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14 de setembro de 2011

SETEMBRO DE 2011

OITO "MOSQUETEIROS" REVISITAM TIBÃES
NO DIA OITO

Após uma difícil triagem, no conjunto de trezentas e tais fotos, segue-se uma dúzia delas, para "memória futura" (António Costa)




Início da visita "não guiada"(ad hoc),
para aperitivo.

Junto à "piscina", (nos anos 60, tomámos umas banhocas.

Vamos "dar de comer e de beber à dor"
porque a jornada ainda está no início

A surpresa oferecida à "Madre" foi o canto do "Flos Carmeli"

Depois de "bem comidos e melhor bebidos" reiniciámos a visita.


A Beleza dos "dourados" do Mosteiro encantou os visitantes

Com o som do Canto gregoriano em fundo, os "turistas seniores"
posam para a posteridade

Mais uma pausa...
Eis-nos chegados à Sala do Capítulo, esse local mítico que
serviu de "hotel" há cerca de 50 anos... Quantas estórias e histórias
...E, para terminar em beleza, na varanda que serviu de "refeitório" (ou nos termos modernos, "restaurante")... nesses longínquos anos 60...
(António Costa)

 


28 Comments:

Anonymous Mário Neiva said...

Tibães 2011



Uma iniciativa feliz do Costa, o fotógrafo oficial da aaacarmelitas, juntou um pequeno grupo de antigos alunos no mosteiro beneditino de Tibães, que vai ficando tão famoso como nos seus dias de juventude, recuperado para a beleza com que nasceu no berço natural e deslumbrante da mata onde se aconchega.

Não eram onze horas quando cheguei ao “terreiro”l ou adro , a norte, espaço onde se recebe as boas-vindas de um monumental e belíssimo “cruzeiro” granítico, peça quase obrigatória erguida junto dos templos da cristandade, para delimitar o percurso das procissões que saíam e reentravam na igreja.

Ainda não parara o carro e já reconhecera o Vaz Alves, na figura solitária e paciente, aguardando que se lhe juntassem os convocados que anuíram à iniciativa do Costa.

De modo que fui o primeiro no abraço ao Vaz Alves e na surpresa de o ver . De facto, não sabia quem viria, nem quantos. O Vaz Alves esteve comigo os anos todos da Falperra e ainda veio a reencontrar-me, mais tarde, no seu primeiro ano de filosofia. Ali estava, silencioso e solitário, para quem olha, junto ao imponente mosteiro. E este facto ocasional evocou a imagem que sempre guardei do Vaz Alves: introvertido, calmo, sensato, pensativo. Foram sempre as pessoas como ele que mais me despertaram para o mistério que subsiste em cada um de nós.

É esse mistério que eu comecei por descobrir nas pessoas e, depois, desenhado e esculpido em pedra, como naquela forma solitária e imponente do mosteiro beneditino, pensamento e fé perpetuados, quando os seus “arquitectos”, há muito tempo, tornaram ao pó donde vieram.

Num momento da visita guiada, quando seguia o grupo, um tanto disperso, por um dos longos corredores do agora “convento pousada” e tinha a meu lado o Amaro Alves, um arrepio emocionado percorreu-me o corpo todo. Uns metros à nossa frente, o Cachetas e o Cândido Couto ensaiavam uma melodia em “gregoriano” . Assaltaram-me em tropel à memória, não sei se os anos da minha juventude no seminário, se as vozes místicas dos muitos monges que habitaram aqueles espaços, cantando idênticas preces, na sua fé, contrição e esperança. Estuguei o passo, para os alcançar, e pedi-lhes que não parassem de cantar. Voltei para o Amaro, partilhei com ele o que sentia, enquanto aqueles dois maravilhosos malandros continuaram a emocionar-me.

Pago, como sei e posso, aquele concerto divinamente inesperado e quase exclusivo, ao Cachetas e ao Cândido. Digo-lhes que ficou dentro de mim a ressoar como um encantamento, acontecido nos longos, largos e altos corredores do convento de Tibães.

Isto foi mais tarde, porque antes, no fim do almoço-convívio, estas memórias vivas de outros tempos que são os nossos aacarmelitas, deixaram estupefacta a freira (carmelita) que nos servia à mesa (e nos fez pagar um bom preço pela manjedoura) quando entoaram o “Flos Carmelli”! Nesta altura já eram oito as vozes, tantas quantos os antigos alunos presentes. No fim da cantoria, a irmã, alta, bem morena e linda, exclamou deliciada e sorridente “mas vocês são carmelitas?!”.

Deixem-me adivinhar a inveja de quem não pôde estar presente…

14 setembro, 2011 15:19  
Anonymous Mário Neiva said...

Tibães 2011 (Continuação)

Antes do almoço fizemos um roteiro pela quinta do convento. As vindimas estavam feitas, com grande desgosto da Maria Emilia, mulher do Amaro, a quem os vindimadores não deixaram nem um simples “gaipo” para ela ter o prazer de degustar uns bagos de uvas apanhados directamente da videira, saboreando, com eles, as lembranças da sua meninice.

Confessou, nostálgica, romântica e companheira.

Subimos o escadório monumental e íngreme que nos conduzia aos sítios altos da quinta e, em dado momento, dei pela falta do Amaro. Perguntei à Maria Emília por ele e ela segredou-me o quase-crime “foi-se aliviar”. “Eu também quero”, atirei sem pensar duas vezes, que já vinha um pouco à rasca. Desci uns lanços da escadaria, comecei a embrenhar-me na mata e lá vinha o Amaro sorridente e aliviadinho. Regressava eu ao grupo, quando vejo o Cândido, mais acima, sair do lado oposto, de entre uns arbustos cerrados e cúmplices. Bem diz o povo: “quando mija um português, mijam logo dois ou três”.

Não podíamos passar sem uma visita ao lago de águas geladas, onde o Sousa Marques se viu aflito e lhe valeu a pronta intervenção do saudoso Pe Ambrósio. Recordamos o episódio e para se perceber bem como eram perigosas aquelas águas, o Lino Vinhais deu-lhe para mediar a profundidade do lago. Improvisou uma unidade de medida, mergulhou o pau junto à parede do lago e aquilo passava mais de um palmo acima da cabeça dele. Como sabem, o gajo é alto e o Sousa Marques era um miúdo.

Devem ter reparado que escrevi mais sobre os visitantes que sobre as pedras monumentais, as pinturas nas paredes, os azulejos lindíssimos (os que restavam e os que foram pilhados), a riquíssima talha dourada dos altares, os numerosos santos de todas as invocações. É verdade. E ainda me falta referir o Evaristo, que vai em último, para castigo de ter chegado atrasado. Almoçou ao meu lado, não se calou, nem quando tinha a boca cheia, e via-se que estava todo contente por hoje os cozinheiros serem os outros. É isso mesmo, só parava de falar para rir e gozar o panorama das carmelitas a cozinhar p`ra ele. Também o vi reparar nas figuras carrancudas e em sofrimento, que suportavam o enorme peso do órgão da belíssima igreja do mosteiro. Eram mesmo figuras horrendas e tinham pés de bode. Eram demónios. Só podia ser. Comentei para ele e para o Amaro: estão a ver porque é que o povo diz “vão para o diabo que os carregue?”

As pessoas são o máximo. Afinal, são elas que fazem as pedras falar.

14 setembro, 2011 15:21  
Anonymous Amaro said...

Iniciativas destas são de louvar e repetir num lugar qualquer que diga algo aos AAACarmelitas.
Parabéns Costa.
Não é preciso grande organização. Um simples SMS e o pessoal aparece.

14 setembro, 2011 16:27  
Anonymous Anónimo said...

Sim, senhor!
Dizeis que éreis oito, mas eu conto só sete!
Então o Costa não foi? ... não o vejo nas fotografias!
Espero poder estar disponível na próxima.
Um abraço
Emídio Januário.

14 setembro, 2011 22:06  
Anonymous Mário Neiva said...

Dizia o Amaro, ainda na caixa de comentários do post anterior, a propósito dos poucos que estivemos em Tibães, para seguir em frente, que "amanhã seremos mais". Não duvido. O que importa é passar a palavra. Muitos entramos na idade da reforma e esse facto libertou-nos da azáfama de ter de ganhar o pão de cada dia. Aproveitemos esta janela de liberdade para cultivar o que todos mais desejamos: a amizade sincera, o convivio das emoções, dos sentimentos e pensamentos; a partilha das exepriência de uma vida já longa.
As divergências naturais diluem-se no espirito maior que se torna transversal ao grupo dos nossos encontros. E quando são assim, informais, como o de Tibães, soltam-se os sentimentos mais que os pensamentos e nós sabemos que tudo pode começar por um sentimento caloroso. O resto é tão fácil, porque o abraço quente derrete o inoportunidade do frio racionalismo. Ao fim e ao cabo, o raciocinio perfeito é matemática pura e nós somos muito mais que um problema de matemática.
Esta pequena verdade agiganta-se nos encontros-convivio.
O encontro anual do Sameiro deverá ser encarado como o encontro-mãe de outros encontros possiveis pelo ano adentro; e gerador de convivios ou de células conventuais, no sentido etimológico da palavra, "convenire", que trouxe à nossa lingua materna o convénio e o convento, naquele para aprender e neste para viver em união.
E por falar nisto, lembro-me de ter cantado muitas vezes, naquele canto-chão comovente e exaltante, evocado pelos "malandros de Tibães": "ecce quam bonum et quam iucundum habitare fratres in unum".
Nem é preciso traduzir, que já todos compreenderam,há muito tempo, como é tão bom viver na harmonia do amor fraterno.
Não é assim, velho e amigo confrade Amaro?

Acho que estou mesmo a ficar velho! Recordo e escrevo estas coisa e os olhos ficam marejados.Só pode.

15 setembro, 2011 07:57  
Anonymous Amaro Alves said...

Os anos passam-se. As memórias vão se apagando. Vamo-nos tornando mais pesados na idade. Pois, meus amigos, há uma coisa que permanece é a amizade. Foram anos juntos com brincadeiras, "bulhas" e quezílias sem fim. Amadureceram-nos e sentimos necessidade de as recordar.
Também concordo que o Sameiro (Falperra) deverá ser o expoente máximo dos encontros. Devo dizer também que o de Fátima é-me muito querido. Estudei lá 4 anos.
Aproveito este comentário para informar os bloguitas e outros que passei a morar em Braga. Troquei a freguesia de Bairro/Vila Nova de Famalicão por esta terra maravilhosa pela qual nutro muitos sentimentos e recordações (seis anos da minha adolescência foram passados na Falperra). A mina mulher, Maria Emilia, fez o Magistério Primário nesta cidade. Também tenho um filho cá a morar. Estou-me a integrar aos poucos e posso dizer já com muita certeza "bendita a hora em que mudei.
Para os amigos e não só resido em:
R AMERICO FERREIRA CARVALHO, 102 - 4º esq (junto ao Centro de Saude do Carandá).
Um abraço a todos

15 setembro, 2011 18:10  
Anonymous j dias said...

Aplaudo

15 setembro, 2011 23:08  
Blogger Evaristo said...

Ó Amaro temos que aproveitar, sabemos que são muitos os sexagenários agora mais disponíveis para estas tertúlias oxalá bastasse um SMS para reunir umas dezenas, pois gasta-se muito latim em papel e isso nem sempre acontece.

Sempre ligado pelas amarras que a vida me reservou, agora libertado do cativeiro do RESTAURANTE, embora sempre ocupado, mas já posso agendar coisas destas que outrora era impossível.

Muitos de nós nascemos no Distrito de Braga e é com orgulho que podemos dizer que é das cidades que mais cresceu e considerada das mais jovens da Europa. Parabéns Amaro pela mudança, eu se pudesse mudar seria a minha escolha. Cidade linda e com história " ROMA PORTUGUESA ", repleta de belos monumentos e o mais recente contributo para o seu crescimento foi a UNIVERSIDADE DO MINHO.

Bem hajam momentos destes. Obrigado COSTA pela iniciativa, foi bonito, tive pena não chegar a tempo, pois adoro flores, jardim e vegetação.

Ó Emidio és a companhia que todos nós gostamos de ter, fica para a próxima.
O Costa ouviu leu o teu comentário e vai publicar uma foto onde ele aparece e claro entende-se porque é que não estou onde Ele está...

15 setembro, 2011 23:53  
Anonymous Anónimo said...

Pronto, concluída que está a postagem de todas as fotos, já não há razão para comentários sobre a ausência do A.C.. É na última foto, mas está lá!São mesmo oito.
Quanto aos de 1962, há que dar tempo ao tempo.
Logo que eu tenha a listagem, serão enviadas ao S.Silva. Quanto aos de 1961, vamos ver se consigo fazer a leitura da disquete em que tenho os dados. A listagem foi publicada no Vínculo nº 35. Logo que possa será enviada.
A todos um grande abraço.
augusto castro

16 setembro, 2011 21:59  
Anonymous Mário Neiva said...

Ó Augusto, de facto estão ali oito e entre eles o Costa. Mas falta o Evaristo, que devia ter mandado aquele "metro e noventa e cinco", atrás do Cachetas, tirar a foto.Pensando melhor, foi bem feita, por ter chegado atrasado...

16 setembro, 2011 23:08  
Anonymous Antonio Costa said...

Meus caros companheiros de jornada e navegantes:
Terminados os visionamentos destas fotos, fica-me "a tristeza" de não poder ter feito um milhar delas porque mesmo esse milhar não corresponderia aos belos momentos nem à emoção que elas deixariam transparecer.(É assim que eu interpreto qualquer reportagem que eu tento fazer)Daí a imensa felicidade que me proporcionaram estes (oito, porque quero incluir agora a esposa do Amaro que entrou na carruagem)meus amigos da jornada, e que muito agradeço a presença e companhia.Também estou imensamente grato ao Augusto Castro por ter
colocado no blog estes "postais" para que aqueles que há quase meio século estiveram a passar uns dias naquele bucólico local consigam recordar-se destas paragens outrora "administradas" pelos frades beneditinos.
São jornadas destas ou semelhantes que acabam por carimbar o espírito carmelita que, eu acredito, existe em nós.

17 setembro, 2011 01:06  
Anonymous Mário Neiva said...

Amigo Costa, gosto muito pouco da expressão que usas "espirito carmelita".Sou um pouco avesso a "espiritos". Isto tem ressonâncias a "almas penadas" e eu vivi um bom par de anos da minha vida aterrorizado com elas. Estórias que me contaram desde quando ainda mamava, ou quase, e ficavam gravadas e eu tive de conviver com uma memória povoada de fantasmas. A formação, feliz para mim,a que tive acesso, esconjurou esses fantasmas e comecei a recear apenas os seres viventes e consistentes de carne e osso. Agora só estes me podem alegrar ou alarmar com a sua presença e acção. Acredita que ganhei imenso.
Voltando ao teu "espírito carmelita" vou contar-te porque fiquei varado com aquela exclamaçâo espontanea da freira que nos fez pagar um almoço com lingua de palmo e meio: "mas vocês são carmelitas?!"
É bom de ver que não estava ali o "espírito carmelita" à volta da mesa do repasto e, se estava, como tu insinuas ou afirmas na expressão que empregaste, a linda freira não o vislumbrou. Só assim se explica que não tenha feito um descontozinho ao "espírito de pobreza carmelita"...É a prova provada de que andamos carregando uma realidade espiritual indectectável, mesmo aos olhos de uma carmelita!
Na sua surpresa enorme, quando ouviu o "Flos Carmeli", disse a verdade toda, como nenhum de nós teria coragem de o fazer: são carmelitas!
E podes ter a certeza, Costa, que não estava a pensar em “espíritos carmelitas”, que aqueles oito latagões, em idade, não no corpo, comiam e bebiam que nem abades.
A carmelita transcendeu o tempo com naturalidade desconcertante, apanhou como um todo indissociável a vida de cada um dos presentes e profetizou que tinha diante de si carmelitas em carne e osso. Éramos muito mais que uma simples recordação, porque a realidade evocada pelo "Flos Carmeli" emergiu no presente como parte verdadeira do que somos.
Eu gosto de dizer que o nosso passado é "carne da nossa carne". Somos a infância e a juventude fermentada e amadurecida, que fez de nós um vinho de reserva para saborear até à última gota. Não se quebrou nenhum elo da cadeia da vida entre o que fomos e o que somos. Tudo se passa num "continuum" , em crescendo de amadurecimento. Por isso á tão saudável e gratificante assumir a nossa vida em todos os actos que fizeram de nós o que hoje somos. Até os fracassos arreliadores.
Em conclusão, caro Costa, estavam ali oito carmelitas em carne e osso e não oito "almas penadas", que é o mesmo que dizer oito entidades abstractas imbuídas de um não menos abstracto “ espírito carmelita”. Que estas não comem, nem bebem e nem cantam o "Flos Carmeli". Como não foram as vozes do antigos monges beneditinos que ouvi nos corredores do mosteiro, mas as vozes saudosas e sonhadoras do Cachetas e do Cândido.
Propositadamente estou a fazer uma confusão entre as pessoas e os seus “ideais”. “Espirito carmelita” não tem nada a ver com um carmelita “desincarnado”. Com este exercício pretendi transmitir, meu caro Costa, que não devemos ir atrás de revivalismos estéreis, como quem quer fazer a história andar para trás ou repeti-la. Outra coisa bem diferente e salutar é assumi-la e comemorar as coisas boas e lindas que vivemos . Sem nunca esquecer, porém, que essa história está integrada no nosso presente e é este presente a plataforma de arranque para o nosso futuro. Porque se alguma coisa nos ensina de verdade profunda a recordação do passado é que foi sempre o ponto de partida para as novas realizações.
Estivemos em Tibães, ontem, para termos este dia, hoje. Ninguém foi lá para colocar um fim na caminhada mas antes para a continuar e de forma mais emocionante.

17 setembro, 2011 16:38  
Anonymous António osta said...

Caro amigo Mário Neiva e todos outros amigos "navegantes": Talvez aquela expressão por mim usada acima"espírito carmelita" não tenha sido bem utilizada, e tenha sido mesmo infeliz nas palavras que utilizei, porque quando nós estamos a conviver, confraternizar, estamos também a reviver ou a comemorar no presente datas históricas do passado( eu gosto da expressão tornar presente)E foi isso que fizemos:tornámos presente. E no nosso passado éramos carmelitas de corpo inteiro, e eu também não renego esse passado.De
maneira nenhuma quero que fiquemos com
"espíritos no ar".Talvez a expressão correcta será "a marca carmelita", daí a freira ter logo quase que corroborado ou definido "são carmelitas".
Ao ouvir aquelas palavras, pareceu-me ver em cada um de nós um brilhozinho nos nossos olhos, como que sentindo-nos vaidosos. Somos e continuaremos a ser carmelitas.

E para terminar repito as tuas palavras,Mário Neiva, porque foi aquilo que senti:...".Ninguem foi lá para colocar um fim na caminhada mas antes para continuar e de forma mais emocionante". E venham outros eventos, outros motivos para as pessoas se encontrarem ....

18 setembro, 2011 23:55  
Anonymous Mário Neiva said...

Isto de escrever ao sabor da inspiraçâo leva a que possa sair melhor o contúdo que a forma. Todos perceberam a falta de concordância entre sujeito e predicado. Devia ter escrito assim:

Somos a infância e a juventude fermentada e amadurecida, que fizeram de nós um vinho de reserva para saborear até à última gota.

E aquele Dão estava de se lhe tirar o chapéu...

19 setembro, 2011 08:43  
Anonymous Mário Neiva said...

Amigo Costa, eu não peguei de cernelha aquela expressão "espirito carmelita" para te contrariar ou desdizer. Aliás, ela está perfeita no contexto e na comum interpretação. Quis foi colocar outra ideia e, como estávamos em maré de lembranças do passado, sairam do "sótão" as estórias das "almas penadas". Acredita que ainda hoje não responderia pela integridade higiénica das minhas cuecas, se fosse surpreendido, a meio da noite, naqueles enormes corredores do convento de Tibães, pelos doridos e arrastados do canto-chão...

19 setembro, 2011 08:53  
Anonymous Mário Neiva said...

sons doridos e arrastados (juro que ainda não bebi hoje!)

19 setembro, 2011 08:55  
Anonymous Mário Neiva said...

Revivalismo

“Revivalismo não é ouvir música dos anos 80 nem usar calças à boca-de-sino. Revivalismo é não acertar o relógio do carro quando muda a hora ...”

É isso mesmo. O relógio do tempo não pára. Quem não perceber isso acaba dessincronizado.

Quando falei em “revivalismos estéreis” estava a pensar em ideias como aquela que em tempos foi lançada neste blog, de nos tornarmos carmelitas e, mais ainda, “carmelitas contemplativos”. É uma ideia completamente peregrina, se tivermos em conta o que é realmente ser “carmelita contemplativo”. Claro que se pode sempre dizer que “carmelita” e “contemplativo” são apenas palavras e nelas cabe tudo o que quisermos. Como num hábito monacal. Porém, a seriedade e respeito pela história merece outro tratamento.

Quando surgiu o ideal contemplativo monástico, em plena Idade Média, a realidade sócio-cultural não tinha nada que se assemelhasse à das sociedades “cristãs ocidentais” dos nossos dias.
Naquele tempo…a Terra estava fixa e mundo girava à sua volta; os reis tinham mandato divino; a doutrina da fé era única e estava para sempre estabelecida; a peste , a fome e a guerra eram consequência normal do pecado e castigo divino; a vida neste mundo valia tanto como lixo que se queima, para não espalhar mais a infecção do mal.
Se os príncipes e alguns afortunados ainda conseguiam algumas alegrias, daquelas que dão vontade de viver, ao fim e ao cabo até essas não passavam de alegrias efémeras, porque a doença e a morte avançavam impiedosas sem olhar a quem.

A vida era repetitiva, pensada e sentida como um círculo fechado. Tudo haveria de ser amanhã como é hoje e foi ontem. Qualquer alteração à rotina era encarada como desvio de uma imaginada e nostálgica perfeição antiga. A acção dos homens parecia consistir em perturbar a ordem natural das coisas. A ideia de historicidade era incipiente e reservada a uma restrita intelectualidade. Quanto à ideia de evolução…só do paraíso para o inferno do pecado. Até ao século dezoito!

Perante uma tal visão do mundo o ideal dos ideais era fugir dele e interagir o menos possível com ele. “Fica-te mundo cada vez pior”, era a voz dos pregadores e a voz do povo.

Hoje sentimos que o mundo se constrói e queremos participar na sua construção. A juventude impulsiva e aventureira não tem pachorra para ficar a ver “passar a carruagem”.
Uma das razões porque os conventos se esvaziaram. Talvez a mais profunda.
O ideal monástico levou a sério a ideia de um mundo de sofrimento sem remédio e a esperança de felicidade além-túmulo. Por isso recolheram aos conventos, vivendo do estritamente necessário para sobreviver, ao mesmo tempo que se mortificavam pelos seus pecados e pelos pecados alheios. Não havia futuro na Terra, nem para si nem para os vindouros. O celibato era simultaneamente a renúncia ao breve “prazer da carne” e à humanidade sem futuro neste vale de lágrimas. Embora eu nunca tenha visto este facto assumido e confessado. Mas nós sabemos que se chegou a ensinar que fazer um filho era fazer um pecador, com necessidade de resgate imediato pelo baptismo. Assim nasceu o baptismo das “crianças pecadoras”.

19 setembro, 2011 09:59  
Anonymous Mário Neiva said...

(Continuação)

Actualizando o relógio….

A Terra não é o centro do mundo nem está fixa. Os reis e governantes não são uma escolha divina nem receberam qualquer mandato do céu. Nós os escolhemos. A fome, a doença e a guerra podem ser combatidas. Os direitos para a vida que temos são reconhecidos para todos. A esperança de vida alonga-se até aos limites do avanço da ciência. E o homem percebe que não está fatalmente dependente do que “acontece”. Agora, como nunca antes, faz acontecer.
Sem perder tempo a discutir se está certo ou errado, a verdade é que a esperança no além se transfere cada vez mais para a esperança de dias felizes nesta vida que se quer cada vez mais longa e de qualidade. Assim, não é de estranhar a desertificação dos conventos. Trata-se, simplesmente, de acertar o relógio da vida. Sem dramas, compreendendo e respeitando a experiência dos nossos avós.
As nossas gerações foram apanhadas em clara fase de transição. Já hoje acelerada mudança.

Aqui estamos, reconhecidos como carmelitas em Tibães, quando já somos pais e avós. Carmelitas e contemplativos, sim, da beleza daquele espaço que nos foi legado e da fé que animou os monges que ali rezaram e cantaram a sua esperança.

19 setembro, 2011 10:04  
Anonymous Anónimo said...

PESSOAL, DE 1961, NÃO HÁ NADA, NADA , NADA???!!!

21 setembro, 2011 19:09  
Anonymous j dias said...

Fiquei pensando que ninguém dava cavaco á reação do "Flos Carmeli": "Mas Vocês são carmelitas?"
Pois, entre apreços à moçoila, "freira ou noviça", pelo visto bem apetrechada como mulher, respirei folgado ao toque a rebate do Costa sobre o espírito carmelita, sustive a respiração facea à coça que o M Neiva lhe deu, anotei o pedido compungente de perdão do Costa transformando a verdade em mentira, deixa de ser espírito para ser marca... pois, pois, mimetismo de elegância relacional e de grandeza de alma. Mas fico siderado com este naco de prosa de converso não confesso:
"Aqui estamos, reconhecidos como carmelitas em Tibães, quando já somos pais e avós. Carmelitas e contemplativos, sim, da beleza daquele espaço que nos foi legado e da fé que animou os monges que ali rezaram e cantaram a sua esperança.M Neiva".
Bem bom que Tibães não serviu só para apreciar as caracteristicas sexuais da moçoila!
A propósito, para além da barriga cheia, que apreciaram mais?

25 setembro, 2011 00:11  
Anonymous A.Costa said...

Ora bom:"Marca"é também um distintivo, mas para mim é essencialmente uma "FORÇA EM MOVIMENTO" que acho que existe nos AAC, caso contrário aquela "jornada " não teria tido tanto eco sobretudo naqueles que experimentaram tantas emoções fortes, (de maneira nenhuma descritas nas trezentas e tais fotos) ...Cada passo dado foi uma descoberta de que há muito, mas muito mais para além do "nosso vale de lágrimas" quotidiano...
Se calhar,Jorge, também tu experimentaste essa mesma força na celebração da Senhora do Carmo nos Açores.... Venham mais jornadas!!!!! E já se perfila o magusto...É já a seguir...

25 setembro, 2011 15:41  
Anonymous j dias said...

Pois Costa e até é verdade, mas fugiste ao tema. E eu sei que não tem nada a ver com o caso, mas este assunto fez-me lembrar aquela anedota que corre por aí dos dois compasdres.
Dizia o primeiro:
-Compadre, nesta terra há dois homens sérios!
-Sim? dizia o outro.
-Retorquia o primeiro, é verdade, dois homens sérios!
-Tornava o primeiro: como assim dois homens sérios? Só?
-Voltava o primeiro: Compadre, mas não te assustes, porque um és tu! Mas agora, compadre, diz aí quem é o outro?

Pois é Costa... a palavra dá-nos cada malhadela!

25 setembro, 2011 23:47  
Anonymous Anónimo said...

Quer dizer, não deram grande importância ao " livro do Jorge ", vai daí, ele cai em cima de " vosotros " que nem a moçoila cobiçada, por alguns, escapou ao arreganho da sua intervenção, oportuna e em tempo útil.
Força, ataca aí e dá-lhe enquanto estás de costas, oh Costa.

26 setembro, 2011 07:13  
Anonymous j dias said...

Estás levemente enganado caro anónimo, mesmo entre aspas. Meu, no livro, são os meus comentários, como a nota de co-autoria assinala no início do livro. Minha é só a responsabilidade da edição. Quanto a escrever algum livro, faço-o a qualquer momento se entender que vale a pena, dado que teses já escrevi para outros. Não vás por aí quando há tanto por onde ir...
Quanto aos apetites pela moçoila podes crer que até acho bem se tivesse partido dela! Mas como não foi o caso tomei a iniciativa de subreticiamente evidenciar o toque de mau gosto!

Relembro ao anónimo que fui eu neste espaço o primeiro que chamou a atenção para a presença das carmelitas no Mosteiro de Tibães a convite do arccebispo de Braga à altura.

O Costa é um Senhor dentro da aaacarmelitas e a sua amizade há muito que me sensibiliza e surpreende. A sua palavra e perspicácia são finas, únicas e sempre diplomáticas, algumas mesmo uma autêntica surpresa e revelação! Estão por aí para quem as quiser ler e refletir.

27 setembro, 2011 01:18  
Anonymous Anónimo said...

Somos todos, uns senhores,dentro, ou fora, dos aaacarmelitas. Só há uma diferença, a meu ver, uns querem colher os louros, porque são os sapientes, trampolineiros que metem os pés pelas mãos, trocam e varanham tudo e dão sempre as mesmas cartas, ficando sempre na posse do rei, na barriga, só pode!...
Eu já pensei que será talvez, por isso que tão pouca gente mesmo com a cultura, apenas da batata, como eu, apesar de não ser lavrador, ou agricultor que é mais fino agora que seriam muito bem vindos,a partilhar, algo dos bons e velhos tempos, desde as alturas da Falperra.
Tentam entrar de mansinho, como anónimos, mas surge logo o castrador, com uma filosofia rasca, escorraçar, ou pelo menos amesquinhar, os que têem outras aptidões, talvez mais importantes, do que lérias e manias, a toda a prova e evidentes, como temos vindo a constatar.
Os velhinhos , costumam ser sensatos e comedidos, mas outros há que perdem o tino e brota, o que julgam que estar certo, em juizo de causa própria...

27 setembro, 2011 08:29  
Anonymous Anónimo said...

" varanham " quis dizer baralham

27 setembro, 2011 10:56  
Anonymous Anónimo said...

Que se passa com o Blog?

08 outubro, 2011 08:02  
Anonymous Anónimo said...

Alguns, já não se seguravam nas canetas, porque pelos vistos o repasto, foi uma boa almoçarada, com tintol, até chegar com o dedo...

11 outubro, 2011 16:56  

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