cego. Nesta cegueira distorce a citação do evangelho de São João. Vejam só, Poder de Deus, poder dos homens: “tremendamente errado”. Eis o original: “não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado” (São João19,11). Dizei-me, pois, vós todos os que passais, e sois crentes, onde colhemos nós o nosso poder? Porque é que sempre há quem afronta os outros com a pior das possibilidades de todo e qualquer poder? Santa inquisição. Triste reino o destes humanos condenados a calarem-se ou a não terem poder porque ter opinião ou poder conduz ao inquiridor e ao que de pior a humanidade gera. Condenados a não usarmos o poder que nos é dado. Por acaso não ocorreu ao meu ilustre interlocutor que o poder se destina à prática do bem que nós e o outro vemos como bem? Foi pena e já te tinha falado disso. Lembras-te da referência aos sem abrigo?

Meus caros amigos, em tempos dos meus vintes, um distinto professor me dizia, amigo, isto não é o abc, não…amigo. Isto é o “a”. “Ou sabes ou não sabes”. Sabia. Ainda hoje recordo a pergunta e a resposta. Aqui é igual porque toca-nos na essência, a dignidade de nós todos, neste plano, é a de irmãos e filhos de Deus. Se não respondes, amigo, tenho que retirar o necessário ensinamento. E não se julgue que é ameaça que não tenho tempo para isso

Carl Sagan, excelente na sua admiração pelo que se lhe depara? Com certeza. Isso é óptimo. Os desafios dele é que podem, todavia, senão questionados, no mínimo, serem comentados. Mas que religiões recusaram a ciência? O que têm é outro tempo em relação aos mesmos factos. Heterocronias diferentes, meu caro. Às vezes à frente, muitas vezes atrás. Outros tempos de interiorização. No amor, e não só, em teoria pelo menos, sempre à frente. Por onde terá andado C Sagan até chegar lá? De duas, escolhei uma, caríssimos leitores. Ou andava distraído ou era ignorante! Afinal, descobre reservas de reverência e espanto nos mistérios do universo capazes de se tornarem arrebatadores para os crentes das principais religiões!? Poético… Mas o que é o Génesis!? E Teilhard de Chardin Senhores? E a causa final considerada causal?
Agradeço a partilha do texto de Carl Sagan, mas não estávamos nós os crentes muito mais adiantados no tempo, pelo menos desde que pessoalmente mergulhamos nestas realidades? O gozo que Carl Sagan me dá é apenas o de mais uma confirmação do caminho, porque a gente gosta de sinais de que o nosso caminho é adequado. Não deixa de ser estimulante. Só vem tarde o que nunca vem. Por mim, só não percebo é porque esta reverência e espanto seriam, supostamente, mais importantes que o espanto e reverência de milhões e de milhões de outros e do meu próprio, que há muito lá tínhamos chegado e com menos provas. Oh tempos de criança que nas noites estreladas me deram tempo de perscrutar a via láctea, “minha linda estrada de Santiago”, as constelações, a lua dos amores e inspirações e o homem nela colocado com o molho de silvas às costas por não ter respeitado o descanso de Domingo. Oh noites quentes do Minho e das desfolhadas onde à mistura com o arrebatamento do infinito que me entupia a mente de criança eu podia sentir e ver o que não via. Só varia o instrumento da análise… uns viram com os sentidos. C Sagan, com os sentidos e instrumentos.

Caro Mário Neiva, fanático. Não tenho problema nenhum que me consideres fanático. Também não tenho problema nenhum que questiones quem se manifesta sobre a espiritualidade da Ordem do Carmo, embora o autor do artigo possa ter ou a Ordem. Também não tenho problema nenhum que entendas que os crentes cristãos e católicos não sejam um povo de reis, de sacerdotes e de profetas, embora eles possam ter. E não julgues que se trata de desculpas como já foi sugerido. É só uma questão de pontos nos is. É uma questão de princípio, por isso de clarificação, portal de continuidade. Como dizia o meu amigo e professor: não se trata do abc, é do “a”.

28 abril, 2008 19:05  
Anonymous Anónimo said...

Tenho de voltar ao último coment do Jorge por causa da citação do Arie.
A forma como o Jorge introduz o assunto «como diria o ex-rev.frei Pascoal" levou-me a pensar que se tratava da expressão do pensamento ou crença do Arie. E como não conheço o texto integral, era admissivel que, depois de historiar o tema da Ressurreição na Liturgia e Espiritualidade dos antigos Carmelitas, o Arie o fizesse. Tomei-o como expressão do seu pensamento religioso ou crença, se se quiser, e fiz o comentário, dentro do contexto da minha intervenção. Para mim era bem claro que tal discurso, não «como diria o ex rev. Arie» mas como historiava o rev. Pascoal, em nada resolve as nossas interrogações legítimas sobre como é a vida depois da morte e que São Paulo se seforçou por explicar aos cristão de Corinto, na primeira carta que lhes escreveu, dedicando ao assunto um capitulo inteirinho, o 15º.
Não vejo onde está o meu pecado. O que entendo, isso sim, é que o meu caro Jorge continua a confundir as teologias, as filosofias e as crenças, com as pessoas que fazem teologia, filosofam e creem. As pessoas são invioláveis e inquestionáveis enquanto seres humanos. Ninguém pode obrigar ninguém a seguir esta ou aquela teologia, ou crença ou filosofia. Mas temos o mais sagrado dos deveres, como irmãos e irmãos de sangue, de questionarmo-nos uns aos outros sobre as nossas filosofias, teologias ou crenças. Ninguém se pode arrogar detentor da verdade absoluta, por mais que um ayattolah qualquer esperneie, se eu lhe disser que não vou muito com essa história de que o profeta Maomé ascendeu ao Céu ladeado do profeta Jesus Cristo e de Moisés, no célebre rochedo de Jerusalém! Nunca me passaria pela cabeça (o
mais certo era ficar sem ela)violentar essa fé dos crentes islâmicos! Mas lutar pela verdade, pelo esclarecimento, sempre. E dentro dos limites do respeito que merece um irmão, irmão de sangue.
Penso, meu caro Jorge, que esclarecidas assim as coisas, estarás de acordo comigo, se eu te conheço bem. Quero dizer, se bem me lembro de ti, porque eras dialogante. Volta ao assunto e diz-me, sem rodeios, onde não concordas com este teu ex-confrade.
Eu estava mesmo a comentar, a dar-me o direito de comentar o Arie. Com respeito e sem pecado.

28 abril, 2008 19:31  
Anonymous Anónimo said...

Aditamento

Ao sair do ultimo comentario, deparei com a postagem do Jorge. Não sugeri, nunca, que fosses um fanatico Bush, um Bin Laden. E já corrigi a impropério.

28 abril, 2008 19:46  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e amigos visitantes,
Esclarecido? Vou voltar, mas por ora o tempo urge para outras coisas. Vou ler e reler. Mas não partilho nem pactuo com juizos de valor e ou processos de intenção sobre os outros. Radical? Com certeza, sobretudo em espaços públicos. Juizos de valor, não. Agravou-se a questão porque agora estão mannifestamente afirmados. Juizos de valor, não, muito obrigado. Os outros são mesmo invioláveis...

28 abril, 2008 23:30  
Anonymous Anónimo said...

Estamos de acordo: Os outros são mesmo invioláveis.

Por duas vezes, meu caro Jorge, me advertiste nestes exactos termos: «Não te dou o direito». Pois quanto a mim dou-te todo o direito de me comentares, de contestares as minhas posições, seja sobre que tema for, de contestares as minhas vivências e crenças, contestaveis e aberrantes se conduzirem a práticas moral e éticamente reprováveis. O único limite que se impõe a uma pessoa de bem, é que não haja atropelos da dignidade humana, respeitando a liberdade e a consciência de cada um. Nunca pela imposição e pressão física ou psicológica. Muito menos tortura.
E quando se trata de um debate público, como o nosso, o direito ao contraditório.
Se estamos de boa fé no debate, não tenhamos vergonha de pedir desculpa pelos excessos de linguagem. Eu corrigi o fanático. Não te vi retirar nem um dos classificativos que me colaste ou sugeriste. Para ti devo continuar em «estado comatoso»! Não queria voltar a isto, mas insistes que o único faltoso sou eu.

Vais ter de explicar o que entendes por juizo de valor, porque não entendo como o acto de comentar uma crença ou pensamento de alguém, passa disso mesmo a juizo de valor. Vamos ao caso da citação do Arie: «desta forma, acabamos por ser confrontados com um processo de transformação da Morte para a Vida, da Vida Humana para a vida Ressuscitada em Deus».
O meu comentário diz que «é um discurso lindo e piedoso e vale como tal». Eu estou claramente a afirmar que é uma oração piedosa e tem o valor que o crente lhe dá. Vale como tal, ou seja, como discurso e oração. Mas não responde, de maneira nenhuma, às perguntas da Ana Rosa. Foi tão somente isto que disse!
Indo agora mais longe no meu comentário, temos que, por um lado a Ana Rosa e os cristãos de Corinto queriam saber mesmo como era "isso" da ressurreição dos mortos, como se processava, na historia de cada um, a passagem para uma situação totalmente outra, com a emergência, inevitável, da morte. Por outro lado temos, na citação do Arie, os crentes empenhados numa vida de ascese, que os levará a transitar de uma vida de pecado para um a vida em Deus. A morte é o pecado. A transição purificadora, pela renuncia a tudo o que é terreno, é a Vida Ressuscitada. Estamos a falar aqui de vida, ressurreição e morte em sentido figurado. Claramente deixei expresso que não era de uma metáfora que a Ana Rosa e os Corintos estavam à espera.
Mas poderá haver ainda outra interpretação das palavras citadas do Arie. Quererá ele referir, por ventura, o dualismo enraizado na cultura religiosa dos antigos carmelitas, segundo o qual, a vida terrena, a vida no corpo é uma "vida de morte" e a verdadeira vida é a vida no espirito, na qual entramos em plenitude quando livres deste invólucro corruptivel e descartável que é o nosso corpo com todos os seus "apetites". Daí a renuncia ao "mundo", a começar pela renúncia ao primeiro mandamento recebido do Criador, « Crescei e multiplicai-vos», que efectivamente se torna na renúncia da sexualidade humana, logo da propagação da desvalorizada "vida de morte" que é esta que temos à face da terra. E repito a citação do Arie: Transformação da Morte para a Vida, ( ou seja )da Vida Humana (vida de morte)para a Vida Ressuscitada.
Quem estiver interessado no ideal, pode seguir os passos destes antigos carmelitas. Mas fica desde já sabendo que não pode levar a mulher atrás.

29 abril, 2008 11:58  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas e amigos visitantes, nossa razão de ser neste espaço,

Ao fim de muito tempo penso que estamos a caminho de um novo patamar. Afinal o meu caro Mário e eu estamos mesmo bem mais perto e pela positiva. És brilhante, amigo, mas não és comedido. A imaginação e o brilho das palavras, inteligência, pregam-nos partidas e de que maneira.
Pois então os juízos de valor. Desde que me lembre, na casa da minha família, fiz uma aprendizagem da eliminação dos juízos de valor, nossos e dos que connosco se relacionam na nossa casa e afins. Que quer isto dizer? Que sobre sentimentos, afectos, crenças, deslizes de quem quer que seja ninguém omite opinião, nem juízo, a não ser para aprender e desculpar. Se o fizerem tem que ser de apoio. Se eu estiver por perto, sou implacável. As crenças da pessoa não são questionáveis. Sobre afectos, sentimentos, emoções, crenças, mezinhas, não há contraditório. A pessoa e as suas manifestações, personalidade, não afectando os outros, são intocáveis. Ninguém tem o direito …
No tocante ao Arie, tu englobavas as suas crenças no questionável. Repara mais acima no que escreveste. Não podes, ninguém tem esse direito sobre ninguém. Só o cientifico seria criticável, mas esse aspecto dar-te-ia mais trabalho. O processo de intenção é um pouco mais complicado porque o que dizemos sobre os outros emerge de nós, à nossa semelhança: projectamos sobre os outros o que nós somos, o bom, o que é muito raro, normalmente o mau, a nossa subjectividade e a nossa parte mais aberrante, as nossas alucinações, os nossos defeitos, por norma. Por isso não retiro o que digo, na continuidade de reacção a juízos de valor. Pelo contrário, se insistires, transcrevo-te e agravo novamente a mesma coisa. Para quê? Para provocar a mudança. E faço-o com toda a gente. Mas então não podemos analisar as religiões dos povos? Claro que podemos. Podemos dizer que são mais ou menos fundamentalistas? Podemos, mas temos que provar. Mas nunca poderemos dizer que um seguidor de uma certa religião considerada fundamentalista, ele próprio é um fundamentalista. Ou o que tu de mim disseste com carapuça e tudo, fanático. Claro, a menos que proves, o que não é fácil. Por mim está esclarecido.
Entendamo-nos de vez… faltas, pecados, desculpas, e mais camelos, leões ou elefantes não são para aqui chamados. É muito mais criador e gerador de envolvimento, não tocar no intocável, a interioridade do outro que o faz pessoa. Todavia sempre devemos afirmar positivamente aquelas generalidades que teoricamente provocam mais felicidade e sucesso. Por exemplo, tens valor, vais conseguir, vais vencer, é a tua hora… Mas nunca o inverso.

Se nos afirmarmos positivamente acerca dos outros estamos num caminho de sucesso para todos. Neste espaço de aaacarmelitas, com dor aqui e sofrimento ali, temos que ser espaço de felicidade… por isso me senti tão envolvido com a ideia de como antigo aluno carmelita fazer convento na vida! Mas afinal não é mesmo isso que eu faço? Na vida e na família… Mas esse foi o desafio do revdo.pe geral. Quero lá saber se é mais à esquerda ou mais à direita, com mais ou menos ressurreição. O que importa é que sejamos mais felizes por sermos, neste caso, carmelitas e cada um de nós se realizar seja no que for… Amigo, espaços abertos, inquestionáveis.
Aquela das mulheres! Oh amigo, então, é de lá que vem o pecado ou a salvação? Depois do teu poema ao amor da mulher, aquele desafio ao terminares a tua última postagem, é sacrilégio total e provoca-me arrepios por elas, de quem gosto tanto. Com as mulheres sempre, em todo lado. Mulheres atrás? Como assim? Na lógica seria, mulheres à frente para andarmos mais de pressa. Elas foram as primeiras evangelizadoras. Chegadas ao sepulcro foram anunciar aos apóstolos, fugidos e tugidos de medo, que afinal tudo continuava. Está lá escrito… Claro que a Igreja empalou esta parte e esqueceu-se dela até hoje. A emancipação da mulher vai trazer o seu sacerdócio (missionação) de volta (frei Bento Domingues in RTP).
Aaacarmelitas tem que ser, quando escrevemos, um espaço de ajuda, de caminho para mais felicidade de quem nos lê e menos de troca de ideias, ou se preferirem troca de ideias provocadoras de felicidade nos outros, única razão bastante para dar sentido ao nosso existir.

01 maio, 2008 01:23  
Anonymous Anónimo said...

Também vi e ouvi a entrevista do frei Bento Domingues na RTP 2.

Guiando-se pelos sinais dos tempos, parece que a Igreja Católica se prepara para a inclusão das mulheres no sacerdócio.
A sua exclusão foi uma tragédia, porque representa a ponta do iceberg da repressão milenária a que a nossa mãe foi sujeita. As coisas, porém, não acontecem por acaso. Doutores da Igreja, como o bispo de Hipona, Santo Agostinho, o santo/pecador, consagraram a humilhação da mulher, só não a banindo da face da terra por manifesta falta de poder! Lamentando a existencia de Eva, critica o próprio Criador:«Se era de companhia e de boa conversa que Adão precisava, muito melhor teria sido (...) que houvesse dois homens juntos, amigos, por exemplo, e não um homem e uma mulher». Exemplar! Pergunto eu, ao Santo Bispo, como poderia ele ter nascido e candidatar-se ao Reino de Glória nos Céus, se a sua mãe, Santa Mónica, a sua avó, a sua bisavó...Por estas e por outras me tenho fartado de pedir ao Zé Moreira para contar avôs e avós. Sempre que uma filosofia ou uma teologia se afasta da realidade da historicidade do homem cai-se, inevitavelmente, nestes hilariantes dislates. Sem graça nenhuma é a agédia que teologias e filosofias disparatadas como aquela acarretaram para as nossas mães e para as nossa esposas. Felizmente, que neste ocidente dito cristão, elas se vão da lei de Agostinho libertando e eu apoiarei como puder e por toda a parte, se a tanto me ajudar o engenho e a arte. Mais o Jorge que, de tanto gostar de mulheres, interpretou mal pra caramba o ultimo paragrafo do meu ultimo comentario. Meu caro Jorge, não concordo nem um pouco com Santo Agostinho que, pelo que se depreende das suas palavars acima citadas, as mulheres não devem acompanhar o homem nem atrás, nem à frente, nem ao lado. Ele não disse, mas nós entendemos: E por cima ou por baixo, nem pensar!

Espero que tenham passado um bom feriado.

01 maio, 2008 22:29  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e visitantes, acabei de chegar a casa e antes do recolhimento e já vamos nas 01H00 de 2 de Maio. Donde vim? Fui visitar o "Ecce homo". Acabei por o ver numa amiga que precisa de uma ajuda minha, numa viúva, amiga de longa data, e num jovem dos seus 13 anos, acabado de sofrer um acidente visual com o cabo de uma vassoura. Mais um amigo a quem beijei fraternalmente para lhe agradecer a emoção com que a todos nos brinda na comunidade de crentes que somos com a sua voz e a alegria de ver os meus três filhotes a participarem de um Santo Cristo, cujo santuário se chama "Da esperança". Cheio das suas perguntas desafiantes da felicidade do homem sofredor("Ecce Homo") que vencerá se nós vencermos. Magia, mistério... Rituais. Rituais, para uns de iniciação, para outros de consolidação, para todos de felicidade e futuro. Rituais, caros amigos, precisamos de rituais. Com a minha companheira fomos definindo, o da roupa que as crianças usavam na festa, o lugar que ocupavam na festa, os amigos que os acompanhavam, o que comíamos e onde comíamos na festa. As roqueiras (foguetes), as bandas de música, o coreto, senhores, as luzes, a claridade, as cores, os perfumes, os amores. Claro, as tasquinhas, o algodão doce, o gelado, o caldo verde, o chouriço à bombeiro e o lugar onde olhávamos o Senhor homem sofredor que em procissão a todos era mostrado e nessa mostra por milhares acompanhado e transformado esperança, razão de ser felicidade.Com quem o viamos lembrando os que estão e os que já foram. As bandas de música, eramtantasm mais dee trintas e as promessas. As dos homens, este ano mais, todas de vermelho a condizer com o sangue do Senhor, as das mulheres, todas de preto a condizer com as dores de mãe. Pelo meio alguns enfeites.Mais atrás,os escuteiros alinhados e aprumados a fazerem-se grandes e finalmente a magia da grande charanga, os bombeiros. Aí está a bombaria... que grandes bombeiros se apagarem fogos como se mostram na festa. Auqeles cornetins, os toques mágicos com as piruetas da vara do seu alferes. Garridos, capacetes a derreterem-se de brilho... vieram da ilha toda, como toda a gente e com mulheres... que magia. Então os tambores e aquela pancada do bombo mestre. Que ritmo... que piruetas e nunca se atrasa. E depois, continuamos com os rituais da mesa, da família, da comida a fazer-se ou a comer-se, a fazer-nos gente feliz. Os rituais dos amigos, da felicidade dada e recebida... o ritual da vizinhança, os rituais dos outros, do blog, da aaacarmelitas, pérola muito querida de muitos amigos e avassalador espaço de espiritualidade. Amigos, afinal, o ritual da passagem de valores, o ritual da confirmação dos valores, a certeza de que nesses valores nos propagamos e somos fisicamente eternos. Obrigado Senhor Santo Cristo pelo teu ritual de sofrimento que se faz esperança, sucesso, vitória, felicidade, gente... Até todos os dias, mas sobretudo mais um ano e para o ano e que volte a ser Natal.

02 maio, 2008 02:45  
Anonymous Anónimo said...

Que belos comentários os destes dois aaaacarmelitas!!!
Então, o último do Jorge fez-me recuar no tempo muitos anos e de olhos fechados voltar a ouvir o João Vilaret a recitar com toda s sua mestria o "Tocam os sinos na torre da Igreja.... vai passando a procissão...."
Se os vossos comentários têm pinceladas que nos obrigam a reflectir seriamente na vida, têm também autênticos bocados de poesia que nos fazem voar bem alto, nas asas de recordoções e sonhos de beleza... que o continuam a ser...
Até sempre, caros amigos.

02 maio, 2008 09:55  
Anonymous Anónimo said...

A ultima postagem (detesto a palavra, mas que se há-de fazer a mais este anglicismo!) do Jorge dá-me uma oportunidade de ouro para esclarecer uma série de equívocos, surgidos ao longo deste Almoço. ..
Há uma da manhã, o Jorge chega a casa, talvez cansado, mas transbordante de alegria. O dia tinha sido perfeito. Celebrara, literalmente, a FESTA DA VIDA. Estava lá tudo: Os filhotes, a companheira, os amigos; a charanga dos bombeiros, os escoteiros, os foguetes, os sons de música, as cores, as luzes, os sabores, os cheiros; a magia, o mistério, os rituais. E a solidariedade, cereja em cima do bolo, para com uma viúva, um menino de 13 anos, simbolizando, digo eu, o mundo de sofrimento onde o feliz e enorme coração do Jorge quer chegar. A vida é uma festa e o Jorge quer lá estar e participar . Empenhar toda a gente neste projecto é o seu sonho.
No fundo, esta postagem resume tudo o que o Jorge tem tentado dizer ao longo deste Almoço. É o seu sonho. Para mim isso tornou-se bem bem claro. Com elites ou sem elites. E se elas fossem, seriam para esta festa da vida, para este novo convento que é a vida, como eu acima já afirmara.
E aqui chegados, pergunta-se: Porquê, então, tanto discurso dito e contradito?
Havia uma sombra, um fantasma, pairando no ar, poluindo o discurso e toldando a claridade de sentimentos, emoções, pensamentos, sonhos e projectos. Uma linguagem do passado, carregando equívocos, distorcendo o texto.
Recordemos, mais uma vez ,a já famosa, neste Almoço, citação do Arie, acerca do ideal e da espiritualidade dos «antigos carmelitas»: Desta forma, acabamos por ser confrontados com um processo de transformação da Morte para a Vida, da Vida Humana para vida Ressuscitada em Deus.
Confrontando o “ideal” do Jorge que transpira da sua última postagem com esta espiritualidade carmelitana, só quem não estiver atento deixará de perceber que no Jorge temos a celebração da FESTA da VIDA e nos «antigos carmelitas» a celebração DESTA VIDA HUMANA COMO MORTE, esperançados, é verdade, numa vida melhor, mas DO OUTRO LADO. O tal lado que a minha Ana Rosa tanto queria que eu lhe dissesse como era…
O Jorge afirma ESTA VIDA como um valor, que eu devo entender como a súmula dos valores, onde cabem «a esperança, sucesso, victória, felicidade…rituais, família, amigos, solidariedade»!
Vejam o contraste com a teologia subjacente à “espiritualidade carmelitana”, onde o homem surge como excomungado da FESTA DA VIDA, desde o pecado dos pais Adão e Eva e consequente maldição e expulsão do Paraíso.
A mentalidada moldada pelo “crime e castigo” tem a FESTA estragada, fazendo as pessoas viverem como malditos desde o nascimento, apesar de uma REDENÇAO, que nos ensinam gratuita mas se não renunciarmos à FESTA DA VIDA, dificilmente lá chegaremos. De modo que, para encurtar o caminho da salvação, ingressemos no Carmelo!
Bem andou o Jorge que, atendo-se à primeira narrativa da Criação, no Génesis, celebra a FESTA da primeira narrativa e não a MALDIÇÂO da segunda. Alguns exegetas dizem que não são duas narrativas mas sim duas “tradições”. Para mim são mesmo duas e reflectem duas visões do mundo completamente diferentes. A segunda tem vantagens avassaladoras e por isso se impôs-se: garante a supremacia do homem sobre a mulher, faz-nos rastejar como desgraçados, desde o nascimento até à morte e, para os cristãos, serviu perfeitamente para a estruturação da poderosa e genial teologia de São Paulo, assente em três ideias mestras: CRIAÇÃO, PECADO
e REDENÇÃO.
Pmarabéns, Jorge! O teu post remete-nos para uma HUMANIDADE IMAGEM DE DEUS, abençoada para crescer e multiplicar-se e fazer a FESTA DA VIDA. É o primeiro mandamento.
Quando fazemos um filho não fazemos um pecado, muito menos um pecador. Fazemos a imagem de Deus. .. E voltamos ao SACRAMENTO MAIOR! Porquê andar à procura do “sentido da vida” se ela tem sentido em si mesma e vale por si esma desde o INICIO?
Bom fim de semana para todos. E celebrem a vida!

03 maio, 2008 07:35  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aascarmelitas, caríssimos anónimos, simpatiquíssimos visitantes,
Estou em dívida com dois comentários. O das nossas queridas mulheres, mães da Igreja , que já esteve pronto e perdi-o, e este último... mas carece de demorada leitura. Nada de especial, mas dado que tem semeadas por lá umas projeções... tenho que cuidar delas, não aconteça que se trasformem em cinzánia. Por agora, este comentário de saudação aos anónimos que, emergindo aqui e ali, nos dão o desafio da continuidade. Eis, pois:
Na lógica das coisas que mutuamente se provocam, em espaço de associação mental e de associativismo de confrades, confesso que se um certo anónimo me ajudou a lavar os olhos, também fez provocação suficiente para, ao interiorizar-me no acontecimento definisse com alguma rítmica versejante (!), à boa maneira de alguns clássicos latinos…. (Lembram-se do Revdo. Frei Celso?), uma quadra síntese do fenómeno sociológico (e não só) que dá pelo nome de Senhor Santo Cristo dos Milagres. Entendereis que se emergirdes seremos mais ricos. Sempre crescemos quando a associação de ideias funciona e o associativismo da confraria tem manifestações. Vilaret… esse era um grande Senhor da arte da declamação. A procissão não é de Almeida Garret? Quem tem a bondade de ma ofertar neste espaço?

Tocam os sinos na torre da Igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa Igreja que Deus proteja,
Vai passar a procissão….

E o resto? E isto está certo?

Voltemos à minha quadra
Numa procissão que foi de seis horas pelas ruas da cidade, sempre as pessoas ficam dizendo, vai triste, vai alegre. Mas a verdade é que vai sempre igual… é uma projecção, mas nela se moldam, fazem gente eleita e traçam o futuro das suas vidas, crentes nEle e que a dualidade alegre e triste se alternará…no amanhã.

Oh Senhor, nosso pai, Santo Cristo dos milagres,
Nas ruas em teu andor povo somos gente eleita!
No alegre ou no triste os corações ditam teus ares!
E com eles rumos traçam sob a tua mão direita!

(j dias – 2008, 3 de Maio)

03 maio, 2008 20:42  
Anonymous Anónimo said...

Para corrigir o calamitoso «à uma da manhã»...

03 maio, 2008 22:03  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, isto agora é que ficou uma trapalhada. Estou quase no altar... A penúltima postagem do querido insistente desconjuntou isto tudo. O que ali vai de projecções... quer dizer, o que o meu caro Mário diz que eu sou, afinal é ele, ele só e vai daí, toca a projectar. Afinal, indirectamente e a muito custo, mas está-se mostrando... parabéns e voltarei ponto por ponto. Bom Domingo

04 maio, 2008 14:44  
Anonymous Anónimo said...

Vá lá, vá lá! Eu estava a contar com uma saraivada pior que qualquer ciclone dos Açores. É que fartei-me de fazer juizos de valor e processos de intenção. Mas foi sem maldade. Parece-me que és assim e exteriorizei o meu parecer. Se falhei o alvo, não terá sido a primeira nem a ultima vez. Afinal, quem não erra a pontaria!
Daqui de Balugães, bom Domingo também, para todos

04 maio, 2008 15:15  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,


Um
Aquela referência do meu caro interlocutor às mulheres que ficariam atrás para que a parte macha da humanidade pudesse realizar um certo tipo de ideal… vou dar de barato face aos novos desenvolvimentos, mas sempre lhe levou dizendo e relembrando que a obrigação subjacente ao seu saber era a de lhe dar o enquadramento em tempo e espaço onde a realização dos ideais fosse possível ao ser humano (varão e mulher). Dicas de solução e menos de não solução.
Sem individualizar, fico mais à vontade se me demarcar de “importantes” santidades reactivas, à conta das nossas mães, das deles não, essas santas, que tiveram espaço nas comunidades dos crentes cristãos por razões circunstanciais porque promoviam os crentes. Era um pouco como a exibição dos troféus da guerra quando as legiões regressavam a Roma. Hoje em dia, com as novas leituras da realidade humana, a reactividade, no mínimo, é uma disfunção do aparelho psíquico. Diz o povo que quem nunca foi e chega a ser nem o diabo o pode sofrer. Das ondas dessas fúrias religiosas, verifico pelas postagens mais recentes, que não estou só, e desses exageros ainda hoje, infelizmente, há sequelas gravíssimas. Passada a fase da exibição dos troféus, eles próprios alteraram a razão que em troféu os tornara e logo à conta de metade do ser humano. Deixando de ser efeito, durante séculos, eles próprios, foram promovidos a causa. De quê? De outros troféus e do pior que temos na história dos crentes cristãos.

04 maio, 2008 19:50  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos

Dois
Quanto ao outro comentário do meu caro insistente,
Não vou mesmo para grandes comentários. Penso que nesta fase iria repetir o que já foi dito e redito. Somo livres de dizer “iscas” e daí talvez não face ao exercício de exegese interpretativa a que dedicarei umas linhas…
Vejamos:
- dia perfeito,
- a vida com sentido em si mesma,
- feliz, enorme coração,
- a vida festa e eu estar nela e participar,
- empenhar toda a gente no projecto (deve ser meu, claro?),
- sombras, fantasmas no ar, linguagem do passado, equívocos…
- ingressar no carmelo para encurtar o caminho da salvação – afinal morte, porque,
- a festa da vida é outra, é agora…

Meu caro amigo Mário, verifico que finalmente te vais revelando através das tuas projecções. Por agora os juízos de valor têm um toque positivo e complementam-se com projecções. Bem bom, a fase é outra. Como perceberás as projecções revelam os seus autores. Claro que o texto da tua postagem tem lá muitos novelos e meadas com nós cegos. Poderás lê-lo e relê-lo. É teu, a leitura é mais fácil e sempre farás um pouco mais de catarse. Desatar os nós dá muito trabalho.
Todavia, aquela de ir para o Carmelo para ter um atalho para a salvação, até parece linguagem de computador. Mas aconteceu-te mesmo isso? Confesso que esta me intrigou. Mas ainda não ultrapassaste isso? Homem, isso é doença grave das filosofias e teologias. São a “afilosofia” e a “ateologia”, isto é a negação da filosofia e da teologia. Regresso ao mito?

Gostei de saber que tens essas ambivalências todas, que vives em dualidades e que essas dualidades te preocupam. Tem piada… e tu a julgares que era eu. Oh Mário, isso é mesmo contigo. Põe aí por casa mais uns espelhos que ajuda ao conhecimento da nossa imagem. É verdade… ajuda.
Então porque haveria de estar transbordante de alegria naquele dia? Feliz? Claro que não escrevi para mim… Então não haveria de sentir que me aproximava em emoção do texto da procissão! Mas, e hoje não posso querer estar feliz? A vida é festa… claro que não é, mas é possível vivermos mais felizes e ajudar aos outros na felicidade. Sonho de ser feliz… mas porquê? Então a felicidade não pode ser uma imanência!? Arrebanhar os outros para a molhada… Oh amigo cada um que se meta nas molhadas que quer.

Ao escrever, ao falar, ao viver preocupa-me o fenómeno de tantos que às vezes passam ao lado da felicidade porque as soluções não eram legíveis, ou melhor, o seu conhecimento (cultura) à data não permitiu a leitura. Preocupações, claro, algumas… as cabeças vazias ou cheias de nada, cheias de grunhidos, salvação? … Qual salvação! Preocupa-me o animal, os animais humanos que não descolam… as vidas do nada. E vens tu meu caro amigo dizer-me que aaacarmelitas não tem valores de vida!

Ao abordar a mensagem cristã como boa nova de amor, não o faço em perspectiva dual. Evito trazer à liça toda a espécie de confusão. Faço-o como desafio mínimo para que nas vidas se esbata alguma da agressividade do “homo homini
lupus” - (o homem é lobo para o homem). Fiz há muito o meu “reset” religioso… já em criança. O que foi mais difícil depois de sair do convento institucional, foi encontrar a linguagem adequada e a forma de intervenção. Ficamos libertos, meu caro, como os passarinhos, quando o mistério de Deus é sentido nos irmãos. Não tenho essas escuridões contemplativas que alguns quiseram ter porque queriam um Deus de contacto físico… era o que faltava. Madre Teresa de Calcutá… queixava-se de não o sentir! Desorientação espiritual… então os irmãos não estavam lá? Oh Madre Teresa, espero que isso tenha sido quando eras bem nova. Estás desculpada!
Recorrendo á figura bíblica da justificação, não a justificação perante Deus, não tenho que me justificar perante nada, mas olha que o São Paulo e Santo Agostinho tinham muito que justificar porque essa era a cegueira da grandeza que os havia feito de extremos antes e os fez de extremos óbvios, depois, na reactividade subsequente às suas próprias vidas. Os seus escritos, mesmo os de Paulo, por vezes mais de justificação das suas próprias condutas, valem o que valem, mas não são a boa nova. Aaacarmelitas um tempo e um espaço atravessado por caminhos de felicidade.

04 maio, 2008 20:22  
Anonymous Anónimo said...

Descreveste um dia de festa, com procissão, charanga, foguetes, comes-e-bebes, amigos, luzes...e toda a gente percebeu o que nos quiseste passar. Agora, nos dois últimos comentários, voltas à linguagem enrolada, às meias-palavras, pensamentos quase só insinuados e deixas-nos à rasca para percebermos o que queres, afinal, dizer. No que a mim respeitar, ficas à vontade. Não precisas entrecortar a linguagem e arredondar as palavras. Deixa-as vir inteiras e sonoras. Gosto de as saborear desse jeito. As que não me agradarem ficam por conta da paciência que, nesta idade, faz com que olhemos as pequenas contrariedades com sorriso complacente...
E, neste final de Domingo, deixo-vos com esta citação do neurocientista António Damásio:«Que poderia ser mais desconcertante que apercebermo-nos de que é a consciência que torna possiveis e até inevitáveis as nossas perguntas sobre (a própria) consciência?».(In : O Sentimento de Si) Saber que se sabe, ou que não se sabe!

04 maio, 2008 22:26  
Anonymous Anónimo said...

Aditamento ao post anterior

Seria imperdoável não acrescentar: saber que sentimos, ou que não sentimos. Afinal reside, neste facto, a contestação de Damásio a Descartes, conrrigindo-o em "O Erro de Descartes".

04 maio, 2008 22:33  
Anonymous Anónimo said...

Talvez ser com
Vá lá, vá lá... estamos quase em linha...mudanças, claro, evidentes. Perceber o que eu quero?Olha, talvez ser com... palavras entrecortadas, arredondadas? Quais, as tuas? Inteiras, sonoras! Com certeza que nem quero partir nada e gosto do som. Claro que sabes que sabemos e claro que sabes que não sabemos. Eis os nossos limites. Boa semana

04 maio, 2008 23:14  
Anonymous Anónimo said...

... "ser com" é a tese filosófica do existencialismo cristão do francês Gabriel Marcel e que não é mais que a afirmação do óbvio: "somos com" desde o nascimento, porque não somos produto de geração espontânea, como se depreende do existencialismo ateu de Sartre. É só começar a contar avôs e avós, "com quem somos" desde o tempo em que os animais falavam!

05 maio, 2008 10:03  
Anonymous Anónimo said...

...Como para Jean Paul Sartre "nós" não temos passado, também não temos futuro. Viemos do nada e nunca poderemos ser coisa alguma. É a tal filosofia do "nonsense", do absurdo da existência, que não chega a sê-lo. Vá-se lá entender o homem e os seus malabarismos de palavras e conceitos. Com toda lógica sartriana, nós não "somos com". Inversamente, a presença do "outro", em vez de nos realizar, torna-se a nossa suprema limitação e daí a pomposa máxima de Sartre: "O inferno são os outros". Meus queridos pais e avós, que foram a minha vida, pelo menos o principio de tudo! E a base de todo o meu pensamento: a historicidade humana.

05 maio, 2008 15:26  
Anonymous Anónimo said...

Caro Jorge,
Aqui vai o poema, cujo autor é António Lopes Ribeiro:

TOCAM OS SINOS NA TORRE DA IGREJA,
HÁ ROSMANINHO E ALECRIM PELO CHÃO.
NA NOSSA ALDEIA QUE A PROTEJA,
VAI PASSANDO A PROCISSÃO.

MESMO NA FRENTE, MARCHANDO A COMPASSO,
DE FARDAS NOVAS VEM O SOLIDÓ.
QUANDO O REGENTE LHE ACENA COM O BRAÇO,
LOGO O TROMBONE FAZ POPÓ, POPÓ.

OLHA OS BOMBEIROS, TÃO BEM ALINHADOS!
QUE SE HOUVER FOGO VAI TUDO NUM FOLE.
TRAZEM AO OMBRO BRILHANTES MACHADOS,
E OS CAPACETES REBRILHAM AO SOL.

TOCAM OS SINOS NA TORRE......
.........

OLHA OS IRMÃOS DA NOSSA CONFRARIA,
MUITO SOLENES NAS OPAS VERMELHAS.
NINGUÉM SU~PÔS QUE NESTA ALDEIA HAVIA
TANTOS BIGODES E TAIS SOBRANCELHAS.

AI, QUE BONITOS QUE VÃO OS ANJINHOS,
COM QUE CUIDADO OS VESTIRAM EM CASA.
UM DELES LEVA A COROA DE ESPINHOS,
E O MAIS PEQUENO PERDEU UMA ASA.

TOCAM OS SINOS............

PELAS JANELAS, AS MÃES E AS FILHAS,
AS COLCHAS RICAS FORMANDO TROFÉU.
E OS LINDOS ROSTOS POR TRÁS DAS MANTILHAS,
PARECEM ANJOS QUE VIERAM DOS CÉUS.

COM O CALOR, O PRIOR AFLITO.
E O POVO AJOELHA AO PASSAR O ANDOR.
NÃO HÁ NA ALDEIA COISA MAIS BONITA,
QUE ESTES PASSEIOS DE NOSSO SENHOR.

TOCAM OS SINOS NA TORRE DA IGREJA,
HÁ ROSMANINHO E ALECRIM PELO CHÃO.
NA NOSSA ALDEIA QUE DEUS A PROTEJA,
JÁ PASSOU A PROCISSÃO.

Tanta simplicidade, mas tão bonito...
Até sempre, se Deus quiser.

05 maio, 2008 17:51  
Anonymous Anónimo said...

Oi caríssimos aas..., anónimos escribas e visitantes...
Afinal estamos a fazer festa. Vejam só, aaacarmelitas.blogspot.com, uma festa e em um almoço muito especial. Muito que eu gosto de apreciar onde tudo começou e onde já vamos. Por mim votava na ideia de realizar convento na vida (cum+venire)(?).Entrem senhoras e senhores, tomem lugar, alindem-se que é tempo de festa contemplativa. Obrigado caríssimo anónimo por essa gostosa partilha. Uma benção para ti e quem te acompanha.

06 maio, 2008 01:25  
Anonymous Anónimo said...

Até votava na ideia do Jorge, não fosse o caso de já ter formado o meu convento, que foi crescendo em membros ao longos dos anos, uma mulher (por acaso foram duas), quatro filhos, duas noras, um genro, um neto, uma neta. Isto sem contar com o convento original, donde saí para formar a minha própria congregação, mas a que fiquei ligado pelo cordão umbilical. E há ainda os compadres e comadres, confrades de corpo-inteiro, não só pelos antepassados comuns mas também porque, nos nossos netos, o fio da vida partilhamos. E os outros todos que não digo nem esqueço e que não cabem no espaço de uma vida limitada. Cabem no meu pensamento e sentimento e na certeza de que entramos todos num convento para a vida e não para a morte, um paradoxo tão intrigante como o que se depara aos físicos da física quântica, espantados e incrédulos com o comportamento das partículas subatómicas, a bailar na sua frente, com o divino dom da ubiquidade; a atravessar espessuras impressionantes com a facilidade da luz através do vidro frágil de uma janela; e a dar a ideia de "viver" fora do tempo e do espaço!!!
E nós aqui, diante do PC a dedilhar téclas, pensando nelas, tendo consciência delas, SENDO A CONSCIENCIA DELAS, sendo um monte incomensurável delas. E há quem pense que este "monte de particulas" não passa de um simples monte de estêrco adiado! Que parece mesmo lá isso é verdade. Mas como só agora entramos no mundo recôndito das fundações do monte que-parece-de-esterco-adiado, quem sabe as surpresas que nos aguardam!
Celebremos a FESTA DA VIDA, que nós bem podemos ser mais que um novelo visível/invisível de particulas. Ser a sua CONSCIENCIA já é grande pra caramba. Dá vertigens, só de pensar!

06 maio, 2008 08:05  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aaacarmelitas, anónimos de “cor”, quer dizer de coração e visitantes leitores da língua de Camões. Pintai a manta e cobri-vos em amor com ela.

Reparo que o meu caro Mário nem reportou directamente sobre o seu retrato psicológico. Reportou, porém, inteligentemente, com um texto muito gostoso, segundo a minha leitura, de acordo com o diagnóstico. Parabéns homem, finalmente apareceste… Valeu a pena o investimento.

Tenho que salientar para começar, claro, o convento da tua vida, evidentemente da tua família e, abrangentemente, o de todos os que o fazem no dia a dia. E não é? E ainda o convento com todos os outros que não dizemos… que bonito! Esta foi elo de ligação. Mas claro que desde o início me referia ao teu convento e claro ao dos outros e ao meu. Aquela da congregação também anoto. E não é? Oh se é…. Mais santa, mais pura, com mais valia etc.… e com mais vida (e também vida genética).

Pessoalmente o que sinto é que quando coloco as pessoas perante o que estamos escrevendo ou sobre o que faço na família, na participação comunitária, etc., etc.… provocamos estupefacção. Mesmo se é a primeira vez que as pessoas ouvem esta lógica fraterna da nossa linguagem… ou mergulham no blog pela primeira vez (um almoço muito especial) eu entendo isto como a mais valia da aaacarmelitas. Mas se não for, sigo tranquilo na mesma porque o investimento de tempo é meu e dou-o por muito bem empregue na gratificação que me dá pensar bem e desejar bem dos outros

Há dias, senti que estava quase em linha com a emissão de comentários dos outros aas. Gostei de ver que o comentário anterior ao nomear as partículas atómicas falava do “dom divino da ubiquidade”, afinal, no tocante aos humanos, partículas maiores, a esse dom divino da ubiquidade, chamei “quase em linha”. Como as sintonias emergem. Estes conventos da vida são mesmo divinos e de contínuas descobertas. Perdoem os que não concordarem, mas vejam como a nossa formação se manifesta e converge. Qual era o problema? Ruído…

Mas tem mais… “novelo visível/invisível de partículas”. Na lógica deste espaço, sempre a pensar na possibilidade de que alguém que nos leia possa ser mais feliz, ou ter menos um problema ou mais uma ferramenta para o resolver, eu acrescentaria, só uma palavra: desatado. Novelo visível/invisível, desatado, porque, em boa verdade é isso o que andamos aqui a tentar fazer, estimular felicidades, sempre ajudar a resolver algum problema e não criar nenhum. Desatar nós…

Gostei também muito daquela outra referência à consciência: “ser a sua consciência (das partículas, da matéria) já é grande para caramba.” Darwin e os evolucionistas dariam pulos de alegria só por se sentirem seguidos. E que diríamos, se incluíssemos, pelo menos parcialmente, ser a sua direcção!? Capazes de direccionar boa parte do universo! Que desafio?
Neste desafio recolheríamos algum do sentido que integra as nossas vidas. Ao fim e ao cabo, orientar, direccionar, o acto que materializa a razão de sermos conscientes. Afinal não era essa a consciência de Karl Sagan ao ler o universo? Não era essa a consciência que emergia da minha visão estival, em noites de luar, e em tempo de desfolhadas, quando a estrada de Santiago (via láctea) me cegava a consciência de criança? Não era a resposta que buscavam as teologias em que o fim é que era a causa causal? E não era o que buscava Teilhard de Chardin? Afinal, partes, partículas de um universo em que estamos temporariamente sedeados para direccionar a execução de algum bem, se não puder ser muito. Entrem ecologistas que a porta está aberta. Entrai homens da ética que se constrói. Afinal só se espera que sejamos e, sendo, ser direcção. Afinal não é isso o que um pai e uma mãe, pela via dos valores que transmitem, são para os seus filhos?

Lembram-se dos comentários em que eu terminava agradecendo aos ilustres comentaristas pelo tempo de meditação que me fora proporcionado? Pois aí está. Bem melhores estas que outras de outros tempos. Mais envolventes, espontâneas, com disponibilidade sem fim. Aaacarmelitas uma pérola causadora de meditações e bonitas reflexões. Vem Espírito Santo…

07 maio, 2008 00:18  
Anonymous Anónimo said...

Raramente comento a opinião expressa a meu respeito, que preferia fosse sempre sobre o que penso e não sobre a minha pessoa. Mas isto é um espaço aberto de debate e quem nele entra expõe-se, necessariamente, e muitas vezes terá que aceitar ficar sujeito a incompreensões e dissabores. É o preço a pagar pela liberdade de expressão...E eu pago, em dôbro, se for preciso.
Mas às vezes tenho que rectificar pormenores de comentários. Por exemplo, quando o meu confrade Jorge citou a frase do meu texto «Ser a sua consciência já é grande...», intercalou duas palavras, «particulas» e «matéria», com a intençãO, julgo eu, de aclarar o meu pensamento. Estaria tudo bem se eu tivesse da "matéria" o mesmo conceito que o Jorge. Pode não ser esse o caso. O conceito de "matéria " subjacente ao materialismo e o conceito de "espiritual", base do espiritualismo, estão foram das minhas considerações. São conceitos de filosofias e teologias dos nossos queridos antepassados e fizeram a sua escola numa interpretação dualista do homem e seu universo.Espirito para um lado e matéria para outro. Corpo e alma com natureza e, quase sempre, destinos diferentes.
A filosofia que emerge da mundividência neste dealbar do 3º milénio, não cabe nos conceitos "tradicionais" dessa "matéria" e desse "espirito". Daí que, quem não estiver atento e não compreender esse facto, nunca irá entender muito bem que um neurologista, como o nosso António Damásio, corrija o filósofo Descartes. Onde é que já se viu um cientista dos processos cerebrais corrigir um distinto fazedor de teorias filosóficas? Cada macaco no seu galho. Não é o que se dizia?
A novidade está em que Damásio não o corrige como matemático, por exemplo, que ele também foi, mas como filósofo.
Os exemplos da incursão dos cientistas, deste tempo, nos campos da filosofia e da teologia são cada vez mais e fazem-no, note-se, com uma humildade admirável. Os filósofos e teólogos "do passado" olham-nos con desconfiança, senão desprezo. Eles, porém, como verdadeiros filósofos, rezam, dia após dia, no silêncio dos seus laboratórios, nos seus postos de observação sobre o universo sem fim, a oração do velhinho Socrates: Sei que nada sei! Ainda agora comecei! Aonde é que isto irá dar!
E nós, aqui a meditar, minúsculos e frágeis, carregando a grandeza de ser a CONSCIENCIA DO UNIVERSO!Unicos? Ou haverá outros, anjos e demónios, como nós...?

07 maio, 2008 08:21  
Anonymous Anónimo said...

...Não tenho a mínima dúvida de que Darwin daria púlos de entusiasmo, se visse onde isto já vai! Olhou, correctamente, para o passado. Não podia era imaginar o que o futuro reservava. Nem que o passado estava a uma distância pra'í de 14 biliões de anos. Nem que ao virar de cada esquina, um qualquer astrónomo do Porto iria descobrir enxames de galáxias, cada uma com dezenas de milhões de estrelas...
Nem sonhava Darwin com o ADN, com o soletrar da primeira sílaba, da primeira palavra do livro da vida, numa incipiente, maravilhosa e também preocupante leitura, se os demónios desafiarem os anjos.E costumam fazê-lo!
Há mais evolução para além de Darwin.
À luz do que nos vai sendo revelado, parece-me uma discussão mesquinha, míope e inútil a que alguns fazem sobre evolucionismo e criacionismo. Se alguém assistiu a algum debate sobre este tema verá que uns e outros se esgatanham todos, sem se darem conta que estão, de facto, a travar a velha discussão espirito/matéria, Alma/corpo, este mundo/o outro mundo. O "mundo" partido em dois e o homem rachado ao meio. Tudo ideias claras e distintas.
Mas fica-se sem saber porque andamos sempre atrapalhados e curiosos do que nos poderá acontecer um dia.
Não é verdade, minha querida Ana Rosa?

07 maio, 2008 10:52  
Anonymous Anónimo said...

Então voltamos ao que é à noite e ao que já não é de manhã. Sinal dos tempos…
Caríssimos aas e leitores visitantes,

“Ser a sua consciência”. Então a “sua” é de quem? Não é das partículas? E a matéria é formada por que coisa que é tudo menos partículas? Não…não. Não é isso. É o meu conceito de matéria e de espírito! Ah… pois, pois… diferente. Eu sou criacionista e o corpo sempre sob o chicote da alma. Ou será o contrário, a alma sob o chicote do corpo?

Mas a que propósito iria eu aclarar o teu pensamento? Num blog? Que importância te dás! Amigos, eu apenas escrevo o meu pensamento. Se me dás dicas, aproveito. Oh homem de Deus, ou já agora, como dual, ou homem da natureza, do teu pensamento importa-me a provocação estimulante. Então não é assim que a associação de ideias se concretiza e a imaginação dispara? Os elogios deixa-os pela gente.

Volta a ler o teu texto e depois diz-me quem faz dualidade.
Vê só a dualidade que dás aos filósofos doutros tempos! Então, se fossem vivos, estariam contra as nossas modernices. A ser verdade só posso concluir que não eram filósofos. Mas isso não fui eu quem disse, só concluí. Então amigo, a dialéctica que aprendemos é só para quando convém ou é também para a análise destes pensadores?
Acabo a concluir que somos consciência do universo, mas só do teu, do meu não. Seríamos só espírito na tua análise. Pois, e sou eu quem introduz a dualidade no teu espírito, melhor, no teu pensamento. Afinal, sabes melhor o que eu penso do que eu próprio não obstante a apropriação que fazes do “só sei que nada sei”. É uma bucha para compor texto.

Agora quando eu quiser saber o que vou pensar, paro, não penso. Pergunto-te e tu dizes e assim já nem penso. Economia de recursos humanos. Melhor, deixamos a massa cinzenta a descansar. Opior é que se lea se habitua até apodrece, quer dizer, murcha. Afinal, temos mais ainda: Fechem-se pois as escolas! Uns quantos a pensar chega.

Depois, essa do Darwin só olhar para o passado tem barbas grandes. Como é que tudo evoluiu até ele e depois parou… parou.

Dou-te como força de expressão essa da trapalhada que levamos à vida. Por mim prefiro curiosidade. Mas atrapalhados?! Oh amigo… o homem, inteiro ou dividido, o homem alma ou o homem corpo, o homem espírito ou o homem matéria, é o que é. Só há problema porque imaginamos coisas e não aceitamos o que somos. Somos o que somos e a trapalhada só emerge quando nós próprios nos pomos contra nós próprios através daquela capacidade que tu tão bem referiste e eu reformulo “pensamos e sabemos que pensamos, sentimos e sabemos que sentimos”, saber este que já há muito me acompanhava na vida e a ti também. Estávamos bem avançados há 40 anos.
Inventamos lixo, ruídos e depois aqui d’el rei quem me acode. É por isso que eu gosto do blog. Das coisas simples, (sempre pensando mais as complexas só para mim e) sempre exprimindo mais as simples e que unem mais.
A vida não se realiza na dúvida. A dúvida é só um instrumento. A vida destes humanos que somos precisa de coisas muito pequenas e muito simples. A imaginação cavalo pode dominar-nos num abrir e fechar de olhos. Estar na vida em equilíbrio é a resultante de um deve e haver entre o que nos chega pelas estradas sensoriais e a resposta da nossa “black box”.
É proibido estar sempre a começar, é proibido estar sempre com tudo em dúvida…à espera do que vai chegar quando estivermos mortos.
Ser pessoa, tornar-se pessoa, requerem estabilidade e alguns conteúdos mentais e outros humanos em inter-acção.

Até parece ao ler-te que o que aí vem é que vai ser… Isso é bem português. Disparamos para patamares inatingíveis para não fazer o atingível que está à nossa mão. Temos hoje manias neste país, decorrentes do processo de inserção na UE, que os países fundadores não têm. Depois o nosso lugar nos critérios democráticos é 21º. Está tudo dito. Somos bons sempre ao longe e nos exageros. Ao perto, eternos adiadores.

Aaacarmelitas tem que ser um espaço de aposta na felicidade de quem nos lê e que mostra as certezas que temos hoje, embora sempre caminhando, porque o amanhã logo se verá. As certezas que fazem vidas não são questionáveis, à la carte, porque as vidas têm direito à estabilidade. Questionável nos lugares próprios para fazerem emergir outros enquadramentos de vida. Segundo a mais moderna sociologia, através de pequenos grupos primeiro, as elites que não queres, e a pouco e pouco, à medida que for passando, toda a sociedade, posto que estes processos de adaptação a novos enquadramentos (valores), são sempre lentos.
O que temos que nos questionar neste espaço de antigos alunos é: como vou colocar ao serviço dos outros a cultura que me foi transmitida. Cultura de felicidade, de bem-estar, de ajuda, de progresso, cultura de pessoas que se estimam, respeitam, cultura do que nos é comum no muito ou no pouco tempo que que os estudos e outras mensagens nos uniram e pelo que ainda nos unem, como antigos alunos. Tenho tentado, qual esquizofrenia de processos e de comentários, fazer com que não haja duplas personalidade.
Afinal, aaacarmelitas, uma pérola preciosa que nos tem permitido a palavra.

08 maio, 2008 01:11  
Anonymous Anónimo said...

Palavra de honra que me apetecia dizer uma dúzia de fff!
O comentário do Jorge só pode ser fruto de uma leitura apressada. Como habitualmente, nem vou rebater todas as suas apreciações e vou limitar-me a fazer uma ou outra correcção.
Vejam a conclusão a que terá chegado o Jorge, após a leitura (?) do meu texto:
«Como é que tudo evoluiu até ele (Darwin) e depois tudo parou...parou».
Reparem só no que eu disse a este respeito:«Darwin daria púlos de entusiasmo se visse onde isto já vai...»;«...não podia imaginar (Darwin) o que o futuro reservava»; «Há mais evolução para além de Darwin».
Meu caro Jorge, esquece, por um momento, tudo o que leste acerca de Darwin e faz-me o favor de ler o que eu disse do homem aí atrás.

E agora o teu pensamento:
«A vida não se realiza na dúvida». Eu prefiro dizer e esse é o meu discurso, desde o princípio, que a vida realiza-se apesar das dúvidas, apesar de saber que não sabemos, apesar de não termos a certeza toda. Mas temos as "dicas" suficientes para ir celebrando a Festa da Vida e superando, em cada dia, o que parece ser a lei inevitável da morte, que vai mostrando o seu rosto no sofrimento dos homens, na crueldade dos homens, na adversidade da natureza, no desespero que tantas vezes se instala, na injustiça da fartura de uns - somos a sociedade dos obesos! num mundo de fome! - e da extrema indigência de outros. Somos a sociedade dos refugiados e dos clandestinos que arriscam a vida para comer as migalhas dos que se banqueteiam. Tudo isto não é uma inevitabilidade. Mas parece. Como a morte.
Quem aceitar, como princípio de filosofia ou de fé, que tanto os homens da festa como os injustiçados são a consciência do universo e muito mais que um novelo de particulas, terá que pugnar por uma sociedade diferente, que da lei da morte se vá libertando «por obras valerosas», dos grandes homens e das grandes mulheres.
Mais adiante diz o Jorge:
«Até parece ao ler-te que o que aí vem é que vai ser».
Acertavas em cheio, se eliminasses o «até parece».
Cultivo a esperança, que brota naturalmente da minha filosofia. Não sei se este olhar optimista sobre a vida, apesar dos paradoxos todos, resulta, em parte, de eu ter nascido na Primavera, quando a natureza desperta, neste Minho viçoso, após Inverno frio, chuvoso e escuro. Depois da aparente degradação e morte, a vida ressurge em noites amenas e claras manhãs.
Talvez este meu olhar, esperançado, para o futuro, resulte da fé em que fui criado, desde o berço, e apontava ao Paraíso, no fim da caminhada.
Seja por que motivo for, aqui estou, apesar das dúvidas todas do momento mais as que surgirem amanhã, cheio de "razões" para viver.
Mesmo perante a inevitabilidade da morte.
E para terminar: Já te ocorreu, meu caro confrade, que este espaço também pode servir para esclarecimeto dos que nele participam ou visitam e que, do esclarecimento, também pode surgir uma pontinha de feliciadde?

E quanto a questionar ou não questionar «certezas que fazem vidas», questionáveis «só nos lugares próprios», convinha que explicasses isto direitinho, porque nós, pelo menos eu, queremos saber qual é «o lugar próprio» e quem está em condições de questionar e quem pode ser questionado.
Estou aqui a magicar que, se há um "lugar próprio" para pôr as questões, também deverá haver um QUESTIONADOR INQUESTIONÁVEL, para que tudo fique certinho e o sossego dos espertalhões garantido, hoje e amanhã!

08 maio, 2008 09:26  
Anonymous Anónimo said...

Olá, olá distintos visitantes, entrem, dêem água com caneco… temos sede.
Caríssimos aas, e então os anónimos acabaram?

Hoje vinha com uma fisgada de umas coisas lindas que me aconteceram, mas vamos aos esclarecimentos.

Agora, suponham que eu tinha engolido o comentário do Mário! Já viram o que perdíamos? Assim até parece que o que à noite é, de manhã será. Em tempo de Espírito Santo é óptimo. E eu que estou à espera que a todo o momento a folia entre pela porta dentro e isso era parte do meu comentário de hoje.

Então amigo, não sejas má-língua! Ora aí está uma coisa que não pode ser falada neste local, mas em lugares menos questionantes, em lugares próprios. Tu sabias a resposta. Já lá volto.
Comecemos pelo Darwin: então não está lá escrito: “Darwin não podia imaginar o que o futuro reservava”. Não podia? Como assim!? E o Júlio Verne podia? Ou somos nós que continuamos a recusar o futuro contido nas premissas? Sabes caríssimo, temos sempre a tendência de ser castrantes acerca do pensamento dos outros! Comentários? Até fizeste o favor de repetir o irrepetível.
Acho linda a tua frase: “ Ávida realiza-se apesar das dúvidas”. O que me faz questionar é que às vezes, no que escreves, isso não é tão óbvio e deve ser sempre óbvio, sempre. Por mim diria mesmo que a vida realiza-se também apesar de saber que sabemos e, claro, também, apesar de saber que não sabemos, “apesar de não termos a certeza toda”.

Sobre a morte, sinto que emana confusão do teu texto. Por mim falo, os crentes, não superam a lei inevitável da morte seja a nossa ou a dos outros. Afirmam e crêem isso sim noutras coisas para além da morte. Se superar é isso. Brrrrr… pois alevá. Refugiados…. Que grande texto que isso dava. “Tudo isto não é uma inevitabilidade. Mas parece. Como a morte.” Anotei os pontos. Mas da lei da morte não liberta, não. Se é o fim é outra coisa. Percebo-te. Penso intuir o que queres dizer. E se liberta, a morte, claro, é enquanto a memória perdurar.
Gostei de sentir o teu viço primaveril! Dada a proximidade das nossas natalidades, não me digas que o nossos pais amaram-se no mesmo dia! Nada que não pudesse ser. Coisas! Gosto desse teu olhar esperançado para o futuro. Com certeza! Não é também por isso que escrevemos? Julgo mesmo que isso é o nosso melhor. Isso mesmo, o futuro. Bastava só isso para justificar a importância de aaacarmelitas (associação dos antigos alunos da Ordem do Carmo em Portugal). Olhar esperançado nos grandes acontecimentos que será o cosmos a transformar-se? Penso que não. Serão grandes indiscutivelmente mas em tempo diferente das nossas vidas. Seremos incluídos, porém, apenas enquanto o nosso tempo for. É o tempo do devir e as mudanças que implica. Dizes “paraíso no fim da caminhada de cada um”. Outros disseram também do universo.

Finalmente, o esclarecimento de dúvidas neste espaço. Se o nosso “chat”, a nossa escrivação chegou até aqui, em minha opinião, foi porque ao não aceitar, de ânimo leve, um certo tom e conteúdos, fui forçando outro modo, uma nova versão das mesmas afirmações, das mesmas certezas, como me pareceu que também fizeste no teu último comentário. Este espaço é, pois, para esclarecer certas dúvidas. Afinal o que temos andado a fazer? Mas esclarecer tudo aqui? Nem pensar. Iríamos ficar sozinhos, além de que teríamos que mudar o estilo. Também contra isso direccionei continuadamente os meus comentários, como convinha, de forma sub-reptícia e foi bom.
Digo-o com reservas, mas se neste espaço, se alguém se fez questionador inquestionável, não fui eu. Espertalhão, afinal quem? Cá por mim não lógica das ideias e das crenças não lhes dou tréguas até que se rendam ou se provem.

09 maio, 2008 02:31  
Anonymous Anónimo said...

Ducentésimo

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida e a vida era a luz dos homens. (Jo, prólogo, 1-4)

09 maio, 2008 02:41  

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