BEATOS CARMELITAS
Na sequência de uma dúvida surgida ao Emídio sobre a coincidência de as beatas Teresa de Santo Agostinho e companheiras serem ou não as figuras centrais do filme DIÁLOGOS DAS CARMELITAS, informei-o afirmativamente e de que o filme poderá ser baixado facilmente da Net, onde também se encontra em português uma peça de Teatro sobre o assunto que tem por base uma novela do escritor francês Georges Bernanos. Entretanto o antigo reitor do seminário Dr. Arie Kallemberg teve a amabilidade de fazer chegar ao Mário Neiva, porque não conhecia o e-mail do Emídio, mais alguns esclarecimentos que aqui ficam com os devidos agradecimentos e votos de saúde:
"Carmelitas de Compiègne ou Mártires Carmelitas de Compiègne ou Mártires
de Compiègne são dezesseis religiosas do Carmelo
de Compiègne
assassinadas por revolucionários franceses do Comitê de Salvação Pública que as levaram
à guilhotina
por ódio à religião, no segundo período do Terror da Revolução Francesa, no dia 17 de julho
de 1794,
no local hoje denominado "Place de la Nation", na época "Place
du Trône Renversé".
Religiosas
carmelitas
Antes de serem executadas ajoelharam-se e cantaram o hino Veni Creator,
após o que todas renovaram em voz alta os seus compromissos do batismo
e os votos religiosos. A execução teve início com a noviça
e por último foi executada a Madre Superiora 'Madeleine-Claudine Ledoine
(Madre Teresa de Santo Agostinho) (Paris, 22 de setembro de 1752), professa em 16 ou
17 de maio de 1775. Durante as execuções reinou absoluto silêncio. Seus corpos
foram sepultados num profundo poço de areia em um cemitério em Picpus. Como
neste areal foram enterrados 1298 vítimas da Revolução, é pouco provável a
recuperação de suas relíquias. Foram solenemente beatificadas em 27 de maio
de 1906
pelo Papa São Pio X.
O Papa João Paulo I sobre elas disse: Durante o
processo ouviu-se a condenação: "À morte por fanatismo". E uma, na
sua simplicidade, perguntou: — "Senhor Juiz, se faz favor, que quer dizer
fanatismo?". Responde o juiz: — É pertencerdes tolamente à religião".
— "Oh, irmãs!" — disse então a religiosa — "ouvistes,
condenam-nos pelo nosso apego à fé. Que felicidade morrer por Jesus
Cristo!". Fizeram-nas sair da prisão da Conciergerie, meteram-nas na
carreta fatal e elas, pelo caminho, foram cantando hinos religiosos; chegando
ao palco da guilhotina, uma atrás doutra ajoelharam-se diante da Prioresa e
renovaram o voto de obediência. Depois entoaram o "Veni Creator"; o
canto foi-se tornando, porém, cada vez mais débil, à medida que iam caindo, uma
a uma, na guilhotina, as cabeças das pobres irmãs. Ficou para o fim a Prioresa,
Irmã Teresa de Santo Agostinho; e as suas últimas palavras foram estas: "O
amor sempre vencerá, o amor tudo pode". Eis a palavra exacta: não é a violência
que tudo pode, é o amor que tudo pode. [1]
O grupo de religiosas carmelitas lideradas por Madre Teresa de Santo
Agostinho era composto por 16 mulheres: 10 freiras, 1 noviça,
3 irmãs leigas, 2 irmãs rodeiras:
Nome
civil
|
Nome
religioso
|
Função
|
Idade
|
Madeleine-Claudine
Ledoine
|
priora
|
41
|
|
Anne-Marie-Madeleine
Thouret
|
Irmã Carolina da
Ressurreição
|
monja, sacristã
|
78
|
Anne Petras
|
Irmã
Maria Henriqueta da Providência
|
monja
|
34
|
Marie-Geneviève Meunier
|
Irmã Constança
|
noviça
|
29
|
Rose Chretien de la
Neuville
|
Irmã
Júlia Luísa de Jesus
|
viúva, monja
|
53
|
Marie-Claude Cyprienne
(ou Catherine Charlotte) Brard
|
Irmã
Eufrásia da Imaculada Conceição
|
monja
|
58
|
Marie-Anne (ou
Antoinette) Brideau
|
Madre São Luís
|
sub-priora
|
41
|
Marie-Anne Piedcourt
|
Irmã de Jesus Crucificado
|
monja
|
79
|
Marie-Antoniette (ou
Anne) Hanisset
|
Irmã
Teresa do Imaculado Coração de Maria
|
monja
|
c. 54
|
Marie-Francoise Gabrielle
de Croissy
|
Madre Henriqueta de Jesus
|
antiga priora
|
49
|
Marie-Gabrielle Trezel
|
Irmã
Teresa de Santo Inácio
|
monja
|
51
|
Angelique Roussel
|
Irmã
Maria do Espírito Santo
|
irmã leiga
|
51
|
Julie (or Juliette)
Verolot
|
Irmã São Francisco Xavier
|
irmã leiga
|
30
|
Marie Dufour
|
Irmã Santa Marta
|
irmã leiga
|
51
|
Catherine Soiron
|
|
rodeira
|
52
|
Thérèse Soiron
|
|
rodeira
|
46"
|
1 Comments:
Lindo testemunho de liderança do amor em aliança de sangue na boa nova do amor de Jesus nas vidas destas irmãs de ideais carmelitas, comuns. Provocatoriamente sempre me questiono se tão pouco o conseguido valia o tanto da vida das que se entregaram e se não haveria outras alternativas do mesmo ou mais sucesso. Há alternativas, mas haveria?
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