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1 de agosto de 2011

IN MEMORIAM


FALECEU O PADRE AMBRÓSIO
TESTEMUNHOS

Recordar o Pe  AMBRÓSIO  DENKERS
É lembrar um Padre que trouxe alguma vida nova ao Seminário, quebrando  a rotina de alguma clausura própria da época.

Foi com o Padre Ambrósio que aprendemos a conhecer a vida do Fundador do Escutismo “ BADEN – POWELL “; ensinou-nos algumas noções da vida dos escuteiros, o código Morse, causador da minha expulsão do Seminário, formamos grupos (patrulhas), ainda acampámos por um dia por de trás da Santa Marta (Esporões );  se bem me lembro, cozinhámos batatas com bacalhau, ao ar livre. Entre os vários ‘nós’ que nos ensinou, o que mais memorizei foi o nó à pescador.
Outra novidade levada para o Seminário pelo Padre Ambrósio. Foi com Ele que aprendi “ O ciclo da vida da BORBOLETA “. Quem não se lembra de andarmos na mata a apanhar folhas com larvas que eram metidas em casulos e depois transformavam-se em lagartas e borboletas; também corríamos mata abaixo, mata acima, com redes, apanhando borboletas, qual delas a mais linda, em seguida levavam uma injeção de éter para conservação e a próxima etapa era fazer lindos quadros com borboletas.

 Outro acontecimento que jamais esquecerei nos nossos passeios às Taipas: depois do futebol íamos mergulhar ao Rio Ave. Um colega nosso, o António Costa, numa zona perigosa e profunda junto a uma rocha enterrada no rio, mergulhou e nós por momentos já o dávamos como afogado; pois o Padre Ambrósio mergulhou e lá o trouxe a terra; foi a felicidade de convivermos com Holandeses habituados a coabitar como mar.
Só convivi com o Padre Ambrósio durante três anos, muitos colegas muito mais terão para contar, escrevam porque recordar é viver.

A vida e a morte estão nas mãos de DEUS.

Descanse na PAZ DE DEUS " PADRE AMBRÓSIO "
Evaristo

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Meus caros amigos aa.s

Através do Evaristo acabo de saber que faleceu o Pe Ambrósio.
Foi reitor do seminário da Falperra por um ano, em Fátima prefeito dos clérigos e em Lisboa continuou nesta mesma função, na comunidade carmelita do Alto do Lumiar.
Os que conviveram com ele sabem do seu entusiasmo na formação do grupo de escuteiros e quanto se empenhou em criar um "conjunto" musical. Ele próprio tocava acordeão e ensinou-nos algumas "modinhas" do nordeste brasileiro.
Animou com jogos a estadia inesquecível de quinze dias na quinta de Tibães e ainda teve de socorrer, no lago fundo e gelado, o Sousa Marques que se vira atrapalhado.
Guardo uma memória viva e muito querida deste Padre carmelita.
Reconheci-lhe defeitos e virtudes, mas só me ocorre falar-vos da saudade imensa que me deixa a sua partida definitiva.

Publicada por Mário Neiva em  ************AAACARMELITAS************ a  30 Julho, 2011 15:10

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Padre Ambrósio.

Homem e padre, humano e compreensivo.
Tive pena de perder o contacto com ele, mas os caminhos da vida são assim mesmo...
Guardo dele boas recordações e óptima impressão.
Enfim... Chegou a vez dele.
Recordo aqui a quadra que lhe dedicamos no final do ano, julgo que em 1964, cantada naquela semana de espectáculos teatrais, e de que o Neiva e eu fomos os autores:

" O sr. Padre Ambrósio,
quando se sente inspirado,
agarra no acordeão

e põe-se a cantar um fado".
Claro que ele não cantava fados. Mas como a palavra fado rima com inspirado, foi assim que a quadra saíu.
Também me lembro de ele um dia, numa missa solene de qualquer festa de Nossa Senhora, talvez da Srª do Carmo, ter cantado em solo uma "Avé Maria", não sei se a de "Gounot" se a "Schubert"!
Só sei que gostei de a ouvir e ainda hoje me lembro da boa sensação que a música teve em mim.

PAZ À SUA ALMA.

Emídio Januário
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Pe Ambrósio
Curvo-me reverente perante a grandeza dos que sempre sendo, são apenas aquilo que são! Era uma pessoa invulgar nas limitações sem fim que como todos nós sentia, mas era continuada e afirmativamente alguém sempre de pé... nele o gesto seguia sempre uma fração de segundo atrás da palavra... mas seguia! A nossa força de ser era sua força e a nossa mudança foi a sua mudança! Foi um tempo lindo aquele que me foi dado conviver com este confrade!
Publicada por  j dias  em  ************AAACARMELITAS************ a  01 Agosto, 2011 00:19

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Acabamos de receber a notícia da morte do Pe Ambrósio e já nos chega a informação sobre a agonia do Pe Matias.
Está em fase terminal e sem esperanças de recuperação.
Também soube que encara a morte com resignação e naturalidade, não sei se pela sua postura filosófica perante a vida e a morte, se pela sua fé cristã, se por uma coisa e outra. Fico melhor assim porque, afinal, também é em mim que estou a pensar. No meu dia e na minha hora. Mas sobretudo na minha vida presente, repetindo o que diz o povo sábio e crente:  “ o futuro a Deus pertence”.
Para aqueles que não conheceram o frei Matias, informo do papel importante que ele teve na formação filosófica em Fatima, na Sedes Sapientiae e em Lisboa, no Instituto Superior de Estudos Teológicos, de uma geração toda de clérigos carmelitas, incluindo os dois escribas mais persistentes do nosso blog, o J. Dias e eu próprio.
Enquanto escrevo estas coisas, atropelam-se dentro de mim as memórias do passado. Emergiram do fundo dos anos, uns cinquenta bem medidos,  os nomes e os traços reavivados de rostos como os do Artur (Charlot) e do Bento. E se a passagem do Artur pela Falperra não deixou indiferente nenhum dos que com ele conviveram, já o discreto Bento ( foto, com a sua mulher, mesmo no fim da série “fotos oficiais do Sameiro 2011) penso que o retive na memória por causa do nome, Bento, que devo ter sentido invulgar.  Veio de longe, do outro lado do Tejo.
Quando não reconheço, à primeira vista, alguém presente, pergunto  “de que ano és”.  Um desses “desconhecidos” respondeu-me “sou o Pe Castro*...
Como dissecção,  foi difícil reconhecer o Artur mas, quanto ao Bento, só mesmo o nome fez soar as campainhas. Aos poucos fui reconstituindo a imagem e comecei a perceber que tinha diante de mim os traços já carregados e maduros do menino  de há cinquenta anos atrás. Claramente, que a nossa memória reserva-nos surpresas boas como estas.
Não quero convencer ninguém a ir aos nossos encontros do Sameiro, mas aos que forem aviso, desde já, que se preparem  para emoções inesperadas e fortes. Às vezes basta tropeçar num daqueles carvalhos da Falperra, sem idade e sempre prontos a abrigar-nos sob os braços fortes e frondosos, para sentir um arrepio que não sabemos onde começa nem porque aconteceu. Afinal, já lá vão tantos anos…
O tempo corre. O passado e o presente, a vida e a morte são amassados dentro de nós, como memória reconstruindo-nos. Será uma parte pequena do pão nosso de cada dia, mas reconheço, mais uma vez, a sabedoria popular nas palavras sem tempo: “recordar é viver”.
E hoje foi a memória dos presentes e dos ausentes que presidiu a uma pequena (re)construção.
Publicada por Mário Neiva em  *********AAACARMELITAS********* a  01 Agosto, 2011  07:33

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Pe Ambrósio. Eu também fui bafejado pela sorte: Um dia, nós fomos às Taipas passar o dia( que ficava sempre inesquecível nas nossas memórias).As paginas tantas chegou a hora de ir`mos tomar banho no rio Ave, e eu, armado em grande nadador," caí num poço" e fui salvo pelo "Salva-vidas" de serviço, o Pe. Ambrósio.Bebi tantos litros de água que naquele dia não comi nem bebi mais nada.Obrigado, mais uma vez, Pe.Ambrósio.Havemo-nos de encontrar de novo brevemente!!!
A.Costa        ---01 Agosto, 2011 21:20

3 Comments:

Blogger borges gomes said...

Também eu fiquei muito triste com a morte do padre Ambrósio.
Corpulento, arrastando os seus sapatos grossos, lembro-o de vários factos relatados pelos que me antecederam, mas também pela sua imagem de professor.
Sim, professor de Latim. O meu segundo professor de Latim deste menino de, então, doze anos. No 1º ano tinha sido o Padre António. E recordo-me daquele vozeirão enorme que engandecia e tornava importantes aquelas declinações...de "puella -ae " de "pauper -eris" de "homo-inis", me ensinou a descodificar aquela metalinguagem, transformando o inacessível a trivial. Mais tarde, na universidade e pela vida fora agradeci-lhes muitas vezes, assim como ao Padre Calisto, o terem-me ensinado tanto latim.
É fatal. A morte é sublime. A saudade e o reconhecimento aumentam quando ela nos tira alguma raiz de nós próprios. para sempre...
Fico-me por aqui. Se há outra vida, pode ser que lá nos encontremos.

João Borges

10 agosto, 2011 18:13  
Blogger borges gomes said...

Por lapso, o comentário anterior foi editado com erros de sintaxe e de semantica que gostaria de corrigir. Por via disso, cá vai de novo o texto...

Também eu fiquei muito triste com a morte do padre Ambrósio.
Corpulento, arrastando os seus sapatos grossos, lembro-o de vários factos relatados pelos que me antecederam, mas também pela sua imagem de professor.
Sim. Professor de Latim. O segundo professor de Latim deste menino de 12 anos, na época.O primei-ro tinha sido o Padre António (Carapuças, senho-res...).
E recordo-me daquele vozeirão enorme que tornava importantes aquelas declina-ções - de "puella-ae", de "pauper-eris", de "homo-inis" e me ensinou a descodificar aquela metalinguagem tornando-a acessível, quase trivial.
Mais tarde, na universdidade, e, pela vida fora, agradeci-lhes muitas vezes, assim como ao Padre Calisto, terem-me ensinado tanto latim.
É fatal. A morte é sublime. A saudade e o reconecimento aumentam quando ela nos tira alguma raiz de nós próprios. para sempre...
Fico-me por aqui. Se houver outra vida, depois desta,pode ser que lá nos encontremos.

João Borges

10 agosto, 2011 18:39  
Anonymous Anónimo said...

Por onde andas tu, amigo Gomes?
Dá notícias!
Um abraço

12 agosto, 2011 11:28  

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