Nome:
Localização: aaacarmelitas@gmail.com, Portugal

25 de junho de 2012

LUGAR  DA  PALAVRA

VI


Espaço disponibilizado para a continuação da troca de ideias, informações, comunicações, testemunhos, etc., que qualquer um possa ter para partilhar com os outros visitantes desta comunidade, nomeadamente Antigos Alunos do Seminário Missionário Carmelita, da Ordem do Carmo em Portugal.

Aconselha-se a deixar o SEM COMENTÁRIOS V  e a passar para este espaço - O LUGARA DA PALAVRA - pois, o anterior está a atingir o limite da capacidade de comentários.



187 Comments:

Anonymous Mário Neiva said...

Sugeria ao carissimo director do blog a aletração para LUGAR DA PALAVRA, mantendo a sequência da numeração. De facto, aqui, o que mais há são comentários, tornando-se verdadeiro "lugar da palavra".

26 junho, 2012 12:02  
Anonymous Mário Neiva said...

Está lindo, Augusto, verde e tudo, como a esperança de muitos virem aqui partilhar o seu pensamento, sentimento ou primeira emoção. Já vou poder remeter para o post "Lugar da Palavra" aqueles que me perguntam onde podem aceder aos comentários em AAACarmelitas que vou referenciando.

26 junho, 2012 15:17  
Anonymous Mário Neiva said...

A não ser que surjam novas interpelações, vou deixar a temática da homossexualidade, convencido de que esta fará o seu caminho de forma tão irreversível como outras lutas pelo respeito à diferença, contando-se, ente as mais significativas, o direito à liberdade religiosa, o triunfo sobre o esclavagismo e a paridade masculino/feminino (direitos das mulheres).
Todos conhecemos as resistências que ainda subsistem a estas conquistas históricas e emblemáticas e todos já percebemos, lançando um olhar sobre História que, nem o islamismo conseguirá travar a emancipação da mulher, nem a Igreja Católica impedirá o sacerdócio feminino, por mais que uns e outros esperneiem ou estrebuchem.
Se a minha geração e outras anteriores e posteriores se arrepiam ao ver um casal homossexual em gestos de carinho que nos habituamos a ver e consentir somente entre heterossexuais, a verdade é que as gerações mais jovens crescem a ver e a considerar "normal", aquilo que para nós sempre foi "aberração".
As manifestações como as "paradas gay" e a luta quase feroz pelo acesso ao casamento em pé de igualdade com os heterossexuais são, sobretudo, formas de afirmação dos seus direitos. Por isso se estranha que, numa época em que tanto se desvaloriza o casamento tradicional, os homossexuais surjam a lutar pelo acesso ao casamento tradicional! Porque não se ficam pela "união de facto", como agora é moda? Porque o que nos aparece como uma provocação, não é mais que uma forma de luta pelo reconhecimento do direito à diferença e sua integração na sociedade. Ora esta só o será de “pleno direito” quando vertida nas leis com que nos “normalizamos”. Assim sentem e pensam os homossexuais e nisto os acompanho.
Está bem de ver que “fazer norma” aquilo que nunca o foi, é sempre muito complicado.
Mas alguma vez foi fácil à pessoa humana lutar pelos seus direitos, pelos seus pensamentos, pelos seus sentimentos e pelos seus sonhos?

27 junho, 2012 07:14  
Anonymous Mário Neiva said...

"O mais lógico para um entendimento esclarecido, é que, se Criador houve, Ele criou e abandonou a criação à sua sorte".

(Citando o Lima, do seu último comentário, em "sem comentários V).


Vou pegar nesta nota radical e poderosa do nosso colega e meu amigo Lima para aprofundar a realidade do sentimento de abandono e impotência do homem face ao universo envolvente onde emergimos. Para o efeito, farei ecoar aqui a voz de Job, um dos mais belos, dramáticos e intensos textos da Bíblia acerca da condição humana.
Hoje, porém, e porque são as vésperas do nosso abraço anual do Sameiro-Falperra, queria apenas adiantar-vos uma confissão.
O cristianismo constituiu-se para mim a mais extraordinária inspiração de uma filosofia para vida. E quanto mais aprofundo o meu conhecimento sobre a fé em que fui criado, mais a minha certeza disso aumenta e, com ela, a completa surpresa. Assim como se eu estivesse a descobrir que "estava lá tudo" e eu muito pouco tinha entendido.

Podia resumir, deste modo, o resultado dessa minha viagem ao interior da vida: foi preciso deixar Deus e todos os Deuses para encontrar a verdade que se esconde por detrás desses conceitos "Deus" e "Deuses".

E a inspiração veio-me, precisamente, de dois versículos do Novo Testamento. Disse Jesus: "Filipe, quem me vê, vê o Pai"; e este outro: "aprouve a Deus revelar em mim o seu Filho Jesus Cristo".

Meus amigos, juntem estas duas falas do Evangelho Cristão e depois digam-me se ainda vão continuar a ter esperança de encontrar "Deus" dentro de algum templo sagrado, de ouvir a voz de "Deus" nas celebrações litúrgicas e leituras sagradas e até de ouvir a voz de "Deus" no íntimo dos vossos corações,

SE NÃO DESCOBRIRAM AINDA

que não existe outra voz, outra imagem, outra palavra, outro gesto de carinho e de amor que não sejam a nossa própria voz e a daqueles e de tudo o que está à nossa volta;
e que as liturgias só valem se forem a reprodução do nosso carinho, amor, verdade e vida.

Isto quer dizer que se alguém nunca ouviu de ninguém a declaração de amor ou de amizade "amo-te", jamais a ouvirá da boca de "Deus" algum.

E, então, a conclusão que se impõe: é irrelevante falar num "Deus" que não vale mais que um conceito tão abstracto como todos os conceitos. Porque a voz e a palavra da realidade são as nossas. Nós e o Universo somos a Revelação: "quem me vê, vê o Pai"; "aprouve a Deus revelar em mim...).
Grande Paulo de Tarso!

28 junho, 2012 10:20  
Blogger Lima said...

Sei que não é a culpa da direcção do blogue, mas não deixa de ser irritante. Há vários dias que continuo a visitar a página de comentários anterior e acabo de constatar que andava por la sozinho. (Ou talvez não!!!) . E digo que é irritante porque bastaria duas palavrinhas,(na antiga página), a indicar que uma nova página foi criada, para sanar o problema.
Entendo a vossa interrogação legitima: E onde está o problema? Está aqui, eu explico: Nos últimos tempos, para aceder ao blogue decidi entrar directamente na página de comentários, (serei o único?). E porquê? Por duas razoes: primeiro porque a abertura do blogue tornou-se pesada e longa e o acesso à página de comentários um pouco complicado, (aqui não devo ser o único) ; segundo porque desde à uns tempos o meu browser, (Google Chrome) me bloqueia a abertura do blogue, prevenindo-me que a página à qual quero ter acesso é susceptível de instalar vírus no meu computador.
Acedendo directamente à página de comentários, o beneficio é uma abertura instantânea e sem riscos.
E pronto, já me passou um pouco da irritação inicial.
E a minha satisfação será completa se estas linhas não foram de todo em vão.

28 junho, 2012 14:12  
Anonymous Antonio Costa said...

"...QUEM ME VE, VE O PAI" e outra para complementar:"Aquele que eu vejo, e amo, esse e o espelho do PAI( Deus,)"Esta nao esta nos evangelhos, mas eu tenho como lema. No fim de contas Cristo resumiu a sua doutrina a volta do "Mandamento Novo":" AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO EU VOS AMEI".

Mario Neiva: Nas vesperas do nosso convivio Falperra/Sameiro, estas reflexoes que tu e outros companheiros de estrada virtual vamos fazendo no blog,ou na Tertulia sao um bom aperitivo para a "comunhao" que vamos fazendo nesses encontros e que, estou certo, cimentarao ainda mais a verdadeira amizade que no fim de contas vai permanecendo entre nos...
Ate sabado........Oxala nos encontremos bastantes antigos alunos.

28 junho, 2012 15:00  
Blogger Augusto said...

Caríssimos:
Não me ocorreu, efetivamente, que houvesse quem acedesse aos comentários diretamente. Disso me penitencio. Aqui fica o meu pedido de desculpas. Agora os comentários seguem em “Lugar da Palavra VI”. Abraço. Augusto.

28 junho, 2012 18:26  
Anonymous Mário Neiva said...

Meu caro Costa, a frase que citaste nem aos calcanhares chega daquelas outras do Evangelho que lembrei.Entre elas há uma diferença abissal. Ora nota:

"Aquele que eu vejo, e amo, esse é o espelho do PAI( Deus,)". Escreveste.

Tu sabes que o espelho reflecte uma imagem e, por conseguinte, o próprio espelho teria de ser o infinito para nele “caber” a imagem do “Pai”. Aquela frase vale, portanto, como imagem poética e nada mais.
Ao contrário, os versículos evangélicos postulam a realidade integral: "Quem me vê, vê o Pai". Não se trata de uma simples analogia que poderia ser expressa deste modo: “quem me vê, é como se visse o Pai”. Nós e o nosso Universo não somos reflexo de Deus algum (reflectido sobre que espelho?). Somos a Revelação. Por isso os dois versículos não podem ser pensados um sem o outro. Lidos em sequência revelam-nos uma realidade integral: Em Cristo vemos o Pai, em Paulo vemos Cristo e em ti, Costa, vemos Paulo!

Os versículos evangélicos revelam algo muito profundo e que o cristianismo consagrou na teologia incrível da "Encarnação", na qual Jesus Cristo se tornou "Deus Humanado" gerando uma “união hipostática” com a Humanidade.
Os judeus entendiam bem o alcance do que se pregava e, perante a sua indignada revolta, o evangelho não recua e provoca-os até ao fim: “não está escrito VÓS SOIS DEUSES?”.
Se nós não nos perdermos na abstracção conceptual, e nos inspirarmos no realismo da “união hipostática”, revelada naqueles versículos, deixaremos de andar à procura de Deus e de Deuses neste ou naquele lugar, neste ou naquele templo, nesta ou naquela religião. Basta-nos sentir e pensar a realidade infinita que somos e da qual nunca fomos desligados. E se não fomos desligados, também não necessitamos de ser re-ligados por uma intervenção artificial e avulsa, como filhos ou cacos de um projecto fracassado…

29 junho, 2012 10:22  
Blogger Anonimus said...

Pois é meus Caros Mário Neiva & Cª.

Porque sei que é de desafios que gostais, quero aqui e agora deixar um:
- Quem foi ou é a pessoa mais notável de todos os tempos?
- Quem foi ou é o maior líder?
- Quem foi ou é o maior mestre/professor?
- Quem deixou ou deixa o maior legado de bondade à humanidade?

... depois falamos!

04 julho, 2012 22:36  
Anonymous Mário Neiva said...

« Partícula da Deus »

Ontem ouvi, na TV, uma jornalista perguntar a um físico português porque chamaram à partícula de Higgs, a “partícula de Deus”. Sabiamente, o físico respondeu que teria de perguntar a quem inventou a expressão, porque eles, físicos, não sabiam.

Penso que se trata simplesmente da forma poética de falar da descoberta da partícula que permite transformar “energia” em “massa” , possibilitando ao homem, no futuro, não só transformar a matéria, como já o faz através da química, mas criar a matéria. Claro que o homem não terá em mãos a “ferramenta” divina, essa tal “partícula de Deus” , para criar o Universo, porque a “massa” do Universo é apenas uma ínfima parte desse mesmo Universo e como que um “derivado” ou subproduto da energia cósmica. O enigma que subsiste é acerca da origem da própria energia.

E se nos tornarmos criadores da matéria-massa, continuaremos a perguntar quem criou os criadores?
Esta pergunta e todas as outras, sou “eu” que as faço. Portanto, o verdadeiro enigma do “ser” começa precisamente em mim, com as minhas perguntas. Estas resultam da singularidade da autoconsciência do homem, o único ser conhecido no Universo que faz perguntas.
Dizem os homens da ciência que talvez possamos levantar a ponta do véu que cobre a verdade acerca de nós-no-universo, quando formos capazes de construir a consciência, ou seja, criar um corpo-cérebro que sinta e pense e faça perguntas genuínas, precisamente aquelas que partem da ignorância -e voltamos ao principio, recomeçando as perguntas…

Em paz e sossego estão o calhau e o meu gato, que não se ralam com perguntas.

Muito menos aquelas do FMF,que quer saber quem foi o "maior".

05 julho, 2012 08:37  
Blogger Lima said...

Lembram-se daqueles versos de um autor desconhecido que tive a ocasião de decorar na Falperra e nunca mais esqueci:
Senhor meu batei as palmas,
Nós não somos iguais.
Eu sou pastor de animais
E vós sois pastor de …


É verdade, meus amigos, como no caso dos dois pastores, nós não somos iguais... e ainda bem que assim é porque nas diferenças está toda a nosso valor pessoal.

Há dias, dei comigo a cogitar e como gosto de rima, comecei assim uns versos:

Se soubesse que morria
aprenderia a rezar
e compraria uma vela
para acender no altar
da senhora d'Agonia.

- Continua em: http://a.lima.b.online.fr/

Começo assim, ao lado do pastor das almas, mas depressa caio no domínio do pastor de animais.
É que... ando embaralhado!

05 julho, 2012 11:49  
Blogger Anonimus said...

Certo dia, os animais da floresta reuniram-se e decidiram que três leões não poderiam ser os Reis da floresta ao mesmo tempo. Até os próprios leões gostaram da ideia.

Mas quem deveria ser o Rei? O macaco sugeriu que aquele que conseguisse chegar primeiro ao topo, cume da montanha sem fim, seria proclamado o Rei.

Aprovado o teste pelo conselho da bicharada, os três leões partiram em direção ao cume da montanha sem fim.

Três dias depois, voltaram tristes porque não conseguiram escalar a montanha e o caos tomou conta dos habitantes da floresta, pois continuava o impasse de quem deveria ser único Rei da floresta.

De repente a velha, sábia e astuta águia, interveio no frustrante dilema. “EU SEI QUEM DEVE SER O NOSSO REI". Afirmou a águia. Oh! Espantaram-se todos os animais.

Enquanto os três leões tentavam escalar a montanha sem fim, voando alto, pude presenciar as suas atitudes.

O primeiro, na metade do caminho, rendeu-se e disse para a montanha: “Desisto. Venceste-me".

O segundo, na metade do caminho, rendeu-se e disse para a montanha: “Desisto. Venceste-me".

O terceiro, na metade do caminho, rendeu-se e disse para a montanha: “Desisto. Venceste-me"...

O macaco de imediato interrompeu a águia. “Eu que sou o macaco e tu águia é que estás a fazer macacadas. Se os três desistiram na mesma distancia, na metade do caminho, como podes dizer que sabes quem será o Rei?

Se tu ao invés de agires como papagaio e deixasses terminar o meu relato já saberias, respondeu a nobre águia.

A diferença é que o terceiro leão, continuou a dizer à montanha:" Desisto, venceste-me por hoje. Vou voltar, preparar-me melhor, crescer mais um pouco e retornarei para este desafio.

E assim, todos os bichos da floresta unanimemente, proclamaram o terceiro leão, o novo Rei da floresta.

05 julho, 2012 22:13  
Anonymous Mário Neiva said...

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, em declarações à Renascença, pergunta se uma política centrada em medidas de austeridade será o único caminho para o país sair da crise.

“Será este o único caminho? Interrogo-me muitíssimas vezes. Penso que talvez não seja. Agora, se o caminho é o de renegociar ou agir de outra maneira, é inventar formas de uma nova economia que proporcionem um outro desenvolvimento, uma capacidade de resposta aos reais problemas, penso que isso é absolutamente necessário”, defende

E eu acrescento que é hora de deixar de fazer recriminações uns aos outros sobre o "caminho" seguido até aqui, quanto ao modelo económico em que fizemos assentar as nossas sociedades. Não vale a pena culpar este ou aquele modelo mais à esquerda ou mais à direita, porque todos já patentearam a sua falência, face às crescentes e diversificadas necessidades dos povos. Temos, porém, sinais concretos do caminho a trilhar, felizmente e, assim, será mais fácil direccionar os esforços das governações nacionais e supranacionais (UE, por exemplo). Esses sinais vêm dos chamados "países nórdicos" da europa, onde se conseguiu esbater o fosso insuportável e intolerável por muito mais tempo, entre, por um lado, os que são bafejados pela sorte dos dons herdados, da família onde se nasce e da cultura onde se cresce e, por outro lado, aqueles menos favorecidos dos dons naturais e sorte da vida.
Tantos que aplaudem e veneram, precisamente nos países que deixaram cavar até ao inimaginável o fosso entre os afortunados e os desafortunados da vida, tantos aplaudem, dizia eu, um Cristiano Ronaldo ou outro qualquer magnata da habilidade física, intelectual ou qualquer outra, sem se darem conta da desumana repartição do que todos produzem, cada um conforme as suas capacidades e oportunidades. Isso mesmo: como se um jogador fizesse a equipa toda, não cuidando da sorte dos companheiros, de quem arbitra, quem fez a bola, a camisola , a chuteira…!
É a sobrevivência da ancestral idolatria; é a regressão à reverência selvagem do mais forte, do mais ágil, do mais capaz e do mais apto. Reverência e cedência traduzidas em desumanização.
Talvez a presente crise assinale o ponto de viragem, fazendo-nos perceber que está esgotado o modelo económico em que estruturamos as nossas modernas democracias.
O desprezo crescente pelos políticos revela o profundo mal-estar dos povos. Não precisamos de caminhar àscegas, porque os "países nórdicos" europeus apontam o caminho para acabar com as desigualdades nacionais aberrantes como é a nossa.
A chamada “globalização” é a nova realidade e será quase impossível as sociedades tentarem reformar-se isoladamente. Mais do que nunca, com esta “globalização”, os "capitais" da desigualdade obscena não conhecem fronteiras e estagiam onde melhor forem remunerados e reproduzidos, indiferentes ao destino dos povos onde esses mesmos capitais foram gerados.
Não basta a voz de um arcebispo e muito menos que este fale em generalidades que servem para tudo e para nada, acabando por acentuar a descrença em tudo e em todos.
Chegou a hora de pôr a ferida a nu, antes que a gangrena nos mate a todos.

06 julho, 2012 10:45  
Anonymous Mário Neiva said...

Moral para a fábula do FMF: quem porfia sempre alcança.

Penso, porém, que esta linda fábula "esquece" dois mil anos de cristianismo, onde a "eclésia" substituiu o "indivíduo" na busca do sucesso e que o cristianismo designou por "salvação".

Lembremo-nos da metáfora fabulosa do "Corpo Místico" que é a base de toda a teologia cristológica de S. Paulo.
Segundo esta teologia, ninguém pense no seu sucesso individual, independentemente do "corpo" a que pertence. Para o imenso Apóstolo Paulo, somos todos membros do mesmo "corpo", do qual Jesus Cristo é a "cabeça", constituindo um só organismo, não com este ou aquele grupo, mas com a Humanidade no seu todo, sem distinção de gentio ou judeu, homem ou mulher. E neste “corpo” cada membro desempenha a sua específica e indispensável função, contribuindo com os dons que recebeu. Nunca será cada um a puxar para o seu lado, como quem diz, em busca do seu sucesso individual, mas todos e cada um a trabalhar pelo sucesso/salvação do “corpo” em que se integra e deve fazer crescer e transformar.
Esta teologia, como tenho repetido insistentemente, está plasmada nos evangelistas, de mil maneiras diferentes. Recordo, a título de exemplo, a alegoria do dia do Juízo Final, onde o Juiz Supremo responsabiliza cada homem pela sorte do seu irmão. Segundo o Juiz Supremo, ninguém pode apresentar-se a julgamento sem ser de mãos-dadas com os seus irmãos presos, pobres, doentes...

06 julho, 2012 19:45  
Anonymous Mário Neiva said...

(Continuação)

Meu caro FMF, perguntaste, aí mais acima, “ quem deixou o maior legado de bondade à humanidade”. Pois aí tens a resposta. Procura, no entanto, explicitar que legado é esse e em que se traduz essa “bondade” ou o que realmente ela significa. Descobrirás, então, que não se trata de “bons sentimentos” nem de “boas intenções” , porque deles está o mundo cheio.
O fabuloso legado do cristianismo é também um mandamento novo: criar a Nova Humanidade a partir do antigo “legado” de Adão, destinado, anuncia-se no surpreendente Evangelho, à Ressurreição/Transformação.
Tu sabes, FMF, quanto se esqueceu este Evangelho, cedendo-se à tentação do sucesso individual, porfiando, cada um, por ser o “rei da selva” , como na tua fábula, em vez de ser irmão e corpo com os outros.
Fico admirado por ver as Igrejas cristãs perdidas perante individualidades e individualismos, numa hora em que era preciso falar da HUMANIDADE como um CORPO e do seu destino como ECLESIA. Como se as igrejas cristãs não tivessem entre mãos o fecundíssimo Evangelho de Paulo de Tarso. Um Evangelho que só se torna verdadeiro se for sacramento, isto é, se “realizar aquilo que significa”. Cá está a tal densidade insuspeitada da teologia subjacente aos sacramentos da Igreja católica. Segundo esta teologia dos sacramentos, a “ bondade” de que falas, FMF, só existe quando corporalizada. Fora disto, é pura abstracção. Não é sacramento, da mesmissima forma que sem consumação sexual não existe sacramento do matrimónio. Assim fica mais claro, não é verdade?
Decorre do Evangelho de Paulo de Tarso, que o objectivo das “igrejas cristãs” deveria ser construir um só “CORPO/ECLESIA entre si e com toda a HUMANIDADE. A triste realidade, porém, é que até o ecumenismo foi abandonado e a Igreja Católica tem outras preocupações “vitais” a tratar, como debater o casamentos dos padres ou o sacerdócio das mulheres….

06 julho, 2012 19:54  
Anonymous Anónimo said...

Tás maluco!...Casamentos dos padres!...Sacerdócio das mulheres!...
Casameto dos paneliros e lésbicas!...
Por este andar, qualquer dia também começas a engolir a palhinha, porque é tudo muito normal.

07 julho, 2012 12:50  
Anonymous Mário Neiva said...

Explique lá essa do "engolir a palhinha" que nunca tinha ouvido. Deve ser linguajar de meios que não frequento. Só pode ser.
Mas já vou avisando que não engulo qualquer zurrapa. Sou apreciador de bons vinhos. De preferência tintos. Também vai uma cerveja fresquinha no verão, acompanhada de azeitonas pretas com tremoços, à moda do meu alegre Minho. E se tiver a companhia dos amigos, até vão duas ou mais. E se o calor apertar e a conversa for longa, ainda chego às três, sem correr o risco de trocar o passo...
Agora essa da "palhinha" desconfio que deve ser uma paneleirice qualquer, que o anónimo trazia na mente pronta a disparatar. E disparou mesmo! Queria dizer disparatou.

07 julho, 2012 14:33  
Anonymous Mário Neiva said...

Unidades Pastorais

Li ontem a notícia de que D. José Policarpo está empenhado na criação daquilo a que chama Unidades Pastorais, que são grupos de sacerdotes, subdiáconos e leigos com formação pastoral apropriada, agregados para exercer o ministério sacerdotal em grupos de paróquias, a fim de suprir a falta crescente e preocupante de sacerdotes.
É uma forma de “dar a volta” à questão insolúvel tanto da aceitação de padres casados, como do sacerdócio das mulheres; e, ainda, da recusa em aceitar que os leigos participem plenamente na administração de sacramentos que dispensam a formalidade do sacramento da Ordem, como são os casos do matrimónio, baptismo ou extrema-unção.
Penso que é uma iniciativa muito louvável. Em primeiro lugar porque cria as “comunidades de pastores”, que podem transformar-se na primeira célula viva da vida comunitária-eclesial que vão “pregar” nas suas paróquias. E nós sabemos como é poderoso o discurso quando reflecte a vida que se vive. Em segundo lugar porque, ao agregar os leigos, estas Unidades Pastorais são fermento verdadeiro para a progressiva integração dos leigos no sacerdócio que sempre foi seu de pleno direito, enquanto membros do “Corpo Místico” de que falei no comentário anterior.
A aproximação inevitável entre os leigos e os sacerdotes agregados em unidades pastorais vai permitir a formação religiosa contínua dos leigos, uma vez que estão em contacto permanente com os “especialistas” (supõe-se) em filosofia e teologia que terão de ser os sacerdotes licenciados e ordenados.
Também estas Unidades Pastorais podem, com o tempo, agregar leigos especializados nas mais diversas áreas do saber e prestar (graciosamente ou não) serviços aos grupos de paróquias sob a sua “jurisdição”. E, desse modo, tratar simultaneamente do “corpo e da alma”. E todos sabemos que foi precisamente aqui que a pastoral cristã falhou redondamente, orientando a sua acção para o “espirito” e descurando o “corpo”, partindo o homem em duas realidade distintas que na prática nunca o são. E o resultado é que se chegou ao quase total divórcio entre o “homem da igreja” e o “homem do mundo”. No meu entender, o fracasso da acção sacerdotal e pastoral, radica aí. Ora, as novas Unidades Pastorais, podem fazer ressurgir o Evangelho que foi, desde o princípio, anúncio da ressurreição tanto do corpo como do espírito, que é o mesmo que dizer, do homem integral e verdadeiro, porque aquele outro, partido em “corpo e alma”, não tem nada a ver com o cristianismo das igrejas das Cartas de Paulo de Tarso e dos Evangelistas.
Creio que muitos dos que me estão a ler, hão-de pensar: mas porque diabo está este excomungado preocupado com as coisas da Igreja?

09 julho, 2012 08:12  
Anonymous Mário Neiva said...

Posso explicar.

É uma convicção pessoal,a de que as pessoas não estão preparadas, sob nenhum aspecto, para viver “sem Deus “, seja lá o que for que cada um imagine, pense, sonhe e sinta o quer significar “Deus”.
Pela sua natureza, o ser humano aspira a mais beleza, mais poder, mais justiça, mais saber, mais bem-estar, mais alegria. Numa palavra, aspira, e fá-lo de uma forma consciente, a “mais vida”. E não aceita limites para esta aspiração a “mais vida”. A fé na ressurreição e na reencarnação são expressões dessa antiquíssima aspiração.
Desde que o homem ficou consciente da sua identidade, quis ir além da natural e espontânea luta pela sobrevivência inata em qualquer ser vivo. Na falta de meios válidos e efectivos para concretizar essa aspiração, foi-se alimentando da fé, ao longo dos milénios.
Podemos constatar que, apesar de todos os avanços da ciência e da tecnologia, a preservação da vida e consequente concretização do sonho de “mais vida”, está muito longe de ser uma realidade. A doença, a degradação física, a dissolução da identidade conseguida ao longo de toda uma vida, acabam no ocaso irremediável da morte. A longevidade crescente é um tímido passo e, mais dramático do que este ténue avanço na longevidade, é a persistente degradação mental, moral e espiritual. Se ao menos a mais longevidade correspondesse mais “espiritualidade”! E também já se tornou evidente que mais anos de vida sem mais qualidade de vida é uma autêntica “vitória de Pirro”.
Sendo esta a realidade das nossa sociedades, é perfeitamente compreensível, e é verdadeiro, que as pessoas não saibam viver “sem Deus”. E, na minha modestíssima opinião, neste caso, “Deus” significa, na vida das pessoas, a vida que não são, o amor que não encontram, o saber que não têm, a justiça que não é feita, o bem-estar que não chega, a saúde perfeita ausente e, sobretudo, a esperança contra toda a esperança, quando chega a hora derradeira. Como se as pessoas dissessem a si mesmas que a luta pela vida não é em vão e que, se aqui chegamos, podemos ir mais longe, se não for pelo nosso poder, será pelo poder divino.
Esta é a raiz da fé, este é o verdadeiro chamamento divino, este é o mais humano e transcendente dos nossos sonhos.
Quremos preservar a identidade de que nos tornarmos construtores conscientes, nem que para isso tenhamos que “recorrer a todos os santos”!
Por isso vejo como muito boas todas as iniciativas, como esta das Unidade Pastorais, que alimentem e concretizem nem que seja apenas um pouquinho mais, a aspiração inata de mais vida, mais perfeição, mais saúde, mais amor, mais justiça, mais sabedoria. Em suma, mais Humanidade.
Os nossos encontros anuais no Sameiro-Falperra são um leve assomo, mas concreto e realizado, dessa mesmíssima aspiração. Na sua sabedoria, o povo diz que “grão-a-grão enche a galinha o papo". Pois é nos pequenos encontros como este que preservamos a nossa identidade. Sameiro-Falperra não é somente nostalgia do passado. Sobretudo tornou-se afirmação da nossa identidade completa, quando assumimos, ali juntos, o percurso das nossa vidas que um dia se cruzaram. À nossa maneira, somos uma “Unidade Pastoral”. E eu estou aí, em identidade inteira, sobrevoando o tempo ou comprimindo passado e persente, até fazer deles o meu presente vivo e verdadeiro. É quando a gente deixa de dizer “fui” e começa a dizer “sou”, que é o que interessa mais.

09 julho, 2012 09:24  
Anonymous Anónimo said...

Então Costa, não temos fotos do encontro do Sameiro?
Aqueles vídeos peideiros e desfocados que colocaram no Youtube, nem dá para ver em condições , as caretas afinadas que nem cordas de violino, depois de bem regadas as goelas, com o branco e tinto, bem bom...

09 julho, 2012 22:42  
Anonymous Anónimo said...

Sr anónimo,
enganou-se na caixa de comentários. O espaço para as fotos é noutra postagem. Aqui é o "Lugar da Palavra". Se não se importa, vá escrever disparates para outro lugar.

10 julho, 2012 13:59  
Anonymous Disparate said...

Sr. disparate
Afinal vs, não me disse onde podia ver os retratos, mas sim respondeu com um disparate, mais disparatado, fiquei a saber o mesmo...
Haja palavra!...

10 julho, 2012 16:33  
Blogger Augusto said...

É verdade que, deste encontro no Sameiro, ainda não foram publicadas fotos neste blog. Tal se deve ao facto de o gestor deste blog ainda não ter recebido quaisquer fotos para publicação. Logo que isso aconteça, nem que seja só daqui a um ano, elas serão aqui publicadas.
Grande abraço do augusto

10 julho, 2012 16:54  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado Augusto, na verdade quem é diferente e bom, entende todos, mesmo aqueles que parecem maus aos olhos dos bons cordeiros, quem sabe com pele de diabo.
Continuação de boa saúde, dentro do possível.
Um abraço e mais uma vez obrigado pela atenção e compreenção.

10 julho, 2012 21:52  
Anonymous Anónimo said...

Sr Disparate, quando o remeti para a outra postagem estava apenas a dizer-lhe que se quer comprar carne vá ao talho, pedindo na loja própria o que pretende comprar. Ou seja, mandei-o bater na porta ao lado, a certa. Se lá havia ou não a mercadoria pretendida, isso já não é comigo.
Como pode ver, esta conversa está fora do lugar, não é assim?
Posso dizer-lhe, com franqueza, que não gostei da sua expressão "vídeos peideiros", no mínimo despropositada.
Quando temos necessidade de satisfazer necessidades fisiológicas servimo-nos dos lugares apropriados e mantemos a compostura e retenção exigidas pela boa educação.
A expressão referida não tem mal nenhum em si mesma, mas soltada assim, fora do texto e do contexto, teve o mesmo efeito de um traque literário e inoportuno.
Até o Quim Barreiros é mais subtil...

11 julho, 2012 07:32  
Anonymous Anónimo said...

Comprar carne? Olha-me este filósofo que deve andar à procura de chouriça!. Vai-te catar moço e dá conselhos aos teus netos, porque os filhos devem ter mais juizo que tu.
Vai-te confessar e de penitência,reza quatro padre nossos bravos que verás como acalmas.
" Ate o Quim Barreiros... ", tomaras tu ser como ele, deves ter inveja do seu chapéu!...

11 julho, 2012 12:55  
Blogger Augusto said...

Quem desejar ver fotografias do encontro do Sameiro 2012, deverá irao facebook, entrar no grupo "Tertúlia Carmelita" , onde poderá ver as fotos publicadas pelo António Costa. Abraço. Augusto

11 julho, 2012 15:45  
Anonymous Mário Neiva said...

Começa a ser dificil...

Palavras como amor, amizade, solidariedade, compaixão, direitos, deveres, honestidade, verdade, cidadania e outras que pretendem traduzir o humanismo com que sonhamos, começam a queimar-nos a boca.
A informaçâo entra-nos pela casa dentro e com ela a desumanidade cada vez mais próxima de cada um de nós, como avalanche que leva tudo à frente.
Ontem mesmo soubemos de mais uma "troikada" austeritária, agora na vizinha Espanha, em que os espanhóis todos vão pagar os desvarios de uns tantos irresponsáveis banqueiros e gestores da finança.
Adormeci com pensamentos depressivos, depois que a minha filha mais nova, a trabalhar em Londres, me contou acerca de uma senhora portuguesa acabada de chegar de Portugal, onde deixara dois filhos pequenos e o marido,depois de ter perdido o emprego. Foi ela a aconseguir trabalho na Inglaterra e abalou para que os filhos não começassem a passar fome, pudessem continuar a estudar e a ter a vida normal e decente em que nasceram.
Vou conhecendo muitas mais situações dramáticas semelhantes, e a esta gente, que na sua esmagadora maioria viveu sempre apenas de salários entre o mínimo e o da média nacional de 900 euros, vêm os banqueiros e os seus acólitos chapar na cara que "viveram acima das suas possibilidades".
Enquanto isso, nem uma, repito, nem uma, das indecentes mordomias dos políticos reformados ou no activo são beliscadas, nem a vergonha das remunerações e incontáveis alcavalas dos gestores públicos incomodadas.
Eu sei que seriam "tostões" que não resolveriam o problema de fundo. Mas serviam como prova de boas intenções por parte dos governantes. Mas estes permanecem insensíveis e os deputados da AR tanto quanto eles, apesar da histeria das palavras com que nos pretendem enganar.
Hoje apetecia-me falar de justiça. Mas que justiça?

12 julho, 2012 10:25  
Anonymous Anónimo said...

Olha que aqui é só para rezar!... Pergunta ao sr. chouriça do talho que ele dá-te a resposta.

12 julho, 2012 10:49  
Blogger Augusto said...

já há fotos no blog, retiradas do youtube "aaacarmelitas"

12 julho, 2012 21:57  
Anonymous Américo Lino Vinhais said...

Boa noite

Efectivamente ainda não enviei ao Augusto as fotografias que tenho, desde sexta-feira dia 7 do mês em curso, para que ele continue a fazer o especial favor de as colocar neste blog, como sempre tem feito com celeridade. Só que ainda não me foi possível converter os ficheiros em formato adequado pois estou na minha terra natal e não tenho condições técnicas necessárias para o efeito.
No entanto, quem vive a associação e nela deposita confiança, já as possui desde sábado (recebi-as às 15,30 do dia 6 NA Trofa onde as fui buscar) pois, antes de me retirar para o Reino Maravilhoso, tive o cuidado de as remeter a todos quantos a direcção conhece o endereço. Alguns agradeceram expressamente o facto. Portanto, meus caros, dêem a conhecer o vosso endereço e estarão permanentemente informados.

Com consideração,
Américo Lino Vinhais

12 julho, 2012 22:01  
Anonymous Anónimo said...

Poucas vezes tenho coragem para escrever neste espaço. O seu conteúdo é, em grande parte, recorrente; nada de novo.
Não vejo aqui tratado o passado dos aaacarmelitas; notícias dos antigos colegas, nada. è uma tristeza absoluta.
Agora, se há quem goste de "teologar e filosofar", por vias que, à maior parte dos leitores, não interessam, então continuem até que isto seja um diálogo de mudos ou um monólogo de loucos...
Pensem e actualizem-se.

12 julho, 2012 22:06  
Anonymous Anónimo said...

Pois está claríssimo.
Antigos alunos, passaram, pela Falperra, ou Sameiro, um, dois, três, quatro,cinco, etc. anos e ao lerem tanta filosofia e teologia barata, até se escondem atrás do PC, porque infelizmente não puderam, ou não conseguiram ir mais longe e nem compreendem tanta " merdice "junta...
Como muito bem , este caro anónimo diz, tantos assuntos e brincadeiras daqueles velhos, tempos poderiam ser abordadas e partilhadas neste espaço, mas temos visto que apenas os catedráticos mandam postas de pescada, como se isso interessasse alguma coisa, num tempo tão conturbado e amarfanhado pela crise... Podiamos todos rir um pouco!...
Se aparece alguém a escrever uma graçola, para desopilar,ou desanubiar o ambiente carregado, saiem logo os fedorentos a atacar os anónimos que quanto mais picados, mais f...... ficam e sendo assim não saimos realmente deste diálogo de mudos, ou monólogo de loucos...
Se da forma que está, não funciona, porque não tentar outra campanha acessível a todos?!

12 julho, 2012 23:12  
Anonymous Mário Neiva said...

As crianças, o véu, a circuncisão, a excisão…

Li ontem que um tribunal regional de Colónia, na Alemanha, determinou a proibição da circuncisão em menores. Islâmicos e judeus ficaram furiosos e exigem o direito à liberdade religiosa consagrada na Constituição, recorrendo da decisão.
Lembrei-me da barbaridade praticada em certas regiões africanas onde se pratica a excisão do clítoris nas meninas, prática muito condenada pela generalidade das pessoas e, expressamente, pelos defensores dos direitos humanos.
Na minha opinião, as três práticas religiosas ou de costumes tradicionais, são variantes de uma mesma atitude que é a imposição de costumes ancestrais. Felizmente, ainda ninguém se lembrou de restaurar a antiga liturgia dos sacrifícios humanos às divindades para aplacar a sua cólera ou atrair a sua benevolência.
Estamos numa fase da evolução da história humana que tende a fazer sobrepor a dignidade da pessoa humana a todas as leis, usos e costumes, religiosos ou não religiosos, por mais “sagrados” que sejam considerados dentro das comunidades que os praticam.

Como este assunto da circuncisão e do véu tem a ver com práticas originadas no campo da religião, lembrei-me de Paulo de Tarso que considera tais práticas uma cedência à “escravidão da lei” em oposição à “liberdade do espirito” que brota da fé em Jesus Cristo. E quando ele pactua com tais práticas, fá-lo unicamente para conquistar os praticantes para a liberdade do “Senhor Jesus Cristo”, deixando bem claro que essas liturgias têm um valor menor e meramente transitório. Até a salvação do burro que cai ao poço deve prevalecer sobre a dignidade do sagrado sábado…
S.Paulo chega a ser terrivelmente severo e até irónico com aqueles que persistem na “lei sagrada” da circuncisão: “Que se façam mutilar de uma vez aqueles que vos inquietam (com a circuncisão)!” (Gálatas, 5, 12). Como que a dizer, “se gostam tanto dessa coisa da circuncisão, pois então cortem tudo de uma vez!” “Capem-se uns aos outros”…

Oh Paulo, então isso diz-se?

E agora reparem: passaram dois mil anos sobre estas palavras e ainda há quem ande à volta com historietas de véus e circuncisões sagradas? Onde pára a liberdade dos “filhos de Deus”?
Por estas e por outras me habituei a admirar S.Paulo. Não esqueço que esta sua pregação fazia-o correr tão grandes riscos como aqueles que correria hoje, se fosse pregar entre os islâmicos o ridículo da abstenção do consumo da carne de porco. E não se livrava da excomunhão católica , se fizesse a pastoral do sacerdócio das mulheres e do casamento dos padres!

Isto, ao fim de dois mil anos a ler sobre a “liberdade dos filhos de Deus” para os quais todas as leis foram feitas, mesmo as mais veneráveis, e não ao contrário…

13 julho, 2012 08:28  
Anonymous Mário Neiva said...

Já tinha o texto anterior preparado quando fui ler os desabafos dos anónimos. Só por isso surge agora este meu comentário, que será tâo curto quanto a consideraçâo que me merecem as suas "indirectas". Porque eu nâo vou fingir que sou o principal visado pelos anónimos.
Se nâo soubesse que este Lugar da Palavra é acompanhado diariamente por dezenas de leitores, há muito que teria desistido, porque ninguém gosta escrever para os peixes...Basta consultar as estatísticas do nosso blog.
Também têm chegado à minha caixa do correio manifestações de apreço e de estímulo para continuar.

Tal como os anónimos, também tenho pena que não venham outros assuntos para o Lugar da Palavra. Mas os anónimos bem que poderiam dar o exemplo e contribuir com alguma coisinha, para além, claro, das críticas que julguem dever fazer.

Nada me apraz mais que pegar num tema sugerido ou introduzido pelos meus colegas da AAA.

13 julho, 2012 08:47  
Anonymous Anónimo said...

Cheira-me que anda por aqui dedo do Jorge Dias...

14 julho, 2012 22:06  
Anonymous Mário Neiva said...

Não penso, como a anónimo anterior, que "por aqui anda o dedo do Jorge Dias". O Jorge afastou-se do blog e da Associação, como se tornou mais que evidente. E nem era costume dele aparecer como anónimo.

O reparo do anónimo das 22.06 de 12 de Julho é feito tanto a mim como à direcção da AAAcarmelitas, à qual compete trazer "notícias sobre antigos colegas".

Este anónimo das 22.06 parece ser um leitor assíduo do blog, como demonstra a sua crítica ao conteúdo "recorrente" do mesmo. Ora, é natural que, sendo eu o principal contribuinte do Lugar da Palavra, este acabe por reflectir os assuntos que me despertam interesse. E pode o anónimo das 22.06 ficar a saber que vou continuar a fazer o mesmo, até perceber que as "audiências" esmorecem, denunciando desinteresse.

Já agora, caro anónimo das 22.06, escreva aí por que razão "poucas vezes tem coragem para escrever neste espaço". Porque se sente inibido? Ou são condicionalismos de outra ordem?

Eu trouxe aqui, recorrentemente, o tema da ressurreição cristã. Este facto incomodou o anónimo das 22.06? Se assim foi, prepare-se para mais incómodos, porque a procissão ainda vai no adro.

Caro anónimo, eu interiorizei o "espirito" da ressurreição paulina, fazendo a releitura da fé de Paulo de Tarso neste nosso século XXI. E fi-lo de uma forma simples: onde Paulo fala de ressurreição como acontecimento de criação ( "nova criação" ) repentina e cataclísmica, eu leio transformação, no sentido de evolucionismo.
Repare no paralelismo: Paulo recupera o universo inteiro e integral, como recupera o homem na sua integralidade; o evolucionismo revela-nos o universo em desenvolvimento, onde o génio humano não só se tornou na consciência desse desenvolvimento como participa nele em crescendo de intensidade e consciência.
E nunca, como nos tempos que correm, o mistério de Deus se confundiu tanto com o mistério do homem e seu universo. Não sabemos onde acaba um e começa outro e já é claro que ciência, filosofia e teologia convergem na eterna demanda da inteligência humana: quem somos, donde viemos e para onde vamos.

Isto, sim, meu caro anónimo das 22.06, é tão recorrente hoje como era há dois mil anos e eu tenho todo o prazer em partilhar com os antigos colegas o meu deslumbramento por esta demanda dos homens de todos os tempos.

No fundo, é só levantar os olhos do chão, e fazê-lo sem perder o pé.

Esta perspectiva, que chamarei
de "evolucionismo universal", dá sentido à minha vida, fazendo-me acreditar que "não corro em vão". Tudo o que faço, e tudo o que todos fazemos e fizeram os nossos antepassados, integra-se num processo tão enigmático quanto arrebatador. E o discurso sobre "Deus" faz-se, necessariamente, no próprio interior deste processo e nunca "fora" dele, como se de outra realidade se tratasse.
Nada melhor que as palavras de Santo Agostinho para definir este posicionamento, quando afirma acerca de Deus, que ele é "interior intimo meo". Numa tradução livre: Deus é mais profundo em mim que eu a mim próprio.
Estas palavras serão complementadas por outras do mesmo genial pensador: "Fizeste-nos para ti, Senhor, e o nosso coração não tem sossego enquanto não repousar em ti".

Numa releitura actual deste pensamento agostiniano eu diria que nós estamos a evoluir para a divindade, entendida, claro está, como a perfeição em tudo.
Olhando à nossa volta, o contraste não podia ser maior com este sonho divino de perfeição. Mas as coisas não foram já muito piores?

Seja como for, é muito humnano e melhor termos uma esperança e um sonho do que não ter nem uma esperança nem um projecto de vida.

15 julho, 2012 09:00  
Anonymous Emídio Januário said...

Então ninguém se lembrou que ontem foi dia de Nª. Srª do Carmo?
Não vejo qualquer referência a esse facto, tão importante na vida da maioria de nós, comentado neste Blog.Eu lembrei-me, mas não tive oportunidade de vos lembrar.
O Jorge sempre foi cantar as vésperas à capela da Casa S. Nuno?
Um abraço.
EJ

17 julho, 2012 10:00  
Anonymous Emídio Januário said...

Então ninguém se lembrou que ontem foi dia de Nª. Srª do Carmo?
Não vejo qualquer referência a esse facto, tão importante na vida da maioria de nós, comentado neste Blog.Eu lembrei-me, mas não tive oportunidade de vos lembrar.
O Jorge sempre foi cantar as vésperas à capela da Casa S. Nuno?
Um abraço.
EJ

17 julho, 2012 10:00  
Anonymous Emídio Januário said...

Então ninguém se lembrou que ontem foi dia de Nª. Srª do Carmo?
Não vejo qualquer referência a esse facto, tão importante na vida da maioria de nós, comentado neste Blog.Eu lembrei-me, mas não tive oportunidade de vos lembrar.
O Jorge sempre foi cantar as vésperas à capela da Casa S. Nuno?
Um abraço.
EJ

17 julho, 2012 10:00  
Anonymous Emídio Januário said...

Então ninguém se lembrou que ontem foi dia de Nª. Srª do Carmo?
Não vejo qualquer referência a esse facto, tão importante na vida da maioria de nós, comentado neste Blog.Eu lembrei-me, mas não tive oportunidade de vos lembrar.
O Jorge sempre foi cantar as vésperas à capela da Casa S. Nuno?
Um abraço.
EJ

17 julho, 2012 10:00  
Anonymous Anónimo said...

Ainda dizem que o blog está morto! Só o Emidio mandou quatro de uma vez!

17 julho, 2012 11:40  
Anonymous Anónimo said...

E como o Emidio gosta de poesia, aqui ficam quadras do António Aleixo. Bem actuais, por sinal...

*Acho uma moral ruim
trazer o vulgo enganado:
mandarem fazer assim
e eles fazerem assado.

Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade.

Esses por quem não te interessas
produzem quanto consomes:
vivem das tuas promessas
ganhando o pão que tu comes.

Não me dêem mais desgostos
porque sei raciocinar...
Só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!

Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.

--

17 julho, 2012 11:41  
Anonymous Antonio Costa said...

"Carmelita por um dia, Carmelita para sempre".

Ontem, dia 16, como lembrou o Emidio, foi dia da padroeira dos Carmelitas; no proximo dia 20 e dia do Profeta Elias, inspirador da Ordem.E, na realidade, uma semana carmelitana por excelencia.
O desafio: E porque nao encerrarmos em cheio a semana dirigindo-nos ( os que puderem) a Falperra para tomarmos parte na celebraçao da Festa de Sta. Maria Madalena na Missa das 10 horas, que sera cantada por nos AAC???????????? Fomos e somos convidados!

17 julho, 2012 14:02  
Anonymous Mário Neiva said...

Ainda gostava de vos ouvir cantar o Hino de Santa Maria Madalena, "Jesus Agonizante". O Sá do Rio, que por um curto espaço de tempo dirigiu o nosso orfeão (!), detestava o hino, mas a gente ficava entusiasmada com o refrão a duas vozes de notas altas para soltar os pulmões. Dizia ele que parecia um vira minhoto a caminho do calvário, com tudo a "descondizer", numa música eufórica em palavras condoídas e ritmo desconcertantemente inapropriado.

"Oh Jesus agonizante,
perdoai-nos,
perdoai-nos,
Oh Jesus!"

Ficou uma saudade quentinha, de uma festa que nos prendia à Falperra, quando já todos suspirávamos pelas "férias grandes". Nem os jogos de futebol despertavam o mesmo fascinio. Era um tempo arrastado, desinteressante, quase enjoativo. Um verdadeiro "tem de ser", pelo compromisso que ligava o seminário à Confraria.
Era o tempo de todos os passeios, dos jogos depois do jantar e até ser noite.
Guardamos tudo, mas cada um terá seleccionado as suas memórias e manteve-as "online" até ao presente.

17 julho, 2012 14:36  
Anonymous Emídio Januário said...

... É verdade, colegas e amigos. Mandei 4 textos duma vez, como diz o nosso colega anónimo.
Mas perguntais vós: " E porquê, logo 4?"
E eu respondo-vos: " Também eu gostava de saber!!! Olhai: saíram sem ninguém mandar!... Acontece muitas vezes: uma pessoa quer mandar só um, mas saiem 3 ou 4, como foi agora!..."
Dia 20, dia de Stº. Elias, faz anos o meu colega Manuel Henrique Gomes, que esteve connosco no Sameiro. Nesse dia tenho que ir levar os meus netos, que tenho aqui comigo, a Lisboa, pelo que nem sequer devo cumprir o nosso ritual de fazer feriado no dia de anos de qualquer um do nosso grupo. Paciência. Mas não me esquecerei do Santo Elias e de todos os Carmelitas.
Quanto à festa de Stª Maria Madalena na Falperra, ligou-me o Casimiro a manifestar a vontade de ir, e a ver se eu, caso fosse, o poderia levar, já que ele tem dificuldades de condução. Infelizmente julgo que não poderei comparecer, já que nessa altura devo estar em Lisboa.
Caso alguém, daqui da zona, o possa levar. seria óptimo.
Por isso, tenham uma boa semana carmelita por excelência e que vos sintais felizes por regressar à Falperra para aquelas cerimónias que tanto nos dizem.
Já agora, um outro assunto que andava para escrever e que a avaria do meu computador me impediu de referir:

É para o Benjamim Fernando Almeida, para quem me dirijo daqui com conhecimento a todos:
- "Benjamim, li o teu livro "ANGOLA - O Conflito na Frente Leste" como quem devora algo de que se gosta, ou então algo de que gostamos pela surpresa. Confesso que o assunto está exposto num estilo de linguagem agradável, com palavras muito acessíveis como se de uma conversa entre amigos se tratasse.
Resumindo: gostei muito.
Fiquei a saber, pelo C.V. que está inserido, que foste autor de manuais de Fisico-Química. Isto alegrou-me muito já que o meu filho Duarte Nuno é autor e coordenados do manual do 7º ano "EXPLORA", este ano publicado pela "Porto Editora". Está já a fazer o manual para o 8º ano.

Abraços para todos

EJ

17 julho, 2012 14:43  
Anonymous Anónimo said...

Força D.Januário, não está só! Milhões de pobres e humildes que não teem voz, estão ao lado de V.Eminência!Cristo também expulsou os vendilhões do templo, mas infelizmente a igreja,salvo raras exceçõs, fica sempre ao lados dos poderosos e dos políticos corruptos, diabos, com bem disse e que conseguem, ser bem piores que os anteriores.
V. Eminência tem voz ativa, fale pelo povo, pobre e humilde contra estes abutres querem tudo rapinar.
Até o marcelo, fedorento comentador, consegue ser mais fascista do que foi o pai, no tempo do saudoso SALAZAR. Esse nem para ele soube roubar...Facista! Esse, comparado com estes é um santo que devemos venerar.
Chamar democracia a tão grande rapinanço da Nação, só de quem é mesmo burro e se deixa iludir por esta corja de saltearores.
AAAC, não gostam destas conversas aqui! Paciência, mas pode ser que o bispo de Beja também faça algo, ou diga o que pensa deste assalto vil e asqueroso que fazem à Nação.

18 julho, 2012 05:24  
Anonymous Manuel Bessa said...

Olá, amigos AAAC. Eu escrevi um pequeno comentário neste blogger no passado dia 16. Há duas coisas que eu sempre faço nesse dia: é lembrar-me e rezar a Nossa Senhora do Carmo e é ligar ao nosso amigo Adelino Miranda a dar-lhe os parabéns porque faz anos nesse dia. Acontece que, por ter poucos conhecimentos de informática, o dito comentário não foi editado. Agora queria dirigir-me directamente ao Mário Neiva: se realmente gostavas de ouvir o hino a Santa Maria Madalena (oh Jesus agonizante) terás que comparecer na Falperra no próximo domingo. Um grande abraço para todos.

18 julho, 2012 11:40  
Anonymous Mário Neiva said...

Meu caro Bessa, desta não estava à espera. Então vocês vão mesmo cantar o hino? Pois, amigo e companheiro Bessa, só se me for de todo impossivel é que perderei a oportunidade que me dão. Não sou um nostálgico do passado para o repetir como se a vida tivesse parado. Mas recordar, revivendo o que foi meu, é outra coisa. A nossa vida, a tua como a minha, é um "continuum" para as coisas boas tanto como para as menos boas.

A memória e a consciência fazem a ligação que é a nossa prova de vida.
É desse modo que aqui estamos, tu e eu, agora, juntando a vida toda no presente.
Um abraço
Mário

18 julho, 2012 15:30  
Anonymous Emídio Januário said...

Olá, Bessa.
Então o hino é já no domingo?
E eu a pensar que era no dia 27...
Faz-me um favor: manda-me uma fotocópia da partitura pelo correio.
EJ

18 julho, 2012 21:11  
Anonymous Mário Neiva said...

Ó Emidio, vais ensaiar sozinho? Olha que o hino é a duas vozes...

18 julho, 2012 22:00  
Anonymous Machado said...

Em defesa de D.Januário, repondo a verdade.

"O que o bispo D. Januário disse na TVI não foi, como clama o jornalismo de "soundbyte", que "este Governo é profundamente corrupto". Disse que "há jogos atrás da cortina, habilidades e corrupção, este Governo é profundamente corrupto nestas atitudes a que estamos a assistir". Há uma diferença essencial. E há uma desonestidade igualmente essencial quando se retiram da frase algumas palavras omitindo o resto.

Por coincidência, no mesmo dia o vice-presidente da Transparência Internacional afirmava que os envolvidos nas privatizações da EDP e da REN devem ser chamados a responder pelo que se terá passado "atrás da cortina". E, no dia anterior, fora noticiado que a PJ e o DCIAP fizeram buscas nos bancos ligados a essas privatizações, não decerto por estarem seguros de que tudo se terá passado sem as "habilidades" ou sem a "corrupção" de que fala o bispo.

A reacção do ministro Aguiar-Branco, tomando as dores dos "alguns" a quem D. Januário insistentemente se reporta, traiu-o: mandou o bispo escolher entre "ser bispo (...) e ser comentador político". O mesmo que Salazar queria que D. António Ferreira Gomes fizesse.

E imagino o que diria Aguiar-Branco se D. Januário também tivesse, como o bispo do Porto, condenado o "financismo 'à outrance'", o "economismo despótico", o "benefício dos grandes contra os pequenos", a "opressão dos pobres" e o "ciclo da miséria" hoje promovidos pelo Governo.» [Jornal de Negócios]

Autor:


Manuel António Pina

19 julho, 2012 07:52  
Anonymous Anónimo said...

"O país é pequeno, e não maior a gente que o habita".
"Isto dá vontade de morrer"

Alexandre Herculano.

"Apetece cantar e ninguém canta / Apetece gritar e ninguém grita..."

Miguel Torga

19 julho, 2012 07:56  
Anonymous Não sou dr da mula russa said...

Infelizmente, isto já não vai com cantigas e com gritos, só mesmo à bastonada,pedrada ou foguetada, porque esses cães graudos pilharam tudo e para reavermos o que nos pertence por direito, só matá-los, de mansinho e que ninguém dê por isso, senão estamos tramados e mal pagos.A justiça também é só deles...
O 25 de Abril , nunca me enganou, vi sempre os abutres a rapinarem tudo. Temos "liberdade ", mas de que serve, se temos de mandar os nossos filhos trabalharem para o estrangeiro, como no tempo de Salazar! Só que naquele tempo eram semi-analfabetos, mas agora são Doutores do nosso povo emigram. No país, só tem tacho, quem for dr. da mula russa e com muitos padrinhos e madrinhas.
Limpem as fisgas e onde eles passarem, com força para cima deles e quem sabe, se as forças armadas encontre um Zé do Telhado, para colocar no Governo e que roube aos ricos , para dar aos pobres. O país está nas lonas e hipotecado, por muitos e longos anos e querem estes FDP, calarem o nosso D.Januário. Apareçam uma dúzia como este e veremos se isto não dá uma volta em três tempos. Eu tenho fé e esperança nisso e quero ter o prazer de falar ainda neste Blog, destas lições doutrinais ministradas por SUA EMINÊNCIA DOM JANUÁRIO.
Força, bom discípulo de Jesus Cristo, o povo , pobre e humilde está com DOM JANUÁRIO, não desvaneça, porque estes cães, não estarão no poleiro por muito mais tempo.

19 julho, 2012 12:39  
Anonymous Anónimo said...

Ò Machado, parece-me que só nós é que aplaudimos o DOM JANUÁRIO. Ainda vamos presos, ou então expulsos cá do sítio, como acontecia nos velhos tempos da Falperra.

20 julho, 2012 23:44  
Anonymous Mário Neiva said...

Já todos repararam que neste "seminário" só entra e sai quem quer. Ninguém entra a contragosto e ninguém é expulso por pecados públicos ou privados...

Quanto a D.Januário, eu penso que exerceu o seu justo direito à indignação, perante os senhores, do governo ou fora dele, que andam a apregoar aos quatro ventos que os portugueses que ganham 500 euros por mês ou muito menos (e são mais de quatro milhões!!!) "andaram a viver acima das suas possibilidades".
Ou seja, responsabilizam-se os mais economicamente débeis pela austeridade que estão a impor, enquanto mantêm intactas todas as mordomias dos políticos no activo ou reformados, muitos com pensões vitalícias requeridas aos quarenta ou cinquenta e poucos anos de idade!!!

Estes senhores "da história dos portugueses que andaram a viver acima das suas possibilidades" nunca tocam nesta escandaleira vergonhosa. E se os meus caríssimos colegas já se deram conta, nenhum político, da extrema esquerda à extrema direita, belisca sequer esta vaca sagrada dos direitos que se atribuíram a si mesmos enquanto políticos no activo. Foram eles que fizeram as leis.

Mas foram lestos a quebrar todos compromissos e contratos que lhe deram jeito.

Face a este comportamento dos políticos, podia D.Januário deixar de manifestar a sua indignação? Fê-lo de modo intempestivo e violento?
E que dizer da violenta história da carochinha de que os portugueses remunerados a quinhentos euros "andaram a viver acima das suas possibilidades"?
Que dizer da violenta mentira de que os sacrifícios estão a ser repartidos por todos de forma equitativa, quando um político tem uma reforma vitalícia de dois ou três mil euros ao fim de uns tantos anos como deputado" , reforma essa que vai acumulando com uma data de tachos, muitos deles conseguidos por ter sido político?

Onde está a equidade dos sacrifícios, se a mim me retirarem 200 ou 300 euros por mês, enquanto um jovem é obrigado a desistir da universidade porque os pais não têm dinheiro para lhe custear os estudos? E eu não ganho uma pensão de deputado! Nem algo parecido! Mas reconheço que sacrificar a universidade de um jovem é imensamente mais injusto que me retirarem 300 euros por mês. Onde está a equidade na distribuição
dos sacrifícios?

Cortou-se às cegas, sem a mais leve preocupação de justiça verdadeira. Porque demorava mais tempo, dava mais trabalho e havia que incomodar as "vacas sagradas", precisamente aqueles que viveram de facto, ACIMA DAS POSSIBILIDADES DA ECONOMIA DO PAIS".

Com efeito não foram, de forma alguma, os remunerados a 500 euros que compraram carros topo de gama, fizeram férias nos destinos turísticos por esse mundo fora, construíram vivendas luxuosas e, sobretudo, desviaram para os paraísos fiscais biliões de euros.

Vacas sagradas, sim senhor, que os políticos reverenciam e adoram.

Acho muito bem que Januário use a violência do chicote da palavra contra esta idolatria. Diga-se de passagem, que o seu Mestre não foi tão brando, quando expulsou os "vendilhões do templo", juntando à palavra o “cavalo marinho” pelas costas abaixo da malandragem.

21 julho, 2012 07:39  
Anonymous Américo Lino Vinhais said...

Caríssimos colegas

Enquanto frequentamos o seminário na Falperra, mesmo depois de cumpridas todas as obrigações escolares, o mês de Julho acabava por ser um mês de férias praticamente perdido, pois era consumido em recreios aborrecidos e ensaios, muitos ensaios, para cumprirmos a nossa obrigação de cantar as missas às santas da confraria então senhoria do Seminário Missionário Carmelita (era assim que se chamava). Pelo meio havia uns jogos e umas festas por aquela vetusta mata de carvalhos, situada a Sul do campo de futebol!
Quem tem saudades desses tempos, tem agora a oportunidade de os reviver, quer ensaiando quer cantando a missa da festa de Santa Maria Madalena, que se realizará no próximo domingo, dia 22, na mesma igreja onde alguns de nós (muitos) cantamos centenas de missas. O ensaio começará às 9 e a missa às 10 h da manhã.
Vem reviver o passado connosco e aproveita mais esta oportunidade para reveres e abraçares colegas e amigos de outros tempos. Mesmo que não tenhas frequentado o seminário na Falperra, aparece pois certamente haverá amigos para rever e vida para recordar!.
Contamos contigo!

Um abraço.

A. Lino Vinhais

21 julho, 2012 12:30  
Anonymous Anto said...

Dia 22 e amanha, e todos os caminhos vao dar ao cimo da serra da Falperra... O tempo esta mesmo de feiçao, quentinho como convem neste mes de Julho! Vamos aparecer.Ate amanha....

21 julho, 2012 13:41  
Blogger Augusto said...

Por estas bandas não há censura. O caro anónimo deve estar enganado ou então estava a olhar para o espelho.

21 julho, 2012 20:19  
Anonymous Anónimo said...

Caro Augusto, sei que és e aliás sempre foste, um homem de bem e sobretudo amigo da paz , concórdia , amizade e por isso tens um batalhão de amigos que te estimam.
Quanto a olhar para o espelho, deixei de o fazer desde à muito por ser considerado o patinho feio cá do sítio. Alguém tinha de ser, calhou-me a mim... até ver, mas acho que não podemos ser todos bons rezadores, ou fingidos rezadores, para ficarmos bem no retrato, sem olharmos para o espelho do próximo que até pode ser o nosso retrato.
Um abraço com toda a consideração e estima.

21 julho, 2012 22:43  
Anonymous Mário Neiva said...

Nostalgia e Vida
Versus
Saudosismo e Revivalismo

À mesma hora que o grupo coral dos AAACarmelitas enchia o templo de Santa Maria Madalena com música, emoção e saudade, eu aguardava, na estação da CP, em Braga, a chegada do Alfa-Pendular das 10,23, que transportava o meu filho mais novo e a sua família angolana, a saber, a minha nora e os meus dois netos luandinos.
Esta ocasional coincidência impediu-me de estar presente na Falperra entre os meus queridos amigos da AAAC. Ainda telefonei, já em Braga, ao Amaro Alves, comunicando-lhe o impedimento e cumprindo também a minha promessa de telefonar-lhe sempre que passasse por Braga, para beber um copo ou tomar um café. Claro que desta vez não deu jeito nenhum, precisamente porque ele estava de partida para a Falperra...

Já li o relato do entusiasmo do Lino Vinhais com a actuação do grupo coral e a receptividade das pessoas presentes no Templo de Santa Maria Madalena. Imagino a boa surpresa do Lino e dos seus companheiros pela presença do Pe Comissário na presidência da Eucaristia. Fico feliz por todos vós.

Aquilo que vocês, elementos do grupo coral da AAAC, estão a realizar, não tem nada a ver com saudosismo oco, nem com o anacronismo dos revivalismos. Saudosismo e revivalismo seriam, por exemplo, fixar-nos no passado e tentar impor aos filhos as experiências de vida da nossa juventude, os nossos gostos musicais, o nosso modo de crer, de vestir, de brincar e até de aprender, como se o nossa história pessoal fosse toda a história do futuro.
A transmissão da experiência individual e colectiva foi de uma enorme importância, num tempo em que eram escassos e frágeis os meios para preservar as experiências de vida e o saber acumulado. Nesse tempo, a repetição dos rituais da vida era a melhor forma de assegurar a identidade das comunidades e transmitir conhecimentos adquiridos. Tudo isto mudou com o advento da era científica e o desenvolvimento tecnológico. Hoje, sabemos como redescobrir e preservar a nossa identidade passada, ao mesmo tempo que estamos cientes da evolução ao longo dos milénios. Esta ciência e consciência deu-nos a nítida ideia de que a nossa experiência é apenas "mais uma" e, sobretudo, “a nossa”, aceitando que a dos nossos antepassados e a dos nossos filhos e netos foi e será a "deles".
Tão simples como isto e, no entanto, marca a clara diferença entre saudosismos e revivalismos inconsequentes e paralisantes, por um lado, e a vitalidade exaltante das novas gerações com as suas novíssimas vivências e sensibilidades, em contextos que nós, quando crianças, nem podíamos imaginar.

É esta visão da História e da Vida que me faz amar tanto o passado quanto a dinâmica dos dias que vivemos. Tudo adquire uma surpreendente harmonia. Onde uns tantos "progressistas" dizem sentir "cheiro a mofo" quando, de facto, se recorda com saudade genuína o nosso passado, outros tantos e eu próprio sabemos que estamos a trazer à tona da vida as memórias das vivências preciosas de que somos fiéis depositários.

E, assim, de uma forma espontânea e verdadeira, nos vamos actualizando, fazendo-o, por vezes, com solenidades inventadas pela saudade e carinho que nascem no peito, como esta de cantar a "Missa das Dez" no Templo de Santa Maria Madalena.
Adorei, meus amigos cantores.

24 julho, 2012 08:47  
Blogger Augusto said...

Caríssimo anónimo, que comentou em 21 de Julho às 21h43, agradeço as tuas palavras. E, se tiveres curiosidade em conhecer um pouco da minha linha de pensamento, podes visitar: http://aacarmo.blogspot.com
Qualquer pessoa poderá aceder esse sítio e, lá, ir à ligação que aí eu coloquei, seguindo os passos necessários. Abraço ac

24 julho, 2012 12:32  
Anonymous Machado said...

«A EDP continua a rejeitar que existam, ou até que tenham existido, rendas excessivas. A haver, quem beneficiou com isso, foi o Estado, ou seja, os contribuintes. São dois os nomes que defendem esta posição: o presidente executivo da EDP, António Mexia, e o “chairman” da eléctrica, Eduardo Catroga.

Mexia e Catroga participaram, ontem, em dois programas de televisão ao mesmo tempo. O primeiro na RTP Informação, o segundo na TVI 24.

“Se existem rendas excessivas no sector eléctrico quem as capturou? Foi o Estado, ou seja, o conjunto dos contribuintes portugueses”, afirmou Eduardo Catroga, nomeado este ano como presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP. “Quem beneficiou foi o Estado que era accionista”, acrescentou.» [Jornal de Negócios]



É uma vergonha ver dois ex-ministros do governo de Portugal a tentarem defender os seus interesses contra o país e para isso conseguem arranjar duas entrevistas em órgãos de comunicação social que supostamente são independentes, pertencendo um deles ao Estado sendo pago pelos contribuintes.
E repare-se na afronta destes dois ex-governantes: estão a defender os interesses pesoais e os imteresses do governo do partido comunista chinês, contra os interesses do seu país e dos seus concidadãos.
D.Januário falou em "gangs" e falou bem.

25 julho, 2012 08:23  
Anonymous Pelo Dr. da Mula Russa said...

Cada vez mais, fico com a impressão que os partidos que a igreja católica apoia, PSD e CDS PP, são comandados e acolitados não só por "gangs", mas filhos que nunca conheceram a mãe. O próximo deles, é a barriga, prazeres, dinheiro , ganância e infelizmente não aparece uma boa alma caridosa que dê um tiro nos cornos desses FDP que desgraçam tanta gente...
Agora até tivemos a notícia do CS-presidente; membro da ex-pide. Vergonhoso, termos a comandar o país, tamanha escomalha...

25 julho, 2012 10:48  
Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo, olha que isso não agrada a esta gente fingida que bate com a mão no peito, para agradar à cambada de imbecis que deram cabo do país...

26 julho, 2012 21:54  
Anonymous Manuel Bessa said...

Olá, Jorge Dias! quero aqui manifestar a minha alegria pelo teu regresso ao nosso blog.Queremos continuar a desfrutar da tua participação tão sábia,actual e interessante. Não imaginas quanto me lembrei de ti,no passado domingo,dia 22,quando, no Templo de Santa Maria Madalena,começámos a preparar os canticos para a celebração da Eucaristia!Mas lá resolvemos e,eu acho,que muito bem.Não te deixes influenciar por esses anónimos que vagueiam por este blog.

26 julho, 2012 22:54  
Anonymous Anónimo said...

Até tu, amigo Bessa, vens zurrar contra os anónimos!Deixa os anónimos em paz e vai rezando, lá a santa madalena, ou s. cricalho, para ganhares o céu...
Acho que o Jorge Dias, não saíu por causa dos anónimos. Ele sabia lidar bem com eles...

27 julho, 2012 05:52  
Anonymous Mário Neiva said...

A doutrina se S.Paulo, do sacerdócio do Corpo Místico de Cristo -não de um qualquer "povo eleito" ou de uma qualquer "igreja"- mas da própria Humanidade, filha do "Novo Adão", está a ser muito mal considerada por uma alta individualidade do Vaticano:

"Gerhard Müller, nomeado recentemente perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), desvaloriza a discussão sobre a ordenação de mulheres, considerando que "ser sacerdote não significa ganhar uma posição".
Em entrevista dada quinta-feira ao "L'Osservatore Romano", o perfeito considera que o sacerdócio não deve ser visto como "uma espécie de posição de poder terreno e pensar que a emancipação apenas acontece quando todos a podem ocupar".
"A fé católica sabe que não somos nós a ditar as condições para admissão ao ministério sacerdotal e que, por detrás do ser sacerdotal, está sempre a vontade e o chamamento de Cristo", acrescentou.
Gerhard Müller, um dos mais diretos colaboradores do Papa, foi nomeado a 2 de julho para suceder ao cardeal William Levada à frente da CDF". (Expresso.Sapo.PT)

O sacerdócio universal dos "filhos de Deus" devia ser valorizado e não desvalorizado, sua eminência Gerhard Müller, que mais não seja, para acompanhar o "rítmo e o espírito do mundo" , que é o da paridade entre homem e mulher, verdadeiro sinal da presença do "Reino de Deus", onde "não há distinção entre homem e mulher, senhor e escravo, gentio e judeu"...

Deus não tem voz nem rosto: "quem me vê, vê o Pai";

Jesus Cristo não tem voz nem rosto: "aprouve a Deus revelar em mim (Paulo) o seu Filho";

Paulo não tem voz nem rosto: o rosto e a voz da presente Humanidade são o eco e realização da revelação de Paulo de Tarso, no exacto espirito e ritmo do mundo.

É só prestar atenção aos "sinais dos tempos".


Suas eminências querem continuar a meter na gaveta a mais sublime Humanidade proclamada por Paulo de Tarso, que ecoa profundamente nos evangelistas. E então queixam-se do "ritmo e do espírito do mundo", como se Deus tivesse outra voz e outro rosto que não o da própria Humanidade!

"Quem me vê, vê o Pai"...

Porque será tão dificil de entender ou aceitar?

28 julho, 2012 07:16  
Anonymous Anónimo said...

Porque em terra de cegos " quem tem olho é rei " e como dizia o da outra senhora, " convém manter o povo na ignorância ", para não arrebitar cachimbo. Agora, todo o mundo sabe que a igreja convem-lhe ficar sempre ao lado dos poderosos e papar lautos manjares e ter as mordomias que todos sabemos...Enquanto assim for, cantem e rezem, para ganharem o céu dos carrochos fedorentos, porque os pobres já vivem todos neste infermo, criado pelos ricos FDP.

28 julho, 2012 08:14  
Anonymous Machado said...

«O conselho de ministros espanhol aprovou hoje o projeto de lei da Transparência, Acesso à Informação Pública e Bom Governo que prevê a alteração do Código Penal, de modo a castigar com penas de prisão gestores públicos que prevariquem.

O Governo (espanhol) propõe que sejam aplicadas penas de prisão, de um a quatros anos, para quem falsear a contabilidade ou ocultar documentos e informação, que resultem em prejuízos para a entidade pública.» [Expresso]


Cá também falaram muito disso mas quando repararam que as leis não têm efeito retroactivo mudaram de ideias. Pudera! Se os outros não foram presos, porque deveríamos ser agora nós?

D.Januário sabe disto e muito mais, talvez pelos seus contactos nas Forças Armadas...

28 julho, 2012 08:24  
Anonymous Anónimo said...

O pecado do D. Januário - como de outros que gostam de mandar faladura - é que está muitas vezes calado e só fala quando "a intervenção política dele" descolora a intervenção política daqueles de quem não gosta....

29 julho, 2012 10:34  
Anonymous Anónimo Entre Anónimos said...

Os restantes bispos têm falado muito quando o colorido no governo é de outros tons. Em que ficamos?

29 julho, 2012 12:29  
Anonymous Anónimo said...

Não creio que a cor política deva interessar muito aos bispos e pelo que se tem visto quem interfere sempre com motivação política é D. Januário, pelo que se saúda a intervenção de D. Jorge Ortiga em que condena aquilo que os políticos ganham e não sabemos, sejam vermelhos ou azuis porque ganham todos o mesmo e todos têm a mesmas mordomias. Já D. Januário atira-se sempre aos mesmos governantes, atuais e não só, deixando de fora, como sempre deixou e continua a deixar, fazendo jus ao seu melhor epiteto de bispo vermelho, pois nunca se viu condenar, por exemplo, as malabarices do burguês magno, Mário Soares, afilhado Sócrates e companhia. Se fizer uma intervenção do tipo da de D. Jorge Ortiga, ninguém se incomoda e até se aplaude, mas prefere o ataque nada cristão sem nada provar e usando linguagem imprópria para um prelado.

29 julho, 2012 13:55  
Anonymous Anónimo said...

Olha-me este camafeu " nada cristão ", defender os pobres e desprotegidos, não é cristão???
Deves ser daqueles fascistas de meia tijela que andas atrás desses rapazolas do governo, para ver se esfolas também algum...Continua, pode ser que mudes de vespa, para bólide, rsrsrs, como o palhaço da segurança social.

29 julho, 2012 19:15  
Anonymous Anónimo said...

Bem, este não precisa de dizer qual é a cor da sua gabardina; no meu entender, deve ser avermelhada...

29 julho, 2012 23:07  
Anonymous Anónimo said...

provavelmente bispo...

29 julho, 2012 23:37  
Anonymous Mário Neiva said...

Paulo, Os Bispos,
Os Pobres E Os Ricos

S. Paulo, na II carta aos Coríntios, cita a sua "bíblia", o AT, para definir e resumir a atitude de ricos e pobres perante a perspectiva da chegada da Ressurreição (vou chamar assim ao "fim dos tempos", "segunda vinda", "dia do juizo", "fim do mundo"):

"Quem recolhera muito não teve excesso;
Quem recolhera pouco não sofreu penúria". (II Cor. 8, 15)

Associem estas palavras com que Paulo resume qual deve ser a atitude dos ricos e a expectativa dos pobres, à sua pregação inaudita de um evangelho em que a Humanidade se constitui como um CORPO, em que Jesus Cristo é a "cabeça" e os homens todos, os seus membros.
S. Paulo pulverizou a ideia de um povo "eleito", "privilegiado", "salvo em exclusividade" pela pertença a uma raça ou a um credo!

Quem não percebeu isto, lendo Paulo e os seus fiéis intérpretes que são os evangelistas, vai continuar enredado em disputas estéreis acerca da "salvação" da Humanidade.

Se forem ler o capítulo da carta aos Coríntios que acabo de citar, poderão constatar que Paulo fala mesmo de igualdade na distribuição dos recursos de cada um. Mas não esquecer que para S. Paulo o homem é um todo homogéneo, não fazendo qualquer sentido cuidar em prover de recursos "espirituais" sem prover de recursos "materiais" aqueles que deles necessitem.

E depois venham-me com essas discussões sobre a coloração dos bispos e dos governantes.

É urgente ler e reler Paulo de Tarso. Ele descobriu o "Corpo da Humanidade" há dois mil anos e os seus seguidores “cristãos” vieram a perder-se em discussões sobre quem seria o novo "Povo Eleito".
Como se Paulo de Tarso e os evangelistas não tivessem sido de uma clareza que até dói...

"Quem recolhera muito não teve excesso;
Quem recolhera pouco não sofreu penúria".

Claro que se pensarmos que o evangelho de Paulo se destina a salvar o espirito, vulgo "alma", este capítulo aos Coríntios vale zero para a nossa discussão presente!

30 julho, 2012 08:42  
Anonymous Anónimo said...

De palavras bonitas e merdas que tais, está o mundo cheio, queremos é dinheiro para comprar o essencial para dar de comer aos nosssos filhos. Falta emprego, falta tudo e voçês falam de barriga cheia seus fdp.

30 julho, 2012 21:33  
Anonymous Mário Neiva said...

Não faz "qualquer sentido cuidar em prover de recursos "espirituais" sem prover de recursos "materiais" aqueles que deles necessitaem". Estou a citar-me.

Que alternativas práticas tem encontrado o sr.anónimo (que não é fdp)para estas "palavras bonitas"?
Tem lutado na rua? Tem participado em reuniões de esclarecimento para a acção? Tem protestado ou feito atentados contra os governantes corruptos ou indiferentes à desgraça alheia? Tem-se limitado a cumprir, certinho, o seu dever, deixando correr as coisas? Tem ficado sentado à espera que os outros tomem a iniciativa? E que iniciativa?

Ou toda a sua acção se resume a chamar aos outros fdp?

Veja bem. Que falta dinheiro e emprego já todos sabemos há muito. O que faz falta é estruturar as nossas sociedades com base em princípios como os que citei de S.Paulo e a primeira coisa a fazer é divulgá-los, apelando à inteligência das pessoas.

Mas se acha que existe outra forma diga qual é e, já agora, o que tem feito para a fazer avançar.

Se não fez ou não faz mais nada além de mandar estas "bocas", serei levado a pensar que não passa de um "caga lérias".

31 julho, 2012 08:14  
Anonymous Anónimo said...

Lérias cagas tu a pregar para os peixinhos que nem resposta te dão. Vai lá atrás do paulo, a ver se ganhas um grosso...

31 julho, 2012 19:59  
Anonymous Anónimo said...

Qual terá sido a escola onde aprendestes a expressar-te de uma forma tão deselegante e ordinária? Procura corrigir que ainda vais a tempo. A raiva e o ódio matam que se fartam. Mais ainda que o sheltox.

31 julho, 2012 21:28  
Anonymous Anónimo said...

Realmente, é muito grosseiro e ordinário este anónimo.
Na palavra, deve recisar depimenta na língua e na escrita precisa apenas de saber respeitar os outros; não custa muito.
Ainda por cima, há manuais de educação que muito podem ajudar.
EDUCA-TE, homem...
Ser anónimo desta maneira desrespeita-te e não consegue ofender... como pensas.

31 julho, 2012 23:47  
Anonymous Anónimo said...

Suas bestas, baixaram ao nível dos anónimos! Digam quem são e vão educar os vossos que certamente devem precisar. Parvalhões, por isso o meu amigo, Jorge Dias, deixou esta bodega...

01 agosto, 2012 00:54  
Anonymous Mário Neiva said...

Este anónimo da linguagem insultuosa e que repetidamente invoca o S.Jorge não deveria merecer doravante a nossa atenção. Por mim, nâo lhe vou responder mais. Até pode ser que acalme. Fico a pensar nos desgostos que deve ter sofrido ao longo da vida, para surgir aqui tão cheio de raiva e insensatez.

01 agosto, 2012 08:56  
Anonymous Anónimo said...

Como se fosses tão importante e eu me interessasse alguma coisa com isso...
Cresce e aparece.

02 agosto, 2012 09:01  
Anonymous Anónimo said...

O tal anónimo - inglória excepção aos anónimos - já não tem cura. Em miúdo - não sei se já é GRANDE - deve ter bebido a poção dos incapazes da sociedade e, por muitas voltas que dê ao texto, esbarra sempre com a incapacidade própria de se corrigir. Acontece muito aos infelizes da sociedade...

02 agosto, 2012 20:31  
Anonymous Anónimo said...

Infeliz deves ser tu, sua grande besta.Incapaz foi quem te talhou as orelhas, mas pelo menos servem para enxotares as moscas que não te largam o fundo da espinhela.Vai-te cuidar, macaco infeliz que usas o anonimato, quando te dá jeito, para seres o GRANDE suino, a foçinhar os calcanhares dos anónimos.
Se não me engano também deves ser "dr. da mula russa", com essa filosofia de caganeira.

02 agosto, 2012 23:52  
Anonymous Mário Neiva said...

Só por defesa da honra venho responder a este anónimo malcriado.
Não "me deu jeito" nenhum, senhor anónimo, esconder-me sob o anonimato de quem escreveu a 02 Agosto, 2012 20.31. O senhor deve ter reparado na escrita irrepreensivel desse anónimo e julgou que fosse eu encapotado. Pela amostra, esse anónimo das 20.31 parece dominar a lingua lusa bem melhor que eu.

Fico a pensar comigo na baixeza a que o senhor chegou, senhor anónimo. Você insulta-me, conhecendo-me do seminário. Portanto, sabe muito bem quem ofende e eu fico sem saber quem o senhor é. Pode, muito bem, cruzar-se comigo ou até sentar-se comigo à mesa num convívio do Sameiro, tratando-me como amigo.
Como um perfeito judas.
O outro, o bíblico, foi "mais homem": deu a cara.

03 agosto, 2012 08:09  
Anonymous Anónimo said...

Duvido que o tal anónimo tenha sido educado no Seminário Carmelita. Melhor, duvido que tenha sido educado em algum sítio, pois aquilo que ele sabe demonstrar, de maneira exímia, é que não tem educação.
Como está sempre a falar em porcos e quejandos, se clhar a sua sala de aula teve muito a ver com tais elementos...
É tão bonito o respeito pelos outros, mesmo sob a capa do anonimato...

03 agosto, 2012 08:58  
Anonymous Anónimo said...

Concordo plenamente com tudo o que contraiamente rege a boa educação, mas como os asnos respondem com a mesma moeda, só com a diferença que utilizam palavras da qualidade das dos governantes, julgam-se inteletuais (não sairam do povo que jamais ordena), certamente com canudos de quatro cadeiras, mas podres e com caruncho.
Quanto ao Judas, deixa o homem em paz, nem sabes se ele existiu. O que mais há, são Judas por esse Portugal fora e até aqui.
Tu ò macaquinho, se foste educado no seminário, não parece, porque meteste o foçinho , onde não eras chamado, por isso o teu lugar é debaixo de um chaparro a mascar bolota, com o compadre cá te espero...
Penso que ninguém precisa de acólitos, para vender aqui, a banha da cobra e de muito menos da tua refinada educação de pato bravo.
Olha-me esses esses gajos todos bem educados e cheios de bénias (governo), as tropelias que fazem, até deixarem o povo a dizer a toda a hora que grandes fdp ( e muito mais), são esses os mal educados? Vai rezar e dar bons conselhos aos teus netos se os tiveres, porque os filhos já devem ser grandes e nem ligam para as tuas rezaduras de bom samaritano.

03 agosto, 2012 11:39  
Anonymous Anónimo said...

Os anónimos, davam jeito, quando era para atacar o ilustre DR. JORGE DIAS, agora são uns sacanas...

03 agosto, 2012 12:07  
Anonymous Mário Neiva said...

No dia de ontem estive na vetusta e belíssima igreja matriz de Ponte de Lima, acompanhando a minha mulher na missa das 18.30.

À homilia tive de ouvir as interpretações laterais às leituras do Antigo e Novo Testamento.
O principal da mensagem ficou por anunciar.

Como em quase todas as "liturgias da palavra", lá está a leitura de S.Paulo. Desta feita, aos Efésios.

Muitas vezes falei do "homem novo" de Paulo de Tarso e há poucos dias referi o CORPO que resulta da congregação de todos os "homens novos" que é a Humanidade destinada à Ressurreição. Recordo os termos em que o fiz:

"Associem estas palavras com que Paulo resume qual deve ser a atitude dos ricos e a expectativa dos pobres, à sua pregação inaudita de um evangelho em que a Humanidade se constitui como um CORPO, no qual Jesus Cristo é a "cabeça" e os homens todos, os seus membros.
S. Paulo pulverizou a ideia de um povo "eleito", "privilegiado", "salvo em exclusividade" pela pertença a uma raça ou a um credo!"

Destaco agora o último parágrafo, que compara com a instrução geral aos sacerdotes para a lição a tirar das leituras litúrgicas do dia:

"Jesus Cristo, o Filho de Deus, ao fazer-Se homem, fez aparecer sobre a terra o que S. Paulo chamou o “homem novo”. Ele é a Cabeça de um Corpo novo, do qual os cristãos se tornam membros pela fé e pelo Baptismo. Ele é agora o padrão por onde os outros homens poderão aferir a sua existência e a sua vida. A vida dos cristãos é também agora a vida deste Corpo místico, a vida de Cristo vivida pelos seus membros. Vida nova requer nova maneira de a viver!"

Aparentemente, os dois textos dizem a mesma coisa. Porém, a mensagem que passa poderá ser bem diferente.
Eu afirmo que a Humanidade, em S.Paulo, é em si mesma e sempre foi o CORPO de CRISTO. A fé não é mais que a tomada de consciência desta realidade de sempre.

O texto interpretativo que citei, bem ao contrário, fala de um "Corpo Místico" de que Cristo é a Cabeça e do qual "os cristãos se tornam membros pela fé e pelo Baptismo".

Cá temos a "pertença a um credo" como condição da pertença ao "Corpo de Cristo"!

Como se o sacerdote estivesse a pregar, e na igreja matriz de Ponte de Lima, ontem, pregou mesmo, que a pertença ao Corpo da Humanidade não é exactamente a mesma coisa que a pertença ao Corpo de Cristo!!!

"Filipe, quem me vê, vê o Pai".
"Tive fome, andava nu, estava preso, estava doente...e não me socorreste"!

Não adianta apresentar-se, no "dia do juizo", com as credenciais da fé e do baptismo da pertença a um Corpo Místico que não seja o próprio corpo da humanidade sofredora, em permanente caminhada. No calvário, há dois mil anos; na luta pelo nosso pão e pela nossa excelsa dignidade, nos dias que correm.

Porque será tão difícil uma leitura que parece tão fácil?

06 agosto, 2012 07:46  
Anonymous Américo Lino Vinhais said...

Caríssimos colegas
Tenho que confessar que foi com algum espanto que caíram no meu endereço pessoal de correio electrónico algumas mensagens sobre o cancelamento da missa em Vila Real, apontando para um quase dever de ali irmos cantar graciosamente.
Posteriormente, acedi ao e-mail da associação e verifiquei que, a par daquelas, havia outras mensagens que apelam ou, pelo menos, insistem no assunto.
Sobre o assunto cumpre-me informar o seguinte:
1. A AAACARMELITAS continua a ser uma associação sem fins lucrativos.
2. No entanto, parece-me legítimo impor uma espécie de taxa moderadora sobre as actuações do Grupo Coral de Antigos Alunos do Seminário da Ordem do Carmo em Portugal, do qual faço parte, mas que não integra ainda a AAACARMELITAS que, no entanto, tem ajudado na sua formação (€ 20,00 para a compra de pastas) e na sua divulgação;
3. Em momento algum, que me lembre, foi aprovada a sua integração na estrutura da AAACARMELITAS pelo que é intenção da direcção levar o assunto à próxima assembleia geral para votação da sua integração ou não, decidindo-se assim se será o CORO DOS ANTIGOS ALUNOS ou continuará a ser UM CORO DE ANTIGOS ALUNOS.
4. O acerto da ida a Vila Real com um maestro e que incluía uma compensação foi decisão de alguns ex-alunos que acordaram também doá-la à AAACARMELITAS.
5. Enquanto antigo aluno ou presidente da AAACARMELITAS nenhum fim mercantilista tem movido a minha actuação, mas não deixo de afirmar que neste último ano e meio entre compromissos com a AAACARMELITAS e a UASP percorri já vários milhares de quilómetros, com outras despesas associadas, portanto não seria essa ida a Vila Real que me impediria de ali me deslocar que, aliás, tencionava fazer no meu próprio carro, embora a deslocação estivesse garantida a partir de V.N. de Famalicão pelo agente.
6. Está claro se a minha situação pessoal permite estes devaneios, não me parece que alguém os possa querer impor a uma dúzia de ex-alunos, pondo-os à disposição de qualquer comissão de festas ou qualquer outra entidade de uma forma gratuita todos os dias da sua vida!
7. Reparem que não é quimera embora revista algum exagero o que afirmo em 6! Pois, conhecendo-se a qualidade de alguns dos membros do grupo que recentemente cantou em Santa Maria Madalena, não faltariam comissões de festas e outras entidades a querer que o coro os presenteasse com uma actuação! Todos os dias, onde quer que fosse! Todos somos ricos e podemos deslocar-nos dezenas de quilómetros para ensaios e actuações que a Divina Providência nos há-de compensar! Não esqueçam que nenhum dos habituais componentes reside na mesma localidade! Alguns distam mesmo mais de oitenta quilómetros! Haja bom senso meus senhores!
Continua

06 agosto, 2012 17:20  
Anonymous Américo Lino Vinhais said...

8. Por mim continua válida a disponibilidade para aceder gratuitamente a todas as chamadas com cariz carmelita ou onde a Ordem tenha interesses directos. Estou também disponível para analisar qualquer proposta de canto em conjunto com os meus colegas, mas estou indisponível para compromissos regulares e que envolvam grandes deslocações, por incompatíveis com a situação económica financeira da maioria dos seus membros!
9. É por isso que se impõe uma espécie de taxa moderadora que nos permita selecionar destinos e que os membros da AAACARMELITAS, de motu próprio, decidiram que seria receita da sua Associação.
10. Está claro que este contexto favoreceria uma ambição pessoal que consiste em isentar todos os AAACARMELITAS do pagamento de qualquer quota e passasse a funcionar apenas com donativos e receitas do Grupo Coral que espero venha a fazer parte integrante da Associação.
11. Não tenho qualquer dúvida que é a taxa anual que impede que muitos venham até nós, pois se se atrasam um ou dois anos, já não é só o custo do almoço e, em vez de quinze euros, teriam que pagar mais 30 ou 40 de quotas! Já custa!
12. Não me admira por isso que se façam grandes concentrações de ex-militares pois a única coisa que vão pagar é o próprio consumo, sem anuidades associadas. Parece-me que poderíamos funcionar assim, mas não é consensual. É um sonho!
13. Poderia continuar argumentando com a situação económica da AAACARMELITAS que tem cada vez menos sócios pagadores e dos motivos que têm originado os saldos finais, mas ficará para outra ocasião, AGRADECENDO CONTUDO NESTE CONTEXTO A ALGUNS EX-ALUNOS QUE, EM CADA ANO MULTIPLICAM O VALOR BASE DA QUOTA VÁRIAS VEZES.

Saudações Carmelitanas

Américo Lino Vinhais
Presidente da Direcção

06 agosto, 2012 17:22  
Anonymous Anónimo said...

Tens razão , caro Américo Vinhais. É muito bonito falar, mas entrar com o carcanlhol, é mais complicado.
Dado e arregaçado, só por amor e mesmo assim é preciso que haja aquilo com que se mercam os melões.
Vamos indo e vendo, porque essa Direção, já deu provas que não vai deixar triste o amigo AUGUSTO, por falta de empenho e boa vontade.
BEM HAJAM e continuem...

07 agosto, 2012 06:52  
Blogger Anonimus said...

Existem muitas pessoas que são “especialistas” na desagradável arte de “engolir sapos”. Alguém poderá dizer que as rãs são mais saborosas. Até concordo, mas não estou a dizer engolir sapos no exacto sentido da palavra, mesmo porque é exactamente pelo facto desse bichinho ter um aspecto tão repulsivo, e possivelmente ter um sabor extremamente desagradável, é o que se costuma dizer “engolir sapos”, quando, por razões diversas, somos obrigados a ouvir coisas que não nos agradam, e não podemos responder.
Obviamente essa atitude fere a sensibilidade de qualquer pessoa, pois não é nada simpático, termos que contrariar a nossa vontade que, por vezes é mandar quem está falar e, possivelmente o resto do mundo para lugares pouco recomendáveis, e por certas contingências da vida somos obrigados a concordar, e a ceder, abdicando da nossa vontade, em nome da chamada “boa educação”, o politicamente correcto...
O perigo reside no facto de que tantas vezes, durante muito tempo, violentamos os nossos próprios desejos, cedemos tanto às necessidades dos outros, que começamos a acumular mágoas no nosso interior, e um dia explodimos. E, ao explodir, poderemos magoar pessoas que não chegam a ter tanta culpa pelas nossas frustrações, pois acabamos por atingir quem está por perto quando da explosão, e quase sempre não são os verdadeiros causadores.
Essas mágoas, muitas vezes vêm de longe, e vão se acumulando aos poucos, formando uma represa. Quando a barreira cede, a inundação varre tudo.
Por vezes, chegamos a desmarcar consultas médicas já marcadas há algum tempo, para atender uma necessidade de outrem. E isso vai nos aborrecendo.
Em conversa com um médico amigo, dum clínico de medicina geral muito bem conceituado, ouvi o seguinte:
“As pessoas não devem engolir sapos, pois é uma das maiores causas de distúrbios gástricos (mesmo que não seja no sentido real da palavra...). E mesmo stres.”
Entre um copito e outro, argumentei que nem sempre podemos deixar de saborear os batráquios em questão, pois nem sempre podemos dizer ao eventual interlocutor, o que realmente pensamos, seja por questões de educação, seja por interesse, seja por algum receio, seja por qualquer razão. Foi então que ele me falou da fórmula mágica. Vejam a simplicidade da sua explicação: “a solução, meu amigo, é começar a falar sozinho... Ao invés de simplesmente ficar a remoer no pensamento as coisas que gostaria de dizer, assim que ficar sozinho, desabafe, fale em voz alta, como se àquela pessoa estivesse ali, tudo o que lhe vier à cabeça. Solte os cachorros todos. Se for o caso esmurra o travesseiro, o banco do carro, o que tiver de macio ao alcance da mão. O que não se deve fazer é guardar as coisas dentro de si. Essa terapia poderá tirar o emprego a muitos psicólogos, mas se for bem feita, resolve muitos problemas, principalmente os gástricos. Já fiz essa experiência com diversos pacientes impacientes, e eles ficaram mais pacientes..."
É o tipo de tratamento que não custa nada e, como se costuma dizer, “se não mata, engorda...”...

07 agosto, 2012 23:21  
Blogger Anonimus said...

...Como na vida quase sempre nos vemos nessa desagradável contingência de incluir esse bichinho no cardápio, não custa nada aplicar a “terapia do berro”. Após a “refeição”, no mesmo instante em que ficarmos sós, é só se concentrar na pessoa que nos irritou, e, imaginar ter a soturna figura na frente, dizermos tudo aquilo que está entalado na nossa garganta, e não pudemos dizer-lhe ao vivo e a cores. Mas falar mesmo, se for o caso, gritar em altos brados. Nada de sussurros românticos. Gritar mesmo. Dizer tudo o que nos vier à cabeça.
Acreditem, é uma excelente terapia para esses casos.
Assim fazendo, descarregamos as frustrações interiores. É um desabafo que não irá magoar ninguém. Podemos dizer tudo o que queremos, e não teremos reação nenhuma.
E se alguém, que eventualmente assista a essa explosão, perguntar se está doido... Engula mais essa, e desabafe depois...
Em apoio a essa terapia, é bom lembrar que no Japão algo semelhante é muito usado, pois nas grandes firmas japonesas, existe uma sala com um boneco a representar o Diretor da firma, e os funcionários podem fechar-se nessa sala, e fazer o que querem com o boneco, menos destruí-lo, para não aumentar o prejuízo...
Bem, e se por acaso tiverem algo a dizer em detrimento a quem sempre vos deseja um bom dia, podem faze-lo, teclando o que quiserem, mas com o PC desligado...

07 agosto, 2012 23:21  
Anonymous Mário Neiva said...

Muito sensato, este FMF.
Há uns tempos atrás, viajava de Viseu para Balugães-Barcelos e, em plena A 28, fui acometido de uma soneira insuportável. Facilitara, nâo fazendo a paragem habitual na Estação de Serviço em Antuã para tomar um cafezinho. Nâo podia parar. Não podia adormecer. Mas podia gritar a plenos pulmões e dizer todos os palavrões possiveis e imaginários, até perder o sono. Safei-me.
Acrescentem esta, à terapia proposta pelo médico do FMF. Mas pode haver outras.

E cuidem que as insólitas terapias não sejam teledifundidas.

08 agosto, 2012 07:17  
Anonymous Mário Neiva said...


DA PALAVRA e do PÃO.

Está pendurada na parede do Santuário da Senhora Aparecida de Balugães, que funciona como igreja paroquial, uma foto de grandes dimensões do Papa João Paulo II, legendada com a máxima: "O peregrino vive da Palavra".

A mesma frase aparece a encimar o palco onde decorreu a solene missa campal de 15 de Agosto, dia festivo da Assunção e da Senhora Aparecida de Balugães, presidida pelo bispo auxiliar de Braga.

Fiquei a pensar no tema tenho andado a tratar nos últimos comentários, acerca da "palavra para o espirito e do pão para o corpo", a proposta central da Eucaristia e do Evangelho da Ressurreição. Por outras palavras, a "salvação" do homem inteiro, em perspectiva de comunhão e transformação completa, até à ressurreição do espirito e do corpo.
A Igreja Católica chama a esta realidade vivida na esperança e já em realização, muito apropriadamente, o CORPO MISTICO.

Alguém me há-de explicar como pode o CORPO MISTICO "viver da palavra", como é sugerido naquela frase que parece ignorar a necessidade " do pão e da bebida" para o CORPO da HUMANIDADE, como se o CORPO MISTICO fosse outra realidade que não o CORPO da HUMANIDADE que vive na "esperança da ressurreição".

Persistentemente, tudo se faz e tudo se diz para fazer esquecer que o homem é corpo e espirito e que a unidade de ambos é destinada, no evangelho cristão, à ressurreição/transformação.

Seria realmente evangélico, profundamente significativo e apelativo, escrever: o peregrino vive do pão e da palavra.

Se qualquer igreja cristã não for portadora desta mensagem para o homem integral é porque desistiu, simplesmente, do caminho estreito da "Justiça de Deus".

E porque escolheu o caminho fácil, largo e ilusório de que um espirito não precisa de comer e de beber. Um espirito pode não precisar, mas o HOMEM não vive só da palavra, como também não vive só do pão.

Tão simples, tão verdadeiro e tão difícil de pôr em prática.

Porque será?

19 agosto, 2012 08:35  
Anonymous Mário Neiva said...

Da Minha Correspondência

Muitas vezes respondo a emails de amigos e companheiros que me reportam notícias, acontecimentos ou pensamentos, que aproveito para comentar.
Omitindo os nomes dos meus amigos interlocutores, vou partilhar convosco, no LUGAR DA PALAVRA, os comentários que alguns dos emails me suscitam.

Já me havia chegado anteriormente um vídeo sobre a "misteriosa escada" da Igreja do Loreto, lá nas américas. Agora veio de novo e com um comentário de espanto de um companheiro e amigo da AAA.
Em resumo, a lenda diz-nos que um misterioso carpinteiro construiu em tempo "record" uma escada, em caracol, "impossivel", sem cola nem pregos e com madeiras alienígenas. A ciência da carpintaria não conseguirá explicar como a escada adquiriu e mantem a sustentação. Vão lá e vejam com os próprios olhos esta misteriosa escada...

Conclusão: trata-se de um verdadeiro milagre, de um "divino" carpinteiro, que não pode ser outro senão S.José.

Creio que, com tal publicidade, há muito este templo da "Escada de Loreto" foi integrado no roteiro do turismo religioso.

O meu comentário dirigido ao amigo da AAA:

"Uma das primeiras coisas que aprendi na exegese bíblica foi que Deus não faz milagres para se exibir. A recusa de um tal procedimento está bem ilustrada na famosa narrativa das Tentações de Jesus. "Converte estas pedras em pão" ; "atira-te daqui abaixo"...

O "diabo" pode fazer vergar a frágil e crédula humanidade com a demonstração dos seus poderes. Mas os caminhos da fé do Evangelho são a adesão amorosa e totalmente livre. Por isso mesmo, também os homens são plenamente responsáveis nas suas respostas ao apelo/convite de Deus ou à sua recusa.
Não existe segunda via ou alternativa a esta teologia e a esta fé cristãs, a não ser a ignorância ou crendice popular, com tudo o que acarreta de ilusão, manipulação, absurdo e mentira.

Neste caso, sugere-se a violação, pelo Criador, das suas próprias leis divinas, as quais vêm traduzidas neste universo que vamos conhecendo, e fá-lo-ia com a intenção de vergar a nossa razão e inteligência, como que exercendo chantagem sobre a nossa fragilidade e limitação naturais.
Se estes "milagres" fossem manifestação do "poder divino", ninguém iria entender por que motivo o mesmo Deus dos Milagres não usa os seus poderes a toda a hora e momento para evitar a hecatombe de vidas inocentes ceifadas em cada dia da história humana.

Pior ainda é a palavra daqueles que consideram tal hecatombe uma forma de Deus colocar à prova a nossa fé! Imagina-te a chacinar os teus próprios e inocentes filhos para demonstrar o teu poder ou obrigar os outros a acreditar nas tuas revelações e desígnios!

Há crentes, e são tantos e tantos, que fazem de Deus o pior dos monstros.
Felizmente, perdi essa fé.

Mistérios? O maior e autêntico é o da minha própria vida e do universo que a cria a cada instante.

Tudo o que de muito bom aprendi em filosofia e teologia há-de servir para desmascarar crendices como esta da escada da Capela de Loreto.
Às vezes penso que faço disto uma missão, procurando demonstrar a mim mesmo e aos outros que não foi em vão que a Ordem Carmelita me proporcionou a riqueza sem preço da cultura. Poderei dizer, sem hesitar, que a Ordem me fez crescer como homem "em espírito e em verdade". Já disse aqui e repito que ela é credora de toda a minha gratidão. Por isto e muito mais".

Um abraço
Mário



25 agosto, 2012 15:16  
Anonymous Mário Neiva said...

Da Minha Correspodência

"Às vezes penso que te chateaste comigo, por qualquer coisa menos justa que te tenha escrito ou que tenhas entendido como tal; porque nunca mais me "dirigiste a palavra". Felizmente, conservaste o meu endereço electrónico e tens-me enviado, religiosamente, os textos do Marinho e Pinto, homem que considero corajoso e íntegro. Este que acabas de me fazer chegar é uma verdadeira pérola.

Tenho passeado muito na praia aqui ao pé de casa (10 km), muito bem acompanhado, nos largos kms do areal que vai do Cabedelo até Castelo de Neiva (Viana do Castelo), pela minha mulher, que adora caminhar. Nunca nos deitamos na areia. Claro que reparamos nas "barriguinhas" e fazemos caminhadas para obviar, em nós, o mal dos quarentões para cima. Temo-nos aguentado menos mal.

Ocorreu-me falar-te destes passeios ao ler a crónica que me enviaste do Marinho e Pinto sobre os seus passeios de férias nas parais do Rio de Janeiro. Foi uma agradabilíssima surpresa ler hoje o Marinho e Pinto. Fiquei a conhecê-lo melhor, não tenho dúvida, porque ele escreve para revelar o que lhe vai na alma e não para exibição livresca, seja lá com que finalidade enviesada. É frontal em tudo.

E, no entanto, se eu o pudesse apanhar em "tertúlia de criar barriga", teria de dizer-lhe que discordava totalmente dele no último parágrafo:


"Levantei-me, deitei um olhar de desprezo para aqueles corpos que agora me pareciam imagens fátuas da frivolidade e fui para o hotel ler uma velha antologia poética de Ezra Pound".

27 agosto, 2012 23:26  
Anonymous Mário Neiva said...


(Continuação)


Depois que conheci a trilogia extraordinária de António Damásio "O Erro de Descartes", "O Sentimento de Si" e o "Livro da Consciência", nunca mais pude pensar o homem como se ele fosse um espirito, deste ou do outro mundo. Tudo o que escrevo, sobretudo no blog da AAACarmelitas, parte deste pressuposto que é tão difícil ser aceite pela intelectualidade, mesmo neste século XXI. Aquele último parágrafo de Marinho e Pinto é revelador do pensamento, tradicional e conservador, de que o homem em si mesmo é um esprito. O corpo está ali como mera funcionalidade da mente, da consciência, da alma, do espírito ou o que se quiser, porque a grandeza do homem se mede exclusivamente por essa realidade invisível e luminosa do "espírito". Os intelectuais entendem que a "materialidade" do homem é absolutamente acessória e destinada à fatalidade do envelhecimento, contrastando com a vivacidade intemporal do espírito pela qual, aí sim, o homem se define e afirma em plenitude. Em arrebatadora alienação, esquecem estes homens cheios de cultura que a espiritualidade humana, tal como a nossa materialidade, também é corruptível, sujeita ao envelhecimento, à degradação, ao definhamento, à deformação, ao raquitismo e à obesidade obscena. E, naturalmente, sujeita ao colapso definitivo da morte. O homem vive como um todo e morre como um todo. Pensemos no nazismo, em todos os fanatismos ou nas monstruosidades da calúnia e da mentira.
Imaginar que podemos desmazelar o corpo e ao mesmo tempo cuidar da perfeição do espírito, pode servir as ideias do platonismo e do cartesianismo, mas não estaremos em sintonia com as revelações mais recentes das ciências antropológicas.
Recentes e perturbadoras.
E tão estranhas que os melhores "espíritos" as recusam descarada ou subtilmente.
Um corpo escultural de uma mulher ou de um "adónis" não são, em si mesmos, amostras de "imagens fátuas de frivolidade". Acredito que Marinho e Pinto queria dizer, sobretudo, que mais vale um "espirito brilhante, empreendedor e criativo" que a beleza fugaz e exuberante do corpo bem cuidado mas condenado ao envelhecimento. Porém, penso que ele, bem lá no fundo, afina pelo diapasão da intelectualidade tradicional que despreza a materialidade do homem.

E depois estranha-se, e como se estranha!, que os jovens se deixem cativar pela beleza dos corpos dos seus ídolos e que os eleitores se deixem seduzir pela "figura" que vão escolher para os representar ou governar. Pois é! E chamam-lhe frívolos porque "votam" na perfeição da materialidade... Mas não se lembram que esses "frívolos" estão, de certa forma, a sonhar com a perfeição do homem todo.
Apetecia-me dizer aos defensores encapotados ou declarados do homem-espírito, que vai para dois mil anos houve um pregador incansável que sonhou em ressuscitar para a perfeição, nada mais nada menos, que a nossa materialidade e a nossa espiritualidade em unidade indissolúvel: Paulo de Tarso, o S.Paulo do Cristianismo.
"Mas isso é uma utopia", clamam agnósticos, ateus e espiritualistas da reencarnação e outras crenças. Pois seja. Mas não vivemos nós de maravilhosas utopias?
Um abraço
Mário

27 agosto, 2012 23:27  
Anonymous Antonio Costa said...

Durante cerca de mes e meio quase nao tive tempo para espreitar no blog para "saber das ultimas" e entretanto os jornais , telejornais e outros Media foram "encharcando" as nossas mentes com varios acontecimentos no dia-a-dia:Jogos Olimpicos, Guerra na Siria,Homicidios por isto, Pessoas mortas por animais(neste caso caes)etc, etc...

E ...a CRISE? QUE CRISE?NAO HAVERA VARIAS CRISES ? Quem provocou a CRISE? Quem beneficia com a CRISE? Alguem esta interessado em resolver a CRISE(S)?COMO????
Esta noticia que surgiu um pouco desgarrada das outras, nao dara que reflectir mais uma vez um pouco?..."Adeus, mundo, a minha hora chegou"-tera dito NiKlinson.(Morte de britanico que apos parar de comer encerra caso, mas nao polemica sobre a eutanasia).

Evangelho deste domingo:Jo 6,60-69
Depois de O ouvirem muitos dos seus discipulos disseram:"Que palavras insuportaveis! Quem pode entender isto?" Mas Jesus, sabendo
no seu intimo que os seus discipulos murmuravam a respeito disto, disse-lhes:Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? E o espirito quem da a vida; a carne nao serve para nada, as palavras que vos disse sao espirito e sao vida. Mas ha alguns de vos que nao creem.

Apos varias consideraçoes sobre o evangelho deste mesmo domingo, Bento XVI tera dito"... Judas poderia ter-se ido embora como fizeram outros discipulos, mas deveria ter-se ido embora se fosse honesto, mas permaneceu junto de Jesus nao pela fe, nao por amor, mas como secreto proposito de vingar-se do Mestre".(A TRAIÇAO DE JUDAS)
Atençao, "Santidade":a comentarios destes, Jesus tambem nao teria respondido com outro "raspanete"?:Nao julgueis para que nao sejais julgados(?)
E Judas nao se tera arrependido no ultimo momento?... Nao estara ele se calhar gozando da mesma felicidade que outros santos que nos tanto veneramos(como S.Pedro,S.Paulo,ou se calhar algum dos nossos familiares)?

Nos nao acreditamos que o Salvador veio para salvar toda a Humanidade?

28 agosto, 2012 01:31  
Anonymous Anónimo said...

Amennnnnnnnnnnnnnnnn

05 setembro, 2012 21:26  
Anonymous Anónimo said...

Anónimo palerma.............

05 setembro, 2012 21:44  
Anonymous Anónimo said...

E tu cabeça de asno..............

06 setembro, 2012 22:23  
Anonymous Mário Neiva said...

Ao "palerma" e ao "cabeça de asno" eu contraponho uma breve nota que copiei do Jornal de Notícias. É assim.

"Paulo VI resumiu o Concilio Vaticano II:

-No rosto de cada homem deve ver-se o rosto de Cristo e, nestes rostos, o do Pai Celestial. Para conhecer Deus , é preciso conhecer o homem; amar a Deus para amar o homem".

(Esta citação do JN reporta-se ao site do cónego Rui Osório, que poderão consultar em conegoruiosório@diocese-porto.pt)

A razão por que com tanta facilidade o cristão transforma o "rosto do Pai Celestial" no rosto de um palerma ou em cabeça de asno, prende-se com a deturpação grosseira do "Evangelho". Deste modo, aquela citação de Paulo VI é lida e entendida como uma espécie de "faz de conta que o rosto de cada homem é o rosto do Pai Celestial". Claro que a diferença entre "ser de facto" e "como se fosse" é abissal.

Mas o que prevaleceu e prevalece é o "como se fosse" ou o "faz de conta".

E as consequências estão à vista de toda a gente: um fosso profundo entre a realidade pregada e a verdade dos factos.

Nas horas de crise como aquela que vivemos e o Costa referiu, é bom lembrar que nós somos "o rosto do Pai Celestial", para não se perder o rumo, que é também o sonho de uma Humanidade Nova, professada no cristianismo como uma Humanidade Transformada/Ressuscitada.

Mas se esta transformação/ressurreição não for entendida à maneira da ressurreição paulina, isto é, do homem todo e de todo o universo, bem podem repetir vezes sem conta que "o homem é o rosto do Pai Celestial" que nada mudará na prática do dia-a-dia, porque estarão a pregar para "espíritos" e a falar de uma realidade espiritual ilusória, pois o que temos é este homem da materialidade e da espiritualidade. E, portanto, o verdadeiro "rosto do Pai Celestial" tem tanta necessidade do "pão para a boca" como da "fé e da esperança" para o coração.

É urgente anunciar o verdadeiro homem, o homem integral, e agir em conformidade, lutando contra o pensamento iníquo, anticientífico e mentiroso daqueles que nos querem “salvar a alma” , ao mesmo tempo que tratam de tudo fazer para nos mirrar o corpo.

É tempo de dizer a esses senhores que o “rosto do Pai Celestial” também é de “carne e osso” e, como tal, destinado à ressurreição/transformação.

Ou então mais vale estar calados.

07 setembro, 2012 09:15  
Anonymous Anónimo said...

Mas o presidente , pm e políticos em geral, estão sempre a ladrar e mal e o Pai Celestial, não lhes mete uma bomba no frasco e acaba com aquela escumalha que acabaram de dar mais uma machadada nos pobres.
Fala desses e deixa os palermas e asnos em paz que devem ser bons rapazes...

07 setembro, 2012 23:35  
Anonymous Mário Neiva said...

Um HOMEM!

Digno e íntegro, daqueles que nos orgulham da nossa humanidade:

O professor ADRIANO MOREIRA.

Ouvi-lo, na entrevista à Fátima Campos Ferreira, no dia em que completa 90 anos, lava-nos a alma.

Foi ministro de Salazar e isso em nada diminui a sua honradez. O homem honrado é intemporal: sê-lo-á em qualquer tempo e lugar e em qualquer função.

Também o desonesto sê-lo-á sempre, quer viva formalmente em ditadura ou formalmente em democracia. É só olhar à nossa volta.

Nestes tempos conturbados e de confusão da chamada "economia de mercados, em que "fazer dinheiro" se impõe como valor absoluto, numa luta sem tréguas entre os mais "aptos" contra os menos capazes, ver e ouvir este exemplo de dignidade e humanismo, permite que continuemos a ver uma luz de esperança ao fundo do túnel.

Já conhecia, mas gostei de ouvir da sua boca:

1 -Implementou reformas, enquanto ministro do ultramar, que assustaram os colonos brancos e obrigaram um Salazar, já velho, a convidá-lo a demitir-se. E essas reformas consistiam em tratar como cidadãos portugueses os "indígenas" que a propaganda colonial afirmava terem sido objecto da "exemplar colonização portuguesa"!

2 -Se Salazar tivesse deixado a governação logo a seguir à guerra (II Mundial), hoje teria uma estátua em cada cidade portuguesa.
E acrescentou que, na altura em que lhe apresentou a demissão, o professor Salazar já se guiava apenas pelo que lhe contavam; portanto, sem conhecimento directo dos factos.

3 -Que a democracia cristã e o socialismo democrático são convergentes nos seus propósitos humanistas.

4 -Que o actual governo está a cometer um grave erro, na sua intenção e prática de desmantelar o Estado Social, esse mesmo idealizado pela Democracia Cristã e pelo Socialismo Democrático.

Aquece-nos o coração saber que temos a palpitar, ao nosso lado, aquele outro do Professor Adriano Moreira, que nos revelou ser agora o seu maior sonho, aos 90 anos, lembrado pelos seus filhos e netos com a mesma ternura com que recorda o seu pai e a sua mãe; e que pouco lhe interessa o veredicto da História. Aliás, confessou que a História tem coisas mais importantes a assinalar, que a sua modesta figura. HOMEM até ao fim.

Obrigado, Professor Adriano Moreira.

09 setembro, 2012 08:51  
Anonymous Anónimo said...

Mas esse é HOMEM, mas os que nos têem governado, são uns rapazolas incultos, burros; como diz o povo...

09 setembro, 2012 22:29  
Anonymous Antonio Costa said...

A voz e o pensamento de D. Martini calaram-se para sempre. Ha quem diga que tera sido uma "das ovelhas negras" ou"sombras" ou ainda " pedras no sapato" de Woitila e Ratzinger a dizer o que pensava, chegando a referir que a Igreja andava atrasada 200 anos e que esteve sempre na primeira fila a denunciar que os "purpurados" acima citados estavam a nao cumprir e "contra-reformar" o Concilio Vaticano II. Nao admira que os auto denominados donos deste mundo queiram que"o tempo volte para tras" uns seculos e que estejam bem acompanhados pelos novos detentores do poder tanto temporal, como espiritual...( ja agora "economical")-se nao existe esta palavra, fabrica-se para o novo acordo...dito ortografico.









09 setembro, 2012 23:20  
Anonymous Mário Neiva said...

Para contrastar com a figura vertical de Adriano Moreira, não resisto a transcrever para o nosso blog aquilo que Guerra Junqueiro escreveu há mais de um século.


"Um Povo Resignado e Dois Partidos sem Ideias Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

Guerra Junqueiro, in 'Pátria (1896)'

Quem diz que "antigamente é que era"?

Estamos é a patinar, teimosamente, no pior do nosso passado histórico, sem a honra nem a glória das descobertas, esse lampejo fugaz que nos devia nortear para a descoberta das nossas potencialidades como seres humanos.

10 setembro, 2012 08:19  
Anonymous Mário Neiva said...


Crueldade e Ferocidade

O bispo D.Januário, perante o anúncio de mais austeridade sobre os mesmos e que deixa de fora quem está a ganhar com esta crise um verdadeiro euromilhões, classifica de "crueldade" e "ferocidade" as medidas anunciadas pelo PM.

É natural que o Bispo e todos os bispos esperassem dos governantes de um país maioritariamente católico um pouco de respeito pelo ideal cristão, com vista à construção do espirito de comunhão entre as pessoas.

Quando o "pão" escasseia, todos comam com frugalidade. Nos dias e anos de crise, todos partilhem a crise em proporção dos seus rendimentos, por forma a que não seja dramático para uns perder 50 euros por mês, enquanto que, para outros, tanto faria que lhe descontassem mil como dez mil, que em nada alteraria o seu padrão de vida.

Todos sabemos disso.

Não governar neste sentido é declarar a completa descritianização do país, fazendo-nos constatar que a gente que nos governa se divorciou radicalemente de um povo que professa a comunhão cristã.

Talvez seja isto mesmo que está a acontecr e por isso o bispo não se cala.

Pena que seja só um bispo. O modo como o faz serve de pretexto para que o colégio episcopal português o deixe a falar sozinho e a enfrentar solitariamente as calúnias que logo sobre ele cairam através dos tabloides.

Seria a hora de colocar em prática aquilo que há uns dois anos o cardeal D.Policarpo reclamava:

a solidariedade pelos impostos.

Não sei porque se cala agora o cardeal.

O segundo ou terceiro homem mais rico do mundo, um tal Buffet, americano, afirmou, para quem quis ouvir, que a sua secretária pagava três vezes mais que ele, sobre os respectivos rendimentos; e que os políticos eram uns cobardolas ao consentir, nas leis que cozinhavam, em tal iniquidade.

Ver gente a embolsar rendimentos mensais de dezenas de milhares de euros, em empresas públicas ou privadas que sugam até ao desvario quem ganha o mínimo dos mínimos, causa vómitos.

Se houve erros no passado, corrijam-se, e não se aproveitem dos erros dos outros como pretexto para exercer a crueldade e a ferocidade sobre os menos favorecidos pelo engenho ou pela sorte. Porque é disto mesmo que se trata. Com efeito, não basta ser mais ou menos dotado e mais ou menos dedicado na profissão e na vida: também é preciso ter sorte. E quem não teve a sorte do nascimento e do meio que lhe calhou, deve poder contar com a solidariedade pelos impostos.
E, numa sociedade que se diz assente no espirito cristão, que possa contar com o reconheceimento da dignidade da pertença ao mesmo "Corpo Místico de Cristo".

Ou esta pregaçâo é pura metáfora?

10 setembro, 2012 09:23  
Anonymous Antonio Costa said...

...CURIOSIDADES... e talvez REFLEXOES

Os nossos"irmaos ortodoxos" tem um calendario liturgico completamente diferente daqueles "que se acham donos da unica verdade" catolicos, apostolicos...e romanos.Alguns dias festivos:(2012)
10 de Junho:Domingo de Todos os Santos(Minha observaçao:Porque sera que a Igreja portuguesa "prefere" abdicar deste feriado?)
01 de Agosto a 14Quaresma da Dormiçao da Theotokos(Obs.Nao existe o dia da Imaculada Conceiçao, porque eles nao consideram DOGMA da Imaculada Conçeiçao de Maria(Theotokos= Mae de Deus)
01 a 14 de Setembro:Inicio Ano Novo Eclesiastico
08 a 21 de Setembro:Natividade da Theotokos.
(Ah esquecia-me de um pormenor:
20 de julho a 2 de Agosto:Santo Elias Profeta)Creio que no calendario(catolico) esta festa e omissa
15 de Novembro a 28 de Novembro:Quaresma de Natal....

Ha mais, mas estas ja dao para se ter uma ideia de que HA MESMO MUITAS DIFERENÇAS de interpretaçao das varias festas cristas...

10 setembro, 2012 13:20  
Anonymous Anónimo said...

Fala Cardeal, estás velho e poucas mais mordomias vais ter, a não ser as do cemitério, quando morreres.
Essa cambada de bispos e padrecas, estão na verdade bem instalados e querem lá saber das ovelhas , ou carneiros que estão a sofrer...
Uma vergonha este cristianismo de meia tijela que se vive na igreja católica, pelo menos em portugal que se conhece.
Vão rezar para Fátima,a ver se vos dá o pão de cada dia...raio os parta, cambada de parasitas...

10 setembro, 2012 16:31  
Anonymous Mário Neiva said...


Da Minha Correspondência

Ainda a propósito do email que recebi do meu amigo e antigo aluno carmelita, acerca da crónica do Marinho e Pinto "Devaneios de um dia de verão":

"Compreendo que assim seja (o teu silêncio)e não me vou preocupar mais com isso.

Vou continuar a saborear os textos que me envias do Marinho e Pinto que, pelos vistos, ambos admiramos, embora eu não lhe desculpe um certo "desprezo" pela materialidade humana. E depois...a futilidade é decadência do espírito e não "gordura" do corpo. "Mente sã, num corpo são". A "santidade" vale para os dois lados da realidade humana. Um corpo feio de mulher ou de homem não é exemplo de perfeição. A não ser que alguém continue a considerar-se um puro espírito, que depois da morte se perpectua como alma penada...

Não se trata, nunca, de optar entre um Adónis ou uma Vénus, por um lado, e um Einstein ou uma Madre Teresa de Calcutá, por outro. Estamos a chegar a um ponto em que queremos casar a beleza física com brilho do espírito!

Menos do que isto é patinar em dois mil anos de platonismo..."

10 setembro, 2012 18:32  
Anonymous Mário Neiva said...


Para o Meu Amor amor, no dia do seu aniversário


Os braços abertos

De um amor presente

Os sentidos despertos

Num corpo fremente

Ver o invisível

O pulsar do sentimento

Afagar com a mão

O teu pensamento

Escancarar no gesto

O portal da vida

E ficar imerso

Como sem saída

No tempo parado

No lugar escolhido

No coração amado

Num dia florido

Acordar sereno

Para um dia de sol

Que me põe moreno

Seguir no caminho

Mão na tua mão

Suave o carinho

Na aspereza do chão

Fragrâncias do monte

Beijos de ternura

Na alma e na fronte

De quem os procura

Estar contigo, Amor,

Amanhece-me a vida

Afugenta-me a dor

Da existência sofrida




12 setembro, 2012 07:13  
Anonymous Em´dio Januário said...

Parabéns para ela, Mário. E para ti também.
EJ

12 setembro, 2012 23:32  
Anonymous Mário Neiva said...

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

14 setembro, 2012 08:42  
Anonymous Anónimo said...

Que paneleirices...

15 setembro, 2012 23:19  
Anonymous Mário Neiva said...

Afinal, quem és tu, Anónimo? Talvez deva reformular a pergunta: afinal, o que és tu? Um vegetal? Sim, porque até um simples animal assume gestos recíprocros de carinho no seu relacionamento. Contrariamene, o vegetal limita-se, em vida, a absorver da terra e do ar o seu sustento e a única vez que se "volta para o exterior" é quando prepara armadilhas para se alimentar ou reproduzir.
Não és um vegetal. Não ajas nem penses como se fosses.
Não consideres "lamechices" o pensamento e o sentimento das pessoas. Estás a ser ofensivo até ao fim. Que te fizeram na vida, para destilares tanta amargura?

16 setembro, 2012 18:06  
Anonymous Mário Neiva said...


Frei Bento Domingues:

"Não podem ser ignoradas as tomadas de posição de D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas, do bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, e as homilias de D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto, em Fátima nos passados dias 12 e 13.

Bagão Félix considera, no entanto, que a Igreja Católica, em nome da sua doutrina social e da "opção preferencial pelos pobres", é chamada a pronunciar-se sobre as medidas de austeridade "não apenas através de vozes isoladas, que nem sempre representam a instituição", mas "como um todo". Para Manuel Pinto, da Universidade do Minho e conhecido militante católico, "começa a ser ensurdecedor o silêncio da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a gravidade da situação social e económica em Portugal" (blog Religioneline, 09.09.2012).

16 setembro, 2012 18:09  
Anonymous Anónimo said...

Guarda essas paneleirices para ti, não interessam a ninguém...

16 setembro, 2012 22:02  
Blogger Anonimus said...

Caríssimo Mário Neiva
Sei que tens meios para te defenderes dos "espíritos" malignos que vagueiam pelo mundo para perdição da paciência de uns quantos,que teimam em viver...!
E assim.....

Penso sobre o que é ser “burro”
Percebo a grande diferença existente.
A malícia no observar, as falsas verdades.......
O conforto conquistado.
O medo de dividir.
Ou nada mais possuir.
Perfeição passou longe.
Nada sou ........nem tu.
Apenas cascas delicadas em ponto de se partir.
Sonhos pesados! Pesadelos declarados em diários.
Nada somos, nem seremos se as mentiras persistirem.
.

17 setembro, 2012 12:23  
Anonymous Anónimo said...

Como aqui já foi dito " os homens, entendem-se com palavras e os burros aos coices ".

Deixa as almas penadas em paz...

17 setembro, 2012 18:00  
Anonymous Mário Neiva said...

Meu caro FMF, estava mesmo a precisar da tua palavra amiga. Compreendeste bem como deve ser deprimente o achincalhamento dos nossos sentimentos, mesmo quando a iliteracia de quem achincalha possa servir de atenuante.
Imagina, Caro FMF, o nosso Camões a guardar para si mesmo a sua obra lírica, onde escancara as janelas da sua alma apaixonada! Teríamos sido privados dos mais belos sonetos escritos na língua dos Lusíades. "Alma minha gentil que partiste..."
Vamos tendo paciência. E a tua solidariedade foi um bálsamo oportuno. Obrigado, amigo.
Tu sabes que eu sei quem tu és.

17 setembro, 2012 21:28  
Anonymous Anónimo said...

Não entendo como há "pessoas" que usam uma linguagem ordinária - no verdadeiro sentido pejorativo do termo - para comentarem os pensamentos, as ideias e as atitudes das autênticas PESSOAS.
De certeza que esses indivíduos nunca se mostram, em corpo e alma, à luz do dia, com receio de serem descobertos e com medo de saberem com "quantos paus e faz uma canoa".
Chama-se a este tipo de ofensas " arma dos cobardes".
Eu sou anónimo mas no pleno respeito pelos meus amigos aaacarmelitas...
Pode ser que o arrependimento surja ao virar da esquina.
Cumprimentos.

17 setembro, 2012 21:38  
Anonymous Anónimo said...

O anónimo arrependeu-se como a Madalena.
O outro ficou consolado com o conforto.
Vou enviar papel feijó, para secarem as lágrimas...

17 setembro, 2012 23:19  
Anonymous Mário Neiva said...

"O outro" tem nome, senhor Anónimo. E não o esconde, como tu fazes.
Aqui tenho deixado muitos dos dos meus sentimentos e pensamentos, naquilo que escrevo. Sempre com nome.

18 setembro, 2012 06:10  
Anonymous Anónimo said...

Pois é, tenho muito medo de ti, rsrsrs,
Faz lá mais poemas de criquices que não vou comentar...
Já agora , como conheces o outro Burro, ele que tire a albarda e venha ter comigo.

18 setembro, 2012 11:11  
Blogger Anonimus said...

O outro "Burro", que por acaso não é "burro" mas sim "Coelho", não tem problemas nenhuns em sair da toca para defender PRINCÍPIOS e VALORES.E quando necessário utiliza as "armas" indicadas para tratar de "turras"...!

18 setembro, 2012 11:53  
Anonymous Mário Neiva said...

Se olhares bem para ti, vais concluir que tens tanto medo de mim que nem coragem tens para dar o nome. Quanto mais a cara!

18 setembro, 2012 11:59  
Anonymous Anónimo said...

Valentões!!!
Turras, seu salazarista!!!Ganhaste um grosso a andar aos tiros aos pobres coitados que nem na terra deles podiam viver felizes...
Tens o nome do outro (pm), serás tão burro como ele??? Se fores enforca-te...
Tenho muito medo do outro, mas não me apetece dar a cara, nem nada e muito menos falar de fuleirices poéticas que não interessam a ninguém...a não ser para encher a página dos aaac...

18 setembro, 2012 22:25  
Anonymous Anónimo said...

"Fuleirices". Deriva de "fulo"... Será que este anónimo fez a quarta classe por equivalência? Já tinha desconfiado, mas agora tenho a certeza: este fulano não é aa carmelita;é um introluso iletrado.

19 setembro, 2012 09:04  
Anonymous Anónimo said...

O teu pai nem a 4ª classe tinha e deu-te a possibilidade de teres mais alguma coisa, mas não muita, pelos vistos a não ser fuleirices.
Tens alguma coisa contra os iletrados, teus familiares, ou portugueses em geral, seu dr. da mula russa?
Parvo asqueroso!

19 setembro, 2012 10:09  
Blogger Anonimus said...

Não dou a outra face...! E penso mesmo que o "fiscal" do blog TEM de eliminar todos os comentários que ponham em causa a Honra dos AAC

19 setembro, 2012 11:44  
Anonymous Mário Neiva said...

Eu diria, FMF, que o responsável do blog tem toda a legitimidade para não deixar publicar ou eliminar todos os comentários ofensivos dos anónimos. Quando alguem se identifica e assume o que diz, mesmo que ofenda, tem toda a liberdade de ser "pecador"; e de, consequentemente, ir par o inferno, em caso de "pecado grave". Mas quem não assume identidade limita a sua própria cidadania. Neste caso, o responsável do blog tem o direito de o tratar como um não-cidadão e recusar-lhe a palavra. Quero dizer, o insulto.

19 setembro, 2012 16:38  
Anonymous Trunfo é Espadas said...

Concordo,aplaudo e de certeza que vais ficar a ladrar sozinho, com esses acólitos a mandar umas foçinhadas.
Não me chateiem mais que farei o mesmo, ok.
Detesto pessoas de duas caras, aqui com pele de cordeiros e na realidade, uma raça excumungada...
Fui, fiquem em paz para sempre e não precisam sobornar o "fiscal " que deve ter mais senso que vós outros!!!. Não volto mais aqui, a não ser que peçam troco...

19 setembro, 2012 19:07  
Blogger AAACARMELITAS said...

Considerando o teor de alguns comentários aqui publicados, a partir desta data só poderá comentar quem tiver conta google. Haverá moderação dos comentários.
A. C.

19 setembro, 2012 22:04  
Blogger Lima said...

Decisão sensata e necessária (infelizmente necessária), para manter o blogue no lugar que merece.
Bem haja a Direcção.

19 setembro, 2012 22:19  
Blogger Mario Neiva said...

Também considero que é uma decisão sensata

20 setembro, 2012 16:29  
Blogger Mario Neiva said...

De um poeta ao acaso...

Não sei o que te diga…

Não sei o que te diga
nesta vertigem do instante em que me falas
do espasmo da tua voz dorida
e do espanto do teu olhar magoado…

Não sei o que te diga
da saudade vertida na minha memória distante
quando recordo aquele fulgurante instante
do beijo ardente perdido na despedida…

Não sei o que te diga
nem te digo o que sinto e penso
quando dizes ouvir os gritos do meu silêncio
ou que o meu nome ainda esteja escrito
na porta da casa em que tu habitas…

Não sei o que te diga
nem entendo o que procuro
quando me entrego à profecia dos oráculos
para saber quanto tempo será preciso
para que o amor que me dedicas
seja a luz do meu caminho
e o afago do meu tormento…

Alexandre de Castro
Lisboa, Setembro de 2012

20 setembro, 2012 16:53  
Blogger Anonimus said...

Aos que se achem subjugados por dogmáticos pensamentos alheios...



Todo o ser humano nasce com a prerrogativa de pensar com liberdade, sem preconceitos e travões de toda a espécie. No processo da vida, a utilização dessa prerrogativa fará com que realize um de seus principais objetivos: o aperfeiçoamento. Ao fazê-lo, poderá consumar o de ser útil aos seus semelhantes. Se pensarmos que esses podem ser os dois grandes objetivos da vida, tudo pode mudar na rotina absurda dos dias que se sucedem sem nenhuma variação.

Aperfeiçoamento pessoal implica mudanças, e para mudar é necessário conhecer-se e querer. Como certa vez me disse um filho de um amigo meu, se é para mudar para melhor, então é melhor mudar. Ao fazê-lo, poderemos construir um novo destino, contrapondo-nos à fatalidade, e ao preconceito generalizado de que tudo estava escrito.

Ao chegar a este mundo encontramos muitas coisas prontas. Devemos fazer a nossa parte, deixar alguma coisa para os que virão. Se impacientes, criar a paciência; se rancorosos, a bondade; se irritadiços, aprender temperança, se egoístas, o desprendimento.

E há também muitos preconceitos que precisam ser identificados e eliminados. O primeiro deles, o que diz que não nos podemos modificar. O outro, que tudo estava escrito; e que a vida é um vale de sofrimentos, que não somos ninguém; que o homem não tem conserto; que alguém virá salvar-nos para fazer por nós o que não fomos capazes.

Todo este lastro psicológico prostra o homem na inércia, na desesperança, no pessimismo e na depressão.

A vida deve ser de renovação constante. A cada decisão, mudamos o futuro. E se ela for consciente, para atender um objetivo definido, como o do aperfeiçoamento, o novo futuro que começa ali certamente ampliará a vida e a tornará mais feliz, que é o que se procura.

Entre o dia do nascimento e o da morte, todos os outros podem ser nossos, se resolvermos assumir o controle da vida.

Não há leis que imponham a liberdade onde impera a ignorância. Como disse muito bem o ilustre pensador Condorcet, ícone da Revolução Francesa, sob a mais livre das Constituições, um povo ignorante será sempre escravo. O conhecimento liberta. A ignorância escraviza. E ele vai além do que se possa aprender no lar e nos bancos escolares, pois deve alcançar a realidade do que somos e poderemos ser.

A aparente liberdade dos que andam perdidos pela "cidade", sem outro objetivo que não seja a subsistência e as suas necessidades físicas, nada tem a ver com livre arbítrio que implica aperfeiçoamento e evolução .

Aos que se achem subjugados por dogmáticos pensamentos alheios, sejam eles de qualquer índole, restrita é a possibilidade de pensar com liberdade, exercer o livre arbítrio, prerrogativa maior concedida ao homem cuja guarda e desenvolvimento lhe incumbe, para não se ver privado dele pela ignorância, inimiga primeira do ser humano.

20 setembro, 2012 18:26  
Blogger AAACARMELITAS said...

Há muito que vinha pensando em providenciar limitar as intervenções ofensivas que têm campeado pelo blog da AAACARMELITAS. Em meu entender, bem, o administrador do blog, o Augusto Castro, resolveu providenciar essa limitação.

É pena que assim seja, mas de há muito, se vinha pensando nisso, mas, em respeito pela liberdade de expressão, foram-se tolerando algumas indelicadezas a roçar, muitas vezes, a má criação.

Na qualidade de presidente da associação não podia deixar de tecer alguns comentários sobre o assunto.

Não são muito extensos, nem necessitam de ser, porque se limitam a transcrever três artigos da Declaração Universal dos Direitos do Homem:

ARTIGO 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

ARTIGO 18.º
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

ARTIGO 19.º
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

Caso os comentários obedeçam a estes princípios de sã convivência entre todos os cidadãos do mundo, nenhum comentário será retirado. Expressemos as nossas ideias, as nossas opiniões e convicções, sejamos diferentes mas sempre no espírito da declaração universal dos direitos do homem que não foi escrita pela AAACARMELITAS.

Embora saiba que nem sempre a respeitou, perseguindo-a até, deixo aqui uma frase de Salazar sobre a liberdade que, creio, vem a propósito: A LIBERDADE DIMINUI À MEDIDA QUE O HOMEM EVOLUI E SE TORNA CIVILIZADO.

20 setembro, 2012 23:31  
Blogger Unknown said...

Mas que é isso?

22 setembro, 2012 16:44  
Blogger ACOSTA said...

Ha tanta assunto que podemos comentar; tanta coisa que precisamos desabafar, no meio do vulcao desta "safada crise"... E, como eu ja comentei na Tertulia Carmelita,"...os Celtas montaram arraiais na Sta. Marta das Cortiças por estes dias(e noites)"...Pena que a minha agenda ainda nao deu para la dar um salto...

22 setembro, 2012 21:31  
Blogger ACOSTA said...

Ha fait divers a mais e pequenas tricas tambem...Nao vale a pena perdermos muito tempo com certas animosidades tao de agrado de certas pessoas...

Conforma ja referi na "Tertulia Carmelita" ha por estes dias alguns eventos no alto da Falperra, mais propriamente na Sta Marta das Cortiças e que so por impossibilidade de agenda(minha) ainda nao pude espreitar, embora ja me tenham enviado alguns videos da passagem " dos Celtas " por aquelas paragens...

22 setembro, 2012 21:48  
Blogger Mario Neiva said...

Esta frase de Salazar que o Lino Vinhais cita é a sua (de Salazar) versão da máxima filosófica de Jean Paul Sartre, filósofo do existencialismo ateu: "O inferno são os outros".
Com efeito, a "evolução" e a "civilização" autonomizam o individuo humano, arrancando-o da multidão indiferenciada, a espécie. Assim se constrói a "personalidade" e a "individualidade única" que terá de viver, por força da "natureza", dentro da espécie. E, então, só tem dois caminhos a escolher:

1 -isolando-se na sua individualidade, passando a viver em permanente conflito (inferno) com as outras individualidades conscientes da espécie;

2 -procurando a convivência harmoniosa, no respeito mútuo da personalidade individual.

Sartre achou que isso é intrinsecamente impossível. Pelos vistos Salazar pensou o mesmo.

O cristianismo diz que pelo amor se consegue o milagre do encontro entre dois mundos. Como se dissesse: eu prezo a tua diferença tanto quanto prezo a minha.

Só alguém muito "evoluído" e muito "civilizado" será capaz de compreender esta linguagem.

23 setembro, 2012 19:45  
Blogger Unknown said...

que miséria franciscana!!!

24 setembro, 2012 18:15  
Blogger Mario Neiva said...

Este comentário foi removido pelo autor.

25 setembro, 2012 06:45  
Blogger Mario Neiva said...

É impossível passar ao lado da crise que assola, desde 2007/2008, o mundo, a europa e Portugal. Muitos entendem que as crises são épocas de consciencialização e de amadurecimento da nossa humanidade, fazendo jus ao velho ditado latino “errandum discitur”, como se trilhássemos, naturalmente, o caminho da experimentação científica de “tentativa e erro”.

Aceitemos a nossa condição.

São cada vez mais aqueles que afirmam ter-se acentuado, nos últimos trinta anos, a subordinação dos decisores da política, relativamente aos detentores do poder económico. Com justeza se poderia afirmar, hoje em dia, que “quem dá o pão, dá o pau”.
Eu ainda sou do tempo em que os empresários procuravam replicar nas suas empresas as células mais restritas da vida e da economia familiar. Os aniversários dos empregados eram assinalados; promovia-se a festa do Natal para empregados e seus familiares directos, com distribuição de prendinhas às crianças; as “bodas de prata” de serviços prestados eram premiadas com prendas por vezes valiosas, como relógios de ouro. Etc, etc.
Quando todos pensavam que a futuro das relações empresa/empregado seria o aprofundamento e a generalização deste humanismo no trabalho, fomos atropelados pelo liberalismo selvagem. Começou a equiparar-se o trabalhador à eficiência de uma máquina e até as faltas por doenças serviam para baixar a notação na avaliação anual! Tínhamos de ser a máquina eficiente e perfeita. Não o sendo, por razões alheias ao esforço e à dedicação, era-se ultrapassado, na avaliação, pelos mais fortes e pelos mais aptos. O lucro máximo, com o gasto mínimo, emergiu como a garantia do sucesso, num mundo entregue à mais feroz das competições. Sem se darem conta, as sociedades agarraram com as duas mãos o novo “credo” mas ainda não conseguiram harmonizar a naturalíssima ambição do sucesso na vida, com uma imprescindível humanização crescente.
Talvez a crise presente seja o ponto de partida para a inversão necessária do liberalismo económico desenfreado. É sintomático que sejam alguns dos homens mais ricos do planeta a alertar para a cobardia dos políticos face ao poder económico. E até na “selva do futebol” , aqui e ali, estala o mal-estar entre os jogadores, que são chamados, dentro do jogo, a formar uma equipa coesa e harmoniosa, e no salário são discriminados até ao absurdo por números astronómicos.

“A cada um conforme o seu trabalho”, diziam os comunistas;
“a cada um conforme o seu rendimento”, diz a lei da selvajaria económica.

Uns e outros ignoram que somos todos convidados ao banquete da perfeição humana e não apenas os privilegiados da sorte pelo ADN e pelo sítio em que nascemos.

Na minha modestíssima opinião, enquanto os políticos andarem a saltar das empresas para os governos e destes para as empresas, o “jogo” está irremediavelmente viciado. O que temos agora é gente que “dá uma perninha” na política e outra nos negócios. O resultado está à vista. Aqui, e por esse mundo fora.
Formam-se especialistas para cuidar da saúde do corpo e entrega-se a saúde da “polis” a curiosos…

Até parece que é de propósito! O pensamento subjacente não andará longe disto: - os senhores democratas ponham lá qualquer “coisa” a fazer que governa para isto não parecer uma selva, mas quem manda somos nós que fazemos girar as empresas.

Estes senhores estão a esquecer que as empresas precisam da acção e da criatividade humanas para as fazer “girar”.
Eu já não consigo distinguir o “homem de negócios” do verdadeiro empresário. Vejo homens de negócios que ganham fortunas no simples “mexer os cordelinhos” e os tradicionais empresários tentados a seguir na sua esteira mafiosa. Uns e outros tendem a ver o ser humano, não como pessoas, mas como mera mercadoria ou mão-de-obra.
Considero que nos últimos trinta anos iniciamos um processo de regressão do nosso humanismo, que a crise actual pode fazer inverter.
Espero que sim. Quem sabe não estaremos numa fase de clarificação e de viragem para uma nova consciencialização.
Descer aos infernos para iniciar a ascensão segura.

25 setembro, 2012 07:34  
Blogger Unknown said...

como funciona isto?

25 setembro, 2012 17:19  
Blogger Unknown said...

oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

25 setembro, 2012 17:20  
Blogger Anonimus said...

... C/ Humor...


Há muito tempo atrás, um certo Diógenes, com uma tocha acesa na mão, procurava um homem honesto...
Desde aquela longínqua era, já era algo quase impossível... Agora então...
Além da honestidade, existem outros artigos em extinção e cujo encontro está cada vez mais difícil...
Algo como Boa Vontade e Solidariedade...
Coisa muito difícil de encontrar nestes atuais tempos bicudos...
Parece que o ser humano descobriu o umbigo como objeto de idolatria, e só pensa em si mesmo, em se "dar bem", mesmo que honestidade, boa vontade e solidariedade, sejam simplesmente jogados fora...
Se Diógenes ainda estivesse vivo, agora é que não encontraria mesmo...

25 setembro, 2012 21:20  
Blogger Mario Neiva said...

Nem a ti o Diógenes encontrava, amigo Coelho?
Eu penso que há muita gente a tomar consciência dos erros de crescimento nas nossas sociedades. Os protestos podem ser, muitos deles, inconsequentes, mas acabam por dar-nos a lição da "lanterna de Diógenes". Já sabes que sou um optimista...

Como funciona isto, José Ribeiro? Nunca andaste no elevador do Bom Jesus de Braga? Experimenta e vais ver como se desce e como se sobe.

26 setembro, 2012 11:47  
Blogger Unknown said...

Engraçadinho!!!

29 setembro, 2012 11:07  
Blogger Mario Neiva said...

Crise, Humanismo e cristianismo


A última grande crise económica que devastou o mundo desenvolvido do Ocidente ocorreu acerca de oitenta anos. Desenvolveu-se em crescendo e explodiu na segunda Guerra Mundial. Isso não pode voltar a acontecer e como saída para a crise actual, por que os meios para fazer a guerra se transformaram em “meios de destruição maciça” e a consciencialização humana também já não o permite.

Será optimismo meu; mas infundado não.

O cristianismo traz-nos a metáfora profundamente motivadora da “massa” e do “fermento”, que nós poderíamos traduzir, na linguagem laica, em “humanidade” e “cultura”. A cultura toma o lugar invisível mas realíssimo do “fermento” bíblico e, tal como o fermento, leveda silenciosa, calma e irreversivelmente a Humanidade.

Os efeitos da cultura acontecem ao nível mais profundo e por isso acabam por determinar o caminho seguido, apesar de muito poucos se darem conta do seu labor silencioso. No caso da crise presente, o fermento quase oculto dessa cultura vai determinar a saída para a crise.

Não se pense, porém, que acabaram “as dores de parto” (cá está outra fantástica metáfora evangélica) para o nascimento de uma nova Humanidade. Podemos, isso sim, pensar que é o início de uma nova crise, normal num ser vivo em crescimento.

Eu gostava de pôr em relevo, nesta minha breve reflexão de hoje, a convergência entre a verdade da fé que fundamenta o evangelho cristão e a verdade da ciência acumulada até ao presente. O cristianismo propõe a fé no “Deus Pai”, gerador de Jesus Cristo, o qual é, em simultâneo, na sua pessoa divina e humana, tanto o primogénito de Deus Pai como o primogénito da Nova Humanidade “que há-de vir”. Pois é esta a fé contida na ressurreição cristã.Retirando as consequências mais profundas deste evangelho cristão, os homens, todos os homens sem distinção, aparecem como filhos do mesmo Pai celestial “e se são filhos são herdeiros”, como proclama solenemente o Apóstolo por excelência deste evangelho, Paulo de Tarso, o S.Paulo do cristianismo.Estes filhos e herdeiros legítimos terão de fazer as “partilhas”, com justiça, dos bens recebidos como herança. E fica muito claro naquele portentoso evangelho que os bens são tanto os “bens materiais”, como “os bens espirituais”. Na nossa linguagem laica dizemos partilhar o pão e a cultura.
E deveríamos entender, de uma vez por todas, que os bens da cultura são sempre os bens do amor: amor da beleza, da perfeição, da justiça, do conhecimento, da verdade, da harmonia, da criatividade, do sonho, do infinito. Da vida.

29 setembro, 2012 15:18  
Blogger Mario Neiva said...


(Continuaçâo)

A essência do homem cristão, na filosofia e na teologia do Pe Anselmo Borges, é a abertura desse mesmo homem à infinitude da “perfeição divina”. Ora esta “abertura” só pode ser entendida e considerada num ser vivo em crescimento, como uma massa que vai levedando, como uma humanidade em dores de parto.

Com este antigo e extraordinário evangelho convergem todos os avanços da ciência actual. Se o cristianismo nos irmanou como filhos de um mesmo progenitor, o Pai Celestial, a ciência patenteou-nos o caminho único da universalidade da vida, até às profundezas ainda imperscrutáveis da química e da física. A ciência confrontou-nos com o facto irrefutável de que a nossa vida humana faz parte do todo que é a vida, tal como a nossa Terra faz parte do incomensurável Universo das galáxias. Somos, nós a Humanidade, apenas um átomo de vida, como a Terra é um átomo de Universo.

Resta-nos o mistério, ainda por deslindar, em como nos tornamos conscientes desta inacreditável revelação.

O meu optimismo resulta da consciência desta convergência da fé com a ciência a que chegamos.

O fermento da ciência está a levedar a massa humana. Eis a convergência com o sonho da fé.
E fá-lo também de uma forma irreversível, lenta e silenciosa.

O mínimo que posso pensar comigo mesmo é que a minha esperança não é nem ingénua, nem descabida.

O meu apelo, se me permitem que faça um apelo, é para não se perderem de vista, no meio da actual crise, os princípios de uma fé como aquela do evangelho cristão, considerados à luz da razão e da inteligência humanas que, pela ciência, nos conduziram até aqui; no meio das terríveis “dores de parto”, é certo, mas com a eficácia toda do “fermento” que leveda a massa.

29 setembro, 2012 15:21  
Blogger Mario Neiva said...


Questões de ética, Sr Prefeito?

"O Prefeito da Congregação para os Bispos, fala mesmo da Europa como “um lugar de grande luta sobre o Homem, sobre a antropologia”. “Espera-se que, neste momento, a antropologia cristã, que se desenvolveu no contexto europeu, se mantenha nesta luta, sobretudo, nas questões de ética”, sublinhou o Cardeal Marc Ouellet".

Não são "sobretudo" questões de ética, porque esta está bem definida na carta universal dos direitos da pessoa humana. O que falta, senhor cardeal, é a prática! Sobretudo a prática!

Já todos sabemos e proclamamos que somos "irmâos caríssimos" uns dos outros. Sobretudo nas liturgias de todas as religiões e na letra da lei constitucinal de quase todas as nações!

Mas depois, na prática, é o que se vê, senhor cardeal! Mal pomos o pé fora do recinto sagrado onde, por uma hora, fomos "irmâos caríssimos", entramos na selva da competição pelo sustento de cada dia, impondo a lei do mais apto, do mais capaz, do mais bem preparado, do felizardo "bem nascido", tanto física como intelectualmente!

A fraternidade ficou dentro das liturgias destinadas a entreter a fé.

Sei que não é por mal. Longe de mim pensar tal coisa. Mas não posso deixar de apontar a realidade.

Repito, senhor cardeal: não são questões ética. Insista nisso, e depois queixe-se de que ninguém está interessado no seu sermão!

01 outubro, 2012 06:40  
Blogger Mario Neiva said...



Quando se esquece a tal ética...


O economista Paul Krugman critica os defensores da austeridade, dizendo que estes se esqueceram das pessoas.

Espanhóis e gregos "estão certos" ao protestar contra mais austeridade. "O que a opinião pública destes países está, de facto, a dizer é que chegaram ao limite: com a taxa de desemprego em níveis idênticos ao da Grande Depressão, a austeridade já foi longe demais", escreveu o Nobel da Economia na a habitual coluna de opinião no "New York Times", intitulada esta semana de "A loucura da austeridade na Europa".

Para o responsável, "os verdadeiros intervenientes irracionais" são os políticos que exigem cada vez mais sacrifícios. Krugman comenta, em particular, o caso espanhol e conclui que a situação económica do país revela que este "não necessita de mais austeridade". E Questiona: "Porquê as exigências de mais sacrifícios?". (No Diário Económico de 30.09.2012)

Dá para reflectir. Este não é um qualquer comentador dos paineis televisivos.







01 outubro, 2012 06:49  
Blogger Mario Neiva said...

Tenho preparado um comentário sobre os investigadores do Jesus histórico" e o Jesus Cristo de S.Paulo (e dos Evangelistas, logicamente)mas hoje não tenho disposição para o colocar aqui. Depois do anúncio da nova "leva" de medidas austeritárias de ontem, fui tomado de um desânimo penoso, que nem a vitória do meu FCP na liga dos campeóes serviu para atenuar.
O que custa ver, e o Diário de notícias de hoje põe o dedo na ferida, é a total ausência no corte das verdadeiras "gorduras do Estado", promessa que fez ganhar as eleições. O que vemos são cortes no rendimento das pessoas, enquanto "espertalhões" vegetam anafados e afogados em mordomias, seja nas empresas públicas, no Estado ou nas empresas privadas, com salários e pensões obscenas, obtidas estas, sabemos nós como.

Acabo também de ler que desde a intervenção da famigerada Troika perderam-se em Portugal 500 mil empregos. Aguarda-se a desgraça para outros tantos e, promete o "antónio borges", então Portugal "estará no ponto".
Dos escombros irá emergir um Portugal novo. Diz o "borges".
Também dizia que ia cortar "as gorduras do Estado"...

O estafado argumento dos "borges" de que a pobreza era irmã da preguiça, foi reduzido a pó, perante o espectáculo de milhões de homens e mulheres de todas as idades, dedicados, laboriosos e competentes na sua área, arredados do acesso à dignidade do tabalho e da vida para si e para os seus filhos.
Agora vamos ver de que lado está quem.
Para já, o silêncio confrangedor do cristianismo em geral sobre esta problemática de vida ou de morte é a prova de como a "ética" cristã se quedou e afundou dentro dos templos sagrados, onde todos somos "carissimos irmãos" por uma hora de liturgias.
Já nem me atrevo a dizer que isto -as liturgias- é melhor que nada.

04 outubro, 2012 08:16  
Blogger ACOSTA said...

"Quando o Estado teme o seu povo, ha anarquia, mas quando o povo teme o Estado, ha ditadura".Alguem acrescentou:"quando ninguem teme ninguem, ha democracia".

Hoje o Estado portugues comemorou o 5 de outubro sem o povo.Bastante explicativo.
Bandeira hasteada ao contrario, 0o que querer'a significar?
"Em termos maritimos bandeira de pernas para o ar significa 'Navio em perigo'. A ironia da situaçao e incrivel.
N O C O M M E N T S. . .

05 outubro, 2012 14:50  
Blogger Mario Neiva said...


Jesus de Nazaré e Jesus Cristo

Há dias passei uma bela tarde em Darque, juntinho à Princesa do Lima, a “linda Viana” do fado da Amália. Os meus anfitriões foram o nosso colega Lima Barbosa e a esposa. Para além do carinho dispensado, o Lima fez a gentileza de me emprestar três livros. Dois autores já conhecia e um terceiro é novidade absoluta. Tive que dizer ao Lima “estes três chegam”, porque a disponibilidade dele para eu entrar na sua biblioteca parecia não ter limites…
Estou a ler, em simultâneo, dois dos autores: Michael Baigent e Richard Dawkins. Felizmente que leio o francês quase com a mesma facilidade com que leio o português (graças à iniciação pelo saudoso Pe Marcelino da nossa Falperra) porque, de Michael Baigent, o Lima só tinha a versão francesa.
Já conhecia o Michael Baigent de muitas citações das suas obras, além de que o célebre romance Código Da Vinci, publicado em 2002, foi inspirado nas suas teorias acerca da “linhagem real davídica” de Jesus. Lê-lo agora, no seu livro “L’Enigma Jesus”, é outra coisa.
O meu Paulo de Tarso sai muito maltratado, sempre que algum pesquisador da arqueologia histórica investe sobre a temática do Jesus Histórico. De facto, S. Paulo ao “virar as costas” (Carreira das Neves) à igreja de Jerusalém, de Pedro, Tiago e João, as colunas da comunidade reunida à volta do circulo íntimo dos discípulos de Jesus, faz uma releitura completa e revolucionária da figura do “messias judaico” e, consequentemente, do judaísmo da “Lei e dos Profetas”.
Os pesquisadores entusiastas da descoberta da verdade acerca do Jesus da História, como Michael Baigent, parecem esquecer que Paulo de Tarso era contemporâneo de Jesus. Talvez mais jovem uns dez anos, segundo os especialistas. E, portanto, devia conhecer muitíssimo mais que estes estudiosos, acerca do Jesus histórico. E Paulo até lhes faz o favor de atestar que Jesus era, “segundo a carne”, da “estirpe de David”. Porém, o que não interessou, de maneira nenhuma, a S. Paulo, foi o “exercício de tal realeza” por parte de Jesus! Não quis saber da sua rainha, nem dos seus infantes, nem dos seus palácios…Porque S. Paulo menosprezou completamente a ligação do Jesus histórico à linhagem nobre do rei David e foi de encontro à nobilíssima e primeiríssima linhagem de Adão! Aquela mesma, meus queridos amigos, onde todos nós “entroncamos”. Aquela mesma onde todos somos reis e “divinos”: “Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Galatas 3, 28-29).

06 outubro, 2012 08:48  
Blogger Mario Neiva said...


(Continuação)

Que os arqueólogos encontrem o túmulo e os ossos do Jesus histórico; que lhe descubram a mulher e uma catrefada de filhos; que o identifiquem como membro da seita dos “zelotes”, dos fariseus ou dos essénios; que o encontrem rodeado de um grupo armado ( “Senhor, ferímo-los à espada?” Luc. 22, 49); que se confirme em definitivo que foi crucificado porque se deixou aclamar como o messias- judaico-rei- de- Israel.
Que descubram tudo isso e muito mais, ainda assim não seria tudo aquilo que Paulo de Tarso sabia de cor e salteado acerca do Jesus histórico. E foi nele, nesse exacto “Jesus terreno”, que S. Paulo viu o primogénito de Deus e o primogénito da Humanidade, chamando-lhe o “Novo Adão”. S.Paulo percebeu que o encontro entre Deus e o Homem, em primeiríssima ligação, não aconteceu na “velha aliança” com o Abraão dos judeus, mas sim em Adão, onde tudo começou e, agora, “no fim dos tempos”, tudo se recria em “Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Até cega, tanta claridade teológica no evangelho paulino!
Que vão encontrar os ilustres investigadores, acerca do Jesus histórico, que Paul de Tarso não tenha tido conhecimento? Se põem em causa a “a biografia de Jesus”, que a piedade cristã construiu ao longo dos séculos, não vejo como objectar. Mas se, ao fazê-lo, esquecem que o Novo Testamento não é considerado pela teologia cristã (pelo menos a cristã-católica) como a “história de Jesus” mas a “História da Salvação” de toda a Humanidade, estão a deturpar grosseiramente o Evangelho de Paulo de Tarso e dos Evangelistas.
A fidelidade da Igreja católica ao “Jesus- carne- de -Adão”, assumida no seu “Credo”, mas sem se deter na historicidade dessa condição, é reveladora da sagacidade dos seus teólogos na interpretação do “evangelho de Paulo de Tarso”. Para os teólogos católicos, o Jesus histórico só importa mesmo, quando é considerado como “o princípio de todas as coisas”:
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito. O que foi feito nele era a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não o compreenderam “ (Jo, 1, 1-5).
Uns querem ver no Novo Testamento o Jesus casado e pai de filhos; outros, o Jesus à maneira de um Che Guevara, no combate aos oprimidos; ainda outros, um pregador da moral e bons costumes; muitíssimos outros, um curandeiro renomado, que tanto curava cegos de nascença, como ressuscitava mortos e, quando estivesse maldisposto, rogava pragas às figueira sem figos e secava-as até à raiz no mesmo instante…
Que a piedade popular leia desta forma o Novo Testamento ou a Biblia toda, eu compreendo. Mas que os investigadores que se dizem sérios façam esta abordagem primária de textos veneráveis que expressam, acima de tudo, a fé dos que os escreveram, acho lamentável.
À História o que é da História e à Teologia o que é da Teologia. Se um senhor investigador não consegue ver, por exemplo, na narrativa da “Ressurreição de Lázaro” a vigorosa proclamação da fé na “ressurreição dos mortos”por parte do autor da narrativa, que credibilidade me merece a sua investigação dos documentos antigos?
Não falta quem ande à procura da “Arca de Noé” ou do lugar do “Paraíso Terrestre”. E dos ossos de Jesus, da mulher de Jesus e dos filhos e netos de Jesus. Quando, ao fim de anos ou séculos de pesquisas, não encontram uns (a arca e o paraíso) mas encontram outros (os ossos de Jesus), lá vem o veredito da ignorância: os autores da Bíblia são uma cambada de mentirosos.

06 outubro, 2012 08:50  
Blogger Mario Neiva said...

Este comentário foi removido pelo autor.

06 outubro, 2012 09:08  
Blogger Mario Neiva said...

Errata
Deve ler-se em vez de "arqueologia histórica", apenas arqueologia; "combate aos oprimidos", combate aos opressores;"rogava pragas às figueira...", às figueiras.

Peo desculpa pelos lapsos

06 outubro, 2012 18:24  
Blogger Mario Neiva said...

Porque vem mesmo a propósito do meu comentário anterior, aqui fica o artigo do Pe Anselmo Borges, hoje, no DN

"Aí está uma pergunta recorrente: Jesus foi casado? Agora, de repente, pensou-se que se tinha encontrado a resposta definitiva, na sequência da investigação de Karen King, professora da Harvard Divinity School, Massachusetts, do fragmento de um papiro em copta, do século IV. Aí, lê-se: "Jesus disse-lhes: a minha mulher... poderá ser minha discípula."
Mas nem sequer para a investigadora, que acaba de apresentar as conclusões do seu estudo no Congresso Internacional de Estudos Coptas em Roma, a que se deu imensa publicidade, o fragmento do papiro prova que Jesus foi casado. Do que se trata é que "desde o começo, os cristãos estavam em desacordo sobre se era melhor não contrair matrimónio, mas só um século depois da morte de Jesus começaram a dissentir sobre o estado marital do Messias para defender as suas posições".
Embora seja necessário aprofundar ainda a questão, pois desconhece-se a origem exacta do fragmento, propriedade de um coleccionador anónimo - é sabido como pululam no mercado textos antigos falsos -, vários especialistas de renome, como Antonio Piñero e Xabier Pikaza, pensam que o papiro é autêntico e poderá ser uma tradução de um texto gnóstico grego do século II (à volta do ano 160).
De qualquer modo, não é por esta via que ficamos a saber se Jesus foi ou não casado. De facto, o texto pertence ao contexto da gnose e, assim, como explica Xabier Pikaza, "não pode utilizar-se de modo nenhum para falar de um possível casamento de Jesus com Maria Madalena ou outra mulher, pois não trata de um casamento 'físico', mas de uma presença espiritual do Revelador Celeste na alma dos fiéis". Nos evangelhos gnósticos, chega a dizer-se que "se beijavam na boca", mas isso tem apenas sentido simbólico, como explica Antonio Piñero, um dos maiores peritos nesta temática: "os gnósticos gostam de metáforas sexuais para designar a união espiritual forte", e, portanto, comparando com outros textos gnósticos, "o texto do papiro pode ter o mesmo significado 'místico' ou simbólico".

06 outubro, 2012 18:58  
Blogger Mario Neiva said...

(continuação)

Continuamos, portanto, na situação em que estávamos: "Este texto não nos ensina nada sobre o Jesus histórico e o seu possível casamento." Mas a pergunta permanece: o Jesus histórico foi casado? O mesmo X. Pikaza responde em síntese: "Não se pode 'demonstrar' que Jesus foi celibatário, mas todos os indícios apontam nesse sentido."


É certo que o celibato não era o estado civil comum. Diz o Talmude: "Quem não tem mulher é um ser sem alegria, sem bênção, sem felicidade, sem defesa contra a concupiscência, sem paz; um homem sem mulher não é um homem." Por isso, há quem argumente que, se o Novo Testamento nada diz sobre o estado civil de Jesus, é porque se supõe que estava casado. Antonio Piñero contrapõe que Jesus não era um rabino estrito e entre os essénios da época de Jesus havia muitos que não se casavam. Afirma, pois, que poderia ser viúvo, mas durante o seu ministério público não teve mulher. Jesus andava rodeado de mulheres juntamente com os discípulos homens e, se estivesse casado, seria normal que os Evangelhos o dissessem, como se fala com naturalidade da sogra de S. Pedro.

Embora não haja provas definitivas, a maioria dos grandes exegetas, apoiando-se nas fontes fiáveis, coincidem na afirmação de que Jesus não foi casado. Assim, um dos maiores historiadores sobre Jesus, o americano John Paul Meier, afirma: "Jesus nunca se casou, o que faz dele um ser atípico e, por extensão, marginal na sociedade judaica convencional." Por outro lado, é certo que Jesus teve especial predilecção por Maria Madalena, "mas casá-la com Cristo é um disparate", assegura o teólogo jesuíta Juan A. Estrada.

De qualquer forma, o celibato de Jesus não é dogma e a mim, pessoalmente, não me causaria incómodo nenhum, se se demonstrasse que foi casado. Como disse ao Expresso, embora compreenda a situação, do que mais me impressiona é verificar que, "quando aparecem estas coisas, a curiosidade das pessoas é superior à curiosidade que têm pela mensagem de Jesus, que é o essencial", uma mensagem decisiva, também para os tempos dramáticos que estamos a viver.


06 outubro, 2012 18:59  
Blogger Mario Neiva said...


Pegando nas últimas palavras do artigo do Pe Anselmo, sou forçado a reconhecer que as pessoas em geral se prendem a estes pormenores biográficos do Jesus histórico porque a sua mensagem foi estrondosamente ofuscada ao longo dos dois mil anos de cristianismo desgarrado da Boa Notícia para a Humanidade (Evangelho), cuja “bondade” parece que ninguém consegue já enxergar.

Com efeito, se a luz estivesse acesa, ela iluminaria naturalmente. Se o sal mantivesse a sua força, temperaria naturalmente. Se o fermento estivesse no meio da massa, esta não podia deixar de estar a ser levedada…

Alguém se lembraria, por exemplo, de armar polémicas intermináveis sobre o estado “civil” de Aristóteles ou Platão, de Galileu ou Newton, de Kant ou de Einstein para avaliar a verdade e genialidade das suas filosofias ou das suas descobertas científicas? Seria qualquer coisa como dizer de Einstein que a sua teoria da relatividade era uma fraude, porque o homem ligava muito pouco a casamentos, leis e rezas.

Claro que se Jesus for considerado sobretudo como um pregador da moral e bons costumes, um excepcional moralista, mesmo o maior de todos, fazia sentido vascular os pormenores todos da sua vida privada e pública, para atestar a sua idoneidade moral e a fidelidade ao cumprimento dos Dez Mandamentos.

Foi deste Jesus moralista que Paulo de Tarso não quis saber. Ou melhor, limitou-se a desvalorizá-lo até ao ponto de nem referir uma única das suas prédicas. E como contemporâneo que praticamente era de Jesus, não podia deixar de conhecer muito do que ele pregou, relatado, de viva voz, por exemplo, por Pedro, Tiago e João.
Paulo de Tarso, porém, foi direito à Boa Nova e essa Boa Nova era a própria pessoa de Jesus. O seu Jesus Cristo, e o dos Evangelistas, era a “Luz” que iluminava naturalmente; era a “Palavra” que dizia tudo de uma vez; era, em pessoa, a Nova Humanidade, com o mesmo realismo com que o Jesus-o-galileu era a Humanidade Velha desde Adão.
Quanto ao resto, liturgias nos templos, leis e profetas, judaicos ou gentios, só tinham validade se dirigidos à perfeição do Corpo da Humanidade de que Jesus era a “Cabeça”, e Deus Pai a “Cabeça” do próprio Jesus Cristo.

Claríssimo em todo o Novo Testamento, que esta é a essência do Evangelho de S. Paulo e dos Evangelistas. Perante a profundidade e grandeza deste Evangelho, que interessa o pormenor do estado civil de algum homem ou mulher, mesmo que se trate de Jesus ou a sua mãe!

08 outubro, 2012 09:06  
Blogger Mario Neiva said...

(Continuação)

Penso que o Pe Anselmo se referia a esta “essência da mensagem cristã”. Penso, mas não tenho a certeza sobre o seu pensamento e a sua fé. Bem pode dar-se o caso de ele ser tão confuso acerca da essência da “mensagem cristã”, como revela ser em relação ao dogma ou não-dogma do “casamento de Cristo”. Pois não posso deixar de ficar admirado com a “displicência” com que ele admite não o incomodar o facto de se vir a descobrir que, afinal, Jesus era casado. Se o celibato de Jesus não é dogma, senhor padre, olhe que já é dogma a virgindade de Nossa Senhora. Ora, admitir a possibilidade do casamento de Jesus e da sua não-virgindade, com que fundamento vai aceitar e defender a virgindade de Maria?
Será que no seu pensamento vai a mesma confusão sobre o Evangelho de Paulo e dos Evangelistas? Ou não vai confusão nenhuma, mas cala a verdade do que pensa por razões de “ordem pastoral”? Em princípio, esta seria uma atitude nobre, de “respeito pela fé simples do povo” e até lhe evita a excomunhão mais que certa. Não estará, porém, a ocultar a “Luz do Mundo”, o “Sal da Terra” e o “Fermento da Ressurreição”? E não estará a fazê-lo, precisamente na “hora dramática” em que os governantes deste mundo teimam em negar a Humanidade como um corpo em que todos os seus órgãos e membros têm de agir em solidariedade para preservar o CORPO VIVO que constituem? E era tão lindo, Pe Anselmo, acrescentar a este corpo solidário, o sonho da fé na infinita perfeição do “Pai de Jesus Cristo”!

Mas como vai o senhor convencer os “mercados” e os “mercadores” de uma realidade evangélica que o senhor não prega, seja pelo respeito da fé dos “simples”, seja por receio de excomunhão?

De acordo com o Evangelho cristão, era suposto, no meio da actual crise dos “mercados” e dos “mercadores”, ouvir o grito do homem-velho-em-Adão a exigir a acção do “homem-novo-em-Jesus-Cristo”. Isso podia acontecer, se não tivesse sido difundida a ideia de que Cristo partiu, ascendendo aos céus, deixando-nos sozinhos num mundo sem futuro e condenado a ser administrado por mercadores até ao “Dia do Juízo Final”. Literalmente, um mundo à espera do inferno apocalíptico e não de um ressurgir crescente, até à “Perfeição Final”.

“Sede perfeitos como o vosso Pai Celestial é perfeito”. Ensina-se ou sugere-se que isto diz respeito a uma humanidade sem corpo. A quem pretendem enganar?

08 outubro, 2012 09:14  
Blogger Unknown said...

Assim vamos compreendendo porque os anónimos eram um impecílho.
Pode-se blasfemar à vontade, porque é feito com palavras supostamente instruidas, salvo sejam...

08 outubro, 2012 10:38  
Blogger Unknown said...

Não consigo entender tanto fingimento, mas isto não vai ficar por aqui! O terreno está a ser minado em todas as direções. Fiquem atentos!

08 outubro, 2012 22:39  
Blogger Mario Neiva said...


Clarifica, José Ribeiro, de quem são as blasfémias e quais são. É o mínimo que se exige que faças, perante tão graves acusações e as suspeitas que levantas.
Não te parece que isso de "blasfemar" já só cabe no vocabulário dos talibãs? Não te parece que o debate de ideias, todas as ideias, incluindo as religiosas, são, acima de tudo, busca da verdade e da clarificação e não ataque às ideias ou à fé de ninguém?
Humildade de procurar.
Mas os talibãs acham que já sabem tudo e ameaçam de morte quem não aceita o seu dogmatismo. Entre nós também já foi assim, lembras-te da história da “santa inquisição”? Agora os tempos são outros. Permite-me que aponte um caso paradigmático dos novos tempos: talvez não saibas, mas um dos teólogos mais brilhantes da actualidade e que foi condiscípulo do actual Papa Bento XVI está excomungado por divergir da doutrina oficial da Igreja em assuntos concernentes aos dogmas da fé. Chama-se Hans Kung. Apesar de tudo isto, afirma-se fiel à mesma Igreja cuja lei canónica o excomungou e permanece amigo do seu velho companheiro Cardeal Ratzinger, agora Papa. Este retribui e convida-o para o Vaticano, preservando a amizade e o amor. Isso mesmo, o amor. Como grandes teólogos cristãos, eles sabem que a excomunhão é dirigida às ideias e não à pessoa. Porque a pessoa, José Ribeiro, todas as pessoas, são para amar até ao fim. Foi isto que não compreenderam os inquisidores e é isto que não aceitam os talibãs. E se a Igreja já pediu perdão pela Inquisição, os talibãs nunca estiveram com tanta gana de matar blasfemos.

Aqueles dois homens, o Papa e Hans Kung, souberam colocar a pessoa humana acima das leis mais “sagradas”, porque aprenderam com Paulo de Tarso a verdadeira sacralidade que é a dignidade das pessoas, os “filhos de Deus". Um e outro sabem que, muitíssimo mais que uma nova doutrina, S. Paulo anunciou que Deus nos deu uma PESSOA, o seu “Filho Predilecto” e com Ele uma nova identidade. E esta nova identidade, tal como a antiga identidade e filiação em “Adão”, não se destina a um povo em particular, a uma cultura em particular, a uma religião ou culto em particular, mas ao homem em si mesmo: não há grego nem judeu, nem senhor nem escravo, nem homem nem mulher.

Dir-me-ás, José Ribeiro, que isto é muito lindo ao nível dos princípios, mas na prática vai-se por outro caminho, como, por exemplo, a excomunhão do teólogo Hans Kung. É verdade. A Humanidade, e com ela a Igreja, faz o seu caminho, no meio de terríveis “dores de parto”, como diz a metáfora apropriadíssima de S. Paulo. Mas apraz-me registar que a teologia cristã-católica segue na vanguarda da defesa da sagrada pessoa humana. Bento XVI e Hans Kung, com o exemplo da sua fraternidade efectiva são, talvez, no meu modesto entender, o prenúncio de um novo concílio. Um concilio que registe na lei, em definitivo, a primazia da pessoa humana.

12 outubro, 2012 13:51  
Blogger Mario Neiva said...


PERGUNTAS

A propósito de videos lindissimos, que me enviam por email, sobre o nosso planeta e sobre o universo.

Desconhecendo por completo as leis da física, como poderiam os nossos antepassados não ficar vergados ao poder, beleza e mistério do que acontecia nos céus, sobre a terra e sobre os mares? E, ainda hoje, que conhecemos as causas imediatas e remotas destes fenómenos, nos interrogamos sobre como toda esta "física" acontece. Por mera reacção ao pensamento ingénuo dos nossos antepassados, que personificaram o poder, a beleza e os mistérios da natureza, há quem recuse a interrogação da inteligência e, "agnosticamente", sustente que devemos quedar-nos na contemplação pura e simples porque, afirmam ou sugerem que, mais do que isto, é "teísmo". E eu pergunto, só pergunto, que a resposta não a tenho: que pensar da nossa inteligência introspectiva, ou seja, que pensar de quem se descobre como causa e efeito de actos conscientes? Somos o fenómeno único do acto consciente?
Sou de opinião que aqueles que hoje admitem e esperam a manifestação da inteligência extraterrestre podem ser comparados aos crentes que sempre depositaram e depositam a sua fé na “inteligência divina”, que todos designam por Deus. Uns e outros recusam aceitar, lá no seu íntimo, a solidão cósmica, isto é, que o sentimento e a inteligência humana estejam sozinhos na imensidão do Universo ou Universos. À sua maneira, homens como Carl Sagan (ateu confesso) viveram e morreram na esperança do encontro com uma segunda ou primeira inteligência. Carl Sagan escreveu mesmo que seria o acontecimento mais emocionante da sua vida.
Será esta a forma de procurar o divino no século XXI?
Eu fico a pensar comigo mesmo: a inteligência não é um conceito: é um facto; a consciência não é um conceito, é um facto; e a vontade humana não é um conceito, é um acto. E retomo a interrogação: porque haveriam estes factos e actos ser fenómenos exclusivos do planeta Terra?
A problemática sobre Deus e os extraterrestres começa aqui. Muito mais do que uma questão de lógica da razão, sê-lo-á de conhecimento, encontro, experienciação.
E faço ainda outra pergunta: será o diálogo humano da inteligência consciente a primeira experiência de um possível encontro com o divino ou o extraterrestre? Dizendo mais: será o diálogo da inteligência humana consciente a antecâmera necessária para o diálogo com o divino ou a inteligência extraterrestre? E se assim for, alguém incapaz deste diálogo humano estará impreparado para o encontro e diálogo efectivos com o divino e o extraterrestre?
E agora para os leitores “filósofos”: será que os conceitos de imanência e transcendência apenas fazem sentido no dualismo cartesiano?

17 outubro, 2012 08:50  
Blogger Lima said...

É pena que estejas sozinho, Mário. Por minha parte gostava de ter as bases necessárias para transpor em escrita as minhas impressões sobre o tema que aqui trazes. Não as tenho e por isso cinjo-me àquilo que a minha intuição me sugere. E a minha intuição não é certamente mais do que um produto um pouco disparate dos acasos da vida.
A imanência e transcendência do homem fariam apenas sentido no dualismo cartesiano? Não creio. O dualismo, essa ideia de Platão e Aristóteles, formalizada por Descartes, é, penso eu , uma ideia “por falta de”. Isto é: foi o que de melhor se encontrou para explicar uma realidade que os conhecimentos ao alcance da inteligência não podiam explicar. Esta tendência tão especificamente humana de construir conceitos, que se assemelham a castelos de granito em terras movediças, é um apêndice à imaginação, desde que o homem conseguiu projectar-se fora do seu corpo pelo pensamento.
Não vejo a transcendência como filha do dualismo, mas como filha do pensamento. Portanto inerente a todo o ser humano. A sua origem deve estar ligada ao momento em que o homem experimentou o sentimento de existir e logo sentiu o peso da solidão interior. A transcendência é uma janela pela qual tentamos descortinar algo capaz de amenizar a sensação dolorosa de insuficiência e sobretudo de impotência face a determinadas realidades que se nos impõem. É imanente no homem, é a causa na própria causa.

Gostava de continuar, até porque o tema é inesgotável … a minha capacidade para o analisar,é que não.

17 outubro, 2012 15:49  
Blogger Augusto said...

Visitem o blog www.aacarmo.blogspot.com, e vejam as fotos que hoje lá publiquei.
Auusto castro

17 outubro, 2012 23:22  
Blogger Mario Neiva said...

Assino por baixo tudo o que dizes sobre imanência e transcendência. Só não vejo onde estamos a divergir sobre o tema.
De facto, o dualismo cartesiano é tão filho do pensamento como outro pensamento qualquer e, conforme a tua expressão, "imanente ao homem". Quer dizer, faz parte integrante do acto de pensar e, como tal, é uma ideia-produto do pensamento.
A questão que pretendi levantar, interpelando o cartesianismo da dupla e tripla substância, é que a experienciação, a vivência, a interacção efectiva entre a "res extensa" (a materialidade), a "res cogitans" (o espirito, a alma, a mente...) e a "res divina" (Deus) comungam em plenitude, formando um TODO indissociável e, como tal, invulnerável à racionalidade e aos conceitos que compartimentam o TODO, numa tentativa de o compreender. Assim como se estivéssemos a desmontar uma máquina complexa, peça por peça, para compreender a sua génese e o seu funcionamento. Claro que, quanto mais desmontamos ou partimos, mais “encolhemos” a realidade TODA que temos diante de nós, porque nos distanciamos do TODO, à medida que formos "analisando".
Ora, a vivência é a experiência imediata do TODO, arrasadora, impositiva, incontestável. Mas profundamente enigmática!!!
Mas há mais. Muito mais.
Primeiro veio a religião, que é a prostração do homem perante a magnificência do mundo que se lhe depara. Depois, num segundo tempo, veio a filosofia perguntadora, querendo saber o que estava a acontecer à nossa volta e connosco mesmo. Finalmente, há cerca de trezentos anos, veio a ciência estruturada e progressiva, que nos deixou literalmente embasbacados com a dimensão do fenómeno que "vergara" os crentes e intrigara os filósofos. E o que diz a ciência, afinal? Que a realidade é muito mais complexa, extraordinária e espantosa do que os crentes imaginaram e os filósofos supuseram!

Meu caro amigo Lima, não há contradição entre religião, filosofia e ciência. O que existe é o homem "à rasca" para entender o que se passa "debaixo" e "acima" do sol. E está "à rasca" porque o problema é vivencial ou existencial e não de conceitos como imanência e transcendência. Cada ser humano quer saber como vai comer e vestir-se em cada dia, tanto como quer saber porque a vida acaba tão depressa e é tão desgraçada tantas vezes.

19 outubro, 2012 14:53  
Blogger Lima said...

Complexa a noção do TODO de que falas. Penso que te referes à ideia, por ti expressada noutros comentários, de “o homem uno e indivisível”. Portanto um TODO. Ė esta noção que não me satisfaz. Que o homem seja uno e indivisível posso conceber, que ele seja um TODO tenho dúvidas.
Um SER ao qual eu aplicaria a noção global de um TODO seria um SER completo, autónomo e auto-suficiente. Ora nenhum destes predicados se pode aplicar por inteiro ao homem. Não vou aqui enumerar as insuficiências humanas, todos sabemos que elas são flagrantes, embora isso nada subtraia à extraordinária criatura que é o homem. Porém, que ele tenha surgido dos bosques do Paraíso ou das brumas longínquas da evolução da Natureza, temos infelizmente de concordar que o resultado é, sim, um ser maravilhoso, mas incompleto, imperfeito, inacabado.
Nesta minha perspectiva a religião, a filosofia e a ciência são exemplos, por demais demonstrativos, de peças em falta na construção original da estrutura do ser humano. O homem na sua vivência sente-se incompleto, pensa e tenta encontrar soluções para preencher os incómodos vazios que o tornam inquieto e insatisfeito. A tarefa é, no entanto, imensa, e, dado o tempo incerto e limitado de que dispõe, vê-se obrigado a delegar aos seus vindouros a prossecução de tal projecto, indefinidamente inacabado.

Dito isto, sei bem que as necessidades básicas da vida, o saber como vai comer, vestir-se e cuidar dos seus, força o homem a ser pragmático... mas, quem foi o indigente que disse: “Nem só de pão vive o homem...” ?

19 outubro, 2012 20:37  
Blogger Mario Neiva said...

Claro que quando falo do TODO não me refiro a uma parte do TODO, que é o homem e a sua vivência dentro desse TODO. Podia eu lá esquecer as florestas, os mares e as estrelas!
Recordas bem: "nem só de pão vive o homem". Por isso finalizei o meu anterior comentário a dizer que, tanto como preocupar-se com o que há-de comer e vestir, o homem começou a preocupar-se muito seriamnete com a brevidade da vida e porque tantas vezes é tão desgraçada. E assim criou a religião, a filosofia e a ciência. São três realizações genuínas do incrível ser humano que nós somos -dentro do TODO!

E obrigado pela tua preciosa companhia, meu caro Lima.

20 outubro, 2012 09:22  
Blogger Mario Neiva said...


Nota fundamental

A propósito de "heresias e divisionismos", que podem afectar hoje ou amanhã o cristianismo em geral, considero de suma importância deixar esta chamada de atenção.

Quando a ciência arqueológica for dotada de meios técnicos para fazer a completa reconstrução de Jesus de Nazaré, o histórico galileu aclamado como messias sob o consulado de Pôncio Pilatos, aquilo que os cristãos de todas as matizes terão diante dos seus olhos, da sua inteligência e da sua razão será o "verdadeiro homem" que os católicos professam no seu Credo, porque o "verdadeiro Deus", também aí professado, permanecerá tão invisível como esteve perante os olhos dos seus familiares, discípulos e contemporâneos.

Esclareço, comparando: Jesus, o "verdeiro Deus" do Credo Católico, está tão visível e percetível na pessoa de Jesus de Nazaré, como o próprio Deus Pai está visível e percetível em cada um de nós e nas florestas, nos mares e nas estrelas!

E os cristãos, todos os cristãos de todos os tempos, foram insistentemente avisados para o facto de forma irrefutável: "tudo o que fizerdes ao mais pequeno dos homens é a mim que o fareis".

E por tal serão avaliados e julgados.

É uma verdade tão simples e tão gritantemente clarificadora, que foi liminarmente rejeitada pela prática cristã dentro de todas as suas estruturas litúrgicas e "laicas". E isto é tão evidente que, se o próprio Jesus, enquanto "verdadeiro homem", se passeasse entre os cristãos e os "gentios" de agora, seria tratado com o mesmíssimo realismo com que o comum dos homens é tratado por crentes cristãos ou "gentios"!

Alguém tem dúvidas?

O "verdadeiro Deus" em Jesus de Nazaré esteve tão misteriosamente oculto há dois mil anos, como esteve depois e sempre. Só é visível e percetível pela fé em "Jesus Cristo Ressuscitado".

E agora eu pergunto: quantos, entre os crentes cristãos, estarão preparados para o "choque colossal" da reconstrução completa do Jesus histórico, o "verdadeiro homem" do seu Credo?
Perguntando de outro jeito: quantos crentes existem mesmo, entre os cristãos, no "verdadeiro Deus e verdeiro homem", como quem diz, em Jesus de Nazaré (o homem verdeiro) e em Jesus Cristo (o verdadeiro Deus)?

Olhem à vossa volta, reparem no que se passa dentro e fora das liturgias e respondam com sinceridade.

Lá fundo, poderão escutar a voz da mais completa descrença: isso de cada um de nós ser "verdadeiro Deus e verdadeiro homem" é uma cena que não me assiste...

Eu escrevi "cada um de nós"? Foi engano. Eu queria dizer Jesus de Nazaré.

23 outubro, 2012 09:08  
Blogger ACOSTA said...

CELEBRAÇAO BODAS DE OURO INICIO CONCILIO VATICANO II/ ANO DA FE / SINODO DOS BISPOS

" NOVO CONCILIO: UM PERIGO"?

O CREDO DE NICEIA? O QUE E ISSO?
" A Fe e um antegozo de conhecimento, que nos tornara felizes na vida futura"-Tomas de Aquino

Muita parra e pouca uva? Ha cinquenta anos, " um velho louco" lembrou-se de chamar umas centenas de pessoas para organizar umas reunioes,fazer umas jantaradas e depois mandar elaborar uma "acta" com umas frases muito bonitas para o povo saber que agora todos os cristaos fazem parte de uma instituiao que se quer bem e tem todos o mesmo valor "porque fazem parte do Corpo Mistico de Cristo",bla,bla,bla.
Pasados uns tempos, vieram outros "mais dotados"(Ja nao eram loucos, nem velhos) mas pertenciam aos "situacionistas" e iniciaram o retrocesso(porque nao valeu)...
Entao,Com pompa e circunstancia,(porque estamos em tempos de celebraçao) volta-se a "repisar"
nos mesmos valores de ha seculos, como se a sociedade tivesse voltado para tras,criando O ANO DA FE, ao mesmo tempo que se convoca novamente mais uma reuniao ( agora SINODO) so para justificar o que?????

E um novo Concilio seria um perigo?
Entao e a abertura "aggionarmento""Renovaçao" e a transparencia e a justiça social tantas vezes reclamados, nao se defendem? O Mundo esta a espera da PALAVRA, nao de meias-frases lindas que agradam a uns (tiranos) e a outros(opressores).
O Credo de Niceia e muito profundo.Muitas vezes nao sou capaz de seguir o raciocinio daquilo que estou a proferir.

Ai, Mario Neiva, tenho tambem a sensaçao que o Jesus que muitos ouviram narrar no Evangelho, esta em contradiçao com aquilo que depois estao a recitar no Credo...

E











voltamos ao inicio: O que significa entao o CREDO DE NICEIA???????

Foi uma declaraçao (decretada para sempre) por umas centenas de bispos ????
E vamos repetir ate a exaustao durante um ano a mesma doutrina inscrita no CATECISMO DA IGREJA CATOLICA ( com alguns casos que originaram bastante polemica?)

E e esta a prenda das bodas de ouro da abertura do Concilio Vaticano II?

24 outubro, 2012 00:29  
Blogger ACOSTA said...

Nao foi por acaso que escrevi o texto acima, precisamente na vespera da abertura de outro evento-esse sim, um corolario logico do tal "sonho do velho louco"-Joao XXIII(-a abertura da "ALDEIA DAS RELIGIOES" em Priscos-Braga), pensado e organizado por outro "sonhador" Padre Joao Torres(este ainda jovem)cuja inauguraçao aconteceu hoje e se prolongara ate domingo com varias actividades, reunioes e palestras.
Por tras das palavras que dirigiu aos convidados para esta "Aldeia" estava a imagem e o papel desempenhado pelo Papa do Vaticano II na sua abertura ao Mundo.Alias D.Jorge Ortiga, ao lado do seu subalterno nem pestanejou e ate me pareceu nao muito a-vontade por ver que a Comunicaçao Social so se virava para o simplesmente presbitero Joao Torres, o grande obreiro deste certame internacional.

Se algumas duvidas eu tinha, hoje foram quase todas dissipadas,que se o Concilio Vaticano II "parou" e porventura nalguns paises mais nao avançou, foi precisamente porque altos dignatarios(mais uma vez)corroboraram naquela tese de meter a cabeça na areia e aluns desculparam-se depois com teses iguais ou semelhantes aquela de que "UM NOVO CONCILIO SERIA UM PERIGO"...

Ate agora nalgumas dioceses de Portugal, quando se fala em dialogo inter-religioso o que salta para o grande publico sao as celebraçoes e pouco mais. Neste evento, serao quatro dias repletos de actividades todas na mesma "aldeia" onde havera troca de conhecimentos.



26 outubro, 2012 00:24  
Blogger Mario Neiva said...


Penso que, chegados ao ponto a que chegamos, a teologia cristã e, particularmente, a teologia cristã-católica, exige o "Concilio do Amor", donde possam emanar a "pastoral do amor" e as "liturgias do amor".

Talvez as comunidades cristãs e laicas estejam no ponto exacto de aceitarem e exigirem estruturar-se na base do primado do "espirito" sobre o que tem sido o primado da "lei". E sabe-se, como S. Paulo se cansou de pregar que a "lei mata e o espirito dá a vida".

O exemplo de amor fraterno que referi neste blog, entre Bento XVI e o excomungado teólogo Hans Küng, pode constituir-se como paradigma de nova sociedade cristã e não cristã.

Tudo o que for martelar em antigas formulações, relativizando, secundarizando e desvalorizando o primado do amor, que é o fundamento da teologia cristológica paulina, está condenado a ficar na borda do caminho, como lixo que nem reciclado pode ser.

"Não há judeu nem gentio, nem homem nem mulher, nem senhor nem escravo..."

Nem há concilio nem palestras sobre religião em Priscos que nos valham, enquanto este veredito de Paulo de Tarso for considerado um devaneio ou palavras de um tresloucado.

E das palavras aos factos:

O representante do FMI para acompanhar o "resgate" português acaba de afirmar que aprova o "enorme aumento de impostos" decretado pelo nosso (nosso?!!!) governo. Acrescenta que o corte no défice será, naturalmente, cada vez mais doloroso.
Constata-se que os cortes estão a acarretar mais cortes. E o défice não encolhe, antes pelo contrário, aumenta. Mas ordena-se que se continue a cortar!

Aonde isto nos pode levar? A nós , à Grécia e à Espanha (já com desemprego acima dos 25 %) à Irlanda e aos outros que se seguirão?

"Os cortes serão dolorosos" , dizem Selassie do FMI e os restantes troikanos.

Dolorosos até ao holocausto económico?!

Ao nazismo dos fornos crematórios sucede, nesta velha europa, o "nazismo económico" da agonia lenta mas inexorável das dezenas de milhões de desempregados!

Não há alternativa a este "nazismo"?

E a civilização cristã-ocidental vai pactuar da mesma forma que pactuou por séculos e séculos com o esclavagismo e a inquisição, até ao ponto de deixar medrar e agir no seu seio o nazismo do holocausto alemão? Em pleno coração da civilização cristã?!

Os métodos podem ser mais refinados, mas eu não tenho dúvidas que está em marcha um abominável holocausto económico.

Aqui entre nós, aquele que deveria ser o primeiro porta-voz do Evangelho, o senhor D.Policarpo, bispo e patriarca, manda o povo ficar caladinho perante a ignomínia da lenta agonia de centenas de milhares de "carissimos irmãos" sem pão nem trabalho.
Perdi a consideração que tinha por ele. Eu, que até nem sou de manifestações, por feitio e, talvez, muito comodismo.
E é de homens como este que se há-de esperar um "Concilio do Amor"?

Não. Nunca. Destes vamos continuar a ouvir, missa após missa, a ladainha interminável e oca do "caríssimos irmãos".


26 outubro, 2012 10:13  
Blogger Mario Neiva said...



Santa Maria,
Mãe de Deus...

Em poucos dias ouvi, meio estupefacto, de um católico e de uma católica fiéis e praticantes uma observação inesperada sobre a "Mãe de Deus". E as palavras usadas foram praticamente as mesmas: "nós rezamos coisas que não fazem sentido nenhum". E explicavam: como pode Nossa Senhora ser "Mãe de Deus" se ela mesma é uma criatura de Deus, portanto, ser mãe do seu Criador?

Nem a um nem a outro tive oportunidade de dar uma resposta detalhada, porque estávamos, num caso, em fim de viagem, e noutro, em despedida para alguns meses de separação. Mas a ambos prometi que havia de abordar o assunto aqui no Blog e enviar-lhes por e-mail o texto publicado.

Podia atalhar caminho e escrever, simplesmente, que o dogma da maternidade divina de Maria decorre da incarnação de Deus em Jesus. E também que, sendo Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Maria não podia ser mãe apenas de uma "metade" de Jesus, pois o Jesus de Nazaré histórico e o Jesus Cristo da teologia ou da fé são uma só pessoa.
Claro que eu dizendo isto estou apenas a repetir aquilo que eles ouviram desde sempre na catequese, sem contribuir com nadinha para a reflexão sobre a fé, cujas verdades dogmáticas os estão, manifestamente, a embaraçar, como revelam as observações que me transmitiram.

Então venham daí.

29 outubro, 2012 10:08  
Blogger Mario Neiva said...



(Continuação)

Nestes dias e anos que são os nossos, vividos, simultaneamente, na fé, na filosofia e na ciência, são novidade completa em relação aos tempos bíblicos e aos tempos da emergência das grandes religiões "universais". E já coloquei "universais" entre aspas, porque nem sabemos ao certo que universos existem!

Os tempos bíblicos eram os tempos de pré-ciência. A ciência como nós a conhecemos desenvolveu-se há pouco mais de quatrocentos anos. Desde então, a fé e a filosofia tiveram a companhia de uma nova irmã, a ciência.
E se nem sempre fé e filosofia dialogaram harmoniosamente, imaginem o que foi abrir o diálogo a uma terceira irmã, a ciência.

O pior que nos tem acontecido e tem baralhado de forma incrível é a confusão entre as três irmãs, todas elas criação genuína da riqueza espiritual do ser humano.

No caso em apreço da "maternidade divina", as observações dos meus amigos supõem a confusão entre a realidade da biologia e a realidade da fé. A lógica da razão, instrumento da filosofia, evidencia o paradoxo entre a biologia e a fé e ficamos em guerra total.

Só nos resta subir a um novo patamar, onde seja possível conciliar as três irmãs.

E esse patamar existe.

A igreja católica conservou, no espólio riquíssimo da sua tradição, a liturgia do "Corpo de Deus". Mas parece que ninguém se deu conta que é tão estranho falar em "Corpo de Deus" como falar em "Mãe de Deus" e que a ilação lógica é que, se Deus tem "corpo", haverá, necessariamente, de ter uma mãe corporal.

Daí que, qualquer crença cristã que sustente a divindade de Jesus, muito naturalmente vai olhar Maria de Nazaré como verdadeira Mãe de Deus e dar-lhe um lugar destacadíssimo nos amores da sua fé. É assim que acontece no nosso dia-a-dia e na relação com a nossa progenitora

Mas nada de confusões! Estamos no plano da fé, onde, sobre a realidade biológica se sobrepôs a realidade da fé. Pretender trazer à colação a realidade biológica, confundindo os planos da ciência e da fé só foi possível e aceitável nos tempos da pré-ciência e com base em preconceitos de ordem filosófica e da moral vigente. Por exemplo, negar a possibilidade do “Corpo de Deus”, por se considerar que a materialidade dos corpos na sua essência era “maligna” e, como tal, impossível de comunhão com Deus, que se pensa ser a espiritualidade pura, a única perfeição, harmonia e beleza. É o preconceito que resultou do maniqueísmo e do dualismo espirito/corpo ou materialidade/espiritualidade.

Aqueles, entre os católicos, que se agarram “com unhas e dentes” à virgindade biológica de Maria de Nazaré, estão, sem se darem conta, a negar todo o fundamento da sua fé que consiste na incarnação, materialização ou corporização de Deus. Mas depois falam, displicentemente, na “comunhão com Deus”. Saberão o que estão a dizer? Se pensarem um pouco, talvez fiquem tão intrigados como aqueles meus amigos, sobre como a criatura pode ser mãe do Criador.

Se o crente cristão e praticante que vai à missa, pelo menos aos domingos, abrir os olhos da sua fé e da sua inteligência, há um momento em que ele vê proclamada a harmonia possível entre a fé, a filosofia e a ciência. É quando o sacerdote ergue o pão e o vinho consagrados e proclama solenemente: “Mistério da Fé”.

Os celebrantes da filosofia e da ciência, diante do mesmíssimo “Corpo de Deus”, que é o nosso incrível Universo, dizem o mesmo numa só palavra: Mistério!

Na sabedoria do Mistério nos unimos todos. E na estultícia nos separamos.

29 outubro, 2012 10:09  
Blogger Lima said...

Acho que é de louvar, Mário, a tua tentativa de clarificação. E faze-lo com convicção... e “fé”. No entanto duvido que a fé ajude à compreensão ou favoreça a clarificação.
Na mesma linha de pensamento, eu deixaria a fé aos crentes, a filosofia aos filósofos e a ciência aos cientistas. São entidades talvez irmãs, como lhe chamas, e eu concordo na medida em que são todas fruto do trabalho criador da mente humana. Mas eu pergunto: será o suficiente para uma perfeita sintonia entre elas?
Por mim não acredito.

29 outubro, 2012 20:06  
Blogger Mario Neiva said...

Claro que não é suficiente, Lima. Ninguém sai esclarecido definitivamente do diálogo entre as três irmãs. Mas se as três aceitarem, "para inicio de conversa" que nenhuma tem a última palavra acerca do mistério da vida, acabarão unidas na sabedoria possivel.

29 outubro, 2012 21:02  

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