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3 de dezembro de 2008

I JORNADAS DOS ANTIGOS ALUNOS DO SEMINÁRIO DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL




36 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá a todos os AACarmelitas;

Convosco estas jornadas podem ser diferentes.

Diferentes, porque é mais um cérebro a opinar sobre as origens e futuro dos Alunos Carmelitas, em "LAÇOS CARMELITAS".

Verifica-se que muitos dos que estiveram na escritura da fundação da associação, deitaram por terra os ideais que Maria traçou para o seu povo e para os Carmelitas.

Que a nuvem que Elias viu vir do mar, faça jorrar sobre todos a água que nos lave o Espirito, para que novas mentalidades surjam
e os principios que professamos ajudem o outro a chegar a Deus.

Vamos todos às nossas jornadas em Março e em fins de Abril façamo-nos representar em grande número no 1º Congresso Nacional de Antigos alunos em Fátima.

SEMINÁRIOS: DA MEMÓRIA À PROFESSIA

POR FAVOR, COMEÇA JÁ, PELO MENOS, A MANIFEsTAR A INTENÇÃO DA TUA PRESENÇA, ela é importante para todos.

R/D (ROSALINO DURAES)

07 dezembro, 2008 11:44  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos mas anda po aí alguém a deitar por terra os ideais? Eu cá vejo é cada vez mais ideias e ideais. Maria sempre foi a mulher disponível: "Faça-se em mim segundo a tua palavra". Maria a traçar ideais para um povo?
Quanto ao resto tudo bem e ao entusiasmo deste sempre voluntarioso, como eu, e caríssimo amigo.
Já agora,
Em Maria que ontem celebramos de conceição imaculada, prefigurou a Igreja a nossa idêntica imaculada conceição.
Nas jornadas, congresso nacional, assembleia geral,desta vez, lá estarei. Penso e repenso na refundação da Ordem do Carmo em Portugal. De repente é só uma questão de catarse e ou realinhamento porque carmelita não é o que sempre me tenho sentido? E os outros, porque não?

Da memória à profecia, o que é isso?
Por acaso sempre vi a coisa da profecia para a vida e, por isso, com o tempo, da profecia para a memória. A proposta agora é inversa: da nossa memória à profecia original, palavra de Deus, bíblia! Fica mais dificil... nem sei mesmo como! Mas alinho.

Caríssimo Rosalino, tudo farei, no que de mim dependa, para lá estar...

Já agora, venham porque prometem. Desculpem os que pensarem que não, mas sinto que sim. Vai ser um bom momento até porque já é.

09 dezembro, 2008 01:36  
Anonymous Anónimo said...

REDISOOi meu povo!

Refundação da Ordem do Carmo?

Não entendo!, não teremos de ser nós os AA que teremos de nos rever na ordem e refundar a nossa mentalidade?

Até Santa Teresa de Ávila se refundou a si própria.

Homens são Homens e Deus é Deus, Imutável, Único.

Gostaria de perceber alguns dos meus amigos AA, mas este não é o espaço para isso, esse espaço será um encontro de olhos nos olhos, com a lágrima de saudade no canto,
para louvar O Imutável, o Único.

RD

10 dezembro, 2008 09:02  
Anonymous Anónimo said...

Palavras..., Elas são Identidade.

"Laços Carmelitas"

O importante não é dizer muitas coisas, mas ao dizer algo, é necessário que seja verdadeiro e se diga com amor, mesmo quando não se é ouvido ou não queiram escutar; do contrário as palavras tornam-se fuga da verdade, esconderijo dos próprios males ou conivência com a iniquidade praticada, porque é insensatez querer "tapar o sol com uma peneira" , isto é, fingir que não se está a ver o óbvio do pecado humano escondido nas atitudes, gestos ou palavras que ofendem a dignidade humana, o amor a Deus e o respeito que lhe é devido.

"Laços Carmelitas"

As palavras não são só palavras, elas são conteúdos do coração e da vida de cada um de nós. Elas vêem carregadas de pensamentos, sentimentos, desejos, vontades e outros incrementos do humano que compôem o nosso viver. Por isso, falar é mais do que dizer palavras, é um dizer de si mesmo,pois, o nosso falar revela quem somos, o que vivemos e o que pretendemos com nosso viver; mesmo quando se usa de linguagem artificial ou de falsas palavras, cheias de perversas intenções.

"Laços Carmelitas"

Porque é por meio da linguagem que conhecemos a verdadeira identidade de cada um, seja ela visual, falada ou escrita. Porém, não se deve julgar um ser pelo ouvi dizer ou por critérios meramente subjectivos; pois cada um revela-se a si mesmo naquilo que diz com as palavras ou com a própria vida; por isso, precisamos usar de misericórdia com todos, mas nunca devemos ser ingénuos quanto ao discernimento que precisamos de ter para connosco e com os outros.

"Laços Carmelitas"

A convivência é o melhor meio para se conhecer uma pessoa em sua essência e conhecer-se a si mesmo também. Ninguém ama aquilo que não conhece e ninguém conhece verdadeiramente se não ama. Logo, o amor é o fundamento da vida, do conhecimento,da verdade de cada ser,(estiveram atentos ao n/companheiro Mário Neiva, no que ele diz sobre o amor?)da convivência agradável e da linguagem que se deve usar em todos e qualquer relacionamento, especialmente o relacionamento com Deus e com o semelhante, porque no amor se encontra o respeito à dignidade do outro e nossa, a admiração, a partilha do que somos, temos e vivemos. Em suma, quem não ama não sabe o que é a vida nem sabe como vivê-la de facto.

"Laços Carmelitas"

Portanto, cada um é o que é diante de Deus naquilo que vive, fala e raliza; e fiquemos certos, nada se oculta aos olhos daquele que tudo criou. E se as nossas escolhas não forem baseadas no amor e no temor do Senhor; tão pouco elas serão feitas para o nosso bem e o bem de todos, porque somente aqueles que são conduzidos pelo Espírito Santo de Deus no seu modo de ser e estar no mundo, é que são capazes de realizar com a própria existênciaa tudo o que Deus nos ensina por meio do seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, pois Ele é o Ápice de toda a Revelação e sem Ele nada somos, nada podemos e nada temos,porque sómente Nele se encontra a Salvação.Mais fácil será com "Maria".
D/C.

11 dezembro, 2008 00:15  
Anonymous Anónimo said...

Para o Rosalino

No que escreves, manifestas o que te vai na alma e no pensamento, que é como quem diz, falas daquilo em que acreditas e daquilo que pensas. É ao crente e ao pensador que eu me dirijo, primeiro com respeito, depois com carinho especial, porque nos une um passado comum, na Ordem do Carmo. Não interessa quem lá esteve mais tempo e foi mais longe, porque o valor de uma pessoa não se mede pela antiguidade «no cargo». O povo, sempre sábio e sempre atento, diz taxativamente: o hábito não faz o monge.

Perguntas tu, no teu último comentário: «não teremos de ser nós os AA que teremos de nos rever na ordem e refundar a nossa mentalidade?»
Se tu e eu e outros AA, quase todos, saímos por «não ter vocação», nem para «padres» nem para «irmãos» carmelitas, será que descobrimos agora, tarde e a más horas, um ideal que nos passou ao lado na hora devida?
Aquilo que o Jorge Dias persegue, ainda tem alguma lógica. Ele pretende, se bem o entendo, viver um ideal de perfeição, exactamente como se propunha no ideal da Ordem Carmelita, há mil anos atrás. Só que os tempos mudaram, e para os "leigos AA" mudou radicalmente e o Jorge preconiza que se viva o mesmo ideal mas num «outro mundo» que não o da idade média, com muros,clausuras, celibatos, jejuns, abstinências e desconfiança de tudo o que cheira a «homem» ou «mulher». Antes pelo contrário, o homem e a mulher têm de estar, integralmente, neste novo "convento da vida" e aí serem perfeitos, «como o nosso Pai Celestial é perfeito». Não esqueças, NUNCA, meu caro Rosalino, que quando Jesus pronunciou estas palavras, ou alguém as pôs na sua boca, tais palavras não eram dirigidas nem a frades nem a freiras, mas a ti e ao Jorge e ao Moreira e ao Coelho...e suas respectivas esposas e filhos!
Nada mais errado que pensar que há um «evangelho» para os clérigos e outro para os leigos!
Peço mil perdões se estou errado: O Jorge já entendeu bem isso e tu, Rosalino, parece que ainda tens dúvidas.
Ou então eu ando a ler tudo ao contrário! Acontece.

11 dezembro, 2008 14:49  
Anonymous Anónimo said...

Para o Rosalino,
Outra vez

Deliberadamente, quis separar os dois comentários à última intervenção que fizeste. É que o assunto que vou abordar agora é sério.
Afirmas na tua intervenção:«Homens são Homens e Deus é Deus, Imutável, Único».
Há dias, recebi um video-clip, do nosso Domingos Coelho, onde, entre muitas outras afirmações, vinha esta: «O céu é o lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece. A terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, nada é perfeito».
Para ser blasfemo, o autor só lhe falta dizer que o Deus Imutável, que habita o imutável céu, nos condenou à desgraça de um inferno miserável, aqui na terra.
Se é isto que pretendes transmitir naquela frase que citei da tua intervenção, terei de concluir que o cristianismo que professas, não será outra coisa senão uma espécie de correcção de um projecto divino, para o homem, tão mal concebido, que fracassou à primeira tentação colocada pela serpente maldita.E, depois, fomos resgatados pelo martirio expiatório de Cristo.
«Deus é Deus e o Homem é Homem». «Deus é único e imutável». Em contraponto, o homem é múltiplo e mutável. Apetece perguntar: E foi o diabo que o fez assim, múltiplo e mutável?
Se formos a pensar que a «natureza» do homem e seu universo são a perfeita incarnação da decadência em si mesmos, estaremos, implicitamente, a afirmar, que Deus criou o contrário de si mesmo: o mutável, o transitório, o erro, o múltiplo, o descontínuo, o desunido. Estaremos a afirmar que a Vida criou a Morte, que o Bem criou o Mal, que o Espirito criou a Matéria, bem ao jeito do que afirma o budista e gnóstico E. Tolle: «a consciência cria o cérebro«!
É com perplexidade que vejo gente, que diz professar o cristianismo, ir atrás de um «Deus» que nada tem a ver com o Deus Plural, Comunidade de Pessoas Divinas, tão sabiamente preservado ao longo de dois mil anos pela Igreja Católica. E,como disse noutro sítio do blog (Setembro 2008), o Deus que nos ensina a fazer a democracia: Na COMUNIDADE HUMANA, como NA COMUNIDADE DIVINA. Os adoradores do Deus único e imutável, nunca rezarão, com sinceridade: «Venha a nós o vosso Reino...assim na Terra como é no Céu.
Porque o pai deles é outro: é um pai sem filhos. É tudo "à molhada": TODOS SOMOS UM SÓ!
Haverá felicidade na solidão de um Ego Infinito e Eterno?!

11 dezembro, 2008 16:11  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimo Mário Neiva

"À nossa imagem,como nossa semelhança.I-II-III "

Li, reli e continuo a ler tua Mensagem. O tempo é curto e não posso esticar o que não tem "elastane". Mas antes de mais quero esclarecer que não é minha intenção comentar a dita mensagem, mas tão sómente mostrar o lado de quem com "um pouco de Fé",vê, ouve e acredita.

Os Teólogos jamais antropomorfizaram Deus.Para eles, Deus sempre foi espírito, o único incontingente que sempre existiu, é incriado,nunca teve princípio nem terá fim, criador de todos os seres existentes, visíveis e invisíveis ( a síntese máxima do poder, contra o qual nada poderá), portanto todos os seres fazem parte dos seus desígnios, ainda que não saibam ou, até mesmo, que não queiram. As leis que regem a ordem com que Deus criou o universo é que pervalecem. Esta conclusão leva em conta a permissa do monoteísmo, que também se estende aos que, mesmo sem formação académica no assunto, além da crença, tornam-se autodidatas isolados e, de uma forma mais ampla, a todos os crentes em um DEUS ÚNICO.
Teólogos, líderes religiosos-católicos,protestantes e judaicos-alguns tentam explicar, outros discordar do princípio da Trindade Divina, dogma de Fé Cristã,(das religiões que têm Jesus como Messias).Ninguém duvida:Deus é UNICO e INDIVSÍVEL. A Trindade, ou seja, o dogma da unidade da unidade espiritual do Pai,Filho e Espírito Santo, torna-se muito polémica, pois há uma separação nominal de pessoa.O Espírito Santo é o espírito de amor que une o Pai ao Filho e ilumina quanto à Verdade Divina e concede esclarecimento sobre as dúvidas e os dramas humanos, ou seja, inspiração divina. Jesus Cristo é o seu Filho, muito amado, feito homem, que, com sua, inicialmente,aparente e humilde derrota de morte na cruz, obteve a maior vitória, sem precedentes, já acontecida na história da humanidade: a gloriosa ressurreição, signo de uma nova aliança entre os homens e Deus.
(continua)
D/C

12 dezembro, 2008 23:13  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Vale a pena estar entre amigos que se expressam desta maneira e mais ainda se complementam, descobrem Jesus e nEle se descobrem a si mesmos! Que isso aconteça neste blog, enobrece quem escreve e os seus mentores e "suporters" bem como todos os aas desta associação.

Particularmente em limites neurológicos e inquieto de alma, passei por aqui, agora, e para os meus amigos, e os que se expressam diferentemente, me questionam ou aplaudem, duas linhas.

Em primeiro lugar, só agora percebi que vai haver o primeiro congresso de ex-alunos dos Seminários. Promete. Vai ser a coisa mais concorrida dos últimos anos em Portugal. Vamos ser milhares. Lá estarei.

Caro Rosalino, agora percebi,"da memória à profecia", embora sem perceber.

Caríssimo Rosalino, no tocante à "Refundação da Ordem do Carmo em Portugal", conta-me aí, se puderes, afinal onde está a Ordem do Carmo? Diz-me, ou digam-me todos, se afinal, para além de um certo número de pessoas ao serviço da Igreja como o clero diocesano, que mais há? Uns edifícios? Digam-me por onde andam e quantos os seguidores contemplativos dessa disponibilidade para com Ele e a mensagem ao serviço dos irmãos?

Caríssimo Rosalino, leitores e visitantes... é nossa tarefa imperiosa refundar a Ordem do Carmo em Portugal. Penso, para vossa alegria, que esta refundação está em marcha, pela força louvável da nossa actual direcção e pela força transversal de todos os que se têm envolvido na escrita deste blog! Vem Espírito Santo vem iluminar. Acreditem! Oh se Ele ilumina...

Obrigado Mário por tão bem me compreenderes! Sempre és mais profundo do que eu. Talvez que eu seja o mais provocante, mas não me importo. Aliás, até gosto... Mas acredita que ouvir um eco, mesmo que não seja exactamente o nosso é infinitamento consoloso (à boa maneira açoriana é assim que se diz!) Afinal, como estamos próximos!

Laços carmelitas é a expressão de uma alma, de uma ascese... manifestamente muito mais trabalhada nesta manifestação de spiritualidade de "laços carmelitas". Saudo-a profusamente e orgulhosamente porque acredito que pelas minhas provocações colaborei na sua emergência! Sobe, sobe e revela-te que tens alma de carmelita, de ascese, amigo... e que alma!

Não precisamos de concordar. Precisamos apenas de sentir que com este texto alguém, que foi o DC, se expressou racional e sentimentalmente sobre si no envolvimento com o Deus do seu amor e dos seus temores. Que bom!

Caríssimo DC, Jesus falou-nos do amor, do temor foram outros...
Em Jesus nunca vislumbrarás perversa intenções... por uma questão de lógica: não casam com o Espírito Santo. Por mim escolhi há muito este inspirador infinito que sempre me trata a pontapé para me mexer mais e com mais confiança e que, sobretudo, me entusiasma a que fale e escreva por todos os que se engasgam ou têm vergonha de dizerem as maravilhas que vivem.Temores, ponto final. Perversas intenções!? Mas que veio Ele cá fazer?

Mas, quando Maria disse "Faça-se em mim segundo a tua palavra", afinal acontecia ou não acontecia algo de novo!?

Tudo está feito, caríssimo DC, menos a nossa parte e esta consiste em dizer, em mim, também, faça-se segundo a tua palavra.De perversa intenções só poderás falar das tuas e eu não creio. Por isso, toca a mexer. Carpir com temores do Senhor ou perversas intenções é servir banha de cobra. Não tem nada a ver com amor, boa nova...

Os teólgos jamais antropormofizaram Deus! Eu percebo! Mas a questão é falsa!

Deus é que se fez homem ( se antropomorfizou)... e então não é essa antropomorfização que celebramos no Natal e agora no advento preparamos? No princípio era o verbo... e o verbo encarnou e habitou entre nós...

Não é isso? Mas então é o quê? Ainda anda por aí alguém a querer saber quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete?


Que lindo anda este espaço? Que espiritualidade jorra por todas estas linhas! Que gozo dá sentir-me parte destes amigos! Como tanto me comovo de sentir que renasco a cada leitura e como me liberto a cada comentário e ao fazê-lo me aproximo desse espaço de espiritualidade onde mais me sinto irmão dos irmãos da bem aventurada virgem Maria do Monte CArmelo, precisamente a mulher que disse: faça-se em mim segundo a tua palavra e nuca mais olhou para trás, seguiu em frente no amor...( a carmelita, por excelêcia de exercicio!)
Afinal, não é isto a refundação da Ordem do irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo?
Não? Então digam-me onde posso partilhar esta espiritualidade na Ordem do Carmo institucionalizada em Portuagl e eu deixarei de usar o termo refundação!
Vale o desafio? Fico em pulgas!
Belo trabalho o deste aaacarmelitas!

13 dezembro, 2008 01:58  
Anonymous Anónimo said...

Deliberadamente, eu falei de Deus como nossa «imagem e semelhança» e do Homem como «imagem e semelhança de Deus». Na verdade, é um entrelaçar de duas «Familias». E o Jorge deu a tradução perfeita, por outras palavras: Deus antropomorfizou-se no Natal de Jesus Cristo. Pensando bem, quem pediu a "nossa mão" em casamento, foi Deus. E parece não ter tido receio de confusões com multiplos deuses, grandes ou pequenos, porque a essencia do amor é exactamente amar na distinção de pessoas. Sem o reconhecimento fundamental da existência da outra pessoa, não não possíveis o amor humano e amor divino.
E como sabemos muito bem (ou devíamos saber) todos os que fomos criados no cristianismo, se não começarmos pelo «amor dos homens», que vemos, nunca chegaremos ao «amor de Deus» que não vemos!
Está escrito no Evangelho do Escândalo da Antropomorfização de Deus
O escândalo da «novidade» é tão grande, que ainda hoje custa a acreditar. O mesmo escândalo partiu, há dois mil anos, a comunidade cristã em duas. E, pelos vistos, continua a confundir muita gente.
É muito mais fácil e cómodo e também muito menos apelativo afirmar um Deus Único, Indivisivel e Ininteligivel por oposição a Uma Comunidade de Amor Divino, que o cristianismo convida os homens a replicar, na profissão do dógma da Trindade. Aquele Deus Ùnico, que fora da "Trindade" será interpretado como "Divina Solidão", convida a uma «ascese» individual, dentro ou fora de uma clausura, em que cada um «faz pela vida», como quem diz, cada um procura a sua salvação. É quase um «salve-se quem puder».
Como se fosse possivel entrar no céu em "fila indiana" e não de "mãos dadas", na comunhão fraterna, como ensina o Evangelho do Escândalo.
E não vale o faz de conta de um abraço litúgico, quando não é sacramento, isto é, quando não «realiza aquilo que significa», como aprendemos na catequese.
Eu sei que, por trás das reticencias do Domingos Coelho está o receio do primitivo e antiquado politeísmo. Fica tranquilo, Domingos, que há muito os teólogos, de qualquer sensibilidade, deixaram de "contar" Deuses como se contam kilos de arroz. Se nem o mistério do Homem e seu Universo cabe nas mais elaboradas e elegantes equações, nem foi ainda inventado um «número» capaz de contar as estrelas, que dizer do «mistério de Deus" que apenas se pressente!
Para mim é claro, há muito tempo: Quem não for capaz de «tocar» o mistério que somos, andará a correr atras de ilusões e Deuses desavindos: veja-se o triste espectáculo de "crentes" que se odeiam e matam.
Estes "crentes" negam, tanto quanto os ateus, os mistérios de Deus e do Homem. Para uns e outros, tudo é tão evidente como a sua ignorancia.

13 dezembro, 2008 10:42  
Anonymous Anónimo said...

CREIO EM DEUS UNO e TRINO

"Ide pois e ensinai a todas as nações;batizai-as em Nome do Pai´do Filho e do Espírito Santo"

Não pretendo responder aos professores, mas sómente contribuir para deste lado da assembleia mostrar o que penso e no que acredito.

O mistério da Santíssima trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na hierarquia das verdades da fé. Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais Deus verdadeiro e único,Pai,Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam do pecado.
- O mistério da vida íntima do Deus-Trindade.
- As obras de Deus pelas quais Ele se revela e comunica sua vida.
Duas fontes que nos revela que: as obras de Deus revelam quem Ele é em si mesmo e, o mistério de seu Ser íntimo ilumina a compreensão de todas as suas obras. Acontece o mesmo,analogicamente, entre as pessoas humanas. A pessoa mostra-se no seu agir e, quanto melhor conhecermos uma pessoa, tanto melhor compreenderemos o seu proceder
A trindade Santa é um mistério de fé no sentido estrito, um dos mistérios escondidos em Deus que não podem ser conhecidos se não forem revelados do alto. Sem dúvida, Deus deixou vestígios de "seu" ser trinitário na sua obra da Criação e na sua revelação ao longo do Antigo Testamento. Mas a intimidade do "seu" Ser como Santíssima Trindade constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de "Israel" antes da encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo.
Todos conhecemos a meditação de Santo Agostinho na beira da praia,sobre o mistério da Santíssima Trindade... a criança, a conchinha e o buraco para onde queria colocar a água(toda!) do mar.Admirado Santo Agostinho disse-lhe:menino, não vês que jamais conseguirás o teu intento? A resposta:sei que não conseguirei;tampouco o senhor conseguirá entender o Mistério da Santíssima Trindade; dito isto sumiu aos seus olhos e o santo entendeu a mensagem que Deus lhe enviara sobre o mais fundamental mistério da fé cristã.
A bem da verdade, nada que venha do homem pode ser considerado uma verdade universal, nem mesmo a escolha religiosa, já que vem de um ponto de vista pessoal, mas pode-se dizer que é a verdade dos muitos que nela acreditam. Eu "Credo"
D/C.

13 dezembro, 2008 20:43  
Anonymous Anónimo said...

E eu respeito a tua fé e, com carinho, a compreendo, porque foi desse mesmo jeito que acreditei na infancia, adolescencia e juventude. Nem precisavas de explicar em pormenor, porque era exactamente assim que eu cria, tal como nos foi transmitida. Bastava teres dito que preservas intactas as belas tradições dos nossos pais e avós.
Um grande abraço
Mário Neiva

14 dezembro, 2008 10:16  
Anonymous Anónimo said...

14 de Dezembro

São João da Cruz

"(João de Yepes) nasceu perto de Ávila, em Fontiveros, Espanha, no ano de 1542. Era filho de tecelões.

Após ter dado provas da sua imperícia nas várias ocupações para as quais a família, muito pobre, o tentou encaminhar, ao vinte anos, ingressou na Ordem dos Carmelitas.

Estudou artes e teologia em Salamanca, onde foi prefeito dos estudantes.

Foi ordenado sacerdote no ano de 1567, época em que se encontrou com Santa Teresa de Ávila (Teresa de Jesus) a reformadora das carmelitas.

A Santa fundadora tinha em mente alargar a reforma também aos conventos masculinos da Ordem Carmelita, e seu delicado discernimento fê-la entrever naquele frade, pequeno, extremamente sério, fisicamente insignificante, mas rico interiormente, o parceiro ideal para levar por diante o seu corajoso projecto.

Aos vinte e cinco anos de idade João de Yepes mudou de nome, passando a chamar-se João da Cruz e pôs mãos à obra na reforma, fundando em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços.

Santa Teresa de Jesus chamava-o de seu pequeno Séneca, brincava amavelmente com a sua baixa estatura mas não hesitava em considerá-lo o pai de sua alma, afirmando também que não era possível discorrer com ele sobre
Deus sem vê-lo em êxtase.

Vinte e sete anos mais jovem que Teresa, João de Yepes é uma das figuras da mística moderna.

Mas a chamada "religiosidade do deserto" custou ao santo fundador maus-tratos físicos e difamações:

em 1577 ficou preso durante oito meses no cárcere de Toledo. Mas foi nessas trevas exteriores que se acendeu a grande chama da sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor
da Noite Escura da Alma, da Subida do Monte Carmelo, do Cântico Espiritual e da Chama de Amor Viva.

São João da Cruz, morreu no convento de Ubeda, aos quarenta e nove anos, no dia 14 de dezembro de 1591. Foi canonizado em 1726. O Papa Pio XI conferiu-lhe o título de doutor da Igreja, dois séculos depois."

PENSMANETO:

“Desejo contar-te uma coisa que me aconteceu com Nosso Senhor.

Havia no convento um crucifixo, um dia, quando estava á sua frente, pareceu-me que estava melhor na igreja e, como eu desejava que não só os religiosos, mas também os fiéis de fora o reverenciassem, fiz o que me parecera.

Coloquei-o na igreja no melhor lugar possível.

Uma vez quando rezava na frente dele o crucifixo disse-me:

Frei João pedi o que quiseres e eu dar-to-ei pelo serviço que tu me fizeste.

Então eu disse-lhe:

Meu Senhor, peço de sofrer para Ti, ser desprezado por todos e ser tido em pouca consideração.

O Senhor aceitou o meu pedido e hoje tenho muita pena pela honra que me prestam sem que eu o mereça.”

PARTILHA DE:
ROSALINO DURAES

14 dezembro, 2008 12:32  
Anonymous Anónimo said...

Passei e contemplei a Cruz, aquela que Cristo viveu!

São mistérios de fé, que pela sua intimidade com o Pai, nos deu a provar, para a nossa santificação. Que bom vivê-los!.

Vivê-los da mesma forma que um dia alguém nos deu a conhecer que 1+1=2e desde que culturalmente não esteja errado, por via do pensamento errado do homem que inventou esta operação.

Desde os primórdios da criação, que Deus não inventou nada, limitou-se a criar.

Criou tudo á sua imagem e semelhança e criou um ser, a quem deu poder sobre todos os outros, com a instalação de um cérebro pensador de forma que avalizasse na terra o bem, pura e simplesmente.

Acontece, que o homem não usou o seu cérebro para pensar na direcção do bem, mas para fazer misturas explosivas, de forma que se confundisse a si mesmo.

Acontece que ainda hoje Deus pensa da mesma forma, o bem-estar do seu povo e a sua santificação, mas o homem continua a sacralizar o seu corpo e confundir o seu espírito.

Sim confundir o seu espírito e comprometer a santificação do seu corpo, com pensamentos para o mal, apesar de Deus estar constantemente a manifestar-Se, e as leituras do ser humano para essas manifestações, não serem as correctas, continuar a pensar só em si e os outros são meras paisagens na sua vida.

-----------------------------------

“Deus de todos os homens e de todas as mulheres, Tu pões em nós o dom insubstituível de sermos o um reflexo da Tua presença. Gravaste em cada um, pelo Espírito Santo, a vontade do teu amor, não em blocos de pedra, mas na profundidade da nossa alma. E, pela paz do nosso coração fazes-nos tornar bela a vida daqueles que nos rodeiam.”

Irmão Roger, de Taizé


RD

14 dezembro, 2008 15:13  
Anonymous Anónimo said...

Conferencia de Frei John Malley
congresso laicado carmelita 2006 e reproduzido num Vinculo.


Valores da espiritualidade carmelita

“o Espírito Santo chega onde quer e inspira-nos de forma diferente
a responder de acordo com a nossa personalidade”

Frei John Malley

“DEUS, JESUS, PESSOA, FÉ, AMOR, ORAÇÃO,COMUNIDADE, MINISTÉRIO, BELEZA, EQUILIBRIO”

“possam todas as ideias contidas nestas simples dez palavras,
enriquecer a vossa vida para vos sentirdes orgulhosos de pertencer
á família carmelita”

Frei John Malley


R/D

14 dezembro, 2008 15:23  
Anonymous Anónimo said...

BATIESELPor vezes acontece-nos confundir tradições com cultura de um povo que evoluiu para o Bem, bem esse transmitido por um constante manifestar de realidades Divinas.

Na história do mundo, foram e são constantes essas manifestação dadas por Deus, dando-nos a conhecer pessoas que pelo seu ensinamento, pelo seu exemplo de vida, se chamam Santos, e hoje, tenho BEATA TERESA DE CALCUTÁ, que não é nenhuma tradição, nem tão pouco nos impingiu nada, deu-nos o seu exemplo á semelhança de muitos outros, com poucas ciências filosóficas ou teológicas, mas tão somente Ela mesma:

Hoje dia da alegria, é de fazer brilhar os olhos.

“Jesus ajuda-nos a espalhar o Teu perfume onde quer que vamos.

Inunda as nossas almas do Teu Espírito e da Tua Vida.

Penetra e possui todo o nosso ser de forma tão completa que as nossas vidas sejam um reflexo da Tua.

Resplandece através de nós e permanece em nós de tal modo que cada pessoa que encontremos possa ver a Tua presença em nós.

Que eles possam levantar os olhos e apenas ver-Te a Ti.

Fica connosco e, como Tu, seremos uma luz para os outros.

A luz não de nós próprias, só vem de Ti, ó Jesus.

Serás Tu, que através de nós, brilharás sobre os outros.

Que nós possamos louvar-Te do modo que Tu preferes, irradiando sobre aqueles que nos rodeiam.

Que falemos de Ti, não por palavras, mas pelo nosso exemplo, pela força contagiosa, pela influencia cativante do que nós fazemos, pela plenitude evidente do amor que está nos nossos corações.”

Beata Teresa de Calcutá

Não considerem isto tradições dos nossos avós ou dos profetas, que com seus ensinamentos, nos cultivaram o espírito para o BEM.

R/D

14 dezembro, 2008 20:53  
Anonymous Anónimo said...

«Meu Senhor, peço de sofrer para Ti, ser desprezado por todos e ser tido em pouca consideração».

São João da Cruz
citado por Rosalino Rurães

«Mas um mestre atento
Que é padre e reitor
Quer as mãos ao vento
Que o valor de um homem
Está no sofrimento»

citando o Malho

16 dezembro, 2008 09:05  
Anonymous Anónimo said...

Inversão de Valores

A grande maioria das pessoas não sabe o que querem TER na vida de forma concreta, o curto, médio ou longo prazo.
Se nós nos julgarmos merecedores, porque então não queremos o melhor para nós?
O facto é que as atitudes auto-limitadoras, desenvolvidas através das mensagens silenciosas proferidas mentalmente ou mesmo verbalizadas, nos impedem de sonhar e querer o que o "mundo" nos oferece de melhor.
Típicas expressões que desenvolvem as auto-limitadoras:
- Isso não é para mim!
- Não nasci para isso!
- não sou capaz!
- Não tenho sorte!
- Está bom assim!
- Se eu podesse eu faria assim!
- Se dependesse só de mim seria
diferente!
- É muita areia para a minha camioneta!
- Se algo acontece de mal ... e digo: eu mereço!
Quando iliminamos da nossa comunicação estas mensagens silenciosas, proferidas no nosso íntimo, materializamos de forma concreta o que realmente desejamos para a nossa vida(AAAC), se instala na nossa mente uma motivação para agirmos em busca deste objectivo maior.
No próximo passo devemos definir que tipo de ser "humano" devemos SER para atingirmos o que queremos para NÓS.
Por último precisamos definir o que é necessário FAZER para SERMOS o "individuo" merecedor deste projecto maior.
Onde então nos devemos concentrar?

No TER, no SER ou no FAZER?

Muitos invertem a ordem de importância desta tríade e passam a "vida" concentrados no TER e se frustam, pois não conseguem os resultados desejados.
Desta forma devemo-nos concentrar no FAZER através de um plano realista,com acções em busca do objectivo maior, para SERMOS (AAAC) o que precisamos SER para então TERMOS, por merecimento, de forma contínua, o que sonhamos como nosso objectivo maior ou seja " A RAZÃO DA NOSSA EXISTENTIA" como AAACARMELITAS.
D/C
PS.
Caro J/D- pf,não sou grande escriva,já o disse no passado.Mas não façais uma leitura apressada invertida. Virai o "jornal de pernas para o ar" como me ensinou o meu falecido Pai, que não sabia ler nem escrever!
um abraço
D/C.

16 dezembro, 2008 21:01  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Enche-se o meu peito de alegria e e emoção só de vos ver escrever, assumidos.
Que beleza Rosalino Durães e Domingos Coelho!

Assumi esse amor a Jesus como o entendeis mas sempre abertos a outras nuances, a outras formas mais renovadoras sem alterar a essência.

Que maravilha ver este blog a realizar esta tarefa!

Ninguém tem que discordar neste espaço do espiritual e religioso embora possa equacionar a mesma realidade de outra maneira.

Caríssimo Domingos Coelh,
aqui não há professores!

Todos andamos às apalpadelas conforme os gritos que a nossa alma teve que dar para sobreviver! Claro que nisso acumulamos experiência!

Acreditem que foi mais a dor vivida que nos fez a todos ser diferentes de qualquer outro e nenhum dom específico que por aqui tenha morada.

Permitam pois alguns comentários.

O primeiro vai em forma de pergunta que assumo, há anos, frontalmente, face às provocações da psicologia e das análises freudianas da pessoa. Ela aí vai:

Sta Teresa de Ávila refundou a Ordem dos Irmãos da Bem aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo ou dividiu-a ingloriamente em duas!?

Os extases de Sta Teresa de Ávila porque não ocorrem, hoje, de modo análogo com outras pessoas?

São João da Cruz como seria classificado hoje, numa observação psicológica, por qualquer psicólogo imparcial da praça que sobre ele tivesse que emitir relatório de observação psicológica ?

Porque quer um quer outro, quer o próprio Paulo (santo) e Agostinho (santo), homens de excessos, foram em tudo o que disseram mais radicais do que o próprio Jesus?

Tenho um bichinho atrás da orelha que me faz cócegas sempre que alguém é mais papista que o papa?


Caríssimo Rosalino Durães, que alma que tu tens?! Que maravilha! Porque haverias de precisar de são João da Cruz ou de Teresa de Ávila, santa, se tens Jesus e o amor que em ti jorra em cataratas?

Caríssimo Domingos Coelho!
O eixo central da nossa fé não é a trindade de um Deus. É o mandamento novo do amor nos termos em que Jesus o revelou: "amai-vos uns aos outroas como eu vos amei" Que Ele(Jesus)faça parte de um Deus trino, embora dogma, não é a essência. Isto é,de nada valeria o Deus trino sem o mandamento novo do amor, ao passo que o mandamento novo do amor sempre valeria por si mesmo!


Professor?

Desculpa se te induzi em erro. Mas na festa do amor que hoje a minha comunidade local celebrou pedi perdão de falhar no amor a quem de mim precisou, pela paz que fiz menos, pela palavra que li pouco e pouco trabalhei, pela menor positividade que dou aos que me vêm agir, pelos medos e menor confiança nas decobertas que aí estão á nossa frente, pelo bem, pela justiça, pelo perdão, pela fraternidade encolhida das nossas vidas...

Caríssimo DC...

Que todos cresçamos. Sou apenas um perguntador e, como gosto provocador, nos outros, também procuro respostas para as minhas próprias inquietações... porque só assim se faz caminho, o meu, o teu, o dele, nEle, o nosso caminho, comunidade, refundação...

17 dezembro, 2008 01:38  
Anonymous Anónimo said...

Ao CarríssimoJ/D

Renovação?!...

Renovar votos?!..

Renovar vontades ?!...

Renivar doutrina?!..

Renovar verdade?!...

Renovar a Vida ?!...

ou

Realizar e aperfeiçoar na verdade com FÉ,Esperança e no Amor.

Um desafio aos pensadores, na LIBERDADE.
D/C.

17 dezembro, 2008 16:58  
Anonymous Anónimo said...

Na esperança, está a vontade de renovar a vida.

Na fé está a vontade de renovar a verdade.

No amor também está a vontade e esperança de renovar a vida.

Renovemos a vontade de amar o que não tem amor.

RD

19 dezembro, 2008 09:31  
Anonymous Anónimo said...

Aceitei o teu desafio, caro Domingos, e pus-me a pensar...


Natal de Jesus Cristo
É o escândalo da Encarnação


«Os judeus lhe responderam: não te apedrejamos por causa de uma boa obra, mas por blasfémia, porque, sendo apenas homem, tu te fazes Deus» (João, 10, 33)

Sabemos, pela história, que Jesus não acabou apedrejado pelos judeus, mas crucificado pelos romanos e acusado, não de se ter feito Deus, mas acusado de pretender ser rei dos judeus. Se esta última é a verdade histórica ou não, deixemos isso, por hoje, para os especialistas. Aos cristãos o que interessa mesmo é a verdade teológica, que ditou a fé em Jesus Cristo, como Deus Encarnado. E é este «Mistério» que se celebra no Natal de Jesus Cristo.
Se Jesus Historico merecia a morte por sedição contra Roma, Jesus Cristo da teologia não merecia menos a morte, por se proclamar Deus. Para os romanos era um criminoso, para os judeus era um blasfemo. E, num caso ou noutro, a sentença prevista era a pena de morte.
A pregação de São Paulo só fala de Jesus Cristo na perspectiva teológica e de tal maneira centra o «seu evangelho» na pessoa do Jesus teológico –Nosso Senhor Jesus Cristo- que nunca refere factos da sua vida terrena e os seus ensinamentos. Os exegetas chegaram à conclusão de que através dos ensinamentos de São Paulo nunca chegaríamos aos ensinamentos de Jesus, na sua pregação. Para são Paulo não havia «a mensagem de Jesus» porque Jesus Cristo era a própria mensagem, em pessoa.
São Paulo inicia a teologia do Mistério da Encarnação de Deus, onde Deus é «humanizado» e a humanidade é «endeusada».
O evangelho de São João, escrito algumas décadas depois da pregação e das Cartas de São Paulo, já reflecte uma teologia muito elaborada de Jesus como Deus-Homem. E foi este Jesus, «Deus e Homem Verdadeiro» que chegou até nós.
É a fé neste «Mistério» de um Deus Homem que hoje parece estar em transformação. E não vale a pena escamotear a questão por mais tempo. O assunto é sério e as pessoas que reflectem sobre esta teologia fazem-no de boa fé, sem raiva, nem revanchismo e até com muita humildade.
Quem acompanha este blog e leu a citação que fiz do cardeal Ratzinger (Bento XVI) acerca de Jesus ter um «pai humano» ou a afirmação do Pe Carreira das Neves, na TV, acerca de um possível achamento de um túmulo com os ossos de Jesus, deveria ter percebido que algo está a mudar, a respeito dos dogmas fundamentais do cristianismo.
Não são os dogmas, em si, que estão em causa, isto é, não é a sua verdade fundamental, mas a sua interpretação.
Há dias, o Jorge referiu-se ao dogma da Imaculada Conceição de uma forma tão extrtaordinária, que eu, invejoso, apressei-me a dizer: «gostava de ter escrito isto». Humilde e verdadeiro, o Jorge disse que não era ele quem assim falava mas o pároco, jovem, da sua freguesia que pregava: todos nós fomos imaculadamente concebidos, ao jeito da Imaculada Conceição. Como podem verificar, a afirmação está carregadinha de blasfémia…Aquele jovem pároco não andará lá muito “católico”.
A verdade, porém, é que eu li e copiei para o meu computador, uma artigo escrito pelo filósofo e teólogo Anselmo Borges, da Universidade de Coimbra, acerca do dia 8 de Dezembro, festa da Imaculada Conceição, e lá está, também ele, a falar como o jovem pároco do Jorge, aliás, indo bem mais longe, desancando Santo Agostinho, por ter inventado aquela teologia do «pecado original», que tanto contribuiu para o rebaixamento cruel da mulher e que esteve na génese, tardia de séculos, do dogma da Imaculada Conceição. Quem estiver interessado ou puser em dúvida o que afirmo, terei todo o gosto de remeter por email o referido artigo.

Se é escandaloso deixar cair a singularidade da Imaculada Conceição, imaginem o que será utilizar o mesmo género de interpretação para o dogma de Jesus, Deus- Homem! Seria o «fim da fé» cristã.
Será?
O Domingos Coelho entendeu perfeitamente que eu fui por esse caminho, quando discorri longamente sobre o Misterio da Trindade Divina, sobre a filiação, em Jesus Cristo, de toda a Humanidade e a verdadeira revolução escandalosa que isso significava para os ouvintes de São Paulo. Por isso, o Domingos Coelho, fez uma verdadeira «profissão de fé», na resposta que me deu e que eu disse que respeitava, como disse que respeitava essa mesma fé do Rosalino. Dizia o Domingos Coelho, pondo os pontos nos ii: «Deus é Deus e o Homem é Homem».
Pois é, meu caro Domingos, mas que culpa tenho eu de ter aparecido, há cerca de 2000 anos, uma teologia a pregar que a Divindade se tinha casado (a Nova Aliança de “Sangue”, ou no «meu sangue») com a Humanidade?
Se um ser humano não se pode «casar» com um felino, por exemplo, porque não são da mesma «natureza», Deus achou, segundo a teologia de São Paulo e São João, que Deus e o Homem não eram incompatíveis para um casamento! E porquê? Porque o havia «criado à sua imagem, como sua semelhança»! E de Criador passou a Pai, dando-nos a sua «raça». Se quiserem, leiam «Graça», que está mais de acordo com o ensino tradicional! Mas atentem que a «graça» não é um “presente” que guardamos em qualquer parte do corpo ou da alma . Não. A «graça» de que fala São Paulo, é a nossa própria vida. Uma vida que não é mais aquilo que as pessoas pensavam que era, porque em Jesus Cristo «nascemos de novo», porque Ele é o «Novo Adão», que nos dá uma nova «natureza». Por outras palavras: o homem, todos os homens são bem diferentes do que aquilo que se imaginava.
É a pregação de Paulo de Tarso. Duro de engolir, não é? Os judeus acharam que sim e acusaram de blasfémia e escândalo. Essa agora! Nós, deuses! Onde se viu?!

Meus caros Domingos e Rosalino, aqui divergimos.Tal como somos todos concebidos sem pecado, também penso que todos somos exactamente como Jesus Cristo. Se Ele é Deus Homem, nós também o seremos. Aliás, esta fusão do homem com Deus é professada pelas teologias monistas, de que tanto tenho falado, e segundo as quais nós e Deus somos uma só realidade, e o universo não é mais que o próprio «corpo de Deus», constituindo o UNO INDIVISIVEL. Chama-se a isto «panteísmo». Porque não concordo então com eles? Pela simples razão que destroem, com tal teologia, a existência de Deus ou do Homem como uma comunidade de pessoas e, consequentemente, a possibilidade da existência do amor. Ora, para mim, a existência da «pessoa humana» é um facto indesmentível e o «amor» é a única forma da sua realização plena.
É esta a minha filosofia e teologia e me embala a esperança que os «direitos homem» possam ser uma realidade plena à face da terra. Quem professa a fé cristã, tal como a recebeu dos nossos pais, continue a rezar no mesmo sentido: Pai nosso… venha a nós o vosso reino…assim na terra como nos céus. É a minha teologia preferida e tenho-o repetido várias vezes. Inspirou-nos a democracia e o valor inviolável da pessoa humana.
E onde fica o mistério, Mário?
Será que o homem e o seu universo não são já um mistério suficientemente grande?

19 dezembro, 2008 11:24  
Anonymous Anónimo said...

por lapso não inseri a conclusão, que era assim:

Não estamos nós, constantemente, a sentir a vertigem do absoluto, do infinito? Nós estamos dentro do Mistério. Se desejarem, chamem a este Mistério DEUS. E entreguem-se a ELE de corpo e alma que será a melhor maneira de se «encontrarem».
No Natal celebra-se o mistério do HOMEM DEUS. DA FAMILIA HUMANA COMO DA FAMILIA DIVINA.
Que seja feliz para todos nós, com mais liturgia ou menos liturgia, desde que subsista a liturgia do AMOR.

19 dezembro, 2008 11:27  
Anonymous Anónimo said...

A complexidade das coisas obrigam-nos a saboreá-las, pois, podem-nos causar indigestões inesperadas.

Vou com o tempo e com ELE, compreender algumas insatisfações do ser humano, mas quero amá-lo cada vez mais!

Graças Te dou por tudo quanto me rodeia, o bom que pode ser mau e o péssimo que deve ser tolerado!

Até já e sempre

RD

19 dezembro, 2008 19:26  
Anonymous Anónimo said...

Visitantes, amigos, caríssimos aas,
Como este espaço está elevado!

Como nos sentimos próximos, como andamos entusiasmados a conjugar o amor!
Algumas limitações de tempo limitam-me nos comentários...

mas crede que esta espiritualidade me disponibiliza desafios de vida! E de que maneira!

Anoto que omitiram referências aos extases duvidosos de alguns... e agradeço-vos porque essa omissão é sublime de clareza no tocante à nossa convergência.

Continuemos!

Bom Natal... perdoemo-nos para nos amarmos mais nos outros e nisso será bom o Natal e os outros dias de realizações.

19 dezembro, 2008 23:43  
Anonymous Anónimo said...

Omiti, Jorge, mas não esqueci. Já congeminei muito do que vou dizer e que já vem do tempo em que escrevi os «cinco sentidos ...da alma». Distraí-me e agora dás-me a oportunidade de ouro. O teu comentário foi muito lúcido. Para mim foi dos melhores que te li até hoje. Falaste como «técnico» em psicologia e esse facto, só por si, merece que se dê ao teu comentario atenção redobrada.
Vou à nossa cidade
Até um dia destes

Para todos, mais uma vez, um bom Natal

20 dezembro, 2008 07:22  
Anonymous Anónimo said...

No verão passado, li um artigo de que tirei um excerto que ainda ando a digirir, e que tem de certa forma a ver, com algumas coisas que se teem escrito neste espaço,leiam que nos pode ajudar.

"A cegueira ideológica não é simples aldrabice. Ao contrário do que se diz, este fenómeno não consiste em má-fé, hipocrisia ou estupidez. O aspecto exterior costuma ser semelhante, mas o processo conducente é muito diferente. Quando alguém está plenamente convencido de uma causa porque lutou durante anos, a evidência do seu fiasco implica a negação da própria identidade. Mesmo perante resultados tão assustadores, como se pode dar o braço a torcer, assumir o erro, inverter a orientação? A cegueira nasce do orgulho."
Cesar das Neves

Bom Natal

RD

21 dezembro, 2008 18:58  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos e meu caro Mário,

Boas de alegria e vida, isto é de realizações para e nos outros para serem em nós... agora e por aí fora neste ano que aí vem e outros dias mais.

Volto ao texto do Mário apenas para um pequeno comentário.

Caríssimo Mario, eu nunca pus em causa a Imaculada conceição de Maria.

Por mim sempre discordei foi do pecado original de Santo Agostinho, um homem de exageros, e por isso me orgulho de me sentir concebido imaculado e comigo todos os meus irmãos humanos e não só...à semelhança de Maria.

Na Imaculada conceição de Maria que feliz e oportunamente pio IX (?) dogmatizou, prefigurando profeticamente o evidente, mas indizivel, na época, a imaculada conceicção de todo o género humano!

Realizem-se sendo felizes no trabalho para e com os outros já que imaculados todos fomos no acto de amor em que os nossos pais nos conceberam! Pudera! Aleluia!

28 dezembro, 2008 16:57  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Jorge

Claro que não puseste em causa o dogma. Simplesmente estendeste o «privilégio» a todos os humanos, ficando implicito que Deus não faz distinção a nenhum dos seu filhos.Também ficou claro que eu fui um pouco mais longe, considerando que cada um de nós é igual a Jesus de Nazaré, como homem e na sua relação com Deus. Situo no mesmo pé os dois dogmas: Imaculada Conceição e Divindade de Jesus.E pressinto que a teologia de hoje vai no mesmo sentido, sendo que a nossa «raça» é a «Graça» que nos foi dada.Escandaloso? E de que maneira! Merecia condenação à morte? Paulo de Tarso escapou por pouco!
Seja como for, seja qual for a interpretação que se quiser dar à pregação de São Paulo, nada do que pudermos afirmar mudará a realidade.E a Verdade.

29 dezembro, 2008 15:19  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Em relação ao comentário do Mário, reconfirmas o óbvio, para ti e para mim, mas a alguns poderá criar uma maior vontade de saber. Eis porque voltei à ideia. Mas tem mais, em blog, o facto de escrevermos também ajuda cada um a entender melhor a própria ideia subjacente ao que se escreve. Quanto à comunhão com Jesus da divindade de filhos de Deus, parece-me tão clara essa ideia nos evangelhos, que não sei porque precisaria eu de S.Paulo! Nisso penso que sou mais radical: Como eu e tu, também ele, com menos mérito, aliás, do que nós, porque estava em cima do acontecimento, e nós dizemo-lo à distância. Mas o Espirito que o compulsa a ele, é o mesmo que nos inspira a nós. Mas se ajuda referir Paulo, tudo bem!

01 janeiro, 2009 21:04  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de eu ter vindo a descobrir que o Jorge pensava e sentia assim, a confirmação surpreende-me. Não restam dúvidas: quem abre o seu coração «aos homens e ao universo» (talvez mais significativo que um estafado «urbi et orbi») acabará por trilhar os caminhos da esperança sem limites.
Estou a gostar de ver, Jorge. E nada se poderá dizer mais abonatório de alguém do exclamar: surpreendes-me! Porque aquilo que um espirito guestionante e inteligente pode pedir a alguém é isso mesmo: Surpreende-me!

02 janeiro, 2009 14:21  
Blogger emidio januario said...

Caríssimos,
Depois de ver o vosso "filosofar" e "teologar", eu, habituado a viver na minha ignorância em serras e penedias,no meio de oliveiras, vinhas e amndoeiras, onde tento ver Deus em tudo e viver segundo os seus mandamentos, só me resta contribuir humildemente na vossa discussão com esta exclamação de louvor e gáudio que os meus antigos conterrâneos proferiram quando o Beato Frei Bartolomeu dos Mártires para aqui veio fazer a sua visita pastoral:"Benta seja a Santa Trindade, irmã de Nossa Senhora".
Espero estar em Fátima convosco.
Um abraço
E.J.

02 janeiro, 2009 22:15  
Anonymous Anónimo said...

...E, assim, de uma forma espantosamente simples, introduziram aquela humilde mulher judia no convivio da «Fraternidade Divina», o outro nome que eu anrranjei para a velhinha designação «Santíssima Trindade»!
E «como ela» (não disse «com ela»)entram todos os humanos no coração da Divindade. Não é essa a tua fé, meu caro Emidio?
E é linda!
Conto ir dar-te um abraço, em Fátima, embora não deva participar nas «jornadas». Serão "jornadas da fé", de "homens de fé", que me excomungaram, e bem, porque violei as suas leis, ao fazer um segundo casamento. Como eu não gosto de brincar ao-faz-de-conta com coisas sérias, assumo a excomunhão, que agora se traduz por uma outra e mais significativa palavra: «exclusão».
Para teu espanto e de muitos que andam "nisto" de boa fé, há quem seja fiel à lei da tua Santa Madre Igreja, como o pároco da minha aldeia de Balugães, que se recusou baptizar o meu filho Mário José, com o argumento de que «parecia mal» (subentenda-se,parecia mal baptizar o filho de um excomungado). Acabou por ser baptizado na Sé de Viseu, onde a comunidade dos fiéis desconhecia, por completo, a situação ignóbil do exomungado pai do baptizando.
Como vês, meu caro Emidio, o que às vezes conta são as aparências e, sobretudo, as leis.
Eu até nem fazia questão de baptizar os meus filhos, porque sabia que não tinham ainda pecados para serem lavados...Mas era um desgosto que dava aos meus queridos pais e irmãos, que não entendiam de outra maneira. Curiosamente, as duas esposas dos meus filhos (também tenho duas filhas) quiseram "casar pela Igreja". Na altura pensei comigo «ainda bem que baptizei os miúdos».
Mas há outro motivo porque vou a Fátima. Março é o mês aniversário do meu casamento, o segundo, que já vai em 26 anos. Como eu e a minha mulher decidimos festejar, depois das bodas de prata, cada aniversário do nosso amor, vamos a Fátima. Vejo e abraço os meus antigos colegas e dou uma alegria acrescida à minha mulher, que tem grande devoção por Nossa Senhora de Fátima.
Não penses, caro Emidio, que aquela rigidez das leis da tua Igreja me causam revolta ou qualquer outro sentimento do género. Aliás, estou convencido que se não fosse essa e outras atitudes «severas» dos responsáveis eclesiásticos, há muito que a Igreja Católica se tinha esfrangalhado e, quem sabe, ter-se-ia perdido o valioso património espiritual e teológico que chegou até nós. Um património que, como eu disse noutro lugar do blog, nos inspirou a Democracia Humana e a Demcracia Divina.
Por isso a admiro, acarinho, aprofundo e gosto de falar com vocês todos...para além do facto de serem meus antigos colegas. E por isso me impertiguei todo, fazendo até figura de parvo, naquele Almoço Muito Especial, quando me pareceu que alguém queria misturar e baralhar a "minha querida" teologia cristã, com a respeitável filosofia/teologia do Kryon.
Faz agora um ano. E por causa do Kryon entrei no blog,como Dom Quixote, para defender a minha «dama». Acredita, Emidio, que muitas vezes me senti mais parecido com o jumento do Sancho Pança, que com o cavalo do Dom Quixote.
Que os nobres animais me perdoem o abuso da comparação...
Um abraço

03 janeiro, 2009 09:35  
Anonymous Anónimo said...

Carríssimo Mario Neiva

Leio com muita atenção tudo quanto se escreve neste Blog, no entanto e como a distância de 45 anos de separação leva-me a maior atenção, a tua "escrita". Eras na Altura 1960/1964,referência e admiração, até porque è impossível esquecer aquele instrumento de cordas, que eu na altura tanto admirava.
Hoje depois de te ter lido inumeras vezes, lembrei-me uma aula cujo título eu atribuí :
Uma propoosta de vida Nova
Escutei eu um místico a falar de um monte situado à beira de um lago tranquilo. Dizia ele que um dia apareceu por lá um homem que, munido de uma alavanca, fez rolar pela ribanceira dez pedras enormes, que caíram dentro do lago. A partir daí, por causa de uma misteriosa energia proveniente das pedras jogadas, o lago nunca mais foi o mesmo. As suas Águas tornaram-se dinámicas e revoltas, assim permanecendo para sempre.
O monte é aquela pequena elevação existente em Cafarnaum, às margens do lago de Genesaré. O Homem é Jesus, e a alvanca que Ele utilizou é o Evangelho, a boa notícia da salvação e da igualdade. Os grandes blocos de pedra que causaram a agitação permanente no lago são as DEZ "Bem-Aventuranças", proferidas por Ele. O lago sereno não se refere às águas do Genesaré, mas apontam para o comodismo e a estagnação da vida humana, delapidada pelo egoísmo e pela indeferença. Depois de escutar as " Bem-Aventuranças" não é possível à humanidade acomodar-se e fcar "descansada". A Palavra de Jesus incomoda, desinstala, inquieta e questiona.
A Verdade é que o sermão da montanha é uma das mais impressionantes leituras de hoje e de todos os tempos. Muitos pensadores cristãos, humanistas, sociólogos, pesquisadores e até intelectuais agnósticos ou judeus, têm escrito, falado e elaborado ensaios sobre este fascinante texto, escrito há dois mil anos é de uma actualidade social, política e mística permanentes. "Quem ouve o Sermão da Montanhane e medita a profundidade da sua mensagem, nunca mais é a mesma pessoa" . Este comentário penso ser do teólogo alemão, Rudolf Bultmann.
Quem visita a região de Cafarnaum fica espantado ao constatar que por ali não existe nenhuma montanha. Há uma pequena colina nos arredores da cidade. A dúvida decorrente das narrativas situa-se na identificação do ponto onde Jesus dirigiu a palavra às multidões. S. Mateus afirma que Jesus"subiu à montanha" enquanto S.Lucas diz que Ele estava com os discípulos no alto e "desceu à planíce". Controvérsias à parte, vale interiorizar as palavras do Mestre.
Com as pedras que revolvem definitivamente o lago da nossa apatia, as "Bem-Aventuranças" servem para balizar a nossa vida, na relação amorosa com Deus, na fraternidade activa com nossos irmãos e na participação responsável para com a fmília, a sociedade e a natureza.
1 - FELIZES OS POBRES EM ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS.
Como primeira "B-A", é a que tem gerado maior debate. Se S. Mateus lemos "Bem-Aventurados os pobres em espírito"(ou"de espírito",em algumas traduções), em S. Lucas a palavra do Mestre indica "Bem-Aventurados vocês que são pobres" . O facto é que por muitas decadas as Igrejas perderam tempo em digressões sobre se era "pobres" ou " pobres em espírito". Os pobres puxando a "brasa à sua sardinha", diziam que é a sua penúria que dá ingresso assegurado ao Reino. Do outro lado, os ricos,os bem remunerados, de certa forma traduziram o pobre em espírito como alguém simples, humilde, desprendido. independentemente das suas riquezas.
O facto é que secularmente a riqueza foi vista como um empecilho ao acesso às coisas do alto, pois muitos ricos fizeram (e fazem) dos bens uma divindade e uma suficiência de vida, fazendo muitos prescindir da providência divina e do convívio com os irmãos. Em face da usura e da ambição de muita gente, a Igreja desde os primórdios, e vemos isto claramente nos escritos dos chamados "Pais da Igreja",onde é dito que "um rico dificilmente se salva", O Papa Paulo VI chegou a afirmar que " a religiosidade popular, rica em valores evangélicos, traduz em si certa sede de Deus, que sómente os pobres e os mais simples podem experimentar"(EM 48).
A verdade é que dentro dos critérios do mundo, das estruturas de consumo e dos sistemas económicas, só é feliz quem tem, e não quem é.
Há muito tempo o ter superou o ser. E é por isto que o nosso mundo está nesta "bagunça" que se vê por aí, com poucas esperanças de conserto.
Não precisamos ir longe, o teu (Mário Neiva)chamado de atençaão para as palavras de D. Policarpo no aniversário dos direitos do Homem "erradicação da pobreza é um direito fundamental". Opção da Igreja pelos pobres, sem que isto represente uma exclusão dos que não são pobres. No passado recente a igreja fala em "caridade","solideriedade","ajuda fraterna",sem falar mais nos pobres especificamente. O que significa, então, ser pobre em espírito? Vamos pelo lado inverso: Quem são os "ricos em Espírito"? Ser rico em espírito é ter orgulho do livro que se leu; do título que se obteve; das láureas que se conquistou; do cargo ou função que se exerce; do prestígio social, político ou religioso que se goza; da casa onde se mora; da roupa com que se veste;da beleza física ou da inteligência que se possui.
Sob essa optica podemos observar que o mundo está "cheio" de "ricos de espírito", pessoas que não querem renunciar às suas idéias, humilhar-se na sua hierarquia, abrir mão de posições radicais nem reconhecer faltas ou enganos.
Nas actividades da Igreja também se vê muitos ricos em espírito. Vocês conhecem alguns? São pessoas que têm orgulho humano pelas actividades que exercem, pela "autoridade"que possuem, etc.Em geral tais atitudes não geram comunhão, mas opressão e distanciamento.
Ser pobre de espírito é conhecer e desfrutar da liberdade.Nada é menos livre do que o "rico de espírito". A pobreza de espírito, enquanto simplicidade,desprendimento,humildade e abertura ao outro, converte-se em uma condição para a liberdade. O menor apego à tirania das paixões se converte num cativeiro. Cristo veio libertar todos. O reino é uma república de cidadãos livres.
O pobre de espírito,mesmo tendo bens ou possuir um bom salário, se há justiça e decência nessas posses, é um simples, disponível aos apelos que vêm de Deus.É alguém que se despoja do seu eu para se alinhar ao nós, sob o poder de Vós. É despir-se de si mesmo, sem se apegar a nada. É deixar o coração vazio de tudo o que divide e escraviza, para preencher seus espaços com a presença de Deus. Eu sei que a gente quer isto; pena que nem sempre colocamos em prática.
Os pobres em espírito,sejam eles ricos ou carentes de coisas materiais, são aqueles que descobrem que maior é aquele que se torna menor, para prestar um serviço a todos. Ao contrário, o" rico de espírito" é inimigo da novidade(o evangelho é uma novidade).É um conservador nato que sente que a mudança é uma ameaça às suas posições.
A pubreza pura e simples não é uma credencial para a salvação. A verdadeira pobreza evangélica é aquela que nasce de um coração desprendido, de um espírito aberto, de atitudes fraternas e mãos estendidas, sempre disponíveis ao serviço. O Saudoso João Paulo II em 1979 afirmou: " São bem-aventurados aqueles que, na medida de sua riqueza, não se cansam de repartir seus bens".
(continua ...2 -" Felizes os mansos, porque possuirão a terra".
D/C.

04 janeiro, 2009 19:23  
Anonymous Anónimo said...

O meu velho rádio

Longos anos passados, que te comprei sem que me desses problemas, mas os tempos passaram e com eles o inicio desses problemas, e hoje não consigo sintonizar-te, fruto da velhice e desactualização. Hoje são os transitores, chips, que desactualizaram as válvulas. Mas vou conseguir dar-te a volta, vou pôr-te a funcionar, pois, os tempos mudam mas as minhas vontades não.

Tal como a mulher com casei há 30 anos, que Deus ma abençoe, também a moldei de forma que conseguisse dar-me a felicidade de 3 filhos que tanto amo e que são a alegria da minha existência.

Grandes contrariedades me trouxe a vida, mas venci, porque também soube dar a volta á hipocrisia dos homens que me rodeiam, mas mesmo que não conseguisse, lotaria com todas minhas forças para que o meu eu fosse reconhecido por quem de direito, ainda que ao papa, que tenho a certeza sairia, pela fé, vencedor da excomunhão.

Não me esconderia no fundo catedral a falar com Ele, pois, seria o marginalizar da sintonia do meu velho rádio, que está actualizado, apesar da sua velhice, tal como a minha, e que aborda a minha timidez para a revelar quando funcionar.

O Amor quando é amado não tem defensores, será guerreado até pelos opressores.

O meu dever de amar, começa em ti e constrói-se em mim, pela forma como vives a vida, sem preconceitos, sem rancores, sem ressentimentos.

Construímo-nos da forma como vivemos e reconstruir-nos-emos da forma como viermos a alicerçar o futuro, futuro esse que passa pela reconstrução do meu velho rádio, de forma que me venha a dar voz.

O meu velho rádio vai ser reparado, e se não fosse possível, carregaria nas costas meia – dúzias de tijolos onde inventaria a sua antena na minha imaginação.

RD

04 janeiro, 2009 22:17  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, em Fátima nos veremos...

Por uma questão sabática e também por outros afazeres inadiáveis estive não "comentante" um bom período!

Caro Mário, adorei as razões que invocas para, em Fátima, seres diferente face á mesma fé e à mesma divindade que nos une a Jesus.

Reparo que esse teu desabafo trazia desinfectante ou, doença pegajosa, pois ninguém lhe tocou.

Mas, meu caro, não és tu que estás mal, é a Igreja. Ela, de rica, obesa e madrasta, que é o que ela se faz nestas coisas das aparências, só se vai dar conta séculos depois e uma vez mais pedirá perdão.

Por mim, tirarei tempo extra para estar contigo, por ti em quem Deus é, seguramente mais liberto do farisaismo dos homens.

Essa do Padre de Balugães é de bradar aos céus.

Meus caros, fazer de conta não deve nunca ser para aascarmelitas porque tiveram o dom formativo da mensagem evangélica, o amor... e é forçoso tirarmos as conclusões.

Em todos os que por razões mil tiveram que seguir outros caminhos com outros parceiros, Deus só pode ser...

25 fevereiro, 2009 01:57  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Tendo já iniciado a caminhada para Fátima, e estando neste momento na estação de serviço de Lisboa a tomar fôlego e a rever amizades, acho deprimente que para uma mensagem me tenha que repetir! Espero bem que seja o típico dos grandes acontecimentos: nas vésperas silêncio absoluto.

Venha pois o espectáculo da fraternidade.

Recolho-me como vós à meditação. Aleluia. Vivam só os que amam. Os outros estão a mais! "Amen". Saia a mó do moínho que este reino é só de valentes e de espadas! Não foi o que Ele disse?

26 março, 2009 22:56  

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