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8 de setembro de 2008

FESTIVIDADES DE SANTA MARTA DA FALPERRA

Continuamos, aqui, a publicação das fotos obtidas pelo nosso companheiro António Silva Costa, nas festas de Santa Marta. As pessoas, eventualmente presentes nas fotos, autorizaram a sua publicação.
Imagem de Nª Srª no alto do monte de Santa Marta das Cortiças
Penedos onde nós, em pequenos, brincávamos


Uma perspectiva da cidade de Braga, obtida do alto de Stª Marta das Cortiças



Este jovem de mais de 80 anos, também foi jovem, ali, quando também nós por lá andávamos



Um aspecto da festa, vendo-se o hotel da Falperra, nosso antigo seminário



outro aspecto das festividades


Uma santa num fontenário


Mais alguns aspectos das festas





103 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caríssimos amigos,

Os enfeites ainda são parecidos, as pessoas são menos, a concertina até brilha... ainda falta o forno. Mas a alma saiu mais erguida e desafiadora na mensagem dos amantes de Jesus Marta, Madalena e Lázaro...
Como agradecer a quem tão gostosas lembranças provocatórias nos serve!
grato

11 setembro, 2008 01:42  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos amigos,
Como bom judaico-cristão retornei às origens.
Vi o Seminário por fora. Vi o António Costa, vi o João Lobo, vi o Agostinho Gomes, vi o João Gomes, vi o Manuel Vaz Alves e vi os fornos. Claro, vi-me uma vez mais a mim próprio em longo exame de consciência ao pôr do sol. Os artistas fizeram-nos fotografias junto dos fornos. Ali vivi emoções que tinham mais de quarenta anos... Mas é patético... os fornos como as pessoas... bloqueados a ferro para nada. Apenas fornos caiados e o Seminário de semente, apenas hotel, outros amores. Perante os fornos, quais sepulcros bíblicos, o cruzamento de emoções de vitória e de derrota e perda eram e foram inevitáveis. E aqueles amigos de sempre que uns segundos informatica e humanamente em segundos recosntruiram. Por mais que tentasse, vazio era o terreiro, concertinas nem vê-las naquele cair de tarde. Mais tarde, já com a presença do Zé Moreira, no Sameiro, em jantar intimista, as palaras se evaporam, desfazem senão mesmo desaparecem porque nada exprime a transversalidade e longitudinalidade das emoções edos factos em que mergulhamos e que nos vieram a definir como gente de cerviz erguida e no cerne dos quais nos reconstruimos, catarticamente, como pessoas e pessoas de valores e sucesso, que é o que somos.
Nem sabes o que perdeste caro Mário por não teres podido aparecer. Naquele jantar, onde até a comida foi boa, um grupo tão pequeno aproximou-se singularmente do cerne da questão e das suas vidas. Seguramente que volto a encontros similares se este gruo se voltar a encontrar. Caro amigo Costa, assumes essa tarefa? Prometo que venho.
A todos muito obrigado.
A vida sempre nos reserva surpresas.
Pois alevá...

23 setembro, 2008 23:22  
Anonymous Anónimo said...

Caros amigos,

Santa Maria Madalena e Santa Marta das cortiças! Que surpresas mais ainda me reservas!
Como açoriano por aculturação, permitae-me que te diga: grande corisca me saíste!
Caro Costa... e as fotografias estão quase aí! Obrigado amigo!

23 setembro, 2008 23:26  
Anonymous Anónimo said...

Sou um leitor atento deste blog.
Não compreendo que, ultimamente - não descobri ainda com que fins - se altere constantantemente a ordem de entrada dos comentários dos diversos intervenientes.
Claro que poderá tal situação decorrer de um ou mais factores, tais como:
- dificuldade de organização por parte do administrador do blog;
- interesse do administrador de dificultar a pesquisa, por diversos motivos;
- questões de ordem técnica que poderão escapar a quem o dirige;
- etc.
Esta "denúncia", como todos sabem, encontra-se baseada "historicamente"...
Não seria possível, até por uma questão de estética - se outra não houvesse - apetrechar o blog com uma roupagem simples e eficaz?
Os navegadores do aaacarmelitas por certo que agradecerão.
Eu sei que há descontentamento pela forma como isto "vem ao mundo"...
Saudações

26 setembro, 2008 17:14  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro anónimo (dá-te um pseudónimo como J Pistola fez)

Vais lendo o blog e eu lendo e escrevendo, mais que tu...E pergunto-me porque é que me deixei levar por isto. Há dias, o refrão da linda música que acompanhou a série televisiva «Anatomia de Grey», deu-me uma pista:
Canta-se no regrão:

«As histórias não são nada quando não temos a quem contá-las».

Na minha filosofia digo de outra forma: precisamos vitalmente dos outros para SERMOS.
No mesmo registo filosófico o J Dias gosta de dizer «somos com».

É urgente levar à prática.

27 setembro, 2008 11:05  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

«As histórias não são nada quando não temos a quem contá-las».

«somos com».

"É urgente levar à prática" (Mário Neiva).

Mas os comentários não rodam automaticamente à medida que outros vão entrando?!

Mas meus caros, então? Isto ocorre porque produzimos muito. Só tenho um desafio: produzamos mais... venham e libertem-se... sejam para eu ser convosco. Familiarizem-se e organizem-se, mas, por amor de Deus, produzam reflexão, vertam-na em ideias e escrevam-nas... claro, aqui.

Obrigado Mário, mas deixa-me que acrescente e reintegre, só somos com os outros na prática... ou só na praxis somos com, e a isto eu diria: "que de lindo"!

Meu caríssimo anónimo, doravante, neste blog, é olho vivo e pé ligeiro... porque aquele lindo encontro do Sameiro mexeu, diria mesmo, que mexeu demais... e o blog vai ter ainda mais alma... ah... ah... ah... e em muitas frentes...

27 setembro, 2008 22:55  
Anonymous Anónimo said...

Claro que escrevem e muito, mas fugindo às questões colocadas.
Eu sei que não é fácil esclarecerem as questões que coloco.Sei que são capazes de o fazerem - conheço-os muito bem - mas por esta ou aquela razão sacodem a água do capote...
O administrador deste blog há muito que merece uma reprimenda pela maneira indelicada como rege a orquestra...

28 setembro, 2008 00:32  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos e caríssimo anónimo...........

Andam por aí super-egos apertados...

Se lhe der gozo force sempre, saiam espadeiradas... cuidado não vá romper as velas, do moínho, claro.

Oh minha linda, encantada e doce Dulcineia.
Haja saúde.

28 setembro, 2008 14:06  
Anonymous Anónimo said...

Aos anónimos DONOS e SENHORES da VERDADE
Caríssimos amigos,
Escrever ou não escrever! Dúvida atroz que me leva a indagar:Quem irá ler-me? Quem irá dar-me ouvidos? Principalmente, quem irá tentar compreender-me?Falo assim, porque entendo que a comunicação não pode nunca, ser um exercicio irresponsável.Nem ao menos, tambem pode ser, o arroubo do ódio longamente contido.Nunca jamais o protesto irracional de um ego melindrado.
A palavra escrita deve ser acima de tudo uma eloquente manifestação de crescimento, de iluminura, de consolidação e de arejamento, de libertação, de renovação, de fecundação e de pacificação.Mas mesmo quando vem com este significado que fecha a lista.Pacificação aqui não tem a conotação de submissão ou acovardamento. Pacificar aqui assume o feitio de um despertar, de um eclodir, de mexer com brios.
Na dura tarefa de se lidar com argumentos antagonicos, visualizar falhas já não é uma coisa das muito fácil, o que dizer então quando chega a hora de saná-las. D/C

28 setembro, 2008 22:40  
Anonymous Anónimo said...

Mais umas dicas para sacudir a água do capote.
Quando leio prosas desta natureza, em que tudo é desculpado e em que em tudo é posta uma capa de "deixa rolar" fico pensando se vale a pena introduzir novas pistas.
O que o escriba anterior "estrelou" no papel foi um deambular por caminhos que nem sequer são paralelos aos problemas colocados.
Mais me pareceu um advogado oficioso em causa própria...
Tenhamos a coragem de chamar os bois pelo nome e não nos metermos por caminhos que tentamn desviar a atenção do essencial para assuntos de somenos importância.
Mesmo aqui devemos ser construtores de paz na via da verdade.
Voltarei, pois gosto de criticar a "intelectualidade" dos que assumem essa vertente...

28 setembro, 2008 23:35  
Anonymous Anónimo said...

Olá e olaré, minha cara amiga vila galécia!
Espero que me considere já que olá e olaré me declaro...

Caríssimos amigos, e logo do género feminino... toca a aproveitar que com os super-egos apertados, qual vulcões imprevistos, desconhecemos as emergências.

Mas, peerdoem, sinto-me aflito, porque ali tenho que baixar o discurso aqui, parece-me, a intelectualidade, e não querem ver quenvou ficar macacoide ou será que já sou? Querem ver que ainda vou ficar por D.Quixote? Pois, mas e que faço ao Sancho Pança?

Coitada da Dulcineia (leiam aaacarmelitas)!

Estou a gostar da festa!

Minha cara vila galécia! Gostei desta... mas diz-me uma coisa, é de vivenda ou de mulher?

Todavia, devo dizer que gostei de ouvir Abraão:
" palavra escrita deve ser acima de tudo uma eloquente manifestação de crescimento, de iluminura, de consolidação e de arejamento, de libertação, de renovação, de fecundação e de pacificação"!
Fecundação é que está assim mais fora do meu vocabulário, mas casa com semente, semente com seminário (Marius dixit). Bonito, eu aplaudo e deleito-me... entanda-se em rios de leite e mel(linguagem bíblica).
Por mais que pensasse ou inventasse não diria mais nem melhor. Nem que eu fora o D.Quixote!

Aplaudo e subscrevo.
Dois grandes contributos para a festa ( entenda-se, também festa bíblica)que está garantida e as visitas também...

Amai-vos (modernamente)...como Jesus amou. Não esqueçam o superlativo absoluto simples: a vida.

29 setembro, 2008 00:49  
Anonymous Anónimo said...

Certeiro
Da Vila
Saiu o petardo
Atingiu
Em cheio
O silêncio do Cabo

Acusou o toque
E mandou
Apressado
Em vez de uma lebre
Um Coelho
Solícito
Trazer o recado

Intervem J Dias
E baralhado
Pergunta
Sao Manéis?
São Marias?
Não sabe
Se a Vila
É ele ou é ela

Jorge
Põe tudo a limpo
Levanta-lhe a veste
E confere a chancela

29 setembro, 2008 22:28  
Anonymous Anónimo said...

Olá caríssimos!

Mas há fogo!? Como se não vejo fumo?

Marias ou Maneis? Não... não. Só falei de vivenda ou mulher. Só de um género.

Quanto ao pedido se socorro:

"Jorge
Põe tudo a limpo
Levanta-lhe a veste
E confere a chancela"...

São machos senhoras, são machos... e está tudo tão limpinho. Pudera, gente grande e veste não tinha ou será que tinha? Pois vede o que de mim fez o D.Quixote! Sancho Pança. Pois Sancho me assumo por amor à Dulcineia (leia-se:aaacarmelitas). Viva a Santa Marta das cortiças e a outra Marta e a Maria, Santa de Magdala.


29 Setembro, 2008 22:28

29 setembro, 2008 23:32  
Anonymous Anónimo said...

Amen!
E a santa Marta dos Leões te abençoe, meu filho.

30 setembro, 2008 00:47  
Anonymous Anónimo said...

Eu tenho os professores "todos" vivos e há dias atrás um deles me chamou atenção para a vida, dizia ele:
A vida encarrega-se de nos dar imensas lições
para compreendermos que o seu verdadeiro sentido não está nas coisas que nos gastam o tempo, mas nas pessoas que nos valorizam o tempo. D/C

30 setembro, 2008 14:00  
Anonymous Anónimo said...

Olá Coelho

Acho que o teu professor e amigo de disse uma coisa acertada, embora eu pense que o sentido da nossa vida está bem para além do tempo que se gasta ou se valoriza. Mas que é muito importante o que ele afirma, não tenho dúvida.
E agora diz tu, aqui para nós, que vamos aprecendo por este espaço de expressão dos aa.s: Nós «gastamos-te» o tempo ou «valorizamos-te o tempo»?
É importante a tua resposta, porque é muito importante a afirmação do teu professor.

30 setembro, 2008 18:16  
Anonymous Anónimo said...

Olá Mário e gente boa,
Como sabes eu não sou um "Escrivão".
Sou antes de mais um simplório que acredita em valores e princípios.
Nunca na vida estive de régua e esquadro, deixo isso para quem de direito. Mas a linguagem da amizade partilha-se tantas vezes numa comunhão silenciosa, onde o coração capta aquilo que nem sempre os olhos vêem.Muitas são as pessoas que entram e saem da nossa vida com marcas mais ao menos significativas, mas só os verdadeiros amigos deixam marcas gravadas no nosso coração, onde nem o tempo, nem a distância poderão ter acesso para apagar, porque foram gravadas a preço de sangue...
Sim,porque amizade sela-se não só com brilho estrelado da alegria, mas também com o sangue da dor partilhada.Como me fez bem o Costa e o Jorge, quando retornaram às origens... D/C.

30 setembro, 2008 22:21  
Anonymous Anónimo said...

Hoje, para o Coelho

A tua resposta deixou tudo claro e o último parágrafo é elucidativo.
É bom assim.
Não sei que memória tens de mim mas posso dizer-te que de ti recordo-me muito bem. Tenho uma fotografia nítida do teu rosto, de jovem, evidentemente. Hoje era bem capaz de não te reconhecer. Olha, o Zé Moreira reconheceu-me à primeira e disse que eu estava o mesmo e só tinha a mais o bigode.Bondade a dele. Mas eu é que fiquei impressionado quando me mostrou uma foto de quando era jovem. Eu tinha aquele rosto perfeitamente gravado.
Pensando bem, tenho a memória povoada de rostos jovens de colegas antigos e se, às vezes, não lembro bem o nome, o rosto não se apagou.
E podes crer que quando penso em todos vós fica-me na alma uma promessa de amizade.

E não digas que não és escrivão. Interessa neste espaço o encontro dos corações. Se vier uma linda escrita, será por acréscimo. O principal é mesmo que cada um deixe a alma falar, mesmo que às vezes saia um pecado, que o pior que nos pode acontecer é ter de o confessar, arrepender-nos e arrepiar caminho.
Alguém tem medo que algum de nós abra a sua alma?
Fica a pergunta para quem quiser responder.

30 setembro, 2008 23:16  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
pois viva a Santa Marta das cortiças e a dos leões. Obrigado pela reposta...

Tenho os olhos lavados...pela emoção.
Este Mário e este D Coelho mostram bem a cepa de onde vêm... e diz o DC que não é escriba (escrivão é guarda livros-não és não). Claro és muito mais... tens um condão: sabes mexer no coração. Vem e manisfesta-te sempre e mais. Que lindo ficou este blog por momentos...

Obrigado anónimo: Amen.
Que me abençõe a Santa Marta dos leões ( e porque não a das cortiças - tu lá sabes), mas que bom que me desejas uma benção (leia-se coisa bonnita)porque se ela é como eu imagino,vais ter inveja...quero dizer, ciúmes.

01 outubro, 2008 00:10  
Anonymous Anónimo said...

Os cinco sentidos… da alma

E diz-se que as mulheres têm ainda um sexto. A minha mulher tem de certeza: O sentido do amor, descoberto por mim e que faz a alegria desta minha vida. Como nem sempre o que o povo diz é totalmente verdade, também eu sei, sendo homem, que tenho esse sexto sentido, porque vejo que a minha mulher o descobriu.

Bem lá no começo da história daquilo que viríamos a chamar filosofia, os homens respeitaram-se a si próprios, cumprindo a sua condição de humanos, não separando “o que Deus uniu”. Corpo e alma uma só realidade.
E os judeus primitivos ao escrever os seus livros sagrados tomavam como verdadeira a unidade do homem, esmagando-nos com o veredicto fatal: «Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar».
Parecendo fiel depositária deste ensinamento, a Igreja em que fomos nados e criados lembra-nos, na quarta-feira de cinzas, todos os anos, esta verdade incontornável. Mas já com outro sentido que não o dos primitivos judeus. Por isso escrevi «parecendo fiel».
Conscientes da unidade indissolúvel do “corpo e alma “ esses judeus viam como prémio justo e almejado, uma longa vida, próspera e com muitos filhos. Basta pensar no desejo desmesurado de uma vida com novecentos anos, proposto para Matusalém! Mas seria este o prémio reservado aos justos de entre os justos. E depois se recebia, conformadamente, a sentença final: o retorno ao pó da terra, com o qual o Criador nos moldara, em Adão. E para que o homem não tivesse o atrevimento de comer do fruto da árvore da vida que o tornaria «imortal e igual a nós nós», disse Deus, expulsou-o do paraíso.
Mas as coisas haveriam de compor-se, muito por culpa de uns pensadores gregos ou de uma crença egípcia muito forte na vida do além.
Os gregos pousaram o olhar sobre si próprios e viram um corpo a degradar-se inexoralvelmente e uma alma conservar-se linda, jovem, virtuosa, sonhadora, inteligente, plena de memórias antigas e recentes, consciente, pensadora, criteriosa, interrogativa, apaixonada pela beleza, pela coragem, pelo conhecimento, pela vida, em suma, como se fosse viver eternamente!
Algo não batia certo neste homem de corpo e alma, perplexo perante uma morte inevitável mas com ânsias de eternidade.. Não havia como resolver o problema. E deixaram a perplexidade para a posteridade.
Os seus seguidores não aguentaram viver com o paradoxo e decidiram que, afinal, o ser humano, diferentemente do cavalo, era “um-em-dois”. Ou seja, aparentemente somos uma só individualidade mas, de facto, duas realidades diferentes: O corpo e a alma. Cada uma com destino traçado: o corpo para o nada abissal da morte, a alma para a eternidade.
E assim se passou a valorizar a alma e a desvalorizar, até ao absurdo, o corpo.

Os judeus, em contacto com este pensamento, também foram nessa, evoluindo em direcções contraditórias, com séculos de pergunta e resposta, intrigados tanto quanto os gregos ou por causa deles, até que chegamos a um tempo que conhecemos bem, pelos textos canónicos que chegaram até nós, do Novo Testamento. E aí temos duas facções distintas, discutindo até à pancadaria, os Saduceus jurando que era como diziam os mais antigos, «somos pó e só pó», e os fariseus de mão dada com os helénicos (gregos) a proclamar a ressurreição dos mortos. (Também havia os Essénios a alinhar na ressurreição, mas o Novo Testamento “esqueceu-se”, estranhamente, de os referir). Os fariseus protestavam e, com eles, Jesus e depois Paulo de Tarso: Então Deus é um Deus dos vivos ou Deus dos mortos? S.Paulo foi mais longe e até explicou que a ressurreição era uma «transformação do corpo corruptível em corpo incorruptível». E reparem no esforço final de S.Paulo para estar simultaneamente de acordo com a fé dos Judeus primitivos (o homem é pó) e o desejo de eternidade que nasceu e cresceu no coração dos homens: o pó transforma-se em realidade incorruptível e imortal. Como? Pela graça dada ao homem no senhor Jesus Cristo.
É verdadeiramente comovedora esta tentativa de S.Paulo em salvar o corpo da morte e manter a unidade indissolúvel do ser humano, como que a dizer, de facto, «ninguém separe o que o Criador uniu».
A ciência mais recente vem em auxilio de Paulo quanto à unidade do ser humano, mas a imortalidade, ardentemente sonhada e mil vezes cantada, ainda vai ficando por conta da fé dos homens
E agora fica a pergunta para os aa.s:
Afinal os cinco sentidos são da alma ou do corpo?
Uma resposta mais próxima da indissolubilidade do corpo-alma poderá transformar por completo o modo como olhamos e vivemos as nossas vidas.
Imaginem só, por um momento, que aceitamos a unidade indissolúvel do ser humano. Ficamos com um problemão entre mãos, é verdade, mas vejam o lado positivo: a beleza de uma flor e o seu perfume são alimento da alma, como a beleza de um corpo de mulher, o sabor único de um “porto” vintage, a delicia da picanha brasileira, o sol da praia, a embriaguez da velocidade e dos desportos, os sons da música, os ritmos, o amor apaixonado em total festa dos sentidos…da alma.
A mudança é radical.
O que dantes é império da degradação, porque império dos sentidos, agora é festa da vida, manifestação sublime do que mais sublime desabrochou em nós e que chamamos alma.
Abraçar o corpo do nosso amor passa a ser o abraço da alma, porque é a expressão de uma ALMA- AFECTIVA-SENSITIVA

No corpo se manifestam e da alma jorram, os nossos cinco sentidos.
O sexto sentido, o amor, é a cereja em cima do bolo.
E aos animaizinhos faltou este, para serem perfeitos como nós somos perfeitos.

Onde é que eu já ouvi isto? Ah, já sei! «Sede perfeitos como o vosso Pai Celestial é perfeito».
E eu que pensava que estava a dizer algo de novo…

Meu caro Coelho, se te “gastei” o tempo em vez de to “valorizar”, perdoa a este pecador impenitente.
Que hei-de eu fazer! Não me sai da cabeça o refrão da letra da série televisiva «Anatomia de Grey»: Uma história não serve para nada se não tivermos a quem contá-la..

01 outubro, 2008 15:26  
Anonymous Anónimo said...

Santa Maria Madalena, Santa Marta dos Leões, Santa Marta das Cortiças, Capelinha de S. Lázaro, a nossa capela de Santo António...
Que reboliço de saudades de tempos que não mais voltam... mas estes sítios lá continuam como testemunhas da nossa passagem por aquelas bandas.
Neste momento estou a imaginar as nossas saídas à rua, no fim do jantar, para uma pequena passeata e algumas brincadeiras por aquelas "alamedas", a subida aos penedos e até, pasme-se, a caçada de uma coelho - não o DC - caído no círculo endiabrado dos jovens carmelitas em saudável delírio...
Nesses momentos despreocupávamo-nos
do estudo, das eventuais negativas e das meditações "Naquele" que tudo aquilo nos apresentava para o nosso saudável divertimento.
Hoje deu-me para lembranças que me trazem alguma nostalgia.
Na minha "meninice" inocente, como por certo a de todos, esses momentos ficaram gravados a ferro e fogo e jámais se apagarão da minha memória...
E quero aqui recordar aqueles que comigo partilharam essas alegrias despreocupadas:
Aleatoriamente, Jorge, Mário Neiva, Bártolo, Carviçais, Fernando Venâncio, António Castro, Gabriel, Dantas, Victor, Acúrcio, Bessa, Machadinho, Vilela, Ribeiro, Brandão, Freixinho (2), Benjamim, Mesquita, Silva, Adelino, Cardoso, Rebelo, Esteves, Abreu, Alberto Pereira, Leitão, Armindo, Vitalino, Carrega, Gameiro, Salvador, Delfim (2), Lourenço, Monteiro Augusto Castro, Topete, Rito, Irineu, Tourais, Alexandre, Amaro (2), Domingos, Veloso, Felizberto, José Pereira, Carvalho, etc...
Sealhar repetí alguns e esqueci-me de outros.
Nesta memória, que com simplicidade aqui fica registada, quero saudar todos aqueles que ainda partencem ao número dos vivos e pedir àqueles que porventura já tenham partido, que junto do ser supremo não se esqueçam dos aaacarmelitas.
Saudades e até sempre.

01 outubro, 2008 15:30  
Anonymous Anónimo said...

Amigos
Eu não sou letrado ao vosso nível,mas talvez por isso eu compreenda melhor a "amizade" sem teorias. Muitas vezes confundimos diálogo com "conversa da treta", com malabarismos de palavras, com jogo calculista do qual sai vencedor quem mais souber esconder e melhor souber extorquir do outro.
No diálogo não pode haver linguagem metafórica ou dúbia.
A linguagem da amizade não é transmitida em parábolas,mas em sentido real, claro,explícito,qual água transparente que brota da fonte mais pura que é o nosso coração.
Essa água jorra fluente e cadênciada, sem atropelos ou embargos que impeçam o seu curso cadenciado e ritmado pela verdade.É assim que sou feliz ter e compreender; dizer e assumir.Meu amigo Mário Neiva e Jorge Dias,eu quero continuar a ter os vossos ensinamentos de crescimento na diversidade da nossa aaac.Eu Lembro-me de cantar a Missa Solene na "Madalena" com um olho à "Belenenses",simplesmente por causa de uma "sopa"... D/C

01 outubro, 2008 20:33  
Anonymous Anónimo said...

Um dia tenho que ver este Coelho. E prometo que não irei de caçadeira apontada, nem sequer a tiracolo. Já lhe bastam as mágoas do passado, em recordações de um olho à Belenses.

02 outubro, 2008 15:03  
Anonymous Anónimo said...

Olá Mário Neiva

Não precisas de correr ou andar muito e pode ser que nos encontremos mais depressa do que pensamos.(porque não, na comemoração dos 50 anos do Emídio e Cª.?Eu me lembrei do" Olho à Belenenses"para trazer à memória outras imagens . Há silhuetas de vida que nunca se esfumam da nossa memória,porque têm para nós o peso de uma história que se constrói com o selo da sua presença.Se eu bem entendo o J.Dias ele diria:A vida vale pelo que valerem os nossos sentimentos,as nossas vivências e as nossas recordações!
O futuro ainda não é...
o presente é demasiado fugaz...
mas o passado, quando foi vivido com intensidade, é eternamente presente na memória do coração agradecido...
um abraço D/C.

02 outubro, 2008 21:04  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Infelizmente, não tenho tido tempo suficiente para andar por aqui e pensar e repensar tanto quanto desejava os mistérios desta vida que me foi dado viver e administrar com olho vivo e pé ligeiro. Não é isso o que é recomendado biblicamente (parábola dos talentos!)?
E podeis crer que estas palavras foram escolhidas milimetricamente... e que grande é a plêiade dos que tiveram que fazer o mesmo. Aquela do olho negro comoveu-me até à interrogação familiar do que se passava comigo.
Por incrível que pareça sempre se encontram dons escondidos debaixo do alqueire.

Mas porque será que sempre temos medo de nos revelarmos?

Lembram-se de quando no comentário 200 de um almoço especial eu usei o prólogo de São João para comemorar? Houve quem pensasse que era o "processo", o sistema em acção! Mas não era. Era o desafio! A força da libertação. Era o Verbo.... Era a palavra... éramos nós livres a sermos, assumidos... gente de cerviz erguida e realizada e a marcar rumos.
Mas tem sempre que haver uma dúvida final?
Mas desculpai, vós, os que credes!? Mas em que credes? E se não credes porque não assumimos o homem nos parâmetros dos seus ilimites (sic)?
Aqui, ou por nós ou por outrem, nós somos a medida, a referência.

Caríssimo Domingos Coelho, que pérolas escondidas andam por aí... Pérolas. E diz o amigo que está aquém…

Bom, o último comentário do M Neiva não é um comentário. Cada um que classifique...

Apenas destaco isto:
"O que dantes é império da degradação, porque império dos sentidos, agora é festa da vida, manifestação sublime do que mais sublime desabrochou em nós e que chamamos alma.
Abraçar o corpo do nosso amor passa a ser o abraço da alma, porque é a expressão de uma ALMA- AFECTIVA-SENSITIVA
No corpo se manifestam e da alma jorram, os nossos cinco sentidos.
O sexto sentido, o amor, é a cereja em cima do bolo.
E aos animaizinhos faltou este, para serem perfeitos como nós somos perfeitos.
Onde é que eu já ouvi isto? Ah, já sei! «Sede perfeitos como o vosso Pai Celestial é perfeito».
E eu que pensava que estava a dizer algo de novo… "


O que dantes era império dos sentidos hoje, digo eu, é realização humana e, por isso, "festa da vida" (M Neiva). Segue Mário, segue que esse filão não está escristo…, explorado... sobre isso só se escreveu a vergonha.
Há dias em conversa de amigos, dizia um que entre nós os crentes, virtude só a penitência. Que sadismo... mas é verdade. Nada mais aberrante. A única coisa boa era a penitência… que desperdício. Segue Mário… que filão tens pela frente: é só ouro.
O teu escrito, uma delícia...


Mas o mais surpreendente para mim foi Vila Galécia (definitivamente um espaço de vida e nem vivenda nem mulher)....

Vila Galécia, que se desconfio nem sei, mas sinto-te a alma, a infância, a adolescência, a comunhão, as saídas, as fragas, as rochas, os raios sobre o Marão em borrasca que se aproximava, os coelhos, a libertação da serra e dos espaços livres, o ar puro da vidas em viços contidos, mas explosivos como se revelaram... que bonita a tua recordação de afectos… que nem isso nos deixavam gozar porque fomos proibidos de o fazer por uns tantans que nos consideravam exterminadores de coelhos… (passa fora asnos dum corisco que te abrase!).

Pois é, uma estalada bem puxada na minha cara, um olho à Belenenses no D Coelho e nessa luta só nós saímos vencedores... No nosso estar de pé ….

Vila galécia, vila galécia... como nos fizemos levantados, lembrados, grandes... como nos libertamos à medida que nos expressamos...

AAAcarmelitas indiscutivelmente um espaço de gente que se realiza e, lembrando-se, se quer e é mais.

Porque não haveria de me sentir encantado eu o Sancho Pança só de ver as alegrias dos meus senhores face à linda e doce Dulcineia?

03 outubro, 2008 01:42  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Então como é? Enjoaram?

Eu vinha com vontade de falar dos que me quiseram mandar ao psiquiatra para, por esse meio, me mandarem às hortas... mas também tinha equacionado vir a terreiro falar do meu voto de pobreza, que alguns frades superiores tanto criticaram, numa certa altura, e, como mexeriqueiros, até levaram para os Dominicanos (hoje diríamos, quais boas putas!...) por forma a que estes me passassem o recado. Se esses eis frades andarem por aí a dar água sem caneco espero que se lembrem... eu lembro-me bem com nomes e tudo...Mas nos nomes, mantendo a forma, ficarei contido. Não, porém, em relação aos factos.

Caríssimos, mas confesso que me falta ambiente.

Francamente, por não me sentir envolvido ainda não vai hoje. Mas vai acabar por ir tudo. Isto e muito mais. E o muito mais é mesmo muito mais. Cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia, cada semana, cada mês, cada ano, não é mais que a contenção da resposta que ainda não foi nada. Mas vai ser... Ainda hoje nem sei como foi possível tanta agressão a indefesos!

Mas venham daí...
Por hoje não levam mais nada que eu sei ser contido e só digo o que quero. Grande aaacarmelitas e grande blog. Venham daí que há lugar para quem vem por bem.
Porquê?
Pela verdade e pelo medo, pela mensagem, pela obra de aaacarmelitas, mas afinal, pela boa nova.

Bom, bom, afinal, pela nossa dignidade de seres humanos.
Afinal pelos que foram vítimas e pelos que escaparam ilesos num viveiro de víboras e vendilhões ou de figurantes.

Enfim, porque Marta, diligente, fazia o papel da dona de casa. Madalena, amorosa, o de anfitriã. Nas duas precisamente o que nos faltou. Em Lázaro, a promessa de erguidos se fizermos a nossa parte porque até para sair do túmulo ressuscitado teve que o fazer pelo seu pé.
Pudera!
Queriam muletas.... mexam-se...

Mas acreditem, este espaço é de surpresas.
Porquê?
Se e enquanto for de liberdade "total". Aspas por hoje..... Boa, esta saiu bem. Pois alevá. No princípio era a palavra (prólogo da boa nova segundo João, o evangelista) e a palavra era Deus. Por ela tudo foi feito... (leiam a bíblia, mesmo que sejam cépticos, agnósticos, ateus). Não é para acreditarem porque só acredita quem acredita... é para gritarem.... se calhar, o que for... talvez, que há outros, talvez, Aleluia... ou uma besteira, mas gritem porque quem grita também deve falar e se não falar suspira... ou talvez grunha... (viva o reino dos porcos de George Orwell)... Ali todos somos iguais. Mas lá, também, uns eram mais iguais do que os outros. Eis a tarefa... mas que grande confusão. Toca a deslindar…

05 outubro, 2008 02:21  
Anonymous Anónimo said...

Gostei deste apelo do J. Dias.
É inacreditável que, nos dias de hoje, em que o computador é uma companhia quase inevitável, em que a internet é uma excepcional ferramenta de contactos, os "noticiários" deste blog estejam circunscritos a meia dúzia de corajosos... para escreverem. Sim, porque para lerem, por certo são às dezenas...
E que tal, lembrarmos hoje as nossa idas eventuais ao estádio 28 de Maio - às imediações do estádio - para vermos os nossos clubes baterem-se com o Sporting de Braga?
Pois é verdade, saíamos do Seminário em fato de gala - leia-se fato preto e gravata - descíamos a estrada da Falperra em fila quase indiana, e, chegados, tomávamos o nosso lugar na bancada instalada no meio dos pinheiros, por trás da baliza do lado sul, ainda a umas dezenas de metros do campo de futebol.(era por isso que íamos de fato de gala...)
Que alegria e que momentos de desabafo" para quem passava dias e dias seguidos enfiado naquele "quartel".
O pior era o regresso ao Seminário: já cansados, muitas vezes tristes (de modo especial os portistas e sportinguistas), andamento quase sempre a subir, a reza do terço do rosário pelo caminho, em vez de seguirmos em amena cavaqueira, o estudo à chegada e depois a rotina do costume.
A esta distância, a crítica é espontânea e severa: até num Domingo, que deveria ser de descanso e explosão de alegria sadia, a tal "repressão" decepava as horas do divertimento e acumulava em cima do aluno tanta repulsa por tanta severidade...
Enfim, esta foi mais uma recordação...
VILA GALECIA

05 outubro, 2008 08:48  
Anonymous Anónimo said...

...E até aconteceu, num belo Domingo dos longínquos anos de 1960, o castigo severo, medonhamente severo, a um pobre mariano, por falta menor, pecadilho venial, de ser impedido pelo reitor Pascoal, ir ver o Benfica da sua juvenil paixão. O mesmo reitor, tão predisposto a impiedosos ataques a inocentes marianos, haveria de assinal penalty, por falta cometida em pleno circulo central e desta vez, ainda, por falta venial.
Do primeiro caso ficou a revolta de um coraçãozinho destroçado, do segundo,o riso contido, no hora do jogo, e a gargalhada explodida nos recônditos cantos da liberdade.
Saudável e lúcida juventude que se opunha, rindo, à tirania!

05 outubro, 2008 17:20  
Anonymous Anónimo said...

A Fé, O Amor
E Um Enorme Equívoco


Há dias passeava na minha linda cidade de Barcelos, descia a rua Direita em direcção ao coração do Centro Histórico, quando vi expostos vários livros em promoção. Surpreendeu-me um título pela novidade (para mim) de ver o filósofo grego Sócrates ligado ao amor. Nem mais: «SOCRATES E O AMOR» do autor norte-americano Christopher Phillips. Não resisti e folheei. Depressa se esfumou a minha surpresa: Afinal, Sócrates era evocado não na sua filosofia, mas na sua famosa arte de a fazer, a arte maiêutica, pela qual ajudava os seus interlocutores a dar à luz o que lhes ia na alma.
O mesmo método utilizou este autor americano, na abordagem de um tema tão complexo como é o amor. Nada mais acertado do que deixar a mente e o sentimento expressarem-se livremente.
Depois de ler a capa e a contra capa do livrinho, mais o preâmbulo, casualmente, abri numa página com uma história que me prendeu. Tratava-se de um acontecimento recente num Estado Americano, onde o Governador, de confissão cristã-evangélica, devoto cumpridor ao ponto de propor aos seus concidadãos um referendo para que fosse autorizado o lançamento de um imposto para acudir aos seus irmãos na fé que viviam abaixo do limiar da pobreza. Como o Estado era esmagadoramente de confissão evangélica-cristã, achou o Governador que ajustar a fé à prática da mesma seria um acto justo e piedoso e mereceria aplauso e aprovação geral, apesar da proverbial aversão dos americanos aos impostos.
Bem se enganou o Governador a respeito da coerência entre a fé e o preceito fundamental da mesma «amai-vos uns aos outros». Os seus concidadãos estaduais não só infligiram uma derrota estrondosa ao seu bem intencionado referendo, como também passaram a considerar o Governador como um pária. Politicamente, morreu.
Numa primeira reacção poderíamos dizer que as pessoas não suportaram ser confrontadas com a hipocrisia da sua fé.
Penso que não será apenas isso, nem principalmente isso.
No referendo não estavam em causa os verdades fundamentais da fé, pelo menos aquilo que a história do cristianismo foi estabelecendo como “verdades fundamentais” e que para o cristão em geral são a divindade de Jesus Cristo, a sua morte pelos nossos pecados e perdão dos mesmos, a ressurreição e ascensão. E ainda uma segunda vinda de Jesus ressuscitado e glorioso para juízo final da humanidade. Esta “segunda vinda”, tumultuosa quanto baste, cada corrente cristã interpreta à sua maneira.

O que estava em causa, no referendo, era algo que deveria ser corolário da fé professada numa Humanidade feita de irmãos, todos “salvos” por Jesus Cristo, todos com o mesmo destino, todos filhos do mesmo Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Porque se professa uma fé e, na prática, se deixa de lado o preceito dela decorrente, «amai-vos uns aos outros»?
É este facto que tem intrigado toda a gente, sobretudo os contestatários das Igrejas Oficiais.
Com toda a franqueza vos digo, meus caros aa.s, que muito admirado ficaria se o referendo, a favor os pobres, ganhasse. Seria uma verdadeira pedrada no charco. E, no entanto, um passo perigoso na direcção do aparecimento de novas teocracias! Governos baseados em verdades da fé. Não bastam os islâmicos?
Mas avancemos, como bons cristão, e aprofundemos a questão sob o prisma estritamente religioso.
A nossa Igreja Católica fez uma síntese fantástica do programa de fé do crente: Fé, Esperança, Caridade. São as virtudes chamadas teologais, que nos traçam o caminho a seguir.
Sobre estas nos ensina, seguindo fielmente São Paulo, que as duas primeiras são “perecíveis”. Acabam, desaparecem com a nossa morte, esfumam-se. Por outras palavras, o seu “valor” é transitório, tão efémero quanto a nossa vida sobre a terra.
Bem consciente e convicto do que prega S.Paulo afirma, sem rodeios, que ainda que o cristão tenha uma fé capaz de mover montanhas, tal de nada lhe serve sem a terceira das virtudes teologais, a Caridade, que podemos traduzir por Amor.
Por comodidade, por oportunismo, por ensino enviesado da religião, por desvio da crença original, por tentação do mafarrico…os cristãos, em geral, inverteram prioridades e a natureza autêntica do caminho sinalizado pelas virtudes teologais. Com referendos ou sem eles, afirma-se e leva-se à prática, que a fé é imutável, imperecível, presente, passado e futuro.
Falso! Estão equivocados!
Esses são os atributos do Amor! ESTÁ ESCRITO!

Quem tem acompanhado este blog ao longo do ano de 2008, viu, claramente viu, o Jorge empunhar, bem alto, um estandarte, onde se podia ler, em letras bem grossas: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS. Ao ponto de poder tornar-se arreliador…

Humildemente, tentei explicar que a doutrina e o caminho eram mesmo esses. Quanto à Fé e à Esperança, cada um pode ter a sua ou nem ter nenhuma. De qualquer modo estão destinadas a desaparecer. E o Amor é que é fundamental.
Parece tão claro, não é?

Há dias, em Barcelos, na montra de uma pequena livraria: SOCRATES E O AMOR.
O pensamento e o amor. Se quiserem, o pensamento do amor.
E se o Jorge me diz para seguir este filão do amor, que é de ouro, vou nessa.

06 outubro, 2008 10:37  
Anonymous Anónimo said...

Meus caros
Recordam-se do professor que me chamou atenção para a vida? Uns tempos atrás o dito professor lutava com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento. Uns pronunciavam palavrões, julgando-se bem educados e outros em brincadeiras de mau gosto, acreditavam assim mostrar superioridade e inteligência.
Esqueciam-se de bons livros.
Zombavam dos bons conselhos.

O professor ,certo dia reuniu as classes para a merenda costumeira e apresenou uma surpresa esquesita.
Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como:pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates detiorados e geléias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e tomando a palavra,disse-lhes:Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro para beneficio do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa" Alma".O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte da nossa vida espiritual. Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudica-nos a conduta.Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação da nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa da nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correcto procedimento.
Os alunos retiraram-se cabisbaixos.
E. pouco a pouco, a vida dos meninos foi modificada para melhor.Se não tivesse vivido no passado S.M.C., nunca entenderia este professor. D/C

06 outubro, 2008 22:38  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Começo por todos... Bem bom que deram palavras, sinais de vida, de criação... que bonito.

Um pequeno comentário a todos.
Começo pelo D Coelho.
Fizeste me lembrar aquela ocorrência numa escola do Porto em que um grupo de alunas, para desespero de quem limpava, diariamente lambuzavam os espelhos com beijos de batom vermelho vivo. Entrava dia saia dia até que lá se descobriu o grupo. Reunidas as debutantes, nas casas de banho das ocorrências, procedeu o coordenador da escola à exemplificação de como os espelhos eram limpos: Esfregona na sanita para demolhar e limpar os espelhos... e assim sucessivamente, nas sanitas e nos espelhos...
Grandes pedagogos!

Meu caro Vila Galécia...
Ainda hoje sinto remorsos de uma vez, como dizes, em fato de gala, deixar o meu pai algures naquele lado sul do estádio do Braga para me aconchegar à molhada e ver o jogo.
Bela página a tua...
Mas, em abono da verdade não me lembro de uma única vez que tivesse rezado o terço. Não duvido da verdade do que dizes, mas não me lembro...
Mantra por mantra tanto dá essa como outra qualquer... todavia julgo que a tua opção do salutar desabafo ou euforia, quer da derrota ou da vitória, seriam bem mais interessantes. Belos bocados aqueles do futebol... belas recordações... diria o Freud que ali as emoções... (tomavam livre curso?)

Bonitas as frases, pelo mimetismo de que se revestem, muitas... destaco "a gargalhada explodia nos recônditos cantos da liberdade" e o riso em oposição à tirania... Boa!

O teu comentário é profundamente teológico numa certa parte (talvez todo). Tens conteúdo, confrade…Mas eu, na melhor perspectiva bíblica e mais moderna, não aceito mais a morte “obrigatória” pelos pecados... aceito apenas a morte de Jesus como selo, em sangue, da nova aliança e caminho de ressurreição. Teríamos que discutir o pecado, o que não seria fácil, e seguramente ignorávamos o prato central do menu: o amor, o amai-vos, para o qual não há, nem sequer hoje, alternativa. A única alternativa ao amor da boa nova é o amor de base científica, simplesmente de humanos. Mas este não acrescenta nada mais, confirma apenas por outras vias.
Temos que perceber de vez que Jesus selou em sangue mas não precisava (se até Abraão usou um cabrito)! Que Deus tonto seria!

Boa a das virtudes teologais... desafiaste-me e ando em viagem por S.Paulo.

No tocante ao filão cito-me para esclarecer:
"O que dantes era império dos sentidos hoje, digo eu, é realização humana e, por isso, "festa da vida" (M Neiva). Segue Mário, segue que esse filão não está escrito…, explorado... sobre isso só se escreveu a vergonha.

Caro Mário, eu não falei do pensamento e do amor. Disso há resmas de tretas bem como sobre o pensamento do amor. O que não há mesmo ou quase, e pareceu-me antever nas tuas palavras atrás um filão, é sobre a emoção e o amor, os sentidos e o amor.

Aí meu caro, o que há é só pecado, ou como dizia o João Lobo naquele gostoso convíviozonho do Sameiro, há dias, só passava no crivo a penitência... digo eu a dor… (passa fora, digo hoje, levemente…)
Masoquismo colectivo ou de hierarquia de Igreja, ou sadismo dos crentes?!


Mas isto hoje foi um dia em cheio...

Gostei imenso de vos sentir e espero que o mesmo vos possa retribuir e pressinto que muitos outros se perfilam para nos ler...

Como os poderíamos fazer entrar!?

Estas festas da santa Marta e respectivos manos vieram mesmo a calhar. Entrem com a palavra. Só ela cria… entrem… palavra…palavra…palavra feita … e a palavra era Deus.

07 outubro, 2008 01:09  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, faltou-me uma referência ao mandamento novo do amor...

Caro Mário, há muitos equívocos no que a maioria dos analistas e ou crentes executantes, a sério ( isto é, com pensamento, sentidos e amor) dizem sobre estas coisas.. Alguém definiu a atitude correcta como não dês um peixe mas ensina-o a pescar... Eu te disse em outro espaço de tanta polémica, pensar, amar, fazer... O amai-vos uns aos outros não é linear, é apenas um princípio, e que princípio, informador de conduta, primeiro para mim ( porque em mim começa o amor - S.Paulo) e só depois para o outro, se ele aceitar em lógica de envolvimento e solução. Repara que o RSI (rendimento mínimo individual), por vezes, criou mais problemas que resolveu. Porquê? Porque não envolveu o destinatário na solução do seu problema. O amai-vos ajuda a resolver mas não é um princípio mágico. A observação do Judeu noutro espaço deste blog é uma boçalidade de todo o tamanho de quem quer resolver na casa dos outros o que omite na sua.
Mas a questão do amor é sempre a mesma: o amor sempre é vivo e ora faz ora não morre (não obstante toda a ignorância a que a Igreja o votou). E quando faz, amar sim, mas há quem não queira... e tantos. Limpe-se pois até o pó dos sapatos quando não vos receberem (evangelho) com certeza...
O amor nunca é pacífico... isso que às vezes sinto subentendido por aí não tem nada a ver com soluções... O amor é sempre e só solução e se não for não é. Cepticismos, agnosticismos, ateísmos. Vou nessa, mas não desistam dos humanos e provoquem-nos porque eu acredito, em Deus, claro, mas porque continuo a acreditar neles, os humanos. Estou errado? Mas não me importo...

Haja saúde

07 outubro, 2008 01:47  
Anonymous Anónimo said...

Neste momento está a chover torrencialmente. Ainda bem que ontem esteve bom tempo, pois andei a dar um passeio por Braga e suas redondezas.
Um dos sítios que visitei foi a Falperra. E por lá andava, recordando tempos de há décadas, quando me lembrei dos fornos brancos de que tanto fala o Jorge. Contei-os, e penso que bem, e são sete.
Cinco situam-se na parte de baixo da estrada, em frente ao Hotel da Falperra - antigo seminário - e um de cada lado das escadas que vão do terreiro do hotel para a capelinha de Santa Maria Madalena.
Por aí deambulei durante uns largos minutos e minha mente deambulou por um passado longínquo, de boas e más recordações...
E então lembrei-me de mais uma situação caricata:
Chegada a altura das férias grandes - que de grandes tinham muito pouco (naquela altura)- havia um grupo, entre os quais eu me incluía, que tinha de continuar no Seminário, mais uns bons dias para ir cantar a missa da festividade de Santa Marta, que salvo erro se celebra em 27 de Julho.
Para mim - pensava eu - era o cúmulo da injustiça. Então, pelo facto de pertencermos ao grupo coral, que me roubava horas de bom recreio, ainda tínhamos de ficar no seminário, a olhar para o patego, só para ir cantar uma missa?...
Enfim, coisas...
Até uma próxima lembrança...
Vila Galecia

07 outubro, 2008 09:07  
Anonymous Anónimo said...

Hoje, para o Jorge

Se vais viajar por S.Paulo e quiseres ir direitinho às "virtudes teologais", não há que enganar: I Corintios, 13-13,Hino à caridade.
E pedia-te que explicitasses melhor o teu pensamento: «A única alternativa ao amor da boa nova é o amor de base científica, simplesmente de humanos». Queria comentar, mas não sei se aquilo que afirmas será exactamente o que estou a pensar. E, para não meter água, peço mais uma palavrinha.

Sobre a fé na imolação do Cordeiro Pascal para remissão dos pecados do Homem, (mais que recordada,é realmente repetida incessantemente em cada missa celebrada)continua a ser doutrina oficial da Igreja, embora os católicos "actualizados" procurem descolar de doutrinação tão cruenta e retomar, imagina, o «Agapé» dos primitivos seguidores de Jesus.
Mas isto é outra "história"...

07 outubro, 2008 12:01  
Anonymous Anónimo said...

Permitam-me...

Sobre a Fé ainda estou lembrado da lição que o meu professor de serviço me deu,falava-me assim:

Não existe " a minha fé ", ou a tua fé, ou a fé dele ou dela.
Existe a fé unica que Jesus Cristo transmitiu à Sua Igreja e que é comunitária
e não pessoal ou exclusiva de ninguém.
Viver a"sua fé", ou a fé à sua maneira, significa querer construir um "deus" à sua maneira, significa querer construir um "deus" à sua medida ou "auto-endeusar-se"para interiormente aprovar todos os seus comportamentos.
É a pura inversão de valores.
Em vez de reconhecermos
que somos criaturas de Deus,
que nos criou à Sua imagem e semelhança, pretendemos nós criar um "deus" à nossa imagem e semelhança que aprove as nossas atitudes.

A "noite" do homem prolonga-se
sempre que nos recusamos a ver a luz,
sempre que a ocultamos no coração dos outros,
sempre que idolatramos o ter e o poder
em detrimento do ser...

Há mistérios que não nos compete interrogar,
mas faz-nos bem meditar e valorizar...
aprender com as coisas que a vida nos proporciona,
é tarefa do ser pensante que sabe ler,
para além dos sinais,
o seu simbolismo e significado. D/C

09 outubro, 2008 21:35  
Anonymous Anónimo said...

Permite-me, caro Coelho

«Não existe " a minha fé ", ou a tua fé, ou a fé dele ou dela.
Existe a fé unica que Jesus Cristo transmitiu à Sua Igreja e que é comunitária».

É esta mesma fé, que está destinada a desaparecer. Se não for antes, será com a morte de cada um de nós. Só a caridade (o amor) permanece para alem da morte.
Esta verdade faz parta da fé dos que creem em Jesus Cristo.

Aquela afirmação do teu professor, que transcrevi, só vale para quem acredita em Jesus Cristo. Biliões ficam de fora porque têm outra fé, que afirmam, até à morte, se for preciso, que é a única verdadeira. Onde está a verdadeira fé? E valerá a pena pôr a cabeça no cepo, a nossa ou a dos outros, por algo destinado a desaparecer, se não for antes,com a morte de cada um (na perspectiva cristã)?
Por isso disse, aí acima, que a fé é um "valor" transitório e o amor um "valor" eterno.
E apenas repeti
o que aprendi,
em criança,
nas virtudes teologais,
com a catequista de serviço.

Com todo o respeito pelo teu professor, permito-me discordar.

E como vou viajar para Viseu, ainda não será agora que te vou dar um abraço. Mas fica prometido. Em Março volto para Balugães e não vai deixar de haver oportunidade.

09 outubro, 2008 22:38  
Anonymous Anónimo said...

Pois é Mario Neiva
Não vou tecer comentários ao teu" parecer", mas acrescento que acreditar no Salvador e em Sua Missão é tão essencial que o primeiro princípio do evangelho é fé em Jesus Cristo.Quando perguntamos o que é a fé? Temos que caminhar ao encontro do apóstolo S. Paulo e ver o que nos diz da fé,"é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem". Como podemos adquirir um firme fundamento do nosso Salvador, a quem não vimos? As escrituras ensinam:" A alguns é dado o saber, pelo Espírito Santo, que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que foi cruxificado pelos pecados do mundo.A outros é dado crer nas palavras deles, para que tenham também vida eterna se permanecerem fiéis.D/C.

P.S.
Aos ex-alunos Carmelitas de "Braga","Falperra"ou "Sameiro", não esperem que AAAC faça por Vós, aquilo que Vós podeis fazer pela AAAC.
D/C.

10 outubro, 2008 21:35  
Anonymous Anónimo said...

Há dias chegou-me às mãos uma pequena revista, que tinha em destaque num dos seus artigos o seguinte:
"o amor é a energia espiritual capaz de fazer crescer a harmonia, a justiça, a comunhão entre as pessoas, as raças e os povos, à qual todos aspiram"
Transportou-me esta frase, de excepção, para as inúmeras vezes que neste blog se fala do "amai-vos uns aos outros..."
Na realidade, o que no fundo interessa é se o amor distribuido vai gerar alguma coisa; se vai modificar para melhor a vida dos que amamos; se vai gerar a tal comunhão a que todos aspiram.
Da minha parte não é de todo inocente esta abordagem.
Ao longo dos inúmeros "artigos" aqui debitados, às vezes fica a sensação de que tem toda a oportunidade o aforismo bem conhecido, que diz mais ou menos isto: Bem prega S. Tomás. Olha para o que ele diz e não olhes para o que ele faz.
Será que o amor, aqui tantas vezes invocado, é praticado por cada um dos intervenientes - seja de que modo for b- neste blog?
Vila Galécia

12 outubro, 2008 09:58  
Anonymous Anónimo said...

Ainda para o Domingos Coelho

Quem diria, passados que foram cinquenta anos, que estaríamos hoje, aqui, a falar da fé dos homens...
Pelo que escreves vê-se que manténs intactas as crenças bebidas na família e no seminário. Creio bem que as cultivaste pela vida fora.
O programa proposto pela Igreja Católica e condensado, magistralmente, nas três virtudes teologais, terão sido o teu guia, suponho eu.
Meu caro Coelho, penso que desse programa guardei dentro de mim "a melhor parte": O amor, que aí se chama caridade. Faz parecer que levei à prática, por antecipação no tempo e em vida, a extinção, anunciada na doutrina, das suas companheiras do programa.
Eu te digo, caro Coelho, que no meu caso concreto, a morte anunciada, no catecismo, dessas duas virtudes teologais, foi antecipada e conservo-as, agora, como memórias lindas de um passado que foi meu. Recebi-as como herança dos meus queridos antepassados, emocionei-me vezes sem conta, passeando a imaginação num paraíso cheio de anjos e gente feliz, com Deus, no além. A pessoa divinizada de Jesus, a quase divina sua mãe e nossa mãe, a plêiade de santos e santas, alguns venerados em imagens que me fascinavam, formaram o mundo, quase mágico, em que me criei:

«Quando eu era criança, falava como criança,
Pensava como criança, raciocinava como criança.
Depois que me tornei homem,
fiz desaparecer o que era próprio de criança.
…Agora o meu conhecimento é limitado
Mas depois…(I Coríntios, 11-13)

Quem viveu mergulhado, tantos anos, nessa fé e nessa esperança, não pode deixar de compreender e respeitar quem nelas permaneça.
Quando escrevo o que escrevo não é para atacar quem crê e espera desse modo mas, tão somente, para dizer, contando a minha história, porque vivo assim e não doutra maneira E convencido, definitivamente, que guardei a melhor das três virtudes, aquela que interessa tanto neste mundo como em qualquer outro possível: O amor.
E se as outras duas - AQUILO em que se crê e AQUILO que se espera - me podiam diferenciar e separar de uma multidão incontável de pessoas de uma outra fé e de uma outra esperança, aquela que me ficou, o amor, uniu-me à humanidade inteira.
Nem teologias, nem filosofias; nem ideologias políticas; nem raça ou cor da pele; nem a moral e bons costumes; nem fronteiras! Nada supera a virtude que me sobrou!

Olhando a nossa história do passado e do presente, constatamos que só o amor uniu. E será cada vez mais evidente que o amor é a verdadeira esperança da humanidade, e não o “valor transitório” da fé de cada um. E como “transitório valor” será respeitado e compreendido, mas só enquanto não arrastar os crentes para a violência absurda da chacina de outros crentes. Esse é o limite, porque aí se trata de defender o direito à VIDA, que é AMOR POTENCIADO em todo o ser humano e o SEXTO SENTIDO que nos identifica e nos confere o dom de uma imortalidade sonhada.
Como crente, bem poderás dizer comigo: «A caridade jamais passará.» (I Coríntios 13, 8)
Um abraço

P.S. Em sintonia com o Vila Galecia.

12 outubro, 2008 10:46  
Anonymous Anónimo said...

Meus caros amigos

O meu ex-companheiro de "Tuna" Mário Neiva, tem hoje um pulso firme, que transcreve um pensar diferente dos dias em que o conheci.
Poucos dias passaram, quando eu cantava numa das celebrações eucarísticas o seguinte refreão:

"Tornai-vos como crianças e voltai-vos para Deus:Só assim podeis entrar no Reino dos Céus"
e a estrofe crescenta:

"Disse Jesus: Bendito sois, meu Pai, Pois a vossa verdade se revela não aos sábios mas sim aos pequeninos".
Se tendes fé,tendes esperança nas coisas que se não vêem e que são verdadeiras.Fé é um principio de acção e poder.Quando se trabalha em direcção a um objectivo digno,exercita-se a fé.Demonstra-se a esperança por algo que ainda não se pode ver.
Porque carga d'água, não sou capaz de me fazer entender?...
Eu continuo a pensar que vida sem fé ,não tem sentido.
Sobre o "amor" um dia destes direi o que penso. D/C:

12 outubro, 2008 20:07  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Verifico que por uma questão de princípio, como convém, alguma contenção inebria por agora este espaço.

Verifico uma animação como nunca, que saúdo.

Começo pela intervenção de Vila Galécia. Para mim, nada de confusões: o que escrevo sobre o mandamento novo do amor de Jesus é mesmo a sério. Limites humanos! Seguramente. Só isso e nada mais deu e dá o nome, boa nova, (mandamento nodo do amor), quer dizer evangelho.O resto são aditamentos, mas não o cerne da questão.

Caro Mário, a Viagem por São Paulo continua mesmo e às vezes até temo ficar ainda mais radical. Radical, aliás, é a encíclica da esperança deste Papa de que já falei neste espaço. Anda por aí muita aberração sobre São Paulo, a nível hierárquico, mesmo de top. No hino do ano Paulino, que aprendo a tocar e cantar(de Johannes Paul Abrahamowicz)... aparece a terminar esta frase (nem é citação de Paulo - é apenas ideia do original ou do tradutor)... "livres de preceitos humanos que parecem ser sábios pela sua exagerada devoção somente para satisfazer à carne"... que há de menos adequado aqui? É a palavra carne, que está em vez de Eu... etc...Isto é apenas um pequeno exemplo. Deformante de quê? (Não será da fé?)

A outra questão, a alternativa ao amor da boa nova!

Então, diz lá uma alternativa ao amor da boa nova para os que não crêem?

Digo eu, a prova científica, para os que não crêem, de que se se amarem , a ciência garante melhor vida e mais sucesso.

Quanto à imolação do Cordeiro Pascal, (cordeiro prefigurante em Abraão - a bíblia não é um conjunto!) procura mais na origem, dá-lhe contexto e verás... é isso que ando a fazer há anos. Aliança selada com sangue! Seguramente, mas a aliança não é a remissão dos pecados, é a de sermos Seu povo, um povo que se ama e cria um reino de sacerdotes, profetas e reis deste amor ! E já agora o que é a justificação de São Paulo! E mais esta, e com que parte da vida de Jesus somos salvos!? Não bastaria só o nascimento e porque não o mandamento novo do amor, ou a esperança em Jesus como diz Bento xvi "spe salvi facti sumus". Reparem, salvação na esperança...

Em qualquer bíblia bem anotada e com um bom índice remissivo encontrarás motivo abundante de reflexão sobre a palavra "aliança". Na morte de Jesus se sela a nova aliança… o resto é “conversa” para ser entendida. Não reproduzas o que não está lá, no evangelho… de lá e só de lá é que vem! Já agora se calhar explica-me porque não seguiu Paulo as instruções do primeiro concílio de Jerusalém? Porque era uma asneira pegada…

Já agora que falas das vidas em amor "agapé" dos primeiros cristãos, porque foram sempre sendo eliminadas à medida que a Igreja se institucionalizava? Já agora, porque se ignoram hoje?


Quanto à fé, saúdo a presença do nosso distinto Domingos Coelho e os simpáticos diálogos com o Mário Neiva, diálogos nos quais vos deixo. Permiti-me só uma ideia.

Entendo que não existe a tua nem a minha fé, existe apenas , para mim, aquela fé que eu tenho. E este é que é o problema. É que a maioria das coisas ditas de fé, e entendamo-nos, a fé é uma forma de conhecimento e um conteúdo de conhecimentos, onde o toque religioso, está apenas no facto de por ligação a Jesus e gratuitidade por ele concedida (de graça, vulgo, por graça) aceitarmos esse conteúdo de conhecimentos. Não há duas pessoas com a mesma fé. Questionai e ficareis horrorizados com a colheita. Temos uma referência… pois temos. Então porque nem a Igreja se entende sobre isso? Claro que se entende sobre alguma coisa… e essa é a resposta: entende-se apenas sobre alguma coisa.

Como perceberão a maioria do que por aí anda não tem nada a ver com nada... é treta pegada passada semana a semana pela ignorância de hierarquias, como o Papa Bento XVI chamou à atenção da Igreja portuguesa ainda há meses em reunião de bispos portugueses em Roma.

Pela minha parte até no café leio a Bíblia... leio, releio, comparo, haja índice remissivo... e sigo dicas libertárias que aqui e ali fui recebendo de muitos e variados professores. Surpreendentemente, um dos mais influentes nos últimos tempos, Bento XVI. E esta hein....

12 outubro, 2008 21:53  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro D Coelho

Quando afirmas que «a vida sem fé não tem sentido» penso que só podes estar a referir-te à tua vida e à tua fé. Se é assim, estou contigo e estarei sempre, até àquele limite de que te falei anteriormente. Mas se com aquela frase te referias à vida de todos os homens e mulheres do mundo, não te acompanho. E porquê? Porque nesse caso estarias a dizer que a vida humana sem a fé que professas não tem sentido. Estarias a emitir um juizo sobre a tua fé e a fé dos outros, implicitamente dizendo que a tua fé deveria ser a de todos os homens. E tens toda a legitimidade para o fazer,em coerência contigo próprio.O problema é que os islâmicos, os judeus ou os budistas ripostariam que a deles é que dá sentido à vida humana.
De uma tal generalização se gera a intolerancia religiosa e as mortandades que sempre a acompanham.
Os tempos que vivemos são triste exemplo.
Quando se consideram vidas absurdas as dos que não professam a nossa fé, está-se a criar barreiras entre as pessoas, separando-as, tantas vezes até ao ódio de morte.

A superioridade da virtude do amor é que em caso algum cria barreiras. Bem pelo contrário, abate-as uma a uma. Por isso dela se diz que é basilar e a única que perdura para a eternidade.

Mas fala-me do amor, como prometes. Para mim é o fundamental e o nosso ponto de encontro. Porque se a fé de cada um nos afastar, a virtude do amor nos pode unir.

13 outubro, 2008 00:28  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Devo manter silêncio perante o discurso que vai na praça. Todavia devo esclarecer que numa das minhas últimas abordagens me referia ao do ano Paulino e ali se referia uma frase que falava de carne, a carne do pecado, que, entendi eu, não devia ser pecado mas o EU de cada um. Erro meu e erro do autor do hino porque de facto toma carne nesse sentido. Mas efectivamente em Paulo a referência reporta-se à carne dos sacrifícios aos deuses e por aqui me fico porque ele não cumpriu o que o concílio de Jerusalém determinou e a isso e só isso ele se refere.

13 outubro, 2008 17:18  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de eu ser um ilustre desconhecido, dá-me muito gozo passar, de quando em vez, os olhos por este blog que, confesso, me deleita com as suas preciosidades, umas mais caras que outras, e outras, mais bem sem valor que as demais, que por aqui vão sendo derramadas, ou melhor, deixadas cair no chão da "mentalidade da velha energia", já sem força para convencer mesmo os incautos passantes deste planeta.
Pois falai Senhores, dissertai e espantai os demais com as vossas frases feitas, com o discurso, deveras ocioso, e quantas vezes fútil, das vossas filosofias de trazer pela idade média.
Aqui vos deixo uma sugestão singela: começai a reflectir na unidade universal e na grande verdade de que "TODOS SOMOS UM SÓ", e chegareis à conclusão de que tudo o que aos outros fizerdes ou impingirdes, a vós próprios o fazeis ou impingis.
E com esta, aqui vos deixo, como diria o Aleixo.
Gonçalves Pereira

13 outubro, 2008 18:36  
Anonymous Anónimo said...

O Sentido da Vida


«A vida sem a fé não tem sentido»

Esta frase do Coelho ficou a martelar-me na cabeça, apesar de eu a ter ouvido vezes sem conta ao longo da minha vida.
Decidi deter-me um pouco sobre o assunto, pela consideração que tenho pela “fé dos homens”.
As religiões e a fé dos homens (os conteúdos das suas crenças ou objectivações das suas crenças) foram sempre a forma que os homens encontraram para dar resposta à pergunta sobre o “sentido da vida”, que a filosofia persegue há mais de dois milénios, de forma sistemática, querendo saber o que somos, donde viemos e qual o nosso destino final.
A “razão” pergunta e o “coração” responde.
E sempre tem sido assim, e assim vai continuar, apesar da tentação dos diabos dos que perguntam (os filósofos) e dos que respondem (os crentes) para cavalgar o problema e avançar com triunfalísmos que chegam a roçar o anedótico. Assim, aparecem de um lado os ateus confessos e professos a afirmar que todas as nossas esperanças se consubstanciam em realidades empíricas, como o progresso humano, a nação perfeita, a sociedade sem classes etc, que se têm revelado, como podemos constatar, utopias não realizáveis ou ilusórias, e do outro lado temos os crentes com a resposta certa e definitiva às perguntas dos filósofos, consubstanciadas nas crenças mais variadas e incríveis .
Quem quiser parar para reflectir, por um minuto que seja, depressa concluirá que o “assunto” não está resolvido, nem para o lado dos ateus, nem para o lado dos crentes, porque o mistério de sempre, subsiste. Crentes e ateus, se não forem facciosos, reconhecerão que têm nas mãos um problemão para resolver. Gostamos mais de dizer um enorme mistério.
(Não perco tempo com os que se dizem agnósticos ou com os cépticos porque acho que são crentes ou ateus encapotados e, por puro oportunismo, seja de que natureza for, se abstêm de tomar posição. Não sabem nem querem saber. Estão-se marimbando para o destino do homem. Apenas lhes digo que se não são crentes nem ateus sejam, humildemente, filósofos e procurem activamente penetrar no mistério insondável que nos envolve. Ficar a ver a caravana passar é como abster-se em acto eleitoral. Por exemplo.)
A posição do ateu é tão confrangedoramente redutora que facilmente pode ser desmontada bastando, para tal, confrontá-lo com a existência do homem e seu incomensurável universo. Não se pode “professar o nada”. Muito menos dar a “história” do homem como concluída, quando é obvio que ela ainda é uma criança!
A fé dos homens e as suas esperanças de um sentido para a vida merecem uma atenção séria, porque nelas se moldaram culturas grandiosas ao longos de milhares de anos e é uma realidade antropológica incontornável. Mas temos que evitar os equívocos. E são muitos. E podem conduzir a ódios e confrontos. E é urgente desfazer os equívocos.
A fé e a esperança dos crentes referem-se a conteúdos “transcendentes”que dão sentido perfeito à nossa vida. Porém, estes conteúdos não podem ser afirmados mas APENAS esperados. «O nome DEUS reproduz as esperanças humanas de forma mais adequada. Porém,( …) falemos dele como um fundamento (único) que nos permite ter esperança e NÃO COMO OBJECTO DO NOSSO CONHECIMENTO» (sublinhado meu). Porque a Deus nunca ninguém o viu (João 6,46). A citação entre «» é da obra RELIGIÃO – Tudo o Que Precisa Saber - do teólogo alemão Karl-Heins Ohlig.

Cheio de fé e esperança, o crente terá de ter a humildade do “filósofo”: sei que nada sei. E abrir-se, em ecumenismo, ao mundo.
E quem sabe um dia possamos concluir que se “Deus” não foi o nosso passado, bem poderá ser o nosso futuro.

Um dia, tinha três sementes na minha frente. Não sabia exactamente de que planta. Semeei-as, germinaram, cresceram um pouco e logo vi o que eram. Assim a história do Homem. Esperemos que se revele. Não sejamos precipitados.

13 outubro, 2008 19:04  
Anonymous Anónimo said...

AMOR!...
Que posso escrever sobre um tema, que muito desejo e pouco ou nada o pratico. Mas de repente lembrei, um passeio que fiz com o meu PROFESSOR;
Fui visitar o ZOO da vida...
Na gaiola dos papagaios, eu vi crianças sufocadas de brinquedos, em quartos sem janelas e sem horizontes...
Na toca da raposa, eu vi adolescentes desconfiados, prisioneiros dos jogos de computador,sem saberem dialogar e conviver...
No charco do Hipopótamo, eu vi jovens atolados no lodo da droga e da delinquência, sem rosto e sem luz...
Na cova das serpentes, eu vi os oportunistas do poder sempre à espera das presas fáceis,dos mais simples e débeis...
Na jaula dos leões,eu vi os egoístas, cegos por dinheiro, a devorar as vítimas da inocência e da ingenuidade...
No canto dos morcegos, eu vi bandos de idosos mergulhados na escuridão do abandono e da solidão...
Estremeci e perguntei porquê?!
No meu coração apenas consegui escutar a voz dum silêncio que não sabe a Paz.
E quando eu perguntava:
Professor por onde anda o Amor?!
E Foi então que ouvi com doçura, S. Francisco:
Senhor fazei de mim um instrumento da Vossa paz.
Onde houver ódio, que leve o Amor.
...Onde há duvida, que eu leve a fé.
....Onde há desespero que eu leve a Esperança...D/C

13 outubro, 2008 20:49  
Anonymous Anónimo said...

Para o Pereira

Se fosse verdade que «todos somos um só», como diz, eu já teria morrido de tédio, de tanto ver-me ao espelho, ou teria definhado em solidão.
E também não me imagino a auto criar-me, pai de mim mesmo.
Mas já concordo consigo, nessa sua frase – não é uma frase feita, como as que vai lendo no blog! – se esquecer, por um dia apenas, que tenho consciência de mim próprio e que desse lado da net está você, a ler discursos ociosos e fúteis, feitos por si ou por mim, é igual, porque «todos somos um só»!

Nunca gostei de me pensar como a gota de um mar sem fim e um bocado do UNO infinito e solitário, nem sequer como abelha da colmeia cósmica. A consciência do lugar que me cabe é algo de tão definitivo que nem o facto de não entender muito bem em que parte do universo me encontro, nem quem sou, nem desde quando, me demove de apreciar, até ao absurdo, este meu sentimento de liberdade, e sentimento de estar com outros conscientes como eu.

Ainda: Se a sua frase for realmente uma “frase feita” e quiser simplesmente dizer que estamos todos no mesmo barco, aí também concordo consigo, e acrescento que só uns com os outros venceremos o desafio que é a nossa história humana.

14 outubro, 2008 00:19  
Anonymous Anónimo said...

Não sou filósofo nem teólogo nem psicólogo, nem nada que se pareça. Daí, não poder ter a certeza de que as perguntas que vou fazer têm toda a lógica.
A afirmação de que TODOS SOMOS UM SÓ, leva-me a questionar o seguinte:
TODOS SOMOS UM SÓ, mas:
Homem ou mulher
Branco ou escuro
Bom ou mau
Idoso ou jovem
Crente ou ateu
Poderoso ou humilde
Senhor ou servo
????????????????
etc., etc.
Então fica fora de contexto o CRESCEI E MULTIPLICAI-VOS?
Agora, se quisermos dizer que,na vida,a nossa acção deve pautar-se como se fôssemos um só, isto é, não fazermos aos outros aquilo que não queremos que nos façam a nós, aí, plenamente de acordo.
Penso que valeu a intenção.
Vila Galecia

14 outubro, 2008 08:41  
Anonymous Anónimo said...

A voz de comando
De novo soou
O cabo de guerra
Não é boa rês
O grito ecoou
Na parada
Apinhada
Como nunca
Animada
De soldados
Em terra
Uni-vos
Irmãos
Enfrentai o diabo
Esquivo
Matreiro
Acertai-lhe nos cornos
Com o vosso morteiro
E mandai pró inferno
O Mal Primeiro
São Jorge
É por nós
Satanás
Por Castela
E a padeira matou
Só à conta dela
Sete belzebus
Que a história contou
Escapando
Com vida
Vestiu um capuz
Disfarçado
Anda solta
Um diabo medonho
Manhoso se cala
Sorrateiro
Volta
São Jorge nos valha
Com lança
Ou metralha
De cavalo
De avião
Esmague de vez
A cabeça ao Dragão.

14 outubro, 2008 10:43  
Anonymous Anónimo said...

Para o Vila Galécia

Ainda dizes que não és filósofo!
Em poucas palavras derrubas teólogos e filósofos "voadores" que esquecem, com uma facilidade de arregalar os olhos, o ventre que os touxe à luz di dia.
Vai nessa, meu amigo, que estás na senda da vida que se vive passo a passo.

14 outubro, 2008 14:17  
Anonymous Anónimo said...

Ai Vila Galécia vila galécia que te ando a topar o cheiro! Que página amigo, que página...

Temos um problema: demasiada riqueza para perder! Desafio: constituir um grupo para publicar. Estou disponível... e estou a ver mais três ou quatro.

Caríssimo de Vila Galécia: "não fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós... ". Já não é mau, mas até é redutor da Lei de Moisés: "amar os outros como a nós mesmos..." e tem mais carga negativa.

Depois da boa nova o amor a todos é sem limite. Se és dos que crêem a referência comparativa é de Jesus e tem a vida como limite. Faz alguma diferença.
O Mário está no seu melhor... gostei desta.

Caríssimo Domingos Coelho, o seu texto é excelente... uma beleza. Mas onde está a primeira parte? Seguramente virá agora. Fica o desafio, saia à rua, observe, abra os olhos e escreva todo o amor que viu. Porque se o não fizer vou ter que o fazer eu para equilibrar.

Tanto amor que anda aí! E nós a não o querermos ver... repito, tanto amor e tanta dificuldade em expressá-lo. É absoluto e imperioso dar-lhe oportunidades de revelação e constatar o revelado!

Desafio feito...

Amou Vila Galécia com o seu maravilhoso poema... amou DCoelho com a falta de um amor que seu coração lhe revelou, amou o Mário nas voltas de integração que deu e eu idem idem...

Se não amássemos não éramos... a questão é que podiamos amar mais... mas calma que Roma e Pavia não se fizeram num dia e mais vale dspertar alguém para o amor que sugerir a alguém que nunca será capaz de amar. Ponto final. Eu sou capaz de amar e amo. Poder amar mais não anula o patamar onde me encontro.

Segunda parte, espera-se.

Vamos ao livro? Mário vais ao convívio. Vamos lá? Três horitas de Viseu! Vila Galécia, vais nessa! D Coelho é garantido!

Das vossas respostas depende a minha presença. Vamos a isso...

Grande página para escrevermos.

15 outubro, 2008 01:09  
Anonymous Anónimo said...

"O Ser humano não é...
O Meu amigo Jorge Dias,acabou por me lembrar uma conferência no então Seminário Missionário Carmelita da Falperra, no ano da graça 1963.Foi conferencista um sacerdote professor no Seminário Diocesano.
"O ser humano não é intrinsecamente mau,ele se torna mau em contacto com a sociedade".
Mais tarde encontrei eu este pensamento referenciado como sendo de "SARTRE", com o qual eu estou completamente de acordo.No entanto acredito ser mais fácil ser-se mau do que ser-se bom.Para ser-se mau, basta que nos entreguemos às forças INVOLUTIVAS da vida, para ser-se bom é preciso consciência.

O Ser humano é educado para ver a vida como algo que está ali para lhe servir.A natureza é pródiga e tudo nos dá, nada temos que fazer para manter o equilíbrio preciso, para que ela continue a nos oferecer o que nos oferece todos os dias. Esse é um dos comportamentos que têm que mudar urgentemente nas nossas vidas mundanas.

Certa vez entrei no escritório do meu professor e reparei como tudo estava perfeitamente arrumado, limpo e até perfumado. Em cima de uma das prateleiras, no entanto reparei que havia uma bagunça.Ao argui-lo sobre o facto disse: Porque até a inconsciência tem que ter o seu lugar. E isso é uma verdade, a EVOLUÇÂO precisa da INVOLUÇÂO.

Nós temos o contacto com o mal, para que possamos redescobrir o bem dentro de nós e assim fortalecer o amor nos corações. Apenas quando nos redescobrimos como criaturas amorosas que somos, podemos de facto versar a VONTADE, o AMOR e a MISERICÓRDIA de DEUS em todas as suas matizes, nos caminhos do Mundo. D/C.
P.S.
Jorge Dias
A Minha agenda e a saúde,tiraram-me a licença para o almoço e convívio. Mas estarei o tempo possível para dar um ABRAÇO aos que por lá aparecerem.

15 outubro, 2008 21:02  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Tenho algumas expectativas neste encontro, mas parafraseando D Coelho ainda não adaptei a agenda... falta-me pressão de alguns daí.

Quanto aos conteúdos filosóficos: mais tempo precisa-se.

Não sou depressivo como Sartre... a angustia tocou-me mas dela me libertei e os outros me fizeram emergir dela livre. Cada vez me assumo mais como ser de voltas, isto é de diálogos impossíveis.

Acredita D Coelho que quando um dia me disseram que até as pedras tinham psiquismo fiquei conversado sobre estas coisas para o resto da minha vida.

D Coelho nem somos bons nem maus, somos inteligentes... O Sartre está em absoluto errado.

Quando somos inteligentes, a nossa história comprova-o na sua evolução promovendo os homem nos seus deveres e direitos, estamos sempre mais perto das coisas boas que nos unem na LEI. Estas coisas têm problemas de equilíbrio entre uns e outros... mas veja-se onde chegamos.

Sartre, depressivo, bipolar, psicótico... senão louco, jamais.

“La Nausée” ainda me causa vómitos só de pensar nela. Nunca a consegui ler totalmente. É o exemplo máximo da sua fraqueza, (da sua loucura), típica, de resto, dos psicóticos, que sendo-o não sabem que o são. Nem perco tempo.

Nestas coisas o Galileu era de um vanguardismo sem limites e nós com Ele.

Reconheço todavia que no reactivo inverso e só pelo inverso se evidenciou no contacto com ele algum pensamento criador. Viva a reactividade!

16 outubro, 2008 00:56  
Anonymous Anónimo said...

Meus caros amigos

Há dias dirigi-me directamente ao D Coelho, começando por lhe referir o facto de estarmos ali, após 50 anos, a falar «da fé dos homens".
Fechei a minha intervenção com um abraço.
Tarde e mal percebo que foi abusiva a minha atitude de querer abraçar alguém que não está p'raí virado, embora a troca de palavras que vinhamos mantendo pudesse significar promessa de amizade.

Não precisava, no entanto, o D Coelho virar a cara para o lado, no modo como diz: «O meu ex-companheiro de "Tuna" Mário Neiva».

Depois de expôr, legitimamnete, a "sua" fé, talvez espantado que não seja também a minha, exclama inconformado: «Mas porque carga d'água não me faço entender?»
Pela minha parte entendi bem. Aliás, nada há de novo "nessa fé" que não tenha sido a minha por muitos e lindos anos.
Porque carga d'agua não continua a ser?
É isso que o D Coelho parece não aceitar e por isso mesmo rejeitou o meu abraço.
Hoje, como no passado dia 13, mais convicto volto a afirmar: «Para mim o amor é o fundamental e o NOSSO PONTO DE ENCONTRO. Porque se a fé de cada um nos afastar, a virtude do amor nos pode unir».

E só para chatear repiso: das três virtudes teologais, eu escolhi a melhor parte.

Porque sei que nem todos o rejeitarão,
aqui fica
o meu abraço

16 outubro, 2008 11:54  
Anonymous Anónimo said...

Para O Mário Neiva "inqualificável"

Peço desculpa por não retribuir o dito abraço, mas sabes como é esta falta de "maneiras", é simplesmente a falta de prática escriturária. Se bem me lembro eu fui o primeiro a mencionar um encontro para o dito abraço. Mário, como em tempos te disse, em troca de EMAIL(s), eu tenho uma empresa textil e como bem sabes isto está pela hora da morte (anunciada), por tal motivo tenho muito pouco tempo para o "Social".Espero que ponhas na minha conta tão grande ofensa. Eu pago com juros.
Um Abraçooooooooooooooooo...! do amigo ,D/coelho

16 outubro, 2008 14:01  
Anonymous Anónimo said...

Também eu sou um homem de fé. Vários dos meus ex.colegas marianos sabem disso perfeitamente ou, pelo menos, têm pistas para o deduzirem.
Porém, ao longo dos tempos procurei aperfeiçoar a minha fé: retirar a carga tradicionalista e até conservadora de rituais e cerimónias que nada têm a ver com fé - e disso podemos aqui falar abertamente se houver disposição de outros - e cingir-me ao essencial do que Jesus pregou.
Não vou aqui dissecar a doutrina de Jesus - que todos conhecemos - mas relembrar o ensinamento do amor.
Não foi essa a via preferida de Jesus para que os povos pudessem caminhar numa comunhão perfeita de entendimento?
A maneira de interpretar essa via compete a cada um de nós e não vejo que, sumariamente, alguém pretenda carimbar a fé dos outros com o selo do "assim é que é"
O AMOR também é entendermos e aceitarmos o irmão...
VILA GALECIA

16 outubro, 2008 14:05  
Anonymous Anónimo said...

Um pedido de perdão
Ao meu caro amigo Domingos Coelho

Nunca me soube tão bem descobrir que me enganei, só para ter a alegria deste reencontro. Ainda só pela Net, mas em breve será coraçao com coração.
Não vou ao Sameiro na próxima semana, mas não vou faltar ao próximo encontro anual.
Espero que corra tudo bem nos teus negócios e a saúde não te falta

Um grande abraço
Mário

P S

Olha que não recebi qualquer email a falares da tua textil.

16 outubro, 2008 21:52  
Anonymous Anónimo said...

Hoje só venho dizer que por motivos de agenda e logísticos não estarei no encontro.
VILA GALECIA

17 outubro, 2008 08:46  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Escrevi aqui um comentário no Domingo, mas quando me dei conta tinha desaparecido. Nem o devo ter publicado com o cansaço..

Dizia eu que tinha recebido pouca pressão para estar presente e assim foi... mas fico-me roendo porque ir lá mexe com a alma, claro, a minha... bom, de repente e de mais alguém. Mas tenho andado animado com o que aqui se tem escrito... muito.

Aos aurinos, ou áureos do encontro o sentimento de partilha de um grupo de aaacarmelitas que me marca e me ajudou a ser gente, sempre...

23 outubro, 2008 21:58  
Anonymous Anónimo said...

ao passar pelos blogs por onde me passeio, li comentários que foram feitos a propósito do comentário que, há algum tempo escrevi, quando por aqui passei, e achei interessante que, o que neste sítio, se discute, não são propriamente as ideias (apesar do que se diz em contrário), mas as pessoas. Como não emito juízos de valor sobre pessoas, mas falo ou disserto sobre ideias, nada direi do que li, muito menos das pessoas que tais comentários escreveram. São entidades divinamente dignas, pelo que não me pronuncio sobre as suas manifestações.
Mas achei interesante o que li, apesar de discordar de quase todas as ideias expostas pelos intervenientes desta praça.
Nem sempre se acerta nas tentativas de adivinhação.
E..., até um dia, sempre com bonomia ...
Gonçalves Pereira

PS: O código é o título de um livro (a chave dos encobertos) e o meu nome é o nome que eu tenho nesse mesmo livro, pois o achei interessante.
GONÇALVES PEREIRA

23 outubro, 2008 22:41  
Anonymous Anónimo said...

A propósito de tudo o que assim se tem escrito, gostaria, de maneira sucinta, de fazer alguns comentários.
Diz o DC numa das suas intervenções: "...a comunicação não pode nunca, ser um exercício irresponsável. Nem ao menos, também pode ser, o arroubo de ódio longamente contido. Nunca jamais o protesto irracional de um ego melindrado".
Quer dizer, caro DC, que notaste nas diversas intervenções aqui produzidas, indícios de falta de responsabilidade, de ódio e de protestos irracionais.
Pois bem, fui ao princípio desta página e voltei a ler tudo, de fio a pavio. Não encontrei nada do que, entre linhas, afirmas ou insinuas.
Vi, isso sim, apelos ao amor entre todos, algumas chamadas de atenção para situações pequenas de confrontos de ideias e de "desvios" de posições; vi dissertações sobre peripécias das nossas vidas de marianos, vi exposições de ideias e teses bem alimentadas de alguns intervenientes, com destaque, claro, para os nossos amigos MN e JD; vi algumas tentativas de orientação num determinado sentido, para as intervenções neste blog; vi isto tudo mas não consegui descortinar os "males" a que te referiste.
Espero bem que haja engano de análise ou, em última instância, que tenhas tido este desabafo numa hora aziaga.
Por mim, sem dizer amen a todos e sem deixar de tocar no que acho menos acertado - para mim - deixo o meu agradecimento àqueles que, de uma maneira ou de outra, vou enriquecendo este blog.
Um abraço para todos, com grande amizade.
VILA GALECIA

24 outubro, 2008 10:04  
Anonymous Anónimo said...

Uma pequena correcção: A propósito de tudo o que aqui...
Desculpas.
VILA GALECIA

24 outubro, 2008 10:12  
Anonymous Anónimo said...

Se fossemos só alma
morreríamos de susto


Abençoada cortina feita de células e tecidos, que tapas a miséria que vai pelas nossas almas!
Pensem, por um instante, que a nossa alma era transparente e se via, da rua, o que lá dentro se passava! A inveja, a traição, o ciúme; o orgulho estúpido, néscio ou mesquinho; a vaidade fútil, a violência pronta a atacar; o ódio, o rancor, a calúnia a ser disparada, o impulso assassino; o desprezo, a ignorância crassa; a blasfémia e o insulto; o desejo mórbido e a violação pronta a acontecer; a ganância , a avareza, a ira, a gula, preguiça…Enfim, todos os pecados mortais de que somos capazes, ali, à vista de toda a gente, aterrorizando o mais destemido dos viventes!
Pergunto, meus caros amigos, se depois de tal visão não ficaríamos presos ao chão, petreficados! Imaginem circular nos caminhos da vossa aldeia, nas ruas da vossa vila ou cidade e ver a alma dos transeuntes ou a expor a vossa! Imaginem entrar no local de trabalho e ver alma dos colegas e eles verem a sua! Quantos sustos, meu Deus!
Sorte a nossa, que células e tecidos, providenciais, nos põem a recato de tal visão dantesca.
E, no entanto, é isso que somos, com diferentes gradações, como quem diz, uns mais que outros.
E falta falar da tristeza, da angústia, do medo, do pavor, do terror, da dúvida, da incerteza.
E do vazio da memória apagada e da demência.
Eu sei que, em contraponto, podemos ver e patentear a alegria, a generosidade, o carinho, o amor. Uma alma justa e fraterna, inteligente, disponível, acessível; companheira, amiga, protectora; sábia, desprendida, aberta, universal.
Mas será que ainda estamos vivos depois do susto que apanhamos?

As crianças, Mário, esqueceste as crianças, o melhor do mundo! Se olhares para a alma de uma criança…

Vou olhar: birras intermináveis, egocentrismos prontos a transformarem-se em egoísmo adultos; ciúmes de tudo e de todos; sadismos inesperados; exibicionismos, a deixar antever uma vaidade impante; competição desenfreada, que nesta idade não passa de afirmações inocentes do género «o meu quinzinho é maior que o teu»…

Mesmo assim não deixam de ser o melhor do mundo.

Abençoada Sabedoria que me fez “corpoalma”! Apesar de ser o que sou, não vou matar ninguém de susto, quando sair à rua.
Andar “nu”, seria de morrer…de susto!

24 outubro, 2008 15:21  
Anonymous Anónimo said...

Claro que respondo!

Meu zw perdão,VILA GALÉCIA.

Quem muito trabalha pela "União" dos A.A.C.,merece respeito e alguma admiração.
É que por vezes damos mais valor aos comentários indirectos, feitos acerca de nós e dos outros, do que ao diálogo olhos nos olhos, onde a vida flui não apenas nas palavras, mas também nos gestos, nas emoções, nos olhares que evidenciam muito mais do que as simples palavras.
É por isso que continuo a pensar que só pelo diálogo franco e sincero NÓS sentimos que a nossa vida jorra em comunhão com a dos nossos irmãos( a.a.),só na transparência da "alma" nós conhecemos a importância que os outros têm para NÓS.
Dialogar é permitir que o nosso "eu" seja invadido e predispor-se a mergulhar na intimidade do nosso interlocutor.
Acrescentaria que é o rasgar do coração e colocá-lo nas mãos para sentir o seu palpitar e entregá-lo de bandeja àquele em quem se confia como o mais precioso tesouro.
Acredito sim,porque o diálogo exige confiança e franqueza.

Este espaço que nos une, levou-nos em "marcha à ré" aos anos 50 e 60.

Uma pergunta para quem quiser responder: O que seríamos(HOJE) se não tivessemos passado pelos bancos do s.m.c. em Braga,Falperra ou Sameiro? D/C.

24 outubro, 2008 22:06  
Anonymous Anónimo said...

Também não vejo razão para que peças perdão... mais ou menos a sério...
Quanto à pergunta, a minha resposta pessoal não pode ir muito longe no esclarecimento e não sei se a de alguém o pode.
O que seríamos?
Também pergunto: o que seríamos?
Por muito sábios que sejam os meus interlocutores, por muitos estudos filosóficos que componham a sua sabedoria, não acredito que alguém esteja em condições de responder.
POderemos fazer suposições, alinhavar conclusões mais ou menos suportadas, apontar nesta ou naquela direcção, mas, a certeza, essa ficará sempre a milhas...
Por mim, o que posso afirmar é que nunca dei por mal gasto o tempo do SMC na Falperra.
E sempre que falo nesse tempo, a saudade dos meus colegas dessa altura vem sempre ao de cima.
Vivam sempre na nossa memória os bons e, porque não, os menos bons momentos de MARIANOS.
VILA GALECIA

24 outubro, 2008 23:21  
Anonymous Anónimo said...

Evidentemente que eu também não sei responder à questão. Aliás, penso que não há resposta possivel.É quase como dizer: se eu tivesse nascido em Marrocos possivelmente seria um piedoso de Alá.
De modo que é melhor nem pensar nisso.
Gratidão? Começo por agredecer aos meus pais que me deram a vida e nela me encaminharam. E outros vieram e a todos estou grato.

25 outubro, 2008 13:37  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Já não andava por este espaço há dias. Verifico que o senhor 135917 Gonçalves Pereira também andou por aqui, Até que este comentário está razoavelmente mais moderado que o de outro espaço. Adiante que ele se curará.

Queria saudar efusivamente o texto do Mário Neiva sobre a nudez.
Uma autêntica maravilha que muito me tocou e que uma vez mais coloca a questão de não se poder conter apenas entre nós estas preciosidades.
É um comentário maravilhoso que responde a todos os problemas de respeito e diálogo, de desculpas e perdões colocado pelo Domingos Coelho e Vila Galécia.
Porquê? Porque nos remete para a nossa interioridade e faz colocar o perdão na nossa palma da mão para oferecermos a quem quiser (repara DC no pormenor, a quem quiser).

A pergunta do que seríamos sem o Seminário Missionário Carmelita também tem outra leitura. Aliás, aquando do encontro dos 50 anos de entrada, alguém me serviu a outra leitura que agora reproduzo:
"O que seria o Seminário Missionário Carmelita sem nós, os alunos, e o que seria a Ordem do Carmo em Portugal sem nós os que por a andamos uma mão cheia de anos?"

Não é para polémica. Mas tem resposta.

Agora a pergunta do Domingos Coelho.
No que a mim diz respeito, e Vila Galécia já deu uma boa iniciação à questão e essa é a chave apenas para parte, repito, apenas para parte. Gostamos de lá estar, digo mais, gosto de ser hoje o que sou, por força de lá ter estado. Mas voltando ao Mário Neiva, e não tivesse o corpo e me pudésseis ver a alma, garantidamente que seria esconjurado do vosso convívio. Mas não seria o único. Mas tereis que descobrir os conteúdos, porque não serei eu a dizê-lo. E, no entanto, também foi por lá ter estado.

Depois, caríssimos, há aqueles que nem suportam ouvir falar em tal Seminário Missionário Carmelita, Ordem do Carmo ou qualquer outra barca do inferno, que é o que aquele espaço foi para eles. Razões? São sem fim. O que posso garantir, como tantos sabem, é que são arrasadoras e de limite.

Nada de confusões e haja moderação...
Alguns de nós fizemo-nos ali com razoável equilíbrio. Talvez mesmo muitos de nós. Todavia, eu próprio passei tormentos sem fim, de loucos, no Noviciado e todos os que foram em frente por mais tempo terão sentido as dores do azorrague da racionalidade que, mais que a espiritualidade, nos era exigida, até rebentar com todo e qualquer equilíbrio emocional que tentei (e julgo que tentamos) manter. Como não podia deixar de ser rebentou o que tinha para rebentar em tantos... e, dentro dos limites, tem piada que foi quase em simultâneo.

Seguramente que hoje somos o que somos, mas não foi principalmente pelo Seminário Missionário Carmelita. Foi sobretudo, pela capacidade que nós, os que aparecemos por estes espaços, tivemos de nos reformularmos. A Ordem do Carmo, sim, se ainda hoje é o que é, é-o também porque nós por lá andamos dedicados e graciosos.

Dos outros, daqueles de cujos sofrimentos não sabemos e que são a maioria, alguma vez a Ordem do Carmo se questionou, o que aliás devia ter feito?
Eu próprio, sou testemunha desse desinteresse absoluto.
O que sou devo-o ao meu tenaz e muito sofredor esforço de síntese e reencontro comigo próprio, com as minhas raízes, a família, os filhos e a sociedade. Neste esforço porfiado e muito sofredor, levei entre duas a três dezenas de anos. Convenhamos que para quem supostamente vem de uma grande escola é tempo demasiado.

Eis porque ponho grande importância nas Jornadas de antigos alunos carmelitas e na abertura do Reverendo e actual Padre Geral. Já o referi em outro lugar deste blog, só encontro um sentido, no meu regresso ao coração dos meus colegas, se colaborarmos na refundação do espírito da Ordem do Carmo em Portugal.

Caríssimos, não nos fazem mal a racionalização destas coisas e o carinho, a emoção destas coisas, mas se conseguirem visualizar, desenhar alguma participação no futuro, por essa razão, era capaz que esse facto valorizasse mais o passado e seguramente que isto era a melhor resposta, uma resposta futurista ao DC, porque senão correm o risco de terem que ir lavar as mãos. De quê? Das vidas dos outros que não conhecem.

Finalmente, e para tranquilidade do DC, então, há melhor forma de estar com a Direcção que escrevendo neste blog? Não estás a sugerir silêncio se entrarem individualismos?
Bom que te preocupas, mas acredita na palavra. Volta ao comentário 200de "Um almmoço muito especial".
Mas nisto também temos que acreditar. No princípio era a palavra... (Jo - Prólogo)

25 outubro, 2008 14:49  
Anonymous Anónimo said...

A Paz esteja convosco!

O mundo é constituído por cadeias de dependência, onde uma coisa sempre leva a outra.Dizia-me o meu professor de serviço, que a terceira lei de Newton diz que "a toda acção, corresponde uma reacção da mesma intensidade". O Salmista diz que "Um abismo chama outro abismo".Também é assim em relação ao saber.Aquele que conhece tem o dever de o repassar esse conhecimento para os demais. É de saber que não estamos neste mundo em função de nós mesmos, mas por causa dos demais. Quanto mais fizermos pelos outros, mais próximos estaremos do fim da nossa missão.
Porque não lembrar alguns exemplos bíblicos?

- A obediência garante a vida; a desobediência leva à morte.Gn 2:16-17.
O homem foi posto num mundo maravilhoso. Apenas uma restrição foi feita quanto à sua utilização. Se ela fosse observada,o homem viveria. Caso contrário morreria. Essa era a lei de Deus. Pecado é transgressão da lei (1 jo 3:4). A alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:20).

A ligação do galho à árvore garante trazer a possibilidade para a produção de frutos; o galho cortado, seca e morre. Somente serve para o fogo (jo 15:1-6).O estar ligado a alguém significa que tal pessoa tem os seus mesmos comprimissos. É de ver que Jesus chamou os primeiros discípulos, conviveu com eles para que o conhecessem bem e para que recebessem as instruções para a realização de sua missão. Eles foram ensinados para salvar pessoas, para dedicar suas vidas em fvor dos seus semelhantes.Mc 16:15-16;Mt 28:19-20.O discípulo de Jesus não é aquele que declara segui-lo. É aquele que ama o seu próximo. Jo 13:34-35; 1 Jo 4:20-21.

- O Amor é o acto de se preocupar com os demais ( Co 13:5). Essa é a lei de Cristo e trangredi-la é um pecado que leva à morte (Rm 15:2).
O amor ao próximo é considerado como um dos dois grandes mandamentos (Mt 22:36-40). O que sabe o caminho deve guiar o que não sabe. Deus é o nosso guia até à morte (Si 48:14). Mas nós somos os seus braços que guiam e conduzem o próximo ao bom caminho (Mt 23:10-11). Temos a responsabilidade de aprender as coisas certas, não apenas para saber, mas para que possamos usar como instrumentos de Deus e não sejamos guias cegos que não sabem para onde estão indo (Mt 23:16,24).

- Concluindo.Estamos a caminhar para o fim dos tempos, o qual começou quando o Senhor Jesus veio ao mundo. A partir dali foi desencadeada a grande missão de salvar a humanidade. O desejo de Deus é que ninguém pereça. Isso significa qu a cada dia a nossa responsabilidade aumenta. E, portanto, quanto mais próximo está o fim dos dias, mais intensa deve ser a nossa actividade salvadora. Isso é ter consideração com os demais. Paulo dizia estar constrangido entre partir e estar com Cristo que era muito melhor,ou ficar na terra e conduzir outros à salvação. Esse deve ser o nosso exemplo de amor para com os demais. Bem sucedido não é aquele que alcança os próprios objectivos, mas aquele que ajuda os demais a alcançar os seus. Acredito,espero NO e DO AMOR.

Nunca seria o que sou hoje se não tivesse passado no S.M.C. da Falperra.Os maus "bocados" acrescentaram mais valor aos bons.
è por tudo isto que eu agradeço a Deus ter encontrado uns "amigos" que me valorizam o tempo. D/C.

25 outubro, 2008 16:09  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Caríssimo Domingos Coelho,
Enquanto almoçava e repensava as ideias, concluí que a pergunta que se impunha, em meu modo de ver, afinal, era esta. Para compararmos, eis a tua pergunta:
Citação:"Uma pergunta para quem quiser responder:
O que seríamos (HOJE) se não tivéssemos passado pelos bancos do Seminário Missionário Carmelita em Braga, Falperra ou Sameiro?
D/C."
Fim de citação.

Pergunta na mesma base, a minha pergunta nova , mas pergunta igualmente legítima:
"O que seríamos(HOJE) se o Seminário Missionário Carmelita em Braga, Falperra ou Sameiro, tivesse sido uma escola inclusiva, uma boa escola?" Jorge dias

E ficamos pelas perguntas porque ao nível das respostas, conhecendo algumas, ignoramos as respostas da maioria. E isto só para falar da nossa escola... porque se abrimos o jogo, de repente... Ao lavarmos, ficamos sem mãos.

Pois é, quando se começa a perguntar, as perguntas continuam. E há mais!

Mas vejam, não obstante, e todas as limitações, na nossa barca do inferno, entre formação e chamuscadelas, saímos vitoriosos... Quem? O DC, o jorge dias, o vila galésia, e outros por aí, que respeito... Mas também respeito os outros!? Ora quais! Pois, os outros... e todos somos aas.
Haja saúde.

25 outubro, 2008 16:22  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos e
Caríssimo amigo DC,
Vrifico agora que o meu comentário entrou em Ordem posterior ao teu sem que me tivesse dado conta.
É de sabedoria a generalidade do que dizes no teu muito profundo comentário.
Por agora só uma pequenina observação:
Já estamos salvos. Que não haja confusões. A nós "só nos resta aceitar ou recusar". As aspas são minhas. Repito, estamos salvos e que sobre isto não haja para ninguém a menor dúvida. Salvos, absolutamente salvos, embora possamos recusar. Sendo pouco, ou pequeno o pormenor, muda quase tudo e faz a diferença toda, que é enorme. Repito, já estamos salvos.

Aleluia e bom Domingo.
Voltarei ao teu comentário porque é de muita sabedoria e, por isso, voltarei com gosto.

25 outubro, 2008 18:26  
Anonymous Anónimo said...

A resposta é mais ou menos a mesma.
Quantas boas escolas formaram alunos que, depois de mais esta ou aquela contrariedade, tropeçaram e cairam e muitos nunca mais se levantaram!
Há um velho ditado que diz: "o futuro a Deus pertence"
E aquele futuro, que partindo de um SMC mais solidário, mais humanizado, mais cristianizado, por certo que não podemos saber qual teria sido. Porém, não me custa nada a aceitar como mais provável, que teríamos saído de lá homens com um h bastante maior...
Bom Domingo para todos, neste dia de mudança ded hora...
VILA GALECIA

26 outubro, 2008 09:18  
Anonymous Anónimo said...

O ECO DA VIDA

Recebi do meu querido antigo condiscipulo Adriano Machado uma série de clips. E, logo a abrir, «O Eco da Vida».
«A nossa vida é simplesmente um reflexo das nossas acções", diz-se no clip. É um aspecto da verdade, mas, felizmente, a realidade da nossa vida é bem mais rica. Por causa de uma educação e de uma cultura cristã até à medula dos ossos, fixei, de pequenino, que a nossa vida é antes de mais um «dom de Deus". Isso mesmo, uma dádiva, uma «graça de Deus». E portanto, embora as nossas acções possam contribuir para a tornar mais bela ou mais feia, mais criativa ou mais destrutiva, mais feliz ou mais desgraçada...a nossa vida nunca será apenas e sobretudo «o reflexo das nossa acções».
E aprendi muito mais, desde a catequese.
Aprendi que fui amado ao ser criado: Que fui amado antes de qualquer merecimento, porque o amor do "Ciador" foi de «graça».
Por isso, meu caro Adriano, também aqui não acompanho o "clip": «A vida dar-te-á de regresso exactamente aquilo que tu lhe deste». Não! A vida, que não se resume ao sumatório dos meus actos e porbre de mim se tal acontecesse, já me deu muito mais do que aquilo que eu jamais poderei retribuir. Para quem gosta de viajar por São Paulo, eu parafraseava o Apóstolo e diria a este respeito: Onde abundaram os disparates que eu fui fazendo ao longo desta minha vida, superabundou o dom da vida que me foi dada para viver (DE Paulo: «Onde abundou o pecado superabundou a graça»).
Por onde quer que lhe peguemos, esbarramos sempre com o AMOR. Diferentemente de São João eu começaria por um «Prólogo» deste jeito: No princípio era o Amor
e o Amor estava com Deus e o Amor era Deus...

E deixava o «logos» ou «verbo» para os mais...gnósticos e racionalistas.
De Viseu
Bom Domingo para Todos

26 outubro, 2008 12:29  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Se tivesse que morrer agora, morria feliz.

Aleluia... é a alegria do dom da vida.

26 outubro, 2008 21:32  
Anonymous Anónimo said...

Meu caríssimo, e finalmente em começo de desvendamento, Domingos Coelho.
Faço-te o obséquio de te revelar o prazer de te ler e de te não te afrontar em relação aos teus dizeres próximos e passados, num dos mais recentes comentários.

Mas, para bom entendedor, devo esclarecer que não sou testemunha de Jeová e que tenho um entendimento da Bíblia conjuntural onde as partes, antigo testamento, boa nova (evangelhos) e a posteriori (cartas e apocalipse) valem relativamente. Caro amigo, não me cites, em mistura, velho testamento, novo testamento, e neste o restante a seguir à boa nova (Evangelhos) como se tudo fosse a mesma coisa. Não é, e, como sabes muito bem, a teu favor, abstenho-me de mais adjectivos ou classificações. Todavia, devo-te dizer, que, para mim a Bíblia é a mais lindas estórias (sic) de amor que jamais pude ler.
Não obstante, um fundo manifesto de sabedoria, há uma mistura de planos e de abordagens no teu escrito que, de verdade, só lhes resta a oportunidade que emprestaram ao teu escrito. Na citação que fazes de Mateus 22,36-40, não é o amor ao próximo que está em causa. Apenas está em causa a vida como limite do amor. Para onde estamos indo e citas (MT 23,16-24)! Mas então para onde havíamos de ir?

Nós, em missão de salvação!? Mas que desplante se estamos salvos. Coitado do Jesus...
Veio...Mandou-nos amar e nisso nos fez homens totais... e salvos. Para sua dor e desconforto, ainda morreu por nós, e estes homens do século xxi ainda pretendem fazer o que Ele já fez. !?
Caríssimo Domingos Coelho, estás salvo.
Se não quiseres, o problema é teu.

Caríssimo, não há mais alternativas...



A missão é outra…



Estamos salvos... a nossa missão é, definitivamente, outra. Bota aí a tua opinião que eu reportarei. Estamos salvos. Aleluias para todos os salvos, que somos nós todos. Todos salvos e feitos filhos e irmãos de Deus. Parece demasiado? Pois, mas o Deus dos cristãos é um Deus de radicalidades. Mas, mas….
Mas aí começa outro problema, e que vos deixo, irmãos de Deus. Notem, irmãos de Deus e salvos definitivamente de toda a aberração…. Salvos. Aleluias. Mas que linda é a nossa fé, digo, o conhecimento que me foi dado deste Jesus. Provavelmente difere de outros. Mas esta é a minha fé e nela vivo salvo! Claro, sem alternativa e assumidamente, felizmente!
Assinado: Aleluia

Post scriptum: Isto é muito simples. Uns entendem-se salvos, eu incluído, outros andam à procura de salvação. Como Madalena, na boca de Jesus: " Marta, ela (Madalena) escolheu a melhor parte que jamais lhe será tirada. Aleluias

26 outubro, 2008 23:52  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos e caro Mário,

Oh amigo eu vou nessa. Claro que eu vou no amor! Então em que havia de ir?
A única surpresa que eu sinto na tua abordagem é que pareces mais paulista que cristão! Não percebo isso!
Evangelho é ou não boa nova? E esta é o quê? Não é o amor de que falas ou a virtude teolagal que eleges e bem? Mas que coisa melhor que a fonte? Porquê o irmão Paulo?

Esvreves muito bem amigo! Que dom anda por aí! Tudo de bompara o teu convento! Que bomito que isto está!

26 outubro, 2008 23:58  
Anonymous Anónimo said...

Sobre estas últimas intervenções do Coelho e do Jorge, deixei o comentário em lugar errado, Bodas de Ouro...
Andamos aos saltinhos!

27 outubro, 2008 18:59  
Anonymous Anónimo said...

Só para agradecer ao Jorge os votos formulados para os da minha casa e que retribuo, recordando os do teu convento pelo nome (Moreira dixit) Tiago, Pedro e André. A Fátima já conhecia desde os idos de um qualquer mês do ano da graça de 1969, e no que era o vosso "ninho de amor", na Alameda das Linhas de Torres, em Lisboa.

Paulo e a Boa Nova ficam para depois, que o tema é bem complicado e uma das minhas obsessões...
Um abraço
Mário

29 outubro, 2008 00:20  
Anonymous Anónimo said...

A Boa Nova e São Paulo

Transcrevo da Wikipedia, para encurtar caminho.
« Literalmente, evangelho significa "boa mensagem", "boa notícia" ou "boas-novas", derivando da palavra grega ευαγγέλιον, euangelion (eu, bom, -angelion, mensagem)A palavra grega "euangelion" deu também origem ao termo "evangelista" para a língua portuguesa».

ANNUNTIO VOBIS GAUDIUM MAGNUM HABEMUS PAPAM.

Toda a cristandade católica conhece este famoso anúncio da eleição de um novo Papa. Mas nem todos os católicos “páram” para ouvir o anuncio deste «Gaudium Magnum». Talvez centenas de milhões continuem calmamente nos seus afazeres e, no máximo, comentem para o vizinho do lado: rei morto rei posto. E se há uns que aguardam com enorme expectativa e rejubilam com a notícia, outros (católicos) haverá que ficarão desapontados, porque não era aquele o “eleito do seu coração”. E logo aqui começa uma clivagem: a alegria incontida, ou simplesmente grande, ou apenas razoável, ou nem isso sequer, de uns, poderá ser desapontamento para outros. E fica ainda a sensação de que aquela fórmula pomposa já não passa disso mesmo, para a grande maioria dos católicos. A expectativa da chegada de um «Gaudium Magnum», de uma enorme alegria, parece sê-lo para um reduzido número de pessoas. Chega-se até a questionar se há razão para falar-se do anúncio de uma Grande Alegria, a emergir de um grande acontecimento…
No contexto em que foram escritos os evangelhos canónicos, qual seria, exactamente, a expectativa das pessoas, para que os apóstolos, convictamente, viessem pregar: aqui está o acontecimento que fará a alegria das vossas vidas?
Lembremos a clivagem criada com o anúncio a eleição “daquele” Papa e não do meu preferido...
Se pensarmos que os apóstolos teriam para anunciar um «gaudium magnum» que o seria para uns e não para outros, estaríamos a pensar numa RELATIVA grande alegria e bem poderíamos dizer-lhes «o vosso evangelho vale o que vale». Se pregassem para judeus expectantes da libertação do jugo romano, por exemplo, a sua grande alegria seria a tristeza e desespero das mães, das esposas e dos filhos dos soldados romanos trucidados no campo de batalha!
Encurtando razões, uma BOA NOVA só o será, de facto, se for, como o Jorge gosta de dizer, radical. Isto é, dirigida à raiz dos sonhos do coração humano, considerado tanto na sua individualidade, como ser único e irrepetível que é, como no universalismo da sua Humanidade. Isto significa que ninguém pode imaginar receber uma Boa Nova que não seja, simultaneamente, para cada um e para todos.
Está aberto o debate. E o desafio: O que é a BOA NOVA.?

P.S. Atenção: O “Evangelho”, já todos estamos cansados de saber o que é. Portanto, o que se pretende saber é qual o «Gaudium Magnum» que todos e cada um estamos à espera que aconteça. E esperam Russos, chineses, americanos, hispânicos, pretos, brancos amarelos. Cristãos, islâmicos, budistas. Cultos e incultos. Filósofos e teólogos (quetionantes)
Com excepção, talvez, dos ateus (e sua filosofia definitiva do absurdo e do nada), que já têm tudo o que poderiam desejar (ou nada, é igual), dos agnósticos para quem tanto se lhe dá como se lhe deu e dos cépticos que desconfiam da própria sombra e juram que hão-de morrer assim desconfiando de tudo e de todos, passando, literalmente, ao lado da vida.
Participem todos. O Durães nunca mais escreveu. O Castro dê o exemplo e atire-se de cabeça. Pode ser que arraste a malta. Venha o Pistola, o Kosmos. Tragam a NOVA ERA esconjurando a VELHA ERA. O “abacaxi” é difícil de descascar. Precisa-se da ajuda de todos.
Mas venham também ateus professos, agnósticos a olhar pró lado e cépticos empedernidos. E digam de sua justiça!

È da nossa vida e da nossa felicidade que se trata.

29 outubro, 2008 10:10  
Anonymous Anónimo said...

Caro Mário,

Aceito... para ti que mentalmente, culturalmente, estás lá, nesse espaço de amor. Mas julgas que são muito os que te acompanham ou que somos tantos assim?
Caro Mário, eu já não falo destas coisas para mim!
Eis porque gostei tanto do teu texto do corpo que veste a alma e eis porque entendo ver neste espaço animação e libertação, até de ideias, de ideias e de horrores, etc... eis porque falo de um século de espiritualidade e coisas afins, eis porque puxo pela animação no Blog.
Que o Senhor 135917 nos dê azia, vai que não vai, mas que deixe de nos dar azia é muito melhor e com ele sejamos mais. Por isso, salvos, porque nascidos em amor e de amor... mas com certeza. Claro que relembro o dogma da imaculada Conceição de Maria. E sabes porquê? Porque numa Igreja dominada pelo pecado houve alguém que entendeu pegar num raio de luz que prefigurava na imaculada Conceição, a imaculada concepção de todos os filhos de Deus. Só que a partir desse momento, como bem escreveste, constataste que “o imaculado” da concepção andou de pressa. Ou seja, temos pouco de imaculado, não é?
Caro, ópio do povo? Pois, mas consegues fazer melhor com toda aquela máquina? Conseguirias até, por hipótese anulá-la? E com que ficavas?
Afinal, andamos falando do mesmo. Por mim, o que tenho dito e vou continuar a dizer, e com os argumentos bíblicos e da Igreja, é que da boa nova, evangelho, fizeram quase tudo, e muito pouco do que lá está. Como um de nós, pessoalmente, me dizia há dias, não temos o direito de retirar a ideia de salvação e felicidade a quem quer que seja nem a reza do Rosário. Mantra, de resto, interessantíssimo e espectacular. Pelo contrário, acho que podemos e devemos colaborar, libertariamente... até porque o original da mensagem a isso convida.

A tua não salvação, por desnecessária, acaba criando mais problemas que soluções...a todos os que foram criados nesta fé e cuja cultura os impede de outros voos. Só somos com… Os sinais são cada vez mais evidentes.

Todavia, devo dizer que vejo mais espiritualidade no que tu e outros escrevem nestes espaços que a que consigo encontrar nas fantasias de êxtases orgâsmicos de outros tempos. Por isso vos desafio profiadamente a que lhe deis forma, evidência, em escrita consistente que vos revele, manifeste.

Este comentário é de 28 de Outubro e só por razões de rede não foi colocado no blog nessa data.

30 outubro, 2008 23:48  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Na busca continuada e porfiada da realização humana que cada um leva a efeito, vejo nas religiões uma forma avançada enquanto factor estruturante deste complexo bio-psico-social que é cada um de nós. Por essa razão, factor colaborante, na felicidade, salvação de cada um.

Não cuido nestas coisas da minha salvação, cuido verdadeiramente de valores que se escapam e das angustias que são montanhas.

O "gaudium magnum" só pode ser a felicidade de cada um, para sermos felizes (salvos - Bento XVI). Sempre a partir de cada um para os outros. O "gaudium magnum" na boa nova "são" as vidas que se reorientam a partir da mensagem do amor que em relação aos outros toma no NT (que não em Moisés) por limite, a vida.

Às vezes, em algumas coisas, que não na generalidade dos textos, fico com a sensação que há demasiado "primeira pessoa".
Para pessoas que passaram o cabo Bojador da cultura, com tormentas e angustias sem fim, chega um momento em que as velas têm que se marear de bolina para largo, para que as vidas dos que também estando no barco e até o ignoram, em (boa) esperança sejam felizes (Bento XVI - salvas).

Se na boa nova, que exorta uma humanidade a amar-se, está a minha vida? Claro que sim. Mas nela estão as de todos os outros. E se isto é verdadeiro cosmologicamente, hoje até ecologicamente é verdadeiro também. Mas é igualmente verdadeiro culturalmente, porque cientificamente verdadeiro (generatividade).

A reflexão que a vida postula é de como reduzir a conflitualidade entre pessoas, ou se preferirem, como transformar estes desafios em ideias acessíveis que sejam contributos para a felicidade dos outros enquanto sócios activos (cidadania) do grupo maior que integram e não mais se diga, como no reino dos porcos "os porcos são todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros ( George Orwell) ou "homo homini lupus"(Rousseau).

Não gostaria de me sentir colaborante de um espaço, que mais confunde que esclarece, nem apaniguado de religião que mais oprime que liberta, porque entendo ser minha obrigação dar contributos de esclarecimento, de esperança e de bom senso, claro, com certeza, de amor...também.

Se alguma coisa eu percebi da Bíblia é que ela não é mais que a história da “minha” vida à procura de felicidade. Eis porque a leio e a escuto, aqui, sim, em primeira pessoa.

31 outubro, 2008 00:45  
Anonymous Anónimo said...

Eu gostava de ter escrito isto: «...houve alguém que entendeu pegar num raio de luz que prefigurava na Imaculada Conceição, a imaculada concepção de todos os filhos de Deus». Citado da última intervenção do Jorge.
Não sei se, realmente, estava na mente do proponente do dógma da Imaculada Conceição, a afirmação de que todos nascemos imaculados. Mas o Jorge acaba por fazer a transposição, que é de ouro. É dificil dizer melhor, dentro da fé que recebemos.
A Boa Nova também poderá estar nesta direcção: "reabilitação" e exaltação da nossa humanidade. Neste caso, mais que uma «grande noticia», a Boa Nova será o acontecimento de uma Humanidade em crescimento até à perfeição. «Sêde perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito». Com os cinco sentidos, mais o sexto que nos é exclusivo, o Amor.
Não me perguntem como é que vamos estar presentes no "banquete final" da Perfeição Humana.Era isto que queria saber a minha querida avó Ana Rosa e eu não lhe soube responder.
À falta de melhor, digamos com o povo: «O futuro a Deus pertence».
Entretanto, cada um vá vivendo com a fé que tem ou não tem.
Mas ninguém está dispensado de se empenhar na tarefa da construção de uma humanidade perfeita,com os seis sentidos, em cada um de nós potenciados.

31 outubro, 2008 15:33  
Anonymous Anónimo said...

Ora, caríssimo Costa, pelas fotografias que nos trouxeste, e pelo desafio que agora o Mário a todos deixa neste empenhamento de pefeição própria e de mais perfeição para todos, que estas nossas reflexões postulam ,e que debitamos a partir de estas fotogarfias lindíssimas e de tantos afectos.


Meus caros amigos e distintos visitantes,
Isto, é como o santo do santos, o sagrados dos sagrados, a arca da aliança que transportava as tábuas da lei.

Caros amigos, é o cerne da questão. E qual é esse cerne? Pudera, a felicidade, a salvação. Todavia, por longo tempo no velho testamento foi só a não auto destruição do homem.

Caríssimo Mário, eu que sempre gosto de falar por figuras que prefiguram, e nisso a Bíblia é mestra, neste pormenor da concepção não disse nada de novo. Disse apenas o que ouvi desta Igreja velha de dois mil anos, mas que aqui e ali tem lampejos de inteligência e dignidade. Ouvi-o, em homília do ambão da palavra, numa Igreja que dá pelo nome de Nossa Senhora dos Anjos, na paróquia da Fajã de Baixo – Ponta Delgada, do Reverendo Victor. Um rapaz novo, bom aprendiz e muito perspicaz, diligente, amigo, provocante e em espaços mentais muito afins e onde, espiritualmente, nos damos muito bem. Não tive nada ver com a proclamação mas assumo-a literalmente como minha e jamais deixarei de a repetir. Ele, na palavra, como deve ser, eu e um bom grupo num canto também bem estimulante e amoroso, envolvente, para uma comunidade que mais se assume, participa, partilha e vive. Desculpa, mas, e por isso é feliz. Tapem os ouvidos, senhoras e senhores, mas abram os olhos, e, por isso, digam sim à felicidade, à salvação.

E aquela outra afirmação também deste reverendo, desmontando uma velha asneira sexual relativa à Virgindade de Maria. Afinal o que disse ele? Disse que nossa irmã Maria era Virgem porque ninguém a tinha querido. Mas não foi esse o desígnio de Deus, acrescentou ... Escolher os rejeitados e de entre esses uma rejeitada para sua mãe! Então o que tem isto de mal? Uma rejeitada, uma fraca, uma excluida virgem! Não era a coisa mais normal do mundo? Estou a imaginar o vosso silêncio. Pois estais no bom caminho. Continuai...

Mas voltando às prefigurações!
Afinal porque ando eu aqui a repetir que somos salvos pelo amor e não pelo sangue e pela cruz? Porque tanta vez deixei neste blog que o sangue foi apenas para selar?
Mas ninguém leu a aliança de Deus com Abraão e o selo da mesma com o sangue do cabrito? Ninguém leu o sinal de sangue do cabrito na ombreira da porta na fuga do Egipto?
Ou sou eu que sou tolinho? Ai ai ai....

Não me venham dizer que é só uma questão de leitura? Porque se for, pois então leiam e expliquem-me.
Só o amor nos salva... Seja quem for, venha de onde vier.

Claríssimo, Mário, claríssimo como a água mais pura e mais refrescante que possas imaginar. Pelos nossos pais, absoluta prefiguração de imaculada concepção de nós próprios e de todos os nossos irmãos. Mas mais caro Mário e amigos, absoluta e imaculada concepção dos nossos filhos. A afirmação pública e assumida da Igreja ainda não é possível? Claro que não. Sejamos pacientes. Mas este velho Papa na encíclica sobre a Esperança já disse que a felicidade é a salvação e ninguém reage. Conclusão: acharam demasiado. Pois alevá. Mas eu não acho demasiado. Acho que é isso mesmo e, todavia, os interlocutores que, neste espaço podiam estimular a reflexão, ausentam-se como que rendidos! Por mim assumo é a libertação e a felicidade porque aprendi que da felicidade ao suicídio vai uma linha tão ténue que ninguém consegue vislumbrar.

Para a felicidade, caríssimos, se os outros não estiverem em causa, tem que valer tudo. Porquê? Porque não há intermédio e o oposto é mesmo o não ser vivo. Julgam que as bipolaridades e depressões são por acaso? Actualizem-se!... Era o que faltava!

Fica o problema do pecado original?
Caríssimos, mas quem foi que disse que estava resolvida a questão genética? Vejam os últimos comentários que está lá a resposta.
Por agora, não aumentem o problema,
Venham, sintam-se felizes, salvos (Bento XVI - encíclica sobre a esperança), que eu, os meus e todos os que comigo são, salvos, felizes, também por vós e por nós seremos
Aleluia... grito de alegria dos cristãos...

Permiti que grite:
ALELUIA

01 novembro, 2008 00:57  
Anonymous Anónimo said...

A Paz esteja convosco

Do muito que se escreve, penso ter extraído uma tricotomia: A alma, a mente e o corpo.

A alma sente a mente pensa e o corpo fala.Esta é a interação saudável da nossa trindade na manifestação da sua vontade no mundo que nos cerca. Quando podemos juntar as partes do nosso ser, vivemos a vida com propriedade, força e razão. O poder acontece quando usamos a consciência para fazer valer a FÉ e o AMOR em nós.

A maioria das pessoas pensa. Corta desta forma a manifestação da alma, pois para a nossa cultura ela é incompreensível.Assim vivemos no nosso dia a dia uma tricotomia. Separados de nós mesmos, vegetamos e somos por isso alvos fáceis para as forças involutivas que controlam toda a nossa sociedade, pois somos seres sem alma.

Aprendi na vida várias formas de unir estes três corpos, para manifestar o ser integralmente. Poucas pessoas se preocupam de facto com isso, pois nós somos todos obrigados a esquecer o que sentimos, coisas da alma, para versar apenas o que pensamos ou racionalizamos, coisas ligadas à mente nos seus paradigmas sociais.

Assim, tudo o que falamos são coisas sem sentido, sem lastro. O que dá lastro ao que falamos é o nosso sentimento. A mente é meramente um interprete da alma, que diz para o corpo o que ela deseja manifestar.Assim como na carruagem, os cavalos são o "vital", o cocheiro a "mente", o carro o "corpo" e o passageiro o espírito.

Estou assim na vida:Ouvir (ler) e aprender, se conseguir compreender.
Continuar a agradecer, a quantos acrescentam mais "valôr-acrescentado" na nossa "transação pensante". D/C.

02 novembro, 2008 18:13  
Anonymous Anónimo said...

Parece-me que se está a tentar entrar em aulas de "teorias" mais ou menos desnecessárias, que nada acrescentam ao pensamento dos leitores do blog.
E o mal destas "teorias" é que não trazem qualquer "valor-acrescentado" aos pensamentos que aqui se vão analizando ou simplesmente pondo à consideração de quem os lê.
Penso que este não é o sítio ideal para "orações" ou "discursos" mais ou menos plagiados, nem tão pouco para "missionar" os menos reverentes a doutrinas estabelecidas por determinadas pessoas e/ou entidades...
Este blog deve ser aproveitado para criar amizades, discutir ideias, criticar posições, etc., mas nunca para veicular "doutrinas" mais ou menos saturadas...
Um grande abraço para todos os aaacarmelitas, de um homem de fé.
VILA GALECIA

03 novembro, 2008 21:13  
Anonymous Anónimo said...

Parece-me que se está a tentar entrar em aulas de "teorias" mais ou menos desnecessárias, que nada acrescentam ao pensamento dos leitores do blog.
E o mal destas "teorias" é que não trazem qualquer "valor-acrescentado" aos pensamentos que aqui se vão analizando ou simplesmente pondo à consideração de quem os lê.
Penso que este não é o sítio ideal para "orações" ou "discursos" mais ou menos plagiados, nem tão pouco para "missionar" os menos reverentes a doutrinas estabelecidas por determinadas pessoas e/ou entidades...
Este blog deve ser aproveitado para criar amizades, discutir ideias, criticar posições, etc., mas nunca para veicular "doutrinas" mais ou menos saturadas...
Um grande abraço para todos os aaacarmelitas, de um homem de fé.
VILA GALECIA

03 novembro, 2008 21:14  
Anonymous Anónimo said...

Meus caríssimos...

Primeiramente, meu caro Vila Galécia! Faço minhas apenas parte das tuas palavras. O que escreves no teu último comentário (em bis), sinto-o em bis como tu. Do Domingos Coelho sinto-lhe o amor, mas tenho dificuldades acrescidas na compreensão. Repito, sinto-lhe o amor. Mas não vou com a mistura de planos de análise e a sua lógica não deduzida. Mas, cuidado, atenção à bondade. Domingos Coelho já demonstrou pelo seu amor a "aaacarmelitas" o homem bom que é.

Ao fim de uma semana de ausência, por fastio, azia, enjoo… meu caro Mário, não houve catarse que resistisse. Fartei-me, como dizia o Reverendo Frei Celso das pérolas sem retorno. Já não me fazia capaz de ouvir e ler neste espaço provocações à palavra, não obstante as assumidas responsabilidades por quem de direito que já tendo saudado indirectamente, hoje uma vez mais o faço especificamente.
Uma vez mais venho hoje a este espaço, embora atrasado uma semana com comentário adequado a um tempo litúrgico de uma semana de velho..

Com efeito celebrou-se, meu caro Vila Galécia, assumidamente homem de fé tal como eu, em 1 deste mês de Novembro o dia dos limites, o dia a perfeição do ser, o dia da santidade, assim definida apocalipticamente em termos religiosos… o dia dos perfeitos…o dia de todos os santos e no dia 2 o dia dos fieis defuntos, o dia dos filhos de Deus que tentaram seguir o seu amor, os puros, tal como se repetia nas três leituras da liturgia dominical na Igreja Católica e com os quais, caro Mário, mantemos aquela ligação amorosa que une as duas margens do rio e, pelo menos nisso, e também enquanto sua mensagem genética perdurar, se fazem eternos.

Mas, e para que me não comentem como defensor de teorias estranhas, apenas o meu comentário aos puros.

Finalmente no espaço da assembleia em celebração litúrgica um tema quente. Animada a celebração, bem cheia a Igreja e em bom ritmo a celebração. No ambão da palavra o Reverendo Victor. Os puros!

Mais sexo menos sexo, mais remexida menos remexida. Esfrega aqui coça acolá! Revêem-se as gerações e os corpos! Até os bancos dão de si com a remexida! Agora é que vai ser! Nada escapa!
Assumem-se as mentes nos seus pensamentos sensuais, resguardam-se as excrescências! As consciências se alinham perante santidades imaginárias de vaginas disfuncionais e de falos pecadores e ou sublimados!

Caríssimos, diz reverendo, não irmãos, claro, já estavam todos no sexo… Nada disso irmãos.

Puro, não tem nada a ver com sexo. Puro é quem pensa dos outros o que Deus pensaria! Impuro é o que pensa dos outros o que Deus nunca pensaria!

Reaconchegaram-se as mais idosas como se nada tivessem pensado, encolheram-se os canais reduzidos à sua condição fisiológica… bem bom proclamaram os mais novos. Louvado seja Deus. Já não era sem tempo: caminho livre, aleluia… Pois alevá…

09 novembro, 2008 21:19  
Anonymous Anónimo said...

Gostei dos comentários do Jorge Dias, embora com algumas reticências a algumas conclusões sobre a palavra.
E é engraçada a contradição daquele comentarista que dizia que todos somos um só. Então para que se reza a ladaínha de todos os santos? E porque é que há puros e impuros? E então não há pecadores?
Se é assim, Jeus foi crucificado para remir que pecados?
Fico, no entanto, mais sossegado ao ler este último comentário do Jorge: é que le fala dos puros, dos perfeitos, de todos os santos, dos fieis defuntos... sempre no plural!
Por conseguinte... todos somos muitos...
Para o Domingos Coelho um grande abraço, pois sinto-o um grande amigo e um homem de intenções excepcionais.
Mas, como diz o ditado, cada coisa no seu lugar...
VILA GALECIA

10 novembro, 2008 00:14  
Anonymous Anónimo said...

«Todos somos um só», do Pereira
O Kryon revisitado

No Fórum aqui da cidade de Viseu, entrei numa das suas livrarias para saber das últimas novidades publicadas. Passando os olhos pelos títulos do “top ten”, depois do último Lobo Antunes e do último Saramago, folheei um autor alemão, cujo nome não me era desconhecido de todo, mas nunca li qualquer das suas obras. Chama-se Eckhart Tolle e a obra exposta nos “dez mais vendidos” leva o título de UM NOVO MUNDO e, no sub título, Despertar para a Essência da Vida.
Estes temas despertam-me sempre a atenção, de modo que lá me fui sentar para ver em pormenor e, talvez, até comprar.
O autor, alemão, vem carregadinho de títulos académicos, o prólogo é prometedor e a introdução aliciante. Fala do milagre do desabrochar das flores, do pensamento/fé indú, budista e cristão, religiões extraordinárias, mas velhas e gastas. Que a vida é outra, o conhecimento outro, os horizontes outros.
E eu todo entusiasmado
«tenho de comprar este livro»
Até que, de repente, soa aos meus ouvidos uma campainha estridente, que me tirou do enlevo, quando leio uma coisa destas: O mal existe, e não é relativo, mas uma absoluta realidade. E o que será este «absoluto» malígno?
Imaginem tudo menos os mafarricos de antanho, dos nossos antepassados, porque este absoluto mal, modernaço no conceito e na coisa propriamente dita é, nada mais nada menos, que as formas individualizadas e materializadas. Ou seja, falando linguagem que melhor se entenda, o absoluto mal é aquilo a que chamamos matéria e ainda os sistemas filosóficos e teológicos, bem como todos os conhecimentos científicos.
(Estranho, não é? De repente ficamos com a sensação de que tudo o que é obra humana leva o selo do diabo…)

E logo a seguir o autor, E.Tolle, explica direitinho como as coisas se passam. Afirma ele que, quando nós perguntamos quem somos, não queremos saber que corpo temos, que emoções experimentamos, que conhecimentos possuímos. ISSO NÃO SOMOS NÓS.! Nós somos a VOZ QUE PERGUNTA. Isto quer dizer, continua E.Tolle, que NÒS somos ANTERIORES aos nossos pensamentos, aos nossos conhecimentos, aos nossos sentimentos. E por aí fora.
Onde é que já ouvi isto?
Li no gnosticismo, li no “nosso” Kryon, posto à reflexão no Blog AAAcarmelitas…
Eu, detalhadamente, no famoso Almoço Muito Especial, expliquei que este fenómeno é o milagre humano do despertar para a CONSCIENCIA DE SI. Disse, aí, que vivemos o “teatro da vida”, onde, simultaneamente, estamos no palco e na plateia, de onde podemos observar o nosso desempenho em palco. Somos ao mesmo tempo actores e espectadores da nossa própria vida. É o privilégio único dado ao ser humano (até mais ver) e que faz a nossa grandeza e também a nossa tragédia de “ver”que caminhamos “de olhos abertos” para a morte. Filosofia e tragédia grega que nos inquietam até aos nossos dias. De facto, até parece que somos anteriores a nós mesmos, que olhamos “de fora” para nós mesmos. Mas a nossa existência é bem mais complicada que o eco de uma voz que nos identificaria para além de tudo e até de nós mesmos…
.
Mas continuemos com E.Tolle.
Porque afirma ele que o nosso corpo, os nossos pensamentos, as nossas emoções são o absoluto mal? Porque impedem, esses malignos, que eu, a tal voz para além de tudo o que (não) sou (!), me liberte para ser um só com o UNO ou o TODO. Até inventou um nome para aquela excrescência de mim (os pensamentos- sentimentos- corpo): egóico. De ego. O nosso destino aqui na terra será, precisamente, libertar-nos deste conjunto egóico e mergulhar e elevar-nos e fundir-nos com o UNO, o TODO, absoluto espiritual e absoluto bem, por oposição ao absoluto material e absoluto mal –pensamentos-sentimentos-corpo.
Esta teoria filosófica/teológica é velha mas, ultimamente, parece estar em franco renascimento.
Perdoem-me, caros aa, se vos estou a maçar, de novo, com este assunto. Se não concordarem comigo, não há crise. E se insisto na refutação destas teses é porque elas baralham muita gente, porque são deveras aliciantes e até parece que têm muito mais lógica que as teses teológicas/filosóficas do judaico/cristianismo. Na minha opinião, porém, elas são incomparavelmente mais pobres que o “velho cristianismo”.

Para melhor podermos separar as águas, comecemos por pensar como E. Tolle e os indus, os budistas, os gnósticos. Imaginemos então que “tudo-o-que-existe”, o TODO/UNO, é uma infinita massa de plasticina. Dela emerge o Demiurgo (o Criador-Modelador) e desata a brincar, fazendo as bolinhas das estrelas e planetas, modela a propria terra e, aqui, entusiasma-se de tal maneira que faz uma miríade de pequenos e grandes bonecos, entre os quais sobressai o homem, que excede todos os outros em perfeição, atingindo a consciência de si mesmo. As coisas acabam por correr mal a este brincalhão Demiurgo, porque o homem começa a fazer traquinices e chega mesmo a convencer-se “que é alguém”, independente e livre daquela massa infinita de plasticina! Mas esta “cagança” do ser humano não passa de pura ilusão. E assim começa a guerra entre o Bem e o Mal, sendo que o Bem é a infinita massa de plasticina –una, indivisível e total- e o Mal, que não é mais que este boneco insurrecto, chamado homem, com o seu pensamento falacioso de que existe independentemente da infinita plasticina de que faz parte. Ou seja, e para que todos entendam melhor, até o ti Jaquim da Bernarda, começa a luta entre o Bem Supremo e a “Cagança” do homem!
Mas nem tudo está perdido!
Dentro daquele boneco traquinas, a par da consciência de si mesmo como um lindo e esperto boneco, inchado de pensamentos e emoções, ouve-se, claramente se ouve, o Voz do UNO, que está no principio de tudo, e apela à fusão perfeita, tranquila e definitiva com a massa infinita da plasticina…Acabe-se toda a multiplicidade, toda a individualidade, todas as formas modeladas pelo Demiurgo (que são simples aparências ou formas transitórias) e reste só a massa informe, solitária, infinita, eterna, omnipresente! Porque no principio era a plasticina. Quero dizer, no principio era o SER-UNO-INDIVISIVEL
(O nosso evangelista João, gnóstico quanto baste, e por isso teve enorme dificuldade em ser aceite entre os quatro evangélicos canónicos, diz à sua maneira: «No principio era o Verbo»)
Porém, o eco desta Voz interior, nem sempre foi suficiente para “chamar o homem à razão”. E assim o UNO fez emergir na História Humana «mensageiros», «iluminados», «pregadores da luz»…que reconduzissem todos à UNICIDADE PRIMORDIAL.
Reparem que utilizei o termo/conceito «unicidade» e não «unidade»…

Digam-me lá se isto não tem lógica e não é bonito! E até apetece dizer com o Pereira: «Todos somos um só»!
O Vila Galécia não diz o mesmo e eu também não. Gosto muito mais da “velha” teologia católica que nos diz que efectivamente SOMOS MUITOS.
Para a próxima contraponho, a tudo isto, o pensamento cristão de UM DEUS EM FESTA DE COMUNHÃO DE PESSOAS DIVINAS.

10 novembro, 2008 09:45  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, isto agora é que merecia mesmo um comentário. Gosto de ver estes aas assumidamente conduzindo-se. Desde que a frase cartiana "cogito ergo sum" me provocou e fez estes escrever umas páginas questionantes, fiquei mais opinante e com referências, apenas perguntantes. Há coisas lindíssimas aqui mais atrás.
Mas corria o risco de ser longo e de passar por querer vender teorias.

Vou ser parcimonioso.

Para o meu caro amigo Vila Galécia:
Eu disse o que eram os impuros e quem eram... mas não disse que ser impuro era ou é pecado! Também não disse nem digo que seja virtude. Digamos que o estado de impureza deve incomodar "filosoficamente".

A questão da remissão dos pecados vem pela morte ou veio pela vida de Jesus sendo nós que amando-nos nos redimimos!? Pois é! Ensinaram-nos a fazer perguntas e eu vou fazendo e, claro, procuro respostas...mas, entretanto, vou vivendo, isto é,... (já nem digo)...


O Mário esticou o elástico ao alemão... oh oh oh... se esticou! Mas gostei mesmo muito.
Depois da pureza veio mesmo a calhar... nem Freud faria melhor, nem de encomenda.

Já ouvi falar deste senhor Eckhart Tolle. Constato para que espaços ele me conduz logo à partida. Para a pedofilia da Igreja Americana, portuguesa, alemã... bom, bom e não só.

Podeis crer que me incomodam estas senhoras ou senhores assexuados, que face a qualquer baixar de guarda de crianças indefesas logo lhes estraçalham as vaginas, os buracos fecais ou lhes sugam os falos e não só, quais abutres e "abutras" confusos com a carne fresca, e assim os deixam marcados para frustrantes dias de relação humana sexuada, para o resto das suas vidas.
Fico curioso por este livro e vou meditá-lo.
Todavia, a mensagem que o comentarista me deixa fala por si! Transporta-me, como não podia deixar de ser, para as asceses orgâsmicas dos desterrados monaco-conventuais de outras idades históricas, única forma, afinal, de mostrarem serviço! E podem crer que foi só para alguns! Do mal, o menos...
Por acaso gostava de conhecer a infância deste dito cujo para melhor poder vislumbrar de onde emerge esse selo do diabo. Se dos amores incestuosos de sua mãe, se das violências ou desamores orgâsmicos de seu pai, de continências à chapada, de masturbações tuberculosas ou sabe-se lá se não terá sido acólito numa paróquia local e afinal mais uma silenciosa vítima de pedofilia sacerdotal em nome de Jesus e Maria Virgem e que hoje se vinga vitimizando outros pela escrita! Reprodução da cultura de vítima! Claro que isto queima... Venha a análise.

Selo do diabo! Passa fora... quando o desvio vem da infância, chega longe! Razão para o meu amigo J Lobo: para esta corja “a única coisa boa que os outros podem fazer é a penitência”. Eles não, eles são seres humanos, eles pensaram o nazismo, os campos de concentração, eles e só eles são seres superiores...

Caríssimos aas, bonita associação a nossa, e bonito espaço o deste blog, exortante ao amor…como o terreiros de Santa Marta, e de Maria a Madalena o são na alma do povo.

11 novembro, 2008 00:36  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos!
Mas que silêncios!
Já encomendei o livro à melhor livreira nacional!
Está quase chegando!

Mas não tenham medo da palavra! Não tenhais medo: a palavra sempre é criadora e libertária.

Eu sei que vós sabeis que eu sei que o problema não é da palavra! Claro que o problema é do buraco negro! Pois pois... mas eu nem disse nada... apenas lhe senti o magnetismo. Confesso mesmo que nem nem sei se o passarei, mas que está lá, está... e que há muito a fazer há e por muitos. Então o perdão o que é? E as desculpas não são pedíveis? Então levei bofetadas, murros e pontapés e finjo que não aconteceu nada! OK! Eu perdoo. Mas o meu perdão de nada vale se as desculpas não forem apresentadas.

Eu ouvi os que se queixavam!

Como diria a Bíblia pela boca de Moisés. Diz o Senhor: " Eu ouvi os teus queixumes do meu povo às mãos do Egípcio".

E, na Bíblia, os que estiveram com o Senhor, sempre foram vitoriosos no amor!

Só a desculpa e só a desculpa dá perdão ao prevaricador. Já é tempo de elas aparecerem para sossego dos que ofenderam a interioridade dos outros, a sua vida, a sua alma... e para desbloqueamento dos ofendidos! Que ninguém se faça ou finja de ignorante.

Tudo se apaga e nada se apaga.

Buracos negros do conhecimento há em todo o lado, mas nunca nenhum buraco é negro pelo tempo todo.

Pois alevá, mas voltarei...

15 novembro, 2008 01:44  
Anonymous Anónimo said...

Ainda sobre o UNO

Dizia o Jorge, comentando o meu juízo sobre «Um Mundo Novo» de E. Tolle, que eu esticara bem o alemão. É verdade, e talvez não tanto como devia. Mas o homem é mesmo duro de roer. Quem não estiver bem atento, até vai na cantiga.Vejam esta:
«Não é o nosso cérebro que cria a nossa consciência, mas a nossa consciência que cria o nosso cérebro». Estou a citar de cor, mas as palavras são textuais.
Quem leu o meu comentário anterior, compreenderá que aquilo a que ele chama «consciência» é o meu “ser” verdadeiro. O “resto”, aquele conjunto “égoico” constituído pelos meus pensamentos, emoções, carne e ossos, enfim, o transitório e corruptível “ego”, esse “resto”, diz ele, é pura ilusão e desgraceira.
Como se pode ver, na citação acima, o (nosso) «ser» é anterior ao (nosso) cérebro. Literalmente, antes de eu ser Mário, já era outra coisa que não sei o que era, porque não me lembro de lá estar. Mas ele diz que sim…
E eu digo que não.
Segundo E Tolle, os meus pais não “me” geraram, isto é, não me deram o tal “ser”, a consciência. Até parece verdade, porque, de facto, demorei um tempão até tomar consciência de mim próprio e a perceber que sei que não sei quem sou.
Mas ao contrário de E Tolle eu vejo que cada um de nós é SEMENTE DE VIDA, com TODAS AS POTENCIALIDADES de a comunicar por inteiro e até enriquecida (ou não) aos nossos filhos e estes aos nossos netos…Os meus filhos não são um artefacto de carne e ossos, capaz de pensar, emocionar-se, sonhar. Não são um aperfeiçoadíssimo “robô”saído de uma fábrica biónica, a que depois se junta o «SER-EU SOU». (Quando? donde viria? quem é? onde esteve?).
Os nossos filhos são a própria vida replicada, numa individualidade única e irrepetível e nunca diremos «eu sou o meu filho» ou «eu sou o meu pai». Somos únicos e intransmissiveis. Somos mais que «um só». Graças a Deus! Até me arrepio só de imaginar-me solitário neste mundão de Deus! Somos uma Humanidade Plural. Mas que aquela teoria do Budismo, gnosticismo, induismo e quejandos dava jeito, lá isso dava. Se as coisas fossem como E Tolle está dizer, quando afirma que “eu sou” anterior ao meu cérebro e é este «EU SOU» que cria o meu cérebro, na realidade o meu verdadeiro ser nem nasce nem morre e, logicamente, nunca poderá morrer.«EU SOU» imortal, eterno, uno, indivisível. Em fim, DEUS.
Não, não diz isso. Não chega a tanto. Diz «energia pura», que se engole melhor. E aqui é que está o engodo: Se a Deus nunca ninguém o viu, como diz o nosso Evangelista João, tão pouco alguém tem a mínima noção do que seja «energia pura»!
E há mais. Fica por explicar porque razão esse EU SOU criou um cárcere, miserável e corruptível, o tal conjunto egóico, e se meteu dentro dele! De passagem, é certo, mas para quê esta travessia rastejante? Mais difícil de explicar ainda: Porque razão o EU SOU criou o corpo que veio habitar como prisioneiro? Porque é que a sua “consciência” criou o seu “ cérebro”, sr E Tolle? E com que finalidade? Faltava-lhe alguma coisa? Então não é “perfeito ser”? Estava aborrecido por estar uma eternidade (!) sem fazer népia? Sem ter com quem conversar, com quem conviver…?
Mas a tese é sedutora e aliciante. Arrebatou muitos dos nossos antepassados e está a ressurgir. De uma penada, com esta ideia de que eu não sou esta carcaça visível e que entro e saio dela, são e salvo, para continuar a viver «ad aeternum», satisfaz a nossa fome e o nosso sonho de infinito e de imortalidade. Mas será assim? Como sabê-lo! O que é certo é que a ciência, hoje mais que nunca, não vai em folclores mais ou menos esotéricos. E porquê? Por mais espantoso que possa parecer, neste momento da história da humanidade em que, nos últimos 50 anos a ciência avançou mais que nos anteriores 50 mil, verificamos que estamos apenas no limiar do conhecimento daquilo a que vulgarmente chamamos de «matéria». Andamos a “partir pedra”, nos aceleradores de partículas, a ver se começamos, finalmente, a vislumbrar o que é isso da «matéria-energia» , na remota esperança de começar a conhecer o nosso destino. Ironia das ironias, para quem se esqueceu do que foi o «filósofo» da antiga Grécia: os homens da física à procura dos segredos da vida! Também os gregos começaram por aí. Mas a ciência de então pouco podia ajudá-los.
Este EU SOU das filosofias monistas, como o budismo, e a teses do sr E Tolle, não é uma individualidade. Nunca. Multidões de “EU SOU”, nunca! Este EU SOU é uma simples EMANAÇÃO do TODO, como a água dos mares que se evapora e de novo, em água, volta à origem, depois de um lindo passeio, em forma de nuvem, a apreciar as vistas…
Sendo esta a filosofia/teologia, como será a ética e a moral de um tal EU SOU? A praxis? Está-se mesmo a ver: escapar (porque é que se lá meteu?) o mais depressa e airosamente possível deste invólucro descartável e desprezível egóico. Deixe-se o gajo egóico passar fome, pô-lo a dormir em cima de pregos , tapá-lo com o primeiro trapo que tivermos à mão, não chatear o vizinho do lado que, afinal, é repetição de si próprio e deverá estar tão preocupado quanto ele a desancar o “animal”…E, sobretudo, lembremo-nos que «somos um só», a entrar e sair, ora do conjunto egóico do Zé Moreira, ora do Jorge, ora do Pereira, ora do Domingos Coelho. Muda a “forma” (egóica) mas não muda o “fundo” (EU SOU)! Literalmente: TODOS SOMOS UM SÓ!
Não alinho.

17 novembro, 2008 22:42  
Anonymous Anónimo said...

Correcção:

Por favor leiam:«logicamente "EU SOU" imortal, eterno, uno, indivisivel...»

18 novembro, 2008 10:03  
Anonymous Anónimo said...

Mas afinal quem somos nós?

Eu digo que nós, sabemos simplesmente o "meio",não sabemos o princípio e muito menos o fim.

Todo o saber, todo o nosso conhecimento,faz-nos sentir gloriosos por saber certas coisas, que se baseiam, apenas e simplesmente num ponto preestablecido ou indeterminado...in illo témpore ou ...in die illa ou ... in diébus illis... E assim por diante... Proponho uma pequeníssima viagem,sim!
A nossa linda terra - (onde alguns se julgam poderosos e semideuses por possuirem mais diplomas ou terem alguns trocados a mais) - Está dentro do sistema solar, o nosso sistema solar dentro da via láctea, quase no rabo dela, e que possui cerca de 230 biliões de estrelas... e o "SOL" é uma estrela de 5ª grandeza!...
Como sabemos, para medir distâncias cósmicas não usamos Quilómetros, usa-se ano-luz.(É a distância percorrida pela luz no vácuo em UM segundo) dizem que a luz percorre 299.792,458 quilómetros por segundo, arredondando para melhor fazer as contas de cabeça, dizemos 300.000 Quilómetros por segundo.
Num ano de 365,2425 dias do calendário "Gregoriano", para não confundir com o anterior calendário "Juliano", percorre,,9.460.536.207.068.016 Km.(não é nenhum NIB) Em outra fonte encontrei mais resumidamente o seguinte valôr: 9.460.800.000.000
e arredondando novamente para facilitar as contas diremos 9,460536 triliões ou melhor com novo arredondamento para facilitar: 10 triliões em um ano!
Se alguém tivesse uma lanterna,(Puramente suposição) e a ligasse apontando para a lua, a luz da lanterna demoraria 1,3 segundos para chegar lá. Se fosse apontada para o sol,demoraria uns 8 segundos/luz. Mas se pretendessemos passar por todo sistema solar seria de 11 horas/luz .Atravessar a via láctea... 100mil anos. Até Alpha Centauri, 4,3 anos/luz e Andrômeda, uma das galáxias mais próximas da via láctea, 2 milhões e 300 mil anos, isto é, 2,3 milhões de anos/luz. E ... se ainda se desejasse fazer uma viagem até aos confins do universo observável... cerca de 14 biliões de anos...
Existem centenas e biliões de galáxias como a via láctea... e o que haverá depois...

Quem somos nós para dizer isto ou aquilo com tanta certeza e como verdade?!...
D/C.
(fontes: site de astronomia e Wikipédia - Calendário Juliano)

22 novembro, 2008 15:51  
Anonymous Anónimo said...

Olá, D Coelho

É bom ter-te por companheiro de viagem. Perguntas «quem somos» e eu faço o mesmo. Dizes que conhecemos «simplesmente o meio», querendo tu dizer que a vida humana ainda vai a meio. Eu nem direi tanto. Fico-me pela percepção de que ela é ainda uma semente a germinar. É revelação na fase primordial e nós estamos conscientes do facto. Olhar a vida assim, de olhos bem abertos, é dádiva só comparável ao dom da própria vida. Bem podemos dizer, meu caro Coelho, que recebemos a vida e a CONSCIENCIA DELA. Um dom, sobre outro dom. De imediato, quem no-la dá, é o amor dos que estão mais próximos, os nossos pais. Mas depois segue-se a cadeia interminável de todos os que entram, de uma forma ou de outra, no circulo da nossa vida. Um "circulo" que se estende até às galáxias de que falas, abismado, tanto quanto eu próprio e quem alguma vez se lembrou de olhar um espaço sem horizonte.

Não fazia ideia de entrar por aqui, porque tenho outro assunto, ainda sobre a unicidade universal, para meter. Mas deixei-me tentar pela tua interpelação.

22 novembro, 2008 23:29  
Anonymous Anónimo said...

Onde digo «que a vida humana ainda vai a meio» queria escrever...que a história humana ainda vai a meio.

22 novembro, 2008 23:40  
Anonymous Anónimo said...

UNIDADE e UNICIDADE

*********
Quando cheguei a Portugal, regressando de Angola, em finais de 1978, discutia-se muito a questão da unicidade sindical e pluralismo sindical. Como sabemos, o processo evoluiu, naturalmente, para o pluralismo sindical, com o argumento, dos seus defensores, de que só o pluralismo era conforme à democracia. Perdeu, e a meu ver muito bem, a ideia da unicidade, que configurava, no plano laboral o que se propunha para o plano politico, o partido único, pai de todas as ditaduras. Os defensores da unicidade advogavam que o pluralismo sindical e o pluralismo partidário (não o dizem, mas está na sua lógica e na sua praxis) põem em causa a UNIDADE dos trabalhadores e dos cidadãos…Claramente, para estes ideólogos, unidade é sinónimo de unicidade. De certo modo, é verdade: Dois kg de arroz serão sempre dois kg de arroz, quer estejam acondicionados e individualizados em sacos de plástico, quer estejam, ao monte, dentro de uma gamela. Acontece que o ser humano não é exactamente uma gamela cheia de arroz, nem o nosso corpo é o “saco de plástico” que individualiza o que cada um de nós é. Se, aparentemente, eu sou um conglomerado gigantesco de átomos, que se combinaram para me dar esta forma que se vê e aqueles que me conhecem identificam, logo à primeira, como Mário Neiva, também não é menos verdade que eu sou a consciência desse conglomerado atómico, facto que me coloca num patamar bem diferente do “saco de plástico”cheio de arroz!
Ora, é a partir deste facto fundamental e único, que temos de pensar os conceitos de unicidade e unidade. Tanto faz ter arroz em recipientes individualizados como num recipiente comum. Será sempre o mesmo arroz, distribuído ou não, por dois ou um bilião de recipientes. Unicidade absoluta. É o UNO, o TODO, a tal bola gigantesca de plasticina.
A unidade que preconizo para o relacionamento entre seres humanos é a resultante da multiplicidade de pessoas e não de unidades aritméticas ou de peso atómico. É a resultante da união de pessoas-sujeitos-únicos-irrepetíveis-intransmissíveis, enquanto realidades autónomas, apesar da sua interdependência e (Oh paradoxo insondável e feliz!) exactamente por causa dessa “amorosa dependência”. Quem puder que resolva o paradoxo do amor humano: Só em comunhão, unidos, somos felizes, quer dizer, realizados, sem perder a “autonomia”. Assim como quem diz: O Paraíso, são os meus semelhantes! Em sentido contrário ao que Sartre dizia: «o inferno, são os outros».
Quanto a mim, aceito este paradoxo com a mesma naturalidade com que reconheço a minha ignorância acerca do destino do homem e seu universo. Ficam-me os sinais dados pelas maravilhas da polifonia, da sinfonia, da sintonia da ginástica ritmada, do espectáculo de um campo de mal-me-queres, de uma seara ondulante e de um céu estrelado. É o milagre da harmonia do múltiplo, tão arrebatadora quanto incompreensível, a ponto de o homem-filósofo ter tentado reduzi-la e resumi-la a um puro conceito- SER – na esperança de aquietar a sua fome de compreender o nosso mundo e saber o nosso destino. E a este gesto da razão chamou «metafísica». Terá que reconhecer, humildemente, que a harmonia do múltiplo não cabe num redutor e abstracto conceito de SER, que de tão englobante e universal nos deixa, em sabedoria, tal e qual.
É tempo de o homem-filósofo começar a pensar que o segredo da chave da vida está no reconhecimento da multiplicidade. Ou, se preferir, na «unidade de muitos”. Esta unidade no múltiplo realiza a vida em vez de a impedir; cria, em vez de a destruir; explica, em vez de complicar. Por isso é tão fácil entender o amor dos homens e nos parece tão absurdo o ódio destruidor. A harmonia, a beleza e o amor compensam bem o vazio cavado por um CONHECIMENTO PARCIAL de um mundo que tão lentamente se vai revelando à nossa consciência e dentro dela!

Peguei naquele exemplo da «unicidade sindical», retirado da nossa história recente, para ilustrar o que tenho vindo a defender sobre nós sermos «um só» ou sermos «muitos».
Pareceu-me que os conceitos de unicidade e pluralidade estão em jogo na obra do alemão E Tolle, que critiquei. Aliás, ele fala expressamente em «unicidade» e por isso eu comparei o seu SER a uma gigantesca bola de plasticina, fria e solitária. O homem seria, no máximo, parte indiferenciada do TODO. No fundo, igual a um kg de arroz e tão impessoal quanto um kg de arroz, isto depois de sabermos, pela física, que o arroz também é”pura energia”.

Prefiro sonhar que sou mais qualquer coisa! E bem queria saber, exactamente, o quê.

23 novembro, 2008 08:49  
Anonymous Anónimo said...

" Todos somos um só "

Eu alinho!

Como é desprezível e abominável o acto de algumas pessoas se acharem mais importantes do que outras. Um médico é um semideus simplesmente por poder curar pessoas. Um professor é maior por preparar pessoas para o futuro. Alguém rico acha que todos o devem respeitar mais... e assim por diante e cada um quer ser mais importante na escala social.Mas,se não houvessem doentes para quê médicos? Se não existissem analfabetos para quê professores?E se não houvesse pobres, os ricos não teriam "status"...
E a coisa não é bem assim! É cada um em seu devido lugar devolvendo à vida a parcela que dela recebeu construindo e enlevando a vida. SOMOS TODOS UM elo para que a vida se aprimore e melhore, apenas isto!
Vamos a um exemplo para clarificar tudo isto:
O Cérebro um dia lembrou-se dizer ao resto do corpo de que era ele órgão mais importante porque a todos comandava. Sem ele nada seria feito.
O ouvido retrucou:
Sem mim, sem o som que te envio,senhor cérebro,não saberias o que estaria a acontecer. Não identificaria as coisas pelo barulho.
Os olhos não dispensaram entrar na disputa dizendo:
Eu sou mais importante. Eu vejo as coisas e mando imagem correcta para V.Exª meu caro cérebro. Eu vejo a vida!
O nariz entrou na jogada dizendo que pelo cheiro colaborava e em muito para que as coisas fossem identificadas.A boca apelou também,dizendo que pelo paladar mostrava o que deveria ser bom para comer ou não.
O Coração deu um berro:
eu sou o mais importante e sem mim não há vida! Vós todos devem-me muito respeito! Eu bombeio o sangue para todos os lugares.
O estômago entrou também na contenda:
Eu tiro dos alimentos as vitaminas e proteínas para que todos vocês vivam. Eu sou mais importante!
O fígado, o baço, os rins e os demais órgãos também reclamaram para si ser o mais importante e de que sem eles tudo se complicaria. Então, o anus, vendo que ninguém se lembrava dele, gritou:
Eu sou o mais importante dos órgãos! eu mando para fora o que não é necessário a todos vós. Sem mim todos morreriam!
Uma tremenda gargalhada de todos os órgãos! E todos foram unanimes em zombarem do pobre anus dizendo coisas horríveis sobre ele.
O anus, então, magoado pelo desprezo e sentindo-se humilhado fechou-se!
Daí a algum tempo todos os orgãos do corpo começaram a reclamar que estavam sobrecarregados e que alguma coisa não estava a funcionar, havia excesso de resíduos inúteis em todas as partes do corpo e todos os órgãos estavam a ficar empanturrados e sem meios de eliminar os excessos...o coração disparou. o cérebro sentiu uma enorme dor de cabeça e as coisas íam de mal a pior! O corpo estava inchado!
Não suportando mais aquela agonia. os órgãos do corpo entenderam que realmente um inofensivo orifício fazia algo muito importante, deixava todos limpos das impurezas!
E então, pediram desculpas e cada um entendeu que todos deveriam trabalhar conjuntamente para bom funcionamento do corpo e de que ninguém era mais importante!

Moral da história...um simples elo quebrado pode colocar tudo a perder.
Todos nós somos importantes nas nossas funções e não devemos achar-nos semideusess simplesmente por estar numa posição superior(ponto de vista)! Para vivermos felizes, todos à nossa volta também devem estar felizes e fazerem a sua parte!
Um homem de fé diria." TODOS SOMOS UM SÓ"
D/C

23 novembro, 2008 20:46  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Coelho

Uma coisa é dizer que a «união faz a força», como no exemplo que deste e outra coisa é dizer que não há o Mario, o Domingos, O Jorge, O Zé Moreira, o Pereira...como seres humanos únicos e irrepetiveis.
É na unicidade tola do sr E. Toole que EU NÃO ALINHO.
Tens todo o direito de alinhar, desde que não me identifiques com a tua pessoa, porque serei sempre «outro» em relação a ti, apesar de o sr Tolle dizer o contrário.
Os adeptos da reincarnação também vão por aí.
Para eles, tu e eu, somos pura ilusão de "ser" e só poderemos dizer EU SOU, se estivermos a pensar que não somos o Mário nem o Domingos, mas aquela imensidão indivisivel do TODO.
Para estes pensadores não existe o êxtase de uma sinfonia universal e a harmonia gerada por muitos. Há sim um infinito e solitário berro: EU SOU.

23 novembro, 2008 22:07  
Anonymous Anónimo said...

«À Nossa Imagem,
Como Nossa Semelhança»
(Génesis, l,26)

O que há de mais extraordinário na condição humana é poder conjugar as três pessoas do verbo SER.
EU SOU
Consciência de mim próprio, dos meus actos, dos meus afectos, do meu pensamento, enfim, da minha existência!
TU ÉS
A presença que descubro e me acompanha, me olha, olhos nos olhos, e me interpela e a quem respondo e a quem pergunto!
ELE É
O filho, onde tu e eu nos reencontramos!
NÓS SOMOS
A plenitude da consciência do SER, quando os três, em uníssono, testemunhamos o milagre que somos!

Na simplicidade do acto de conjugar o verbo SER, fomos ao encontro do coração da nossa Humanidade e descobrimo-la e afirmámo-la plural.


Muito se tem especulado sobre se estaremos ou não sozinhos nesta imensidão de espaço e galáxias de que falava o Coelho. É a consciência de «nós somos» a pensar uma pluralidade mais vasta, para poder conjugar mais e mais o verbo SER, num gesto quase louco de querer esgotar as potencialidades de SER.
Parece que nos assusta a ideia de estarmos sozinhos no UNIVERSO, apesar de sermos tantos sobre a terra! Nem sabemos, ao certo, se o que desejamos é «ser (outros) mais» ou se desejamos «mais ser». A física e a metafísica se confundem!

Os antropólogos/arqueólogos e os estudiosos do fenómeno religioso constataram que, desde sempre, o homem se perguntou sobre o que haveria antes dele e para além dele. Os cultos, as teologias e as filosofias são a expressão dessa interpelação. A cultura humana desenvolveu-se a interrogar os “Céus e a Terra”e, numa fase mais avançada, levou o homem a interrogar-se a si próprio.
Quem pergunta, espera uma resposta. Bem poderíamos dizer: NO PRINCÍPIO ERA O DIÁLOGO, entendendo o prólogo de São João «no princípio era o VERBO», como significando a PALAVRA pronunciada e dirigida a ALGUÉM. Porque ninguém fala sozinho, atirando palavras ao vento.

O Deus bíblico não só cria a humanidade como também se preocupa com o seu destino, intervindo, constantemente, na história humana, seja para premiar boas acções, seja para castigar as faltas.
Mas quem escreve sobre um tal Deus é um povo concreto que acaba por sentir-se especialmente amado, assumir-se como o «povo eleito» de Deus, chegando mesmo a firmar uma aliança para sempre. Os laços vão-se estreitando e depressa o carinho de Deus pelo “seu povo eleito” acaba por evoluir até ao ponto de ser comparado ao desvelo de um”Pai”para com um «Filho»: «Quando Israel era um menino, eu o amei e do Egipto chamei o meu filho». (Oseias, 11,1)
Com o aparecimento do cristianismo dá-se uma nova evolução no relacionamento de Deus com os homens. De certo modo, é um verdadeiro «regresso às origens».
No Génesis, Deus cria a Humanidade, que acabou "quase" reduzida a «Israel». Daquele universalismo da criação original, parece restar só Israel, como filho dilecto.
Onde ficou a Humanidade original, filha de Adão e Eva?
O cristianismo vai corrigir o “desvio histórico», e introduzir uma «novidade» e «boa» (evangelho)na relação do Homem com Deus.

Chegados à «plenitude do tempo enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher…a fim de que recebêssemos a adopção filial» (gál. 4, 4)
O que é que São Paulo quer dizer com este anúncio inacreditável?
São Paulo está a anunciar um NOVO GÉNESIS! Só que, agora, Deus é apresentado, definitivamente, como Pai e como Pai da Humanidade. O «homem novo», de que fala a «nova aliança» do cristianismo, já não é uma qualquer criatura de Deus, mas filho de Deus. Nem Deus é o DIVINO ARTESÃO, nem o homem é um ARTEFACTO. O que se afirma é que nós somos «GERADOS, NÃO CRIADOS». E, como filhos “legítimos”, somos os herdeiros, não de um pequeno ou grande país, mas do REINO DE DEUS!
O milagre deste Novo Génesis acontece através daquilo a que o cristianismo chama o «Mistério da Encarnação». E este Mistério tem um rosto, Jesus Cristo, e um extraordinário divulgador, Paulo de Tarso.
De uma forma real, Deus assume a nossa Humanidade e os Homens assumem a sua Divindade: Em «Jesus Cristo Nosso Senhor», diz S. Paulo. É como se fosse a concretização do desiderato divino desde o princípio: «Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança».
Não foi pacífico o anúncio deste segundo Génesis. Na realidade, os judeus esperavam, como legítimos herdeiros das promessas de Deus a Abraão, receber do “Pai” uma grande nação, com um lindo templo e muitas lindas casas e terras férteis, onde correria o leite e o mel! Agora, o evangelho de Paulo de Tarso vem dizer que a herança não é nada disso, é muito maior e, novidade explosiva, o nosso direito à herança do REINO DE DEUS não resulta da força de uma Lei (de Moisés) mas da nossa adopção, por Deus-Pai, em Jesus Cristo! Nele nós fomos gerados, não criados: Reparem na significativa transposição do salmo 2, 7

«Vou proclamar o decreto de Iahweh: ele me disse: «Tu és meu filho, eu hoje te gerei»

para a pessoa de Jesus Cristo (Lucas 3,22)

e deste, para todo o Homem.

Tudo o que estaria reservado por Deus ao “seu filho Israel” (povo eleito, povo hebreu) é agora visto, simplesmente, como prefiguração da verdadeira «Promessa» divina para toda a humanidade, revelada e concretizada em Jesus Cristo, «verdadeiro Deus, verdadeiro homem», fazendo, deste modo, uma Humanidade em comunhão com a Divindade. Literalmente, Jesus Cristo faz dos homens, «deuses»! «Eu e o Pai somos um» (S.João 10, 30). E a Humanidade é «una com Cristo», como incansavelmente prega São Paulo.

Era tão difícil fazer passar esta «novidade» entre os judeus, que foram sobretudo os gentios que a ele aderiram. Tiago, o “irmão do Senhor” (segundo Paulo) e chefe da comunidade cristã de Jerusalém, cuidou dos cristãos judeus e terá permanecido fiel à “herança terrena”dos “Filhos da Lei”, enquanto que o voluntarioso e inspiradíssimo Paulo de Tarso projectou para a história o «Segundo Génesis». Não esteve com meias medidas e considerou Jesus Cristo o «novo Adão»: «Assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida» (I Corintios15,22). Nem “Povo Eleito”, nem Lei Mosaica (Tora). O Evangelho de Paulo é a filiação divina de toda a humanidade, “em Jesus Cristo Nosso Senhor”.

Por tal pregação ia sendo linchado em plena Jerusalém (Actos dos Apóstolos 21,27) Ficou mais seguro, de cristãos e judeus, preso em Roma, até à morte.

(continua)

05 dezembro, 2008 11:53  
Anonymous Anónimo said...

À Nossa Imagem, como Nossa Semelhança

II

A condenação, pelo judaísmo e pelos cristãos-judeus, desta teologia paulista só pode ser compreendida em toda a sua profundidade se levarmos em conta o carácter insólito da filosofia/teologia subjacente à pregação de São Paulo.
Ele era fariseu de formação, portanto fervoroso adepto da crença na vida para além da morte (a ressurreição) e sofreu fortes influências do gnosticismo, por esse tempo em plena expansão. Ora, quem aceita a vida para além da morte, não tarda nada está a acreditar que algo há em nós que nunca morre e que, se subsiste à morte do corpo, é porque será independente do corpo e será, também, pré-existente.(E lá estaremos nós a dizer com E Tolle, que «a consciência cria o meu cérebro»).
Acontece que, para os judeus tradicionalistas, os saduceus, por exemplo, a imortalidade é um atributo divino e não humano. Segundo o livro do Génesis, Adão e Eva depois de comerem do fruto da árvore da «ciência do bem e do mal», foram expulsos do paraíso antes de cair na tentação de comer também do fruto da arvore da vida, facto que lhes daria o dom divino da imortalidade: «Se o homem já é como um de nós, versado no bem e no mal, que ele agora não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma e viva para sempre. E Iahweh Deus expulsou-o do jardim de Éden» (Gen. 3, 22-23)
Por causa daquela doutrina “blasfema” sobre a imortalidade do homem, os judeus quiseram apedrejar Jesus, segundo conta o “gnóstico”São João. Vale a pena recordar a passagem: «És, porventura, maior que nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem pretendes ser? …Não tens, ainda, cinquenta anos e viste Abraão! Jesus disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU» (João 8, 53-57).
Assim mesmo, como diz E Tolle, EU SOU, com letra grande e tudo.
São Paulo amaciou quanto pôde o seu gnosticismo e para o acomodar à cultura judaica, de distanciamento “respeitoso” Criador/Criatura, pensou em Jesus Cristo como um «Filho Único», herdeiro directo e mediador dessa «graça» de vida eterna e que chegava a todos nós por Ele e com Ele.
Como sabemos, o desenvolvimento do cristianismo não foi tão comedido quanto São Paulo e acabou mesmo por fazer de Jesus Cristo, um Deus-Homem, seguindo o pendor claramente gnóstico do evangelista São João.

(continua)

06 dezembro, 2008 12:27  
Anonymous Anónimo said...

III

Recapitulando…

Digam lá, então, quantas são as Pessoas da Santíssima Trindade?
São três! O Pai, o Filho e o Espírito Santo!
O Pai é Deus?
Sim, o Pai é Deus
O Filho é Deus?
Sim, o Filho é Deus
O Espírito Santo é Deus?
Sim, o Espírito Santo é Deus
Então são três Deuses?
Não senhor! São três Pessoas iguais e distintas e um só Deus verdadeiro.

Quem não se lembra de ter aprendido isto na catequese?
Pois bem, quando muitos estudos e muitos anos depois, nas aulas de teologia dogmática, o Frei Bento Domingues da ordem dos Dominicanos, me falou do mesmo tema, nada mais acrescentou, em sabedoria, ao que me ensinara o sr Abade de Balugães, na catequese infantil e que, acima, fielmente, reproduzi de memória.

Este mistério e dogma da Igreja Católica é, para mim, estudante permanente de teologia, de uma riqueza extraordinária. Vou tentar explicar porquê.
Há dias, folheei o livro intitulado «Cristo Filósofo” de Frederic Lenoir e anotei a afirmação de que não foi por acaso que a democracia actual se desenvolveu no contexto da civilização cristã. Como ainda não comprei o livro, desconheço os argumentos aduzidos, pelo autor, para tal conclusão.
Mas eu concordo com ele e digo da minha justiça.
A razão fundamental residirá na crença cristã em Deus, como uma Comunidade de Pessoas, tal qual se professa no dogma da Trindade. Vejamos como se terá chegado lá.
********
O «Filho Único de Deus», que emerge do gnosticismo de São João e de São Paulo, é “temperado” na cultura judaica de tal forma que, mesmo em São João, se preserva a «alteridade» do Filho em relação ao Pai. «Eu e o Pai somos um», põe São João na boca de Jesus. Mas não acontece, a fusão de pessoas, resultando em «unicidade». Claramente se afirma «Eu e o Pai SOMOS». Em São Paulo esta «alteridade´» é muito mais vincada e terá estado na origem da teologia cristã acerca do dogma da Santíssima Trindade, onde se afirmam pessoas «iguais e distintas» de uma única Divindade.
Se não reduzirmos, de forma infantil, a Trindade Divina do cristianismo, a simples aritmética de 1+1+1, proclama-se, com o dogma da Trindade, um Deus Plural, que poderá ser, então sim, definido como Comunidade de Pessoas, como AMOR, por natureza plural e intersubjectivo.
Conseguindo uma harmonização feliz entre judaísmo e gnosticismo, o cristianismo (particularmente a teologia católica) aguentou sempre a tensão latente entre a identidade do Pai (Deus) e a identidade do Filho (Humanidade), como nós resistimos, sem grande esforço, à identificação até a absorção pessoal e total entre um pai e um filho. Apesar de sermos pai e filho, afirmamos sempre que somos duas pessoas iguais e distintas, partilhando a mesma humanidade. Assim sendo, e aceitando que Deus nos gerou (tal qual Jesus Cristo), isso não será motivo suficiente para nos «igualarmos» a Ele, assim como um filho nunca é coincidente com o pai.
Mas fica claro que a natureza dos laços que unem este Deus-Pai a este Homem-Filho, serão bem mais estreitos.
Este Novo Génesis dá para sonhar!
Duas notas finais:
1 – Em jeito de resumo podemos dizer que o que fica da teologia judaica é, fundamentalmente, uma Divindade em diálogo com uma Humanidade, distinta da própria Divindade. E o cristianismo, sem pôr em causa todo o património cultural religioso herdado do judaísmo, introduz no seio da Divindade a figura pré-existente e intemporal de Jesus Cristo, que encarna e desencarna (nascimento-morte-ressurreição), retornando ao «seio do Pai», bem à maneira da filosofia/teologia gnóstica, de matriz oriental budista e bem caldeada na filosofia platónica.
2 - Eu penso que todo e qualquer discurso que se possa fazer acerca de Deus não é mais que um discurso do homem acerca de si mesmo e do seu universo. Só Deus poderia discorrer sobre Si Próprio. Por isso eu considero, no mínimo, ousado alguém dizer que possui a PALAVRA DE DEUS. Porque isso significaria conhecer a VERDADE TOTAL acerca de nós mesmos e do nosso universo. Significaria, também, possuir a SABEDORIA, que já os antigos filósofos gregos consideravam, com lucidez, ser “exclusiva dos Deuses”.
Por outro lado, se nos considerarmos verdadeiramente filhos Deus, o que formos descobrindo sobre nós e sobre o nosso universo será uma verdadeira descoberta de Deus, que assim se vai revelando na História Humana. Ora isto também quererá dizer que a REVELAÇÂO não está feita, mas que se vai processando na História. Daí a nossa presente ignorância! Apetece retomar a metáfora da humanidade como uma semente de vida que germinou e cresce, e se revela à medida do desenrolar da História. E, por conseguinte, a verdade sobre nós estará mais no futuro que no passado. Mas, de certeza, nos três tempos, de forma parcelar: No passado, no presente e num futuro que apenas se vislumbra. Um futuro que é o nosso sonho e o nosso desafio.

Afinal, nada de novo em relação ao que aprendemos na catequese: no “céu”do futuro, veremos Deus face a face.

Se, acerca da nossa existência, não dá para entender tudo mas só um pouco ou quase nada, pelo menos vai dando para ter esperança. Porque a História continua.
Eu, pessoalmente, tenho sempre presente que Deus, enquanto Deus, «não fala» e os homens falam por Ele e fazem Deus, como sua imagem e semelhança! E por isso há Deuses tão mauzinhos ou tão mal feitos. E para todos os gostos.
Também penso que os cristãos tiveram o «bom gosto» de sonhar com uma Comunidade de Pessoas Divinas e puseram como objectivo, alicerçado na fé e na esperança, a construção de uma Comunidade Humana baseada no amor.
Com tal fé, em tal Divindade, teriam que desembocar na democracia.
Nunca ouvi dizer que a democracia fosse uma «revelação divina», mas, pensando bem, é isso que se professa no dogma da Santíssima Trindade!
E verdadeiramente se poderá rezar: SOMOS MUITOS, TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS e «ASSIM NA TERRA COMO NOS CÉUS».

OBS: As citações bíblicas são da «Bíblia de Jerusalém», do original «La Sainte Bible», publicada em 1973, pela Ecole Biblique de Jerusalém

09 dezembro, 2008 18:14  
Anonymous Anónimo said...

Ai Mário, Mário,

Teria que não fazer mais nada para te desafiar e no palco da palavra e da agapé nos fundirmos. Não sei por onde vou, mas sei que vou... e não me importo.

Tanta coisa bonita. Que gente crescida que me pareceis vós todos, e cheios de espiritualidade... bonito, e logo neste século de manifestação da humana espiritualidade.


Vou voltar ao nosso amigo alemão. Por agora, vou ler.
Voltarei para tentar ler tão profundos escritos e que me dão infinita alegria íntima, por norma, por fazerem parte de mim e da minha vida.

09 dezembro, 2008 23:28  
Anonymous Anónimo said...

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13 junho, 2013 17:16  

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