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31 de maio de 2008

COMENTÁRIOS A "UM ALMOÇO MUITO ESPECIAL - DE 200 A 242

Pediram uma edição dos comentários a partir do 200, pois não se viam o restantes?
Acusaram-me de fazer censura interna sobre os comentários publicados?
Pois, aqui vai o conjunto dos comentários, desde o 200 ao 242, que era o último publicado à hora desta "aposição".
Bem, a todos uma boa leitura.... :) ;) :) ;) :)
Mário Neiva disse...
O anónimo anterior foi curto no seu comentário (aqui chamar-lhe-ia "postagem") mas abriu-me o apetite para falar do gnosticismo. Mas não vai ser hoje, que tenho um Jorge muito dialogante, mais do que nunca, neste Almoço, à minha espera, erguendo o copo, em modos de comemoração, na festa, possivel, que vamos fazendo. (Pronto! Esgotei as vírgulas. Não ficou uma para o Saramago).«Por mim diria mesmo que a vida realiza-se também apesar de sabermos...» Porque será que quando o Jorge deixa a reza e, em vez disso, se põe a pensar, normalmente a gente se aproxima? Tenho para mim que o pensamento é sempre um motivo de encontro quando se está de boa fé. Sei que também há o pensamento totalitário, que é a pregação dos espertalhões e sabichões, os filósofos e teólogos inquetionáveis, com filosofias e teologias inquestionáveis, que já nasceram iluminados e se propuseram esclarecer estes ignorantes, de candeias às avessas.Meu caro confrade Jorge, porque te haveria eu de colocar ao nível daquelas eminências, se,muito lá no início deste Almoço, foste o primeiro a meter o Velhinho no Blog? Sei que nada sei! Lembras-te? Afinal foste tu que trouxeste os "caquéticos" gregos para o Almoço. Eu adorei a sua presença e disse-lhes que estou rendido ao seu filosofar. Passaram as suas filosofias-possiveis, é certo, mas ficou a auto-estrada que rasgaram na história do pensamento.Eu penso que, quem repetir, com sinceridade, aquela máxima socrática, nunca poderá ser dos tais sabichões-espertalhões. Que esses sabem-na toda! Acontece que, às vezes, no calor da conversa ou por efeito dos copos bem bebidos, saltam perdigôtos e antecipa-se em fogo de artifício a festa da Sabedoria que só no Olímpico manjar dos deuses se disfruta.
Sexta-feira, Maio 09, 2008
Anónimo disse...
Amém!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sexta-feira, Maio 09, 2008
Anónimo disse...
É a primeira ou a segunda leitura?...................
Sexta-feira, Maio 09, 2008
Mario Neiva disse...
Meu caro anónimo do Amem exclamativo até ao céu (já agora diga amen que é mais próximo do original),Ponha aí no blog a prece inteira para eu saber se acabou de rezar o pai-nosso ou a santa maria. Ao anónimo das leituras sugeria que comprasse uma bússula, pois parece um pouco desnorteado, sem saber a quantas anda. E se concluir que não sabe para onde se virar, vire-se pra Deus, como dizia a minha avó.
Sexta-feira, Maio 09, 2008
j dias disse...
A folia do divino esteve em minha casaFui apanhado. Até às 02H30 de hoje aguardei a chegada da folia do Espírito Santo, quais virgens à espera do esposo! Depois fui-me a dormir… chegou a folia logo de seguida. Dormia que nem um rebo, uma pedra. Se a casa caísse não teria dado conta. De manhã desconfiei do cenário. Havia algumas coisas, na entrada, do lado de fora, que estavam fora do seu lugar. Eram amigos, voltaram… ás 22H00. Que grande folia! Todos com suas lindas opas vermelhas próprias da folia.Era composta pelo mordomo com a bandeira do Espírito Santo. Dois cantadores de improviso. Cantar de improviso e em quadras, é uma arte de canto ao desafio, profundamente enraizada nos Açores e que tem no canto em honra do divino, e aqui o divino é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, uma tradição secular e popular. A folia integra ainda, mais oito cantadores, chamados de “a rabeira”. A rabeira tem a seu cargo a repetição do que os cantadores de improviso vão lançando de duas em duas quadras. Acrescem à folia alguns instrumentos: violino (rabeca), violão, cavaquinho, guitarra portuguesa e viola da terra. A folia, nesta função da irmandade, acompanha a distribuição de pão, vinho , carne e massa sovada (um produto muito gostoso da alimentação açoriana).Para esta função, acrescem à folia mais quatro pessoas. Integram-na ainda, neste caso, o possível mordomo do ano que vem e uma mão cheia de crianças e jovens que não perdem pitada e assim interiorizam uma tradição onde segundo dizem os mordomos, o divino sempre dá a dobrar a quem dá. Este ano com umas trinta pessoas. Dizia-me uma vez um mordomo: “ o senhor Jorge ainda não percebeu? Perceber o quê amigo? Claro que não percebi. Oh Senhor Jorge, e dizia com lágrimas nos olhos, o divino dá sempre a dobrar! Sempre a dobrar… Por isso é que temos obrigação de ser mordomos.Que fizeram eles em minha casa hoje?Primeiro tenho que explicar uma coisa: a inscrição na irmandade ocorre ano a ano. Duas modalidades: normal e de criador. O criador adianta 130 euros. É considerado criador de animais, parte da estrutura e que faz acontecer a partilha. Ou seja, a estrutura da irmandade. É com base neste dinheiro que são comprados e criados os animais que pela festa são abatidos e distribuídos juntamente com os acompanhamentos de pão, vinho e massa sovada.Chegaram à porta e deram-me, cantando, uma enorme coça por estar a dormir, não os ter ouvido e não lhes ter aberto a porta na madrugada e cantando à porta da entrada, ainda disseram ao que vinham e em nome de quem vinham. Pediram licença para entrar. Dentro de casa, cantaram o nosso amor ao divino, fizeram festa connosco, e entretanto, os encarregados de cada secção, foram deixando coisas em casa: 30 Kgrs de carne, 15 litros de vinho de cheiro, dois grandes bolos de massa sovada e pão de trigo. No final exortaram-nos ao amor aos irmãos e à partilha, para aparecermos no lugar do Império, amanhã e Domingo e que voltemos a ser irmãos para o ano. Enquanto tomavam um refresco notei o carinho que me dispensavam ao tratarem afectuosamente pelo nome bem como à minha companheira e que não faltássemos à ceia oferecida pelo império amanhã.Acredito que à distância de quase 2000 km não podeis nem supor o que são as festas do Espírito Santo em São Miguel e nos Açores. São o povo e o divino (Espírito Santo) em festa por todo lado. Neste momento, por todo o lado há manifestações dos 150.000 habitantes. Agora mesmo esteve em minha casa a folia. Mas aqui ao lado o fogo de artifício e a festa foi da mudança da coroa do Espírito Santo. Estais longe, amigos. Acreditai em mim, é indizível. As festas do Espírito Santo mais que descrevê-las gostamos de as viver. Desculpai a pequenez da partilha, mas foi de boa vontade.Queridos aas, simpáticos leitores e anónimos ocasionais,Nos Açores é assim e eu, não sendo, já sou açoriano.Na partilha, dou apoio e entusiasmo, ofereço literatura aos cantadores, digo-lhes o que acho melhor, abraço-os a todos, sempre uma prenda para as crianças, e aprendo… e que sabedoria de leitura das emoções e da fé nos seus cantares em rima e de improviso.Sinto-me agradecido pela formação carmelitana que me permitiu mergulhar na alma deste povo bom e santo, e que assim se faz feliz, e agradecido à aaacarmelitas por, ao pensar o seu espaço nos dias de hoje, o fazer com a alma açoriana. E que devoção havia por aqui à Nossa mãe do Carmo…Foi meditação.
Sábado, Maio 10, 2008
j dias disse...
CaríssimosPara hoje estou quase no meu limite de tempo, mas face à litigância, cá vai mais uma dedada. Por acaso achei de uma felicidade sem fim a atenção que alguns anónimos por aí vão dando a este blog. Algumas das grandes confusões da história foram de erros de interpretação de sinais. Para os mais reactivos convido-vos a ler o texto de crítica, o ducentésimo, substituindo a palavra "verbo" pelo seu sinónimo "palavra". Voltem a ler o texto e depois comentem. Ele aqui vai cheio de força e violência: "No princípio era a palavra, e a palavra estava junto de Deus e a palavra era Deus. Ela estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada foi feito. Nela havia vida e a vida era a luz dos homens". Ao sabor de uns: amen. Ao sabor de outros: amem.Parabéns ao anónimo pela oportunidade de salientar a palavra num espaço de palavras que fazem vidas felizes.Bom agora vou levar uma de herético, mas não podia deixar de fazer este registo. Nela (a palavra) havia vida e a vida era a luz dos homens! Que apareça.E agora, meu caro Mário! Mas eu rezo!? Que bonito... Por acaso sempre tive muitas dúvidas disso, Mas se me for dado cantar ou rezar o pai-nosso ainda me comovo. Às vezes até às lágrimas e comovido me calo e só ouço. Mas que queres que faça! Que minta? Se isso é rezar, pois alevá, fico contente, não obstante isso impedir o diálogo contigo por causa das minhas rezas. Mas se não for isso! Bota aí direitinho o que é! Vamos voltar ao fanático e às outras coisinhas!Gregos caquécticos! Nem pensar... simplesmente, gregos e filósofos como tu e eu, nada mais. Trouxe-os à liça, "só sei que nada sei", eu sei e vejo que tu sabes. Por acaso cheguei a duvidar que soubesses face ao que me pareceu ser uma apropriação.Achas que eles rasgaram auto-estradas de pensamento? E tu e eu o que fazemos? Brincamos às palavras... e os gregos brincavam a quê? Amigos saltem em frente! Tanto ou mais filósofos que eles, e sem imodéstia de espécie alguma. Se eles vissem o nosso mundo, tanta coisa que teríamos que lhes ensinar. Nós, hoje, é que seríamos os filósofos eles os aprendizes. Afinal não fomos seus alunos? Os desactualizados são eles.Mas fico a pensar se a vida, em seu caminhar, não será um conjunto de actos significativos do seu próprio sentido, do valer por si mesma e, por isso, espaço de harmonização pessoal, social e cósmica e, por isso, por si mesma, acto de aperfeiçoamento e integração. Mas afinal a oração não é estarmos disponíveis para aperfeiçoar, integrar, crescer integrando e melhorando a ordem cósmica e social?Se estas são as minhas rezas, saúdo-te pela clarividência e agradeço-te o elogio. Gosto de me sentir confirmado e nem precisei de falar de fé. Apanhei-te distraído…Bom Espírito Santo
Sábado, Maio 10, 2008
Anónimo disse...
E, se não souber para onde se virar vire-se para Deus, dizia a tua avó amigo meu e reconfirmo eu, que, se não fizer bem, não faz mal nenhum.Nos Açores, quando a folia do Espírito Santo canta, o silêncio é absoluto, o ouvido está no máximo e todo o nosso ser se transcende. Acontece originalidade no improviso. E assim se despediram:E agora vais beijarEsta bandeira sagrada!P’ra graça dela ficar Aqui nesta morada!
Sábado, Maio 10, 2008
j dias disse...
Perdão, foi lapso. Peço desculpa.
Sábado, Maio 10, 2008
Mário Neiva disse...
Quando passo uma temporada em Balugães, raramente não acontece participar em dois, três ou mais funerais. Ontem foi mais um. Tudo gente da casa acima dos sessenta, setenta, tudo gente da minha geração ou das imediatas anteriores. Todos conhecidos, familiares ou amigos. Somos constantemente confrontados com a inevitabilidade da morte. Canta-se e reza-se, na hora da despedida. Toda a freguesia, a que não está impedida pelos horários do trabalho, comparece, seja para o defunto rico ou pobre. Esquecem-se zangas de vizinhos e chora-se em solidariedade, como que a dizer "hodie miki cras tibi". Não é hora para desaveças, quando a rotina do dia a dia fica suspensa no limiar da morte. Sente-se, neste momento, mais que em qualquer outra altura da vida, o derradeiro consolador que é a religião.Quase apetece dizer que as pessoas acreditam por causa da morte.Do drama que ela é. Do mistério inquietante que deixa adivinhar. Destino fatal, irremiável, imprevisivel, fim da estradade ricos e pobres, maus e bons, velhos ou novos, famosos ou esquecidos de toda a gente. Irmanados, finalmente!Na morte, se nunca o fomos na vida!Habituados a ver nascer e morrer aceita-se a morte como se aceitou a vida, murmurando, em solitário pensamento: não pedi para nascer, não pedi para morrer.O conformado Job diria de outra forma: Deus o deu, Deus o levou.Deixo-vos o cântico de despedida, entoado na capela mortuária. É uma melodia linda e dolente e só posso deixar-vos as palavras do refrão, várias vezes repetido:Coração Virginal de MariaSede Luz e guiaDo pobre mortalAo chegar minha última horaVinde sem demoraLevai-me ao céu
Sábado, Maio 10, 2008
Mário Neiva disse...
Nasce um dia radioso, em Balugães. POde-se ver o sol nascer e ter consciência do espectáculo a que se assiste aqui e neste preciso momento...«Deixa agora, leitor, que a sua mente vagueie.Pense o impensável e considere que, sem consciência... o homem não poderia ter conhecido o seu desconforto e humilhação...(...)A consciência é, com efeito, a chave para uma vida examinada, para o melhor e para o pior; é a certidão que nos permite tudo conhecer sobre a fome, a sede, o sexo, as lágrimas, o riso, os murros, e os pontapés, o fluxo de imagens a que chamamos pensamento, os sentimentos, as palavras, as histórias, as crenças, a música e a poesia, a felicidade e o êxtase. A consciência, no seu plano mais simples e básico, permite-nos reconhecer o impulso irresistivel para conservar a vida e desenvolver um interesse por si mesmo. A consciência, no seu plano mais complexo e elaborado, ajuda-nos a desenvolver um interesse por outros si mesmos e a cultivar a arte de viver.» In O SENTIMENTO DE SI de António DamásioSermos a consciência de nós próprios e do UNIVERSO não é coisa pouca.Bom domingo para todos
Domingo, Maio 11, 2008
Mário Neiva disse...
Imaginemos a nossa vida como uma peça de teatro e o mundo, o palco. E neste teatro da vida cada um de nós é a própria a peça de teatro e o actor principal.A peça tem três Actos:Acto I: O nascimento e a infância.Acto II: A juventude e a idade adulta. Acto III: A velhice e a morte.O nascimento, os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras recordações. A escola, os amigos, as traquinices, os mestres; as festas de aniversário, a família, o “pai natal”. Cumpre-se o PRIMEIRO ACTO.Entra-se, sem intervalo, na puberdade e na adolescência. Transformações bruscas e visíveis a olho nu. O bigode, os seios, as amizades, os namoros , o amor que acelera as pulsações, os desgostos, as dúvidas existenciais, os sorrisos que alternam com as lágrimas. Tantas vezes já doridos e bem amassados, nos tornamos adultos. E parece que só agora a vida começa…O fim do SEGUNDO ACTO.De repente, parece que a velhice e a morte têm pressa de chegar. Os músculos já não respondem como antes, as ruga vincam-se onde lhes apetece, o nosso olhar volve, saudoso, aos dias da juventude, os cabelos rareiam, a melancolia assalta, o espaço encurta e a luz apagar-se-á, num qualquer dia de Outono…Completou-se o TERCEIRO ACTO. Chamamos-lhe, com propriedade, a terceira idade.Esta ”peça da vida” podia ser representada, também, por um leão-marinho ou uma roseira do nosso quintal. Também nascem, crescem e morrem. Também eles fazem parte do Mundo da Vida. Também o leão-marinho e a roseira são peça de teatro e actores principais das suas vidas. Mas é a hora de falar dos humanos.Nós, os humanos, demo-nos conta, não se sabe quando, nesse passado imenso que nos trouxe até aqui que, nesta nossa vida, existe o PALCO onde ela se desenrola e a PLATEIA . E descobrimos, maravilhados e estupefactos, que marcamos presença, simultaneamente, no PALCO e na PLATEIA. Enquanto, ao longo da vida, completamos, cena a cena, os Actos da existência, na PLATEIA aplaudimos ou assobiamos as cenas lindas e as cenas, tantas vezes tristes, que fazemos. Somos, simultaneamente, ACTORES E ESPECTADORES da nossa vida. Da plateia apreciamos, julgamos e avaliamos o nosso próprio desempenho no palco da vida. A esta capacidade extraordinária do ser humano nós chamamos CONSCIENCIA DE SI. Ela permite-nos reconhecer-nos e tomar consciência do nosso universo.Quando os homens começaram a tentar pôr as ideias em ordem, face a esta realidade espantosa, sentiram-se confusos. Pode lá ser estar no PALCO e na PLATEIA ao mesmo tempo! Será que o Zé que está ali a cantar ou a fazer piruetas no palco é o mesmo que está a ver da “plateia” e a dizer, baixinho «estás a ir bem. Eh pá, por pouco espalhavas-te!». Não serão duas entidades? Serão coincidentes o ACTOR e o ESPECTADOR? Não será o espectador, o ESPIRITO, e o actor, o CORPO? Como se explica este “desdobramento”? Desta descoberta, talvez longa e lenta, terão nascido as filosofias e teologias que chegaram ate nós.
Domingo, Maio 11, 2008
Anónimo disse...
Quanto a todos estes comentários, pessoais ou não... eles foram escritos. Mas ainda há dúvidas... Não gosto muito de leituras longas que nos levam a lado nenhum! Por isso vos peço que me digam por poucas palavras qual é a razão da critica se esta não for constructiva?
Ps: Não tem nada que ver com as palavras que li. Simplesmente uma dúvida pessoal que pede auxilio a quem tem grande sabedoria. Agradeço que me esclareçam...
Domingo, Maio 11, 2008
j dias disse...
Caríssimos aas, tempo de Espírito Santo, tempo de irmandade assumida...Serve este pequeno intróito para saudar a profunda comunhão de ideias que os textos do Mário me trazem. Preparava-me já para lhes dar um toque mais positivo, que mais não fosse, até fisicamente não morremos. Mudamos, sim, fisicamente, nesta formatação, mas logo nos continuamos em muitas outras. VoltareiO anónimo que emerge recoloca um tema já aqui foi muito ventilado, por mim, próprio, vezes sem conta. Antes de mais seja bem-vindo. O problema que coloca é o do comentário, o comentário crítico.Face à dificuldade de destrinça entre o comentário crítico construtivo e o comentário crítico destrutivo, habituei-me a considerar todo o comentário como construtivo.O ponto de partida, nu e cru, é que ninguém é só. Até para fazermos um filho temos que ser dois. Não sendo sós, tudo o que verbalizamos uns em relação aos outros, só pode ser positivo, muito embora, às vezes, não dominemos as variáveis que levam os outros, à construção dos seus comentários, possam nem vir a propósito e carregados de azedume. Só nos resta descodificar antes de tomarmos qualquer atitude. Sempre há uma razão.Concordo com o anónimo: também "não gosto de leituras longas", todavia que elas nos levam a lado nenhum”, discordo. Mas aprecio o modo como constrói a frase sem recurso à palavra não. É um bom começo. Todavia, reafirmo, a palavra é sempre criadora. Não tem excepção, sempre. O que acontece com frequência é que quem lê ou quem ouve pode não ter tempo para ouvir ou ler, ter outras prioridades na sua vida, ou não dominar os conteúdos, as razões do emissor da mensagem, seja ela verbal ou escrita.
Concretamente, neste blog, também porque conhecia o meu confrade Mário, e isto é a primeira vez que o digo abertamente, sempre tive a certeza de que o que ele exprimia aqui e ali nos seus comentários não era o seu pensamento todo. E no entanto fui por ele colocado no seu oposto, o antípoda. E afinal, porque me mantive fiel à provocação, questionando e dando dicas, temos sido brindados no espaço deste "um almoço muito especial" com dizeres muito interessantes, no mínimo. Abstenho-me de classificar. Mas há aqui muito de qualidade e conteúdos.Grande sabedoriaNinguém tem. Talvez alguns tenham mais facilidade de verbalizar no teclado do computador. Já agora, deixe-me que lhe diga que, à parte o "nos levam a lado nenhum" as leituras longas, então o seu comentário não é de sabedoria? Caríssimo anónimo, tem a primeira qualidade para ser filósofo, a humildade. "Só sei que nada sei", não era essa a frase do Sócrates e não deve ser essa a postura de nós todos?Venha mais vezes, porque afinal o que nós discutimos aqui neste espaço é: o que somos enquanto Associação de antigos alunos da Ordem do Carmo em Portugal. Falamos de que a associação é um espaço de amizade, de ideias, de divertimento, de lembrança, avivar de memórias e seus conteúdos, espaço de apoio, esclarecimento, espaço de reafirmação não confessional, mas porque não confessional de quem o queira, um espaço do tamanho da imaginação humana livre, onde o provocar ajudar a ser mais…Nós também damos pancadinhas nas costas, mas as provocações, os juízos críticos ajudam-nos a ser mais… eis a questão. dizia o Shakespeare “To be or not to be.
Domingo, Maio 11, 2008
Anónimo disse
... Caríssimo J DIAS agradeço por ter respondido à minha questão.Mas ainda continuam dúvidas. O que Sócrates ou Shakespeare dissearm, eu ja tive oportunidade de ler, ou tive forçosamente que ler. Até ja la se foram alguns anos, mas penso que ainda nada mudou. Esperava sinceramente uma rasposta mais concreta, mais pessoal, menos introvertida.Mas fico agradecido.Gostava de poder ler outra ideia de mais um aaa se fosse possível. Pois, como grande sabedoria "ninguém tem" pode ser que me ajudem com migalhas de pequenos sabedores!Os melhores comprimentos e uma boa semana para todos.
Domingo, Maio 11, 2008
Mario Neiva disse...
Meu caro anónimo da última entrada no blog,A critica destrutiva não tem razão de ser, não leva, de facto, a lado nenhum e fazê-la é perder tempo. Não confundir crítica destrutiva com a crítica demolidora que deve ser feita a tudo e a todos os que atentem contra o próprio homem, sejam Hitler, EStaline, Bin Laden, Bush...E a tudo o que signifique ruina da pessoa humana, seja crença, ideologia, regime político, teoria económica, ética ou moral. E como estes seis biliões de gente não chegam a acordo sobre que ética, moral, crença ou ideologia seguir, porque a «sua» é sempre a melhor, respeitemos o código universalmente proposto: Direitos do homem, da criança, da mulher... Não vejo, na prática, outra saída melhor.Sei que ajudei pouco. Compreenda que, como avisadamente diziam os filósofos gregos, a Sabedoria é posse exclusiva dos deuses. Nós vamos tentando ser amigos dela, namorá-la, cortejá-la,entronizá-la, idolatrá-la. E que ela nos conceda os seus favores a ver se passamos de camêlos, a mais qualquer coisita.
Segunda-feira, Maio 12, 2008
Mário Neiva disse...
O leão-marinho não sai do palco para a plateia e não pode, por isso, avaliar a sua actuação. Diriamos que não tem sentido crítico. Não pode criticar. Nem a si nem aos outros. Nem construtiva nem destrutivamente. Simplesmente é incapaz de criticar, de avaliar e CRIAR VALORES. Como consideraria o meu caro anónimo um humano reduzido ao estado de leão-marinho? Talvez pouco mais que um autómato? Autista? Escolha. Com crítica construtiva ou destrutiva assumimos a nossa condição de seres humanos, passando constantemente do PALCO à PLATEIA, de ACTORES a ESPECTADoRES. Sem falsa modéstia: volte a ler o que eu disse, aí atrás, sobre a vida como uma peça de teatro. Talvez a sua dúvida acalme um pouco.
Segunda-feira, Maio 12, 2008
j dias disse...
Caríssimos aas, visitantes assíduos e anonimíssimos... e, claro, anónimos críticos,Uma resposta mais concreta, mais pessoal já seguir. Menos introspectiva é que não pode ser porque essa é a condição de ser minha, pessoal e não decorada, ouvida, lida aqui ou ali. Afinal é na introspecção e anexos afins que temos a cozinha das ideias.Critique à vontade, sempre..., mas sempre, porque é sinal de que está vivo e não está só. Será sempre construtivo se os outros não lhe caírem em cima. Cair em cima? Sim, porque nem todos conseguem lidar com toda a crítica. Bom, nessa altura de lhe caírem em cima com o Carmo e a Trindade, se ainda for a tempo, entre no jogo e faça o que já devia saber fazer: interagir. Se não for a tempo, recorra às urgências do hospital. Se mesmo aí for tarde demais, fez a crítica que não devia... a quem não sabia lidar com ela, e partiu para o ser do além e Shakespeare volta a ter razão. Do lado de lá também há ser. Acredite, caríssimo, se fosse eu o crítico desenquadrado, tinha ficado resolvido o meu problema. Mais pessoal não pode ser. Espero que por analogia chegue lá, porque desse lado também é uma questão pessoal. Afinal, pessoalíssima.Leão-marinho, leão-marinho... não me leva. As humanas leoas, de signo, são muito mais interessantes quando interagimos. Leoas, leoas e outras de outros signos, então não dizeis nada da aaacarmelitas? Ou será que este anónimo era anónima?Conclusão: se por acaso agiu de outra maneira, e nada lhe caiu em cima, é um bom actor e deu um belíssimo contributo a este blog. Eis a boa praxis da arte da saída, que também quero utilizar: dar sempre ao nosso interlocutor espaço para uma saída em ovação, em ombros. Saia daí mais uma provocaçãozinha. Dar vida à nossa associação.
Segunda-feira, Maio 12, 2008
Anónimo disse...
Uma provocaçãozinha? Essa agora!... Então o nosso querido Jorge, que para ser lido tem de ser procurado neste quadradinho disfarçado, quer maior provocação de que não lhe publicarem os escritos?Será que esta pergunta provoca?E quem provoca?Já sei que os encouraçados deste burgo resistem a tudo nem que tenham de enfiar outra couraça...para aumentarem a resistência.E como sou um "expert" em situações paralelas (leia-se: vividas neste "blog")nada me admira que outros sintam o travo da "dura lex sed lex" de quem é juiz em causa própria...
Terça-feira, Maio 13, 2008
Mário Neiva disse...
Oh diabo...Eu pensava que era só anomalia no blog.Se querem que a gente páre, é só dizer. Não são precisos jogos de esconde-esconde, do rato-e-gato. Além disso não enteria muito bem porque é que, tendo sido postos no blog textos para reflexão profundamente controversos, como aqueles do Kryon e do Sacramento Maior, se tente, agora, esconder umas inocentes elocubrações, comparadas com as heresias do Kryon!Já agora, depois desta insinuação tremenda do aaa anónimo, alguém diga qualquer coisa. Para eu deixar de pensar em coisas feias. E logo eu que, segundo o meu confrade Jorge, sou especialista em processos de intenção, juizos de valor...Poupem-me mais este pecado por maus pensamentos que, por palavras e obras, já peco mais do que devia.
Terça-feira, Maio 13, 2008
Anónimo disse...
Já começaram as desculpas esfarrapadas...
Terça-feira, Maio 13, 2008
J dias disse...
Caríssimos aaas,Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera. Isto é, devemos saber ver em tudo uma oportunidade e não uma perseguição. Sejam perseguidos sozinhos que a mim ninguém persegue. Tenho acompanhado este problema e teoricamente sou o culpado dele. Porquê?Porque pedi ao Augusto Castro, na qualidade de gestor do blog, para agilizar a entrada no mesmo. O que ele fez com todo o gosto, criando um link para entrada directa a partir da página inicial. Isso ele fez e eu lhe agradeci. Só que por razões que eu desconheço e o Augusto acaba de confirmar, nem ele controla o que ocorre. Segundo entendi, outras exigências de "Vínculo" lhe têm ocupado o tempo. Sei que há um grupo de amigos com alguma dificuldade em aceder e nós, também, claro.Sei que vamos ter o problema resolvido em breve. A sugestão que fiz foi a de se criar "Um almoço muito especial II" com entrada directa. Vamos continuar a ser lidos neste espaço lindo da aaacarmelitas, até para a podermos definir. Mostrem porte de carmelitas! Digam-me o que é para eu registar. Pois alevá...
Quarta-feira, Maio 14, 2008
Mário Neiva disse...
Tenho andado com um formigueiro atrás da orelha a pensar o que poderá significar "pois alevá". Manda uma boquinha, Jorge, que isso deve ser uma expressão idiomática aí dos Açôres. Sobre o blog estou esclarecido. Quanto ao que aqui se escreve é pena não haver mais aa a intervir, a responsabilizar-nos por aquilo que escrevemos, a obrigar a justificar posições e tanta coisa mais. Não vale é fazer comboios de pontos de exclamação, porque inúteis. Se é para expressar o enfado na leitura, menos se justifica. Não leia, que ninguém o obriga. Quanto a mim, se perceber que estou a mais, saio fazendo tanto estardalhaço como quando entrei. Nunca zangado. Estou sempre bem disposto e as comichões, nesta idade de avô, afligem menos e vão-se com uma boa coçadela!Palavra de honra que não foi de propósito! Comecei esta intervenção com comichão e acabei a coçar-me...
Quarta-feira, Maio 14, 2008
j dias disse...
Caríssimos aas,Só para esclarecer "pois alevá". Quando uma coisa, um tema, um assunto que não é esclarecido na totalidade, um cronista mensal do Açoriano Oriental, o mais antigo diário português, rematava, pois alevá.. Grande cronista este, de seu nome Victor Crus (pai). Quer dizer, "pois é levar" às costas até que mais esclarecido fique.Nada mais, enigmático quanto baste e, pelos vistos, capaz de formigueiro e não só.Vamos pensar no livro?Força aas.
Quarta-feira, Maio 14, 2008
Anónimo disse...
Os pontos de xclamação são imaginários?. Como gosto de conteúdos quero lá saber dessas pormenores. Mexam-se!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!. Estes são reais. Chega ponto
Quarta-feira, Maio 14, 2008
Mário Neiva disse...
Conteúdos ao gosto do anónimo aí acima:!!!!!!!!!!!!!!??????????????::::::::::::::Gostou, amigo?
Quarta-feira, Maio 14, 2008
Mário Neiva disse...
Caro JorjeSó para te agradecer a explicação que deste acerca da expressão que vinhas repetindo. Sempre imaginei que seria qualquer coisa como "adiante!" ou, "passemos a outro assunto". Afinal, não era bem.Obrigado
Quarta-feira, Maio 14, 2008
j dias disse...
Caríssimos aaas, conteúdos, pois, com certeza, mas precisamos de ter a sensação de sermos lidos. Já voltaremos. Oh Mário então os pontos de exclamação e de interrogação também são aproveitáveis. Imagina o que é uma exclamação dos outros! Imagina quantas interrogações dos outros e anónimas? Mãos à obra. Não sabes o que é um chouriço mouro? É o que leva, do porco entendamo-nos, tudo o que é comestível e, por não ser específico de nenhuma especialidade, não cabe em mais lado nenhum. Chouriços mouros... um aproveitamento açoriano. Uma delícia.Que funcione a analogia.Caríssimos aas,O que é a aaacarmelitas?-Como começamos?-O que fazemos?-Para onde vamos?Dois dias para reportarem dado que Sábado tenho que entregar um texto, folha A4, para publicação num meio de comunicação social.Mexam-se. Se não reportarem digo o que eu penso... mas prefiro a abrangência.
Quinta-feira, Maio 15, 2008
Anónimo disse...
SUBTILEZAS DOS PROCEDIMENTOS; CONCEITO DE ESCALRECIMENTOS.Tenho visto muitas coisas neste "blog": umas que tentam justificar procedimentos; outras que dizem esclarecer, mas que nos reportam para aspectos técnicos, para os quais a maioria dos que frequentam este espaço não está preparada (digo isto na óptica da técnica informática e telecomunicadora,doutilizador...)Posto este preâmbulo à consideração dos leitores, devo dizer que, pela minha parte, não estou nada esclarecido sobre os dois esclarecimentos que aqui foram debitados, pese, embora, a ajuda do filho do companheiro de jornada, Jorge, porque não baseados em dados concretos mas mais em suposições.As justificações de alguém para determinadas situações que agora acontecem, também não me parecem bem alicerçadas; dá-me a impressão de que se tenta "sacudir a água do capote" de forma muito linear, isto é, não deixando, ou tentando não deixar, nesga por onde se lhe pegue...E como "gato escaldado de água fria tem medo", as dúvidas teimam em persistir.Há outro pormenor que não encaixa no meu pensamento (e falo com todo o à vontade, porque sou Cristão (católico) praticante): porque é que alguém, de vez em quando, no meio de sadias discussões (e abençoado o "blog" que não se restringe à sua espécie, mas permite planos alargados de meditação)introduz leituras bíblicas, extractos de orações, etc., que no meu entender pecam -apenas - por extemporâneas.Cada coisa no seu lugar.Parece-me que, de vez em quando, com estas manobras menos "esclarecidas" se tentam limitar a força e sentido de expressão dos dois grandes animadores deste "blog" que são o Jorge Dias e o Mário Neiva.Contra a opinião de quem já o deu a entender, os textos só são longos quando não dizem nada - o que não tem sido o caso.Desejo sinceramente que, quem tem capacidade para o fazer, continue aqui, com textos longos ou curtos, a ilustrarem pela positiva o "blog" de que nos orgulhamos.E, como sou muito modesto, assino: anónimo.
Quinta-feira, Maio 15, 2008
Mário Neiva disse...
Meu caro anónimoDeve ter-se enganado. É que o Tiago pertence ao meu convento e não ao do Jorge. Veste o "sagrado" hábito dos Neivas...A sua critica sobre o que se escreve é positiva mas mesmo que fosse negativa eu aceitava e tentava emendar a mão, se tivesse de ser. Quem é burro nunca erra. Eu, como não pertenço a essa espécie priveligiada, vou dando topada aqui, topada ali e até já me terei espalhado ao comprido. A vossa crítica, oportuna e nunca importuna, ajadar-me-á a levantar do chão, sacudir a terra e curar os joelhos trilhados.Um abraço para si
Quinta-feira, Maio 15, 2008
j dias disse...
Caríssimos,Estou rendido! Fico tão feliz por sermos. Esta do hábito dos Neivas, e do Tiago, que também é meu, é o máximo.Mas ninguém diz nada sobre a aaacarmelitas?Mexam-se...
Quinta-feira, Maio 15, 2008
Anónimo disse...
Tem toda a razão Mário Neiva: o filho a que me refer é, evidentemente, o seu e não do Jorge, a quem peço desculpa pela confusão.A confusão é simples: entre dois craques da análise, foi fácil trocar.As maiores desculpas e não queira ser tão humilde, pois de burro só tem o r e o.Até à próxima.
Quinta-feira, Maio 15, 2008
Mário Neiva disse...
Sobre a aaacarmelitas, apenas para dizer que já tem os seus estatutos, com objectivos definidos. Penso que uma das finalidades será promover a aproximação entre os aa, pelos meios que forem sugeridos e propostos. Nesse sentido terá sido criado este blog, ja que a internet se tornou, nos tempos que correm, um meio fácil e instantaneo de comunicação, para troca de informações e debate de ideias. Não será fácil a quem está no estrangeiro ou longe ou tem pouca saúde (ou dinheiro), deslocar-se aos locais de encontro. Sugiro que se priveligie este meio. Quem não souber ir à net, terá filhos ou netos que mexem nisto com a mesma facilidade com que nós trepávamos às cerejeiras do vizinho para levar umas cerejas de empréstimo!Por causa desta "brincadeira" do blog estou a reencontrar colegas que não contactava há meio século.Pergunta o Jorge, sobre a aaacarmelitas,«Para onde vamos». Posso dar a minha resposta? Para onde cada um dos seus membros quiser. Até podemos ir a lado nenhum.
Quinta-feira, Maio 15, 2008
j dias disse...
Caríssimos aas leitores, escribas e visitantes de um blog não editado,Acabei de remeter para edição no Vínculo, a convite do presidente da direcção, um texto levemente inferior ao tamanho A4 sobre a nossa Associação. A seu tempo terão a oportunidade de reflectirem sobre ele. Aaacarmelitas de qualquer modo é algo de que muitos gostam muito, como são as pérolas.Quanto ao Blog escrevi um texto que, talvez providencialmente, perdi. Caríssimos, não concordo nada com esta de perseguição e sinto-me até incomodado. Já passei as fases de "yes man", mas há uma coisa que eu quero manter, é o dom de ser agradecido, a qualidade que tenho de ser agradecido. Por este blog e a quem lhe dá vida, agradecerei sempre enquanto ele for. Pela aaacarmelitas e os que a fizeram ser e reencontrar-me e reencontrar tantos, miles de miles de agradecimentos. Que ninguém faz tudo perfeito é ainda novidade? Eis porque eu acho que a perda do meu texto foi providencial. Ia muito mais longe. Só há uma alternativa, fazer mais e melhor... mas eu não sei, não posso nem consigo. Eu sou com... obrigado a todos os que me proporcionam tanta coisa bonita! Que limitações que eu tenho. Como eu não era nada sem todos de vós. Amigos! Que incultura anda aí?! Que bom que escrevemos! Que bom que tenhamos rebentado com as escalas das coisas pequenas! De extraordinário nem os “suporters” sabem lidar com a grandeza! Abençoada esta pérola e este blog que ao entrar-me pela porta dentro me proporcionou tanta ideia, tanto crescimento, tanto ser... Porque sempre tem que haver em alguém esta réstia de perseguição e auto mutilação? Amigos sejam... Passem à frente de todos os que são, com obras, com ser...mas não se arranhem porque é uma perda de energia com tanto para fazer!Por mim já disse ao responsável do blog as minhas preferências: quero ver os meus textos editados. A minha sugestão foi no sentido de se fazer uma II edição “ab initio” de “Um Almoço Muito Especial” a partir do ducentésimo comentário. Espero que utilizem os meios ao vosso alcance no sentido de apoiarem esta posição, se com ela concordarem. Quero ver os textos editados. Estar lá como se não estivessem não é blog nem é nada, mas percebo que é uma questão nova… afinal quem esperava por isto? E esta é outra questão?! Afinal, como foi possível chegar aqui? Afinal como é que continuamos a querer escrever? Claro que também há aqui alguma ciência ou julgavam que isto foi tudo obra do acaso? Pois, pois, as críticas… as citações bíblicas e anónimas, pois pois, pois claro. Mas são proibidas anónimas ou à letra!? Que cada um cite e escreva o que quer, quando quer e como o espírito lhe soprar desde que caiba no blog! Era o que faltava! Restrições de imaginação! Mas então onde ficaria o blog? Cresçam! Tenham tino e manifestem-se… pois alevá.
Domingo, Maio 18, 2008
Anónimo disse...
Claro, claríssimo. Houve um número de "escribas" que não concordando com a situação que estavam a viver, não tendo justificações para tal, desconhecendo - como até o responsável do blog desconhecia - os mecanismos técnico-informáticos que estavam na base de alguns camínhos ínvios que se iam barindo, sentindo-se marginalizados pelas suas posições, foram reclamando da situação.Depois dela mais ou menos esclarecida - mais ou menos porque ainda não é muito linear a explicação - vir pregar um sermão aos "atrevidos", só mesmo de quem tem um sentido de vida amparado pelo "deixa rolar que é excursão".Mas tudo bem; aos intelectuais deste burgo rendo, como sempre, a minha homenagem; a quem deu esta oportunidade de comentar, estou agradecido; aos smigos que contactei e com quem troquei ideias ao longo de algum tempo, o desejo de muitas felicidades; à aaacarmelita, nas pessoas deus dirigentes e associados uma vivência de plena comunhão e felicidade.Como, mais uma vez, constatei que há sempre a tentação de querer sobrepor as ideias próprias às dos outros, em vez de as porem em paralelo - com as devidas críticas, calro - e, como julgo que não é a forma mais correcta de debater posições, dou por terminada a minha intervenção, pelo menos até ao juizo finalUm abraço para todos. ATE UM DIA.ANONIMO (que também está previsto neste blog...)
Domingo, Maio 18, 2008
j dias disse...
Caríssimos aas leitores, escribas anónimos e visitantes de um blog não editado,É como se me esvaísse por dentro, é como se perante uma tarefa hercúlea todo me concentrasse para com engenho a enfrentar, é como se quisesse com medo de não querer ou me distrair, é como se irmão fosse com medo de o perder, é como se tivesse de ser bebido e o cálice fosse de fel...Perder uma mensagem é uma coisa perder um construtor de mensagens é outra. Num mundo cheio de "físico" e sensoriais, de tão pouca cultura, espiritualidade e esperança, não é uma perda, é uma catástrofe.Sempre de frente e para as dificuldades maiores em primeiro lugar. Eis, pois, as desculpas, com a dignidade que convém, se a tentação de querer sobrepor ideias próprias às dos outros foi minha. Reafirmo, todavia, que levo como propósito, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia, a crença na construção da esperança e da fraternidade num tempo e num espaço, que é o das nossas vidas, como forma de sermos mais próximos da realização.Até ao juízo final! Não, não... até já. Em aaacarmelitas, um espaço, um tempo, por isso uma memória, as nossas vidas, e um futuro que desenharemos.
Domingo, Maio 18, 2008
j dias disse...
Caríssimos aas leitores, escribas anónimos e visitantes de um blog não editado,De modo muito especial, caríssimo anónimo que te despedes! Que horror... até ao juizo final!Não encontro melhor linguagem que aquela que me parace ser em Fernando Pessoa uma linguagem de limites que ele exprimiu, divinalmente, poetizando em linguagem de namorados, é certo, mas sobretudo de gente de limites.Se eu te pudesse dizerO que nunca te direi,Tu terias que entender aquilo nem que eu sei...Pois, condição humana! Também gostava de um mundo perfeito! Mas ele já há disso?!Por favor, que eu não seja o último a saber!
Domingo, Maio 18, 2008
j dias disse...
Caríssimos,Duas coisas lindas:1. Quando há dias o mordomo do Império do Espirito Santo, em pregão público, foi nomeado, no adro da Igreja, assistiu-se a algo fora do comum, o mordomo indigitado, com sua companheira, choravam de alegria por finalmente terem sido escolhidas para gerir a mordomia do Império: alguns milhares de refeições, milhares de dádivas, folias e foliões, carros de bois... meu Deus que função. Choravam de alegria por finalmente poderem estar ao serviço do Espírito e da comunidade. A comunidade, abraçando-os, congratulou-se em sintonia de pensamento.Hoje, por algum tempo, pude conviver com este mordomo por um curto espaço de tempo. Disse-lhe: então a mordomia? Oh muito fácil, está tudo a andar... que coisa de linda!2. Logo de manhã fui a um cafezinho. Ed's bar meu vizinho, influência canadiana. Senhora disse, então hoje, sozinha! Como sozinha? Sempre com Nosso Senhor. Vizinho, sempre também com o anjo mau porque ele é que nos vigia para nós fazermos o bem. Criticável? Com certeza! Mas adorável esta filosofia da prática do bem! Em conclusão:Gerir um Império de partilha é muito fácil, fazer o bem, mesmo à custa do anjo mau, um caminho assumido que resulta!Fazer o bem, afinal, o que é? Estar disponível para o fazer...Enquadra-se em aaacarmelitas? Creio que sim.
Terça-feira, Maio 20, 2008
j dias disse...
Caríssimos aaas,Face à novidade de um membro do convento do Neiva ter aparecido na página inicial em "Esclarecimentos" com um comentário, que saúdo e por entender que se enquadra perfeitamente em um almoço muito especial, aqui o deixo também.Olá a todos e particularmente ao Tiago,Vais ter que ser mais claro e digo porquê. "Um almoço muito especial" foi um caso de sucesso de opiniões porque o debate que lançou foi sobre a ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGO ALUNOS DO SEMINÁRIO DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL (aaacarmelitas). É verdade que algumas, senão mesmo muitas das intervenções, se desviaram do tema. Alguns, porém, sempre pugnaram por fazer reflectir o tema “aaacarmelitas” nos seus comentários. Quero dizer que a discussão, através de comentários, desde o início, no meu caso concreto, foi sempre a de fazer convergir o meu comentário e o dos outros para o tema, aaacarmelitas. Qualquer alteração a este princípio, quando ocorreu, foi porque ao tentar entrar nos comentários dos outros participantes, face às questões envolvidas e muitas vezes ao modo de as expressar, careciam, em minha opinião de mais enquadramento e de outras opiniões.Se entendermos por blog "um registo cronológico e frequentemente actualizado de opiniões, emoções, factos, imagens ou qualquer outro tipo de conteúdo que o autor ou autores queiram disponibilizar” (definição sapo), não vejo onde está o problema. Em um almoço especial discutimos o que é aaacarmelitas. A pessoa do blog é "aaacarmelitas", associação. Afinal a dar opiniões não fomos tantos assim. A ler bastantes mais, felizmente. O blog não é para discussão através de comentários? Então é para quê? Se reparares e tiveres paciência e tempo verificarás como houve uma evolução cronológica de opiniões sobre aaacarmelitas e até ideias novas emergiram...Uma comunidade ou fórum associado ao blog estou disponível para reflectir dado que não sei o que é. Todavia, "mailing list", ou seja uma espécie de curador de e-mails, não é andar para trás? Ao escrever sobre aaacarmelitas, porque sei que há muitos mais a ler que a escrever, tenho gosto em dar a conhecer um tempo e um espaço de reflexão que integrou a vida de teu pai e de mim próprio e que gerou valores e consistências que nos dias de hoje se localizam mais ao nível do físico e dos sentidos. Repara que nenhum outro espaço do blog "aaacarmelitas.blogspot.com" conquistou esta relevância. O que se discutia foi sempre menos importante. Por mim sugeri ao curador dste blog que fizesse uma 2ª edição deste almoço a partir dos 200. Porquê? Porque aqui discutíamos a essência da associação.A terminar, louvo-te a coragem e, seguramente, o saber e sobretudo apreciei muito carinhosamente essa referência linda com que te identificaste "sou um dos membros do convento do Neiva". Grande novidade esta que emergiu na discussão sobre aaacarmelitas. Tiago, sempre acredito nas virtualidades da palavra, mormente da escrita. Um grande abraço. Perdoarás, mas entendo que este comentário se enquadra perfeitamente em "um almoço muito especial" onde também o colocarei. Volta...
Quinta-feira, Maio 22, 2008
j dias disse...
Caríssimos aaas,Num dia muito especial, em que a comunidade cristã católica celebra o sacramento de um Deus com os homens, nos irmãos, reunidos à volta do pão e do vinho, como se tal fosse preciso quando o sabemos em cada irmão, sinto a síntese de tudo o que aqui se escreveu e as dúvidas e ziguezagues de todos e cada um de nós em instante procura de mais ser e caminho que se faz bem, como sinto a mistificação a que tanto somos dados ao confundirmos o caminho a fazer com o caminho que gostávamos ver já feito.Reafirmo as elites que gostava que fossemos. Tenham calma! O universo social que nos rodeia tem hoje sinais tão preocupantes quanto o era a fome e a carência de bens dos anos cinquenta. Hoje, a fome está de volta e os valores estruturantes das pessoas, das famílias e das sociedades têm deficits manifestos. As questões do bem e do mal estão, por norma, ausentes dos pensares, o ser está substituído pelo ter, embora reconheça que o ter está cada vez mais limitado por questões de emprego e baixos ordenados. O que só complicou porque instalou a obsessão. Para o ser, é verdade que hoje a proporção de abordagens é maior, todavia os contra-poderes do ter estão aí a marcar o ritmo. Os problemas sociais vão estar marcados pelo desemprego, por uma certa acomodação, incompatível com o Ser-se digno como pessoa, a obesidade, a fuga vão ser campeãs, a demissão na vida social vai atingir patamares impensáveis. Na lógica do ter vamo-nos aproximar a passos de gigante da pobreza cultural que reafirmará os dependentes que sempre gostamos de ser como portugueses, enquanto tivermos um copo de água para beber e emergirão as marginalidades agressivas que o ter sempre implica. Se já não estamos seguros, isto é só uma amostra do que aí vem.Continuo a ver em aaacarmelitas um espaço de ser, de ser amigo, de ser solidário, de estar com, de disponibilidade para, de ser mais se mais me libertar de ideias que me limitam, de ser mais com outros que mais queiram ser em espaço liberto e aberto, onde cabe tudo, e onde tudo pode ser de leitura positiva. Mas se repararem, neste espaço de um almoço especial, a verdade é que só aqui e ali conseguimos descolar. Como bons portugueses logo começamos a pensar nas cebolas podres que tinham ficado atrás na terra do Egipto e em vez de pensarmos no futuro e até na nossa própria realização futura, logo começamos a lateralizar e a culpabilizarmo-nos e a desviar-nos do objectivo, o golo, a aaacarmelitas como um espaço aglutinador de muitos para mais serem. Sempre os humanos encontram alibis, às vezes parece mesmo que se está à espera da mínima coisa para não se ser mais. Acreditem, isto não tem nada a ver com ninguém porque tem a ver com todos e sobretudo tem a ver comigo próprio. A única coisa diferente é que talvez tenha que fazer mais esforço para me dominar. Mas reconheço e sei que andei por aí com excessos. Ainda sou também português, não obstante já seja açoriano, neste aspecto, infelizmente. Sempre fomos um grande povo quando tínhamos alguém com um chicote na mão.Mas não desanimo… Não gostaria de continuar a ver a miséria, o azar, a incultura a auto-gerarem-se. É um ciclo que temos que parar todos e cada um de nós. Reconheço a importância da religião, mas confesso que face às cada vez maiores aberrações que se ouvem nas tribunas eclesiais, e que nada têm de boa nova, não obstante o meu envolvimento, reconheço que mais que religião precisamos urgentemente de mais cultura e de mais espaços para sermos. Urgentemente, precisamos de mais palavra, de mais opinião, de mais comentário. A palavra sempre é criadora… Aaacarmelitas continua a ser, neste espaço, enquanto a tentamos definir, um motivo de palavra. Só isto bem justificaria a sua existência... além de nos estar na alma…
Sexta-feira, Maio 23, 2008
jorge dias disse...
Caríssimos aas, não posso remeter-me ao silêncio neste "um almoço muiot especial" sem dar vida a conteúdos que de há muito programara mentalmente o seu tempo de ser.Com efeito, pensar o que somos transporta-me em turbilhão a pensamentos de inclusão contemplativa e de disponibilidade para os irmão em quem Deus é, em que o silêncio é ouvir, o convento é o lugar onde se está, as exortações de acção são amor a distribuir por aqui e por ali aos humanos de todo e qualquer lugar. E assim se faz Carmelo hoje no mundo.Aaacarmelitas, um espaço, um tempo, por isso uma memória, as nossas vidas, e um futuro que desenharemos. Espaço:Tem por espaço, o mundo e onde se encontre um antigo aluno, um ex-professo ou ex-sacerdote da Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, que noutra qualidade, agora no convento da família e ou da vida, da Associação, se assuma como parte e, se assim o desejar, nos faça senti-lo através da nossa voz mais próxima o "www.aaacarmelitas.blogspot.com" ou nos leia através do que foi, quase só, o nosso meio de comunicação, por excelência, “O Vínculo”.Tempo:Tem por tempo, o tempo de todos os que foram, porque eram ou porque são, pura e simplesmente e de todos os que são em registo, também, a partir da data de assinatura dos seus estatutos e sua escritura pública em 26 de Janeiro de 1991, e o tempo de todos os que desenhando-a em futuro, a fizeram e fazem ser.Por isso, em tempo e espaço, uma memória:A memória da nossa infância, a nossa adolescência, o viço do adulto, a nossa memória colectiva, a memória das nossas aprendizagens sociais e dos saberes, das nossas rezas e aversões, sucessos, insucessos, reactividades… memórias de um tempo em que, empanturrados de Deus, nos criavam, os mestres, carentes de afectos que curtos períodos de família não supriam. Memórias, não obstante, positivas, que nos fizeram gente de valores…Voltarei.
Domingo, Maio 25, 2008
jorge dias disse...
Aaacarmelitas, um espaço, um tempo, por isso uma memória, as nossas vidas, e um futuro que desenharemos. Um espaço e um tempo tais são as condicionantes que ditam as nossas memórias e nos quais se formaram as nossas vidas. Por isso, também, determinante do que viríamos a ser, dependendo muito, embora, do tempo de envolvimento de cada um.Perante outros desafios de ser que cada um se colocou, outras vidas, vidas diferentes emergiram, outros estímulos, outras exigências… foram feitos reajustamentos, reanálises, realinhados os valores, retomados os afectos...Eis um futuro que até cosmicamente faremos melhor, também para os humanos… eis porque convento da vida, da família… Nova forma de estar e ser, de abertura e disponibilidade maiores. Saímos do Carmelo ou o Carmelo que nos fora servido esgotara-se face às exigências de um pensamento que nos ensinaram a cultivar?Quisera que esta associação tendo políticas não tenha política, respeite e consagre a promoção do pluralismo cultural e religioso. Apele à solidariedade através da entreajuda mútua entre os seus associados. Assim quiseram também os que lhe deram forma consagrando estas variáveis no seu objecto. E neste desiderato incluíram ainda a promoção de encontros de lazer e de reencontro, apelo à integração dos mais novos bem como à manutenção de laços estreitos de trabalho e cooperação com a Ordem Carmelita.Eis, pois, aaacarmelitas, um espaço aberto, de liberdade e plural. Um espaço onde, afinal, em qualquer lugar que estejamos, façamos o que fizermos, com mais integração ou menos, com muita ou sem nenhuma reactividade, somos, em boa parte, a resultante da formação que tivemos.Somos o que somos, cada um é o que é… a cada um a escrita do seu caminho. O que nunca conseguiremos é anular as marcas da formação que tivemos. Porquê? É uma questão de plasticidade cerebral que, em criança, é enorme e logo tende a diminuir com a idade. Sou pessoa com esta formação.Eis o dilema final: ser ou não ser na vida actor assumido desta formação?Voltarei
Segunda-feira, Maio 26, 2008
jorge dias disse...
Eis o dilema final: ser ou não ser na vida actor assumido desta formação?É um problema de cada um. Como terão percebido estou revelado em tudo o que tenho escrito, mormente, quando nesta abertura sem limites de espécie alguma, afirmo “carmelita um dia, carmelita toda a vida”. Mas isso não obsta à afirmação de esgotamento de um Carmelo pré-histórico e medieval onde seguramente cumpriu sua função carismática de guardião da fé e de porto seguro de contemplação para os Cruzados, esgotados em pelejas sem fim, na mística de um senhor deus dos exércitos com sangue, suores e lágrimas!Mas onde estão os irmãos nos quais Deus é? São os que estão no convento? E os outros! Onde a boa nova!? Não terá, de resto, a Ordem em Portugal feito por sua conta e risco, embora fora de tempo, o seu próprio reajustamento na perspectiva dos irmãos e do mandamento novo!?Todavia, devo-me congratular com o irmão Padre Geral da Ordem, por não obstante não ser a associação confessional, ter anulado de uma só vez todas e quaisquer dúvidas obscurantistas que pudessem existir e assumiu-nos como parte do Carmelo com palavras muito claras: “creio que é uma coisa muito bonita esta Associação de Antigos alunos Carmelitas, que se sentem, plenamente membros da Família do Carmelo”. E deixou-nos um desafio: “…vivam o carisma carmelita no meio do mundo, no meio do trabalho, da família, da vida social, no meio das dificuldades… que saibam fazê-lo carne, que saibam encarná-lo no mundo, no mundo real, na vida real.” (Entrevista a Augusto Castro in Blog associação, 8 de Abril 2008 – Fátima).Congratulo-me com este bonito gesto de livre inclusão e que será contributo para a história do Carmelo em Portugal entre os Séculos XX e XXI. Bom seria se o carisma tivesse sido explicitado porque não podemos correr o risco de mais do mesmo.Não obstante, percebo a mensagem do irmão Padre Geral da Ordem que aqui refiro e saliento no essencial e que poderão consultar na íntegra noutros locais deste Blog.Finalmente, parece-me ver, incluídos, nesta mensagem, e por vir de quem vem dentro da Ordem do Carmo, os irmãos, destinatários da boa nova, e em quem Deus está, e nos quais nos amamos e somos nova gente. É uma “nuance” mínima, mas é radicalmente essencial. Eis porque nos comentários deste “um almoço muito especial” emergiu a ideia de convento da vida, convento da família. Acaba fazendo sentido.Eis o dilema final: ser ou não ser na vida actor assumido desta formação?É um problema de cada um.Os que quiserem terão indiscutivelmente um Carmelo finalmente contemplativo e operante entre os irmãos, feito por cada um e à medida de todos. Eis porque sempre intuí que ser carmelita hoje é estar com Ele (contemplativo) e disponível nos conventos das nossas vidas. Aaacarmelitas um tempo e um espaço à medida de cada um, porque à medida da sua memória e da sua força de se redesenhar em mais ser.O que nunca conseguiremos é passar ao lado da formação que foi a nossa e foi vida! Porquê?Porque foi.
Segunda-feira, Maio 26, 2008

106 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, isto está uma mão cheia de oportunidades. Cada vez me convenço mais: cada um tem a sua heterocronia. Muito simples: cada um tem um tempo próprio de intervenção, sempre, de reacção. Saúdo-vos a todos os que por artes informáticas nos permitis uma melhor relação. A todos obrigado.
Por razões várias, que me levaram ao limite das minhas energias físicas, foi-me impossível andar por aqui nos últimos dias. Mas voltarei porque os tempos estão a jeito dos profetas que temos que ser, quando devemos, no espaço de um povo de reis, de sacerdotes e de profeta as, que para isso são as nossas convicções.
Se a aaacarmelitas não for um espaço de expressão, oh vós todos os que vos encolheis, sabei que ela deixa de ser, por não ser. Um abraço

07 junho, 2008 00:47  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos... acabei de saber que alguns aacarmelitas estão a passar de mão em mão o blog "Um almoço muito especial" para que os que não conseguiram participar por não terem computador, também o possam ler. Julgo que há coisas deliciosas em todo aquele espaço. Eu, pessoalmente, cresci. Dado que tenho andado muito sobrecarregado ultimamente e, claro, os desafios também não têm existido, tenho escrito menos. Preparo um comentário ligado à transfiguração, com que começamos, e à Ordem do Carmo... mas ainda tenho muitas dúvidas. Cada vez me convenço mais que os espaços sem limites e plurais, como a aaacarmelitas, são neste mundo conturbadíssimo, como os últimos acontecimentos comprovaram, autênticos oásis de espiritualidade e fraternidade. Bem me esforcei que assim fosse creio que foi... tal é o agrado que a leitura fotocopiada está a revelar. Que bom!

14 junho, 2008 00:29  
Anonymous Anónimo said...

A MARGEM DO RIO

«Quanto maior é a evolução espiritual da humanidade, tanto mais me parece certo que o caminho genuíno para a religiosidade não passa pelo medo da vida, ou pelo medo da morte, ou pela crença cega, mas antes pela busca do conhecimento racional. Neste sentido, acredito que o padre, se deseja fazer justiça à sua elevada missão educativa, DEVE CONVERTER-SE NUM PROFESSOR (sublinhado meu)» Albert Einstein, in Como Vejo a Ciência, a Religião e o Mundo, Relógio D'Água Editores.

Aqui chegamos, ao fim de vinte, trinta ou sessenta anos de idade ou mais, não sabemos quando tudo começou para cada um de nós, porque, de certa forma, já éramos antes de ser, tal como a pescada que antes de ser já o era. O nosso "princípio" perde-se no tempo de um passado sem fim, pelos nossos pais, avós, bisavós, trisavós...até ao indizível numero dos biliões-de-anos-ser do universo. Bem pedi ao Zé Moreira, o TOC (Tecnico Oficial de Contas) do nosso convento, para que contabilizasse o número de ascendentes que nos geraram. Até ao momento nada disse. O resultado é que, fraco como sou em números, continuo sem saber a minha idade verdadeira e a de todos nós. Assim, atiro para aí com uns biliões que pouco adiantam à minha ignorancia.
O certo é que 64 anos são meus, que reconheço e sinto e me pesam nas costas. E com eles cheguei à Margem do Rio. Perscruto o horizonte da água que perante o meu olhar desliza, indiferente, sem que vislumbre a outra margem. Venho de longe, sessenta e quatro anos de longa caminhada, carregando o "testemunho" de antepassados a perder de vista. Se fosse pessimista diria «estou à beira do abismo».Como homem de esperança acredito que «o futuro está para além do horizonte». Basta deixar a MARGEM e atravessar o RIO. Tão simples: olhar em frente, ter esperança, atravessar o Rio.
Onde está a complicação?
No modo como "dar o salto" para a outra margem (porque se há RIO há OUTRA MARGEM).
Os pregadores de todos os tempos nos têm ensinado que é pela bondade, pela justiça, pelo amor. A transformação em "homens justos" transportar-nos-á,seguramente,à OUTRA MARGEM. Os que foram, lá estarão, nós iremos e eles irão.Os Justos. O nosso "comportamento" ditará a sorte da nossa travessia. Para os bem comportados será um sucesso e para os maus será o naufrágio nas profundezas.
Parece que a nossa vida sempre esteve balizada entre o BEM e o MAL e chegamos à Margem do Rio
para receber o prémio de uma travessia bem sucedida ou ser precipitados no naufrágio inglorio de uma vida.
Quando há dias o cientista António Damásio nos veio dizer que o bem e o mal são categorias biológicas, ficamos com a sensação que atravessamos o Rio ou naufragamos nele sem grande capacidade de alterar os acontecimentos!
Adianta pregar sobre o bem e sobre o mal? Pois se são categorias biológicas...não serão “mais”valores que ter apetite, gostar do azul-e-branco, admirar o arco-iris, o som da flauta...
E sendo assim, com que apetrechos me tenho de dotar para atravessar o Rio?

Porque não, simplesmente, fazer uma ponte?
Chamem os engenheiros!
Como diz Einstein, os padres ( pregadores do bem e do mal)convertam-se em professores.

14 junho, 2008 01:10  
Anonymous Anónimo said...

Realidades

Quem me leu neste blogue deve ter ficado com a ideia de que tenho uma verdadeira obsessão por contar avôs e avós.. Creio que já todos entenderam que esta aparente obsessão nada mais é que a minha forma de afirmar a historicidade do homem e também porque é com o nascimento de cada um de nós que tudo começa, em individualidade única e irrepetível. O acontecimento fundamental da natalidade não pode, NUNCA, ser posto de parte em considerações filosófico/teológicas. O NASCIMENTO está para o homem como as fundações estão para a casa. Esquecer este princípio significará cair em filosofias e teologias do absurdo, construídas a partir do tecto, pretensamente sábias e iluminadas, como aquela que o aaa Kosmos trouxe à colação, aí atrás, neste almoço, na longa citação de UM CURSO DE MILAGRES. Estive a reler. Fica-se espantado com a facilidade de alguns em falar de DEUS, O TODO, O UNO, A TOTALIDADE, A IMUTABILIDADE, A ETERNIDADE. Não só falar mas descrever a sua natureza! Apesar de, ao mesmo tempo, se dizer que essa mesma e verdadeira REALIDADE é indizível! Faz-me lembrar aquela do Pe Celso, nas aulas de português, a propósito de riscar os enganos dos ditados em que o aluno se engana duas vezes: Onde digo digo, digo que não digo.
Quem não teve paciência para ler o longo texto do CURSO DE MILAGRES, aqui deixo algumas passagens demonstrativas do que acabo de afirmar a respeito:

«O verdadeiro Deus Vivente é um ser não-dualista…é o Criador da vida, a Fonte e a Primeira Causa de uma realidade e totalidade não-física, o perfeito UM que abarca tudo, fora de Quem não há, literalmente, nada, uma vez que é o TODO…
«A realidade não é um reino físico, uma dimensão ou experiência…A realidade, tal como foi criada por Deus, e tal como Deus, é INFORME, IMUTÁVEL, ETERNA, AMOR INFINITO, ILIMITADO, UNIFICADA PERFEIÇÃO – uma unidade não-dualista…A realidade é sinónimo de Céu, pelo que jamais se pode relacionar com o universo da forma a que o mundo (?!) dá o nome de realidade…A realidade está para além da percepção, uma vez que esta pressupõe uma dicotomia sujeito/objecto.»
«O milagre é um meio para demonstrar que todas as aparências podem mudar, precisamente porque são aparências e porque carecem do atributo da imutabilidade que a realidade provê…».

O mesmo texto desvaloriza completamente os nossos pensamentos, porque parcelares e mutáveis. Bem gostava de saber, como é que o autor do texto proclama verdades tão concludentes e profundas sobre TUDO e sobre O TODO, se ele e todos nós não passamos de pobres aparências-de-ser, com pensamentos tão frágeis. Ah! Já me esquecia: pela iluminação!
E porque o uso da razão (percepção) pressupõe a dicotomia sujeito/objecto (mesmo se o objecto é o próprio sujeito da percepção, através do autentico milagre que é a consciência de si, de que tanto falei aí atrás) o autor do texto diz que o mundo de que fala - a sua realidade – está para além da percepção. Ou seja, somos ceguinhos de todo e daqui não saímos, a não ser pela bendita iluminação. Daí a missão atribuída aos incansáveis “trabalhadores da luz”, que têm a tarefa hercúlea de acender a tocha de seis biliões de humanos, fazendo-os passar da aparência à realidade.
Não entendo, de novo, como é que sendo nós e tudo o que existe, DESDE SEMPRE, PARTE INTEGRANTE DO TODO, caímos na desgraça da APARENCIA-DE-SER e tenhamos que agora ser reencaminhados e iluminados!!!
Nada se diz como e quando aconteceu o apagão nesta parcela do TODO que é o nosso universo.
E até que o nosso facho reacenda, parece que nascemos, mas não nascemos. Parece que vivemos mas não vivemos. Parece que morremos mas não morremos. Nem fomos à lua, nem descobrimos galáxias, nem subimos às montanhas, nem descemos ao fundo dos mares. Nem fizemos catedrais e sinfonias, nem escrevemos histórias de deuses e heróis, nem combatemos pestes e aumentamos para o dobro a esperança de vida. Nem esmigalhamos átomos em gigantescos aceleradores de partículas, para descobrir o mistério que escondem, nem temos avós, nem fizemos filhos. Nem amamos esposas, nem temos amigos. Nem estou, aqui e agora, à frente de um computador! Só parece que estou!
Que estranha forma de realidade se aprende num curso de milagres!
È no que dá quando se não contam avôs e avós. Fica-se com aparência de gente, aparência de mundo e aparência de saber.
Com aquela prosa toda o que se pretende dizer é tão somente que não existe um Criador e a sua Criatura, embora, paradoxalmente, se fale em Deus Criador. Porque se a Criatura é tão eterna como o Criador e tem todos os outros atributos divinos, será uma emanação de Deus e não sua criação. E assim temos, neste Curso de Milagres a proposta do Monismo budista que se contrapõe ao monoteísmo das três religiões universais que são o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Nestas há intersubjectividade entre as criaturas e entre estas e Deus Criador. No caso particular do catolicismo a intersubjectividade subsiste na própria divindade, constituída por três Pessoas (Sujeitos). Não entendo como o autor pode falar em AMOR INFINITO, para descrever uma entidade que nos é apresentada absolutamente só, una, indivisível, «não-dualista». Neste caso, amar é ver-se ao espelho, contraditório com o conceito de amor, que pressupõe sempre a existência de pelo menos duas pessoas.
Em vez de ficarmos à espera que a iluminação caia do céu de um qualquer curso de milagres , metamos mãos à obra e construamos a ponte, a ver se atingimos a OUTRA MARGEM. Para isso continuemos a fazer filhos, a caminhar em direcção às estrelas, a estilhaçar átomos, fazer sinfonias, jogar futebol, celebrar a festa da vida. Quem sabe um dia poderemos ver como é DO OUTRO LADO! Se começarmos por não negar a realidade da Margem de Cá, teremos boas hipóteses de sucesso.
De uma forma lúcida Einstein diz que precisamos mais de professores que de pregadores iluminados, nesta caminhada em direcção a um horizonte a perder de vista. E rezando, sempre, humildemente, a oração do grego Sócrates: Sei que nada sei.
É facilitismo acomodar-nos à ilusão de um fim do mundo apocalíptico, que nos desresponsabiliza da tarefa imediata, urgente e ingente, de construir, com o nosso engenho, pontes de esperança para amanhã. Não será, seguramente para desafiar deus algum, como os construtores da torre de Babel. Será para realizar os sonhos que nos foi permitido sonhar..

16 junho, 2008 08:36  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas carmelitas, por afazeres que me deixaram menos tempo, tenho-me atrasado na comparência na “formatura” dos comentários. Pois então, presente…
Dois comentários do nosso caro Mário. Lidos com muito agrado, com um brevíssimo comentário diferente. O primeiro, quase, quase que me identifica. Na minha perspectiva e se o pudesse fazer nomeava-o para um prémio… estava nomeado. Deliciei-me, que a palavra escrita também serve para isto. Ditosa a escola que tais mestres gerou…
O segundo comentário, na minha leitura, até podia ser quase perfeito, se fosse escrito em perspectiva inclusiva. Confrade Mário, se dás licença de me incluir no convento mais alargado das nossas vidas, então há alguma coisa melhor que uma provocação que nos faz reagir e crescer? Que mais não fosse, essa já era uma boa função. Mas tem mais… seguramente também fez crescer o protagonista que o suportou e olha que dele eu também diria: ditosa a escola que tais mestres gerou.
Mas será que é agora, que estando eu à beira da margem, me vou questionar e desdizer dos meios que os outros usaram só porque também lá estão?

Volto ao velho problema: salvos. Levamos a vida a fazer o bem para nos salvarmos ou fazemos o bem porque como salvos isso decorre da nossa salvação? E os que nem pensam nisso não fazem o bem? Estou já a entrar no teu primeiro comentário. Mas para te ser franco iria mais além da racionalidade, ou se quiseres ficaria um nadinha aquém, na humanidade que é termo menos académico.

Há por aí desvios? Desvios de quê? De fé? Há por aí apóstatas? Mas então São Paulo não é apóstata em relação aos evangelhos? E os mestres da tradição não são apóstatas em relação a São Paulo? E a igreja actual não o é ainda? Eu sou apóstata? Pois que resulta se me excomungarem? Um problema para quem o fizer… a comunhão dos santos hoje é comunhão na prática do bem e comunhão até, com os que, julgamos nós, não o fazem. Damásio? Bem e mal dependurados na condição física e racional humana? Seguramente… Mas nós já sabíamos isso há muito anos… Então a liberdade é o quê? Não somos livres só para fazer o que devemos? Então os limites e os ilimites da liberdade não são físicos?

Na festa convívio da transfiguração do Tabor que Jesus realiza com os recursos humanos que suportavam o núcleo dos seus ensinamentos, Pedro Tiago e João, qual “work shop” moderno em trabalho de fim de semana, vejo, hoje, cada vez mais uma humanidade que em expectativa de bem deita mãos à obra e tem sucesso. Voltarei

18 junho, 2008 14:30  
Anonymous Anónimo said...

A Ciência e as Crenças

Bondade a do Jorge falar em mestres. Mas eu recordo com muito carinho o meus mestres, depois confrades, que irão saindo da arca da memória à medida que os temas os chamem, um a um, a este interminável Almoço.
Hoje será a vez do Pe Olavo, o mítico professor de ciências, de Física, de Química, de Grego. Sei que está vivo e velhinho e pode ser que talvez se lembre das nossas hilariantes peripécias, por terras de Trás-os-Montes e alto Douro, no Verão de 1967, a fazer exames de admissão de novos marianos, de terra em terra, a bordo do velhinho “carocha”, que, aliás, se portou lindamente. Nem um pouco que seja justificou a cantiga que lhe fizeram, por ocasião do onomástico do condutor mais frequente e que rezava assim:
Padre Olavo diz que tem
Ai mas não tem
Um carrinho de primeira
Puxa bem em toda a parte
Só não puxa na ladeira…

Pois o carro puxou em todo o terreno.
Eu bem queria começar a abordagem do tema mas as lembranças não me deixam…
Era uma aula de ciências, no segundo ano, na grande sala de estudo, que éramos muitos. Explicava o Pe Olavo as partes que compõem uma planta. Nomeava cada uma e explicava em detalhe. E lia do manual: «E é aqui, na zona pilosa da raiz…». Levantou os olhos do livro porque ouvira risos abafados.
Silêncio! Vamos prestar atenção!
E retoma a leitura, mas, por desgraça, recomeça na frase interrompida. «E é aqui, na zona pilosa da raiz…»
Quem não sufocara o riso da primeira vez, porque estava distraído, junta-se agora ao burburinho. A mente daqueles miúdos de 12 e 13 anos, em plena puberdade, explodiu e incendiou a aula. Ninguém conseguia parar de rir. O Pe Olavo procurava o motivo de tamanho alvoroço, mas nada. Até que alguém deixa escapar, denunciando a malandrice: «Zona pilosa…zona pilosa…».
Ao meu lado estava o Lima Moreira, de São Julião do Freixo, que me alertara. Eu fora um dos distraídos na primeira vaga. Ele abanava todo a rir-se e apontava para a respectiva “zona”. Bem me recordo que comecei a rir e também me recordo que tive de confessar que pecara contra a castidade por pensamentos palavras e obras. O pecado não fora tão abrangente mas, pelo seguro, era melhor assumir culpa total não fosse ficar de fora alguma coisita que podia custar-me uma dolorosa chamuscadela no fogo do purgatório.
E voltando ao Pe Olavo, ele estava vermelho, não sei se de cólera se de vergonha, tão sério como nunca o vira, bateu com força ao fechar o livro e ordenou:
Todos de joelhos!
Acalmou-se o suficiente para começar um longo sermão. Das plantas, nem mais raízes nem caules!
Os miúdos lembram-se de cada uma!

18 junho, 2008 23:47  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas carmelitas
A minha conversão pela transfiguração
Hoje nem abri o blog com medo de me entusiasmar e não cumprir o prometido. Eis pois:

A minha leitura da Transfiguração, reconheço-o hoje humildemente, foi sempre superficial. Tive mesmo ocasiões em que me parecia que pouco ou nada tinha a ver com a boa nova. Erro meu. Verifiquei estes dias em que me envolvi um pouco mais em leituras e reflexão quão grande era a minha ignorância e como grande e pragmático era o vanguardismo do Mestre. Eis senão, quando andava envolvido nestes pensamentos, o que me ocorreu: “Bom, eu já sou desta família, porque senão fora, agora, convertia-me mesmo”.

Redireccionar todo o sentimento messiânico de um povo “casmurro” e sempre oscilante era para Jesus trabalho hercúleo. Pensar um modelo novo de vida para a humanidade e idealizar este modelo a seguir em frente de geração em geração só era imaginável para quem para além desta vida terrena se colocasse. Então se tivermos em linha de conta que alguns teólogos afirmam que nem Jesus se sentira e soubera sempre ser enviado e filho de Deus, mas que foi na sua vida que o descobriu… ou então, as dificuldades que no Evangelho segundo Jesus Cristo, Saramago descreve romanceando, não é difícil perceber as dificuldades de Jesus para que mesmo um grupo restrito de três, Pedro Tiago e João, o percebessem.

Eis porque a transfiguração é momento decisivo: nada funcionava naquelas cabeças dos três. De todos os apóstolos só um era operacional, o Judas. Mas esse, por mais que Jesus lhe dissesse que não era o Messias guerreiro que libertaria Israel do jugo dos Romanos, mais Judas se convencia de que sim. Vejam o evangelho não reconhecido pela Igreja segundo Judas. Os três que esforçadamente Jesus quer que assumam (subam à montanha) eram frágeis, quais caninhas verdes! Se eles já eram assim, agora, perante a morte que se avizinhava, desertariam seguramente. Eis a razão da festa (da transfiguração) … dar-nos a certeza do sucesso na feitoria (no fazer) do bem. Isto é de um humanismo linear, mas vanguardista em gestão de recursos humanos. Nos nossos dias C Rogers chamaria ao que Jesus fez um “Work Shop”, Moreno chamar-lhe-ia dinâmica de grupo. Afinal não é a transfiguração da personalidade das que realizamos com essas envolvências? Claro que sim, as palavras usadas, porém, são outras: convencimento em função de objectivo. Ou ainda convencimento de sucesso no objectivo ou, em dinâmica de grupo, de eliminação de uns problemas emocionais e fortalecimento de outros sentimentos e emoções.

Na transfiguração de Jesus o que está em causa não é a sua própria transfiguração, mas que os três discípulos se convençam que se aderirem têm a certeza do sucesso, têm a certeza de que o exercício da mensagem os transfigurará.

E se esta leitura pode parecer demasiado centrada em recursos humanos, a verdade é que o facto de nela ser incorporada, através de Moisés, toda a história da antiga aliança selada com Abraão, numa montanha, e revertida nas pedras da antiga lei com Moisés, numa montanha, e agora a transfiguração, numa montanha, redirecciona-nos em definitivo para o cerne da questão: “Este é o meu filho muito amado, escutai-o”…. Os conteúdos do que deveremos escutar são a boa nova, isto é “evangelho”: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Mas ainda tem Elias. Deixei para o fim de propósito. Em Elias se representa o profetismo, a palavra, a denúncia, o caminho que se aponta. Então como se faria “o amai-vos uns aos outros”? Sempre com base na palavra, no convencimento pela palavra, pela mensagem…
Eis porque se não fosse desta família que quer fazer o bem, me converteria.

Na capa branca dos carmelitas e no alvo lenço do laicado carmelita nos ligamos ao Jesus transfigurado e ressuscitado, cujos guardiães (da ressurreição) por excelência a Ordem foi através dos tempos. Mas temos a obrigação de nos revermos profeticamente nos anúncios de caminhos de bem para todos os homens como o grande profeta Elias e nossa referência histórica, e de afectos, sempre o fez. E eis a outra vertente que sempre havia intuído para além do contemplativo, a da disponibilidade profética para a palavra.

Na transfiguração de Jesus a certeza para todos os homens a quem Deus ama do seu próprio sucesso, a certeza, por ele, da nossa própria transfiguração.

21 junho, 2008 14:42  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas carmelitas,
Afinal, caríssimo Rosalino Durães, distinto secretário da direcção desta associação, donde a ideia do texto da transfiguração em Mateus a encimar este "Um almoço muito especial"?
Queria saudar-te por essa feliz ideia que espero refiras porquê nem que seja só inspiração vinda de lá... para nos congratularmos com as coisas lindas que depois, por associação de ideias, se vão produzindo na palavra debitada. Bem haja por esta feliz ideia. Fecha-se parte do ciclo da intelecção da nossa associação e do sucesso na prática do bem que por ela nos transfigurará. Queria que estas ou outras palavras encimassem o meu comentário sobre a nossa transfiguração em Jesus mas o meu atraso e a pressa daí resultante forçaram o esquecimento. O seu a seu dono. Na perspectiva da transfiguração em aaacarmelitas também a certeza da nossa transfiguração.

22 junho, 2008 02:03  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas carmelitas, amigos,
365 Vezes: Não temais

Na senda do meu comentário à transfiguração, sabeis quantas vezes na Bíblia aparece escrita com pequenas variações o apelo a que não tenhamos medo?
Exactamente uma vez para cada dia do ano. Olhem que ele há coisas interessantes!... Pois é. Hoje andamos todos a pensar no falar positivo, pensar positivo, agir positivo.

Aaacarmelitas, um espaço aberto plural, também por isso um espaço de pensamento, de realização à medida de cada um e que, em perspectiva de transfiguração, está disponível para todos. Afinal, cada um de nós atrai a realização dos objectivos à medida da grandeza do seu pensamento e, por isso também, à medida dos conteúdos do seu pensamento.
Na festa que Jesus leva a efeito, precisava com urgência que os três entendessem, que por atracção, também lá chegariam. Mas era preciso pôr as cabecinhas a funcionar. Já se sabe que ocorrências hão que podem gerar medo. Mas isso até é salutar se uma vez por dia o vencermos...
Eis porque aaacarmelitas além de um espaço aberto, um espaço de pensamento, é também um espaço de atracção e um apelo, para os que o quiserem, à transfiguração.
Tudo o que entra na minha vida é atraído por mim, é atraído em virtude das imagens que guardo na minha mente. Atraio aquilo em que penso. O que quer que seja em que penso, isso é o que me atrai, e é nesses conteúdos do pensamento em que transformo a minha vida. A atracção com vertente dupla, a religiosa (transfiguração) e ao serviço de um conteúdo "este é o meu filho muito amado, escutai-o" ou simplesmente, lei da atracção.
Eis a importância da cultura, eis a importância do professor, caro Mário, mas também a importância dos profetas, da palavra. Os presbíteros, que o forem, sempre serão professores, mas, de outra ordem e, por isso, não tiram o lugar aos outros: "no princípio era o verbo...", eis a força da palavra, a importância dos profetas, a importância dos que chocam e provocam para fazer pensamento, que faz acontecer transfiguração, que faz acontecer atracção, que transforma cada homem num íman e a sociedade num campo “magnético” em movimento irreversível de realização individual e colectiva. Salvação?!

E eu que tanta vez passei ao lado da transfiguração bíblica e mariana. E, assim, nesta longa caminhada de pensamento, me reencontro com a manifestação mariana de Fátima. Mas essa manifestação, influenciadora de vidas, todos vós conheceis bem. Mas se não for esse o caso, ou porque vos não agrada, quedai-vos pela atracção, pelos conteúdos do vosso pensamento… mas cuidai deles.

Só mais um pequeno pensamento:
Sempre intuí quão importante era para a Ordem do Carmo a sua casa Beato Nuno… hoje percebo bem porquê. Mas fico ainda sem perceber qual a razão que sempre obstou a um maior envolvimento da comunidade que ali integrei vários anos na vida da Casa, isto é no seu objecto, ou será que este envolvimento transfigurador e atractivo não era entendimento da Ordem?

Casa Beato Nuno, um espaço de profetismo (Elias), de palavra, de pensamento, de mais conteúdo e ou de mudança, de transfiguração, de atracção, como convinha, numa montanha, na Cova da Iria, Serra de Aire, quais montes Carmelo, Tabor ou Sinai,

23 junho, 2008 19:34  
Anonymous Anónimo said...

A crença e a ciência II

Titulo anunciado de um texto adiado, muito por culpa de antigas memórias.
E vou deixar em sossego o Jorge, na meditação procurada e encontrada no convento da sua família, da sua paróquia, da sua ilha, transfigurado em carmelita contemplativo, almejado sonho de uma juventude, a realizar em plenitude numa mais que madura idade. Monge sem tonsura nem hábito, nem cinto a cingir-lhe os rins, nem festiva capa branca. Castidade e fidelidade de mãos dadas, pobreza no pão partilhado, obediência ao pulsar da vida. Fica em paz, confrade Jorge, convertido já converso, no convento da tua vida carmelitana.

Há muita gente a pensar que, quando avança a ciência, recua a crença. E, assim de repente, parece que é verdade. A trovoada já não é Deus a ralhar, nem os terramotos e pragas, castigos divinos.
Estou a lembrar-me de um pequeno episódio passado comigo, em Viseu, há uns dois meses atrás. Fui abordado na rua por dois senhores, pertencentes a uma confissão cristã que não cheguei a identificar. Um deles, enquanto me estende o folheto, atira a pergunta: Quem governa o mundo? Sem pensar, respondi que não deve ser grande governante, pelo jeito que isto vai. São guerras, fome, doenças. Depois as calamidades dos tsunamis, das tempestades, das secas, das cheias. (sem os deixar falar) E não me digam que é por causa dos nossos pecados, porque antes de existir um só pecador à face da terra, os terramotos eram mais que muitos, os vulcões incendiavam a terra como nunca e os inocentes dinossauros foram implacavelmente dizimados.
Renderam-se os dois simpáticos apóstolos de Cristo? Sem pestanejar, responde-me o do folheto: Não havia homens mas existia o diabo!
Rendi-me eu a tanta sabedoria e desejei-lhes um bom Domingo, que tinha pressa de chegar a casa.
Não há mistério que não tenha explicação, para um verdadeiro crente. Tudo é simples, claro e definitivo. Sombras? Só as do pecado. O horizonte não esconde o que já está revelado. Não há que procurar o caminho, porque todo o percurso está bem sinalizado pela crença. Basta que o comportamento se ajuste aos preceitos dos valores perenes do amor e da justiça e aos bons costumes que as tradições vão propondo ou impondo. Venham os pregadores, que a ciência temo-la toda!
Venham os pregadores, que a rota terrestre, marítima ou aérea, para o Paraíso, está descoberta (revelada).
A PONTE entre esta MARGEM e o FUTURO está construída. Basta que nos comportemos lindamente. Viver, será assim como tirar um curso de bom comportamento, cada um dentro das crenças que recebeu. Depois, é só esperar que o tempo passe e sobrevenha a morte.
Mas porque será que ninguém tem pressa de lá chegar?

24 junho, 2008 01:15  
Anonymous Anónimo said...

A crença e a ciência III

Por ocasião do referendo sobre o aborto, assisti a um dos muitos debates televisivos que se fizeram sobre o assunto e que contou com a participação de nomes sonantes. Havia uma historiadora cujo nome não recordo, um sociólogo, António Barreto e um príncipe da Igreja Católica, o cardeal Saraiva Martins. Parece que ainda estou a ver o cardeal erguendo a sua mão esquerda a exibir um espermatozóide e na direita um óvulo, fazer o gesto de os juntar para fecundação, aproximando os venerandos membros até tocar as pontas dos dedos, e concluir sapientemente que a partir daí temos o embrião do se um ser humano, individualizado, único e irrepetível. Ele o diz, assim, solenemente e a ciência confirma em absoluto, no silêncio aprovador dos representantes da Academia. Eu acrescentaria ainda que não só deste modo se multiplica o homem em individualidade única e irrepetível, mas qualquer ser da espécie animal e vegetal, com raras excepções. E tal facto, só por si, é revelador da riqueza incrível em variedade de indivíduos, mesmo dentro da própria espécie. Todo o ser vivo deste nosso Planeta Azul é único e irrepetível.
Arregalem os olhos de espanto sobre o prodígio da vida!
Como vão longe os tempos do Galileu perseguido pelos príncipes eclesiásticos! Agora são estes a invocar a ciência para demonstrar a justeza das suas afirmações e crenças. Não duvido que Galileu sairia do debate, de braço dado com o cardeal Saraiva.
Mas dou comigo a pensar que esta conciliação prometedora entre a ciência e o cardeal, esta harmonização entre religiosos e cientistas, se levada avante, poderá desembocar em conflitos, onde necessariamente alguém terá de ceder.
È que o gesto solene do cardeal Saraiva fez-me pensar no genoma humano. Fez-me pensar nos cromossomas que de imediato se começam a formar, aos pares, até vinte e três, na formação do novo indivíduo, único e irrepetível. Um cromossoma proveniente do óvulo, emparelhando com o que vem do espermatozóide. E se é assim para todo o ser humano verdadeiro, também terá sido para Jesus de Nazaré, professado no nosso catolicismo como VERDADEIRO DEUS e VERDADEIRO HOMEM. O “verdadeiro Deus” será por conta da Fé, mas o “verdadeiro homem “ , diz o cardeal Saraiva, à ciência o deve.
Foi-se, de uma penada, todo um castelo de dogmas da fé católica?
Sim e não. Sim, para os teólogos. Não para os crentes em geral.
Esperam um bocadinho antes de começarem a protestar, meus caros aa.s
Em 1969, um outro príncipe da Igreja Católica, o cardeal Joseph Ratzinger (esse mesmo, o futuro Papa Bento XVI!), que haveria de ser investido no cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé afirma a este respeito: «A filiação divina de Jesus não se baseia, à luz da fé da Igreja, no facto de Jesus não ter pai humano; a doutrina da divindade de Jesus não seria posta em causa se Jesus fosse o fruto de um casamento normal». Fim de citação Os mais cépticos podem consultar in Joseseph Ratzinger, “Foi Chretienne hier et aujourd’hui, trad. Francesa, Editions Mame, 1969”.
Quem pretendeu negar, injustificadamente, um marido a Maria de Nazaré e um pai ao seu filho primogénito estava longe de imaginar que um dia a ciência haveria de demonstrar que um ser humano verdadeiro deve cinquenta por cento da sua existência à mãe e cinquenta por cento ao pai. Perfeita paridade de função!
Avança a ciência, recua a crença.
Dito de outro modo: Jesus Cristo para a Fé e Jesus de Nazaré para a ciência. O que também vale para sua mãe.

24 junho, 2008 09:11  
Anonymous Anónimo said...

A Crença e a Ciência IV

Por altura da Páscoa de 2007 assisti a um debate televisivo que me deixou perplexo, até hoje, por causa de uma resposta do Pe Carreira das Neves a uma pergunta feita pela jornalista que conduzia o debate.
O tema era sobre um documentário transmitido no Discovery Channel, acerca do extraordinário achado arqueológico daquilo que seria o túmulo da família de Jesus. Ali estaria o ossário da mãe, da mulher (Maria Madalena), de um filho de ambos, dos irmãos…Um túmulo com as ossadas de Jesus e sua Mãe era tudo o que ninguém na cristandade católica, e não só, esperaria nunca encontrar. Jesus ressuscitou fisicamente, segundo a nossa fé cristã, e sua Mãe foi levada em corpo e alma, como diz o dogma da Assunção, para o Céu. Nenhum vestígio físico de Jesus e Maria poderia ser encontrado, sob pena de caírem por terra dogmas sobre dogmas.
Era o que eu pensava, mas parece que não é bem assim. Daí a minha perplexidade quando, a uma pergunta da jornalista moderadora do debate, mesmo no fim, aliás foi a última pergunta e foi também a última intervenção do Pe Carreira das Neves, um dos mais conceituados biblistas católicos da actualidade, o Pe Carreira das Neves responde que, se ficasse provado que ali estavam as ossadas de Jesus, de Maria sua mãe, de Maria Madalena, do filho de Jesus…«os fundamentos da sua fé não ficariam abalados». Coloquei entre aspas, porque a resposta foi exactamente esta.
Considerando a posição do teólogo e cardeal Ratzinger, o actual Papa, acerca da paternidade humana de Jesus e esta do Pe Carreira das Neves, teólogo e especialista de estudos bíblicos , fica-se com a sensação que os teólogos, ao mais alto nível, já não acompanham a crença popular nos dogmas de fé que o ensino oficial propõe.
Há cerca de um ano, uma das minhas irmãs freiras trouxe-me um livrinho da autoria conjunta do Prof Anselmo Borges e da Ir Julieta, sua “confreira”, da congregação do Sagrado Coração de Maria. O livro intitula-se “A Verdadeira Historia de Maria Madalena “. Confesso que, para mim, nem é verdadeira nem falsa. É apenas mais uma, porque são ainda pouco conhecidos os factos históricos acerca desta personagem bíblica. Mas o que me impressionou na leitura do texto a cargo da Ir Julieta Dias foi esta intrigante e incrível tese teológica: « Seria possível ver em Jesus, O Cristo, O Salvador, se ele tivesse descendência? Toda a sua dimensão de salvação por dádiva e sacrifício do seu corpo para redenção poderia cair pela base, se existisse uma família, um filho, um grupo de mais eleitos, seus próximos, seus familiares.
«E no caso de existirem, qual seria a função desses seus filhos? O que seriam os netos de Deus?...No horizonte teológico onde Jesus se enquadra, essa suposição não tem sequer lugar, porque destruía a sua face divina, impossibilitando-o de ser o Cristo, o Messias» Fim de citação, pag.s 140/141 , do título acima referido.
Em resumo: Jesus podia ter ascendentes, porque Jesus nasceu realmente. Mas não podia ter descendentes!
A Ir Julieta faz depender toda a economia da salvação de uma hipotética inserção de Jesus na plenitude de uma família humana. Até parece que ela está a dizer: Jesus é verdadeiro homem, mas só até certo ponto…
E, pelos vistos, o Pe Carreira das Neves não está de acordo. Nem o cardeal Ratzinger.
E a mim apetece-me pedir à Ir Julieta o que estou farto de pedir ao Zé Moreira: ò Irmã, conte lá os seus avôs e avós! É que, se o fizer, vai ver que está equivocada.
Como assim?
Ora vejamos: Segundo a Ir Julieta, Deus não podia ter netos. Mas contando avôs e avós…já podia ter compadres. Pelo menos pelo lado da Mãe. Compadres de carne e osso, tal como seriam os netos. Compadres avós, bisavós, trisavós, tetravós, penta…e por aí fora até Adão e Eva. Se a nossa irmãzinha contar avôs e avós, acaba por descobrir que Deus está ligado, CARNALMENTE, a milhões, a biliões de seres humanos, por causa da Incarnação em Cristo! Os netos de Deus, seriam, afinal, mais uma entre biliões de relações carnais de Deus com a Humanidade. Onde está o problema, Ir Julieta? Só porque, sendo freira, não vai dar a Deus mais um netinho?
Talvez O cardeal Ratzinger se tenha posto a contar avôs e avós, para dizer o que disse. E o Pe Carreira das Neves.
E, já agora, também o côdeas do Mário Neiva.

26 junho, 2008 08:19  
Anonymous Anónimo said...

A Ciência e a Crença

PONTES para a outra MARGEM

Alexander Fleming, escocês nascido em 1881 e falecido em 1955, foi, durante a Primeira Grande Guerra Mundial, médico militar e ficou impressionado com a grande mortalidade nos hospitais de campanha, provocadas pelas feridas infectadas. Acabada a guerra dedicou-se de corpo e alma à tarefa de descobrir um anti-séptico que evitasse a mortandade e a agonia provocada pelas infecções. O fruto do seu nobilíssimo trabalho foi a descoberta da penicilina, inaugurando a era dos antibióticos.
Algum de vocês pode calcular o número de vidas salvas ou socorridas por este engenheiro da vida?
Este construtor dedicado é responsável pelo avanço de um bom par de quilómetros em direcção à OUTRA MARGEM.
Não está nos altares, porque não foi pregador de moral e bons costumes, nem anunciador de verdades reveladas. Mas inscreveu, não tenho dúvidas, o seu nome no livro da vida.
Por mais que ainda nos custe aceitar, acaba por ser a ciência a pôr tudo em pratos limpos ou os pontos nos ii. Foi assim com Galileu e será cada vez mais assim. Eu diria, pretensiosamente, que a ciência que se vem desenvolvendo nos últimos séculos, vai realizando os antigos sonhos dos nossos antepassados, que se foram desenrascando como puderam com as suas brilhantes, imaginativas, e criativas filosofias e teologias! Deixaram-nos monumentos fantásticos em todas as formas do seu sentir e do seu pensar.
Os homens da ciência, dos últimos séculos, não os desmerecem. Muito pelo contrário. Hipócrates é honrado por Fleming ou pelo nosso António Damásio. Sócrates, o grego, é modelo de todos os cientistas, de todas ciências, pela sua procura incessante da verdade, cientes como ele, que só temos na mão uma ínfima parcela da verdade. Mas que dá para viver e sonhar por mais. Porque se sente, hoje mais do que nunca, que avançamos em direcção ao FUTURO. E quando a coisa está feia, em vez de sentirmos que atravessamos um rio de águas límpidas, parecemos antes camelos a atravessar um deserto que nunca mais acaba., de oásis em oásis, apesar de tudo.
Não podemos é dar o aspecto tristonho e desmotivador de uma multidão de nostálgicos a olhar para trás, para um imaginário PARAISO PERDIDO, porque, uma vez chegados à MARGEM do RIO que é a VIDA, desde o nosso nascimento, o objectivo será atravessá-lo.
E todos sabemos que dá mais trabalho construir a ponte que entreter-nos a meditar que do passado virá um anjo que, milagrosamente, nos transportará nas suas asas para o OUTRO LADO. Assim mesmo, sem fazer nada, sendo só bem comportados.
No inicio da década se sessenta o bondoso Papa João XXIII disse: «a justiça é o novo nome da paz». Ninguém o ouviu. Acontece aos pregadores…Mas imaginem o que seria todos os sermões substituírem, definitivamente, a palavra “paz”, pela palavra “justiça”, seguindo a dica do bondoso Papa? Podia não resultar muito, mas o discurso tornava-se muitíssimo mais incomodativo. E alguns metros na ponte haveríamos de avançar…

Uma saudação a todos os aa que amanhã se vão encontrar no encontro anual. Olhem para a frente, rapazes!
Um abraço amigo aos que conheço e não conheço. São todos meus irmãos de sangue.

Mário Neiva

27 junho, 2008 09:14  
Anonymous Anónimo said...

ALELUIA!
Caríssimos aascarmelitas e caro Mário,
Oh confrade, de ti, peço mais. Não é que não tenhas dito muito, talvez até demais. A questão do que dizemos é apenas e só o que aproveita aos nossos aas. O resto, caro confrade Mário, à boa maneira minhota, são lérias. Nada mais digo sobre isto e como minhoto que és e eu também, parto do princípio que estou entendido. Caro confrade Mário, apenas e só, o que aproveita aos nossos caríssimos aas.

Só por falta de oportunidade e por pudor não vim a este espaço com os problemas da Ordem em Castidade e Pobreza e nem sequer vou entrar nisso agora. Mas garanto-te que tenho um naipe de quatro ases para jogar. Mas, para quem? Só para ti? Não, aí prefiro um e-mail ou um telefonema. QuaL monge sem tonsura, nem hábito, nem cinto, nem capa branca!?...Qual carapuça, passa à frente para onde deves estar com o pensamento que tens e te sobra?! Passa à frente!.... Oh amigo, e confrade, eu só digo o que entendo ser útil!

Castidade e fidelidade de mãos dadas… Castidade? O que é isso? Não mexer nos genitais? A fidelidade tem a ver com um só genital? Passa fora… vai crescendo. Adapta a linguagem… Por eu não falar em certas coisas não significa que não as trate mentalmente. Pobreza no pão? O que é isso? O que é obediência ao pulsar da vida? Para tua informação, da minha parte, o único voto necessário, no entendimento, é o da obediência!?... Pois claro. Ao pulsar da vida é que nunca. Era o que faltava, não havia obediência nenhuma.

Para este universo de aas, e para a minha companheira que nos lê religiosamente e seguramente muitos outros, quando avança a ciência recua a crença? Mas porquê? Por mau feitio da ciência? Cresça a ciência para eu ficar tranquilo com a minha crença!

Caro confrade, ainda não enterrou o Deus que ralha?

Comportar lindamente? Sempre me comporto lindamente. E para tua informação, pela primeira vez na vida verbalizei hoje, com a minha companheira que, aquilo que eu decido serem, dia a dia, os meus actos, é a vontade de Deus a meu respeito. Verbalizei mas já o pensava desde que me conheço. Nós não temos que pesquisar qual a vontade de Deus a nosso respeito. Temos que assumir que aquilo que fazemos é a vontade de Deus a nosso respeito. Merece comentários? Merece! Mas quando estamos de boa vontade temos que intuir que Deus e nós somos um.

Caríssimos aas, com a escola que tivemos, o nosso dever é ser e ser para os outros.

Bem haja… com pesar de não estar no encontro…
Desfrutem por mim e tirem partido da riqueza que cada aa encerra. E, para serem, decidam o que querem ser e pensem-no constantemente para o virem a ser.

ALELUIA

28 junho, 2008 01:06  
Anonymous Anónimo said...

Clarificando

...o que me parecia claro! Castidade e fidelidade de mãos dadas sim, quando a castidade não é considerada uma reserva de sentimentos e expressões corporais, mas quando elas exprimem sinceridade, honestidade, verdade, enfim, fideliadde ao que mais digno somos como pessoa humana. Numa palavra, quando somos fiéis a nós próprios.
Essa outra fidelidade que supões e eu não disse, pode não passar de prisão e preconceitos moralistas.
Pobreza no pão partilhado é a única forma de "pobreza" digna de ser vivida. Partilhar tudo o que somos, não guardando, avaramente, os tesouros que somos ou descobrimos.
Obediência ao pulsar da vida e não a meia duzia de leis contidas numa Regra, feita por um qualquer homem santo,para aquele lugar e para aquele tempo, e que hoje serão pouco mais que letra morta!

Era nisto que eu estava a pensar e muito mais,Jorge.Sem uma ponta de ironia. E porque já entendi que a vida carmelitana que pretendes viver no convento da tua vida será, simplesmente, uma integração, no teu dia a dia, da espiritualidade carmelitana.Se assim não for,corrige-me.
Não te ofendas e desculpa-me,se por ventura me expliquei mal.Estendo o pedido de desculpas à tua companheira.
Mário Neiva

28 junho, 2008 07:59  
Anonymous Anónimo said...

Em tempo

...E já agora poderás concretizar o que devemos dizer que aproveita aos aaa e o que não aproveita, para, eventualmente, me conter dentro desses parâmetros...

28 junho, 2008 08:09  
Anonymous Anónimo said...

Clarificando

...ainda o que disse sobre o Jorge e a sua vida de carmelita contemplativo. É que não me conformo com a interpretação do Jorge. Nãe estava espera que ele não compreendesse toda aquela linguagem metafórica. Uma leitura mais atenta descobriria, até pelo ritmo das palavras, que eu deixara o prosaico da narrativa e referia-me à espiritualidade carmelitana do Jorge com poesia e ternura. Faltava a rima, é verdade, mas estava lá a cadência ritmada e a linguagem figurada. Vou dispôr as frases, como se estivesse a fazer um poema e ficava assim:

Monge sem tonsura nem hábito
Nem cinto a cingir-lhe os rins
Nem festiva capa branca.
Castidade e fidelidade de mãos dadas
Pobreza no pão partilhado, Obediência ao pulsar da vida.
Fica em paz, confrade Jorge
Convertido já converso
No convento da tua vida
Carmelitana

Pena que o Zé Moreira tenha deixado a sala deste logo e especialissimo repasto. Teria vindo acalmar os ânimos e, desta vez, acertava em cheio, se dissesse que era apenas uma metáfora.

29 junho, 2008 06:28  
Anonymous Anónimo said...

Errata.

Ao ler o texto já editado reparo que um dos versos saiu desalinhado, como podem facilmente notar. Bem pior do que isso foi o disparatado pleonasma da cadência ritmada. Prometo ficar mais atento.

29 junho, 2008 06:46  
Anonymous Anónimo said...

Onde digo digo, digo que não digo. Hoje estou mesmo em dia não! Agora saiu anónimo...

29 junho, 2008 06:50  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas,

Estive três dias sem comparecer à formatura dos comentários, não estivesse por aqui alguma ordem de serviço mais provocatória. Afinal, o mais provocador ainda devo ser eu. Confesso que depois dos meus dois comentários sobre a transfiguração, e que tanto trabalho me deram em pesquisa e leitura, tinha expectativa que alguém comentasse. De verdade? Sim, de verdade, até porque muitos mais comentários se justificariam.

Nesta ordem de ausências, permiti, pois, caros aas e distintos leitores e visitantes, que vos deseje um bom recolhimento debaixo da vossa quentinha manta de silêncio fetal.

Esclareçamo-nos, pois, caro Mário.
Eu sei e sinto que não foram ironias as tuas palavras… nem ânimos exaltados teus ou meus. Também não gosto de ficar em paz… lembra-me lápide e eu já morto. Prefiro ficar com paz.
No tocante à forma de verso até ficam mais bonitas. Mas não é uma questão de forma é por ser mais do mesmo, mais da mesma Ordem esgotada e que nos foi servida. E este é o tema que com algum pudor nunca quis tocar. Mas vamos lá muito ao de leve. Aliás também o fazes.

Que fique claro: eu não quero integrar na minha vida hoje, no convento da minha vida familiar e das comunidades que sirvo, a espiritualidade carmelita que me foi servida. Sobre isso concordo com uma coisa que escreveste neste almoço aqui bem mais acima. Essa arrumei quando saí. Não arrumei contudo o que me parece ser verdadeiramente a espiritualidade carmelita e que está por aí descrita e reescrita em “n” registos e até na transfiguração de Jesus no Tabor, e que sempre se faz questão de ignorar.

Deixo-vos, caríssimos aas e leitores, só com duas perguntinhas de algibeira: se Elias é a referência carmelita que dizem ser, onde o profetismo na Ordem? Porque a Ordem sempre passou ao lado do mandamento novo do amor?

Agora voltemos aos nossos textos
O que dizes agora sobre castidade e fidelidade já é bem diferente. Tudo bem. Mas elas são isso? Nem São Paulo diria uma coisa dessas! Até ele diz que o divórcio deve ocorrer se impedir o exercício da fé!
Caro amigo, um bom exercício para compreensão da castidade e fidelidade é a leitura dos quatro evangelhos, entendidos como a sede da boa nova (amai-vos uns aos outros como eu vos amei) precisamente em perspectiva de castidade e fidelidade. Por mim sempre fico espantado pela ausência e pela presença do grande e maior sentimento, o sentimento dos sentimentos, o amor.

Pobreza no pão partilhado! Nem pensar numa coisa dessas. Aliás, isto foi uma das coisas com que um certo frei e reverendo lá do sítio mais me chateou durante uma certa temporada, noutros tempos. Porquê? Porque sempre passei um bocado ao lado do ter e daí nunca ter percebido o porquê de me estarem a fazer reparos. Se reparares verificarás que o voto na Ordem é de pobreza para serem mais ricos (mais ter). Contra-senso… pois claro. Mas é assim e fico por aqui.
Então diz-me lá, quando escreveste porque não disseste riqueza no pão partilhado? É disso que se trata! Caro amigo… nós somos todos chamados à riqueza de tudo, à riqueza de tudo, todos. Claro que o mundo dá para todos sermos muito ricos de tudo, do ser e do ter.

Resta-nos a capa branca e a obediência.
Quanto à obediência verificarás que só pode ser à mensagem da boa nova e esta na Regra da Ordem não está lá, pura e simplesmente, não está lá. Não percebo nem nunca percebi porquê, e, no entanto, a mensagem que é a boa nova (o evangelho), que origina tudo que é Igreja e à roda dela gira, é muito simples e muito curta: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Incongruência histórica a carecer há muito de reparo. Claro que a obediência não sendo a esta mensagem fica complicado. Se é nesta perspectiva que fales de obediência ao pulsar da vida, tudo bem. Eu, porém, só percebo a obediência enquanto entendo a Ordem ao serviço da mensagem e sendo assim não pode ficar sujeita ao pulsar da vida, pelo contrário, é imperiosa.


Aqui chegados, eis o que me parece ser a marca carmelita que lá colhi e hoje sou: contemplativo, no sentido que procuro entender a maravilhosa estória do relacionamento deste nosso Deus connosco, e disponível para a viver tão profundamente quanto possível no convento da família e das comunidades que sirvo. E se quereis que vos diga, acredito mesmo que resulta ( é a lição da transfiguração e, nela, brancas nuvens e por isso alva capa carmelita, simbolizante da ressurreição já presente na transfiguração).
Contemplativo e disponível.
Sem votos, mas com obediência à mensagem e sempre sacerdote (afinal, tendo deixado de ser, para o vir a ser), rei e profeta, de preferência à boa maneira de Elias, bravo bastante.

01 julho, 2008 13:54  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas,
Libertos, assumidos, num espaço sem fim, infinito, eterno, talvez, onde o homem se afirma e Deus nos empurra para mais ser. Salvos para ser, amar, viver e crescer, tendo como certo que teremos sucesso em tudo a que metermos as mãos se for bom para nós e pera os outros... (lição da transfiguração).Que queremos mais? Papa mastigada? Anda malandro... se não ficas sem pernas. Se não mastigares ficas sem dentes. Afinal, quando decidimos aceitar a salvação se salvos já fomos... Malandrice! Queriam a papa feita e ficar sem pernas e sem dentes. Mexam-se que faz bem à saude, porque anula a obesidade. Por prazer, ponham-se ao serviço do bem e não envergonhem a felicidade, perdão a salvação. Malandrice... Silêncio fetal... Não se esqueçam, em aaacarmelitas, um espaço aberto, um blog de sucesso e de provocações de Deus, sem fim, para cada um dos silenciosos e de estímulo sem limites para mim e, respondo pelo meu amigo Mário, para ele também. Para o Zé Moreira, em silêncio absoluto, ele dirá. Amigo, conheço-te a alma... que grandeza... mas tanta disfunção interiorizada. Que gente linda anda por aí, isto a julgar pelos que nos lêm e visitam. Mostrem que são díscípulos de Elias. Só pratica o profetismo quem fala ou quem escreve. Os outros interiorizam silêncios roedores... poia alevá, mas aaacarmelitas sempre em frente.

01 julho, 2008 22:32  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e visitantes,

Só para um pequeno esclarecimento ao nosso caro Mário a uma pergunta sua sobre o que neste espaço aproveita aos nossos amigos, aas como nós.

Fique claro: o que aproveita não sei.
Cada um escreve seguramente sobre o que pensa que aproveita. Por mim é isso o que faço.
Tentei dizer-te que, por norma,só escrevo sobre o que penso ser melhor para quem nos lê. Daí que há muitas coisas sobre as quais nunca escrevi e nem as refiro. Obviamente, neste caso, os votos. O que escrevi, de forma mais viva, é o perfume desta nossa festa de palavras significantes.

Mas acho mal que o faças?
Obviamente que não... então o que é blog? Pois que haja provocação bastante para mais criador ser o nosso pensamento e mais sucesso atrairmos às nossas vidas.

03 julho, 2008 14:31  
Anonymous Anónimo said...

A Ciência e a crença VI

Já vendeu não sei quantos milhoes de cópias, um livrinho intitulado «O Segredo». Também o tenho há uns meses, porque a minha filha mais velha mo ofereceu em dia de aniversário. Só consegui ler uma dúzia de páginas, mas não disse à minha filha para não a desgostar. Aquilo é mais do mesmo, sobre como conseguir chegar ao outro lado do rio sem construir a ponte. Fácil e garantido.Basta o nosso querer, o nosso pensamento, que a lei da atracção funciona sempre. Sucesso, dinheiro, felicidade, tudo ao alcance de uma mente concentrada e positiva.
Comparem esta crença - que outra coisa não é - com a história que vos deixei de Alexander Fleming, o descobridor da penicilina. Comparem-na,também,com o budista sentado sobre os calcanhares, concentrando-se até ao êxtase, para unir-se ao TODO. Vejam a semelhança entre a atitude do homem do «Segredo» e a atitude do budista: ambos procuram o sucesso individual, de uma forma ou de outra. Para esta vida ou para uma outra, em outro lugar.Concentrados no objectivo que é o seu "sucesso", desligam-se de tudo e de todos. Sobretudo, de todos. Conseguirão, pensam ambos, a sua "salvação" ou "sucesso". E é isso o objectivo da sua vida. Individual e solitário.
Olhem agora para Alexander Fleming.Também está concentrado. Trabalha arduamente.O seu objectivo é construir uma ponte por onde o doente infectado passe, em segurança, para a cura e para a alegria de viver e possa, por sua vez, construir outras pontes.
Desde pequeno ouvi dos "meus pais": quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á e quem a perder por minha causa salvá-la-á.
Quem disse isto não estaria certamente a pensar na lei da atracção, onde funcionamos como um íman, engordando um EGO que subirá no ar como um balão e que uma bicada de pássaro esvaziará e precipitará no chão da REALIDADE.
A História de cada um de nós e da humanidade faz-se caminhando com os outros e não a contemplar o próprio umbigo.
Mas quem quiser escolher um caminho de facilidade como o do ìman ou da iluminação contemplativa, agora tem mais uma opção: O jogo da «bolha».

04 julho, 2008 00:06  
Anonymous Anónimo said...

...ou da "roda" ou "pirâmide" da Dona Branca. Como queiram.

04 julho, 2008 22:49  
Anonymous Anónimo said...

Olá caríssimos,

I-Incontornável "O Segredo":
PENSAR E AMAR...

Reconheço que hoje quase me apresentei na formatura compulsivamente face à provocação da chamada feita por este nosso "Sargento" (por castigo) provocantíssimo Mário Neiva. Mas começo a questionar-me sobre quem sem ler uma coisa, neste caso o “Segredo”, emite opinião tão radical, isto para ser “soft”, “real very soft”, ou vernaculamente, muitíssimo macio, que o mesmo é dizer, não dizer nada ou quase.
Mas isto é batota.
Caro amigo,
Primeiro lê,
Segundo pratica,
Terceiro conclui.
Ficas sem querer que tua filha saiba que não leste, mas concluis?
Caro amigo,
passa fora…
Quero dizer, comentário infundado, para ser soft.

Começo a desconfiar que não fizeste introdução à filosofia… ?!
Então amigo, o que há de novo no segredo?
Olha, pergunta à tua filha porque ela percebeu e tu nem reparaste!

O novo do segredo, já é muito velho, caríssimos aas e caríssimo Mário e tua dilecta filha, é voltar a repor o lugar do pensamento na vida humana, repor o lugar da cultura, repor a magia de pensar e fazer coisas, porque as pensamos. Mas tem mais, e muitos filósofos tiveram dificuldade em faze-lo, o segredo, concilia pensamento e emoção, pensamento e sentimento… E que coisa mais bonita! Até concilia o amor com o pensamento, quando o aponta como a emergência mais sublime do pensamento, o sentimento dos sentimentos. Precisamente o amor… Sabem qual é, caríssimos, o meu conforto?
Já lá tinha chegado sem o segredo. Por isso, fiquei saudavelmente satisfeito, ao ver as coisas confirmarem-se em sentido.
Já lá tinha chegado, pela filosofia e pela boa nova (evangelho).
Até tinha chegado lá pela transfiguração no Tabor, como tinha lá chegado também pela mensagem de Fátima, aliás por isso me referi noutro comentário à Casa Beato Nuno. De resto, muitos dos intervenientes em “O segredo” chegaram lá pela Bíblia.

Que me trouxe “O Segredo”?
Uma lembrança, um sinal para não me esquecer! Um sinal de que só fazemos e somos pelo pensamento e sua manifestação, a PALAVRA.
Mas foi por isso que cuidei que o comentário 200 fosse uma citação bíblica sobre a PALAVRA, em ponto sisginficativo deste "um almoço muito especial". Mas afinal de que andamos aqui a falar e a escrever? Afinal não é aaacarmelitas um espaço de realização?
Não é do homem que se quer realizar que escrevemos?
O que penso muitas vezes é que nós nem sequer nos queremos realizar... esperamos que aconteça. Como haveríamops de saber ler a Bíblia se nem a lemos, quanto mais entender Jesus?
Mas os autores citados em “O Segredo” são explícitos ao referirem as suas ligações à Bíblia.

Vejam, pois, caríssimos, como esta oportunidade única nas nossas vidas pode ser desfeita! E diz o caro Mário que não leu o livro!
A mim bastar-me ia a minha, o que em mim ocorreu para confirmar tudo de "O Segredo".
A minha vida é testemunho continuado das coisas lindas que nela ocorreram porque sempre pensei sem limites, e no pensar sem limites sempre tive companhia e muita, muita provocação, que sempre me fez ser muito e arrastar todos os que quisessem comigo. Assim continuo, hoje, como se vê há muito pelo aqui escrevo, dia a dia, a provocar os meus amigos e mais próximos para que sejam pensando e amando.
Pensar e amar.
Afinal as duas palavras chave em o livro “O Segredo” de Rhonda Byrne que poderão encomendar em qualquer livraria. É um livro maravilhoso.
Absolutamente incontornável nos nossos dias.
Recomendo-o vivamente a todos as pessoas a quem apoio,
a toda e qualquer pessoa que tenha alguma responsabilidade com alguém,
bem como a todos os que sofrem.

A caríssima filha do Mário Neiva além de bom gosto foi oportuna.

Ditosos os pais que tais filhos têm no seu convento...

05 julho, 2008 00:31  
Anonymous Anónimo said...

Olá caríssimos,

II-Incontornável "O Segredo":
PENSAR E AMAR...

Caro Mário, não é provocação.
Mas, o livro o que aponta é, precisamente, como construir a ponte, não só a ponte para chegar ao outro lado, mas toda e qualquer ponte para chegar onde quer que seja.

Mas onde é que o livro se desliga de tudo e de todos?

Do princípio ao fim, o livro tenta sugerir ideias precisamente para ligar tudo e todos, e é sempre contra a contemplação do umbigo pessoal, sempre.
Do princípio ao fim cria espaço para todos, precisamente porque confirma que o pensamento é de todos.
Mas tem uma coisa fantástica,uma originalidade, que hoje se vê nas democracias, mas que para nós está lá no livro primeiro das democracias modernas, o evangelho (boa nova).
Neste livro há uma grande novidade, uma explicitação muito vigorosa e marcante, neste livro somos sempre nivelados pelo máximo, pela riqueza do ser e do ter, pela grandeza, pela felicidade, nunca pela pobreza (qual pobreza do pão, qual carapuça?), nunca pela desgraça, pelo azar, nunca pelo nacional porreirismo.

O jogo da bolha foi só uma malandrice, foi só para criar confusão. Isso tem a ver com os negócios lá para os lados New York e radica num facto simples: vendas do imobiliário abaixo do preço real na expectativa de que o doente reanimasse fazendo circular o dinheiro, isto é, o mercado. Mas o tiro saíu-lhes pela culatra, o mercado piorou e estamos todos a pagar as favas pela brincadeira dos executivos nova-iorquinos.
Ou será que falas da outra bolha? Afinal seriam duas unidas pelo desespero.

Mas vai passar.

O que não passa mesmo é quando nós não pensamos.

O que mais me espanta, é o vanguardismo do Mestre da boa nova. O mestre era Deus? Talvez… mas grande mestre, induvitavelmente.
Então a velhinha lição da transfiguração para quem já fazia "work shops" há dois mil
anos: tereis sucesso, sereis transfigurados pelos vossos actos se acreditardes no que tendes no vosso pensamento! Mas a fé não é isto!?
Afinal, tanta coisa linda… afinal tanta oportunidade quando o pensamento se solta, flui, se faz palavra, se faz vida.
Mas porque haveremos sempre de insistir no não quando sabemos que o nosso pensamento nem processa o não e só o usa para efeitos de discurso?
Até o velhinho Papa Bento XVI na encíclica sobre a esperança "In spe salvi facti sumus" (Somos salvos na esperança)acaba concluindo que a salvação é a nossa realização libertária?!

Oh que falta de pensamento e de ligação das coisas anda por aí?...

Na vida, tudo é uma oportunidade para os humanos. É uma questão de pensamento.
Ao concluir este comentário emerge, vem ao de cima, brota avassaladora a força e importância da mensagem carmelita hoje para os homens, sintetizada em contemplação e disponibilidade.
“Contemplativo, o espaço do pensamento e da mensagem, e disponível, o espaço da acção , o espaço do amor”.

Que espaço para o profetismo hoje? Eis uma boa pergunta. Nunca como agora faz falta. Nunca como agora, avassaladora, a importância de se ser assumidamente carmelita.
Que espaço para a PALAVRA COMO EM ELIAS e disponibilidade para atitudes de amor! Alguma vez na história dos humanos foi tão grande?

Eis, caríssimos, de um só fôlego, quase compulsivamente, porque considero importante "O Segredo" e a Ordem do Carmo e por arrastamento a nossa associação aaacarmelitas.

Mas porque haveriam de ter defeitos o pensar e o amar?

Incontornável "O Segredo" porque o segredo da realização humana está no pensar e amar! Já sabíamos, mas é bonito.

Afinal duas coisas muito simples e bem nossas: pensar e amar

05 julho, 2008 01:29  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos Carmelitas que nos visitais, caríssimos aas e revdo frei Xico...

Em Nuno Álvares Pereira, que há muito sabíamos , forte e sábio por tantas razões e também esta a do amor que agora vemos confirmada por Bento XVI.
Frei Xico, ficas com a palma, mas deixa que emocionado relembre todos os outros e nesses o revdo frei Elias (Manso) naquele seu périplo pelo país com o esquife do Beato Nuno, que nós,os da Falperra daquele tempo tivemos a oportunidade de viver mais de perto. Terá sido daí, através de um qualquer "link" desconhecido, que ocorreu o click que induziu este maravilhoso efeito de termos um dos nossos considerado expoente humano no amor!
Bem haja revdo frei Francisco Rodrigues. Que bonito revdo frei Elias e irmão celeste Nuno Alvares Pereira. Falaram-se? Não, claro, pensaram-se.

Aaacarmelitas, ainda em "um almoço muito especial", afinal, também por isto, um espaço de emoção e magia. Um espaço que vale a pena.

05 julho, 2008 01:52  
Anonymous Anónimo said...

Esclarecimentos

A "bolha" de que falo nada tem a ver com o problema da especulação. Refiro-me a uma reportagem da SIC, que fala de um novo jogo (ilegal) entrado recentemente na moda chamado "roda" ou "bolha", semelhante em tudo ao "jogo" da Dona Branca...
Em segundo lugar esclareço que a minha filha não leu o livro. Nem as páginas todas, nem uma página. Comprou porque estava no "top" de vendas e achou que me interessava.

Não retiro uma vírgula ao que escrevi sobre o livro. E, como é meu costume, justifico. Não neste momento, que me escasseia o tempo. Ainda hoje, seguramente.

05 julho, 2008 09:30  
Anonymous Anónimo said...

O Segredo
mais gasto
que as solas
dos sapatos

Há quem não tenha encontrado no Evangelho, mas afirme o contrário, a explosão de vida e iluminação que, afinal, tão secularmente nos chega pelas mãos de uma senhora australiana, à beira da ruína financeira, como produtora de televisão e salva, milagrosamente, pelo livro de Wallace Wattles, publicado em 1910, intitulado THE SCIENCE OF GETTING RICH, que numa tradução livre dará em português “COMO FICAR RICO”
É este o título do livro inspirador de Rhonda Byrne e, para bom entendedor, diz tudo. Afinal, o famigerado “Segredo” tem quase cem anos e terá, de certeza, calcorreado muitos caminhos antes de chegar às mãos de Rhonda Byrne.
Quem acompanhou este Almoço desde “as entradas”, se reler tudo o que eu escrevi sobre o TEXTO PARA REFLEXÃO, verá que o meu juízo acerca do Segredo é uma reedição, mais sucinta, do juízo emitido sobre os ensinamentos do Kryon.
Lá, eu demonstrei que, para um católico, o texto era profundamente herético, e parecia ninguém ter dado conta disso. Jesus, Deus feito Homem, para os cristãos, era reduzido a um vulgar mestre da iluminação, um AVATAR (incarnação iluminada) ou um XAMÃ (curandeiro). Aí afirmei que os evangelhos e a sua pregação do amor através do mandamento fundamental «amai-vos uns aos outros» eram referidos apenas COMO ENGODO para atrair incautos e ignorantes cristãos, que da sua fé pouco mais saberiam que rezar o pai-nosso ou a ave-maria. E dei como exemplo de toda aquela construção sedutora o episódio de Pedro a andar sobre as águas e que se ajusta perfeitamente à teoria velha e revelha do” Segredo”. Ouçam a nossa Rhonda Byrne, quero dizer, o nosso Kryon: «Mostrou a Pedro como caminhar sobre a água, ensinou-lhe como poderia fazê-lo e Pedro fê-lo…Hoje muitos sacerdotes interpretam isto como se Pedro não pudesse fazê-lo sem Jesus…Esquecem a verdadeira mensagem da iluminação…A verdadeira mensagem de Jesus foi a de que cada um tome o seu próprio poder». Fim de citação e da referência ao meu comentário sobre o TEXTO PARA REFLEXÃO.
Está lá o mesmo princípio filosófico: Tudo se consegue pela iluminação ou pelo pensamento positivo. TODO O PODER está em cada um de nós. É só descobri-lo e pô-lo a funcionar. Se eu pensar com toda a força e convicção, aos 60 anos serei tão bom de bola como Cristiano Ronaldo e poderei fazer surf de pés descalços! Atravessar o Rio sem construir a Ponte de superfície, aérea ou subaquática! Alexander Fleming andou a perder tempo, a perder a sua vida para socorrer biliões de pessoas! Porque não se virou ele para a LEI DA ATRACÇÃO! E Francisco de Assis, aquele tolinho, a beijar na boca um leproso, arriscando-se ao insucesso de uma vida desgraçada pela doença!
Porquê esta atitude destes dois homens? Muito simples: a sua filosofia/teologia de vida não era o sucesso individual, a felicidade individual, a realização individual. Sentiram que faziam parte da história humana. O sucesso, a felicidade, a realização, não seriam para eles, enquanto indivíduos, mas para a humanidade ou, como gosta de dizer a teologia católica, para a ECCLESIA, CORPO MISTICO DE CRISTO. Não pode cantar sucesso o olho direito se o esquerdo está canceroso. O objectivo é a sanidade do CORPO INTEIRO. Alexander Fleming não procurou a cura da infecção que não tinha, mas a dos infectados da humanidade.

A história demonstra à saciedade que não é com voluntarismos iluminados, baseados em filosofias ou teologias desprendidas da realidade, pretensamente capazes de mudar revolucionariamente o mundo num ápice, que a humanidade avança. Antes é com trabalho, com investigação, com sonhos e pensamentos, com amor e compreensão que lá se chega. E se, pelo caminho, se descobrir que o pensamento positivo ajuda, cultivêmo-lo. Aliás, a ciência há muito que o descobriu. Não foi a senhora Rhonda Byrne. Não façamos é da realíssima força do pensamento a panaceia para a cura de todos os males.
Até pode ser que, um dia, aos 60 anos se tenha a agilidade e a habilidade de Cristiano Ronaldo com a bola. A ciência genética vai nesse sentido, procurando impedir o processo de envelhecimento das células. Mas com muito trabalho, investigação, tempo e paixão pelo conhecimento!
«Tudo é energia. Você é um íman de energia, por isso atrai electricamente tudo para si e electriza-se energeticamente em direcção a tudo o que deseja», escreve Rhonda Byrne. Que lindo! Maravilhoso! Parece, não é? Está-se a esquecer do “objecto que se atrai”. Imaginem se é uma pessoa a ser atraída e esta não está pelos ajustes! Imaginem que atraio tanto dinheiro e sucesso que acarreto a miséria para os que não conseguem atrair tanto como eu!
Há muito que a ciência chegou ao conhecimento de que tudo é energia, embora não saiba exactamente o que isso seja. Há muito que o Pe Olavo nos ensinou também, lá na Falperra, que somos constituídos por cerca de 95% de dois gases: oxigénio e hidrogénio (O H2= a água). Os restantes 5% são uma profusão de outros elementos. Mas o simples e verdadeiro facto de sermos constituídos por 95% de gases não nos permite andar por aí a dizer que somos capazes de elevar-nos no ar, como um balão, dispensando os combustíveis fósseis para uma real ascensão. E se nos daria jeito na actual conjuntura!
O facto de o Segredo ser um estrondoso sucesso de vendas não significa que tenha acrescentado algo mais ao que já se sabia sobre o poder da mente, a não ser para quem não sabia absolutamente nada sobre o assunto! Tal como o estrondoso sucesso do Código Da Vinci não trouxe mais um nico de verdade sobre a vida de Jesus Cristo. Só que o Código Da Vinci é uma obra de ficção, e o Segredo tem a pretensão de fazer ciência. E eu pergunto: que autoridade científica tem uma produtora de televisão para falar da área de competência de neurocientistas, psicólogos ou psicanalistas? Na sua biografia se diz que ela bem cedo deixou a escola, trocando-a pelo fascínio da televisão. Bem falta lhe fez o aprofundamento nos estudos, para não dizer disparates como este:
«Os alimentos não o fazem ganhar peso, a não ser que acredite nisso» , lê-se no Segredo. Ridículo!!! Tão ridículo como eu pretender, pelo poder do íman que sou, que água seja outra coisa que não O H2.
Podia trazer aqui testemunhos sem fim de gente ligada à ciência para contestar as generalizações abusivas do” Segredo”. Creio que não vale a pena. Mesmo assim e porque é uma feliz coincidência no apelido, eis o que diz a psicanalista Manuela Fleming: «Pensar que um livro nos pode mudar a vida é de loucos». «Não somos máquinas, não temos manual de instruções».
E porque também está ligada, de algum modo, à televisão, eis o testemunho de Luísa Castelo Branco: «Não consegui ler o livro até ao fim pois só falava de como alcançar o sucesso financeiro, muito ao estilo americano». E continua: «As linhas base do «Segredo» são verdadeiras mas acho que por vezes não tem a noção da razoabilidade». Eu digo o mesmo: O poder da mente é um facto, há muito tempo conhecido e reconhecido, mas não como vem pintado, a cor-de-rosa, no «Segredo», por Rhonda Byrne. Apetece dizer, acompanhando a proverbial sabedoria popular: Fia-te na virgem e não corras!

05 julho, 2008 16:42  
Anonymous Anónimo said...

Olá caríssimos aas e visitantes,

Uma saudação muito especial para todos e que se encontrem alegres e bem dispostos. Se não for pedir muito, que hoje tenham dado alguma boa disposição a alguém. Por mim estou muito contente e feliz. O dia, Domingo, está-me uma maravilha. Cantamos lindamente na nossa celebração eucarística dominical, entusiasmamos a assembleia, demo-nos as mãos em pai-nosso e em paz nos beijamos e abraçamos. Deus connosco e convosco. Mas se quereis outra linguagem, o meu sucesso que seja maior em vós.

Sobre os comentários do nosso queridíssimo e confrade Mário, mas não menos sargento por isso, ( e de castigo), estamos tramados como tramada está a sua dilecta filha… mas, por mim, falei bem dela e mantenho a relevância que lhe atribuí.

No tocante aos escritos do Mário, ao seu último comentário, confesso que tenho que me controlar para não me tornar inconveniente. É que, ao contrário do que aqui e ali possa transparecer eu também sei ser inconveniente e radical. Sei… Acreditem, só que evito.

Em abono da verdade devo referir que alguns comentários do meu confrade Mário são absolutamente históricos, tão históricos quanto os humanos e tão históricos quanto os velhos do Restelo e o nacional “porreiríssimo” porque não fui eu que disse. Aqui, como em outras ocasiões, pois alevá.

Mas daqui, porque me sobra em esperança e, não obstante me minga o tempo, neste espaço público, caro amigo, também tens que “ouvir” umas coisas.

Tomei umas notas, aqui ou ali mais a sério, aqui ou ali em tom jocoso e anedótico, porque é assim que também tratas a plateia, não obstante o tom de sabedoria, “face à nossa ignorância e incultura plebeia”.

Nem o segredo tem “100 anos” nem nada que se pareça. Porquê?
Porque tem precisamente a história do pensamento. Se conseguires contar o tempo da nossa irmandade, é isso mesmo, acertaste. Discordo em absoluto. Cem anos em história não existem nem o segredo, como se concluirá pensado e lendo-o, é de agora, quer dizer de há 100 anos. Isso é não ler ou não querer interagir, digo, perceber e amar.

Texto herético como o Kryon.
Aleluia, caros aas e visitantes. Chegou o novo “Índex” e seu autor, o confrade Mário Neiva. Livro um de leitura proibida, o Kryon. Livro dois de leitura proibida, o Segredo. Os dois são textos heréticos.
Eu julgava que estas coisas estavam ultrapassadas, mas enganei-me. Pois é, falam-me e provocam-me com as possibilidades do homem e a seguir fazem-me castrado e pedinte e proíbem até de ler. Grande Belarmino… o cardeal que condenou Galileu Galilei. Como tudo se repete, hoje, com gente de vanguarda. Tive vontade de chorar e despedaçada se me quedou por instantes a alma com esta velharia do Restelo.

Se há alguma afirmação nos livros da boa nova (evangelhos), que seja tão provocante quanto o que consta em “O Segredo” é a citação reportada pelo Mário e atribuída a Jesus “que cada um tome o seu próprio poder”. Em Jesus fica bem, em o segredo, que recupera Jesus e lhe dá actualidade, não faz sentido. Estranha lógica esta.

Habituamo-nos a endeusar Francisco de Assis e nem reparamos no aberrante de beijar doentes infecto-contagiosos. Eu sei que a palavra não existia. Endeusamos Fleming pela penicilina, mas se alguém nos sugere uma possibilidade de mais ser, qual antibótico, para a alma, achamos que é uma heresia e , no entanto, ali estão afirmativamente conciliados o pensar e o sentir, o pensamento e a emoção, o que os filósofos nunca tinham conseguido ou querido fazer. Mas sobre isso, como convém, silêncio.

O Confrade Mário, repõe a velha análise, de três humanos perante a mesma realidade. Diz o primeiro: o copo está meio vazio.
Diz o segundo: nada disso, o copo está meio.
Diz o terceiro: então não vêm que o copo está quase cheio?!

Como é óbvio, o copo está mesmo quase cheio.

Mas alguém ainda tem dúvidas de qual é o copo do Mário?

Voltarei com tanta força, indignação e vigor quanto a minha crença em mim próprio e no ser humano.

06 julho, 2008 18:25  
Anonymous Anónimo said...

E... eu direi... seguindo o raciocínio do J.D., que se o "Kryon" (Entidade)e o "Segredo" (livro) são herécticos....HERÉCTICA é também toda a interpretação dada às Escrituras Sagradas por todas as Igrejas Cristãs Ocidentais, incluindo a Católica Romana. Tenho dito.
Já passámos o "Marcador", já estamos numa Nova Era.

João Pistola.

06 julho, 2008 19:59  
Anonymous Anónimo said...

Para o J.Dias e o João Pistola

Tanto o J. Dias me chama de sargento que algum desinformado aa vai mesmo convencer-se que é a verdade da minha patente de militar miliciano.Pior ainda faz, quando,referindo-se às minhas habilitações académicas,duvida se fiz ou não a introdução(!)à filosofia. Um dia destes vai dizer que não tenho cara mas focinho de porco. Já não bastava ter-me mandado internar, em estado comatoso, noutro comovente assomo de fraternidade, revelando um inusitado apuro de forma, nesta sua caminhada rumo à contemplação carmelitana, tardiamente descoberta e posta em prática, com os resultados que se vê.
É triste, mas é dos livros, que quando alguém não tem argumentos recorre ao ataque pessoal não se importando de mentir, mesmo que seja só sugerindo...até que pegue. Lança-se o barro à parede e pelo caminho algum salpico de lama há-de ficar.
E o J.Dias fica por aqui, porque faz um esforço tremendo para se conter,como repetidamente tem dito. Imagino o que dirá, quando perder a vergonha de todo e deitar cá para fora tudo o que lhe vai na alma!
E tudo isto porquê? Por eu ter dito, entre outras coisas, mais lá para trás, que o "Segredo" é "mais do mesmo" (nem sabia que o J.Dias o tinha lido e admirava), isto é, mais um livrinho de auto-ajuda, como tantos outros que têm aparecido, sobretudo nas últimas décadas, e vale o que vale. Se muita gente, e acredito bem que sim, precisa de ajuda urgente, pois que se socorra de imediato as pessoas, se faça um penso, se estanque o sangue...mas que que não se confundam medidas de primeiros socorros com as bases sérias que têm de ser lançadas para ganhar o futuro e que eu digo, metafóricamente, construir a ponte.
Peço aos meus colegas aa.s que leiam o meus textos sobre o "Segredo" e digam se têm cabimento os disparates debitados pelo J.Dias.

Quanto ao João Pistola ( escolheu um pseudónimo bem engraçado), queria pedir-lhe que entenda a minha crítica ao Kryon não como uma classificação de heresia por minha parte (pouco me importa, pessoalmente, que seja herético ou deixe de ser)mas sim face à doutrina da Igreja Católica que eu conheço bem. Eu seria a última pessoa a excomungar quem quer que fosse por motivos religiosos, já que eu próprio sou vitima de uma excomunhão da Igreja Católica, por ter realizado um casamento civil após casamento pela Igreja que acabara em divórcio.
Não quero mal nenhum ao Kryon. Apenas defini doutrinas. E disse, é verdade e repito, que me agrada muito mais um DEUS PESSOAL, que uma ENTIDADE IMPESSOAL, onde o Kryon almeja diluir-se como gota no oceano eterno e sem fim,O TODO.
Eu sei que fui um desmancha prazeres, ao destoar de uma onda de fervor criada à volta do texto e de outros assuntos espirituais ou espiritualistas, mas creio que isso não seria motivo para os descabelados ataques pessoais, mesmo que em forma de brincadeira de mau gosto. Nem por brincadeira se põe em causa a idoneidade de uma pessoa que veio para o debate identificando-se, esperando o mínimo dos minimos que é ser respeitado como pessoa.
Quanto às minhas ideias, filosofias e teologias, casquem-lhe forte e feio. Às vezes dizemos cada disparate!
Brincar com a minha pessoa, não.
O J. Dias é livre de continuar a fazê-lo. Pode ter a certeza que nunca lhe vou dar o troco. Que mais não fosse por respeito pelo passado que partilhamos.
As ideias vão e vêm como as ondas.
Mas os actos ficam com quem os pratica.
Mário Neiva

06 julho, 2008 23:26  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e visitantes, por afazesres sociais não pude na tarde de Domingo, complementar numa segunda parte de comentários ao caro confrade Mário. Eis porque retomo agora a segunda parte desse comentário. Poderia fazer mais dois ou três ou até uma infinidade deles. Claro que voltarei, porque este é o perfume e a lógica de qualquer blog e, mormente, deste de aas carmelitas.
Anoto, todavia, um certo tom de belicosidade anormal, por parte do meu mais directo e muito estimado, como sempre tenho salientado,interlocutor. Mas não dou, por agora importância a isso. Relembro, todavia ao dostinto confrade, que se esse for o enquadramento que prefere, também sei ser belicoso e claro na belicosidade. Mas aviso: prefiro investir a minha energia no pensar e no amar. Sabes: é mais carmelita, mais contemplativo. E estas coisas dos sentimentos e emoções, são sagradas e intocáveis em cada pessoa. Não são, pois, relembra, susceptíveis de juizos de valor. Não vás por aí... que não é da tua conta.



Voltemos ao comentário

Fia-te na Virgem e não corras… dizes que diz o povo e é capaz de ser verdade… a menos que, não vá ocorrer que onde dizes que dizes venhas a dizer: onde digo que digo, afinal, digo que não digo. Em boa verdade, concluo que vês o copo meio vazio.
Ora vê, caro confrade. Nunca te deu para realinhar o ditado popular e afirmá-lo de uma maneira bem positiva: “corre porque te fias na Virgem”. É um pormenor mínimo, mas que faz todo o sentido: eu corro, eu fujo, eu peço ajuda, eu grito, eu esbracejo precisamente porque acredito seja na virgem seja no que for. Isto não te diz nada nem ao humano que és? Sabes confrade… são perspectivas e a tua é pessimista. A minha faz-me lembrar aquela anedota da criança que nasce de mão fechada. E logo exclamam: comunista à nascença?! Hummm!
“Não”, diz o puto… “ é a pílula que a minha mãe tomou”. Tudo são oportunidades.

Criticas a autora de o livro “O Segredo” por ter feito outros estudos e não os que lhe impunham!? Se ainda criticasses algum dos políticos actuais, agora a autora do livro e precisamente por ter estudado uma coisa que tu rejeitas!? Compreenderás que tem pouca lógica. Mas, a história te ensinará, até a partir do próprio Fleming que te é tão querido, que sempre se avança quando qquebramos amaraas. Permite-me que te ponha a ti próprio fora dessa exigência que fazes, caso contrário ainda estarias a estudar nos carmelitas! Ou não se aplicaria a ti a crítica? Sabes, confrade… é o boomerang. Que artefacto este, que vai e volta para cair-nos em cima da nossa lógica. São coisas que acontecem quando nos metemos em atalhos. Claro, metemo-nos em trabalhos.

Com que então querias mudar o mundo num ápice e ter as habilidades do Ronaldo! Boçalidade. E tu sabes bem que estás a ser boçal. A relação de causa e efeito que estás fazendo é só tua. Já o disse e repito: mexe-te malandro para não ficares obeso, mastiga malandro para não ficares sem dentes. Era o que faltava… as habilidades de Ronaldo e sem trabalho. Que há na política gente sem estudar, é verdade, mas além de isso ser outra coisa, é ver como estamos, é ver como estamos e como somos roubados (sic) pelas finanças. Mas que tem “O Segredo” a ver com isso? Até os discípulos de Jesus na grande pesca tiveram que lançar a rede?!
Malandrice… querias papa feita? Não vês que isso só dá deficit?

Aquela da atracção de um objecto, diria eu, ou ser humano, que não quisesse ser atraído, uma “feminina”! Calhava-te, não era? Isso é que é… assim de mão beijada. Escolhias e já está! Nem cortejavas, nem conquistavas! Assim mesmo, objecto.

Mas por onde tens andado? Qual é "O Segredo" que andas a ler? Ou ainda não leste?

Aquela da desgraça e da pobreza é típica da tua expressão e das democracias que nos regem e governos de subsídio-dependência.
Já te assinalei vezes sem conta. A terra tem energia imensa e, por isso, riqueza para todos. Nunca deixaremos de ser ricos por falta de riqueza, mas sobretudo por nada fazermos para pegarmos nela. Claro que estou contra a riqueza indevida e abusiva, quando é obtida não por trabalho, mas manipulação. Mas, na maioria das vezes essa desculpa não passa de um chavão para desculpar quem de facto não quer trabalhar.

Querias dizer que os humanos sendo 95% de OH2, são 95% de gases ou de água?

Mas onde pretende “O Segredo” fazer ciência? Podias ter dito a Bíblia? Porquê “O Segredo” se tu sabes que isso não é verdade? Passo à frente…

E aquela citação: “ As linhas bases do Segredo são verdadeiras, mas acho que por vezes não tem a noção da razoabilidade”! ? Afinal isto é um enorme elogio! Grande argumento a favor do Segredo.
Afinal, por ti fico convencido: posiciono-me na razão. Já somos três: tu, a autora citada e eu. Ou não te deste conta?

Concluo: dou-me por satisfeito porque ainda creio no homem e estou enchendo o meu copo e quero o copo da realização humana de todos bem cheio...
Estou-me transfigurando, porque penso e amo. Isto é, vamos ter sucesso, mesmo que alguns julguem que não.
Querem ser e ter?
Resposta de “O Segredo”: pensem, amem, mas, como é óbvio, trabalhem…

Malandrice, queriam a papa feita… Isso é que era bom.

Volto, porque tenho o direito de querer ser contemplativo.

07 julho, 2008 02:11  
Anonymous Anónimo said...

Para o J. Dias e João Pistola

Ainda sobre o "livrinho", e faço-o a contra-gosto porque não queria lá voltar, por não valer a pena:
Escreve a já citada Luisa Castelo Branco na revista Visão, comentando o "Segredo", em Agosto de 2007:
«O livro está a gerar controvérsia, com apoiantes fervorosos e outros a acusarem-no de ser mais uma "fast-food" para a alma».
«...peça o que quer, acredite e não se preocupe com o modo de alcançar o seu desejo. Ele vai cumprir-se, graças à Lei da Atracção, é o conceito chave do livro».
E continua LCB,(Luisa Castelo Branco)depois de dizer que o "Segredo" é apenas mais «uma obra de auto ajuda, das muitas que têm sido publicadas em todo o mundo»: A questão básica, diz LCB, é porque precisamos nós todos de ajuda quando, pelo menos uma boa parte da humanidade, parece ter acesso a tudo? E responde:«O problema, é que mesmo com acesso a bens materiais, a tudo o que o dinheiro compra, falta-nos o resto.E o resto é esta fome de infinito, ou se preferirem, ESTA DEMANDA PERMANENTE DA RAZÃO DAS COISAS (sublinhado meu).Tentamos desesperadamente dar sentido à vida, ou procurar o sentido da vida,E NÃO ENCONTRAMOS A RESPOSTA. Por isso, se eu acreditar no "Segredo" e focar o meu pensamento no que quero alcançar, e acreditar piamente que a Lei da Atracção vai funcionar, então encontro a esperança em alcançar os meus desejos e sonhos.
«Claro que há um fundo de verdade nesta premissa avançada pelo livro». E conclui LCB:«O segredo, no fim de contas, é acreditarmos em nós mesmos e também aprender a gostar de nós».

E eu repito o que disse no comentário anterior: O que o livrinho diz já foi dito e redito por imensas pessoas e em imensos lugares. Deve ser encarado como pronto-socorro, que pode ajudar ou não o "sinistrado", e nada mais. Por isso disse "mais do mesmo". Porque o problema fundamental da nossa existencia vai continuar, apesar do "Segredo" que o não é tanto assim.
É o tal resto, que parece ser tudo, A FOME DE INFINITO, A DEMANDA PERMANENTE DA RAZÃO DAS COISAS.
Apesar do "Segredo" e todos os segredos revelados, voltamos ao velhinho Sócrates: Sei que nada sei.
E era só isto que, ao fim e ao cabo, eu queria dizer, quando pela primeira vez falei do livrinho. Sabemos tão pouco acerca do nosso destino final ou do nosso "nascimento", que o mesmo será dizer, conhecemos tão pouco acerca do que será a nossa felicidade/realização.E não é um livrinho de segredos já mais que revelados e de bons conselhos para o dia a dia, às vezes insuportável, que nos ajuda muito na demanda derradeira.
Imaginem, caros aa.s, que seguindo à risca a Lei da Atracção, conseguimos o sucesso de Rhonda Byrne e ficamos ou ricos ou famosos e a abarrotar de "felicidade". E depois? Envelhecemos e morremos! Tão inevitável!
Falta o "resto": satisfazer a fome de infinito.
Tal facto deixa-nos acabrunhados ou desesperados? Pessimistas e amargurados? De maneira nenhuma! Deixa-nos, isso sim, diante de um INFINITO DESAFIO!Passo a passo, com muita paciência,paixão e trabalho, vamos descobrindo a cura para as feridas infectadas da nossa ignorancia, reconhecendo que estamos no limiar do infinito, que nos desafia a seguir em frente.
O livrinho do Segredo é mais um estímulo? Tudo bem. Mas nada mais do que isso.
Não vale a ofensa a um homem que seja.

Pergunta o J.Dias se somos realmente 95% de O H2 ou de gases. Não sei se está preocupado com o facto de sermos tanta água, convertivel em gases, ou se está preocupado por sobrarem só (!) 5% para o "resto". Será que nesses míseros 5% vai caber o meu enorme EGO? É uma questão que nem se põe, porque a alma da gente, tal como o saber, não ocupa lugar.

Eu, como sou muito curioso, bem gostava que o aa João Pistola me desse uma dica sobre o «Marcador» e sobre a nova era que já veio e eu não me terei dado conta. A não ser que esteja a falar da era da globalização ou coisa do género.

07 julho, 2008 10:20  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas, distintos visitantes de um espaço bem animado, talvez, por isso estimulante. Mas que bom... pois que aproveitemos.


RETOQUE I
Ainda mais uns retoques sobre “ O Segredo” - livro

Fique claro que aprecio, profundamente, e digo-o fraternalmente, a reflexão filosófica e até teológica, bem como as mais diversas opiniões que aqui tenho lido. Como parece claro, dado o volume do escrito, o Mário, é, neste aspecto, o destinatário maior deste elogio.

Espero que também esteja claro que se outro fosse o espaço, por exemplo à mesa do café e a dois, ficava por ali mesmo. Só que não é. Este espaço é público e por isso não posso nem devo deixar passar em branco, as coisas pesadas, quando discordo. Sou o controleiro da verdade qual cão de faro e de caça? Passa fora. Deus me livre.

Tenho opinião, porque pessoa e personalidade, porque tenho estatura/estrutura ético-moral e devo lutar por ela, porque nesta idade me considero um cidadão que cumpre a cidadania como activo marcante e que,por isso, tem a obrigação de ser. Volto.

08 julho, 2008 02:18  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas, distintos visitantes


RETOQUE II

Face ao escrito em RETOQUE I, confesso-vos que neste espaço, já me habituei, por deficiente expressão, por menor conhecimento ou até por outras razões, sei lá, um bocado de sono até, quando escrevemos, digo, já me habituei a ver algumas coisas melhor, muito melhor esclarecidas, a posteriori. Algumas vezes, também, nem tanto.

Um exemplo deste último caso é a afirmação sobre este livro e um outro seriam heréticos face ao bom conhecimento teologal do autor do Index. Isto é que é ser mais papistas que o Papa.

Há outras coisas, pormenores, como aquela do contemplativo tardio. "Nesta sua caminhada rumo à contemplação carmelitana, tardiamente descoberta e posta em prática com os resultados que se vê". OK. Eu aceito que o estado do Mário não era comatoso, mas então era o quê? Sonolento? Lúcido, era? Isso não me parece. Para mim é igual. Mas tenho direito à indignação. Oh amigos! Isto não se diz. Julgava que esta coisa dos juízos de valor estava resolvida, afinal, parece que não. Ora, coisas destas não se podem deixar passar em claro porque é uma coisa pessoalíssima de cada um. Intocável e sem direito a comentários. Senão… senão em que fica o Blog?

Noutra parte de um dos seus comentários vem o confrade Mário fazer apelo às "bases sérias" da vida reafirmando que as do livro, por exclusão, evidentemente, não o serão. São "mais do mesmo". Mas onde estão e quais são as bases sérias do Mário para as seguirmos? Eu sei que tens ideias, mesmo muitas acções, talvez algumas, talvez muitas sínteses, talvez muitos projectos... mas isso não chega para que se faça caminho. Tu nem os deste a conhecer! E se em alguma coisa te dás a conhecer mais pareces o sabedor máximo e de tudo, quase com radicalidade! Porque te seguiria?

Noutro momento equiparas as ideias às ondas do mar... Claro que não é verdade. É absolutamente mentira. Dirás, ao fluir da pena, perdão teclado... Caríssimo, o Pensar, o ter ideia sempre constroem, as ondas ainda não estão aproveitadas. Que ideia passa para a plateia? Que somos todos uns idiotas, enrolados nelas, como nas ondas, no mar de uma terra em que tão poucos nadam!

A senhora LCB tem todo o direito, como o nosso confrade Mário e qualqquer outro, de dizerem o que quiserem do livro. Mas neste espaço o Mário, como eu, tem responsabilidades. LCB não tem neste espaço responsabilidade nenhuma. Não obstante, tendo ela escrito que não conseguiu ler o livro, o Mário cita-a, para referir que o livro "só visa o sucesso financeiro". Aliás, como o confrade Mário referiu, aquando do deu primeiro comentário, também comentou sem ler. Isto, reafirmo-o, pode não ser desonesto… seja pois o que cada quiser entender. Abstenho-me.

Para não me alongar muito, aqui sim e a propósito, para não vos chatear com mais do mesmo, reafirmo que li o livro, reli o livro, meditei quase página a página, troquei opiniões com pessoas mentalmente disponíveis, vi ligações à filosofia, à ciência, à ética, à moral. Continuo a ler e a reler. JUlgo ter percebi a base onde assenta e donde parte, o pensamento. Julgo ter percebido seu objecto, a felicidade para todos e cada um, sempre com nivelamento por cima. Julgo ter percebido o caminho: o pensamento que gera vida, amor, acção.

Tão velho, em minha opinião, quanto a irmandade que somos, caro Mário. Tão velho quanto a nossa velhinha Bíblia... O que mais me espantou, é que, por norma, todos os textos são inclusivos de tudo o que possa optimizar o "Humano" que somos.

Reafirma o pensamento (eis porque falei da introdução à filosofia), desencadeia a filosofia, apadrinha a ciência, une na pessoa, finalmente, o pensamento e as emoções, na sua coroa máxima, o amor, o sentimento dos sentimentos, como espaço por excelência da realização dos humanos.

Por agora sintetizaria o livro em três vectores:

Pensar e acreditar no que se pensa
Amar
Executar

O quê?
Actos para a felicidade humana.

Para muitos a felicidade humana é quase só dinheiro? É verdade... mas a culpa não é do livro.

De bastante dinheiro todos precisamos.

08 julho, 2008 02:37  
Anonymous Anónimo said...

O «MARCADOR»

O João Pistola não me respondeu a explicar o Marcador e a apontar-me a nova era que já chegou e eu não reparei. Teve receio que eu lhe caísse em cima e lhe desfizesse algum sonho lindo? Não tenha. Nós vivemos bem com sonhos desfeitos. Quantas vezes não é o início de uma nova vida mais exaltante!
Cair na real, como dizem os brasileiros, é sempre positivo. É assentar os pés neste chão sagrado do Planeta Azul que nos viu nascer. Acabamos por descobrir, com a ajuda do “Segredo” ou sem ele, com o “Espírito Santo” ou sem ele, que a espantosa realidade com que somos presenteados, não cabe nas nossas filosofias, nas nossas teologias, nas ideologias de esquerda, de direita ou do centro, em politeísmos primitivos ou monoteísmos avançados. A realidade não cabe dentro de religiões e crenças. A realidade é feita de tudo isto e está sempre para além de tudo isto. E quando fazemos esta descoberta ficamos espantados ao ver como é possível A GRANDEZA DA NOSSA DESCOBERTA CABER DENTRO DA NOSSA INSIGNIFICANCIA! Perde-se a respiração só de pressentir que podemos ser a consciência de uma realidade indescritível! E ficamos quase tolinhos quando nos damos conta que só vemos ainda uma parcela tão pequena do que vamos, por defeito, chamando REALIDADE! E nessa altura começamos a rezar, baixinho: sei que nada sei, sei que nada sei… A oração da sabedoria!
Não tenha medo, João Pistola, mostre-nos a sua Nova Era. O mais que lhe pode custar é mesmo só um sonho desfeito e partir pra outra. Mas, quem sabe, não será um sonho lindo que valha a pena viver, que outros queiram experimentar? Quem sabe, mesmo nesse seu sonho, alguém encontre uma ajuda de que tem urgência, como muitos encontram no Segredo ou no Espírito Santo! Diga lá, que estou curioso. Não tem nada a perder. Está anónimo. Pense que, se o sonho não for lindo, poderá ser útil. Ou ao contrário. E tudo o que um homem sonha, se o fizer por bem, vale sempre a pena. Embora o imortal Pessoa, preventivamente diga «se a alma não é pequena».

08 julho, 2008 09:24  
Anonymous Anónimo said...

Vir aqui ao blog e ler os longos discursos que por aqui circulam, é trabalho que me custa um pouco pois naõ temnho muita paciencia para longas dissertações literárias e filosóficas que para mim podem ser menos pertinentes que para vós.
Mas ainda não respondi ao MN pois ainda não tive tempo disponível... Os números ocupam-me mais que as letras.
Mas já agora, só para não deixar o MN suspenso, posso dizer que ao falr de Marcador é mesmo de Marcador temporal. A entrada na Era do Aquário, que é do domínio de todos, produziu uma série de efeitos (não me vou debruçar sobre tal) em todos os planos, no planeta, principalmente nas descobertas científicas, que, no dizer de muitos, nós passámos o
"Marcador" dos tempos passados e entramos numa nova era do conhecimento. Um novo mundo, a caminho de uma nova humanidade.
ESperemos é que, com alguns dos caminhos percorridos até agora, não viremos tudo do avesso. E para os curisos deixo aqui uma dica: ide ao google e pesquisai esta sigla "HAARP" . Se o inglês nao vos for estranho lede o que vos apetecer mas não vos assusteis. Talvez enconttreis por aí algumas explicações para esta tal "Mudança de Maracador" de que eu falo... e não só eu...

Um abraço a todos, pois talvez já nem conheça os frequentadores destas paragens.
Por agora continuo a ficar aqui no meu "heterónimo" João Pistola".

JP

08 julho, 2008 18:26  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Anoto a convergência subreptícia mas profícua e produtiva, e, deixai-me que vos diga, profundamente realizadora, não por si, mas como meio afectivo, complementar e também, assuma-se, de pensamento. Este Blog surpreendede-me mesmo... Que gozo!
Por hoje não publico o meu RETOQUE III. Em tempo oportuno.

Bem vindo João Pistola... Perdão por não te ter saudado... mas cheiraste-me a ladrão. Brincadeira! Caríssimo, mas Falperra induz-me José do Telhado! Talvez ele também usasse pistola e daí a analogia. Pois amigo, dê por aí umas pistoladas nas passarinhas e mais nada... A nós, aas, por favor, recadinhos de espiritualidade.

Caro Mário, adorei a tua convergência de barba rija e silenciosa. Pois, amigo, sempre saúdo em ti, quando merecido se revela, o aa realizado. E tu foste bem longe, e eu não me afasto, por isso, mais responsabilidade. Gostei da convergência. Saíste muito mais jeitoso que o imaginado caríssimo "Alferes".

Por hoje, caro João Pistola ou Zé do Telhado, uma confidência de espiritualidade provocada pela tua dica de "Era do Aquário". Este fim-de-semana tive a felicidade de ter na minha casa um casal de cultura semelhante. Quando no decorrer da conversa sugeria timidamente que este era o século do homem espiritual (relembro A. Tofler, filósofo), encontrei do outro lado uma confirmação estrondosa e há muito prevista por se tratar, caro João Pistola, segundo disseram, como dizes, da Era do Aquário. Fiquei menente, porque o que alguns concluíram racional e dedutivamente, outros concluíram pelos astros. Fiquei mesmo e ainda estou confundido. Mais uma razão para respeitar a sua abordagem.

Nova humanidade...

Mas que bom!
Já vai ser tão perfeita e realizada! Então, isso quer dizer que já cumpriu "O Segredo" todo e esgotou a boa nova do Jesus de Nazaré?! Seguramente que deixou de lado só algumas coisas de S.Paulo e St. Agostinho e mais uns pormenores da idade média e, vá lá, umas coisinhas dos nossos dias. Também não podia passar tudo.

E a ponte para o outro lado! Que dizem!? Fazem eles ou nós?

Pensar, amar e realizar! Com certeza, pois claro, que nós somos gente de bem. E os outros? Os outros não são também?

Pois, mas, e a ponte na "Era do Aquário"?

09 julho, 2008 00:22  
Anonymous Anónimo said...

Para o João Pistola

Enquanto aguardo mais completa noticia sobre o Marcador e a Nova Era que referiu, deixo-lhe um extracto do comentário feito ao Segredo por Bob Proctor. Será que tem a ver com a sua Nova Era?

«Essa é a verdadeira nova energia,( a lei da atraccção) proclamada por tantos e tantos profetas e visionários de nossos tempos atuais e antigos. Este é o começo da tão sonhada “Nova Era”: o momento em que cada ser humano reconhece que a sua felicidade depende única e exclusivamente dele mesmo, dele e de seus pensamentos (desejos)».

09 julho, 2008 00:36  
Anonymous Anónimo said...

A Felicidade Egocêntrica

Quando se pretende transformar um simples livro de auto-ajuda num compêndio para a FELICIDADE cai-se, inevitavelmente , no disparate, porque se invade o campo da filosofia/teologia, que tratam do principio e do fim das coisas, começando, é certo, logo aí a discussão, para saber se há um princípio a conduzir a algum fim. Também fica logo claro que nós não podemos estar à espera que os filósofos/teólogos nos digam, em definitivo, “como foi” e “como vai ser”, porque, entrementes, temos de levar a vida. E é então que, por causa desta “indefinição” filosófica/teológica, quase insuportável, se apresentam, na praça pública, com livrinhos na mão, os divulgadores de sabedoria/iluminação, proclamando, cada qual, que o livrinho dele é que é infalivelmente verdadeiro.
Face à manifesta e reconhecida incapacidade geral dos pensantes humanos para conhecer a VERDADE, entre os quais, confrangedoramente e a contra gosto, se vêem incluídos, estes pregadores não têm pejo em recorrer à mentira, é certo que, muitas vezes, piedosas mentiras de rectas intenções, para conseguir os seus propósitos, que é convencer as gentes a receber a salvação que anunciam. E é assim que, para obter ganhos de credibilidade total, afirmam-se em contacto permanente ou pontual com ALGUEM que está para lá do PRINCIPIO e do FIM.
Como disse, felizmente quase sempre a intenção é mesmo ajudar as pessoas a ultrapassar o drama perante a morte inevitável ou, simplesmente, os muitos dramas que nos vão atormentando ao longo da vida. E não há dúvida que quanto mais terrível for o vale de lágrimas por onde caminhamos, mais premente a necessidade de um viático, para aliviar o peso da cruz.
Nunca confundir, porém, este socorro necessário e sempre fundamental para o nosso dia a dia, com o desafio à nossa razão, à nossa inteligência, à nossa vontade de mais e mais em termos de conhecimento, de realização, de felicidade.
Exactamente não sabemos os limites do conhecimento, da realização, da felicidade. E não há livrinho nenhum que nos encha as medidas, porque as perspectivas são ilimitadas. Neste sentido disse muito bem Luísa Castelo Branco que «não somos máquinas, com manual de instruções». Seria fácil, mas éramos robôs.
É o desafio da eternidade que temos pela frente e qualquer pensamento que nos aponte essa direcção é sempre libertador, perante um tempo e um espaço limitado que vai sendo o da nossa historia.
Eu disse a NOSSA HISTORIA. Não disse a MINHA HISTORIA. E porquê? Porque, se pensarmos bem, a “minha história” não existiu, nunca, sem as outras histórias, desde logo as histórias do meu pai e da minha mãe, dos meus avós e por aí acima. Não é Zé Moreira?
Não me tendo “realizado”no passado solitariamente, poderei consegui-lo no presente para ganhar o futuro? Penso que não. Transporto uma humanidade sem conta dentro de mim e nos outros me reconheço em irmãos de ser e sangue. Tudo o que faça se repercute, de uma forma ou de outra, no corpo e na alma da HUMANIDADE que somos e seremos.
A minha felicidade nunca poderá ser só a minha. O meu sucesso nunca poderá ser só o meu. Por isso Angelina Jolie corre o mundo, aconchegando ao peito os sem sucesso, os que nem oportunidade tiveram de atrair um carinho ou um copo de água. Por isso o gesto “louco” de Francisco de Assis beijando o leproso. Por isso o empenho comovente de Fleming em busca da cura para infecções que não tinha, mas dilaceravam o corpo da SUA HUMANIDADE doente.
Digam-me, meus caros colegas, que tem isto a ver com a citação de Bob Proctor que acima deixei para o João Pistola? E relembro-a «Este é o começo da tão sonhada “Nova Era”: o momento em que cada ser humano reconhece que a sua felicidade depende única e exclusivamente dele mesmo, dele e de seus pensamentos (desejos)».
De maneira nenhuma, Sr Bob Proctor! A felicidade daquele negrinho desnutrido ao colo de Angelina Jolie depende das angelinas jolies todas do passado, do presente e do futuro! Se depender ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE DELE não viverá mais uns dias…Não o salvará a energia de que é feito!
Nem o senhor nem Rhonda Byrne sequer tinham nascido!
Pense nisto, Sr Proctor.

10 julho, 2008 00:58  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas, visitantes portugueses e de outras nacionalidades, do Carmelo ou não,

CEPA TORTA NUNCA MAIS, para o vinho é indiferente, mas na nossa vida só complica,

Menos fácil, por vezes a tarefa de um comentário em espaço de aacarmelitas e em “um almoço muito especial”, precisamente porque mexe nos seus porquês, para quês e para ondes, bem como acomodações.
Mas haja o que houver, aaacarmelitas ou é um espaçao de realização ou então não é para nada.

Seguramente que é por associação de ideias que coloco no mesmo espaço dois convívios. Este que já vai longo em repasto e este último, talvez em almoço volante. Com certeza que no lugar certo lá afixarei também este comentário. Aqui, todavia, neste cantinho letrado e de muitos afectos verbalizados e sempre vividos fraternal e contemplativaamente, os dois convívios são um e só não obstante os convivas não sejam necessariamente comuns.

Um encontro convívio de 25, vinte e cinco, sentirão alguns ser pouco. Não lhes beliscando esse sentimento, esse número transformado no dobro pela sempre amorosa presença deoutros, não deixa de ser muito quando se trata de gente que só o afecto reúne. Até cheguei a pensar na equipa das equinas… mas enfim, seguramente muitos em espaço de aaacarmelitas. Para mim a pena de lá não estar.

No jogo das palavras tornadas acto neste espaço do nosso blog, na ausência de retornos gratificantes, antes sujeito a um esticar de pescoço na busca de ar, confirmam-me e disponibilizam-me energia alguns contactos “a latere” e o ninho do meu convento de família e amigos, construído e burilado na base do “pensado” e da exigência da dádiva à comunidade, aos membros da minha congregação bem como ao retorno gratificante do seu cresccimento e realização.

No espaço da minha infância relembro a “lumieira” de colmo quando nas noites cerradas de Dezembro nos dirigíamos para a Igreja para as “novenas “ de Natal, onde ao som de flautas, violinos e melodiosas vozes, fazíamos chegar o Natal. Abençoada luz que a tais delícias nos conduzia! Na aprendizagem dos tc (trabalhos de casa) e et (extra-escolares), às vezes a luz era de petróleo, excepcionalmente, uma vela benta (que luxo), mas às vezes era só o lume do lar e mesmo assim se aprendia e se recebia a marca definitiva da introdução à filosofia: pensar.

Ontem, ocasionalmente, num dos meus “zapings” de tv dei de caras com alguns pensadores debruçados sobre o “estado da nação”. Nada que não se soubesse, mas vale pela quebra do isolamento e pela confirmação. Todavia, dava-se o caso de um desses pensadores ser o nosso muito querido professor e sempre desejado na palavra, reverendo frei Bento Domingues, op. Lapidar, em síntese, como convém a um filósofo e eminente teólogo.

Aos comentários dos presentes e do jornalista condutor do programa, sobre um povo, que saído do analfabetismo, e que embora já lendo, mas não faça crítica, frei Bento Domingues respondeu que a culpa “é do que se escreve porque é isso que eu leio”. E esta!? Todos os escribas a sacudirem água do capote.

“A culpa é do que se escreve porque é isso que eu leio” Jornalistas? Também com certeza.
Obrigado, pelo suporte “a latere” caríssimo frei Bento. Porque será que sempre há quem consiga ver onde outros não vêm? Minhas ricas lumieiras, seja a do Espírito Santo ou outras.

Pensar, amar, realizar...

Cepa torta nunca mais.

10 julho, 2008 19:52  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Por uma questão de metodologia e após demorada meditação, acabei publicando um comentário sem ler o comentário do nosso provocantíssimo confrade Mário Neiva.

Assim tenho a certeza de publicar só o desejado.

Mas volto a ele, unha por unha. Volto porque o volume de mentiras, generalizações, mistura de planos de análise, incongruências, redundâncias, meias verdades é do tamanho da imaginação e reporta-me para espaços, que nem refiro, onde ocorre muita verborreia, mas seguramente menos pensamento.

Na senda do que eu interpreto como quase saída única vou acender um candeeiro, daqueles bem fortes para enfrentar a luz do meio dia, e, nu, de preconceitos e não só, mas de juízo inteiro, vou para a praça pública ver se encontro a verdade sugerida.

Garanto-vos a minha rendição se a vir.

Entretanto, se por hipótese, julgarem que não é preciso pensar. Estão enganados.

Se o vosso pensamento vos ajudar a amar, se for muito, estão mais certos.

Se mexerem um pouco o vosso corpo têm mais saúde. Se as vossas mexidelas forem organizadas e resultar produto satisfarão as vossas necessidades e algumas necessidades dos outros.

Já pensaram que se aaacarmelitas não me traz realização para que haveria de servir?

Por mim, oxalá que o lampião do Nietzsche me dê sorte. Vou continuar a esticar-me para apanhar ar.

Pois alevá.

10 julho, 2008 20:27  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Aqui estou eu de volta à festa, que assim nos devemos portar quando temos a felicidade de poder navegar num blog como este cheio de mistério e imaginação.
Li algures que estas coisas ocorrrem como um orgasmo.
Senhoras e senhores arrivistas a este espaço, tenham composturas.

Mas já sabiam disso, porquê essas cósegas?
Façam o favor de limpar as unhas com a seguinte metodologia: uma a uma a cortar e uma a uma a limpar. Agora, for favor, contem-nas. Se alguém encontar mais de vinte ou está enganado ou é uma pessoa com deficiência.

Felizardos!

Se alguma coisa a mais andar por aí é cortar rente!

Caríssimo confrade Mário, não confundas aaacarmelitas com qualquer serviço de manicura! Homem, Mário, e outros, queriam uma boleia para as unhas?
Já agora cuidem dos calos que todos temos algum. Tratamento unha a unha, calo a calo! Era o que faltava!
Amigo Mário, afina-te por ti prório porque as caravelhas estão muito largas, entenda-se estas, as dos meus instrumentos. Deves ter que substitui aí qualquer coisa no teu bandolim. Claro, se quiseres continuar a tocar nesta orquestra. Por mim,ainda há dias fui aos arredores de Braga buscar uma linda viola da terra. Imagina, estou a envelhece-la. Ele há cada coisinha saborosa!

Aaacarmelitas só pode ser um espaço de realização se convergirmos. A cada um a sua parte! Que coisa é esta que o bem comum sempre exige uma parte a todos? ois alevá, e se não, partam ao menos de vez. O quê? Mas não é a louça?

11 julho, 2008 01:25  
Anonymous Anónimo said...

Peço perdão por erro grosseiro.

"Aaacarmelitas só pode ser um espaço de realização se convergirmos". Que horror...

Onde digo o que digo, acima entre aspas, quero dizer o que digo a seguir:

"Aaacarmelitas só pode ser um espaço de realização, mesmo sem convergirmos."

11 julho, 2008 10:50  
Anonymous Anónimo said...

Comentário 287

Caríssimos aas e simpáticos visitantes,

Hoje, confrade Mário, especialíssimo para ti. De mim próprio o digo, julgo pue penso. Daí que, motivado ainda por outras experiências, que em outros tempos me agrediram, ainda não totalmente liberto, me defendo. Simples o esquema freudiano de intelecção. Quero perceber.

O pensamento que redigiste e me levou às cordas, li-o, reli-o... Escrevi-o numa folha e levei comigo para todo o lugar para onde fui e volta e meia lia e relia. É muito simples: não entendo. Vou dar de barato uma outra mão cheia de coisas daquele teu escrito no meio de tantas outras que julgo serem muito boas.

Encurtando.... é logo das primeirtas frases. Cito-te:

"Face à manifesta e reconhecida incapacidade geral dos pensantes humanos para conhecer a verdade,..."

Não percebo. Para mim isto não é verdade. Porquê? Porquê isto no Blog e para quê? Bom, porque anula tudo... até a própria vida. Mas sem comentários. Esclarecerás se entenderes. Por mim fico à espera. Este tipo de coisas deixam-me nos limites. Mas conheci uma vez uma pessoa que me disse que o que me perguntava não era o ABC, era o A.

Quanto aos limites, também não te digo quais.

Fico mesmo à espera.

12 julho, 2008 22:55  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e simpáticos visitantes,

Ponta Delgada celebra, entre ontem, hoje e amanhã, as grandes festas colectivas e comunitárias do Espírito Santo da Ilha de São Miguel (11, 12 e 13 de Julho). Não sou a pessoa indicada para vos falar desta maravilhosa pessoa da Santíssima Trindade e de como a celebramos. Fica mais fácil para mim apenas referir-vos a minha alegria de ter podido integrar uma folia de cantares ao Divino tangendo um violão e ajudando uma traseira desfalcada (elementos que repetem o canto do improvisador). Trajados a rigor, sapato preto, calça preta e camisa branca traje que se completa com uma opa lindíssima de vermelho forte e mitra. O grupo que integrei tinha como objectivo, com mais três folias, animar os 12.000 (doze mil comensais - é verdade) a quem foram servidos sopas (Caldo de carne com pão, carne e arroz doce, acompanhadas, por norma, de vinho de cheiro (morangueiro) ou outra bebida. Crede que é uma coisa invulgar. As lágrimas que um canto íntimo e afectivo, tradicional, as lembranças e as memórias de criança, de pais, avós e tradição, a bandeira do Espírito Santo por entre toda aquela irmandade de afectos de criança e de comensais… Invulgar senhoras e senhores, invulgar.

Depois o grande desfile de todas as folias e variantes etnográfico-religiosas que partilham, evidências que vivem, em desfile, ora em dança, ora em canto sempre e só de improviso… e aqueles muitos, muitos milhares que nos reverenciaram na nossa passagem batendo palmas, cantando e sofrendo a visita de afectos com a lágrima no canto do olho. Bonito, muito bonito para eles e para alguns que podemos ser actores de provocação e vida a o vivermos também, afinal, como todos.

A gente, ainda na terra, sente-se levada aos céus. Ora se há transfiguração!

E que tem isto a ver com os carmelitas e com os aas carmelitas?

Só isto, vim de lá e estive na festa. Partilho com felicidade sem fim.

12 julho, 2008 23:31  
Anonymous Anónimo said...

Hoje, para o J.Dias

Pergunta Pilatos:«O que é a Verdade?» Responde Jesus:«Eu sou o caminho, a verdade e a vida»


Já naquele tempo queriam saber o que era a verdade.
Evidentemente que não se trata de saber quantos quilometros são daqui à lua ou quem foi o primeiro rei de Portugal. Nem tão pouco que duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si.
Hoje, como ontem, se procura a verdade com a mesma "louca" atitude com que Diógens, filósofo grego, em pleno dia, empunhando um lampião (garanto que não era o Zé Moreira feito tocha!),numa praça cheia de gente,dizia que procurava um HOMEM que fosse!
Nem a resposta de Jesus a Pilatos esclarece seja o que for porque é a resposta de Deus a remeter para a própria Divindade, o que significa que, se não conhecemos Deus ficamos sem conhecer a VERDADE. Daí São Paulo dizer que «o cristão vive da fé». Quanto ao resto são teologisas e filosofias de homens para os homens.
O que não é uma teologia ou uma filosofia é o HOMEM EM SI MESMO e enquanto ponto de partida para qualquer acto de fé ou de filosofia. Precisamente no encalço da VERDADE.
Fui mal citado, o que me leva a crer ser esse o motivo porque não fui compreendiado. Eu falei da VERDADE (com letras bem grandes)para distinguir das verdades com que vamos vivendo o dia a dia e suficientes quanto baste para nos entusiasmar a ir sempre mais longe, na demanda daquele CAMINHO, VERDADE E VIDA.
De facto, a resposta de Jesus a Pilatos não é uma verdade ou segredo revelado é, isso sim, o desafio do indizivel.
Cada um podia apontar para si próprio e dizer: eu sou o caminho, a verdade e a vida. Só que eu não consigo dizer quem sou, quando recuo na história ou perscruto o futuro. E o presente pouco mais é que uma expectativa sonhadora e gostosa, de tanto que há para explorar! Cada vez mais estupefactos, espontaneamente começamos a rezar:
Sei que nada sei, sei que nada sei, sei que nada sei...
Muito custa entrar isto na cabeça de tanta gente!

13 julho, 2008 00:18  
Anonymous Anónimo said...

Ainda para o J.Dias

Dentro da lógica do Segredo de Rhonda Byrne, «sei que nada sei» é um pensamento positivo ou negativo?

13 julho, 2008 17:54  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e estimadíssimos leitores, visitantes e todos os que, nos lendo, se tornam razão da nossa escrita.

Vamos começar pela velhinha e sempre nova afirmação socrática
" Sei que nada sei". Pergunta o confrade Mário se em perspectiva de Rhonda Byrne, em o "Segredo", um livro de auto-ajuda, a frase de Sócrates é positiva ou negativa!?

Caro e distinto confrade Mário, a resposta já vai. Primeiro uma pergunta sintonizadora:

-Se te meteres numa auto-estrada em contra-mão tens a certeza de chegar ao destino?
Tu lá sabes. Eu acho que pode ocorrer que consigas, mas provavelmente não. Essa é a introdução à tua questão em relação ao "Segredo". Estás contra a mão, estás contra o livro mesmo antes de o leres.

Agora a minha resposta à pergunta, se a dita frase, em perspectiva de Rhonda Byrne, é positiva ou negativa!

Em primeiro lugar, eu não sou procurador para efeito algum da referida senhora nem sequer defendo o livro. Limito-me a constactar os seus efeitos nas pessoas.
Em segundo lugar,o meu caro é que ataca o livro mesmo antes de o ter lido e isso não me parece razoável.
Em terceiro lugar, nem sei se a referida senhora alguma vez se colocou essa questão da dita frase.
Em quarto lugar, o que eu sei é que no contexto geral do livro, e assumido o sentido da frase socrática, é óbvio que é positivo. "Sei que nada sei" é um desafio para se pensar e, nunca por nunca, parar de o fazer.

Como sabes, resumo o livro em três verbos: Pensar, amar, operar (trabalhar...).

Entendo mesmo mais, "Segredo" integra mesmo um desafio às filosofias e às ciências para que o sejam. Aliás, é mesmo, em minha opinião, um desafio às próprias teologias. Só que é mais do que isso: é um desafio ao leitor, homem ou mulher, para que seja o que pensar que entende ser. A regulação social fará a harmonização do que não for adequado, não te preocupes...

Mas para mim, que lido com os problemas das pessoas que se querem melhorar, a integração das emoções no apelo ao pensar, numa sociedade que se recusa a fazê-lo, sistematicamente, bem como o toque afirmativo que está subjacente em toda e qualquer frase do livro, que é menos comum encontrar numa civilização judaico-cristã onde o peso do pecado ainda é uma constante, são aspectos relevantes.

Na perspectiva do leitor, em sociedade despersonalizada, é interessante verificar o efeito aglutinador positivo que as leituras do livro exercem sobre as pessoas.

Como já o referi, dou às questões subjacentes ao livro, e sempre presentes no homem, o tempo da sua humanidade.

13 julho, 2008 23:44  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e visitantes, vamos agora à parte restante...
Vamos agora à questão da verdade. Melhor dizendo, VERDADE!

Porquê? Porque temos a palavra.

Caro amigo, está na hora de seres legível. Com maiúscula ou minúscula, legível e nada mais… A isto, diria eu, esfarrapadas… O quê? O que tu quiseres.
Batota total.

Mas não julgues que me ficava por aqui. Muitas outras coisinhas estão naquele texto e neste a precisarem de uma forte rebarbadora.

Não há pachorra, Entende, não há pachorra!...
Os comentários não se enquadrariam neste espaço.

Vou-te deixar tranquilo por esta vez com o recado de que a provocação só deve ser a suficiente não vá acontecer que nos transformemos em mais um factor de depressão.

Provocação por provocação fica com esta:

“ E o presente pouco mais é que uma expectativa sonhadora e gostosa, de tanto que há para explorar!” (Mário Neiva - MN).
Mas onde é que foste buscar esta frase dentro dessa cabecinha pensadora! Seguramente que a autora de “ O Segredo” a subscreveria. Afinal, estás contra sem ler, mas vais escrevendo coisas a favor como se fosses a autora. Gostei… Parabéns.

Caríssimos aas,

Gostaram?
Afinal, contidos, caminhantes…

A terminar:

S. Paulo (citado por MN): “O cristão vive da fé”. Comentário de MN: “Quanto ao resto são teologias e filosofias de homens para homens”.

Pergunta minha, e então a frase de S.Paulo “ O cristão vive da fé” onde a metes? Ele não é homem nem a frase se integra na teologia cristã? Afinal, São Paulo uma teologia de homens para homens! Oh meu caro…não se vá dar o caso de a letra ser maiúscula ou minúscula. Tem dó.

Critérios. Mas isto é batota, afinal, de homens para homens ao sabor do que nos serve de argumento.

Caro confrade, sempre, mas sempre, a realização dos outros… e a nossa com eles se for possível e sempre ao serviço daquela linda mensagem de amor que até Rhonda Byrne descobriu que há muito estava lá no livro da Palavra e ela afirma-o.

Eis porque reafirmo eu também com gosto e orgulho de passado assumido, carmelita, por isso, contemplativo e disponível e reafirmei-o muito antes de "O Segredo".

Disponível para momento a momento ser manifestação de uma mensagem que em cada dia melhor se integra e assume no pensar, amar e ser.
Porquê? Porque temos a palavra. Qual? Então, não é a da Bíblia! Somos aascarmelitas ou não?

Não ficava bem comigo mesmo se não vos dissesse uma última coisa a propósito do dito texto de MN, uns certos beijos e outras coisas mais de limites, bem como de certos textos e protagonistas ascéticos de tempos idos...
Caríssimos, se as coisas se passaram adequadamente, se eles conseguiram, porque não haveríamos nós de conseguir?
Não vá dar-se o caso de as estórias andarem muito mal contadas... Eis o porquê do meu apreço pelos que o são hoje.

14 julho, 2008 00:45  
Anonymous Anónimo said...

Para o Jorge Dias

Não há pachorra, não há pachorra, não há pachorra...

Por uns tempos vou ter que acrecentar mais esta, ao desfiar as contas do meu rosário!
Começando por S.Paulo. Apesar de explicar tudo o que podia explicar às comunidades destinatárias das suas cartas acerca do evangelho que pregava, São Paulo tinha a consciencia de que, ao fim e ao cabo, as incógnitas eram mais que muitas e os cristãos tinham que viver mesmo da fé, ou seja, acreditar sem ver, crer sem conhecer, não sendo esta frase mais que o eco de uma outra muito conhecida «felizes os que não viram e creram».
Sendo ele um humano, como nós, com que autoridade pode S.Paulo falar daquilo que é inacessivel aos mortais e que temos de aceitar só pela fé, enquanto nesta "vida na carne"? É que, diz ele, foi escolhido «desde o ventre de sua mãe», em privilégio, e arrebatado, como acredita, ao «terceiro céu, se no corpo ou fora dele não o sei, Deus o sabe», onde tudo lhe foi revelado. E os cristãos têm de acreditar sem ver, sem entender, sem conhecer.
São Paulo afirma a nossa ignorancia até à morte, onde, lógicamente, acabam a «fé e a esperança», subsistindo só a caridade (como aprendemos na catequese) e formula uma teologia toda ela de homem para homens, onde onde se aventura, até, a explicar como se vai dar a ressurreição -transformação de corpo corruptivel em corpo espiritual incorruptivel...E mete água que se farta, em biologia, com o desajeitado exemplo da semente...
Teologias e filosofias, às apalpadelas, lá vão dando as explicações possiveis para o mistério que nos envolve, do nascimente até à morte.
Neste sentido eu diria que, de certo modo, TER FÉ É PROFESSAR A NOSSA IGNORANCIA. Sejamos, por isso, humildes na fé.

A fé de que estamos a falar não se refere a verdades decorrentes da razão humana, mas à VERDADE do principio, do presente e do futuro. VERDADE ASSENTE EM REVELAÇÕES, privilégio de "videntes" ou "escolhidos". Nesta perspectiva e muito acertadamente diz a teologia católica que a fé não está ao alcance da vontade do homem, porque é um «dom de Deus». E, já agora, pessoal e intransmissivel pelo homem. Mais uma vez em lógica férrea: NINGUÉM PODE DAR O QUE NÃO TEM: O conhecimento da VERDADE, exclusivo de de Deus.
Inesperadamente, ou talvez não, por outras palavras os filósofos qregos diziam o mesmo: A sabedoria é posse exclusiva dos deusas. Nós vamos sendo, simplesmente, amigos dela. Dizendo em grego,«filósofos».

E vejo-me obrigado a repisar: «Face à manisfesta incapacidade dos pensantes humanos para conhecer A VERDADE, o cristão vive da fé. Quanto ao resto são teologias e filosofias de homens para homens». Citando-me.

Apesar de um bom resumo feito por gente credivel poder dar o conteúdo de uma obra, com a preocupação que vou tendo em nunca usar de má fé e consciente de que por vezes não me faço entender nem terei compreendido bem o que li, mandei vir de Viseu e estou a ler (passei bem da metade) o Segredo. E vou confirmando que se trata de um simples livro de auto-ajuda, contendo generalizações abusivas e, às vezes, pretensa fundamentação cientifica. Bem ao jeito da conhecidissima astrologia dos horoscopos, parte-se de verdades comprovadas, como a influencia astral sobre a terra, a começar pelo maravilhoso sol (desde que subsista a camada do ozono), pelas marés ditadas pela lua etc, para tirar conclusões nada cientificas.
Vou ler até ao fim, apesar do elogio até ao fastio, das virtudes astronómicas da lei da atracção.
De resto já há muito tempo que se sabe que «Abyssus abyssum invocat».
Importa não cair em nenhum. Nem no da "lei da atracção".
Avisadamente, construamos a ponte.

14 julho, 2008 09:27  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas, caros consócios desta maravilhosa associação e distintos visitantes,

Por mim estou esclarecidíssimo no não esclarecimento. Aumentou a confusão.

E tem graça que nos últimos tempos, cá em casa, no meu convento, equacionamos a hipótese de frequentarmos um curso sobre a Bíblia. Mas não esperava que o confrade Mário me quisesse impô-lo... pois alevá.
É que, não obstante o interesse, que, como evidencio, tenho, não me parece ser este espaço o indicado. Mas até admitiria que poderia ser, se as ligações ao tema de “um almoço muito especial” fossem, ponto a ponto, feitas.

Como não é o caso, e só serve para novas variações, que se escusam a clarificar as anteriores, por muito interessante que seja São Paulo, devo, no entanto, lembrar ao meu caro confrade que a boa nova de Jesus Cristo está nos Evangelhos, o antecedente e o subsequente são considerações para melhor se entender a boa nova (evangelhos) e não a sua substituição como, às vezes, parece, mormente neste teu comentário.
Fica com São Paulo, já agora o Apocalipse, que numa Igreja que se esvaiu nos tempos e hoje desaparece a olhos vistos e, não poucas vezes, prega asneira, e a si própria se rejeita e insiste em ignorar a mensagem da essência vertida no mandamento novo, que ficarás com bem pouco. A previsão sociológica de uma Europa muçulmana aponta para o último quartel deste século. Meu rico cristianismo!

Quanto ao Segredo, e face à cultura (manifesto cultivo) da incultura entre nós, e não obstante a nossa solidariedade espontânea, que não no trabalho, bom vinho e boa comida, a verdade é que o nacional porreirismo e mais umas outras coisitas de desenrascanso colectivo, fazem com que sejamos um povo que odeia tudo o que faz pensar, e, por isso, marca passo.

Não se pode explicar tudo com a inquisição e com o salazarismo.

Fico, com efeito, até perplexo, que um diplomado em filosofia, como o meu caro confrade, se dê ao trabalho de criticar a lei da atracção até ao fastio e continue a ignorar que tudo começa no pensar como se afirma repetidas vezes no dito cujo livro.

Não haja dúvida, felicidade egocêntrica. Mas não fui eu que inventei a classificação.

Por mim estimulo todos a que pensem, amem, tenham auto-estima… Mas reconheço que alguns resistem muito. Sempre sou mais feliz no sucesso dos outros e até na sua riqueza. Julgo mesmo que numa sociedade feliz e rica, eu também serei mais. Como é possível que não tenhas salientado o amor, o trabalho?
Tem defeitos o livro?
Mas há algum livro perfeito!?

Porque não aproveitar então este espaço de aas carmelitas para fazermos chegar aos queridos colegas um estímulo no seu caminhar para a felicidade!? Eles descobrirão para onde querem ir, mas todos apreciam um estímulo, um copo de água. Se é assim que eu sou porque haveria de mudar se me sinto próximo da mensagem e por isso sou agradecido, infinitamente! Afinal, não só não escolhi nascer nem a direcção que foi dada à formação da minha personalidade, nem sequer a maioria dos conhecimentos que me foram servidos, mas podem crer que assumo a vida, a pessoa, os conhecimentos. Nessa lógica porque não contemplativo e disponível?

Em “O Segredo”, o que constato é que as pessoas se inebriam, ganham outra dinâmica com os seus ensinamentos. Mudam as vidas! Mas não foi isso que nos ocorreu a nós próprios os que seguimos Jesus!? Mas se em vez dele servem outros! Porque haveria isso de ser mau? Porquê mais de um mesmo nunca definido, mas supostamente mau? Mas porquê? A mim próprio, batidíssimo nestas andanças das pessoas e atitudes, confesso que abre pistas sérias de ultrapassagem de atitudes auto-destructivas e consolidação de outras mais ligadas aos valores da vida e organização humanas. Estou proibido de me servir de um livro? Estão os homens a quem a boa nova já não é servida proibidos de utilizar os seus substitutos?

É verdade que no evangelho está presente a sintonia do pensar (mas não claramente em palavra) e amar. Mas nunca os filósofos se esforçaram por isso. Bem pelo contrário, as emoções foram trabalhadas por filósofos e teólogos, muitas vezes, para sede das dificuldades do homem senão mesmo do pecado. Podiam e deviam ter sido trabalhadas para a realização do homem.

Caríssimos aas e caros consócios desta salutar e aberta associação: Pensar, amar, ser felizes vivendo bem consigo mesmo, com os outros e, se for o caso, com Deus.

15 julho, 2008 02:00  
Anonymous Anónimo said...

Por hoje, só um desabafo


A última intervenção do J.Dias abre tantos caminhos, que não sei para onde me virar. Assim sendo, faço um compasso de espera.
E vou adiantando que tem razão por eu nunca ter abordado o tema que deu inicio ao Almoço Especial, a Transfiguração. Agora, mais do que nunca, e depois da última prestação do J.Dias, torna-se incontornável. E depois, sem preconceitos, a minha apreciação final sobre o "Segredo" que vou lendo. E só o faço porque quero demonstrar aos colegas aa.s, que estão em confronto duas atitudes perante a nossa vida (filosofias/teologias de vida) completamente distintas: A cristã e todas as religiões baseadas na intersubjectividade (Deus Pessoal/Humanidade em pessoas)e a filosofia de vida do UNO, do TODO, onde o ser humano se dilui como gota de água num oceano infinito, solitário, omnipotente, omnipresente, eterno, imutável. Diria a voz do povo, solteiro, enfadonho e triste como a noite.
Deixem que vos diga: esta filosofia/teologia do UNO/TODO esquce um facto fundamental. Qual? É que, vocês que me estão a ler e eu, perguntamos: Olha lá, ó TODO, e nós que estamos aqui a olhar para a tua eternidade e totalidade, afinal donde viemos, que não nos confundimos nem identificamos contigo e estamos a contestar-te?
É esta voz pessoalissima e inconformada, que fazemos ecoar desde há milénios, que nos torna grandes e procura um INTERLOCUTOR. Interlocutor esse que a ENERGIA, O TODO...não proporcionam. As religiões com um DEUS PESSOAL, amigo, amoroso, pai...oferecem a OUTRA PARTE para que o AMOR ACONTEÇA. Cá EM BAIXO como lá EM CIMA.
Assim na terra como no céu, assim na terra como no céu...Pai nosso...Um Deus feito de pessoas, não interessa se três se um milhão. Pessoas Divinas como uma Humanidade de Pessoas. Imagem e semelhança. Triunfo da comunidade sobre o individualismo, o UNO, o IMUTAVEL, O INFINITO PODER, A PORTENTOSA ATRACÇÃO.
Contando avôs e avós lá cheguei!

O já referido BOB PROCTOR, co-autor do "Segredo" , imperturbável, faz esta pergunta:«porque é que acha que um por cento (l%) da população mundial ganha cerca de 96 por cento (96%)de toda a riqueza criada? Acha que é por acaso? Houve um plano para que assim fosse. Eles sabem qualquer coisa. Percebem O Segredo, e agora é você que vai descobrir»
Se percebem o Segredo!
O contraponto, dramático, e que passa ao lado dos felizardos contemplados com as revelações do "Segredo", é que para eles viveram com 96% do que produz a terra e conseguiram ATRAIR para si, há milhões, como o negrinho, que procuram o colo de Agelina Jolie, implorando um carinho, um copo de água que seja!

15 julho, 2008 17:12  
Anonymous Anónimo said...

Rectificação: leiam «é que para eles viverem».

15 julho, 2008 23:56  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas , distintos visitantes, todos, inteligentes, claro, porque gostam de pensar,

Estas coisas têm o seu lado trabalhoso mas também de gratificação e oportunidade.

Confronto de "atitudes", claro, mas não propriamente em filosofias e teologias vindas da minha parte.
Em “O Segredo” também não, bem pelo contrário, são mais que evidentes a ligação à Bíblia. Seguramente que neste espaço e tempo presente dos homens há diferentes "atitudes". Desde logo a mais evidente de todas é a que suporta os escritos do meu caro confrade Mário e a "atitude" que suporta o que eu escrevo.

Quanto à do confrade Mário está por demais evidenciada, está na sua cabeça e tem muita dificuldade em não ser qualquer outra coisita que ainda não esteja na sua cabeça. Aqui e ali tem lampejos de abertura mas logo o fechamento assume outros contornos, para usar uma palavra indiferenciada, bem patéticos. Felicidade egocêntrica, neste contexto, será lapso ou realidade?

Quanto a mim, esforço-me quase em radicalidade, para crer em mim próprio e nas possibilidades dos outros e nas nossas possibilidades colectivas na realização da felicidade de todos. Egocêntrico ou com auto-estima? Há muito que decidi que era auto-estima, até por causa da virtude teologal da caridade… mas isso é uma opinião. Tirem as vossas conclusões.

Afinal o meu confrade, não obstante ter sugerido uma opinião sobre a transfiguração, quedou-se pelo silêncio. Todavia devo comentar que o tema de “um almoço muito especial” não era a transfiguração. Começou, sim, no Blog, por uma transcrição em citação da transfiguração em São Mateus. Para mim o tema sempre foi a aaacarmelitas e continua a ser, enquanto espaço aberto de realização de muitos.

Refere-se o nosso confrade Mário a uma apreciação final sobe o dito livro. Oh caríssimo. Nada de confusões. Mas achas que queremos a tua apreciação final para quê? Que desplante! Debita aí a tua apreciação final que estamos ansiosos pela tua sabedoria, qual Nero a debitar poesia!

Confrade, seguramente queremos a tua opinião sobre “O Segredo” e sobre tantas outras coisas mais, mas em função do seu contributo para a nossa auto-estima e felicidade de todos!

Demonstrar aos colegas! Mas demonstrar o quê confrade!? Por onde andas tu? Não demonstres nada que ninguém quer demonstração nenhuma. O que nós precisamos é de razões de viver, hoje. Não é das razões de São Paulo, é das tuas razões de viver, hoje, é da tua leitura pessoalíssima, hoje. Mas cuida que seja mobilizadora.

Que lengas lengas teces sobre filosofias e teologias! Mas isso trocado por limpo dá alguma razão de viver e vivendo-a conseguirmos realização? Mete-te no osso do drogado, mete-te no osso do que te é próximo e vem contar-nos como ajudaste. Esquece a ponte...

Tem dó, acaba com essa pornografia do negrinho! Desafio-te, quando quiseres falar do que não se faz, se começares por referir o que tu não fazes, vamos-te entender melhor. E há uma coisa que é sempre imitável, o bom exemplo. O resto é pornografia, senão mesmo masturbação mental.

Chega… sempre essa esfarrapada pobreza. É mentira o que afirmas. A terra está cheia de bens para todos, para todos… Mas tu não queres que se refira: Pensar, amar, trabalhar. Mas isso não anula as oportunidades que se deitam fora a todo o momento...

Tens uma coisa em comum com o Pedro, o Tiago e o João de antes da transfiguração: não acreditas em tuas possibilidades e, por arrastamento, julgas, ages, pensas, vives, relacionas-te, escreves, como se os outros tivessem que ser como tu.

Mas não é assim a pessoa.
Bem pelo contrário: fonte inesgotável de possibilidades e de originalidades.

Eis porque sempre gosto de me religar, em cada comentário, ao início, à aaacarmelitas. Porquê?
- Porque é neste espaço que estou e é neste espaço que escrevo.
- Porque ao fazê-lo, faço-o porque acredito em mim.
- Porque ao fazê-lo, faço-o porque muito mais acredito nas possibilidade de quem nos lê.
- Porque ao fazê-lo, faço-o porque tenho a certeza que alguém haverá que se sentirá crescer humana e espiritualmente e, se for, o caso com um Cristo liberto de fantasmas.

Aaacarmelitas senão for espaço de realização deixa de ser. Afinal, também espaço de mudança e transfiguração.

16 julho, 2008 02:11  
Anonymous Anónimo said...

Antípodas

Até que enfim o J.Dias reconhece que o meu pensamento está nas antípodas do dele! Disse-o logo a principio, quando entrei na sala de convivio e depois de ter lido o que ele ia escrevendo.
Agora sim, podemos confrontar ideias. Ou o espaço aaacarmelitas não é também para isso? Mesmo sem convergir...dizia o J Dias, corrigindo-se:«Que horror...».
Depois de ler com um pouco mais de atenção o que escrevo, talvez acabe a corrigir o seu dicurso tão pouco «atractivo», despejado num espaço que lhe deveria merecer mais consideração.

Enquanto não fores eleito ou nomeado porta-voz de AAACarmelitas, deixa de falar em nome deles, que são gente crescida e livres de usar a palavra quando muito bem entenderem.

Uma coisa é inegável: O "Segredo" poderá servir para levantar o ânimo. Aproveita e relê umas páginas, que me pareces tão deprimido, J Dias!

16 julho, 2008 08:02  
Anonymous Anónimo said...

«Se não concordares com um homem, deixa-o viver. Não encontrarás outro em 100 milhoes de galáxias»

Carl Sagan

16 julho, 2008 22:44  
Anonymous Anónimo said...

TRICENTÉSIMO COMENTÁRIO FOI O ANTERIOR

Caríssimos aas e sábios sem palavra, mas leitores… Ai que sede que tenho…

“Se não concordares com um homem, deixa-o viver. Não encontrarás outro em 100 milhões de galáxias» Carl Sagan. Mas que bonito, caro Mário!

Nesta citação saúdo o tricentésimo comentário, deste interessantíssimo espaço de “aaacarmelitas.blogspot.com” um almoço muito especial". Valor para o confrade citante. Pena o diminuto aproveitamento tirado de tão bonita citação que em conteúdoquer em vanguardismo, com o senão do despropósito de ser feita face aos meus comentários.

Caro confrade, pois se ainda agora começamos a conversa já a queres acabar e logo com o argumento de que, hipoteticamente não te deixaria viver? Mas então, eu não sei das tuas originalidades! Já te sugeri várias vezes para fazeres a análise de conteúdo! Pois nem mais… eis o que eu diria uma citação esfarrapadíssima, pelo despropósito. Não é por ela, nem pelo seu autor, nem pelo momento da sua inclusão neste espaço, mas apenas pelos sinais assumidos de defesa que ela deixa transparecer! Então confrade, as ideias e a aaacaarmelitas!

Vou-te relembrar aquelas com que te desafiei. Não julgues que te escapas de tudo: razões de viver, confrade! Repito razões de viver… Escreve aí, pessoais, por uma vez… Como sempre tenho feito, pessoais: razões de viver…
Porquê, nem nada? Aqui entre confrades, vá lá amorosamente… calcanhar de Aquiles? São aquelas coisinhas aí dentro, não é? Pois claro, quem não sabe o que é isso? Bloqueiam! Tu não desempregas os psicólogos, lá isso não.

Já te disse e repito uma vez mais, sei e sinto que não estou nos antípodas. Porquê? Porque sei precisamente onde estou e onde estamos. Sei, aliás, que outros sabem o mesmo que eu sei. Mas isto não é obstáculo, no meu modo de ver é, apenas, mais uma oportunidade.

Acredito que em relação a “Um almoço muito especial” haja diferentes posicionamentos. Verifico, agora o que sempre pressenti, mas não me competia intervir redireccionando, especificamente. Com efeito, não acho que este espaço seja para troca e confronto de ideias que não se refiram a aaacarmelitas. Múltiplas vezes o referi e mantenho. Muitas vezes intuí que diferente era a concepção do meu caro confrade! Desde o modo como iniciei a generalidade dos comentários até aos “links” à aaacarmelitas que sempre deixei espalhados por todo lado bem como às abordagens feitas, sempre retornando dos nossos “desvios” do tema embora nem sempre o conseguisse.

Percebi perfeitamente que não aceitaste o meu pedido de correcção e perdão. O meu horror por me ler a mim próprio sem comigo concordar! Reconheço que errei… sei porquê. Mas vais ter que adivinhar o porquê, porque não mereces que te diga ao recusares o perdão.

Acredita que no que escreveste não podias falar pior de ti próprio. Diria mais: doravante, sei que lido com uma pessoa que uma vez me esfregou na cara as desculpas públicas que como um dos seus mais directos interlocutores neste espaço lhe apresentou. Nem mais, ali, publicamente… em Blog, recusa… Anoto cristãmente. Obrigado.
Meu caro, tens espaço para tudo. Decide de acordo com a escola onde andaste, mas nunca por nunca te encolhas. Se quiseres podes dar mais. Por mim é que ainda não cheguei ao ponto da disponibilidade de oferecer mansamente a outra face. Mas pode ser que ainda aprenda a técnica…
Se fores homem, já que conhecedor das escrituras és, faz o que deves e tu sabes muito bem o que deves fazer.


Aaacarmelitas um espaço aberto e muito lindo…
Mas claro que não fui eleito nem podia.
Mas qual o problema? Nomeado! Mas claro que não!
Sou controleiro? Mas controleiro de quê?
Caro confrade, bota aí esclarecimento, não ocorra que fiquemos como com as outras faltinhas de esclarecimento que afinal, ainda aguardo! Ou não será que certa palavra te incomoda? Acredito que haja por aí incomodados. Mas isso é outra coisa. Se tu entenderes isso como insatisfação, inquietude, verás que é o princípio da filosofia ou já achas que não? Não me digas que estavas à espera que eu falasse de observação! Claro que também observo… E se observo!

Por ventura quererias que eu batesse palmas à tua dissertação Paulina!?
Nessas coisas sou muito radical: aprendi com os Dominicanos no Instituto “Sedes Sapientiae” em Fátima: a boa nova está nos evangelhos e é “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” Boa nova e nova aliança selada com o sangue do Mestre. Foi pena… porque não era preciso! Claro que tenho pena não poder dizer que foi nos carmelitas que aprendi. Mas não foi.

Diria agora, cantando, um aleluia muito expressivo. Aquele, à boa maneira gregoriana… esse mesmo. A propósito de quê? A Propósito da tua mudança… Grande retiro de Balugães! Louvado seja Deus. Vê só, afinal, pensaste e mudaste. Obrigado, caro confrade, por todos os que gostam do livro! Enfim, “O Segredo” já levanta o ânimo. Caríssimo, o verso do aleluia é como segue: “Obrigado Senhor, O Mário Mudou. O Segredo já levanta o ânimo!” Bate certinho…
Antípodas, qual carapuça! Grande escola que tivemos os dois, que é uma coisa bem diferente!

Derpimido! Quem? Eu? Com tanta coisa boa para pegar! O que referes é uma maldição pior que uma praga do Egipto! Se ainda fosse ansioso por não poder ser essas coisas boas todas, ainda vá lá... Deprimido no meu convento é participio passado que não se conjuga com pensar, amar e ser... foi banido por si mesmo, em absoluto... é pedagogia de grupo: todos no limite das coisas boas da vida para as saborearmos que para isso existimos.

Em aaacarmelitas saúdo o tricentésimo comentário e este espaço que dia a dia me muda e transfigura.

17 julho, 2008 21:39  
Anonymous Anónimo said...

Completando a oração do J Dias...

Obrigado, Senhor,
O Mário mudou.
Levanta, ó Segredo,
O ânimo
E tudo o que por levantar ficou.

17 julho, 2008 22:47  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, e assim, a escrever e a viver, deixamos passar em claro o 16 de Julho, o dia que carmelitas dedicam à sua mãe e padroeira. Valeu-me o alerta de um amigo. Um daqueles que "carmelita um dia carmelita toda a vida", mas silencioso.
Penitenciando-me pelo descuido e com licença de todos os não confessionais em http://cantoalentejano.com/musicas/, assim transcrevo, comovido, de um canto quase não português:
Título: Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora do Carmo!
Que lá está no seu altar.
Todos lá vamos ajoelhar!
A cantar, a cantar vamos rezar.

Pedimos a uma voz
Nossa Senhora rogai por nós.

Nossa Senhora do Carmo!
Que lá está no seu altar.
Todos lá vamos ajoelhar!
A cantar, a cantar vamos rezar.

Senhora és padroeira!
De nossa terra és tão brejeira (sic).

Nossa Senhora do Carmo!
Que lá está no seu altar.
Todos lá vamos ajoelhar!
A cantar, a cantar vamos rezar.

18 julho, 2008 22:22  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e visitantes

Experiência única. Folião em folia do Espírito Santo. Experiência única e inolvidável esta de saltar para a praça pública, ruas da cidade, grades festas do Espirito Santo na cidade de Ponta Delgada... grupo de foliões da Covoada (freguesia). Acarinhados por milhares de comensais, crentes e outros apreciadores, e aí cantar ao Divino, que assim se chama pela voz do povo a terceira pessoa da Trindade nesta terra dos Açores. Nem mais... de folião a cantar ao Divino. Volto

20 julho, 2008 14:37  
Anonymous Anónimo said...

O SEGREDO de RHONDA BYRNE

Nota I

Nunca pensei que um dia haveria de ler este livrinho, de fio a pavio. Tomei algumas notas e delas darei conta neste comentário.
Disse do Segredo, que era um simples livrinho de auto ajuda e nada mais. E fí-lo depois de ler uma dúzia de páginas e alguns comentários acerca do mesmo. Foi precipitada a minha atitude. Afinal, o livro é algo mais. E afunda-se, por completo, ao tentar ser “algo mais”. De um simples livrinho destinado a aumentar a nossa auto estima, o que seria bom, de tanto que andamos precisados, transforma-se num verdadeiro chorrilho de sofismas. SOFISMA, diz o dicionário, é um erro de pensamento em que, de má fé, se empregam argumentos falsos com aparência de verdadeiros.
Digam-me lá, se alguém, de boa fé, pode afirmar uma coisa destas: «O Segredo está em si. Quanto mais usar o poder que reside em si, mais atrairá a si. Atingirá um ponto em que deixará de precisar de praticar, porque você SERÁ o poder, SERÁ a perfeição, SERÁ a sabedoria, SERÁ a inteligência, SERÁ o amor, SERÁ A ALEGRIA».
No texto, o futuro “será “ aparece em itálico.
Reparem no embuste! Como estes «professores» do Segredo (assim se chamam os oradores ambulantes, pagos e bem pagos nas conferencias que vão dando um pouco por todo o mundo) não nos podem mostrar UM ÚNICO EXEMPLAR, vivo ou morto, com aqueles excelsos e divinos predicados, atiram os incautos leitores para a incógnita do futuro. Serás, sereis, seremos, serão…e, enquanto não somos, compremos o livro e paguemos as entradas para ouvir os «professores» revelarem-nos o Segredo. E compremos o DVD e vejamos o filme/documentário de Rhonda Byrne.

A filosofia/teologia budista aparece decalcada na obra de Rhonda Byrne. Um dos co-autores, James Ray, filosófa assim: se perguntarmos a um físico(quântico) «o que cria o mundo?» ele responde: «A energia». Então descreva a energia. Bom, ela não pode ser criada nem destruída, sempre existiu, é tudo aquilo que já existiu e existe, move-se em formas, através de formas e a partir de formas».
A mesma pergunta é feita a um teólogo e este define Deus como se define Energia. Deus e Energia são a mesma realidade, com denominações diferentes.
Mas, ao fim e ao cabo, o que interessa mesmo é o que sou eu. Então avança Rhonda Byrne:«Você é um ser espiritual» (Aqui já apanha todos os cristãos…desprevenidos). «(você) É um campo de energia, que opera num campo de energia mais vasto» (a tal gota no oceano, de que falei aí no blog). Nesta altura o físico não contesta, porque foi até aqui que a ciência da física chegou. Mas este mesmo físico, ao sair do gabinete, vira filósofo e pergunta : como é que, sendo eu um campo de energia, sou simultaneamente a consciência dele e me interrogo acerca da sua natureza? Não deveria ser uma “transparência” e uma evidência incontestável? Não deveriam as perguntas ser simplesmente um absurdo ou, no mínimo, supérfluas? E a dúvida um rematado dislate?
Pensem nisso, comigo, até amanhã.

23 julho, 2008 20:50  
Anonymous Anónimo said...

O SEGREDO DE RHONDA BYRNE

Nota II

O homem no Paraíso

«Somos Um. Estamos todos ligados, fazemos todos parte do Campo de Energia Uno, ou da Mente Suprema Única, ou da Consciência Única, ou da Fonte da criação Una. Chame-lhe o que quiser, mas somos todos Um».
«Se pensar na lei da atracção neste momento, em termos de sermos todos Um, verá que a perfeição é absoluta.».
Assim fala Rhonda Byrne, fazendo-nos acreditar que estamos no paraíso primordial, como Fonte da Criação Una.
Ao atingir o conhecimento de que cada um de nós é «um campo de energia», ligado ao Todo que é a Mente Universal, Campo de Energia Uno, estamos, por assim dizer, a entrar no Paraíso. Ou melhor dizendo, tomamos consciência de que estamos no Paraíso ou somos o próprio Paraíso. Este Paraíso é governado por uma lei todo poderosa, a Lei da Atracção. E é agora que o Segredo nos deixa atordoados de vez: «Você é Deus num corpo físico. Você é o Espírito Encarnado. É a vida Eterna a expressar-se em Si. É um ser cósmico. É todo poderoso. É toda a sabedoria. É toda a inteligência. É a perfeição. É a magnificência. É o criador, e está a criar uma criação Sua neste planeta».
Conseguimos, pela Lei da Atracção, ser tudo isto, oferecido de mão beijada, porque «a lei da atracção é uma lei da natureza. É tão imparcial e impessoal quanto a lei da gravidade. É precisa e exacta», diz o Segredo.
O conhecimento humano não será mais do que a tomada de consciência deste automatismo da Lei da Atracção, «imparcial e impessoal», «precisa e exacta». É só não pôr entraves à sua actuação.
E aqui começam os problemas.
Como é que conseguimos escapar a esta todo poderosa força de atracção e cair no desconhecimento, impedindo, assim, que ela actue? Quando e como desligamos a “ficha” da “tomada”, provocando o apagão da nossa presente ignorância, arrastando-nos, perdidos, neste vale de lágrimas, até descobrimos a “tomada”, perdão, o Segredo e nos RE-LIGARMOS à Mente Universal?
É claro que o Segredo não responde a estas questões, embora, ao de leve, refira o livre arbítrio. Não responde, nem quer responder, porque para o Segredo não interessa saber o «como», partindo do princípio de que tudo é uma evidência inatacável. O Segredo não faz perguntas nem tem dúvidas, como o soldadinho de terracota, de que falei longamente aí atrás, neste blogue. Não faz perguntas mas TEM AS RESPOSTAS TODAS.
Tem a RESPOSTA que eu tanto procuro!
E que a minha Ana Rosa procurava, na pergunta: Como é do “outro lado”?

Em sentido contrário ao do Segredo vai o pensamento do já citado neurologista António Damásio, cientista de renome mundial. Na sua obra O SENTIMENTO DE SI ele afirma: «Estou pronto a admitir que talvez tenhamos sido banidos do Paraíso por causa da consciência». Logo no primeiro capítulo, Um passo Para a Luz, aponta a direcção do seu pensamento, afirmando que deixamos o Paraíso quando «transitamos da inocência e da ignorância para o conhecimento e para a PESSOALIDADE» (sublinhado meu). Ou seja, propõe que ultrapassamos os automatismos e os condicionalismos que se manifestam em nós e chegamos à pessoalidade. Ele tem perfeita consciência de que se trata de uma «transição crítica» a ponto de afirmar que para «aqueles que desejam compreender os fundamentos da mente, a consciência é geralmente encarada como o problema dominante. Se a elucidação da mente é a última fronteira das ciências da vida, A CONSCIENCIA PÂRECE SER O ULTIMO MISTÉRIO DA ELUCIDAÇÃO DA MENTE».
Dizendo de outra forma, a consciência da nossa condição humana, em clímax NO SENTIMENTO DE SI, longe de nos introduzir nas delicias e bonança do Paraíso, propõe-nos «o desafio mais sedutor para a reflexão e para a investigação».
O contraste não podia ser mais flagrante: Para Damásio, a inocência e ignorância dos nossos ancestrais, mergulhados totalmente até à identificação/unificação com o “seio materno”é o Paraíso (perdido pela consciência de si). Para o Segredo, descobrir a identificação/unidade com o Cosmos, é a entrada no Paraíso.
Parece bem mais sedutora, porque fácil e de realização imediata, a proposta do Segredo.Mas, no meu modesto entender, o que se ganha em ilusão de facilidade e felicidade, perde-se em riqueza de humanidade. Não se diga que é “pornografia” passar vezes sem conta a imagem de Angelina Jolie abraçando com ternura sem limites um negrinho desvalido. Ou Francisco de Assis, beijando o leproso. É esta dimensão que falta ao Segredo.
Irritados, os «professores do Segredo» chamam pornografia ao espectáculo do sofrimento dos homens.
E têm coragem em falar de amor!
Será o tema da próxima nota.

24 julho, 2008 10:51  
Anonymous Anónimo said...

rectificação
Por favor leiam: E têm coragem de falar em amor

24 julho, 2008 22:38  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos, após um sabático retiro que bem me soube e me ajudou na reequação... Aqui de novo para a mudança e transfiguração... porque é disso que se trata neste espaço.
Saúdo entusiasticamente o meu queridíssimo comensal e distinto lutador Mário Neiva nas suas lutas, que face à ausência de escribas consideraria, tal como a mim próprio, quais D. Quixotes a espadeirar moínhos de vento que é, e assumo-o, aquilo em que me estou tornando, senão mesmo nós os dois. Só que para os que já se riem, cuidado..., porque o último a rir é o que sai vencedor.
Meus amigos, o queridíssimo M Neiva fez o que todos os os outros já deviam ter feito: ler um livro provocador que dá pelo nome de "O Segredo". Caríssimos, estou satisfeito. O Mário comenta e já leu. Leiam para poderem apreciar o comentário dele e o meu. Caros amigos e amicíssimo Mário, pode ou não pode o livro ajudar este ou aquele, a ti próprio ou a mim? Obrigado por teres deixado isso em aberto. Caríssimos, o que interessa é a quem o livro ajuda... Mas que filosofia,alguma vez,atingiu a verdade de uma só vez? E então, caríssimos, só para ficar entre nós, que diria Freud dos místicos que tantos elogiaram tanto com o seu super segredo da presença de Deus com os homens em prazeres e arroubos comtemplativos? Vá lá, comente-se! Têm medo dos comentários do Freud, respeito, indiferença ou a verdade está garantida? Ou será o erro? Ou os problemas sexuais!?
Se a nada fazemos uma análise de teor crítico-filosófico porque só ao Segredo! Até acho bem... Mas fique-se então com mais esta: a biblia é um riquíssimo livro de auto-ajuda! Mas fica-me ainda uma dúvida: mas alguém conhecerá um livro que não seja de auto-ajuda? Ignorância do macaco... Dizia o outro: "ai o burro sou eu". Por favor, bota aí....

26 julho, 2008 01:00  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas armelitas, visitantes e simpático mundo do silêncio que nos acompanha,

Então ninguém diz nada da Senhora do Carmo!


Prometo voltar com comentário à minha participação na folia do Espírito Santo e com um tema velhíssimo, mas novo neste espaço, que era o de nós os que singramos no Carmelo por mais uns anos e já com votos, ao estudarmos as nossas filosofias e teologias, nos estudarmos a nós próprios. Que exame de consciência alucinante a tempo inteiro! Gostaria poder mostrar-vos a loucura a que isto conduz quando feito meia dúzia de anos a fio. Seguramente não vou ser capaz, mas fica o desafio. Só encontrei parecido no exército. Mas aí a linguagem era de inimigo e tiros ou carne para canhão. O que também tem muito que se lhe diga. Enfim, neste espaço, oportunidades... Evidenciem-se.

26 julho, 2008 02:47  
Anonymous Anónimo said...

FOLIA DO ESPÍRITO SANTO

Caríssimos silêncios! Cuidado, só somos porque palavra...ou porque somos acto,

Tudo de bom, caríssimos anónimos, razões de tantas horas lindas... felicidade sem fim e sucessos mil. Aqui vai a história da minha folia... pois foliai e poetizai!

FOLIA - I

Folia do Espírito Santo em tempo de festas “grandes” do Espírito Santo na cidade de Ponta Delgada, assumidas pela presidente da Câmara como um grande momento de religiosidade popular.

Provocação? Não. Mas que o Espírito Santo incomoda, disso que ninguém tenha dúvidas, porque sempre a liberdade de todos poderá incomodar a alguns.

Como já referi, em outra oportunidade, a folia é um grupo de cantadores e tocadores, trajando a preceito, no caso, sapato preto, meia a condizer, calça da mesma cor e camisa branca, a que se adita o traje de gala de toda a folia: opa vermelha e mitra, tipo bispo, arredondada na parte superior, da mesma cor. Instrumentos: Acordeon, violões, violino (sempre numa boa folia), viola da terra, quando há, cavaquinho, e uma ou duas boas pandeiretas, das melhores, com base nas quais os improvisadores marcam o ritmo, acelerando-o ou atrasando-o, conforme a exigência do improviso. Aos improvisadores sempre responde a traseira. Um grupo de pessoas que tem por finalidade repetir e explicitar com voz mais forte o improviso. A estes cantadores se associam também os tocadores. Uma boa folia deve ter mais de umas doze pessoas. A folia em que me integrei só tinha dez. Indispensável a bandeira do Espírito Santo onde a pomba e os múltiplos raios de luz em tecido de vermelho forte (cor de vinho tinto) e dobroada a fio de ouro ou prata. Uma boa bandeira tem um suporte de aproximadamente dois metros e meio e umas dimensões de dois metros por um e meio! Claro um porta estandarte que mantenha a bandeira visível na totalidade.

O que faz uma folia?
Canta num ritmo afectivo o que as pessoas há muito interiorizaram sobre os sete dons do Espírito Santo. Ritmo provocador quanto baste e estimulante quanto as grandezas de Deus, que o povo reconhece, sobretudo na pessoa do Espírito Santo.
Canta quando? Sempre nas funções do Império de distribuição das dádivas e sempre no quarto do Espírito Santo no termo de alguma função. Função é um ocorrência dentro do Império, por exemplo distribui dádivas, a coroação na rua, etc…Canta nas ruas e sempre na despedida e na escolha do mordomo e entrega da bandeira do Império ao mordomo novo, eclaro, na coroação (desfile).

O improvisador ou os improvisadores são a chave do sucesso de uma folia.
O que ele canta, já que os outros só acompanham e repetem, define o comprazimento e a vida do auditório e, claro, o maior ou menor entusiasmo na folia bem, como o grau de espiritualidade que se desencadeia no colectivo. Um bom improvisador precisa de alguma saber teológico e bíblico para o sucesso, mas também de uma veia poética sem fim. Gostam muito de cantar a criação e as alianças de Abraão e de Jesus.

Vejam um exemplo na função de distribuição das pensões:

Aqui Ele está chegando,
ao lugar que se destina.
Vai cobrir com o seu manto
dar sua graça divina”.

Ou esta outra delícia dirigida ao recebedor de uma pensão:

Ele dá carne e ele dá pão
A todos e a ti agora!
Te pede também um quinhão,
Pr’a Virgem Nossa Senhora!

(Quinhão, parte equivalente a pensão, “ pensão - parcela em carne, pão, vimho e massa sovada, que cabe ao irmão de um Império, conforme ao simbolismo do envolvimento assumido por cada um”, como oferta para as obras da capela dedicada a Nossa Senhora e a decorrerem no local)

OU então, a terminar uma função de distribuição e a desjar boa sorte!

Oh divino Espírito Santo
Eis o homem, teu altar!
Vem Senhor, põe o teu manto,
Faz o amor desabrochar.

27 julho, 2008 21:21  
Anonymous Anónimo said...

FOLIA II

Por norma, a folia deve cantar alguma das manifestações dos sete dons do Espírito Santo, a história da salvação ou a ocorrência que se verifica no momento, a dádiva de comida.
Para o caso ordeno numa forma lógica para mais fácil retenção os sete dons:
Inteligência,
Ciência,
Sabedoria,
Ciência,
Fortaleza,
Conselho,
Piedade e
Temor de Deus.
A Ordem lógica da apresentação vai do pensar à relação com os outros e a Deus. Cada um a perceberá.
Nem sempre, no cantar, porém, a relação é directa, porque o canto é sempre também de alguma forma provocação e desafio como no caso de um grupo que saiu para um peditório:

A pombinha vai correr,
As ruas da freguesia.
E no fim se há-de ver
O que esta gente recolhia.

Nas grandes festas do Espírito Santo de Ponta Delgada três folias foram convidadas, para, cada uma, a seu tempo, espalhar cantares pelas mesas dos comensais.

No caso foram mais de 12.000 comensais (sic).

Nada que ver com o milagre dos pães, do vinho ou dos peixes, mas seguramente milagre das sopas, do pão, da carne, do vinho, da massa sovada, do arroz doce, da fraternidade e rostos alegres e tantas vezes afectivamente deslumbrados e, nas lágrimas, deslumbrantes.
A seu tempo cada folia percorreu as mesas e estendeo desafio dos cantadores, nos cantares, nos comensais.
As empatias e simpatias que se criam são só para quem lá está e vai à luta, quer dizer à fé.
O resto, quem não vai nem aprecia, não é , no caso, nem história nem de fé nem de emoções.

Todas as folias do concelho foram convidadas para participarem no desfile etnográfico e aí, também, em cortejo de mais de três horas e muito milhares mais, cantamos as maravilhas de uma festa de amor e de um Deus que leva os homens ao colo.

Aqui nas portas da cidade,
Saudamos a Presidente,
Que Ele dê a felicidade,
A si e a tod’esta gente”

ou

Nest’avenida direita,
cidade de Ponta Delgada,
Eis tanta obra feita,
nesta nossa terra amada”.

Cidade linda, embandeirada,
Terra deste nosso encanto.
Nós vimos da Covoada,
Cantar o Espírito Santo.

Pai, Filho, Espírito Senhor,
Da Santíssima Trindade,
Um Deus que é só amor,
Nesta nossa sociedade.


Nesta infinita igualdade,
Pai, Filho, Espírito Santo.
Nós cantamos a Trindade,
Dum Deus que nos ama tanto,

Para ti e todos os teus
Eis o selo de um de amor!
No amor é temor de Deus
Na trindade é um Deus senhor!


Eis na terra o temor de Deus,
Na dádiva de infinito amor.
Nele os homens já são seus.
Ele é o nosso Deus pastor.

O Espírito é de Sabedoria,
Nos homens todos que são seus.
Conselho para a Inteligência,
Na piedade e no temor de Deus.

A ciência vem da inteligência
E a irmã que é a piedade.
Do Conselho a fortaleza
Para toda a cristandade.

Oh divino Espírito Santo
Que nos chamas com teus brilhos!
Vem divino com vosso manto
Cobre Senhor os teus filhos!

Enfim….

A rima passa a espontânea na boca do cantador, é saber feito, é impulso incontrolável, conversa em desgarrada, fica quase sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade, temor de Deus (acto compulsivo de amar)!

Não se passa indiferente face ao Espírito Santo. Na folia, a cantá-lo, estamos no limite da nossa humanidade.

Sempre se canta na despedida quando há dois cantadores:

Primeiro:

Dá a bandeira a beijar,
Do Espírito da Trindade.
Ele é pai e ele é Santo.

Segundo:
Põe em nós Senhor teu manto,
Nós todos comunidade
Para em vós todos amar.

Porque não, caríssimos silenciosos, carmelita um dia, para sempre contemplativo e disponível... mesmo que seja mentira. Mas ao menos desafio a sorte. Segundo rezam estórias, se alguns foram tanto porque não poderei eu ser alguma coisinha dessas também? É que também tenho os meus amores....

Passai bem silenciosos... silenciosos... silenciosos.

Volto com o estudante que sempre se estudava em tudo o que estudava!

Que exame de consciência de grande! Pois viva o DIVINO ESPÍRITO SANTO! Se eu vos conseguisse transmitir um nadinha do arrebatamento e fé destas gentes vocês eram felizes. Perdoai se não consegui. Mas se reparardes partilhei tanto como quem partilhou mais! Vivei felizes nos outros para partilhardes mais.

27 julho, 2008 21:52  
Anonymous Anónimo said...

O Segredo de Rhonda Byrne

Nota III

O AMOR

O que mais me impressiona, pela negativa, nas filosofias/teologias monistas, como por exemplo o budismo, é a frieza de um PRINCIPIO impessoal, seja ele o TODO, O UNO, ou a MENTE ÚNICA E UNIVERSAL
No caso da obra em apreço, o Segredo, esta entidade englobante e incriada, é descrita como uma central de ENERGIA, enfeitada com os atributos da eternidade e da infinidade. Logicamente, nós, os humanos, a “imagem e semelhança” de tal Deus (ideia oportunisticamente repescada da Bíblia-A.T.) não seríamos mais que lampiões eléctricos! Nesta perspectiva, o drama humano ou a sua grandeza, consiste em estarmos ou não ligados à Infinita Central de Energia.
Feita a “ligação”, que não é outra coisa que o retorno à realidade primeva, como deixei escrito na nota anterior, adquirimos, como que por magia, todo o poder, toda a força, todo o magnetismo, enfim, toda a DIVINDADE da FONTE ÙNICA da ETERNA ENERGIA …etc.etc.
E tudo isto se consegue, vejam lá, pelo pensamento positivo porque a Lei da Atracção faz o resto, guiando os nossos passos, o nosso pensamento, os nossos afectos, em suma, as nossas vidas. O resultado final é infalível, se confiantes nas nossas infinitas capacidades e conhecedores, hoje, como já ontem estiveram muitos outros, de que estamos “ligados” à SUPREMA ENERGIA.
Apetece dizer, repetindo-me, apresentem-nos, vivo ou morto, UM ÙNICO EXEMPLAR QUE SEJA, que tenha alcançado tão fantástica (quanto fantasiosa) realidade!
O preambulo ao tema do amor é longo, necessariamente longo, e voltado para o PRINCIPIO DE TUDO. E porquê? É que se nós considerarmos a DIVINDADE como uma projecção da mente, do pensamento, do desejo e das emoções dos homens, a imagem que deste PRINCIPIO fizermos será o reflexo das ideias que temos sobre nós próprios. E sobre o amor…
.
E o que diz, no Segredo, Rhonda Byrne, acerca do Amor? Esta passagem do seu livro é esclarecedora: «Tudo aquilo que queremos, seja o que for, é motivado pelo amor. Tem a ver com a experiência dos sentimentos de amor por ter essas coisas – a juventude, o dinheiro, a pessoa, o emprego e o corpo perfeitos, ou a saúde. Para atrair as coisas que amamos, devemos transmitir amor, e essas coisas aparecerão imediatamente». Como não é egoísta, a senhora ensina-nos o truque para amar como deve ser: «O truque para transmitir a frequência mais elevada do amor é amar-se a si próprio e isso pode ser difícil para muitos».
Embalado nesta doutrina do amor, o co-autor do Segredo, Bob Proctor, deixa no Segredo esta pérola: «Há algo de magnifico em si. Tenho andado a estudar-me há 44 anos. Às vezes apetece-me beijar-me a mim próprio! Isto porque vai acabar por se amar a si próprio. Não estou a falar de narcisismo. Estou a falar de um respeito saudável por Si próprio. E, ao amar-se a si próprio, vai automaticamente amar os outros».
E até parece, num primeiro momento, que o homem tem razão. Mas deixou entalado, no seu discurso, o rabo de fora, naquele inopinado «automaticamente».
De repente, nós, os leitores apercebemo-nos da “ligação automática” da “ficha” à “tomada”e, deste modo, à INFINITA ENERGIA. E assim não se estranha que as coisas apareçam ou aconteçam «imediatamente» e «automaticamente», na frieza pragmática de um AMOR FEITO TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELECTRICA. E sem fios!
É a noção de que o amor se reduz a um simples meio para atingir a auto estima e o máximo dos máximos será que todos se auto estimem, ligando-se ao infinito campo de energia, onde funciona automaticamente a Lei da Atracção e tudo passa a acontecer de forma infalível. E de uma forma impessoal, solitária e fria.

Para uma tal filosofia de vida, formulam um PRINCIPIO DIVINO a condizer: O Infinito Impessoal.

Haverá alternativa a este pensamento do Segredo?

No meu modesto entender, há.

Quem acompanha este AME (almoço muito especial) já leu, no que escrevi, que cada ser vivo, à luz das ciências a que chegamos, é um ser ÚNICO E IRREPETIVEL.
Eu disse «ser vivo», não disse ser humano.
Também falei que é «a consciência de si» que nos torna únicos entre os vivos.
A capacidade de reprodução, de interagir com o meio ambiente, de memória, de inteligência, de raciocínio até, nós partilhamos com outros seres vivos.
O que marca a nossa diferença é a CONSCIENCIA DE SER.

A minha gatinha de estimação não sabe que é gata e muito menos que é a “minha gata”, pese embora todo o afecto que me dedica (dedicou) e me comove até às lágrimas. ( Não tenho vergonha de confessar que chorei quando a entreguei nas mãos da veterinária, para eutanásia, por doença incurável). Falta-lhe a consciência de ser.

A relação que se cria entre dois seres humanos, únicos e irrepetíveis e que se reconhecem como tal, não tem paralelo no planeta lindo que nos serve de lar.
Não sabemos precisar bem, como começamos a tomar consciência desta nossa faculdade única, nem a idade que tínhamos. Mas todos, de uma forma ou de outra, emergimos um dia para a consciência e ficámos, a um tempo, deslumbrados e amedrontados, com o desafio que apenas vislumbrávamos. Num momento sonhadores, capazes de tudo conseguir, noutro momento, a solidão de uma grandeza que receávamos nunca viesse a ser reconhecida. A angústia de quem acaba de descobrir QUEM ERA e de que os outros ou alguém que fosse, não se apercebesse da NOSSA PRESENÇA, do NOSSO “VALOR”. As nossas infantis exibições são um misto de “instintos” e da consciência que se afirma.
É o princípio da nossa identificação. E é também o início da fase mais espantosa da vida de um ser humano: a descoberta de outros “eu”, que afirmaremos serem únicos e irrepetíveis como nós próprios, na amizade e no amor. É o momento mágico em que vamos RECONHECER e SER RECONHECIDOS.
Encontrar alguém que tenha lugar ÚNICO no nosso coração e saber que no coração de outrem temos lugar ÙNICO, é o mais extraordinário acontecimento na vida do homem. Toda as formas de arte que o homem criou celebram a amizade e o amor como a realidade mais avassaladora da nossa conturbada e breve existência.
Como que adivinhando ou pressentindo aquilo que a ciência, “biologicamente”, haveria de dizer de cada um de nós, amamos alguém como único e irrepetível. Por isso o sentimento de perda irreparável do ente querido, mesmo que seja só a separação no tempo e no espaço: partir para longe, o fim da amizade, do namoro, do casamento…Já não falo da morte, esse BURACO ESCAVADO NA CONSCIÊNCIA DE SER e que nos deixa a todos e para sempre inconformados.
O desastre da morte é tão imenso quanto a consciência de sermos únicos e irrepetíveis. Por isso queremos saber como é do “OUTRO LADO”…

Contrariamente ao que muitas vezes se diz, amar não é “fusão” de dois em um. O resultado de tal amor só pode ser uma grande confusão. Amar é antes de mais e, fundamentalmente, a consciência da identidade única daquele que amamos e, para ser perfeito o amor, ver retribuída essa consciência. Angelina Jolie “reconheceu” e amou o negrinho que abraçou. Para a perfeição do amor acontecer é necessário ajudar o negrinho a estar à altura daquele gesto e poder retribuir. E assim também com Francisco de Assis e o leproso, com Alexander Fleming e uma miríade de homens e mulheres que nos despertaram para a consciência de podermos ser especiais, com outros tão especiais como cada um de nós.

Se pensar em mim para me olhar ao espelho e comprazer-me com a imagem reflectida, bastar-me-á uma filosofia de auto ajuda e uma lei de atracção que tudo me conceda, fazendo-me inchar até ao infinito.

Se a minha filosofia me fizer ver como ser único e irrepetível entre outros iguais, precisarei de todos os livros do mundo que ensinem a entreajuda, para viver num mundo tão inóspito como o nosso. Para que aconteça a confraternização de pessoas únicas e que sendo únicas, encerram um mistério insondável, não basta uma fria, automática e impessoal Lei da Atracção. Afirma o Segredo de Rhonda Byrne: «A lei da atracção é uma lei da natureza. É impessoal e não vê coisas boas ou coisas más». Pois não, senhora Byrne, pouco importa que 1% da população mundial tenha atraído a si 96% da riqueza produzida na terra. É o triunfo do egocentrismo, para dizer o mínimo. «Só criamos um sentido do bem e do mal assim como normas de comportamento moral, quando conhecemos a nossa própria natureza e a de outros como nós», diz António Damásio em o SENTIMENTO DE SI. Um homem concebido como “um campo de energia”, não distingue coisas boas de coisas más e, consequentemente, não tem moral. Que todos, cada um por si, inchem até ao infinito, é a sua proposta. E quem perder o comboio, por não conhecer o Segredo, que se dane.
Falar de amor em tal contexto é sacrilégio.
Só poderia reconhecer mérito ao Segredo se a auto ajuda fosse simplesmente o primeiro passo para a entreajuda. Mas não é. A sua filosofia/teologia conduz ao frio e cego egocentrismo. É o retrocesso na evolução normal de um homem, que transita, ao longo da sua vida, da inconsciência para a consciência de ser. É também o caminho da própria humanidade desde muito antes da idade das cavernas, para a proclamação da sua dignidade, consubstanciada, timidamente, nos Direitos do Homem, da Mulher, da Criança, dos Animais, das Florestas…
Em vez de uma poderosa pilha eléctrica, somos, de facto, um mistério insondável: «Após termos resolvido o mistério da consciência…continuará a existir mistério suficiente para muitas gerações científicas e suficiente respeito pela natureza para nos manter humildes durante todo o futuro imaginável» (A.Damásio em o Sentimento de Si).

Este ser humano, pessoal, único e irrepetível, virado para a entreajuda, projecta na DIVINDADE a sua própria pessoalidade. Não admira, pois, que o monoteísmo Judeu, Cristão e Hebraico nos ofereça Deus como um pai, à maneira dos homens. Particularmente interessante é a teologia católica. Proclamando o amor como fundamento nas relações humanas, faz corresponder à comunhão dos homens uma COMUNHÃO DIVINA, professada no dogma da Santíssima Trindade. Aqui se recupera e enriquece a «imagem e semelhança» profetizada no Livro do Génesis. A Trindade Divina é formada por pessoas, «iguais e distintas». Não há fusão de pessoas, não existe o UNO da confusão.
Também no dogma, como no homem, cada pessoa é única e irrepetível. No dogma se forma a DIVINDADE como na terra se forma a HUMANIDADE, em PLURALIDADE DE PESSOAS.
Considerado o próprio homem como um mistério insondável, até parece fácil explicar o mistério da Santíssima Trindade. Só que tudo fica mistério na mesma…

Em tal contexo, sim, pode emergir o AMOR.

Por causa do malfadado livrinho, expus-vos todo o meu pensamento e dei-vos cabo da paciência!.

29 julho, 2008 00:16  
Anonymous Anónimo said...

Nota

Leiam: em tal contexto...

29 julho, 2008 08:23  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos legentes e silêncios,
Coisas
De
Pensamentos e
De
Amores


Lendo e relendo o comentário anterior de cima para baixo e de baixo para cima, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, em diagonal e sub diagonais, acabei concluindo pela incapacidade humana para amar, a menos que tire um curso, que ainda não existe, não sei se alguma vez existirá, nem sei se é possível sequer existir o amor que neste comentário anterior se subentende. Filosofias e teologias redondas que sempre fogem das questões, foi de resto, assim, a Igreja, quase sempre, e não só, e as remetem para o abstracto onde elas deixam que se lhes faça tudo.
Seja simples amigo, diga aí como é possível o amor sem auto-estima?
Diga aí como amam com o amor de Deus os que de Deus nem ouviram falar ou nem querem ouvir falar?
Seja simples e diga como podemos ser felizes?

Enquanto não diz, direi eu:
Muito simples amigo:
Amando-se a si próprios.

Não é nos outros nem em Deus que começa a nossa salvação. A nossa salvação começa na nossa auto-estima. Por ela se prepara o terreno para a nossa felicidade, que o será quando coincidente com o plano de Deus, e isso é a salvação. Simples amigo. Nada de confusões. O que é amar? É estar com para o que for preciso... estar com à medida de Jesus. Não à medida de Moisés, porque aí a referência comparativa era como a nós mesmos. No mandamento novo e boa nova é como Jesus amou, isto é sem limites. Mas não é sem limites num momento, como alguns que andam por aí hoje a ver se confundem, é sem limites como estado, isto é, sempre.
Aqui radica também o problema da pseudo-ponte quando chegarmos à margem. Claro que ela está lá… A dúvida para o agente da boa nova só pode ser de masoquismo ou falta de auto estima, entenda-se confiança.
Mas até o teu muito, e meu também querido Paulo, coloca o começo da caridade em nós próprios. Mas qualquer outro está proibido, segundo parece no teu comentário
Nem penses. Só amando-nos amamos. Com mais auto-estima, mais amor por nós próprios, amamos mais. Quando temos por referência Jesus, a nossa auto-estima também tem que crescer muito para mais podermos amar. Aleluia, viva a auto-estima…

Antípodas?
Quais antípodas... Visões diferentes de uma mesma realidade.
Uma para as pessoas, operacional, pronta. A outra para a abstracção dos intelectuais. Pois seja
Quando nos aceitamos a nós próprios, amar é a coisa mais natural do mundo, ocorre como respirar. Quando pegamos o cerne da questão, o cerne da mensagem, a ela o restante se acomoda, nela tudo se encaixa ou cai fora. Por mim, aqui, escrevo a lembrar a mensagem do amor de Jesus, a da boa nova, aquela em que se deveria ter alicerçado toda a nossa formação. Face aos desvios, por isso insisto, estar com (contemplativo) e disponível. Eis porque entendo que a mensagem carmelita hoje, se aliada à perspectiva contemplativa visando o outro, se alicerçada na boa nova e acompanhada do fulgor e violência profética de modernos Elias, resulta absolutamente moderna e necessária como nunca foi! Até o São Nuno Álvares Pereira ou de Santa Maria, nos actos assumidos da restauração, que não no interesse moderno da questão, vem a propósito. Claro que tendo combatido o bom combate só lhe restava, à boa maneira dos cruzados, recolher-se na última parte da vida ao Carmelo, porque essa era a tradição dos que serviam causas.
Contemplativo e disponível é, no fundo, a questão que gostaria de ver desvendada no comentário que preparo sobre o grande exame de consciência "forçado" do estudante carmelita que sempre que estudava ficava sujeito a estudo. Estuda-se o nu. Mas quem estuda o nu é o próprio nu. Pescadinha de rabo na boca. Claro que esta questão entronca-se com outras. Quais? Conteúdos das vidas. Factores de socialização, integradores sociais! Andam por aí uns rapazes a chamar-lhe valores. Pois claro. Porque não? Outras chamar-lhe razões de escatologia ou da ponte, porque não? Por mim começo a pensar nos valores que devo transmitir… E fico apatetado com a “pouquidão” do que vejo reflectido.
Coisas!

Coisas
De
Pensamentos e
De
Amores
E acção, claro. Pois, também de vidas.

30 julho, 2008 02:38  
Anonymous Anónimo said...

Aditamento à Nota III

Evidentemente que não defini o AMOR. Tantos têm tentado! Limitei-me a referir o "contexto" em que o amor pode acontecer e o "contexto" onde nunca poderá emergir.
Nada mais.
Se uma imagem vale por mil palavras, retenham a de Agelina Jolie e a "legenda" de que a fiz acompanhar no meu texto.
E só me resta acrescentar: Atingida a perfeição perspectivada no ENCONTRO do reconhecimento recíproco, o que aí acontece não há cientista, nem filósofo, nem teólogo, nem poeta suficiente em génio que possa delimitar os contornos.
E, no entanto, está à vista de toda a gente, como luz indicadora do caminho, seja ela angelina jolie, francisco ou fleming.

30 julho, 2008 08:20  
Anonymous Anónimo said...

Rectificação

Só ao reler descobri a tautologia. Por favor leiam «definir contornos» onde saiu «delimitar contornos»

30 julho, 2008 10:28  
Anonymous Anónimo said...

Sábios silenciosos,

Cito do último comentário:
"E, no entanto, está à vista de toda a gente, como luz indicadora do caminho, seja ela angelina jolie, francisco ou fleming"
..., pois,
Acrescento eu, ou Mário Neiva, Jorge Dias, qualquer um dos aas, qualquer crente ou descrente, enfim, todo e qualquer humano...

Porque será que o que é de todos pela fonte ou origem similar deveria ser sempre mais de uns ou só de uns tantos iluminados?
Sempre a mesma tendência de exclusão... Quando se esmigalha um insecto, então com o que é que se fica?
Algumas instituições de séculos de existência se reverteram dos objectos iniciais. Agora, algumas aí se estão tentando chegar novamente ao homem em perdões mil, mas com a agastante recusa da essência da mensagem. Outras, ainda nem deram por isso! Como dariam por isso se o amor mexe, provoca inquietação, quer a contemplação, mas exige trabalho!?
Porquê sempre acontece o mesmo?!?
Elas lá sabem, mas quando se anula o homem só pode dar nisto. Nisto, o quê? Claro, menos bem, menos amor, porque nem isso seja quem for faz por nós. Só como inspiração e referência Deus é a Sede do bem. As coisas lindas (milagres) sempre hão-de ter um jeito de acontecerem por nós.
Por vezes, quando se lêem algumas análises de biblistas, tem-se mais a impressão de que a Bíblia mais parece uma revelação do Chicote de Deus para o homem e a forma de o usar e menos, senão mesmo nada, um desafio de amor, de salvação. Coisas do pensar com tamanho de vidas, coisas de amar sem comparação, coisas de vidas, de estórias e de Instituições. Coisas! Pois claro, que nelas nos fazemos.

30 julho, 2008 12:33  
Anonymous Anónimo said...

Estória de amor

Já é tarde diz a esposa ao marido e vou-me deitar!
Responde o marido estirado no sofá:
Querida, eu fico mais um bocadinho na TV.
Retorqui a esposa, está bem, apaga as luzes…

A caminho do quarto, a companheira passou pela cozinha, deu um pouco de leite ao gato, confirmou que o cão estava em seu lugar, preparou as merendas para os dois filhos, para si e reforçou a do marido! Acrescentou uns rebuçados de mentol no saco do filho mais velho para lhe ajudarem na tosse bem como reforçou os guardanapos para alguma emergência. No saquinho da filha uma surprêsa de que ela tanto gosta! Tudo no seu lugar na cozinha, passou pelo quartinho da roupa e aí rapidamente arrumou convenientemente os últimos pares de peúgas do marido e das crianças, uma camisa de última hora a que deu uma bornidela com o ferro de engomar. Calças de trabalho para o marido bem à mão, não vá ele trocá-las outra vez. Ferro desligado, passou ainda novamente pela cozinha, escreveu um bilhete para a professora da filha, a benjamim da casa, sobre os trabalhos escolares e colocou dentro da sua sacola na caderneta escolar. Só então se lembrou que no dia seguinte teria de passar pela mercearia. Pegou na lista das compras,foi confirmar no frigorífico e dispensa e elaborou e completou-a, não que sem antes tivesse reflectido bem em tudo o que podia eliminar, porque, tratando-se da última semana do mês, o orçamento já estava bem curto e, lá na empresa, corria –se o risco do ordenado vir atrasado. Feita a lista e colocada em cima da mesa da cozinha, não vá haver algum esquecimento no dia seguinte, quando tudo mais aperta na hora de sair, já se dirigia para o quarto das crianças quando o cão, do lado de fora, ladrou furiosamente. Uma espreitadela, o cão muito assustado… era uma ave de arribação que tinha pousado no quintal. Com a sua presença o cão ganha coragem, o pato voa… finalmente a caminho do quarto das crianças. Ainda se lembrou a tempo do livro da catequese que amanhã é o seu dia e é uma vergonha as crianças aparecerem sem o livro. Um beijinho a cada um, um aconchegar de roupa… uma preocupação: como está tão transpirado o mais velho! Aquela tosse! Bem bom que lhe pus no saco alguns rebuçados.

Finalmente, o quarto… não sem uma passagem pela casa de banho porque isto do período sempre requer alguns cuidados extra!

O Marido!?
Já estava no segundo sono.

Finalme, dorme-se.
Mas o filho volta e meia a tossir… Ouve tudo... Agora foi mais forte. Já é tão tarde… que sono! Mas o coração reclama: Mais um aconchego de roupa. Transpira, descobre-se, tosse… meu amor, dorme filho!
É madrugada, já cantam os galos e logo hoje que vou entrar tão cedo!

Esta, com as variações que forem, é a estória de amor da minha e da tua companheira!

30 julho, 2008 13:21  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e provocantes silenciosos,

Acabei agora mesmo de receber um e-mail sobre um filósofo russo, de seu nome Guerdjef, que, em perspectiva de realização do ser humano, escreveu 20 regras que seriam a chave do enigma. Com menções honrosas aqui e ali, deixo isso para outros pesquisadores. Tudo se aplicando ao que temos andado a escrever, a mim próprio me parece que se aplicam especialmente a 19ª regra e 20ª e por isso partilho, até porque se enquadra perfeitamente na lógica desta nossa linda associação:

19ª regra:
Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas:
- A intuição,
- A Inocência e
- A fé.

20ª regra:
Entendam de uma vez por todas e definitivamente:
- Cada um é o que se fizer ser.


Divirtam e sejam felizes. Já agora, façam-se, porque senão ficam a ver navios ou serras, se longe for o mar.Pois, pois, haja saúde e mãos à obra que a messe é grande e às vezes queremos que aconteça por si. Isso é que era bom! Malandrice... Queriam!

31 julho, 2008 01:58  
Anonymous Anónimo said...

O filósofo voador

Pela amostra servida pelo J Dias, este senhor há muito que levantou voo da realidade terrestre.
A 19ª regra é inócua.
A 20ª regra foi copiada do existencialismo da 1ª metade do sec XX, que define o homem como uma sucessão de actos e só com direito a nome e cidadania depois de dar o último suspiro! Diriamos que é um programa de ascese individual do nada para alguma coisa, que será o resultado do esforço investido.
Insiste-se numa tese velhinha de que nada somos como homens, porque do nada viemos e só seremos aquilo em que nos tornarmos.

Até parece tudo nos conformes e se não olharmos bem para o prato que nos é servido, acabamos a comer gato por lebre.

Não vou repetir tudo o que já disse aí para trás, sobre contar avôs e avós, nem tenho coragem de pedir, outra vez, ao Zé Moreira, o TOC de serviço à nossa AAA, para fazer a contagem. Limito-me, pois, a dizer do distinto filósofo russo que nós seremos, sim senhor, o que cada um de nós se fizer ser, SE OS OUTROS DEIXAREM...Como quem diz, nós não estamos sós no mundo, não viemos ao mundo por nossa iniciativa mas por iniciativa dos nossos paizinhos, avozinhos e por aí fora. Dependemos, brutalmente, dos outros para ser alguma coisa nesta vida!E o acto mais sublime da existência de cada um de nós, só o posso realizar com mais alguém: O AMOR, onde sou reconhecido em toda a minha humanidade e retribuo, por igual,o milagre desse divino reconhecimento.
Dependemos tão divinamente dos outros para realizar e ser o que sózinhos nunca conseguiriamos:a amizade, o amor.
Dê as voltas que quiser, meu caro filósofo russo, mas sem os outros nem nascidos seriamos.
No mínimo, a sua 20ª regra é tremendamente incompleta. Para um fisósofo, é muito pouco.

31 julho, 2008 09:46  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos legentes silenciosos!

Que provocador este autor do último comentário!
Quero lá eu saber da maior ou menor importância deste ou de qualquer outro pensador.
Como poderia eu dar importância a tal coisa se nem radicalizo em relação a mim próprio!?
Meus caros amigos e sábios legentes, nós os humanos, funcionamos por aditamentos, em sede própria e só em sede própria por tese, antítese e síntese. Na vida, só ocasionalmente nesta lógica e, normalmente, por integração e arredondamento da informação.

Pergunta:
Então, caríssimos, é inócua a intuição?
Para o caso entendamos por inócua qualquer coia que não leva a lado nenhum ou qualquer outra coisa de irrelevância nula que entendam (vejam qualquer dicionário).
Ora bem,
as vidas e os pensamentos não funcionam como antíteses. Quem funciona assim são as teorias filosóficas, não fora Hegel um filósofo!

Pergunta:
Então o que é essa coisa inócua que dá por esse nome de intuição?

Resposta:
Da inteligência se diz que é a capacidade humana de ler o interior das coisas (intus-legere) e encontrar os meios, os argumentos para atingir os fins, objectos.
Da intuição se diz que é a capacidade humana para fazer o mesmo só que sem argumentos, mas sim por captação instintiva, intuitiva (mergulho automático e sem argumentos na interioridade das coisas e do objecto ou meio para atingir um fim) mas inteligente da realidade e de forma imediata, a que, com tempo, se aditarão, se for preciso, por dedução lógica e descoberta cientifica, quando ocorrer, os argumentos.
Está nos livros mais pormenor menos pormenor. A Intuição é uma forma superior de inteligência, é a forma mais pura e superior de inteligência do homem, embora entre humanos, mais própria da mulher, mas não é a forma de inteligência da ciência até se verter em argumentos. Todavia, é, muitas vezes, a luz da própria ciência porque por ela se formulam muitas das hipóteses do método científico (Observação, hipótese, experimentação, conclusão, generalização - indução).

Inocência
Limito-me a responder sem perguntar:
Pela inocência aceitamos que o outro está de boa vontade e não gera segundas intenções, intenções de corrupção. Eu acredito que isto é possível. Quando a inocência na minha relação com os outros não está presente recuso-me a continuar. Acreditem se quiserem... mas esforço-me verdadeiramente na inocência de todos e na minha.

A Fé inócua

Pergunta:
O que é a fé?
Resposta:
É o conhecimento de algo que nos é transmitido por via oral, por norma desde crianças, ou a partir de qualquer altura, no caso da religião, relativo a Deus. A fé é uma forma de conhecimento não dedutivo, por norma, transmitido por via oral, tradição. Também é transmitida por documentos científicos que, no caso dos cristãos atestam o conhecimento histórico do Jesus da sua fé ou documentos, ditos revelados. Tem uma componente de vontade que radica no facto do homem poder ou querer aceitá-la ou não, que em geral denominamos de graça, a fé de graça, gratis ou por graça de Deus, por nos ser oferecida sem nada termos feito para isso. A fé um dom gratis, porque dada de graça, na especificidade e só da sua aceitação. No restante é uma forma de conhecer como outra qualquer. Obrigado a todos os que me fizeram ter fé.

Destas coisas, a saber, a intuição,a inocência e a fé, que eu acho maravilhosas, diz o comentador que se trata de uma regra inócua, uma regra que não leva a nada, seguramente portanto de realidades inócuas. Pois que seja para ele, que para mim não é.
Pelo contrário, considero a intuição uma manifestação de limite da nossa humanidade, na inocência me revejo em limites e na fé, por Deus, de graça, gratis, gratuita, me integro entre os crentes para sorte e felicidade minha com esta capacidade limite de ser capaz de realmente mover e remover montanhas.

Se alguém acha que me pode considerar inócuo, no mínimo, lhe lembro para não se deixar tentar porque as surpresas na lógica daquilo que ele recusa vão ser mais que muitas.

Caríssimos, à boa maneira do nacional porreirismo português misturamos alhos com bogalhos e depois simulamos inocência e tentamos deixar os outros de mãos vazias... Que pena que sempre retornemos ao nacional porreirismo e ao espírito de taberna (sic). E no entanto quando fazemos uma ou outra tentativa séria ao fim de meia dúzias de dias é um tal carpir pelas cebolas podres do Egipto. Estúpida inconstância esta deste povo que me fez nascer. Todavia, quando no estrangeiro achamo-nos os mais virtuosos do mundo, os mais puros e os mais santos, além de espertos e inteligentes! O diabo que explique!

Não quero nada disso.

Tudo nestas coisas existe em abundância e é dado a quem quer servir-se... é so pegar.
Tudo está aí.
Pegai que ao pegardes a vossa capacidade de pegar aumentará. FAZEI-VOS CONTEMPLATIVOS, pensadores da mensagem e ficareis contemplativamente disponíveis. (Grande aaacarmelitas!). A disponibilidade para pegar as coisas boas que nos envolvem sendo nossa sempre acaba por depender também dos outros! Pois é, são coisas. Nem Madre Teresa de Calcutá queria! Até nela, santa sem dúvida, se instalou a dúvida de Deus no outro. Claro que na hóstia era muito mais fácil! Ai os misticismos em curto circuito!

Volto para a 20ª regra se paaciência houver!

03 agosto, 2008 03:05  
Anonymous Anónimo said...

Inócuo...

porque não acrescenta nem tira nada ao que já sabemos sobre a fé, a intuição e a inocência. Por isso avancei, simplesmete, deixando tudo como está.
No contexto, até pelos reparos que fiz à 20ª norma, dava para entender o meu "inócuo", nesse sentido.
As palavras têm multiplos sentidos. E fora do dicionário então...

Gastou JDias o seu latim em vão.

Como habitualmente, não resiste à tentação, para mim cada vez mais incompreensivel, de passar do debate à chicana despropositada. Note-se que eu estava a contraditar o filósofo russo, não a vivência do J Dias!!! Ou já chegamos ao ponto de o J Dias começar a dizer «já não sou eu que vivo, é o filósofo russo que vive em mim»?!
Por isso é que eu digo que o amor não é fusão. E que o amor assim entendido só dá em confusões...

Explique-se aí onde e em quem está «o espirito de taberna».
Se não o fizer, vou começar a pensar que a disponibilidade do Jorge é,sobretudo, para o achincalhamneto de quem o contraria, mesmo que por interposta pessoa, como no caso da minha crítica ao filósofo russo.

Bom Domingo para todos

03 agosto, 2008 09:14  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos visitantes,

Repito as duas regras que citei
e de que gosto muito, por, em boa parte, me rever nelas e de modo semelhante me ter feito.
E i-las:
19ª regra:
Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas:
- A intuição,
- A Inocência e
- A fé.

20ª regra:
Entendam de uma vez por todas e definitivamente:
- Cada um é o que se fizer ser.

A regra 19ª considerou um ilustre comentarista deste espaço, "inócua". Entendi eu, e continuo a entender, se a regra é inócua, segundo o comentarista a que me reporto, inócuo é o seu conteúdo. Entendi e entendo que esta afirmação só pode ser proferida em espírito de taberna. Reporta o meu caro interlocutor para vir à praça explicar afinal o que é isso? Muito simples, usei esta abordagem para ser claro e afirmativo frente a estados de espírito que julgava ultrapassados face à seriedade, e também ao humor, que tenho posto neste espaço. Pois, o meu caro interlocutor, fique sabendo que não se enquadrando nessa interjeição "espírito de taberna" só se poderá integrar numa bem mais radical "patológico", o que é bem mais complicado e abstenho-me de mais classificações porque isto de se considerar a intuição, a inocência e a fé inócuas levar-nos-ia muito longe. Por isso aditei no fim do comentário, se houver paciência. Mas garanto-vos, ao fim de uns dias de sabatismo, que vai haver paciência.

08 agosto, 2008 00:00  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos visitantes,

20ª regra de Guerdjef:
“Entendam de uma vez por todas e definitivamente:
- Cada um é o que se fizer.”

Prometi voltar se paciência houvesse. Claro que há mas não foi linear…

A propósito se alguém quiser o conjunto das 20 regras favor contactar jorge23dia@sapo.pt

Entendo que me está vedada a sua publicação neste espaço, mas não a sua remessa como mail nem a sua citação como fiz.
A apreciação do comentarista sobre esta regra é mais benigna comparativamente à 19ª.
Cito parte desse conmemntário:
"A 20ª regra foi copiada do existencialismo da 1ª metade do sec XX, que define o homem como uma sucessão de actos e só com direito a nome e cidadania depois de dar o último suspiro! Diríamos que é um programa de ascese individual do nada para alguma coisa, que será o resultado do esforço investido.
Insiste-se numa tese velhinha de que nada somos como homens, porque do nada viemos e só seremos aquilo em que nos tornarmos."

Cito novamente a regra porque os leitores deste espaço são inteligentes:

"Cada um é o que se fizer."

Tenho ou não responsabilidade nos meus actos? Dirijo-os ou não em função de um objectivo? Sou ou não sou livre? Se eu não sou aquilo que me fiz a pulso, então sou o quê?

O meu ilustre comentarista levanta o problema a gregaridade do ser humano e tem razão, mas nesse espaço do gregário é tudo carneiros ou há pessoas? Se há pessoas e indivíduos, então cada um é-o porque se fez e a 20ª regra de Guerdjef é parte de um bom programa de vida de sucesso. Sucesso do ser humano... porque é disso e só disso que se trata neste espaço.

O homem não é uma sucessão de actos que só dão direito a cidadania após a morte. Tudo o que escrevo e cito aponta no sentido contrário. É só ler o que para trás se escreveu.

Ascese individual?
Não só, mas com certeza. Também ascese. Mas há alguma dúvida sobre isso? Com que então a ascese só fazia sentido na idade média? Bem que tenho desafiado todos os aas ascetas. E há-os por aí muito mais que julgais. Verdadeiramente ascetas de espiritualidade, mas moderna. Sim, sem aqueles problemas medievais, muito mais puros… Procurai que encontrareis.

Só mais um comentário: é evidente que nós não somos só aquilo em que nos tornamos. Somo também e sempre um passado, um momento de presente e um futuro que se presente. Então aquilo em que nos tornamos não integra o passado? Mas que lógica psicológica ou ignorância psicológica é essa?

Haja saúde …

08 agosto, 2008 00:44  
Anonymous Anónimo said...

A 19ª REGRA

O J Dias não leu, não entendeu ou não quis saber da explicação que dei sobre o sentido em que utilizei a palavra "inócua" referindo-me à regra em título.
Está aí dito, preto no branco, que não tenho nada a dizer acerca da intuição, da inocência e da fé, para além do que se sabe sobre essa trilogia. Estou, portanto, a aceitá-las como são e passo adiante.

O que não aceitei foi a 20ª regra, que colide com o meu pensamento. E disse porquê.
Alguém ficou com dúvidas?
Ficou o J Dias. E vai continuar. É que assim pode ignorar ostensivamente a minha explicação sobre o sentido das minhas palavras e radicalizar o seu discurso, fazendo baixar o patamar do meu espirito, de taberna para patológico!
Nada de estranho,se nos lembrarmos do síndroma de Estocolmo, da boçalidade, da grossaria...

Por momentos, o J Dias regressa ao debate de ideias, ao falar da 20ª regra.
E ainda bem que o faz porque, assim, tenho oportunidade de explicitar melhor o meu pensamento.
Parafraseando o filósofo russo das tais regras, compreenda o J Dias, definitivamente, que também aceito e não disse nunca o contrário, que «aquilo em que nos tornamos integra o nosso passado». E de que maneira integra! E de que maneira estamos dependentes do nosso passado! É só contar avôs e avós...O que eu digo diferente do filósofo russo é que esta "dependência" tem tudo a ver com a nossa realização pessoal, a ponto de não sermos capazes de ir a lado nenhum sem os outros ("eu")! Se quiseres que utilize uma linguagem a que estamos habituados desde a nossa infancia e dentro da cultura cristã em que crescemos, afirmo categóricamente que sem os outros ("eu") não conseguimos a SALVAÇAO! Não nos realizamos como homens, como pessoas. Podemos ser individuos de sucesso ou sem sucesso, mas pessoas, nunca! A pessoa humana só emerge no contexto do amor, da amizade e quando estes são a tradução do reconhecimento mútuo de seres conscientes da sua condição única,no espaço cósmico conhecido.
Daí eu dizer que não basta a ascese individual, o esforço solitário. Não os nego. Diria mesmo que são uma necessidade fundamental para atingir o objectivo, que é a realização humana. Mas não são o OBJECTIVO FINAL. O objectivo final é a COMUNHÃO DE PESSOAS.
Neste sentido, a minha ascese individual não pode fazer-se "ao lado" dos outros, muito menos "sem" os outros ou "contra" os outros.
É indamissivel, dentro desta minha perspectiva, que 1% dos INDIVIDUOS possuam 96% dos recursos totais do planeta. Conseguiram-no, não tenho dúvidas, como INDIVIDUOS, não como PESSOAS.

E a "dependencia física" é o prenuncio e base realissima desta comunhão de pessoas. Por isso mando contar avôs e avós...

Ao terminar a minha apreciação do filósofo russo e da sua 20ª regra eu disse que de um filósofo esperava-se mais, deixando entender claramente que aquilo que dissera aceitava-se, mas tinhamos de ir mais além.
Está lá tudo no meu comentário. É só ler TUDO.
E não há necessidade de mandar quem quer que seja para o manicómio.

09 agosto, 2008 10:23  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos amigos,

Mas isto até parece um enredo! Afinal é mesmo...


Este Agosto anda de tempo curto…
Casa cheia, amigos mil, os Açores na moda… Neste quadro de tanta amizade e relação, o céu tem andado por aqui entre homens interessantíssimos e princesas do céu. Depois, claro, ainda a vida e seus afazeres diários inadiáveis...
O meu ilustre interlocutor, e distinto comentarista deste espaço faz, à sua maneira, e julgo que bem, mais um bom lote de esclarecimentos, que para isso é este espaço, à boa maneira de onde digo o que digo, digo que não digo. Mas isto é bonito. Nada de confusões... O espírito socrático e da boa nova é isto mesmo. Isto é mesmo a revelação de excelência da nossa racionalidade e da nossa humanidade (progresso, avanço por tentativas e erros). Salutar e assim é que é comigo, porque gosto mesmo de aprender e aprendo mesmo.
Não obstante, e com a devida vénia do meu caro comentarista, permito-me, ainda e, uma vez mais, ter opinião, agora e formada.

Vamos à questão da riqueza e uma vez mais.
Por mim defendo que a riqueza está aí para quem trabalha e quiser pegar nela. Não tenho nada contra aqueles que de uma forma justa são ricos... Aliás, na boa nova (evangelho) Jesus teceu várias vezes críticas muito duras e violentas a todos os que não souberam aproveitar as oportunidades. No tocante ao voto de pobreza dos professos das congregações e ou ordens religiosas já o escrevi neste espaço, que se o voto não visa tornar ricas as Instituições onde esses professos se integram, a verdade é que como os factos o demonstram em absoluto, o que resulta é mesmo a riqueza. Como, aliás, na própria Igreja. De resto a Igreja tem sido de uma imaginação patética para continuar rica e improdutiva ao serviço dos irmãos. Mas alevá…

Quanto aos comentários sobre a salvação o que o distinto comentarista refere é de “lana-caprina”.

Entendamo-nos: Só faz sentido falar de salvação porque há homens, como só faz sentido falar de Deus em contexto da inteligência humana. O que isto quer dizer é que se dos homens só um fosse, nem pessoa era, nem a salvação tinha sentido, como nem Deus fazia sentido face a uma só inteligência…

Finalmente, quanto àquelas redundâncias do início do último comentário do meu caro interlocutor e confrade, devo confessar solenemente que burro fui gerado, burro me ensinaram, burro me mantenho e vou continuar, porque essa é a nossa humana sina. Só que como humano não estou só grande é a plêiade dos corneteiros que me acompanham…

Então senhor comentarista, mas anda por aí alguém que alguma vez tenha afirmado que um só, se por acaso fosse, precisava de ir a algum lado? Claro que só precisa de ir a um lado... ao lado da morte. Mas como há-de ir se antes de ir já está morto?
Oh confrade, então explica lá, isto é espírito patológico ou de taberna? O diabo que o julgue! Perdão... Diabo não porque sendo só um o diabo também não faz sentido.

Pois é... não digas que não avisei.
Filosofias em curto-circuito, de auto-mutilação. Pior, Teologias do açoite, da não redenção, do não amor... Mas nisto a peritagem máxima (expert) é da rópria Igreja. A Bíblia só é para levar ao amor: A Bíblia não é para melhor descrever a evolução histórica do açoite… Se não liberta não é… não há alternativa. Ou seja, há, aberração. Mas isso outros disseram muito melhor do que eu.

Prefiro mesmo a libertação da boa nova... amai-vos e sede... fazei tudo o que o amor vos disser - que bonito em perspectiva contemplativa e de disponibilidade. Bodas de Canã: Maria: "Fazei tudo o que Ele vos disser". Eminentemente contempaltivo... gostoso. Faz mais felicidade sentir a vida com objecto, com missão. Afinal Seminário Missionário e contempaltivo (carmelita)...

Mas isto até parece um enredo! Afinal é mesmo...

13 agosto, 2008 01:54  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos!
Que exame de consciência de comprido! Exame sem fim. Durava todo o santo dia e santa noite e a ele nada escapava. Era interior, era exterior, era eu, eram os outros, era céu ou era inferno? Tempo de mais sem nenhum espaço para mim próprio e, verdadeiramente, sem os outros como objecto de amor. Até os lençóis eram testemunhas.

Mas onde poderia haver, afinal, realização do humano que éramos?
Empanturrados de um Deus, que sendo libertário, os homens fizeram opressor. Quais animais de raça pura e de brios não nos dobrou uma mensagem de aguilhão e de açoite que, para ser, destruía o homem! Heróis os que, quer ficando quer saindo do seu espaço, a souberam domar e dominar, anular, que para isso fomos criados sensíveis e racionais. Que grande exame de consciência... Aqueles cinco minutos depois do almoço, cheguei a tentar faze-los só com duas ou três respirações… Comparativamente, aquilo era uma brincadeira infantil…

Estudar e viver o que se estudava, continuamente… E culpar-me por não o conseguir.
Viver e ser vivido em contínuo de análise comunitária! Objecto de análise de baixo para cima e de cima para baixo e ainda transversalmente, ao pormenor, ao suspiro e até no respiro! Criticado e comentado por ser e não ser o que afinal não se podia ser. Pois alevá… Pois alevá porque “ O Processo de Kafka” era uma infantilidade comparado com o que diariamente nos era servido. Quanto a mim salvou-se aquele ano na Falperra a trabalhar no Seminário! Foi o bocado mais lindo da minha vida na Ordem do Carmo. Aí e só aí, pausa no exame de consciência. Finalmente os outros

Mas logo voltou!

Era o desnorte na mensagem omissa, era a ascese medieva como modelo, um Cristo em mensagem ignorada no espaço de vida comunitário e cujo substituto era o açoite e silício, em que o prazer era o sadismo penitencial de pecados nunca cometidos, mas sugeridos por espiritualidades aberrantes e de asceses sexuadamente orgasmicas em nome de um nível superior reservado só para alguns. Pois, pois… e que os outros nunca atingiriam por menor capacidade de adulteração. Afinal, os ascetas éramos e somos nós, hoje, que soubemos voltar à mensagem, rsolvidos os nossos traumas e boa parte das aberrações sexuais.

No meu exame de consciência, de dia e noite, sem parar, conclui que era mentira.
A mensagem, alguns diziam, era outra… e era.

Verbalizei-a, comunitariamente.
Foi o meu momento de profetismo e de violência, também glória, quando a verbalizei para a comunidade, enquanto vocacionada profissionalmente para , pelo exemplo vertido em vida, dar exercício à boa nova.
Fui escarnecido, qual malfeitor.
Como Elias, verifico-o reverentemente agora, retirei-me para o deserto da vida, não que sem antes, afirmasse o que em breve aconteceria. Quem o viveu sabe que o fiz.

E na vida, caríssimos… anjos mil me ampararam e em revoadas de felicidade, sucesso, realização, de amores mil, me levaram, aos pouquinhos à libertação e à mensagem: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”…

Em Jesus, o limite do amor chama-se vida, a vida que se dá, a disponibiliade...

Encontrei, afinal, o Carmelo que era, mas andava perdido: Contemplativo, estar com e disponível!
Onde,afinal?
No convento da vida!

Volto

15 agosto, 2008 02:29  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Sempre intuí que a resolução dos problemas do homem passava pelo exercício libertário dos sentidos, emoções, claro, com o amor e auto-estima como denominador comum. Ainda não o consigo provar, mas vejo neste espaço, uma janela de oportunidade de reflexão. Ao pensar e amar se começa a contrapor o amar e pensar, em alternativa. Por acaso, será que quem ama se preocupa com o pensar ou amando pensa!?

15 agosto, 2008 02:38  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Eis o 15 de agosto de Santa Maria Assumpta ao céu das nossas vidas... por isso Ilha de Santa Maria, neste dia descoberta. Ela, a primeira Ilha, São Miguel a segunda e logo depois a Terceira,por isso, de seu nome e logo todas as restantes. Venham daí... Façamos uma festa que a isso a mãe nos convida. Amai-vos... Mas como? de todas as formas e feitios e nisso sereis felizes. Se tiverdes dúvidas, fazei tudo o que Ele vos disser. Daqui por um pouco vou acompanhar esta mãe de prazeres sem fim pelas ruas da terra onde vivo. Dizem que ela está mais nova só por ter sido limpa. Ela, porém é sempre a mãe de todo o amor... a concha que em si levou o amor todo do céu, de nome Jesus.
Beijufas

15 agosto, 2008 16:31  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos aas e visitantes,
A mãe é a mesma seja qual for o nome que se lhe dê. O nome da nossa mãe no meu sítio paroquial é de Senhora dos Anjos, porque por eles assumpta ao coração dos homens (ao céu). Belíssima a procissão e o envolvimento que a seu propósito se criou: os da terra vão na procissão, os de fora vêm a procissão. Grande envolvimento comunitário a marcar valores que se retomam: amai-vos... Bonito

16 agosto, 2008 00:10  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos

Generatividade uma linguagem diferente para o amor e seus efeitos? Talvez...

Ando a apreciar os silêncios. Mas alguns são de chumbo! Mas outros têm asas que até teria que inventar anjos, céus e terra se já não fossem, tal o seu poder criador.

Volto com a Generatividade

25 agosto, 2008 18:58  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos visitantes,

Generatividade?
A dádiva, o amor como técnica de realização própria e dos outros... a dádiva, o amor como razão de vida realizada, mais longa, com menos doenças só porque se ama e às vezes se dá o que nos faz falta?

Estaremos a ficar loucos ou há dois mil anos alguém foi visionário?

Volto

26 agosto, 2008 22:31  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Generatividade!?
Deixar um jardim plantado no coração dos outros, mesmo ainda antes de partirmos, para perfume e vida de terceiros...
Generatividade uma maneira científica, uma nova linguagem de abordar o amor... de vermos como os nossos actos de amor produzem frutos segundos e terceiros e, cumulativamente, em nós os primeiros agentes dessa onda...Resultados medíveis, quantificáveis, susceptíveis de análise estatística.
Amai-vos uns aos outros, afinal, apenas uma antevisão histórica já realidade ou "quase"...

01 setembro, 2008 23:43  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Generatividade ou a história da minha psicopatia? Talvez generatividade e psicopatia!
Ou um almoço especial, para bom Hebreu, um muro das lamentações!
Pois alevá... que a alma é grande e na dos outros sempre nos encontramos quando amam... E os outros amam sempre, pode é não ser a mim. Mas retribuirei porque a isso os sinais obrigam. Sinais de quê? Então, porque duvidais? Sinais de novas boas, sinais de boas oportunidades...

02 setembro, 2008 23:02  
Anonymous Anónimo said...

Depois das férias

Generatividade , Amor e Deus

Em 1976 , Erik Ericson, entendendo que «o momento da vida adulta» é o momento da generatividade, define esta como sendo a expansão, para o futuro, do amor partilhado com alguém no presente, projectando-o sobre as gerações vindouras. E se os beneficiários, logo ali explicitados, do acto generativo são os “nossos filhos”, o primeiro impacto do acto generativo recai sobre quem o pratica, contribuindo para a saída da crise instalada em todo o ser humano, quando confrontado com a consciência do ser único que é, e sente que ninguém compreende ou reconhece tal especificidade e grandeza, provocando uma sensação de isolamento atroz..
É o que se passa na transição da adolescência para a idade adulta, quando procuramos desesperadamente o amor, que é o mesmo que dizer, quando descobrimos a existência do “outro” e queremos, a todo o custo que o “outro” nos descubra. Na linguagem de todos os dias dizemos que isto nos acontece quando estamos APAIXONADOS.
Toda agente sabe, por experiência própria, que pouco adianta estarmos apaixonados por alguém (que “descobrimos”), se esse alguém não “retribuir a paixão” (“descobrindo-nos). Imaginem Romeu “ignorado” por Julieta e perceberão a intensidade do “susto”que apanhamos na adolescência!
Numa das minhas últimas intervenções neste blog eu disse que o momento mais sublime da vida de um ser humano é quando ele descobre esta divina e doce “dependência” de um outro “eu”. Dependência essa que não nos atrofia ou mata, como solene e erradamente afirma Sartre no seu existencialismo -o inferno são os outros – antes nos lança no caminho da plenitude da realização humana. Como repetidamente tem escrito aqui no blog o J Dias, « somos com» , embora não tenha dito exactamente porquê.
A raiz da generatividade está nesse momento crítico e decisivo da nossa vida que é a adolescencia. É o momento da viragem. Se o processo correr mal, só uma “conversão”no futuro nos poderá reconduzir ao caminho, tornando-nos adultos tardiamente..
Se o processo correr mal, poderemos perpetuar-nos no estádio do egocentrismo e isolamento definitivo, com todas as consequências nefastas para o próprio e para a sociedade.
Se o processo correr mal, “um indivíduo” pode nunca chegar a “pessoa” mas que, até à morte, será sempre possível regenerar ou recuperar, porque todo o ser humano tem as mesmas potencialidades de realização.
E, em qualquer das situações, dependemos, amorosamente, uns dos outros.
Afinal, não foi só para nascer uma primeira vez que precisamos de um pai e de uma mãe. Neste “segundo nascimento” precisamos, urgentemente, de uma NAMORADA (O)!

Se as coisas correrem bem na fase crítica (se Romeu e Julieta retribuírem “a paixão”) então, diz Erik Ericson , continuando a definir a generatividade, o homem fica «liberto da preocupação consigo próprio e mais orientado pelo desejo, pela vontade e pela competência para cuidar dos outros».


Quem foi criado na cultura cristã, como nós fomos, não poderá deixar de ver nestas considerações sobre generatividade e paixão, um eco das palavras de Cristo: Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Quem a perder por minha causa, salvá-la-á.
De facto, quando amamos, parece que nos “esquecemos” de nós próprios. Romeu e Julieta foram ao extremo deste “esquecimento” e suicidaram-se. É apenas um romance. Convenhamos que não é preciso tanto…
E que tem Deus a ver com tudo isto da generatividade?
Boa pergunta.
Quem não se lembra, e agora interpelo directamente os meus caros aaa, daqueles arroubos de piedade , lá pelos 13, 14, 15 anos, em que até chegávamos a ir rezar para a capela, sem ser no horário obrigatório? Uns mais “arroubados” que outros, é verdade, mas era um fenómeno real. Era a entrada na adolescência, logo logo no limiar da vida adulta.
Vou dar a minha interpretação deste fenómeno de inusitada religiosidade dos 15 anos e cada um que dê a sua.
Desde a infância fomos apreendendo que Deus era TOTALMENTE OUTRO, Infinito, Todo Poderoso, Pai Amoroso ou Severo (conforme o pregador de serviço), Omnisciente, Omnipresente… E mais tarde viemos chamar Transcendencia a esta grandeza e distancia toda.
No nosso monoteísmo cristão, o nosso Deus é um DEUS PESSOAL. Portanto, um interlocutor. Alguém capaz não só de nos amar, conhecer e reconhecer, mas fazê-lo COMO MAIS NINGUÉM, em consequência dos seus atributos divinos de grandeza impensável.
Isto apreendemos desde a catequese e na hora “H”, a hora da crise, da angústia de que ninguém repare em nós e nos descubra, voltamo-nos para Deus, como tábua de salvação.
O ambiente do seminário, onde a afectividade humana era reprimida e esconjurada como bafo fedorento do diabo, fazia com que essa nossa afectividade se orientasse, piedosamente, para um interlocutor sem corpo, alimentando uma paixão sem rosto visível, de mulher ou de homem. Não era bem assim, porque se perfilava diante de nós, muito oportunamente, uma estátua de rosto frio, inerte, indiferente, simulacro do que a nossa alma jovem, ardente e aflitivamente, procurava.
Transferíamos para o rosto de Deus o que deveríamos encontrar primeiro no rosto de um homem, de uma mulher. E com uma grande vantagem, embora isso parecesse custar o sacrifício da nossa humanidade: Deus não nos desiludia. O seu amor não tinha limites. A Virgem era mãe como nenhuma outra.
E os meus colegas de carteira eram uns chatos. O Rebelo e o Zé Moreira, do Benfica. O Salvador do Sporting, sempre a mudar o relato, na rádio, para a emissora que transmitia o jogo do seu club.
Ninguém me compreende!
E se a gente começa a simpatizar mais com este ou aquele, lá vem o aviso terrível sobre o perigo satânico das “amizades particulares”.
Todo o nosso corpo juvenil em polvorosa. Que é isto, meu Deus! E é pecado olhar e , sentir sem querer, pensar sem querer, ser jovem sem querer…
Ou a revolta e reviravolta ou entrega nos braços da Mãe de Deus.

Não se pense que cá fora as coisas eram melhores para o adolescente a querer ser homem. É a namorada que não me entende, o pai e a mãe que não me deixam ir a lado nenhum, os amigos que falham, os professores são uma praga…Não haverá alguém que me acuda?
E quantas vezes não se pede, tão insistentemente ´”cá fora” como “lá dentro”, a ajuda do céu!.

Num caso e noutro Deus aparece como o AMOR SUBSTITUTO.

Para satisfazer a nossa “fome de infinito”, de que falava a Luísa Castelo Branco, só mesmo um AMOR do tamanho do universo.

Mas para que não haja confusões e passos em falso, comecemos pelo “amor finito”, à nossa espera em cada coração de gente.

As medições e as estatisticas de que fala o J Dias a propósito da generatividade, permitem-nos saber se saímos melhor ou pior da idade crítica. Se estamos ou não no caminho da nossa realização com os outros. É fundamental saber como vamos para, se necessário, corrigir o curso.

03 setembro, 2008 11:32  
Anonymous Anónimo said...

Caros amigos,


Em tempo de arejamento caiu-me bem a companhia. Mas que grande desafio deixa este confrade! Confesso que li este comentário como um comentário pessoalíssimode que aliás gostei.Todavia, não foi essa a minha abordagem da generatividade. Vou voltar a ela, mas não hoje.

Aquela de voltar para a capela fora de horário deixa-me confuso. Não digo que não terei que acabar a dizer que sim? Talvez! Mas a indigestão do Deus servido no Seminário foi, desde muito cedo, mais que muita.

Vou voltar também às medições estatísticas. E até acredito que se levadas ao extremo pudessem adquirir o sentido que lhe é dado no comentário anterior. Transcrevo:

"As medições e as estatísticas de que fala o J Dias a propósito da generatividade, permitem-nos saber se saímos melhor ou pior da idade crítica. Se estamos ou não no caminho da nossa realização com os outros. É fundamental saber como vamos para, se necessário, corrigir o curso."

Confesso que nunca pensei nesta abordagem individual, mas verifico que a posso ter sugerido. A abordagem da generatividade em que me situo é plural, embora como é claro passe pelo indivíduo. As estatísticas a que me referi são exclusivas de estudos feitos, por norma, longitudinais (ao longo de vários anos) e dos quais se concluiu cientificamente que amar e dar, além de realizar os outros, nos realiza a nós em saúde, em mais dias de vida, em bens, em felicidade... O desafio cristão recebe nesta abordagem científica, apenas, a confirmação da ciência. Claro que já o sabíamos pela fé, mas a ciência também tem que fazer alguma coisa. Com certeza, até porque a fé... oferece muitos anti-corpos, às vezes.

Aquele Deus que nos foi servido não era o da boa nova... Ou talvez fosse, mas estava tão disfarçado que nem o reconhecíamos. Era um Deus mau... um Deus monstro ou bicho... sei lá. Felizmente que lhe tirei o disfarce sem o perder... A generatividade alindou-lhe a face. Porque estava e estou satisfeito, partilhei. Volto.

07 setembro, 2008 22:43  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos

Generatividade

Li algures que a generatividade em seus resultados é como um jardim que deixamos florido no coração dos outros mesmo quando já não estamos.
Há dias ocorreram-me duas manifestações que entendo como sinais de tempos de provocação: uma foi solicitarem-me indicações para começar a ler a bíblia e a outra foi sugerirem-me o diaconado.
Nesta última manifestação, a do diaconado, a questão é o que faria que não faça já ou o que deixaria de fazer para aderir a um espaço quase sem mensagem e com pouco ar puro.
A manifestação da opção bíblica, por outro lado, é sublime, se a assumirmos como a mais maravilhosa estória de amor de todos os tempos.

Anda no ar um perfume de questões que provocam buscas.

Porquê generatividade nestas duas manifestações!?

O amor, além de sempre ser generoso e dádiva provoca interrogações, questões, mudanças nos actos dos outros... se o apresentarmos como manifestação da nossa humanidade e de boas novas nas conversas, no convívio, no acolhimento, na festa da vida, no convento da família e, abrangentemente, até onde forem as nossas extensões.

Generatividade, realizar o amor e a dádiva a segundos para que a corrente de crescimento que nos foi dada chegue a terceiros...

Está uma ideia muito feliz em outro espaço deste blog... seminário, semente.

Generatividade, afinal, a capacidade de semearmos o amor, a dádiva para que terceiros se integrem na roda.

12 setembro, 2008 21:17  
Anonymous Anónimo said...

Caros amigos e companheiros de Seminário

Andava há já certo tempo para consultar este blogue, sem no entanto o conseguir por razões de natureza profissional que me ocupa muito tempo.
Certo é que hoje arranjei uns minutos e, embora o tivesse feito pela rama, consegui ler alguns comentários. Não é meu propósito "lançar achas para a fogueira",acerca dos muitos comentários que já foram emitidos, mas muito simplesmente dar a minha opinião certificado que estou de que neste espaço impera a liberdade.

Confesso que senti alguma mágoa na leitura que fiz porque, na minha modesta opinião, aquilo que poderia ser um espaço de reencontro e de reforço de amizade, poderá, porventura, estar a tornar-se numa "luta de galos", cujas bicadas filosóficas passarão certamente ao lado de centenas e centenas de amigos que connosco partilharam as venturas/aventuras/desventuras dos tempos de seminário.
É que (fazendo-me já um pouco de mauzinho) quanto à "generatividade, Amor e Deus, por exemplo," do comentário anterior não resisto a afirmar que só conheço a malograda gramática generativa como tentativa de, erradamente, reduzir o acto da fala à sua estrutura mais material - a sintaxe.
Por favor...pensemos que há muitos dos ex-alunos que são cépticos, no grupo do qual eu me incluo, ou, eventualmente, ateus.
Não seria, por exemplo, também útil fazer descer o discurso e escrever " Olá Fábio Máximo Gaspar, por onde andas?"
Porque é que teremnos todos de salmejar as frases que escrevemos invocando o nome de Deus em vão? Deus, se existe, não gostará por certo que corrompamos o seu nome...
Não foi meu propósito ofender ninguém,pelo que assino o que escrevo.

João Borges

22 setembro, 2008 23:57  
Anonymous Anónimo said...

Olá, João.

Apesar de ter sido mais tempo companheiro do teu irmão Agostinho, lembro-me muito bem de ti e foi bom ouvir a tua voz.
Bem precisava este blog de mais interventores que elertassem para um facto incontestável: isto tornou-se, de facto, numa luta de galos. E bem triste, por sinal. Com ataques a pessoas, confundindo-as com as suas ideias.
Cada um assuma as suas culpas no descalabro,que não pode ser escamoteado.

E porque sou expressamente referido por ti num comentário que aí deixei, dando a entender que se fala em Deus a torto e a direito, perante uma "audiência" que pode ir de cépticos a ateus, peço-te que me faças a justiça de não ligar esse teu parecer ao meu comentário em causa, porque eu, precisamente aí, esforço-me por "separar as águas". Permite-me que sublinhe algumas passagens, que estão em sintonia com tudo o que venho dizendo ao longo deste blog. E desafio-te a encontrares no meu pensamento aí expresso, uma contradição que seja. Poderás encontrar imprecisões, posteriromente esclarecidas, porque escrevo ao correr da pena, deixando a alma falar. E nunca se diz tudo de uma vez.
E agora vê, meu caro João, se estas frases poderão ser incómodo para um céptico ou um ateu:
«E quantas vezes não se pede, tão insistentemente ´”cá fora” como “lá dentro”, a ajuda do céu!

Num caso e noutro Deus aparece como o AMOR SUBSTITUTO.

Para satisfazer a nossa “fome de infinito”, de que falava a Luísa Castelo Branco, só mesmo um AMOR do tamanho do universo.

Mas para que não haja confusões e passos em falso, comecemos pelo “amor finito”, à nossa espera em cada coração de gente.»
E mais atrás, eu não podia ser masi explicito:

«O ambiente do seminário, onde a afectividade humana era reprimida e esconjurada como bafo fedorento do diabo, fazia com que essa nossa afectividade se orientasse, piedosamente, para um interlocutor sem corpo, alimentando uma paixão sem rosto visível, de mulher ou de homem. Não era bem assim, porque se perfilava diante de nós, muito oportunamente, uma estátua (da Virgem do Carmo,de Sao José, do Menino Jesus) de rosto frio, inerte, indiferente, simulacro do que a nossa alma jovem, ardente e aflitivamente, procurava.
Transferíamos para o rosto de Deus o que deveríamos encontrar primeiro no rosto de um homem, de uma mulher. E com uma grande vantagem, embora isso parecesse custar o sacrifício da nossa humanidade: Deus não nos desiludia. O seu amor não tinha limites. A Virgem era mãe como nenhuma outra.»

Só porque fui directamente visado, me defendi, neste ponto. Quanto ao resto dou-te cem por cento de razão: Isto tornou-se uma luta de galos. Intervenções como a tua podem mudar o rumo do blog.

23 setembro, 2008 16:33  
Anonymous Anónimo said...

Mas que de lindo vai isto...
Pois dêm-me coça que eu estou mais maduro.

Eu pecador me confesso. Eu crente me confesso, mas se soubesseis, eu ateu me confesso. Mais, só se me evaporar.

Mas caro João... tu és uma estrela cintilante no firmamernto deste blog. És muito benvindo e ao assumires-te valorizas este espaço. Não me vejo nem revejo em nenhum tipo de directividade nem sequer de generatividade cristã, até porque generatividade é um termo da ciência (sic) e não da fé. Que culpa tenho eu que a generatividade verse, entre outras coisas sobre o amor!? Que ele seja cristão nem sequer o deixei sub entendido. No que a mim toca, mais por hábito que por crença, gosto me referir ao galileu com palavras de apreço e com mais apreço que a outros pois que se alguém se colocou na vanguarda do amor foram os crentes. Haja saúde....

Eu cá não tenho que abdicar de nada. E não concordo nada com a dita luta de galos ou galináceos, Era o que faltava. Tenho mmais que fazer. Estimo muito quem não concorda comigo e por hábito não desisto nem da bica diária quanto mais das outras coisas que também podem ser diárias. Dos amigos também não. Haveria de ficar só? Claro que tenho opinião e directividade.... pudera! queriam um convento sem rei nem roque! Pura e simplesmente tenho opinião. Venham mais.

Mas, caríssimo João depois daquele convívio tão intimista no Sameiro, podes crer que o meu ponto de equilíbrio, sofreu um emborcão. Assim como que a modos de um terramoto com manifestações fisiológicas que julgava que jamais me aconteceriam. O vómito, a incredulidade...a diasrreia. Quase meia loucura. Nunca mais nada será igual. A depressão, não,porque essa jamais me pega. Mas emocionalmente em relação ao nosso passado mudei definitivsamente de patamar. Todsavia, nem que seja como toupeira erguer-me-ei e sobrevirei com valores. Em aaacarmelitas sempre o desafio e, como Elias, vou à luta. O tempo e o pão quente, alimento, me orientará. Obrigado porque o teu contributo nunca ninguém conseguirá agradecer.
Sempre ficamos mais ricos quando alguém fala.
Bem vindo João

23 setembro, 2008 22:39  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos amigos,
Enquanto aguardo que os minutos passem, depois deste banho no continente, e enquanto não rumo ao aeroporto, li e reli, mais uma vez estes três últimos comentários.

Com o João Borges eu também gostava de ver mais confrades e companheiros daqueles tempos virem a terreiro com as suas ideias e seus afectos. Questiono-me insistentemente sobre os porquês e sobre as respostas, começo a ter opinião.
Penso mesmo que para este entrelaçar de ideias e companheirismo é que foi criada a aaacarmelitas e este é, afinal, o debate que este "um almoço muito especial" oportunamente lançou em encontro no Sameiro em Julho (?) de 2007.

Por agora apenas constacto que as entradas activas neste blog estão limitadas a uns quantos.

Uma referência ao amor.
Hoje está a ser estudado cientificamente enquanto factor realizante do ser humano. Que o Jesus de Nazaré tenha sido um visionário, filho de Deus ou um grande filósofo, ou qualquer outra coisa, neste espaço, para mim, isso é-me indiferente. Só que esse facto não anula nem o amor nem as vidas que o geram em si e nos outros (generatividade).
E este é o fenómeno que hoje se tenta estudar cientificamente.

Ainda em relação ao amor, porque de amor era a mensagem que supostamente deveria ter sempre figurado como objecto na nossa passagem pelo seminário, só a sua ausência no espaço respirável que vivemos, em meu entender, justifica as ocorrências que se verificaram.
No meu caso, justifica também a minha saída.

Concordo com o Mário plenamente com as emoções mais simples que nos eram proibidas, quais homúnculos, servos de um Deus, que sendo pai, ainda não era mãe. Hoje é pai e mãe.
Agora quanto aos galináceos, caríssimo confrade Mário, deitaste as roqueiras, ignoraste o estrondo, ainda fostes às canas e agora queres dizer que o padroeiro é um galo!?
Se faço comichão, para tua tranquilidade não me importo de ficar de fora, mas usando a tua imagem, a capoeira vai ter menos cantoria.
Afinal queremos gente a entrar e já se limita opinião?
Galos e afins só para petiscos...
Em aaacarmelitas gosto mais de crescer em companheirismo e amizade...(Com opinião, com certeza...) e faz hoje oito dias, naquele jantar bem intimista no Sameiro, conseguimos cheirar as nossas almas de criança...e não houve problema de opiniões.

24 setembro, 2008 13:11  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Já em São Miguel e com meditação durante o vôo.

Concedo tudo em dúvida metodológica menos evaporar-me, porque não dá...

Mas nada de confusões:

Por isso cito:

"Por favor...pensemos que há muitos dos ex-alunos que são cépticos, no grupo do qual eu me incluo, ou, eventualmente, ateus.
Não seria, por exemplo, também útil fazer descer o discurso e escrever " Olá Fábio Máximo Gaspar, por onde andas?"

Fim de citação.

O autor explicará se o céptico pode falar da sua ausência de crença, se o agnóstico pode falar do seu não conhecimento de Deus, se o ateu pode falar da sua vida sem Deus e se o crente pode falar daquilo que acredita em Deus?

Parece-me sub-entendido que todos poderiam falar de tudo menos o crente... estranho sub-entendido em nome de nada.

A suposição de que Deus faz mal, é ópio do povo (Marx), há muito o provaram pela negativa as sociedades que assim o julgaram e nessa crença viveram e, por isso, pelo insucesso, arrepiaram caminho.

A crença de um Deus supostamente mal-feitor roça por vezes a incredulidade quando se postula um homem não espiritual, num século que alguns consideraram precisamente o século do homem espiritual, este século XXI.

Olá a todos, mas sempre me assistirá o direito de falar das minhas crenças custe o que custar e doa a quem doer. Nunca a realização de quem quer que seja precisará que eu oculte o Deus que me foi dado a conhecer pela fé (forma de conhecimento).

Descer o discurso, pois desça-se... mas eu não sei como, a menos que não emita opinião e blog só é espaço de opinião e quanto a nomes até devemos ser parcimoniosos porque há quem não se deixe sequer nomear... pois alevá...

25 setembro, 2008 00:12  
Anonymous Anónimo said...

«O autor explicará se o céptico pode falar da sua ausência de crença, se o agnóstico pode falar do seu não conhecimento de Deus, se o ateu pode falar da sua vida sem Deus e se o crente pode falar daquilo que acredita em Deus?»


Bom dia a todos

Deixei um titulo longo para esta minha entrada, por isso vou ser breve nas considerações.

Pena, Jorge, que só agora tenhas posto a questão da maneira certa. O blog tinha ficado tão mais lindo e todos teriam beneficiado.
Mas a minha dúvida é legítima: será que falaste pra valer ou foi só porque te ocorreu dizer tal?
E digo isto porque, quando achaste que a exposição das minhas ideias, que mais são interrogações que pensamento cristalizado, poderiam ir contra a fé sagrada de terceiros (e são muitos, como dizias) tive de ouvir de ti, escrito com todas as letras neste blog:"NÃO TE DOU O DIREITO!" (sic)
Parece que o João Borges te fez mudar de atitude. Pois alevá...
como gostas de dizer.

26 setembro, 2008 08:09  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
.........................

.................................?

.................................?

.................................?

......................................................................................................................................?
Conseguiram perceber alguma coisa?
Suponho que não.
Caro confrade Mário do último comentário, já fizeste a análise de conteúdo dos teus comentários e da nossa mais recente presença neste blog? Se sim espero que tires as conclusões adequadas. Se ainda não fizsete ainda estás em tempo.

Todavia, se estás de boa fé, e sempre julguei que estavas, a mim nunca me lamentes, mas nunca me tires a liberdade que a ti próprio te dás.

Arrogas-te umas coisas esquisitas... nem comento. Dá-me a impressão que nem te dás conta das roqueiras que deitas, do barulho que elas fazem ao rebentar e das canas que apanhas... Mas haja saúde. O tempo das liberdades sem liberdade ou condicionada foi só lá dentro.

Por mim se não screver mesmo a minha opinião ninguém me entenderá, aliás, nem a Deus. O que pode variar é a escrita. AS opiniões de todos os outros são sempre um estímulo de crescimento! E de que maneira de melhorei com este blog e também com as tuas opiniões! MAs foi só por uma razão: por ter conseguido ter opinião que não era a tua, porque era, como somos, pessoa.

Uma vez mais haja saúde e nada de lamentações que chegam as do profeta. A mim, como tantas vezes te fiz, aplaude-me, exorta-me, entusiasma-me a ser. Tu, caro confrade, se fores, far-me-ás melhor. O inverso tu concluirás

26 setembro, 2008 16:18  
Anonymous Anónimo said...

A ETERNIDADE SÓ INTERESSA SENDO AMOR

Lá muito para trás, no almoço muito especial, evoquei a lembrança de um colega de ano, no seminário, a quem chamávamos o Foz Côa, por ser de lá, mas que dá pelo nome de José Manuel da Costa Ribeiro. Partilhamos juntos todo o percurso do primeiro ao sexto ano. Por aí ficou e eu continuei para o noviciado. Casualmente, encontrei-o em Luanda, na messe de oficiais, muitos anos depois. Foi aquele abraço de recordações antigas e emocionado, como aquele que dei há dias ao Zé Moreira, após cinquenta anos de “separação”.
E se hoje evoco, de novo, o Foz Côa (desculpa lá, Dr Costa Ribeiro), é porque me ficou a martelar na cabeça, para todo o sempre, a sua intrigante observação acerca do nosso destino e da nossa felicidade. E vou repetir o que já contei neste almoço. Falou, então, aquele miúdo, mais ou menos assim: Ó pá, a gente não se chateará (lá no céu) de estar ali a olhar para Deus (contemplar a Deus não é o supremo anseio e prémio do crente?) por toda a eternidade?
È claro que nenhum de nós, que ouviu a inesperada pergunta, soube responder.
Mas eu guardei-a no meu coração. E ainda há dias a recordei ao Zé Moreira, quando “viajamos” pela Falperra, deliciadamente saudosos umas vezes, outras vezes levemente tristes do que não terá corrido bem.

Parece uma pergunta tola, não é?
Pois aventure-se alguém a dar uns passos pelos caminhos da eternidade e veja o que encontra! E depois pronuncie-se.
Há dias estive na Casa do Aires Nascimento, meu conterrâneo, emigrado em França, antigo aluno carmelita, chegando mesmo a ser frade em Fátima e em Lisboa. O encontro foi aqui em Balugães, um encontro a três , que ele estava acompanhado da mulher. Falávamos dos anos que iam passando sobre nós, já reformados o dois, à espera que as nossas mulheres se juntem ao club, e de como seria o nosso futuro: com saúde ou sem ela; com qualidade de vida, numa velhice inevitável e cada vez mais iminente ou sem qualidade de vida; presos a uma cama ou a uma cadeira; confinados ao espaço de um centro de dia ou “casa de repouso”; cada vez mais desmemorizados; presos a doses cada vez maiores de comprimidos para tudo; carecas, enrugados, rabugentos, barrigudos, encurvados, repetitivos, meio cegos, meio surdos e com dentes pendurados por arames…
Quem quer uma eternidade neste estado lastimável?
Mas isto é só o corpo!, alerta a Madre Teresa de Cacutá. Será, querida madre? Olhe que a rabugice é da alma não do corpo! E a demência, então, meu Deus! E ninguém tem um “corpo-demente”.
Teimosamente ainda há quem separe o que Deus uniu, indissoluvelmente, diz a ciência e cada vez com mais certeza: corpo e alma são uma unidade e como tal terão o mesmo destino.
É claro que isto é intoleravelmente absurdo para a nossa «fome de infinito». E temos de continuar a viver mergulhados neste paradoxo de nos vermos tão limitados no tempo e no espaço e ardendo em sonhos de eternidade!
Quem me ler, permita-me que lhe confesse que encontro uma saída airosa, que não é aquela da fé em revelações passadas e que acalentaram os corações inquietos dos nossos queridos avós.
A saída de que falo é um verdadeiro prodígio que acontece no coração de cada homem e mulher: o AMOR.
Não sabemos donde viemos, onde estamos, nem para onde vamos. Não sabemos o que somos. Não vale a pena escamotear a ignorância. Mas a um consenso já chegou, há muito, esta humanidade ainda atordoada depois que acordou para a consciência de si: O AMOR FAZ-NOS FELIZES. Em contra ponto, a falta dele parece ser a mãe de tudo o que nos torna infelizes.
Por isso, meu caro Foz Côa, e respondo-te cinquenta anos depois, com a resposta possível e por mim pressentida apenas: Deus, seja o que for, só poderia ser AMOR. E não para olhá-lo eternamente, mas para o viver eternamente. E a começar aqui e agora. Nunca fizeste uma jura de amor eterno, quando te apaixonaste? E se casaste, não prometeste amar para sempre o teu Amor?
Pensa lá se assim não valeria a pena viver uma eternidade!

Em tempo. Tudo o que se invente para prolongar esta nossa vida e mantê-la saudável e atraente de corpo e alma só valerá a pena se o amor for o princípio e o fim de tudo. O alfa e o ómega. De outro modo, viver duzentos anos de amargura e aflição é bem pior que viver apenas trinta ou quarenta.
Se houver de ser inferno, que seja breve.
Mas se é amor, não percam tempo: Apaixonem-se já.
E não se zanguem.
Foi só um humilde filósofo a pensar.

28 setembro, 2008 10:26  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,
Vou nesta... tem conteúdo.
Só um pequeno pensamento de alguma concordância que tenho escrito actualmente no cabeçalho de apresentação do meu "messenger". "O amor é afecto e às vezes contacto físico. Nele nos vimos e vamos... e esta hein!"
Ao estudo do problema que o comentário anterior levanta e na perspectiva da resposta encontrada, que não a do céu, não se chama modernamente, na ciência, generatividade?

Hei-de voltar ao tema.

28 setembro, 2008 14:33  
Anonymous Anónimo said...

Não. Não se chama generatividade,Jorge. A generatividade, tanto quanto consegui apreender acerca da ideia do seu proponente, Eric Erikson, refere o momento mágico e sublime em que o homem descobre o outro homem, maravilhando-se por não estar só nesta vida e vai ao seu encontro, consciente de si e quem vai encontrar. Apaixona-se sem medo de se perder, porque sabe sempre que vai encontrar a mesma vida que pulsa em si. É o encanto do amor.E resultará vida realizada, concerteza.
O momento deste despertar na humanidade, há muito que é sabido. Em cada individuo, pode acontecer mais tarde ou mais cedo ou até nunca acontecer. Ou acontecer só um bocadinho ou quase nada. Há gradações na intensidade deste acontecimento, como em tudo o que diz respeito à nossa condição humana de "ser único" e irrepetivel.
Portanto, a generatividade será o processo de amadurecimento "para o despertar", tornando-nos disponiveios para o amor. E este processo é gradual e mensurável. Aquilo de que falei acima é já o resultado final deste processo generativo e o filho legítimo da generatividade: o AMOR
Penso eu.

28 setembro, 2008 15:44  
Anonymous Anónimo said...

Caríssimos,

Meus ricos interlocutores,

"Portanto, a generatividade será o processo de amadurecimento "para o despertar", tornando-nos disponíveis para o amor. E este processo é gradual e mensurável." (Mário Neiva)

Eu sentia que dominava um pouco este assunto, mas, verbalizado fora do meu contexto, entro em dúvidas. Devo referir, todavia, que, embora em ciência o que se tenta medir na generatividade é o que se dá e os seus reflexos na vida de quem dá (enquanto ser capaz de afectos e amor), a resultante tem sido em minha leitura a parte mais valorizada. Por isso, a referi, algures mais acima, a resultante, como sendo o jardim que deixamos plantado no coração dos outros quando já não somos ou em outra forma nos revelamos. Assim sendo, tem toda a propriedade o comentário do Mário quando afirma que:
"Aquilo de que falei acima é já o resultado final deste processo generativo e o filho legítimo da generatividade: o AMOR" . É mesmo, digo eu, mesmo que, por ser um processo dinâmico, nunca se atinja plenamente.

Concordo, só que para evitar confusões a palavra amor precisa de outros sinónimos, como dádiva, disponibilidade, por vezes ética, por vezes estar com ou ser operacional, sei lá. Como já muitos referiram, neste espaço, a palavra amor, à conta da boa nova, ficou sem conteúdo. A hierarquia, desde logo, tirou-lhe toda a hipótese de contacto físico (por favor leiam sexo). Claro que o fizeram propositadamente. Já percebi. Mas, por favor, agora, cada um que verbalize porquê, que eu, só de imaginar, permitam-me, vou-me rir.

Há dias alguém me chamou à atenção que na Igreja católica é comum afirmar-se que o mandamento novo do amor é uma "nuance" da marca dos protestantes e uma rejeição dos católicos (leia-se hierarquia). Ignorante eu.

Sinto-me envergonhado... eu, que gosto tanto do amor e me considero católico (leia-se universal), que até pus no meu Messenger esta muito recente verbalização: "O amor sempre tem afecto e algum contacto físico. Por ele viemos e nos vamos... e esta hein!".

Saúdo, nesta, as muitas outras convergências….

Venham daí que temos festa em aaacarmelitas… concertina não prometo. Mas o amor, em perspectiva científica, é a mais recente provocação a todos os que julgavam que o mandamento novo do amor de um visionário judeu, era uma verdade de fé, “de la palisse” (não sei como se escreve). Pois não. Mas sei o que concluir: os que amam e os que amaram estiveram sempre no bom caminho. Pois então amem ( não amen) e nunca se esqueçam queo amor sempre tem afecto e algum contacto físico. Por ele viemos e nos vamos… E esta hein!

Mais, é comum a todo o humano, o amor,claro e nada tem a ver com crenças. Desgraçado do visionário... fica quase sem nada? Calma, fica com a sua visão, talvez premonição.

Claro que disse isto de propósito... porque para mim só assim se valoriza a questão que, claro, aí está em absolujto espaço aberto. Que entrem os cépticos, os agnósticos, os ateus, e os do ópio e afins. Pois alevá....

29 setembro, 2008 00:13  

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