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26 de julho de 2011

O LUGAR DA PALAVRA

TÊM A PALAVRA OS  AACARMELITAS

COMENTÁRIOS, IDEIAS, DESABAFOS

66 Comments:

Anonymous Mário Neiva said...

Agora venham, amigos. Tragam um poema também.
Quando não for a nossa, podemos trazer a inspiraçâo de outros. A fé de outros. A alegria de outros. O sonho de outros.
Como se fossem nossos. Alguns serão, por isso os trouxemos.
E aproveitem o sol do verão. Armazenem calor paro o outono e o inverno. E lembranças boas, para as noites mais longas das estações sombrias.

26 julho, 2011 22:30  
Anonymous Anónimo said...

O Jorge Dias , faz muita falta! Ele é aquela máquina!Por onde andas amigo?Volta senão isto morre mesmo, só com um Paulo a pregar no deserto...

27 julho, 2011 06:10  
Anonymous Anónimo said...

FESTAS DE SANTA MARIA MADALENA E SANTA MARTA DA FALPERRA-DIAS 28 e 29 de JULHO-A ROMARIA MAIS TIPICA DO NORTE DE PORTUGAL

Era assim que começavam os programas das festas das duas santas(há 50 anos) e mantêm até hoje.

Santa Marta do Leon
Eu pró Ano hei-de lá ir
Ou casado ou solteiro
Ou criado de serbir

Santa Marta da Falperra
Eu hei-de mandar bordar
Um tapetinho de linho
Para as moças onde dançar

Terreiro de Santa Marta
Eu hei-de mandar barrer
Com um raminho de oliveira
Que d´oiro num pode ser

Santa Marta das Cortiças
Lebo augua para regar
Sou criado de serbir
Nom me posso demorar

Ó Santa Marta do Alto
Abaixai-me esta barriga
Que non sei que traga nela
Sé de garrafa sé da pipa

Ó Santa Marta do Alto
Alumiai-me o caminho
Estou triste e cansado
Já estou muito velhinho

Cumprimentos a todos.
A.Costa

29 julho, 2011 09:54  
Anonymous Mário Neiva said...

Meus caros amigos aa.s

Através do Evaristo acabo de saber que faleceu o Pe Ambrósio.
Foi reitor do seminário da Falperra por um ano, em Fátima prefeito dos clérigos e em Lisboa continuou nesta mesma função, na comunidade carmelita do Alto do Lumiar.
Os que conviveram com ele sabem do seu entusiasmo na formaçâo do grupo de escuteiros e quanto se empenhou em criar um "conjunto" musical. Ele próprio tocava acordeão e ensinou-nos algumas "modinhas" do nordeste brasileiro.
Animou com jogos a estadia inesquecivel de quinze dias na quinta de Tibães e ainda teve teve de socorrer, no lago fundo e gelado, o Sousa Marques que se vira atrapalhado.
Guardo uma memória viva e muito querida deste Padre carmelita.
Reconheci-lhe defeitos e virtudes, mas só me ocorre falar-vos da saudade imensa que me deixa a sua partida definitiva.

30 julho, 2011 15:10  
Anonymous Anónimo said...

Padre Ambrósio.
Homem e padre, humano e compreensivo.
Tive pena de perder o contacto com ele, mas os caminhos da vida são assim mesmo...
Guardo dele boas recordações e óptima impressão.
Enfim... Chegou a vez dele.
Recordo aqui a quadra que lhe dedicamos no final do ano, julgo que em 1964, cantada naquela semana de espectáculos teatrais, e de que o Neiva e eu fomos os autores:

" O sr. Padre Ambrósio,
quando se sente inspirado,
agarra no acordeão
e põe-se a cantar um fado".

Claro que ele não cantava fados. Mas como a palavra fado rima com inspirado, foi assim que a quadra saíu.

Também me lembro de ele um dia, numa missa solene de qualquer festa de Nossa Senhora, talvez da Srª do Carmo, ter cantado em solo uma "Avé Maria", não sei se a de "Gounot" se a "Schubert"!
Só sei que gostei de a ouvir e ainda hoje me lembro da boa sensação que a música teve em mim.

PAZ À SUA ALMA.

Emídio Januário

30 julho, 2011 23:46  
Anonymous j dias said...

Curvo-me reverente perante a grandeza dos que sempre sendo, são apenas aquilo que são! Era uma pessoa invulgar nas limitações sem fim que como todos nós sentia, mas era continuada e afirmativamente alguém sempre de pé... nele o gesto seguia sempre uma fração de segundo atrás da palavra... mas seguia! A nossa força de ser era sua força e a nossa mudança foi a sua mudança! Foi um tempo lindo aquele que me foi dado conviver com este confrade!

01 agosto, 2011 00:19  
Anonymous Mário said...

Acabamos de receber a notícia da morte do Pe Ambrósio e já nos chega a informação sobre a agonia do Pe Matias.
Está em fase terminal e sem esperanças de recuperação.
Também soube que encara a morte com resignação e naturalidade, não sei se pela sua postura filosófica perante a vida e a morte, se pela sua fé cristã, se por uma coisa e outra. Fico melhor assim porque, afinal, também é em mim que estou a pensar. No meu dia e na minha hora. Mas sobretudo na minha vida presente, repetindo o que diz o povo sábio e crente: “ o futuro a Deus pertence”.
Para aqueles que não conheceram o frei Matias, informo do papel importante que ele teve na formação filosófica em Fatima, na Sedes Sapientiae e em Lisboa, no Instituto Superior de Estudos Teológicos, de uma geração toda de clérigos carmelitas, incluindo os dois escribas mais persistentes do nosso blog, o J. Dias e eu próprio.
Enquanto escrevo estas coisas, atropelam-se dentro de mim as memórias do passado. Emergiram do fundo dos anos, uns cinquenta bem medidos, os nomes e os traços reavivados de rostos como os do Artur (Charlot) e do Bento. E se a passagem do Artur pela Falperra não deixou indiferente nenhum dos que com ele conviveram, já o discreto Bento ( foto, com a sua mulher, mesmo no fim da série “fotos oficiais do Sameiro 2011) penso que o retive na memória por causa do nome, Bento, que devo ter sentido invulgar. Veio de longe, do outro lado do Tejo.
Quando não reconheço, à primeira vista, alguém presente, pergunto “de que ano és”. Um desses “desconhecidos” respondeu-me “sou o Pe Castro*...
Como disse,não foi difícil reconhecer o Artur mas, quanto ao Bento, só mesmo o nome fez soar as campainhas. Aos poucos fui reconstituindo a imagem e comecei a perceber que tinha diante de mim os traços já carregados e maduros do menino de há cinquenta anos atrás. Claramente, que a nossa memória reserva-nos surpresas boas como estas.
Não quero convencer ninguém a ir aos nossos encontros do Sameiro, mas aos que forem aviso, desde já, que se preparem para emoções inesperadas e fortes. Às vezes basta tropeçar num daqueles carvalhos da Falperra, sem idade e sempre prontos a abrigar-nos sob os braços fortes e frondosos, para sentir um arrepio que não sabemos onde começa nem porque aconteceu. Afinal, já lá vão tantos anos…
O tempo corre. O passado e o presente, a vida e a morte são amassados dentro de nós, como memória reconstruindo-nos. Será uma parte pequena do pão nosso de cada dia, mas reconheço, mais uma vez, a sabedoria popular nas palavras sem tempo: “recordar é viver”.
E hoje foi a memória dos presentes e dos ausentes que presidiu a uma pequena (re)construção.

01 agosto, 2011 07:33  
Anonymous Anónimo said...

Pe Ambrósio. Eu também fui bafejado pela sorte: Um dia, nós fomos às Taipas passar o dia( que ficava sempre inesquecível nas nossas memórias).As paginas tantas chegou a hora de ir`mos tomar banho no rio Ave, e eu, armado em grande nadador," caí num poço" e fui salvo pelo "Salva-vidas" de serviço, o Pe. Ambrósio.Bebi tantos litros de água que naquele dia não comi nem bebi mais nada.Obrigado, mais uma vez, Pe.Ambrósio.Havemo-nos de encontrar de novo brevemente!!!
A.Costa

01 agosto, 2011 21:20  
Anonymous Anónimo said...

ELES NÃO FICARAM NADA SATISFEITOS COM A RENUNCIA
CARDEAL D.JOSÉ POLICARPO CHAMADO A ROMA...
Porque é que não arranjam já um Cardeal feito à medida, para não terem que fazer um interrogatório
ao velho mas ùnico capaz de "os chatear"???

Mas hoje queria trazer algumas frases duma entrevista que frei Bento Domingues deu ao Público(mais concretamente à revista PUBLICA da semana passada 24.07.2011).
"... se Deus não nos amasse, ia para o desemprego, porque Deus só sabe amar".Só esta pequena frase daria para escrever um livro sobre o amor.
"...Não existe sagrado fora do homem... O sagrado é o ser humano. O ser humano é que levanta a questão da divindade."
À pergunta da jornalista, porque é que não via pecado onde os outros viam pecado, ele respondeu:"As pessoas é que tinham os olhos cheios de pecados.No Evangelho vem:" Se o vosso olhar for puro, tudo será puro".Há todo um arsenal exterior em que nunca me reconheci.Ontem estava a ler uma coisa do Santo Inácio, As regras para sentir com a Igreja(concilio de Trento,séc.XVII:"Se vês que é branco, mas a hierarquia da Igreja te diz que é negro, tens de dizer que é negro."Disse para mim:Este homem é doido."
(Meu comentário...Este frade jamais será bispo, diz verdades demais)
VALE A PENA LER OU RELER ESTA ENTREVISTA
A.Costa

01 agosto, 2011 23:40  
Anonymous Elcantante said...

Paz à sua alma!
Foi meu reitor, professor e não era dos piores homens!
Eu até pensava que ele também tinha casado, mas pelos vistos ainda era padre.
Deus lhe dê o eterno descanso.Amen.

03 agosto, 2011 08:31  
Anonymous j dias said...

A Palavra
A palavra, que gostaríamos fosse sempre produtiva, sempre cumprirá a sua missão se lhe dermmos oportunidade. Que o Verbo seja a palavra, ou que a palavra seja Verbo, ou que cada um de nós seja sede da palavra, e a palavra capaz de tudo, até de ser Deus, incomoda-me e questiona-me. Tendo ela sede em cada um de nós, a palavra só pode refletir-nos ou melhor, cada um de nós tem que a espelhar, ou ainda, ser seu espelho produtivo. Tem um tempo. Não pode ocorrer em "remake"... ela, a que já foi, fez-nos outros, diferentes, melhorou e aprimorou os valores. Se nenhuma água move duas vezes o mesmo moinho ou passa duas vezes debaixo da mesma ponte porque o faria a palavra? Dei comigo a pensar quanta palavra teremos armazenada, e mal lida, neste blogue! Segundo os meus cálculos daria para cerca de cinco livros de 350 páginas cada um, tamanho médio!
Que desperdício... e com o desperdício me fico para aqueles que gostariam de mais palavra por aqui.

05 agosto, 2011 00:31  
Anonymous Mário Neiva said...

Estarei menos vezes por aqui, durante um breve tempo, que a companhia alegre do meus netos me ocupa a casa e a alma, ruidosa e deliciosamente. Garanto-vos que não se perderá nada com este meu quase silêncio. Antes recarrego de emoções e de afectos um pensamento que bem queria chegasse aos vossos corações e ao vosso pensamento. Nâo saberei escrever de outra forma e creio que também vocês já se habituaram a não esperar de mim outra coisa.
Não importa se dará em livros, como sonha o Jorge, porque o que pretendo mesmo é deixar aqui neste espaço algumas páginas soltas do livro da vida que vou vivendo, partilhando coisas do presente e memórias do passado. Marcas mais recentes e outras muito antigas. Umas e outras, tantas vezes, convocadas das gavetas do inconsciente, surgindo entrelaçadas e já harmoniosas,numa vida sempre renovada, agora avó de netos saltitantes.

05 agosto, 2011 12:29  
Anonymous Mário Neiva said...

Humanidade à Rasca

Às vezes fico a pensar nos exércitos derrotados, de antigamente, condenados à escravidão para o resto da vida. Também no incontável número de humanos feitos criadagem dos que se haviam constituído como "senhores", seja por direito de nascimento, seja por fortuna da vida.
Pensou-se que esta sociedade bipolar conheceria o seu ocaso com a integração dos valores proclamados da revolução francesa, "liberdade, fraternidade e igualdade".
Não é novidade para ninguém que este “evangelho revolucionário” mergulha as suas raízes na mensagem do evangelho cristão do amor fraterno e do amor de Deus, por séculos disseminado nas sociedades onde acabou por ecoar, precisamente, aquele grito da "revolução" francesa.
O evangelho cristão evoluiu para o evangelho da "revolução francesa" por manifesta insuficiência na realização dos seus ideais de amor fraterno. Pois está na hora de reconhecer outro tanto relativamente aos ideais da liberdade, fraternidade e igualdade.
Não vale afirmar, de uma forma simplista e sem qualquer correspondência com a realidade, que os trabalhadores por conta de outrem são os "escravos modernos" e o patronato a nova casta de "senhores", por nascimento ou por fortuna.
Porque a história não se repete.
Os homens e mulheres que hoje "ocupam as ruas" reclamando o seu lugar na sociedade estão transformados "por dentro". Já não lhes basta lutar para sobreviver. Querem a mesma qualidade de vida para todos. Já não lhes basta a satisfação das necessidades básicas. Provaram ou viram claramente visto, um mundo de oportunidades e julgam-se no direito a elas: porque há séculos lhes andaram a ensinar que somos todos irmãos, primeiro, e os direitos são para todos, depois.
A nossa "sociedade cristã ocidental" viveu dois mil anos a pregar a fraternidade universal sem a concretizar. Viveu duzentos anos a fazer o mesmo como os "direitos do homem".Sem resuktados?
A pregação não foi em vão. Fez germinar o desejo de uma nova humanidade.
Ironicamente, será este desejo puro de um novo homem que começa avançar pelas ruas "limpas" das nossas cidades, "incendiando-as" e "sujando-as".
Muito mais do que uma "geração à rasca" é uma humanidade inteira que está à rasca. E ainda há ilustríssimos escribas a debitar a ideia de que "tudo isto" não passa de protestos de meninos mimados, a que chamaram, primeiro, de geração "rasca" e depois, de "geração enrascada".
Para tais escribas, quase sempre bem instalados nos confortáveis honorários pela escritura manhosa, passa despercebido o magno problema da injustiça entranhada na sociedade, como verdadeiro antídoto ao atrevimento dos evangelhos do amor fraterno e dos direitos dos homens e das mulheres de uma pólis que eles querem justa.
A justiça é, verdadeiramente, “o novo nome da paz”. Já foi anunciado e, na minha convicção, é a garantia do nosso futuro.

10 agosto, 2011 08:21  
Anonymous Anónimo said...

Pois é, Mário. "Geração à rasca" e "geração enrascada".
Num certo e determinado dia que já nem eu sei precisar, decidi alterar o sistema sindical, na área do Sindicato dos Bancários do Norte. Apercebi-me que a coisa estava a ir mal, com uma Direcção instalada e absoluta, em que os problemas dos bancários não eram equacionados (já não falo de outras classes bem piores)e a "res publica bancária" estava a descorrer, em vez de correr para avançar e em que só ia para delegado sindical quem tivesse fraco currícolo, para estar protegido pelo tal "escudo invisivel" que a lei dava aos sindicalistas . E decidi alterar os esquema e fui para os cornos do boi, atacando a Direcção. Conseguiram sabotar tudo o que fiz, desde ter que entregar documentos e candidatura com a presença de testemunhas, que comprovaram a entrega, e nem mesmo assim fui admitido a eleições. Estávamos na 2ª metade da década de 80.
Mas isto não interessa. O que interessa é que nós tinhamos estudado a crise da revolução industrial, em que a máquina a vapor tinha levado milhares de famílias ao desemprego e em que se espalhou pela Europa uma grande onda de desemprego, já que uma máquina substituia sete ou oito operários.
E então eu apercebi-me que um computador fazia o trabalho de, pelo menos, 4 empregados bancários.
( o mesmo se passaria noutros sectores de actividade)
E vi logo: vem aí uma crise de desemprego, nesta época digital, equivalente à crise que se seguiu à revolução industrial.
E sugeri, alto e bom som, nas reuniões em que então partecipei, que se tornava necessário obrigar que cada computador descontasse para a Segurança Social o equivalente a 4 ordenados( ou elo menos a um).
Muitos deram-me razão, mas outros acharam que não era assim, que os computadores já pagavam os seus impostos (IVA).
E ninguém quiz saber.
... E cá estamos nós, nesta revolução digital, numa crise idêntica à da revolução industrial!
Daqui advém a "geração à rasca", motivada não só pela revolução digital, mas também pela especulação financeira dos mercados mobiliários que, tal como "na fábula do Leão e do Burro", quando vêem um leão doente (um país com grande história em problemas), mais coices lhes dão, o que antes não se atreviam!
Um abraço
Emídio Januário

10 agosto, 2011 22:48  
Anonymous Mário Neiva said...

Pelo correio electrónico recebi este abraço:

ABRACO

É demonstração de afecto
Carinho e muito amor
É saudade e lágrima
Mas também o calor

Abraço é amar
É querer aconchego
É sentir um amigo
Com todo o seu apego

Podemos abraçar
Uma causa uma pessoa
Abraço é abraço
É cingir e cercar
É não sentir espaço

Abraçar uma causa
É o que nos faz sentir
Que quem luta acredita
E nunca deve desistir

Abraçar uma criança
Transmitir-lhe carinho
É dizer-lhe com os braços
Que nunca estará sozinho

Abraçar um amigo
Com toda a fraternidade
E como dizer estou aqui!
Para a toda a eternidade

Abraçar um amor
Com toda a compreensão
É desatar todos os nós
E fazer um laço de união

Vamos assim abraçar
Uma criança, uma causa
Um amigo e o nosso amor?
Custa tão pouco abraçar...
Acreditem não dá dor!

E eu ia acrescentar que não se dá um abraço como quem dá uma esmola. Porque não é de uma esmola que as pessoas estão à espera. A esmola mata a fome naquele instante, naquela hora, naquele dia. Depois volta a fome, o desamparo e a solidão. Por isso se dirá que o abraço fora do contexto do amor e da amizade verdadeiros é um gesto de quem dá e não recebe. Porque não quer? Porque não precisa? Mas quem não precisa de amor e de amizade?
Estou a pensar que não devemos abraçar quem encontramos na borda do caminho, abandonado e só, como alguém que não pode retribuir o nosso abraço. Porque o abraço que ele verdadeiramente espera de nós é que o arranquemos do abandono e da solidão. Menos do que isto, é esmola. Todavia, bem melhor que coisa nenhuma.

15 agosto, 2011 22:51  
Anonymous Anónimo said...

Mês de Agosto, mês de férias,de descanso ou de bastante trabalho-como é o meu caso-mas está a ser de muita reflexão também.Para todos , desejo muita saúde....
A.Costa

19 agosto, 2011 01:22  
Anonymous Anónimo said...

E já agora, para quem está de férias, boas férias!!...
A.C.

19 agosto, 2011 14:32  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado e igualmente!
ej

19 agosto, 2011 19:55  
Anonymous Mário Neiva said...

As minhas estão quase no fim... Depois, tenho muito que contar. Se tiverem paciência para ler o nosso blog.

19 agosto, 2011 22:38  
Anonymous Mário Neiva said...

De Frei Bento Domingues a S.Paulo

"Não existe sagrado fora do homem... O sagrado é o ser humano. O ser humano é que levanta a questão da divindade".

O amigo Costa trouxe-nos estas afirmações do Frei Bento Domingos. Não conheço o contexto em que se inserem. Em todo o caso, elas deixam-nos a ideia de que o conceito de sagrado e a questão acerca de Deus emergem da consciência do ser humano.
À primeira vista, frei Bento parece estar a afirmar o óbvio. Porém, a mim parece-me que há muito mais para além do que é óbvio naquelas considerações. E seria assim:
O “sagrado” e a “questão da divindade” começam no homem e devem ser centrados no próprio homem.
Isto afirmo eu, na linha do que lhe ouvi, quando frei Bento era meu professor de teologia.
Recordo-me de que nos transmitia que se o objecto de todas as preocupações de Deus era o homem, este mesmo homem deveria tornar-se, também e por isso mesmo, o centro das preocupações de toda a gente. Insistindo nesta ideia central, frei Bento explicitava, fazendo seu o “delírio” de S. Paulo sobre o amor divino, que Deus não criara o mundo para a sua divindade, mas para a nossa humanidade; Deus não incarnara para a sua própria satisfação e glória mas para nossa “salvação” e “glorificação”.
E com isto Frei Bento estava, tão somente, a repetir S. Paulo e a sua teologia da ressurreição-glorificação.
Mas está a dizer-nos, sobretudo, que a relação entre o divindade e a humanidade é uma relação para além do encadeamento racional de causa e efeito, como se estivesse a dizer-nos que não existe um pensamento divino acerca do homem, frio, desprendido e distante mas, muitíssimo mais do que isso, o que existe é uma identificação do humano e do divino, do “ser humano e do ser divino”. E novamente encontra S. Paulo e a sua profundíssima teologia, de a humanidade ser um corpo de que Jesus Cristo é a cabeça. Afinal, é esta a grande revelação do evangelho paulino: a humanidade de Jesus Cristo é, simultaneamente, a manifestação da plenitude de Deus e da plenitude do próprio ser humano. “Quem me vê, vê o Pai” e quem vê Jesus Cristo, vê a humanidade em toda a sua realidade presente e futura (ressuscitada/glorificada). Daí o surpreendente e “escandaloso” evangelho do sofrimento ou da “Cruz de Cristo”. Porque S. Paulo assume a realíssima situação presente e passada da humanidade e, com isso, esta situação dolorosa até à crucificação, entendendo-as não como uma tragédia mas apenas como “as dores de parto” da “nova criação”, a ressurreição futura.
Anote-se que a expressiva e bela metáfora das “dores de parto” pretende ensinar-nos que a realidade futura já está a concretizar-se nos dias de hoje e as “dores” ou a “cruz”, em vez de castigo por uma culpa que já não existe mais, em virtude ou “por graça” do “delírio do amor divino”, são prenúncio da grande festa da ressurreição/glorificação .
E se isto não vier a ser uma realidade (“se Cristo não ressuscitou”) é vã a fé dos crentes…
Quem pretender avançar racionalmente sobre este evangelho de S. Paulo está condenado a perder-se embrulhado nos próprios pensamentos. Porque no “delírio do amor divino” de S. Paulo, tal como no delírio do amor dos homens, não existe o “frio” raciocínio ou a clara ideia de causa e efeito. Por isso surge outra metáfora belíssima e carregadinha do ensinamento teológico paulino: a humanidade (que não uma “igreja” em sentido restrito) é “ a esposa de Cristo” , tornando-se, deste modo, uma verdadeira consorte divina!
Tudo tão divinalmente simples, claro e profundo em S. Paulo. É só ver com olhos de ver o seu maravilhoso testamento escrito, como que em resumo, na sua Carta aos Romanos.

20 agosto, 2011 07:44  
Anonymous Mário Neiva said...

De Frei Bento Domingos a S.Paulo (II Parte)

Detenhamos o nosso olhar atento nesta metáfora da humanidade como “esposa” divina.
Um apaixonado não casa por ter chegado à brilhante conclusão “por A+B=C” que é do seu “interesse” unir a sua vida à da sua apaixonada. A união que procurou (e promoveram os dois amantes) não resultou de um “frio pensamento”, onde foram previamente calculados os custos/benefícios ou outros considerandos calculistas, mas de um todo indissociável, bem à maneira da neurociência de António Damásio, onde o sentimento e a emoção tiveram papel tão relevante quanto o da inteligência e da razão.
É desta trilogia prodigiosa da emoção, sentimento e razão que emerge a afectividade humana e a torna tão sublime quanto determinante.
É esta surpreendente realidade do nosso afecto que faz pasmar tantos e superficiais observadores da natureza humana, quando os vemos, aparvalhados, a perguntar: “que é que ela viu nele?” , “que é que ele viu nela?”.

Que é que Deus viu na humanidade para se apaixonar por ela?

Foi pensando nestas coisas que eu disse, mais atrás neste nosso blog, que o evangelho de Paulo de Tarso é uma linda história de amor. E, como tal, nada tem a ver com uma história de “crime e castigo”, que Paulo de Tarso sempre ouvira contar no seu judaísmo e que ele tão genialmente corrigiu no seu evangelho de amor.
Ninguém tente explicar a fé de S. Paulo recorrendo à força da “razão pura” porque, no seu evangelho, nem Deus se casou por interesse, nem a humanidade se entregou ao pretendente rico.
Antes foi “paixão à primeira vista”.
Para terminar, permitam-me que insista, pela enésima vez, que a fé não é uma questão da razão mas uma questão de afecto, melhor dizendo, de amor, porque somos humanos. E, já agora, humanamente divinos.
Esqueçam as complicações do costume entre fé e razão. Por minha parte posso garantir-vos que o meu afecto nunca me tirou a razão e nem por sombras desejo que a razão me prive do meu amor. Porque, na falta do amor, “sem razão seria a vida”. Sem razão!

20 agosto, 2011 07:47  
Anonymous Mário neiva said...

Corrigir para Frei Bento Domingues

20 agosto, 2011 16:01  
Anonymous Mário Neiva said...

S.Paulo, Catequese e Evangelho

Na página 231 de « São Paulo Dois Mil Anos Depois » do Pe Carreira das Neves (1 edição), o autor traz-nos esta informação: “O Evangelho é um termo tipicamente paulino, pertencendo a Paulo 60 das 76 menções que ocorrem no NT”.
Isto pode significar que os autores dos “Evangelhos” , que escreveram trinta a quarenta anos depois de Paulo, aprenderam com ele a falar em “evangelho” mas foram muito “económicos” no uso do termo “evangelho”. Todos juntos, apenas o usaram 16 vezes. Haverá alguma razão para tal economia? Eu penso que sim e tem a ver com um facto importantíssimo, nem sempre evidenciado pela teologia cristã. Esse facto é que Paulo não recebeu uma catequização acerca de Jesus Cristo por parte dos homens (os apóstolos de Jesus) mas foi “abordado” directamente por Jesus ressuscitado e deste recebeu toda a revelação que veio depois a proclamar, quase compulsivamente, enfrentando tudo e todos, a começar pela catequese que se fazia a partir do grupo íntimo dos que haviam acompanhado Jesus de Nazaré desde o princípio e o seguiram até à morte em Jerusalém. E essa revelação não era um rol de ensinamentos, um catecismo, nem sequer “aperfeiçoamentos” dos mandamentos sagrados do judaísmo. Essa revelação, que Paulo transformou no “seu evangelho”, era um ACONTECIMENTO: a pessoa de Jesus Cristo Ressuscitado. E daí ele afirmar, desde logo, que não há outro ensinamento que não seja este “acontecimento”, esta boa-nova de Jesus Cristo ser o primogénito de todos os que hão-de ressuscitar como ele, por ele e com ele. É o anúncio da vitória sobre a morte, esse primeiro e o último flagelo da humanidade. É o anúncio do fim da mãe de todos os sofrimentos, porque estes, por mais dolorosos que sejam, já não representam nada perante a espectativa da ressurreição. Que interessa ao atleta da maratona o sofrimento da corrida, se na meta está um fim glorioso?
É uma distorção tremenda falar em quatro ou vários evangelhos, como se existissem quatro anúncios distintos. Falar em “quatro evangelhos” é permitir que subsista a ideia de que o evangelho é um “catecismo” e não o anúncio de um acontecimento para a humanidade.
Compreende-se que, passados trinta ou quarenta anos desde o “anúncio- evangelho” da ressurreição, sem que nada tenha acontecido, os responsáveis pela pregação do Evangelho recebido de Paulo tenham começado a pensar que algo não estava certo. E foram concluindo que, se não há acontecimento (a ressurreição de todos) pelo menos há a “palavra”. E, deste modo, o “Evangelho Jesus Cristo” começou a ser pregado sobretudo como a “Palavra de Deus”. Era bem mais fácil entender e aceitar o ensinamento “no princípio era o Verbo” do que entender e aceitar como fundamento da nova esperança “no princípio era a ressurreição”. Mas foi este último que Paulo pregou: “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé”.

23 agosto, 2011 23:45  
Anonymous Mário Neiva said...

S.Paulo, Catequese e Evangelho

II Parte

Para São Paulo, a ressurreição é a prova final do amor de Deus e o próprio Deus não espera do homem outra coisa que não seja o reconhecimento e exercício deste amor. São Paulo comete a loucura, para aqueles tempos, de afirmar que nem uma fé capaz de transportar montanhas serve para nada, fora do contexto e do princípio de amor. E para S.Paulo o amor de Deus consistia em livrar-nos da morte pela ressurreição gloriosa e não na exibição de Deus todo-poderoso e inacessível, perante humanos submissos, condenados a uma morte certa, oferecendo-lhe, mesmo assim, orações e sacrifícios pelo dom de uma existência efémera e sofredora. (Paulo conheceria muito bem a história de Job).
Quem não sonha, como Paulo, viver para todo o sempre com os seus amores e saber que do amor nasceu?
Os outros autores do NT encheram páginas e páginas de ensinamentos recolhidos das palavras de Jesus, os mesmos ensinamentos que São Paulo parece, deliberadamente, ignorar.
Este facto tem intrigado sobremaneira os exegetas.
Se Paulo estiver certo, a ressurreição da humanidade pode estar a acontecer, enquanto os crentes estão entretidos, sobretudo, a ensinar a “palavra de Deus” e a oferecer a Deus orações e sacrifícios, lutando para conseguir uma fé capaz de transportar montanhas.
Dois mil anos depois, o evangelho de Paulo de Tarso pode estar a passar despercebido, insistindo-se na “palavra” em vez de se anunciar a ressurreição em curso, de uma forma bem diferente do que aquela que Paulo terá imaginado.
Seria esta a leitura correcta do Evangelho de Paulo de Tarso para os nossos dias. E se os crentes não sabem, ao certo, como acontece a ressurreição, também Paulo não sabia. Tanto assim que se enganou redondamente quanto ao tempo e ao modo da sua realização. Viveu na fé e na esperança, como acontecerá a todos os que lerem e acreditarem no seu evangelho de Jesus Cristo- Humanidade Ressuscitada.

23 agosto, 2011 23:48  
Anonymous Vozes Perdidas said...

De facto é estranho que não haja excepções ao direito de voto, que pessoas dependentes de outros para tomar decisões simples no seu dia-a-dia, ou pessoas cujo comportamento levou a que estejam isoladas, por muitos anos, da sociedade mantenham intacto o seu direito a decidirem quem tem melhores condições para nos governar. Ainda é mais estranho se pensarmos que o direito ao voto em associações, clubes e afins, e até nos próprios partidos, implica condições e deveres que não se exigem ao eleitor, em quase todas é necessário preencher vários requisitos entre os quais, por exemplo, ter as quotas em dia. Imagine-se o que seria se um político se lembrasse de propor como condição para exercer o direito de voto ter os impostos em dia. Caía o Carmo e a Trindade. Já para não falar na dose de coragem necessária para lançar a discussão.

E, apesar de manifestarem alguma preocupação com os valores da abstenção (só no dia das eleições, no dia seguinte já ninguém fala disso), não parecem muito incomodados com a ignorância e o desinteresse pela política, só isso explica que na Escola, onde tanto se investe na formação dos futuros cidadãos, a formação política dos alunos não tenha lugar. A única coisa que ouvem sobre política aos professores são desabafos contra todos os governos, pouco abonatórios para os políticos e a política em geral, que passa facilmente por uma actividade quase marginal, no pior sentido, que só interessa a gente que não interessa. Se se juntar a isto o tratamento que a comunicação social dá ao tema, privilegiando quase sempre a politiquice em vez da discussão séria, estamos conversados. É pena. Mas como tudo evolui, e a democracia não tem sido excepção, talvez num futuro próximo este debate se torne inevitável e os políticos deixem de se preocupar exclusivamente com a quantidade de votos e pensem no que ganharíamos todos com o acréscimo de qualidade dos mesmos.

30 agosto, 2011 07:51  
Anonymous Mário Neiva said...

A Verdade

Excerto do discurso de Bento XVI aos professores universitários, na sua recente visita a Espanha:

“Havemos de considerar que a verdade em si mesma está para além do nosso alcance. Podemos procurá-la e aproximar-nos dela, mas não possuí-la totalmente; antes, é ela que nos possui a nós e estimula. Na actividade intelectual e docente, a humildade é também uma virtude indispensável, pois protege da vaidade que fecha o acesso à verdade. Não devemos atrair os estudantes para nós mesmos, mas encaminhá-los para essa verdade que todos procuramos. Nisto vos ajudará o Senhor, que vos propõe ser simples e eficazes como o sal, ou como a lâmpada que dá luz sem fazer ruído”(. ..) Encarecidamente vos exorto a não perderdes jamais tal sensibilidade e encanto pela verdade, a não esquecerdes que o ensino não é uma simples transmissão de conteúdos, mas uma formação de jovens a quem deveis compreender e amar, em quem deveis suscitar aquela sede de verdade que possuem no mais fundo de si mesmos e aquele anseio de superação. Sede para eles estímulo e fortaleza”.
Como convinha, perante uma plateia de professores universitários, Bento XVI falou como um verdadeiro filósofo. Não lhe conhecia esta faceta, que acho admirável em qualquer ser humano. Ao ouvi-lo, sentimos que estamos perante um homem que, humildemente, se ajoelha perante a “verdade em si mesma”. Sabemos que está a considerar aquela mesma “verdade” da qual os antigos filósofos gregos disseram que era privilégio exclusivo dos deuses e os homens simples “amigos dela” (filósofos).
A postura de Bento XVI enobrece, espiritualmente, como nenhuma outra, o ser humano. Só alguém consciente e honesto até ao mais íntimo do seu ser é capaz de reconhecer e confessar a profundidade do mistério que nos envolve e, simultaneamente, reconhecer e confessar que tal mistério de verdade “está para além do nosso alcance”.
Vale a pena destacar, para reler e meditar. Atentem nos “pormenores”:
A verdade em si mesma está para além do nosso alcance;
A verdade que TODOS procuramos;
Procurá-la e aproximar-nos dela (da verdade);
Mas não possui-la (a verdade) totalmente;
O ensino não é uma simples transmissão de conteúdos;
Sensibilidade e encanto pela verdade;
Suscitar (nos jovens) aquela sede de verdade que possuem no mais fundo de si mesmos e aquele anseio de superação…
Eu próprio já disse tudo isto neste nosso blog. Mas muito gostaria eu de o ter dito de uma forma tão clara, sucinta e sábia.
E agora fica a pergunta (porque foi o Papa a falar): como compatibilizar todas estas afirmações com a fé, que, supostamente, revela a VERDADE TODA aos homens?

31 agosto, 2011 00:34  
Anonymous Anónimo said...

MADRID-JORNADAS MUNDIAIS DE JUVENTUDE

Confesso que devido aos grandes afazeres que tive durante estas três semanas, quase não tive tempo de dar uma olhadela aos jornais ou televisões para saber do que se ia passando nesta alldeia global, daí só agora o retomar de tentar estar actualizado minimamente.

E o Mário Neiva deu-me o tópico, com o discurso de Bento XVI aos professores universitários.
Anteriormente, o Papa, a 6 de Agosto, na sua mensagem preparatória para a Jornada Mundial da Juventude "...A vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce e confere-lhe renovado impulso..."
Houve uma preparação estratégica para esse grande encontro em que ele afirmou"...A JUVENTUDE É TEMPO PRIVILEGIADO PARA A BUSCA E O ENCONTRO DA VERDADE...
...Para isso é preciso ter em conta em 1º lugar que o caminho para a verdade completa empenha o ser humano na sua integralidade:é um caminho da inteligência e do amor, da razão e da fé. Não podemos avançar no conhecimento de algo, se não nos mover o amor, nem tão pouco amar uma coisa em que não vemos racionalidade; porque" não aparece a inteligência e depois o amor:há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor/Cáritas in veritate)"
Eu também concordo em grande parte com o que Bento XVI "tão bem falou"(como se dizia antigamente de um bom pregador, nos seus sermões).Mas depois há aquele , ou aqueles muitos, que não querem pensar ... e depois vêm com esta máxima muito antiga:CREIO PORQUE CREIO, SEMPRE HEI-DE CRER!(O que Eles-altos dignitários dizem se é assim, é porque é, não vale a pena cansar o cérebro, basta umas missinhas e uma caridadezinha com esmolas,e já estou salvo.
A.Costa

A.Costa

31 agosto, 2011 23:30  
Anonymous Mário Neiva said...

Olá, Costa.

Não conhecia este texto de Bento XVI, quando já tinha elaborado o meu segundo comentário sob o titulo "Verdade". Antes de o colocar no blog, não rsisti a transcrever a ideia principal do discurso que referes, com que estou inteiramente concordante. O meu comentário vai no mesmo sentido mas penso que explicitei um pouco mais.
Para já reponho as palavras do Papa que nos trouxeste:


"...é preciso ter em conta em 1º lugar que o caminho para a verdade completa empenha o ser humano na sua integralidade:é um caminho da inteligência e do amor, da razão e da fé. Não podemos avançar no conhecimento de algo, se não nos mover o amor, nem tão pouco amar uma coisa em que não vemos racionalidade; porque" não aparece a inteligência e depois o amor:há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor -Cáritas in veritate)".

01 setembro, 2011 08:04  
Anonymous Mário Neiva said...

A Verdade (II)

“É ela (a verdade) que nos possui”.

Não destaquei, mais acima, estas palavras porque queria dedicar-lhe uma particularíssima atenção. No meu entender, elas explicam como é possível compatibilizar a “procura da verdade” com a fé dos homens. Ou, por outras palavras, harmonizar a ciência e a fé no mesmo sujeito que pensa e crê.
Bento XVI, na visita a Espanha, dirigindo-se, desta vez, a cinco mil seminaristas, na catedral de El Almudena, afirmou:
“Precisamente agora, quando a cultura relativista dominante renuncia e menospreza a busca da verdade, que é a aspiração mais alta do espírito humano, devemos propor, com coragem e humildade, o valor universal de Cristo”.
Bento XVI insiste, direi honesta, humilde e corajosamente, na “busca da verdade, que é a aspiração mais alta do espírito humano”.
E, em vez de se apresentar diante dos futuros sacerdotes como alguém que possui a verdade, apresenta-se como alguém que a procura e exorta a deixar-se “possuir por ela”, na medida em que a for descobrindo. E por isso, sem surpresa, aponta aos seminaristas não uma cartilha de verdades mas um “valor universal”, Jesus Cristo.

E parece que ninguém repara neste “grande pormenor”!

Ao falar do “Evangelho de Paulo” destaquei que ele consiste, essencialmente, no anúncio de um acontecimento, a ressurreição de Jesus Cristo e com ele, nele e por ele, a esperança da ressurreição da humanidade que o mesmo Jesus incarna.

Portanto, um acontecimento e não uma bíblia de verdades.

Ora, quando apresenta Cristo aos seminaristas como um “valor universal” e não como “a verdade universal”, porque, quanto a esta, todos andamos no seu encalço, o Papa repete S.Paulo, referindo o valor universal da pessoa humana, dentro da fé e esperança paulinas, onde Cristo é a pessoa e o protótipo; o primogénito e o projecto da pessoa humana; e onde a Divindade e a Humanidade se encontram.

Um perfeito eco das palavras do evangelista S.João, na resposta de Jesus a Pilatos, quando este o questiona acerca do que é verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

E segue-se o segredo da fé de um Papa, peregrino da verdade como qualquer mortal: uma pessoa, qualquer pessoa, portanto, até uma “pessoa divina”, existe primeiro para ser amada, muito antes de ser compreendida (totalmente) pela razão!

Tão simples como isto.Tão profundamente real, humano, afectuoso e envolvente.
Quando nascemos; enquanto crescemos; quando maduros e pujantes de vida; quando envelhecemos; quando vislumbramos os umbrais da morte, o que em primeiro de tudo almejamos é o afecto de quem nos olha, nos possa proteger e preservar a nossa identidade.

Mesmo que eu não saiba bem quem sou nem compreenda bem quem me ama.

Eu diria que a fé dos homens emerge desta realidade profunda e essencial da afectividade humana, em que o crente ama Deus sem o conhecer, do mesmo modo que ama o seu irmão e o próprio universo sem conhecer a sua verdade misteriosa e deslumbrante.
O "encontro" desencadeia o amor e este a paixão da procura. Um "encontro" que é uma “verdade incipiente” e não a “verdade total” sobre quem ama e sobre quem é amado.
Podemos adiar, e vemo-lo sempre adiado, o conhecimento da Verdade, mas não podemos adiar o amor, porque é a nossa primeira razão de viver.
Imaginem o que seria um mundo sem amor, sujeito à lei do mais forte, do mais esperto, do mais capaz...
E considerem também o que resultou do supremo e estúpido orgulho de quem se arrogou possuidor da verdade, em vez de seu amigo e apaixonado (filósofo). A este propósito terá dito um grande pensador português, Agostinho da Silva: quem diz que tem a verdade numa mão, na outra tem a Inquisição.
Bento XVI, por mais que doa aos seus detractores, trouxe numa mão a humildade da “procura da verdade” e na outra o valor universal da pessoa humana, em que radica a sua fé cristã.
Pelo menos no seu ensinamento, vai longe o tempo da intolerância, do orgulho e da prepotência inquisitoriais.

01 setembro, 2011 08:48  
Anonymous Vozes Perdidas said...

"O nosso universo seria uma coisa insignificante se não houvesse sempre nele algo a ser investigado por todas as gerações que vão surgindo.
A natureza não revela os seus mistérios de uma só vez" (Séneca)

04 setembro, 2011 22:09  
Anonymous Vozes Perdidas said...

«E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa; á desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?» (Almeida Garret, em Viagen na Minha Terra).

"É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha, que um Belmiro de Azevedo entrar no Reino dos Céus" (Vozes Perdidas).

" Eu dou emprego a dezenas de milhares de pessoas" (Belmiro e Soares dos Santos).

"O Reino de Deus não é uma sociedade de patrões e assalariados. É uma fraternidade" (Vozes Perdidas).

"O meu reino não é deste mundo" (disse Jesus de Nazaré?). "Isto é música par os meus ouvidos" -pensou Américo Amorim". (Vozes Perdidas)

05 setembro, 2011 07:51  
Anonymous Anónimo said...

quem são estas "Vozes Perdias"? Devem andar mesmo perdidas por estas bandas.... pois a este blog de a.a.c. nada dizem.... como outros do género.... para onde vai este blog...!!! um a.a.carmelita......

05 setembro, 2011 12:20  
Anonymous Mário neiva said...

Sr anónimo, deixe lá desabafar quem quer. Este espaço nâo fica menos aac por causa disso. Ou fica? E o blog irá para onde todos e cada um o levarmos. Além do mais, o titulo deste post convida a isso mesmo.
Quanto ao Vozes Perdidas, sabemos tanto dele como de si, que entrou como anónimo a questionar um pseudónimo. Não deixa de ser irónico.
Já as suas afirmações valem o que valem.Uma em terra outra no mar.

05 setembro, 2011 18:48  
Anonymous Vozes Perdidas said...

"O mais preocupante não é o grito dos violentos, nem dos corruptos. Nem o grito dos desonestos, nem dos sem-carácter, nem dos sem-ética. O mais preocupante é o silêncio dos bons" (Luther King)

05 setembro, 2011 23:44  
Anonymous Anónimo said...

Quem tem frasco, tem medo!Será por isso que se nota o silêncio dos bons? Ou serão todos cobardes,a observar os gandulos, a sugar o pouco que ainda resta aos pobres!
Onde estão os pregadores, para denunciar as incríveis desigualdades impostas pelos canalhas do poder ( e não só) que pedem sacrifícios a quem ganha num mês, o que eles gastam numa noitada, com a secretária, amante, ou a pqp.
Porém, sai de vez em quando um bom orador, a fazer de conta que está do lado dos pobres e infelizes. Pena que seja apenas só fachada e para inglês (alemão e francês) ver, porque na prática estão todos do lado dos poderosos chupistas que fazem tudo em nome da democracia mal parida e nojenta que de bom, trouxe uma liberdade,salvo seja, mas sem emprego para os nossos jovens e com muita miséria para vermos, quando esgotar a mama da CE, se ainda formos vivos.
Nunca tantos roubaram tudo, em tão pouco tempo, em nome da democracia de um país livre, mas a saque, para os todos poderosos.
Raramente são julgados,estes ladrões de colarinho branco, porque teem sempre um santo juiz do partido ( ou sei lá quem) que lhes dá o justo perdão.
Sejam felizes, os que puderem que eu vou fazer por isso.
Amen

07 setembro, 2011 00:06  
Anonymous Anónimo said...

Este anónimo ou é dos bons ou, pelo menos, entendeu Luther King.

07 setembro, 2011 08:06  
Anonymous Vozes Perdidas said...

O desenvolvimento da tecnologia e dos dispositivos de guerra provocou algo comparável a uma contracção do nosso planeta. As interligações económicas fizeram com que os destinos das nações se tornassem mais interdependentes do que em épocas passadas. As armas de destruição de que dispomos são de tal ordem que nenhum lugar da terra está a salvo de uma súbita aniquilação. A única esperança de protecção reside no assegurar da paz a um nivel supranacional. Devemos criar um governo mundial capaz de resolver por via judicial os conflitos entre nações. Esse governo tem que se basear nma constituição bem definida, apoiada por todos os governos e nações, que lhe garanta o controlo exclusivo de armas ofensivas. Uma pessoa ou um país só podem considerar-se amantes da paz se estiveram dispostos a ceder a sua força militar às autoridades internacionais e a renunciar a qualquer tentativa de alcançar pela força os seus objectivos no exterior das suas fronteiras.
(Albert Einstein, 1946, in "Como Eu Vejo A Ciência A Religião E O Mundo- edição Relógios D'Água)

07 setembro, 2011 08:23  
Blogger Evaristo said...

Já há tempos que não passava por cá.

INTERESSANTE ...

QUEM TEM FRASCO TEM MEDO .

Ser anónimo terá a ver com a frase citada pelo mesmo.Note-se gostei do texto, mas há que ter em apreço será medo ou vergonha ou cobardia dizer que é AAACARMELITA e ficar à distância não se identificando. É complicado lidar com amigos que vestem a capa do homem invisível desvalorizando e distorcendo o salutar convívio e comunicação para que foi criado este blog. COMUNICAR EM COMUNIDADE.

07 setembro, 2011 17:56  
Anonymous Anónimo said...

Ohhhhhhhhhhh Evaristo, tem calma pá! Antes assim que mais nada! Deixa os anónimos aparecerem , pois este blog anda meio moribundo, sem o caro e amigo JD.
Também gostei daquele termo " Frasco ". Cú, era pecado...e dava direito a confesso, penso eu de que...

07 setembro, 2011 21:26  
Anonymous Vozes Perdidas said...

A maioria das pessoas nos EUA ignora a extrema dependencia da energia. Esperamos que a energia esteja sempre ali, em todo o lado,para qualquer necessidade que tenhamos agora ou no futuro.Vivemos uma ilusão, perpetuada pela abundancia do momento e longe da realidade do futuro que aqui estou a predizer.Aproximam-se ventos de mudança, impulsionados por um futuro de restrição energética e de competição pela energia.A nossa habituação ao petróleo barato e à abundancia energética, tão intrinsecamente ligada à nossa existência diária, está prestes a acabar, a menos, claro, que ocorram alterações capitais ao fornecimento de energia". (James Canton in "Sabe O Que Vem Aí?" Ed. Bizancio 2008)
Hoje, como ontem, os "profetas" são vozes no deserto.

08 setembro, 2011 08:47  
Anonymous Anónimo said...

8 DE SETEMBRO DE 2011 = VIVENDO/RECORDANDO JULHO DE
1963... AS PEDRAS E OS DOURADOS DO MOSTEIRO DE TIBAES foram testemunhas de intensas emoções de oito AAAC!!!!! Uma jornada inesquecível!!! Palavras para quê?????
Voltarei!!!!!!
A.Costa

08 setembro, 2011 23:33  
Anonymous Mário neiva said...

Ó amigo Costa, o "palavras para quê?" pressupõe "as imagens dizem tudo".Onde estão elas?
Volta com algumas, se possivel, que eu virei, apesar delas, com uma pequeno relato. Ou então baralha-se tudo e voltas a ter razão no que dizes, porque há palavras que são imagens...

09 setembro, 2011 10:32  
Anonymous Anónimo said...

Mário Neiva :Sim e quantas imagens!!!! (A triagem vai ser difícil!) Se quiseres ter a maçada de ir ao meu Face(António Costa), a partir de ontem às 23,30 estão lá 2 fotos.Mais tarde, voltarei com mais algumas.Ainda estou a tentar "digerir" o dia em que (parafraseando o Malato) " fui muito feliz" ontem, em Tibães, agradecendo essa mesma felicidade aos meus companheiros da jornada.

09 setembro, 2011 13:20  
Anonymous Mário Neiva said...

Custa-me ver aparecer o "anónimo" quando é fácil -seleccionar o "perfil" e escolher "Nome/URL". Não me digas que é preguiça. Ai Costa! (como dizia o chefe da esquadra)

09 setembro, 2011 14:14  
Anonymous Anónimo said...

Olá, pessoal todo, Costa, Neiva,Castro, Evaristo, Américo, etc. que fostes a Tibães.

Que pena tive (e ainda tenho) de não poder ter ido convosco! Mas para mim os meses de Setembro, Dezembro e Janeiro são terríveis... "Muito trabalho, muito trabalho" , como dizia o Octávio Malvado no Contra Informação!
Agora são a apanha da amêndoa, que ainda não acabou, e as vindimas, que estão a começar! E para cúmulo ainda tenho o aniversário do Núcleo de Mirandela da Liga dos Combatentes!
Em Dezembro e Janeiro temos a apanha da azeitona e a extracção do azeite."Muito trabalho, muito trabalho".

Se se tivesse adiado um mês, já poderia ir convosco, mas assim, não pôde ser!

Pensai numa segunda vez, lá para a primavera.

Um abraço.

Emídio Januário

09 setembro, 2011 23:12  
Anonymous Mário Neiva said...

Tibães 2011


Uma iniciativa feliz do Costa, o fotógrafo oficial da aaacarmelitas, juntou um pequeno grupo de antigos alunos no mosteiro beneditino de Tibães, que vai ficando tão famoso como nos seus dias de juventude, recuperado para a beleza com que nasceu no berço natural e deslumbrante da mata onde se aconchega.

Não eram onze horas quando cheguei ao “terreiro” ou adro , a norte, espaço onde se recebe as boas-vindas de um monumental e belíssimo “cruzeiro” granítico, peça quase obrigatória erguida junto dos templos da cristandade, para delimitar o percurso das procissões que saíam e reentravam nas igrejas.

Ainda não parara o carro e já reconhecera o Vaz Alves, na figura solitária e paciente, aguardando que se lhe juntassem os convocados que anuíram à iniciativa do Costa.

De modo que fui o primeiro no abraço ao Vaz Alves e na surpresa de o ver . De facto, não sabia quem viria, nem quantos. O Vaz Alves esteve comigo os anos todos da Falperra e ainda veio a reencontrar-me, mais tarde, no seu primeiro ano de filosofia. Ali estava, silencioso e solitário, para quem olha, junto ao imponente mosteiro. E este facto ocasional evocou a imagem que sempre guardei do Vaz Alves: introvertido, calmo, sensato, pensativo. Foram sempre as pessoas como ele que mais me despertaram para o mistério que subsiste em cada um de nós.

É esse mistério que eu comecei por descobrir nas pessoas e, depois, desenhado e esculpido em pedra, como naquela forma solitária e imponente do mosteiro beneditino, pensamento e fé perpetuados, quando os seus “arquitectos”, há muito tempo, tornaram ao pó donde vieram.

Num momento da visita guiada, quando seguia o grupo, um tanto disperso, por um dos longos corredores do agora “convento pousada” e tinha a meu lado o Amaro Alves, um arrepio emocionado percorreu-me o corpo todo. Uns metros à nossa frente, o Cachetas e o Cândido Couto ensaiavam uma melodia em “gregoriano” . Assaltaram-me em tropel à memória, não sei se os anos da minha juventude no seminário, se as vozes místicas dos muitos monges que habitaram aqueles espaços, cantando idênticas preces, na sua fé, contrição e esperança. Estuguei o passo, para os alcançar, e pedi-lhes que não parassem de cantar. Voltei para o Amaro, partilhei com ele o que sentia, enquanto aqueles dois maravilhosos malandros continuaram a emocionar-me.

Pago, como sei e posso, aquele concerto divinamente inesperado e quase exclusivo, ao Cachetas e ao Cândido. Digo-lhes que ficou dentro de mim a ressoar como um encantamento, acontecido nos longos, largos e altos corredores do convento de Tibães.

Isto foi mais tarde, porque antes, no fim do almoço-convívio, estas memórias vivas de outros tempos que são os nossos aacarmelitas, deixaram estupefacta a freira (carmelita) que nos servia à mesa (e nos fez pagar um bom preço pela manjedoura) quando entoaram o “Flos Carmelli”! Nesta altura já eram oito as vozes, tantas quantos os antigos alunos presentes. No fim da cantoria, a irmã, alta, bem morena e linda, exclamou deliciada e sorridente “mas vocês são carmelitas?!”.

Deixem-me adivinhar a inveja de quem não pôde estar presente…

10 setembro, 2011 07:59  
Anonymous Mário Neiva said...

Tibães 2011 (Continuação)
Tibães 2011

Antes do almoço fizemos um roteiro pela quinta do convento. As vindimas estavam feitas, com grande desgosto da Maria Emilia, mulher do Amaro, a quem os vindimadores não deixaram nem um simples “gaipo” para ela ter o prazer de degustar uns bagos de uvas apanhados directamente da videira, saboreando, com eles, as lembranças da sua meninice.

Confessou, nostálgica, romântica e companheira.

Subimos o escadório monumental e íngreme que nos conduzia aos sítios altos da quinta e, em dado momento, dei pela falta do Amaro. Perguntei à Maria Emília por ele e ela segredou-me o quase-crime “foi-se aliviar”. “Eu também quero”, atirei sem pensar duas vezes, que já vinha um pouco à rasca. Desci uns lanços da escadaria, comecei a embrenhar-me na mata e lá vinha o Amaro sorridente e aliviadinho. Regressava eu ao grupo, quando vejo o Cândido, mais acima, sair do lado oposto, de entre uns arbustos cerrados e cúmplices. Bem diz o povo: “quando mija um português, mijam logo dois ou três”.

Não podíamos passar sem uma visita ao lago de águas geladas, onde o Sousa Marques se viu aflito e lhe valeu a pronta intervenção do saudoso Pe Ambrósio. Recordamos o episódio e para se perceber bem como eram perigosas aquelas águas, o Lino Vinhais deu-lhe para medir a profundidade do lago. Improvisou uma unidade de medida, mergulhou o pau junto à parede do lago e aquilo passava mais de um palmo acima da cabeça dele. Como sabem, o gajo é alto e o Sousa Marques era um miúdo.

Devem ter reparado que escrevi mais sobre os visitantes que sobre as pedras monumentais, as pinturas nas paredes, os azulejos lindíssimos (os que restavam e os que foram pilhados), a riquíssima talha dourada dos altares, os numerosos santos de todas as invocações. É verdade. E ainda me falta referir o Evaristo, que vai em último, para castigo de ter chegado atrasado. Almoçou ao meu lado, não se calou, nem quando tinha a boca cheia, e via-se que estava todo contente por hoje os cozinheiros serem os outros. É isso mesmo, só parava de falar para rir e gozar o panorama das carmelitas a cozinhar p`ra ele. Também o vi reparar nas figuras carrancudas e em sofrimento, que suportavam o enorme peso do órgão da belíssima igreja do mosteiro. Eram mesmo figuras horrendas e tinham pés de bode. Eram demónios. Só podia ser. Comentei para ele e para o Amaro: estão a ver porque é que o povo diz “vão para o diabo que os carregue?”

As pessoas são o máximo. Afinal, são elas que fazem as pedras falar.

10 setembro, 2011 08:02  
Blogger AAACARMELITAS said...

E, porque não colocar estes comentários como narrativa/noticiário, acompanhado de fotos, como post, para ser visualizado por todos os visitantes? Pensem nisso. Basta enviar para aaacarmelitas@gmail.com., com os anexos convenientes. augusto

10 setembro, 2011 23:03  
Anonymous S. Silva said...

Olá Pessoal de 1962. Será que temos gente para estarmos presentes e reunidos, no convívio dos 50 anos a celebrar no próximo ano?
Digam aqui, mesmo que sejam anónimos, ou pseudónimos.

12 setembro, 2011 13:17  
Anonymous Anónimo said...

Oh S. Silva, se me mandares para aaacarmelitas@gmail.com, o eu endereço email, posso nadar-te os nomes e eventuais endereços dos entrados em 62.
Abraços.
augusto castro

13 setembro, 2011 09:51  
Anonymous Amaro Alves said...

Ó Mário, vou pegar na tua frase "as pessoas são máximo". Para dizer que, apesar de pouco colaborante neste blog, noto que os ex-companheiros aparecem de esta ou daquela forma a dialogarem e a interessarem~se pelos amigos.
Pois, não há dúvida que a presença tu a tu são enriquecedoras. Um bom exemplo foi o encontro em Tibães. Eram poucos??? Amanhã serão mais.
Amigos de 62 organizai-vos e vamos em frente
Um abraço
Amaro

14 setembro, 2011 16:45  
Anonymous S. Silva said...

Nada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! os amigos de 62, cadê eles? Perderam-se todos em combate. Espero bem que não.
Então, amigo Augusto Castro, não me enviaste, a relação e possível endereço da malta de 62.Estou à espera, já mandei o meu e-mail para; aaacarmelitas@gmail.com.
Abraços
S. Silva

15 setembro, 2011 11:59  
Anonymous Mário Neiva said...

S.Silva, não desanimes. Nem sempre o saco está roto, quando as coisas á vão parar.Assim, vou contactar um dos teus companheiros de 62, o José Neiva, que por acaso é meu irmão. Com este já não precisas de perder tempo. Vai-te a outros.
Leio o teu nome mas, como dizia o Lima Barbosa, não consigo pôr um rosto ao nome. Lá chegará o tempo e não vamos perder nada pela demora. Acredto bem que será um rosto cheio de história.

16 setembro, 2011 07:48  
Anonymous Mário Neiva said...

Esqueci-me de corresponder aos teus abraços, certamente para todos. Em tempo, fica o meu.

16 setembro, 2011 07:50  
Anonymous Agostinho Neiva said...

Boa tarde companheiros.

Fui alertado, pelo Mário Neiva (irmão) e pelo Cândido Couto que este ano, distam cinco décadas que os rapazes de 1961, deram entrada no velhinho seminário da Falperra, agora ilustre (e caro) restaurante, daquele local que foi palco de bons e maus momentos da nossa meninice.
Ele, Cândido Couto, perguntou-me se alinhava, para arrancarmos com a organização, do encontro da malta de 1961 que acho brilhante, mas pelo que presenciei e como ele próprio me disse disse " cadê " a gente do nosso tempo???
Confesso que não andava muito entusiasmado, porque sinceramente, não calou fundo, cá na minha pessoa, o primeiro encontro, a que tive o prazer de presenciar.
Isso é passado e tempo é, de arrepiar caminho e tentar nova oportunidade, porque nunca é tarde , para amar, como diz o ditado (povão).
Portanto, amigo e caro Cândido, fazemos aqui o apelo, mesmo neste sítio, se for permitido, para ver se alguém dá sinal de vida.
Quanto ao resto, já te respondi no correio eletrónico.
Um abraço para ti e para todos os companheiros que frequentam este ponto de encontro.
Ao dispor,
Agostinho Neiva

16 setembro, 2011 16:53  
Anonymous Anónimo said...

Oh A. Neiva, por aqui não vais a lado nenhum, só passam por aqui meia duzia de gatos pingados.

19 setembro, 2011 18:46  
Anonymous Agostinho Neiva said...

Pois sim, se por aqui não vou a lado nenhum, de outra forma, muito menos,uma vez que só tenho contacto do companheiro e amigo, de 1961, Cândido Couto.

21 setembro, 2011 18:07  
Blogger Evaristo said...

Nome interessante não fui que o disse mas voto na ideia " GATOS PINGADOS " , desgostoso pelo nome que o Padrinho escolheu entra como Anónimo. Agora queria nos incluir a todos os que entram no blog. Rejeitamos o batismo mas aceitamos com algum desgosto a escolha preferíamos conhecer o digníssimo colega com o nome próprio.

Agostinho Neiva tenho à minha frente a folha do VÍNCULO " LEMBRASTE-TE DE " que publicou a juventude que entrou em 1961 e talvez por lapso o teu nome não consta. Tem 29 pelos vistos contigo trinta e doze endereços possíveis corretos, quer dizer que há hipóteses de reunir alguns. Amanhã enviarei esta folha para ti e para o Cândido.

Para o Amigo S. Silva desde já os meus parabéns pela iniciativa, vamos em frente aproveitemos a colaboração do Augusto Castro e quem me curvo respeitosamente pela dedicação integra que está sempre disponível para colaborar connosco, foi e será sempre a chama viva da vida dos AAACARMELITAS.
Fiz uma pesquisa e não encontrei nenhum S. Silva entre 32 jovens entrados no Seminário no dia 22 de Setembro de 1962, mas apostado em dinamizar o cinquentenário dos entrados em 1962 vamos-nos conhecer.
Para já as perpetivas não são animadoras, pois em 32 só existem 4 endereços atualizados : são o António Manuel Gaspar, o António da Silva, o Francisco Torres Ramos e o Manuel Varandas Osório.Como falta algum tempo poder-se-a fazer alguma pesquisa tentando aumentar o grupo.
Nada de desanimar, falta saber quem é o S. Silva destes quatro disposto a colaborar, conta comigo.
Um abraço.Evaristo

21 setembro, 2011 22:46  
Anonymous Anónimo said...

Olá Evaristo.

Esses amigos, cruzaram-se comigo na Falperra e no Sameiro e deles tenho boas recordações.
Manda-me o contacto deles, para o meu correio electrónico.
Um abraço,
Agostinho Neiva

22 setembro, 2011 09:24  
Anonymous Agostinho Neiva said...

Bom Dia, companheiros.

Cumpre-me repôr a verdade, porque efectivamente e segundo , o amigo Augusto Castro que teve a amabilidade de me informar, eu ingressei na Falperra no ano de 1962, faz hoje 49 anos.
Fui induzido em erro e culpo o Mário Neiva e Cândido Couto, mas já lhes perdoei, sem eles saberem. Brincadeira! ( estou a brincar).
Temos mais tempo para organizar, o nosso encontro, conforme já deu início o S. Silva. Falta saber quem és tu, oh meu! Penso que sejas de Trás-os-Montes, mas fico na dúvida.
Se não aparecer ninguém, paciência, espero pelo menos que fiquem de boa saúde e que deem notícias em privado,se não for do vosso agrado aparecerem em público.

Um abraço para todo mundo, aaacarmelitas.

Agostinho Neiva

22 setembro, 2011 12:07  
Anonymous Mário Neiva said...

É o que faz ter tantos irmaos. Somos nove. Não admira que me esqueça da data em que fazem anos...

22 setembro, 2011 18:33  
Anonymous Anónimo said...

O lugar da palavra , está moribundo!...

30 setembro, 2011 11:27  
Anonymous Agostinho Neiva said...

Pessoal do ano de 1962,vamos organizar o encontro dos 50 anos, do ingresso no Seminário, ou não temos gente para tal evento?

Abraços

Agostinho Neiva

04 outubro, 2011 11:31  
Anonymous Anónimo said...

comentario

07 outubro, 2011 09:37  
Anonymous Anónimo said...

vamos ver se por este processo , resulta a possibilidade de fazer comentários.

07 outubro, 2011 09:38  
Anonymous Anónimo said...

Que se passa com o Blog?

08 outubro, 2011 08:04  

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