SEM COMENTÁRIOS
Apesar de a intenção que presidiu à divulgação de alguns acontecimentos que andam, agora, em voga, no universo para-científico, ser puramente lúdica e de informação,
atentos aos efeitos produzidos, resolveu-se remover todos os filmes que aqui se houvera colocado. Espera-se, assim, satisfazer o modo de pensar dos comentadores destes espaços.
206 Comments:
El Cantante deixou um novo comentário na sua mensagem "SEM COMENTÁRIOS Há dias, alguém disse que eu ficar...":
Olá... Falta aqui a que mais importa a cada um dos portugueses e a todos em geral.
Onde está a verdade oculta deste país?
Na algibeira de algum palhaço?
Ou na mente de algum mentiroso?
Publicada por EL CANTANTE em ************AAACARMELITAS************ a 21 Outubro, 2010 15:08
deixou um novo comentário na sua mensagem "SEM COMENTÁRIOS Há dias, alguém disse que eu ficar...":
Snr. Presidente da AAAC,
1 - muito gostaria saber novas do Revdo. Pe. Francisco Rodrigues e da sua estadia em Timor.
2 - Assim como saber algo do nosso Amigo Manuel Fernandes da Madeira
Agradecido
Publicada por Mariano em ************AAACARMELITAS************ a 21 Outubro, 2010 19:09
Jorge Dias deixou um novo comentário na sua mensagem "SEM COMENTÁRIOS Há dias, alguém disse que eu ficar...":
Os caríssimos comentadores anteriores foram de uma polidez à prova de toda e qualquer questão!
Mas cá por mim não vejo nenhuma qualquer razão para tanta vénia relacional... e escusatória.
Para ser mesmo verdadeiro até nem sequer estou ainda bem em mim face ao destarelo destas sugestões!
Entendamo-nos, donde vem este visionário que só agora vê o que tantos viram há anos?
Donde vem este visionário que injeta na discussão deste espaço uma problemática de um país estrangeiro, e que este país estrangeiro decidiu ignorar?
Nós não somos todos tolos, embora eu seja mais que a maioria. Mas também já cheguei à conclusão que só fazendo-me de maluco consigo andar por aí equilibrado! Até já há um filme com este argumento... sinto-me reforçado.
Este convite a comentar os outros países é interessante no "you tube", mas, quando não comentamos Portugal nem os AASCARMELITAS, fede que tresanda esta sugestão e revela uma infinita ou total incapacidade na abordagem da globalidade cultural que nos é dado viver, hoje!
Os americanos cultos, que decidiram viver uma certa verdade, têm todo o direito de o fazer.
Discutamo-nos, como diz El Cantante, a nós, nos palhaços e mentirosos em que nos estamos tornando, digo eu....
Ou, como muito bem sugere o el Mariano, falemos das nossas coisinhas como o Padre Xico e sua estadia em Timor, que é bem aliciante, como o é saber de um amigo da Madeira.
Esta borrada só pode dar lugar ao bom senso, borando-a totalmente, ridicularizando-a ao infinito, que mais não seja por respeito aos Carmelitas Americanos. Era o que faltava... que distraídos ou distraído que anda alguém por aqui... e com tanta coisa linda e bonita que há nos nossos corações, imaginações, inteligências, culturas...Pois, pois e até na nossa fé...Imaginação procura-se...
Já estou como o Ronaldo: "Ó Carlos assim não ganhamos"
Publicada por jorge dias em ************AAACARMELITAS************ a 22 Outubro, 2010 23:15
Parabéns ao bom senso
e saudemos a razão deste espaço,
dar forma à memória dos que viveram as paredes do Seminário, a grandiosidade dos objetos que nos foram propostos como desafios de vida e até mesmo a louca boa nova (fazer a narrativa de Deus aqui e agora) de Jesus ou, simplesmente, dar voz a quem a desejar na lógica da solidariedade e fraternidade, mas, sobretudo na lógica de quem o Carmelo encher de vida ou a quem da alma lhe extravasar força para a vida ou para a escrita ou da vida lhe transvasar enertgia para em vasos comunicantes... ceder a outros.
Parabéns ao bom senso... e agradece-se salutar provocação... e porque não terá sido esta uma dessas invulgares oportunidades! Que cada um entenda o que não escreveu!
Pessoalmenmte penso que não havia necessidade, por parte do Augusto, de auto-censurar-se, removendo os filmes, que se limitavam a emitir uma opinião sobre acontecimentos relevantes da História recente da Humanidade. Não fora o acontecimento da morte do meu cunhado e já teria vindo comentar os vídeos exibidos.
Para mim pouco mais valem que especulação de mentes criativas, mas não deixam de ser reveladoras da inquietação reinante e crescente num mundo em acelerada mutação. Aontecimentos como estes que podem alterar o curso normal da História sobressaltam e fazem fervilhar também a imaginação.
O que me espanta é ver pessoas assumidamente cristãs insinuarem que «isso é lá com eles porque nós já temos problemas que chegue», quando pela sua militancia cristã deveriam saber que qualquer problema que aflige a Humanidade é problema do seu irmão e problema seu. Não fora assim e não se compreenderia a viagem do Pe Chico a Timor.
Que se discutam os problemas da nossa da nossa paróquia acho muito bem e devemos começar por aí. Mas que se esqueça a «visão de conjunto», ainda mais neste actual mundo globalizado, parece-me um perfeito anacronismo.
Por mim, voltem os filmes e comente-se sem tacanhez.
Concordo, mas exibam os filmes de Portugal, porque é pela nossa casa que devemos começar. Como alguém diz, fedem que tresandam, principalmente quando se trata de arrecadar dinheiro fácil e arrancado dos bolsos dos mais desfavorecidos. Coloquem na mesa, os filmes desses bandidos que a coberto da democracia nos sugam até ao tutano, se é que esse vai escapar!...
Tanta coisa oculta que felizmente a net vem desvendando e passa a ser do conhecimento público em geral. Estamos no começo, mas não tenhamos dúvidas que mais dia menos dia,isto só vai mudar ao som da bala, infelizmente , para os nossos filhos, porque quem andou, já não tem para andar, apesar de não ter pressa de partir.
Ainda mais, El Cantante? Jornais, telejornais e rádios são um lamento contínuo de um fado que nos vai pintando a todos de coitadinhos e como se não tivessemos nada a ver com o assunto. Foram frangos e perús que puseram no parlamento, com o seu cacarejar, as centenas de deputados que pouco mais fazem que aquecer as cadeiras e, de vez em quando, levantar o dedo, como autómatos, à voz do chefe. Contas bem feitas, estes senhores inuteis custam ao erário publico 60 000 euros por ano,cada um deles. E é o nosso voto e não o dos castelhanos que lhes garante as benesses. Eu sei que isto não é muito lindo de se dizer, mas por mim fazia-se uma greve geral ao voto, para obrigar a mudar uma prática democrática que já só carrega o nome. Deu o que tinha a dar. Isto não é um apelo ao regresso ao passado, como alguns saudosistas e desmemorizados fazem, como se tivessemos saído do paraiso e vivessemos um presente feito inferno. A minha ideia é que se faça um debate sério sobre a democracia que teremos, discutindo tudo, a começar pela composição do grupo de pessoas a eleger. Não se pode mais eleger um presidente da junta muito competente a tanger os bois ou um deputado cujo único mérito conhecido é a sua militancia em partidos politicos. Depois, como quem muda de cuecas, saltam da AR para as empresas dos amigos, mandando às malvas os eleitores que os elegeram. Ainda agora foi mais um...Já que perderam a vergonha, obriguemos a mudar as leis com a greve geral aos votos.
Viva os puros! Era o que faltava! Mas reconheço que afinal a análise já começou! Dá-lhes Mário dando em ti...
A propósito de análise, quem disse que os filmes mentiam, caro Mário!
Tu é que insinuas «isso é lá com eles porque nós já temos problemas que chegue» e os "eles" colocas teoricamente na minha fé! Cuida-te e dá-te ao respeitinho e já agora volta a reler! Sempre pode ajudar a não supores o já esclarecido e de inadequadas suposições!
Mas a tua análise tem partes de classificação máxima. Por agora abastenho-me de comentários sobre a nossa vivência política e também sobre a americana. Pode ser que arda mas ainda não sou pirómano.
Não te ponhas fino e descansa à sombra do sombrero,sem tentares apagar o fogo atiçado pelos outros pirómanos!...
Muita coisa até parece que não é connosco, mas na realidade, se os bons princípios e costumes que aprendemos no seminário, não os pusermos em prática, de certeza que faremos como os outros , ou até pior! Todos temos ambições desmedidas e o Pai Nosso Que Estais No Céu, é muito bonito, mas só de boca para fora. A ganância e a intolerãncia dos homens tornou-se de tal forma imperiosa que muitos nem olham a meios para atingir os fins.
Quanto à greve geral que falou o Neiva, devo dizer que eu já não gasto solas dos sapatos para votar nesse bando de fedorentos, mentirosos e ganaciosos.
Já não sou pateta alegre, estou apenas encavacado, com um tal sr. de algumas reformas e nem sei quantas mais mordomias, mesmo em tempo de crise que óbviamente, só é para os pobres.Assim, vai arreganhando aquela grande dentuça e apelar ao bom con-sesso, desculpem consenso, quis dizer de todos os portugueses.
Infelizmente ainda existem milhares de pessoas que acreditam na enxovia das palavras bonitas e beijufas, como diz o Jorge, que os políticos usam em altura de eleições , para iludir os pategos, ou patos bravos , como queiram.
É o povo que somos, mas pelo mundo fora, parece que não há melhor...
«Donde vem este visionário que injeta na discussão deste espaço uma problemática de um país estrangeiro...» (Jorge Dias)
Mas o que eu tinha mesmo em mente era o facto de os "economistas" se terem agarrado à sacrossanta competitividade, servindo-nos uma «civilizadinha» lei da selva, a lei do mais forte e do mais apto. E a coisa pegou de estaca.Apesar dos esforços e boa intenção de muitos, está a acontecer à sociedade o que aconteceu com o ecumenismo das igrejas. Falhou o ecumenismo por causa das tradições, antigas e respeitáveis (nem todas)e não por causa dos princípios que sustentam a fé. Também a democracia está a falhar, não nos seus princípios que são indiscutiveis, mas nos formalismos e práticas que chegam a transformá-la numa aberração.
Vivemos, hoje, num planeta em que o melhor e o pior circulam à velociadde da luz e, a esta velocidade, fazem da Terra uma paróquia. O fumo que sai do tubo de escape do meu automóvel ou o lixo que não envio para reciclar afectam, a médio prazo, tanto o indio da Amazónia como o habitante de Tóquio.
É pensando nestas coisas que eu questiono o papel da nossa «representação parlamentar». Nossa e das outras democracias. Aqueles senhores que elegemos de quatro em quatro anos fazem do «trabalho» na AR um entretem, aliás, bem dispendioso para a nação. Podem continuar a ter os seus empregos, a ser empresários ou advogados a tempo inteiro. Os governantes, pelo menos, ainda têm de responder pela governação que fazem mas os deputados não respondem por coisissima nenhuma e perante ninguém. A não ser perante o partido e, mesmo neste caso, até se chatearem e passarem a reprentar-se a eles próprios, como já tem sucedido.
Os parlamentos das democracias são pouco mais que uma anedota, por sinal bem cara aos contribuintes.
Os tempos são de crise, quer dizer, de mudança. Há que não ter medo de ajustar as práticas aos principios da democracia. Porque esta vale a pena e penso que sem ela é o próprio planeta que vai à falência.
CRISE !
Não há nela mensagem a pedir mudanças...?
Debatemo-nos, muitas vezes angustiados, com as chamadas crises que dizemos abaterem a humanidade. No nosso caso particular, em Portugal, ficamos indignados com a corrupção e todos os demais desafios da violência, desemprego, tráfico de drogas, crianças e idosos abandonados, etc, etc, etc.
Mas, convenhamos. Na maioria das vezes, a única maneira de provocar mudanças, individual e colectivamente, é através de crises que conclamam alterações em posturas já cristalizadas e viciadas. Sem elas, a acomodação com o já estabelecido tem sido vencedora das mais diversas situações. São poucas as iniciativas que modifiquem os factos, sem as crises que demonstrem a necessidade de mudanças.
A crise e as suas consequências provocam reflexão, amadurecimento, ou seja, vamos aprender a fazer melhores escolhas. Isto inclui o uso correcto do voto, melhor administração da vida privada e pública e as próprias modificações morais – mesmo no campo individual – que todos temos necessidade de fazer.
Se não houvesse a crise, estaríamos todos muito bem acomodados. E não haveria progresso. O próprio planeta, nas suas estruturas sociais – e até geológicas – vive a sofrer crises que modificam as circunstâncias...
Assim é na vida individual, a crise, faz-nos sair do lugar. Na dificuldade financeira, incita-nos a administrar melhor os próprios gastos; na enfermidade, exige avaliação do nosso proceder; nos relacionamentos, pede para revermos a nossa conduta; nas angústias e aflições, ensina-nos a procurar ajuda e a confiar.
Na vida pública ensina-nos o respeito às leis, à ordem, a respeitar o património público, etc. Na vida das instituições igualmente não é diferente. Uma má escolha redunda em modificações que muitas vezes alteram toda uma estrutura (antes modelar) , o que nos ensina a repensar a nossa participação no cotidiano das nossas actividades.
É a crise que nos leva à reciclagem profissional, que nos estimula a voltar a estudar, a reler o que antes não entendemos; é ela, a crise, que nos faz cuidar melhor da saúde; a administrar as finanças com critério. Ora, os exemplos são muitos. Basta pensar na própria crise individual que vivemos que já acharemos respostas imediatas.
«Donde vem este visionário que injeta na discussão deste espaço uma problemática de um país estrangeiro...»
Citando-te me recito, mas havia coisa melhor... percebo o travão na ausência de comentário.
Não subscrevo o teu comentário e olha que aquilo da AR é de pirómano. Como vais apagar o fogo, se isto pega? Então amiguinho, a alternativa? Não é uma alternativa para ti, é uma alternativa para a colectividade! Apressados na letra... bota aí a alternativa. Claro que subscrevo outras partes. Gostei outra vez do el cantante. Até gostei do Mariano, mas já estou com o credo na boca porque qualquer dia sai uma enxurrada de citações bíblicas e logo me perderei no deserto bíblico à maneira dos Jeovás.
Quanto ao onze de onze americano puderás ler tudo ou quase tudo o que se escreveu e concluiu... qualquer motor de busca te dará muito mais que pedes. Por mim arrepiei caminho a tempo, na hora certa, quando na América, com os Americanos, percebi que não havia alternativas a mais leituras, que as há... É como a roupa... só uma coisa é certa, alguma nos deve tirar o frio ou cobrir as partes pudendas. Já agora, beijufas para ti, os outros e os teus amigos da AR. Dá-lhe mecha que arde, mas o balão cai. Das cinzas, como mineiros, resairemos na Fénix que criarmos.
Palavras sábias, caro mariano. Realmente a crise é sinal de crescimento. A democracia que temos não é para deitar fora mas para reformular, até à necessidade de um novo crescimento ou aprofundamento. Por isso tenho o olhar sempre no futuro e invectivo os saudosistas de um passado que já conheceu as suas crises.
A alternativa, Jorge? Pouco mais posso que ser alternativa a mim próprio, não me acomodando ao que já sou. Quem pode substituir-se a 10 milhões de vidas e vontades? Ninguém. E ninguém sonhe uma coisa dessas, que dá sempre o mau resultado das ditaduras.
Mas o exemplo que podemos dar, do inconformismo com o «status quo», não deixará de gerar contágio, agudizar a crise e abrir um novo rumo.
Quando eu penso numa «greve geral ao voto», estou a pensar em sermos pró-activos porque a abstenção é demissão do dever cívico e votar em branco é o cumprimento do dever “em protesto”. Sei bem que isto não é a «alternativa», mas o sinal seria tremendo para gerações de políticos acomodados.
As armas do futuro não usam balas e o protesto violento das ruas como está a acontecer na Grécia ou na França e já se adivinha na Inglaterra perante as medidas draconianas anunciadas, é cada vez mais uma mera ressonância dos protestos mortíferos contra o capitalismo selvagem do inicio da era industrial.
O voto em branco, se massivo, será um brado nunca ouvido e um formidável apelo. Já não será a violência a suscitar a repressão da «autoridade» em nome da «ordem pública», mas a força da razão e das vontades em apelo à razão e às vontades acomodadas nas suas convenientes verdades.
O que está acontecer um pouco por todo lado nas democracias é uma crescente abstenção. Mas tal atitude configura mais «um deixa andar» que uma verdadeira vontade de ultrapassar a crise. A não ser que se faça a abstenção premeditada e generalizada. Nessse caso,o efeito seria o mesmo do voto em branco.
Que bom sinal de crescimento, à custa do sangue suor e lágrimas dos menos afortunados!... Quando vemos a dita classe média de outrora, a basculhar os caixotes do lixo, pela calada da noite que diremos dos pobres e mendigos a quem lhes ripam agora, os postos de abastecimento das lixeiras, para matar a fome.
Se estas crises são sinal de crescimento,venham já as balas, porque ao menos os desafortunados, com uma escopeta na mão, podem tanto como os ladrões (deputados e afins) que fervilham á nossa volta e por todo o país.
Sinceramente, acho que esta situação deplorável do país, já não vai com palavras lindas, cheias de democracia, só de lábia, porque na prática, salve-se quem puder, quem tem amigos no poder e cunhas por toda a parte.
Há que limpar o trigo do joio e ao longo dos tempos, infelizmente, só com guerras é que foram banindo essas ovelhas ranhosas que comem tudo e não deixam nada. De resto meus caros amigos, por muitas palavras lindas e sábias que digam em todo o lado, quem acredita nesses crápulas, peçam-lhes para cuidarem da alma que o corpo já não tem salvação! Os vícios angariados são enormes e ficaram bem acomodados, nesta saudosa pátria malamada.
Meu caro El Cantante, quando há dores, suor e sangue é sinal de que a criança está para nascer. É desta crise que fala o Mariano e eu aplaudi. Apenas isso. Se quiseres ficar alheado num «salve-se quem puder» ou a olhar ou apenas a clamar contra as dores e o sangue do parto, podes fazê-lo, mas era bem melhor se desses uma mãozinha. Cada gesto conta, na hora de aflição. E tu sabes que é verdade. E essa «mãozinha» até pode ser uma sugestão para actuar onde,como e o que se deve fazer.
Antes pelo contrário, vemos o velho Portugal a apodrecer, não a nascer. Qual criança, qual carapuça, anjinhos somos nós em continuar a acreditar nesses crápulas. Isto é, quem acredita! Se me disseres vamos varrer esses bandidos e fazer nascer uma criança nova,( mas não com estes gajos) tudo bem, só que desta forma que fazem, podes escrever, nunca mais vamos andar de cabeça erguida, já que os nossos irmãos estão cada vez mais miseráveis e isso por muito que nos alhiemos, também nos afecta, penso eu. Melhor dizendo, podemos nós viver bem que ainda temos , vencimentos , reformas , ou rendimentos, ou seja, suporte suporte financeiro, mas às novas gerações que herança lhes cabe com estes gatunos a receber ordenados astronómicos desviados do Governo ( nosso bolso ).
A maozinha que eu dava e certamente milhares de contribuintes, era premir o gatilho, porque nesta luta desigual e e sem quatel, já se concluiu que quem não matar morre!...
Quanto a gestos, eu faço-os na minha praça e na minha área sempre destemido, mas infelizmente a maioria dos companheiros estão a coberto de contratos precários e se pôem os corninhos de fora, vão para o olho da rua, uma vez que a tirania dos governantes e seus apoiantes, não se compadece. A lei é simples, " quem não é por nós é contra nós ", e esta heinnnnnnnnnnnnnn, rua ou não sabem disso?
Temos o voto, mas votar em quem , pergunto eu, se formam as listas com pior escória do país,senão vejam os processos em que estão envolvidos, ou será tudo mentira?
Em democracia vale tudo, menos tirar olhos aos cegos e pobres de espírito, porque deles é o reino dos Céus.
Ó El Cantante, eu falo em alhos e tu em bogalhos. Deixa pra lá que isto, de uma forma ou de outra, há-de passar.
O Homem revoltado
Albert Camus, filósofo francês, surpreendeu o mundo ao publicar, em 1951, o livro “O Homem revoltado”, que versava sobre o conceito da revolta alicerçado a um ponto de vista histórico. Uma das revoltas descritas pelo autor é classificada como Metafísica e pode ser descrita como o sentimento que o homem tem sobre a sua própria condição. Isso tudo é resumido numa só palavra: frustração.
Essa frustração eu senti, recentemente, ao receber a notícia do Orçamento de Estado para 2011. Minha nossa senhora!
Senti frustração porque o governo nada fez para melhorar esse Orçamento, para dar segurança a quem trabalha e não oferece estabilidade aos investidores. Senti frustração porque o jogo de empurra-empurra começou antes de se saber a real situação. É tudo um caos: governo, oposição e organizações sindicais.
Voltemos ao livro. De acordo com Camus, há, claramente, um caráter negativo na revolta metafísica: o “não”. Para dizer esse “não”, o autor explica que o homem precisa de um lado positivo e necessariamente de um estímulo.
O meu lado positivo no caso do Orçamento de Estado corresponde á necessidade de se fazer justiça, de culpar os irresponsáveis e de tornar o O. E.mais viável. Já o meu estimulo é a própria revolta, a frustração no seu estado mais claro e transparente.
Dito isso, sinto-me o próprio “homem revoltado” proposto pelo filósofo francês, acrescido de uma imensa energia para reivindicar os direitos, mas, principalmente, em sintonia com o pensamento de Camus: “ao protestar contra a condição naquilo que tem de inacabado, pela morte, e de disperso, pelo mal, a revolta metafísica é a reivindicação motivada de uma unidade feliz contra o sofrimento de viver e morrer”.
Como eu te entendo EL CANTANTE!
Claro, só não entende quem não quer, ou for cego, porque mentecaptos não somos, já que as provas são tão evidentes que contra factos não há argumentos!... Roubaram e deram cabo disto tudo e não estou a dizer que foi este ou aquele,mas sim foram todos, a coberto de uma democracia que mais parece uma palhaçada terceiro mundista.
Felizmente temos liberdade para deixar saquearem tudo o que o Estado tinha e até os nossos descontamos, para uma possível um reforma...
Carros de topo de gama, amantes , flores, mordomias e o diabo a quatro , para agora esmifrar os pobres que já pouco lhes cabe.
Por este andar, vão fazer como o Hitler, quem não produzir, para eles roubarem, mata-se lentamente, para sofrerem sem medicamentos gratuitos, para quem não os pode pagar.
Os 3 cantantes que passaram pela PR e falaram aqui á dias, com tanta cordialidade e comovidos com a triste situação do país, já abdicaram de metade das mordomias? Acho que não...
Bem dizia o frei tomates; trabalha e não o gastes.Pudera, não temos.
Óbviamente não temos para gastar, eles comem tudo e não deixam nada.
" OH CRISTO VEM CÀ BAIXO VER ISTO "
Ficamos pobres, mas temos liberdade, graças ao Pai do Céu.
CORRUPTOS, CORRUPTORES, CAUSAS.
“Até gostei do Mariano, mas já estou com o credo na boca porque qualquer dia sai uma enxurrada de citações bíblicas e logo me perderei no deserto bíblico à maneira dos Jeovás. “ JORGE DIAS 25/10/2010
Diariamente a imprensa falada e escrita noticiam escândalos de corrupção praticadas por cidadãos considerados ilustres no cenário nacional.
Pessoas nascidas num berço de ouro ou incluídas na classe mais favorecida, sem nenhuma necessidade material, não hesitam em assaltar o erário público motivadas pela ambição desmedida e pelo desejo megalomaníaco de poder, subtraindo às centenas de milhares de miseráveis, produto da péssima distribuição do rendimento, a possibilidade de uma vida mais digna.
Não tratarei, aqui, da indignação do povo trabalhador e honesto e, tão pouco, da nossa própria indignação.
Deixamos o discurso para aqueles que na maioria das vezes, em nada diferem dos protagonistas da nossa triste história e, utilizam desses tristes factos para se promoverem mediante pronunciamentos inflamados, apregoando uma moral que estão muito longe de possuir.
Discutiremos a personalidade, as razões que levam pessoas abastadas sem nenhuma necessidade, pois que, desfrutam de todas as mordomias que o dinheiro pode comprar a se ocuparem de acções ilícitas para acumular mais e mais riqueza, sem, sequer, saber, se delas vão usufruir.
Qual foi a educação familiar e escolar dessas pessoas?
Aqui, vamos lembrar uma passagem da bíblia, o livro mais antigo e
mais actual em poder da humanidade.
Parábola de Jesus em resposta a um homem que estava na multidão e lhe pediu que ordenasse ao seu irmão para dividir a herança consigo. (Lucas capítulo 12, versículo 13, 16/21).
“O campo de um homem rico produzia com abundância e comentava consigo mesmo, dizendo: que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: farei isto, destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todos os meus produtos e todos os meus bens. Então direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come e bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é o que acumula para si mesmo e não é rico para com Deus.”
Os protagonistas dos nossos escândalos são os modernos homens ricos da parábola de Jesus; talvez, esquecidos dos valores reais transmitidos pelos seus pais e mestres, têm como único Deus o vil metal, muitos deles já em idade avançada não usufruirão, com certeza, daquilo que recolheram usando de meios fraudulentos e, de pessoas que embora menos abastadas, a eles, se assemelham em carácter.
Lembremos-nos, também, que somos apenas depositários dos bens materiais e dos dons que fomos agraciados pelo Criador e, certamente, um dia teremos que prestar contas do uso que deles fizemos.
Assim, não devemos, tão somente, manifestar a nossa indignação, mas, também, meditar sobre as mazelas morais que assolam os seres humanos. Procurar detectar os erros passados, lembrando a nós e aos outros dos reais valores da vida que a felicidade não consiste em coleccionar riquezas e, sim, em coisas simples, como viverr a família, os amigos, sentir o prazer da doação graciosa, desfrutar da beleza da lua, do sol das estrelas, das flores e dos cantos dos pássaros.
Fechemos e ensinemos os nossos semelhantes a fechar os ouvidos aos insistentes apelos de consumo, em muito responsável pelas atitudes funestas dos seres humanos.
Obs.: A Bíblia continua a ser o meu “código” de vida.
Não, definitivamente, meu caro Mariano... e eu até avisei. Já estava à espera.Mas antes para mim que para qualquer outro.
Não vou perder muito tempo com isto porque outra lei Jesus deixou, a do amor, que, no jeito da omissão, ignoraste. Comento apenas o último parágrafo. Não fecho os ouvidos aos apelos do consumo. Pelo contrário, devemos consumir tudo o que pudermos, formos capazes, nos der felicidade e maior capacidade de amar os irmãos. Se o consumo é funesto, e às vezes poderá ser verdade, cada um pagará por si com a sua saúde, a sua salvação (felicidade)... Eu ensinar os nossos semelhantes a fechar os ouvidos? Como assim se a psicologia tanto luta para que todos ouçam e entendam. Meu caro, a estocada foi ao lado, o touro está vivo...
Mais acima desejava comentar o Mário e cheguei mesmo a redigir o comentário. Mas perdi e não mais tenho paciência, hoje. Mas há muita coisa com que concordo...
Aquela das dores, suor e sangue é que não tem nada a ver com o parto, mas sim e só com o entendimento popular de certas coisas do nascimento. Meu caro, este entendimento é de quem ajudou a nascer três e alguns animais, outros... a poda aqui é outra. Tarequices cada um serve-se das que quer. O parto e o nascimento têm demasiadas mistificações. Isto era tudo partos e nascimentos, afinal o que é que não tem dor, sangue suor, e já agora, dor ou alegria?
Como tantos outros, servi-me apenas de uma metáfora muito expressiva. Até podia citar a da Biblia, para imitar o Mariano: «A mulher, quando está para dar à luz... S.Mateus cap.tal vers.tal)
Por muitas palavras bonitas, quer bíblicas, quer de quem quer que seja, entendo que nada dizem aqueles que nada tem.Se lhes conforta a alma, não lhes conforta certamente a barriga. Podem talvez sussurar, valha-me Deus,ou aqueles mais revoltados, dizerem pqp a vida. É fácil a qualquer pessoa de barriga cheia e bem na vida ,falar ao coração dos miseráveis, mas viver como eles, tá queta o mau, como diz o povo!Lembram-se dos padres trabalhadores? Acho que nem se fala mais neles, porque infelizmente o clero gosta de estar bem acomodado e nada de denunciar situações que parecem favorecê-los.
São esses os seguidores de Cristo? Carreguem a cruz como Ele e venham para o nosso meio. Ou sabe bem, ficarem feitos pansudos à espera de milagres?
Imaginem só a cena de ontem que por meia duzia de tostões, para os gatunos, não deu para chegaram a um acordo e o país de imediato, perde logo o que eles não quizeram negociar!Casmurros, bandalhos asquerosos, só mesmo a tiro, já que não vai de caneta.
Não me digam que estes gajos não mereciam cabeça cortada e pontapeada na praça pública! Pareço radical, mas é isso meus amigos, na guerra sempre ensinaram que devemos matar para não morrer. Além disso, quem matar um ladrão, tem cem anos de perdão.
Esses bandidos estão a brincar connosco e não nos adianta literaturas bíblicas, porque o clero que devia, penso eu, estar também ao lado dos desafortunados, metem o rabo entre as pernas e passam todo o tempo da homilia a falar daquilo que à muito a gente já esqueceu. Podiam ao menos serem actuais, mas também não se pode exigir muito mais, já são todos da nossa idade e até mais velhos e infelizmente, pararam no tempo do saudoso Salazar que nem para ele sabia roubar.
A CANOA
Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas
de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.
Como quem gosta de falar muito,o advogado pergunta ao barqueiro:
— Companheiro, você entende de leis? — Não!- respondeu o barqueiro.
E o advogado compadecido: — É pena, você perdeu metade da vida.
A professora muito social, entra na conversa: — Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
Também não, respondeu o barqueiro. — Que pena! Condói-se a mestra .
— Você perdeu metade de sua vida! Nisso chega uma onda bastante forte e
vira o barco. O barqueiro preocupado, pergunta:
— Vocês sabem nadar? — NÃO! Responderam eles rapidamente.
— Então é uma pena- Conclui o barqueiro. —Vocês perderam toda a vida.
Não há saber maior ou saber menor.
Há saberes diferentes. (Paulo Freire)
Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contacto. Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar.
INTERESSANTE PARA REFETIR
ABRAÇOS. Evaristo Domingues
Comentar como:
Caríssimos:Depois de todas estas palhaçadas à volta do orçamento, que não são diferentes daquelas que se passam no mundo (global-palavra muito bonita,porque é diplomática...)e debruçando-me um pouco pelos últimos comentários,deixo-vos o resumo de uma conversa entre duas senhoras "do povo" que vive no tal país real:" Eles (os políticos) não me enganam mais.Votei neles durante muitos anos seguidos , agora(e fizeram o gesto do "toma".)...Fiquei com a sensação de que também estas duas senhoras já estão a clamar por outro PARADIGMA, com OUTROS ACTORES, não um D. Sebasteão a chegar por entre o nevoeiro, não; mas sim outra geração que não esteja ligado nem por família nem por dinastia a estes jogos.Por mim, vou tentar virar a página, e abri-la noutro capítulo.Até breve, e muita saúde.A.Costa
É isso mesmo, Costa. Também estou cansado deles todos.Mas também sei que o problema não está só «neles». Não basta trocar uns pelos outros, como quando se mudam as mmoscas...Não podemos continuar com um «desenvolvimento indecente». Há dias, alguém ,penso que ligado à Igreja,disse que temos de fazer solidariedade pelos impostos. Ora isso implica, logo à partida, que os impostos não devem servir para manter os pançudos de que fala o El Cantante. É um absurdo, por exemplo, gastar 60 000 euros por ano com deputados dos chamados partidos de protesto, que nunca aprovaram nem vão aprovar qualquer OE, porque não concordam com nenhum e, em última análise, não aceitam a democracia que os sustenta. Pois bem, eu acho que a democracia os deve deixar berrar à vontade mas não lhes pagar principescamente para o fazer. Elegem-se deputados para nada.
A verdade é que nós bem podemos protestar aqui e noutros lugares que pouco vai adiantar. Terá de haver mesmo um protesto generalizado, como o voto em branco. Sem tiros nem distúrbios encostamos os acomodados politicos à parede. O problema será convocar toda a gente para tal protesto. São cinco milhões. Provavelmente vamos ter mesmo que esperar que a história faça o seu caminho. Devagarinho, mas de forma irreversivel.Disso não tenho dúvidas.
Amigo Costa, nós ainda podemos voltar a página, porque vamos tendo as nossas reformas e nossos vencimentos e quem não tem, vai abrir o quê?
Não podemos esperar sentados e deixar que a criança cresça e engorde mais nos bolsos daqueles pançudos pantomineiros.
Protestar não paga imposto (ainda) !
Já passaram alguns anos, tivemos estadistas que se notabilizaram por conseguirem passar as suas ideias aos seus ouvintes, apenas com o recurso do microfone das rádios ou dos palanques. Seria de se imaginar que, com o advento da tv, a cobrir todo o território nacional, as suas palavras chegassem com mais ênfase e mais rapidez aos desinformados. Mas a elite percebeu a tempo o risco que corria e tratou de impedir que tal facto ocorresse. Apossaram-se do direito de conceder canais apenas aos que estivessem de acordo com as manchetes combinadas. Passaram a anestesiar a população com novelas, programas de auditórios e concursos, enquanto as conversas da treta realizavam-se atrás dos palcos, encobertas pelas vistosas cortinas dos cenários. E por 36 anos, conseguiram doutrinar as nossas mentes impedindo-nos de evitar a marcha para o abismo.
Agora, no início do terceiro milenio, a pressão criada pela miséria, está a forçar o tomar consciência da nossa falta de percepção e acomodação por tanto tempo. Passamos dezenas de anos iludidos como alienados que se distraem com pirulitos coloridos enquanto eles nos esfolam por trás (em todos os sentidos). A luta é desigual, pois os grupos dominantes seguram as estruturas nas suas mãos (principalmente as comunicações amordaçadas), mantidas com o dinheiro dos nossos impostos desviados. Ditam as leis que nos amordaçam e deterioram a nossa identidade. Forjam situações com o nosso dinheiro, para denegrir os nossos verdadeiros líderes e mascarar os vilões que se eternizaram no poder. Resta-nos a esperança de que em cada casa, em cada condomínio, em cada bairro e em cada município, tentem recuperar o tempo perdido (façamos 50 anos em 5), deixando apenas de rezar por um milagre. Na verdade, o milagre nascerá com a participação de todos, no momento em que cada um de nós, realize um acto simples, que não exige consumo nenhum de recursos : PROTESTAR regularmente, não se acomodar, apoiar (não apenas balançando a cabeça) aos que levantam a bandeira pela troca do modelo que rege a nossa Pátria, que só atende os gananciosos que enriquecem às custas do nosso suor e do nosso sangue. Vamo-nos reunir com o mesmo entusiasmo que nos uniu em torno da seleção nacional de futebol durante o Europeu realizado em Portugal. Temos esta dívida com Portugal. Se a ‘malta’ tem fôlego para enfrentar filas de muitas horas para adquirir ingressos para concertos e outros eventos, certamente teremos energia para se reunir UMA vez por trimestre com a sua comunidade e montar uma estratégia de pressão contra os governantes omissos e submissos que usam os nossos impostos de forma ilícita.
E devemos aproveitar para reclamar enquanto não criam a CPSR (Contribuição Permanente Sobre Reclamação) cujo destino deve ser algum fundo de campanha de um destes partidos de aluguer que flutuam no nosso cenário político.
Pois, caro amigo Mariano, mas falta o Scolari brasileiro, para unir as massas.Na realidade parece que é preciso vir alguém de fora , para abrir os olhos de tanta gente adormecida.Vejamos a arrogância do cavalo branco, com a casa a arder e tinha de ser o vizinho a ceder. O homem é louco ou o seu chefe só pensa no que vai para trás do trazeiro dele.
Foi preciso levar uma esticadela nas orelhas, lá fora, par vir dizer que ainda pode haver consenso. E os milhões que se perderam?
Tenho conhecido muito gajo mentiroso, trapaçeiro e sobnretudo ignorante, mas este que tirou a licenciatura por trás das portas, é burro como um tamanco e valham-nos as almas santas, para nos salvar deste imbecíl.
Será que com ele a continuar, não vai rapar o resto das côdeas do tacho, já nem digo nada!...
Pois, pois, pois... na política aqui, não vou... não vou não senhor!
Mas posso ir na meditação e vou com uma pergunta muito simples: quanto custou, no campeonato do mundo aquela dita substituição?
Adiante...
Está a ficar animado... está mesmo e gostoso. Infinitamente gostoso pela palavra. E que palavra! Caro Mário, já reparaste na capacidade de verbo do El Cantante? E do Costa!... Que surpresa agradabilíssima. Entendam o grau do elogio. Máximo... Que bom pelos dois..., que bom.
Bem vindo Evaristo... Mas cuidado porqur o que escreveste não é verdade... aliás, só é verdade dentro da normalidade. Anota, há gente má mesmo. É verdade... há gente má. Eu, tu, etc... Nada de exageros e radicalizações que são genéricas e só são verdade como genéricas e com muita boa vontade.
Comentários políticos? A direcção que crie espaço para isso.
Pois alevá e com beijufas...
Sinais de Esperança?
Ontem, eu e talvez milhões de portugueses ouvimos o leader do PSD Passos Coelho a afirmar que «se for necessário mexe-se nos "direitos adquiridos"». Esta afirmação é de suma importância, se for séria, e dá-me esperança de que, brevemente, veremos corrigidas anomalias indecorosas fabricadas ou legisladas pelas centenas de dispendiosos e inúteis deputados. É que me lembrei do mail que um aacarmelita me fez chegar à caixa de correio e que reencaminhei. Esse mail dava conta de que um senhor politico (não vale a pena estar a apontar a cor partidária porque são todos farinha do mesmo saco) requereu a sua reforma pelos serviços prestados à nação enquanto deputado e governante (20 anos ao todo) no valor de 2 905 euros de subvenção «vitalicia». O homem tem 50 anos e à custa do capital de imagem acumulado ao longo de vinte anos como deputado, governante e dirigente máximo de um grande partido, conseguiu meia dúzia de “tachos” altamente remunerados na «sociedade civil». Está bom de ver, que se tivesse sido sempre um vulgar trabalhador por conta de outrem ou empresário, talvez nunca pudesse aceder a tantas benesses. Esta subvenção vitalícia poderá ser apenas uma «migalha» no conjunto das suas actuais remunerações. Mas é um sagrado direito adquirido! Intocável, pela lei actual.
E nós temos de lhe pagar, embora ganhêmos três ou quatro vezes menos que a tal pensão do «direito adquirido».
Como teremos de pagar o direito adquirido das mordomias indecentes dos ex-presidentes da república, que se fartaram de pregar nas campanhas, como está a fazer o actual PR, que se candidatam por amor a Portugal. Apetecia-me vociferar, porque todos acumulam pensões (de PR) por desempenhos que diziam fazê-lo por amor à Pátria. Se fossem homens de decoro patriótico, esses quatro senhores presidentes da república prescindiam dos seus «direitos adquiridos» nesta conjuntura de aperto financeiro, que mais não fosse, para dar o exemplo. E nenhum deles precisa das mordomias que a si próprios se atribuiram, assinando, com um sorriso de gratidão, os diplomas que os primeiro ministros lhes apresentavam. E era tudo por amor à Pátria. Nunca nenhum se lembrou de mandar fiscalizar a constitucionalidade da acumulação de reformas!!!Pudera...
A próxima eleição é a de novo PR. Pensemos nestas coisas. Tenho plena consciência de que não são mais uns trocados que resolvem seja o que for.
Mas o bom exemplo vale ouro.
E é disto que precisamos, num mundo que procura um novo paradigma de desenvolvimento e coesão social.
Conhecimento e Fé
Meu Caríssimo JORGE DIAS
Não fui universitáio,... Apenas frequento a Universidade da vida.
Descrever a realidade da vida é tarefa impossível, redunda em termos de percepção todas as facetas que alimentam as consciências que habitam o mundo que interagem colectivamente, procurando uma unidade que apesar de multifacetada por inúmeros entendimentos físico-espirituais é parte de uma verdade pura e insofismável.
Crer não é saber efectivamente, pois crer é ter fé e transcender todos os limites do conhecimento. O homem de fé não precisa saber algo a respeito do que acredita, mas o conhecimento auxilia no desenvolvimento de sua percepção, mesmo que de alguma forma também a limite e aprisione em conceitos e formas desnecessárias.
Sou aquilo que sei, mas não sei tudo o que sou apesar de manifestar ao mundo grande parte daquilo que vivo intimamente, mesmo que de forma inconsciente e despropositada. Quando vivo intensamente a minha fé e tenho nela a razão de minha busca, entrego-me ao poder que há em mim e direciono-me para o meu fundamento.
Se estou a viver um momento de muita pressão externa, preciso de me voltar para o meu interior e procurar dentro da minha essência a força, o poder e a energia necessários para transformar esse momento, jamais esquecendo que apenas no amor e na suavidade consigo verdadeiramente movimentar a vontade e a alegria dos espíritos afins.
Viva Mário... e dá-lhe forte...
Viva Mariano...
Nunca coloquei aqui nenhuma questão de universidade, embora me tivessem acusado de a ter frequentado, ter sido universitário (do mundo)...mas cada um lá sabe o que lê, se lê muito ou pouco. Se relê, tira apontamentos, faz paxis, prática de vida dos professores que lhe acontece passarem a jeito, ou se nem dá por eles, e antes leva a vida a lamentar-se do que não é, porque verdadeiramente também não quer ser. O lamento sempre dá mais jeito. Não vou neste barco. Desafio-me hoje ainda, dia a dia, noite a noite, hora a hora, minuto a minuto... Só um desafio sempre: ultrapassar-me e desafiar os outros a fazerem-no, comigo se precisarem.
Só mais duas coisas do teu texto.
Dizes que crer não é saber.
Como assim? Então em que crês? Meu caro, dá as cambalhotas que quiseres, mas uma coisa é radicalmente certa: a fé é uma forma de conhecimento e, porque, assim é, pode e deve ser, e é, motor de vida para milhões. Repara, a fé é uma forma de conhecimento, senão para que nos serviria? Enfeites?
O amor, para o cristão, é condição de vida,é o eixo da sua fé e deve ser da sua vida. Se presente, é cristão. Se ausente, não é cristão. Panaceia de depressões ou existência interior? Esquece. O amor ou está cá fora em aactos ou simplesmente não está... Falar da cruz fica sempre mais fácil para cristianismo de meia tijela, porque, em boa verdade, sempre fico sem saber porque não falar de outras formas de matar, a espingarda, o garrote, a forca, a cadeira elétrica, a guilhotina, ou as mortes lentas do ódio ou do desamor. Sempre que vejo essas cruzes ao peito do cristianismo fetiche logo espreito para ver se também segue dependurado o machado da decapitação ou o virus da cólera... sobretudo incomoda-me que a morte de Jesus seja tão badalada e a morte dos irmãos em quem Deus é, e que são a sua face visivel, a sua narrativa, hoje, se esquive por entre o nosso desafogante e catártico perseguinar, em cruz tripla, qual totobola...
pois alevá... e depois queixam-se que as igrejas estão vazias. Pudera, era tanto o bolor que Deus fugiu para o meio dos homens, para os estádios de futebol, para os concertos de música, para as grandes plateias e grandes salas... pudera!
A Igreja... pois, apesar de ainda lhe dar a mão, reconheço que perdeu-se no caminho dos instalados no bolor dos templos, e que falta está fazendo a gritar amor nos meio da multidão. E agora deu-lhes a estes padres profissionais e de horário reduzido até para tratarem mal os seus clientes como se verdadeiramente os cristãos fossem os culpados dos problemas hierárquicos. Uma culpa temos, devíamos ser pirómanos... a fénix sempre renasceria das cinzas, quer dizer, Jesus.
Viva Mário... e dá-lhe forte...
Viva Mariano...
Nunca coloquei aqui nenhuma questão de universidade, embora me tivessem acusado de a ter frequentado, ter sido universitário (do mundo)...mas cada um lá sabe o que lê, se lê muito ou pouco. Se relê, tira apontamentos, faz paxis, prática de vida dos professores que lhe acontece passarem a jeito, ou se nem dá por eles, e antes leva a vida a lamentar-se do que não é, porque verdadeiramente também não quer ser. O lamento sempre dá mais jeito. Não vou neste barco. Desafio-me hoje ainda, dia a dia, noite a noite, hora a hora, minuto a minuto... Só um desafio sempre: ultrapassar-me e desafiar os outros a fazerem-no, comigo se precisarem.
Só mais duas coisas do teu texto.
Dizes que crer não é saber.
Como assim? Então em que crês? Meu caro, dá as cambalhotas que quiseres, mas uma coisa é radicalmente certa: a fé é uma forma de conhecimento e, porque, assim é, pode e deve ser, e é, motor de vida para milhões. Repara, a fé é uma forma de conhecimento, senão para que nos serviria? Enfeites?
O amor, para o cristão, é condição de vida,é o eixo da sua fé e deve ser da sua vida. Se presente, é cristão. Se ausente, não é cristão. Panaceia de depressões ou existência interior? Esquece. O amor ou está cá fora em aactos ou simplesmente não está... Falar da cruz fica sempre mais fácil para cristianismo de meia tijela, porque, em boa verdade, sempre fico sem saber porque não falar de outras formas de matar, a espingarda, o garrote, a forca, a cadeira elétrica, a guilhotina, ou as mortes lentas do ódio ou do desamor. Sempre que vejo essas cruzes ao peito do cristianismo fetiche logo espreito para ver se também segue dependurado o machado da decapitação ou o virus da cólera... sobretudo incomoda-me que a morte de Jesus seja tão badalada e a morte dos irmãos em quem Deus é, e que são a sua face visivel, a sua narrativa, hoje, se esquive por entre o nosso desafogante e catártico perseguinar, em cruz tripla, qual totobola...
pois alevá... e depois queixam-se que as igrejas estão vazias. Pudera, era tanto o bolor que Deus fugiu para o meio dos homens, para os estádios de futebol, para os concertos de música, para as grandes plateias e grandes salas... pudera!
A Igreja... pois, apesar de ainda lhe dar a mão, reconheço que perdeu-se no caminho dos instalados no bolor dos templos, e que falta está fazendo a gritar amor nos meio da multidão. E agora deu-lhes a estes padres profissionais e de horário reduzido até para tratarem mal os seus clientes como se verdadeiramente os cristãos fossem os culpados dos problemas hierárquicos. Uma culpa temos, devíamos ser pirómanos... a fénix sempre renasceria das cinzas, quer dizer, Jesus.
Crer para compreender
Se o Ressuscitado não pode ser visto por visão humana, existe a comunidade cristã que, com a sua vida, retracta a sua imagem e testemunha que ele está vivo. No IV Evangelho o evangelista São João retoma o assunto da falta de fé de alguns, onde procura responder aos problemas dos cristãos de algumas comunidades que pretendiam só crer depois de O ver. Com esse objectivo, narra-lhes o episódio de Tomé e explica que o Ressuscitado tem uma presença que foge aos nossos sentidos, uma vida que não pode ser tocada ou vista. Sómente pode ser objecto da fé.
Neste particular, a fé é sempre um risco, pois não se trata de tocar e ver, mas de acolher o anúncio tal qual ele é proclamado. Ao cristão que tem fé não são necessárias aparições ou outras manifestações espetaculares. O som da voz do Senhor (a Escritura) é suficiente para reconhecê-lo e segui-lo. Para Jesus, bem-aventurados são aqueles que crêem sem ver, porque a fé deles é mais genuína. Quem vê tem a certeza da evidência, possui a prova material, não a prova da fé. De facto, no que tange às coisas de Deus, é primordial primeiro crer para depois compreender.
Embora pareça paradoxal, esta afirmação é a que mais se coaduna com a fé que deve animar a nossa vida cristã. A fé, como vigoroso dom de Deus, aparece nas chamadas formulações de Santo Anselmo de Cantuária († 1109). Estando Deus no centro do mistério, nós nunca poderemos apreendê-lo pelos sentidos ou pela inteligência. Isto já ficou bem claro. O clássico credo ut intelligam (crer para compreender) de Santo Anselmo, na sua clássica obra, o Proslogion faz a troca de mão do ônus de compreender, que se torna posterior ao crer:
“Senhor, eu não tenho a intenção de penetrar na tua profundidade, porque a minha inteligência não poderia, de modo algum, atingi-la. Desejo, porém, compreender algo da tua verdade, que crê e ama o meu coração. Não procuro compreender para crer, mas sim crer para compreender, uma vez que estou seguro que, se não cresse, não compreenderia”.
Falta ao homem de hoje, e por isso o mundo está como está, o modo de conhecer pela contemplação, joelhos em terra, no qual os sentidos são substituídos pela atitude silente e respeitosa de quem está diante do mistério. Assistimos a uma assustadora mutilação dos espíritos, pelos modismos e pela massificação. O problema do homem moderno é que ele rejeita compreender pela fé, e o seu desejo de crer acaba por naufragar no mar da mediocridade.
(a merecer uma leitura atenta, para não ser intendido erradamente.)
Como eu gostava de ter escrito isto:
«Sempre que vejo essas cruzes ao peito do cristianismo fetiche logo espreito para ver se também segue dependurado o machado da decapitação ou o virus da cólera... sobretudo incomoda-me que a morte de Jesus seja tão badalada e a morte dos irmãos em quem Deus é...» (Jorge Dias, aacarmelita)
Verdade e lucidez.
Que bom, caro Mário que gostaste. Acredita que me levas a palma!
Apesar de tudo, na humana história do planeta, quase tudo já foi pior, caro Mariano! Orgulho-me de ser parte, hoje, nesta Europa, dos que gritam valores na surdez hodierna resultante de indigestões seculares de valores à força de mortes por atacado em soleníssimos autos de fé em matadouro público sob a cruz, e supostamente do crucificado ordenante, nas cruzes modernas do machado, do garrote, da fogueira. Na lógica da fenomenologia do processo cognitivo e filosófico, que Hegel tão finamente esquematizou em Tese, antíTese e sinTese, quanto tempo afinal ainda vai demorar e em que fase estaremos para esta dor colectiva se esvair e outra normalidade emergir?
Os homens de hoje não são medíocres. Os homens de sempre não são medíocres. Porque será que continuamos a pensar que a linha de montagem do criador não tinha controlo de qualidade?
O pensamento, a fé e a esperança de mãos dadas. Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça. Quem tiver um pouquinho do sentido da História, escute:
«Os homens de hoje não são medíocres. Os homens de sempre não são medíocres. Porque será que continuamos a pensar que a linha de montagem do criador não tinha controlo de qualidade?» (Jorge Dias, aacarmelita).
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
E está bem visto.
Dia de Finados
O ciclo de vida do homem, na perspectiva cristã da Bíblia, não é do nascimento à morte, mas da criação à ressurreição. E há algo de fundamental nesta perspectiva que desafia a razão. Retomando as palavras do Jorge Dias «continuamos a pensar que a linha de montagem do criador não tinha controle de qualidade», a ideia de «criação-ressurreição» pressupõe um falhanço no acto da criação, posteriormente rectificado pela «redenção» e consequente «ressurreição». A tudo isto os teólogos designam por «economia da salvação».
Na criação estaria implícita a «queda» (mediocridade do homem, diria o Jorge) e a «redenção» tornava-se uma exigência para «resgatar o homem», todos os homens.
É claro que os teólogos já abandonaram tal teologia, pela evidencia de um progressivo evoluir da História da «não vida» até à vida consciente em grau de excelência na mente humana. Para a ciência é perceptível um «continuum» de uma outra e nova história do universo e da vida, muito mais maravilhosa e grandiosa, que não se compadece com uma história linear e “ingénua” de queda, redenção e salvação pela morte propiciatória no altar aos deuses.
E se bem que a escrita da «história» se alterou profundamente, outro tanto não se pode dizer do mistério que envolve a vida e o universo. Bem pelo contrário, à simplicidade de uma interpretação certinha e completa dos nossos antepassados, sucede a densa complexidade do universo e da vida, que nos espanta mais do que em qualquer outra época da História. Literalmente, os horizontes do Universos alargaram-se até ao infinito, a ponto de se confundir o Deus dos nossos avós com o incomensurável Universo. Já sabemos que esta «confusão» desde há muito foi pensada, sentida e vivida. O que acontece, no memento actual, é que a «confusão» que antepassados nossos apenas adivinhavam ou pressentiam, vem sendo confirmada pela ciência humana que experimenta e mede com precisão estonteante. E os próprios «medidores» são os primeiros a ficar atónitos com o que vem escrito no céu das galáxias e no ADN da Vida.
Verdadeiramente, um «mundo a perder de vista».
E que terá tudo isto a ver com o «Dia de Finados»? Já não será pouco, se for a oportunidade de encarar a morte olhando o infinito que um dia vislumbramos, em vez de nos afundarmos no pessimismo e absurdo da dissolução no nada. Porque o «nada» é apenas uma ideia, enquanto «eu» e «tu» somos uma realidade incontornável, capaz, como se vê, de pensar o nada e o infinito.
«O homem é o único animal que gasta tempo com os mortos». Alguém disse, e é verdade. Talvez por causa disso desenvolveu uma cultura espantosa em teologia, filosofia, literatura, arquitectura e música, onde os pensamentos da vida e de morte se entrelaçam e nos desafiam enquanto as duas faces da Realidade.
Se pudesse dar um conselho seria este: pensem na morte para gostar da vida e não para fugir de uma e de outra.
foi retirada a mensagem do "May be man", por conselho de quem a enviou ao Jamissone, por email. quem o desejar ela será enviada por email. Cumprimentos.
DIA DE FINADOS
Costuma-se dizer quando alguém falece definitivamente:
– Eh! chegou a hora...
Hora a que ninguém tem escapado.
Na estrada da vida há sempre alguém, ao longo do caminho,
arrebatado como anjinho, pescado jovem, colhido maduro em idade avançada, ou acidentado de fatalidade no percurso. Ninguém escapa.
Mesmo assim, mantemos a nossa expectativa de vida tendo como referência pessoas mais idosas do que nós.
A expressão chegar a hora tem conotação bíblica e é mais usada
do que chegar a vez. Aliás, vez de que se tem a certeza, mas sem aviso prévio do dia e da hora, mesmo em face de uma doença terminal.
Na verdade, se temos, para todas as doenças, um monte de receitas populares, diante da morte não se tem receita, a não ser a receita do silêncio. Receitas de vida pululam nos textos de autoajuda, qualidade de vida, boa forma. Já receitas de morte... A diferença é que, em vida, pode-se aviar receita, na morte a receita de vida já vai aviada e arreada na bagagem. Sim, porque tudo indica que o passaporte para essa fronteira entre a vida e a morte são as boas obras. Será que não vamos pagar excesso de bagagem em pensamentos, palavras e acções de mesquinhez, ódios e vinganças, ou esquecer para trás, distraidamente, o bem que deixamos de praticar por insensibilidade e falta de desprendimento? Fama, dinheiro, “muamba” enfim, autoridade, luxúria desenfreada, prazer a todo o custo, são produtos vedados que temos de deixar para trás. Não passam por essa alfândega. O mundo seria um paraíso terrestre se a morte tivesse o condão de funcionar como advertência. Óculos escuros simulam presença solidária, nos velórios, e o mundo não aprende, ante o arremate da morte, a maior lição de vida.
Alguém dizia , “só os poetas, entre os humanos, sabem que uma deusa [a primavera] chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, vem dançar neste mundo cálido de incessante luz...” Na morte, essa deusa atende pelo nome de sensatez, consciência limpa, primavera eterna, “com as matas intactas, as árvores [do paraíso] cobertas de folhas”, coroas de flores que não murcham jamais. Ouvimos dizer com desdém, “já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte...” no Lado-de-Lá, além.
Dia de finados! Pois, assim os pintou a nossa pequenez, nunca o cristiannismo...
Ontem tive um dia especialíssimo...
Depois de uma noite bem dormida, já de véspera uma questão me bailava, me bailava na alma, na igreja ou na praia? Lindo dia de sol, decidimos que a missa era na praia e que missa..! águas refrescantes e puras do meio do atlântico, liberação de cagarros salvos, passos na areia aos milhares, olhares aos milhões às belezas da criação, conversas a rodos, desafios mil. Se a eucaristia é sacramento de amor, ali estava ela, a eucaristia, embora sem pão e vinho, lindamente substituidos pela palavra, pelos cheiros, pelos olhares, pela relação fraterna de centenas e mais centenas, à contrapartida de míseras dezenas... Deus estava ali, tão perto de mim! Nunca estaria só, as pessoas eram Ele...
Sejamos coerentes...
Dia de finados? Prefiro de todos os santos... dos que tiveram objectivos, dos que amaram, dos que foram e sendo se fizeram instrumentos de diálogo, de bem, de mão dada, de apoio, de ombro repousante para cabeças em desequilíbrio da vertigem... prefiro dia dos que procuraram e encontraram, dos que desafiaram tudo, dos que deram tudo e até a própria vida buscando resposta.
Se assim tinha sido uma boa parte do dia, pela tarde fui visitar, na morada que me aguarda, e por isso lhes disse até já, aqueles que me deram vida, todos os santos na melhor tradição cristã, aqueles, que estando no além e nas flores, me fizerasm ser e crescer e, ali estava eu, perante uma infinitude de amigos que fui revisitar em vida minha naquele lugar santo e de que, agora, falo, apenas, de três. Mas a minha tarde foi longa naquele lugar de vertigem.
A minha muito querida sogra... que companheira amorosa e desafiante de ser em dias difíceis de tostão contado e que sempre me desafiava a ser e me a adorava por me ver ser com sua filha... e com obra.
O meu muito querido mestre Manuel, meu sogro, de apelido familiar, de caga na saca, pela sua infinita luta pela poupança. Junto ao seu caixão, relembro dele, que foi uma vítima da pide e prisioneiro do antigo regime, facto que lhe levou a primeira esposa, professora primária, por tuberculose de pobreza, aquilo que com garbo clamei em panegírico perante a multidão acompanhante, junto à tumba: ..."O mestre Manuel tinha uma característica muito peculiar: Sempre viveu bem consigo, sempre esteve do lado dos homens e sempre soube viver bem com Deus".
Sempre me desadfiava,"Jorge, tens que ter uma dívida, tens que ter uma dívida..." E assim foi. Mais à frente comentei com a minha companheira a prazenteira brincadeira das amigas, viuvas, do meu sogro que em vidros dos jazigos partidos, a propósito, se cuidavam de outras necessidades afectivas com o reparador dos vidros! E porque não?
Visitei a minha querida Marta... Jovem que esgotou a vida nas perguntas da sua inteligência e sempre se questionava, mas salvar-me de quê? A Marta voou para a eternidade de um décimo
terceiro andar! Ali estava ela a gritar-me a lição que me ensinou. Claro, Marta! Salvar de quê? Mas minha querida, só nos podemos salvar da vertigem do nosso desiquilibrio, porque à parte esse pormenor, que pode ser a salvação que não seja a felicidade?
Logo a seguir este e mais este....
Dia dos que me ajudaram a ser, dia da eternidade do conhecimento transmitido, da sociedade continuada, afirmada, realizada, dos valores contruídos, continuados, transmitidos,da eternidade que nós realizamos, dos que já não sendo são connosco. Que bom ser gente desta gente... Que bom o Seminário Carmelita e que vida deu à vida que outros me deram. Que bom ter sido frade professo! Que bom ter saído, que bom ter ficado! Que vom ter sido e que bom ser! Que vivam os que nos fizeram ser e, os que, já não sendo, a certeza de que são em nós.
Que bom estar aqui, e agora, e poder gritar a bondade de ser com eles, convosco e vos ter desse lado. Dia de todos os realizados, por isso santos... Vós sois.
...E que bom ler este blog escrito pela alma dos que aqui vieram...
Ciclos que se fecham, outros que se abrem...
Mudanças, apegos e desapegos... Tantos e tantos fazem parte da nossa vida.
Lições que nos são caras, embora dolorosas.
Quando fechamos um ciclo e iniciamos outro, nem sempre conseguimos captar a dimensão maior deste momento e assim, deixamos-nos ir, um tanto relutantes, como que perdidos, sem ter convicção do caminho que vamos seguir.
Porém, dentro de nós, no cantinho secreto da nossa alma, lá, onde habita a centelha de Luz, há um suave movimento, ainda que no sofrimento tenhamos dúvidas que tal aconteça..
Então, este leve trepidar que nos faz sentir a vida aquecer o frio que incomoda o nosso coração. É sem dúvida a reação da nossa energia. Tremula, tímida, mas ainda assim, existente. E esse fiozinho de luz, esta réstia de brilho que se nos escapa, é responsável pela nossa determinação de prosseguir; pela nossa teimosia, que no meio a agonia se precipita e nos faz chorar.
Não um choro de desespero, mas de confiança, de humilde solicitação, de entrega e finalmente, de alívio! Essa energia criadora que pulsa dentro de nós é a força que nos irá conduzir aos novos caminhos, novas experiências e acredito, ao nosso destino. Vamos explorando a nossa jornada da melhor forma que podemos, com o melhor que conseguimos captar e decodificar, o que encontramos pelo caminho.
Não há porque temer a mudança, nem cabe aqui desgaste nos momentos das escolhas de novos rumos. Mas podemos pressentir o receio rondando-nos de mansinho, pronto a nos arrebatar na primeira oportunidade. Um embate repleto de silêncios, um quase alvoroço sutil e intermitente, a nos afligir.
Interessante a nossa conduta frente ao que desconhecemos. Talvez, tenhamos mais receio de mudarmos do que de aceitar a própria mudança que a vida nos impinge.
Há-de brilhar algo especial, pois a alma tem luz própria e certamente reluzirá, iluminando os trechos mais escuros e oferecendo pistas para novos horizontes.
Penso que não estamos sós. O Criador, embevecido com a sua criação, envia anjos para nos acompanhar. Por certo na intenção de facilitar a nossa senda e acelerar a nossa evolução.
D/C.
Este comentário foi removido pelo autor.
...E eu tenho um anjo na minha vida. Um anjo que deseja ser tão amado quanto eu. E isso faz toda a diferença de um anjo piedoso, plenamente realizado, perfeito, extra-mundo, invisivel e, penso eu, inexistente. O meu anjo, se está perto, posso tocar, abraçar e beijar a sua presença. Se está longe, no meu espirito revivo o último olhar, o último abraço, o último beijo, na paz de uma ternura sem limites, que esquece o tempo que passa e o espaço que separa.
Assim se ama e sente humanamente.
É tão bom haver um anjo na vida de cada um!
"MÊS DAS ALMAS"-Mas que tamanhos disparates nós vamos ouvindo nestes dias que correm.Sim, Jorge, eu acredito na COMUNHÃO DOS VIVOS(e se fomos remidos e salvos por Cristo pelo Baptismo, somos também amados por ELE e logo somos também uma parte d'ELE, e somos também SANTOS , embora SANTISSIMO é ELE(três vezes SANTO, como nõs repetimos e devíamos cantar sempre solenemente).
Só que Santo, também é Bem-aventurado,Feliz, e
a felicidade de um (ou uns) não pode produzir efeitos(consequencias) na infelicidade de outros.
A felicidade constrói-se no dia-a-dia e em sociedade, não nos belos discursos.
Eu este mês, tal como já aprendi, vou viver com aqueles que me rodeiam(tanto os presentes, como aqueles que já estarão fisicamente mais longe) esta COMUNHÃO DOS VIVOS, que procuram a grande COMUNHÃO DE TODOS OS SANTOS(comunhão universal).
A.Costa
Viva Coelho. Tudo bem contigo e com os demais?
Meu caro, mas olha que de uns tempos a esta parte só nos aparecem anjos maus. Tarde, mas estão a descobrir que não podiam ter duas ou três reformas, mais empregos (faz de conta) e os pobres coitados a ser esfolados até ao tutano. Até o maior , mula como um raio, nunca foi capaz de dizer; " Eu já tenho tanto, vou por justiça abdicar do que sobra, para dar a quem nada tem ".
Falar de amor e de santos, nesta altura , só se for para confortar a alma dos infelizes, mas nem acredito que alguém possa ficar indiferente a tanta miséria que se nota e a que por aí em diante virá.
Vejam os pastores da igreja, calados como mudos, porque também conseguiram ficar bem instalados e os nossos irmãos em Cristo que se amanhem como puderem.
Falem homens de pouca fé, ou de fé nenhuma, em defesa dos mais desafortunados.
É bem bom sentados nos sofás em casa, cheios de conforto, enqunto os fieis, aguardam por milagres que já passaram à história nestes tempos modernos. Milagre é saltar cá para o terreno e ao lado, dos que são explorados, pugnar contra tanto ladrões que agoram roubam milhões que eu nem saberei contar até ao fim dos meus dias, por esta passagen terrena.
Continuem com as vossas beatices, porque eu já me cansei, dessas trampolinices. Pena tenho que alguns que estiveram nas nossas fileiras, se deixassem levar por cantigas patéticas, digo mesmo escandalosas e não falo apenas de pedofilias...
Se pudesse mandar um dia, colocava na assembleia da républica, cegos, coxos , paraliticos etc ( com todo o respeito por estes), mas nunca, manetas, porque era preciso levantar o dedo para votar, como faz, quase a totalidae daquela cambada , para arrancarem grandes reformas vitalícias.Um vergonha,meus amigos...
Quem tem ouvidos para ouvir que oiça, quem tem boca para falar que fale, porque aos poucos poderemos contribuir, para termos pessoas honestas à frente da nossa pobre nação moribunda.
SÃO PAULO E O BIG BROTHER
A “ O BIG BROTHER ” é uma ideia de George Orwel, no seu livro “l984”, escrito em 1948. A obra trata da transformação dos costumes de uma sociedade.
Disfarçada de democracia, a Oceania vivia constantemente vigiada sob a batuta do onipresente Grande Irmão (Big Brother). Na obra, o controlador é um sistema impessoal que revela uma futurologia sobre máquinas e cameras que espionam a vida das pessoas.
Na sociedade descrita por Orwell, os habitantes são permanentemente lembrados pela frase-propaganda do Estado: “o Grande Irmão zela por ti” ou “o Grande Irmão está a observar-te”. Muita gente apropriou os valores ficcionais de Orwel na criação dos sistemas de controle cibernéticos e semióticos actuais. Os dominadores sempre gostaram de espionar.
Hoje, e a praga não é actual, a sociedade portuguesa é assaltada por um lixo televisivo chamado “Big Brother ”, onde um grupo de aventureiros vai para uma casa, tudo patrocinado pela TVI, onde se cometem as maiores barbaridades e inqualificáveis orgias, em nome da conquista de ums milhares de Euros, que são pagos pelo resíduo dos milhares de telefonemas que os ingénuos dão para excluir alguém da “CASA”.
As cameras vasculhando a vida das pessoas 24 horas por dia, criam um novo tipo de voyeurismo social, onde o que importa é ver a fulaninha a tomar banho, o cicrano fazendo cocô e a turma debaixo dos lençois fazendo sei-lá-o-quê. Essa escrescência até tem revista, onde pude ler numa manchete de capa: "Fulana e fulano (quase) em sexo explícito". É essa comida de porcos que é jogada às nossas famílias e às nossas crianças.
Tem bisbilhoteiros que contratam pay-per-view para não perder nenhum desses detalhes sórdidos. O BB, que muitos chamam de “ponto alto da comunicação” é um hino à pobreza cultural e à desfaçatez moral. É o ápice da mediocridade!
Esta é uma das tantas iniciativas da TVI de moldar os costumes e a moral do povo. No livro de Orwel, as fábricas continham placas com o lema: “dois mais dois são cinco se o partido quiser”. Em portugal pode-se afirmar que “dois mais dois são cinco se a TVI quiser”.
Ao falar em comunicação lembrei-me de São Paulo apóstolo, cujos 2000 anos do nascimento comemoramos , no Ano Santo que foi de julho de 2008 a junho de 2009. Aquele sim era um comunicador!
Lutando com todas as dificuldades ele levou a mensagem do evangelho a todo mundo. Já pensaram se ele tivesse disponível a Internet? Ou um laptop para mandar suas cartas? Ou uma linha aérea que o levasse de Jerusalém a Atenas?
Ainda no terreno da imaginação, será que São Paulo gostaria do BB da TVI? O que ele diria a respeito desse “fenómeno”?
“Ao invés de pensar, os homens obscureceram as suas mentes vazias; pretendendo-se sábios, revelaram-se tolos”.
“Desprezando o conhecimento de Deus, foram abandonados ao sabor de uma mente incapaz de julgar, cheia de injustiça, perversidade, malícia e deslealdade”.
“Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente”.
“Vivamos honestamente, como em pleno dia: não em orgias e bebedeiras, prostituição e libertinagem, brigas e ciúmes. Mas vistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não sigam os instintos egoístas”.
E, por fim “Vai chegar o tempo que não suportarão ouvir a doutrina, desviarão os ouvidos da verdade para se alimentarem de fábulas”.
Os limites da tolerância - 1
Em épocas difíceis os valores que pautam a conduta do ser humano são postos à prova. Justamente em momentos de crise podemos conhecer parte do conteúdo interior das pessoas, uma vez que a “censura” é praticamente anestesiada pela intensidade da emoção que ali se manifesta.
Vivemos num momento peculiar na história da humanidade. A sociedade, de maneira geral, passa por uma transformação considerável, força dos avanços científicos, do advento da informática, internet, entre tantas outras novidades que se instalam no cotidiano das pessoas, com uma rapidez vertiginosa. A rapidez com que tudo acontece não permite que haja tempo para que se assimilem padrões de conduta, mais adequados às novas estruturas que vão surgindo.
Ocorre que o comportamento humano é a expressão, em acção, do conteúdo interior que possui. Os valores, as crenças, conceitos, pré-conceitos, enfim, a cultura na sua abrangência mais sutil, e a sua carga genética.
Uma das características marcantes da actualidade é o culto ao tempo. Por alguma razão a sociedade contemporanea, praticamente, persegue o tempo, como se dele fosse extrair uma parcela a mais, assegurando-lhe algo vantajoso e vital.
Temos então um quadro perverso, já que produz a ilusão de eficiência. Esta compulsão em relação ao tempo, provoca nas pessoas uma ansiedade que, invariavelmente, passa a interferir no grau de tolerância que se utiliza para lidar com o dia a dia.
Uma vez que estão todos a correr, apressados e provávelmente sobrecarregados, a tendência é exaltar-se sempre que algo desvie a sua atenção, interrompa, ou saia diferente do previsto.
O que se deseja ressaltar é: até que ponto esta atitude irrefletida pode afectar a qualidade de vida das pessoas, pode interferir na produtividade efectiva de um profissional, e criar sérios desentendimentos nas relações interpessoais.
Estudos já nos mostram que a intolerância é produto da tensão constante entre o desejar e o realizar. Avalia-se o grau de tolerância das pessoas baseado na capacidade que o indivíduo tem de driblar os contratempos sem chegar ao limite da sua paciência, e consequentemente, sem reagir tempestivamente, no decorrer desta tensão.
A tolerância nada mais é que a habilidade para contornar diferenças, conflitos e até o caos, sem abrir mão da razão e do bom senso.
Albert Einstein dizia que no meio da dificuldade está a oportunidade. Se tivermos flexibilidade para lidar com os conflitos, diferenças e dificuldades teremos a oportunidade de descobrir coisas novas, não raras vezes, e em diversos aspectos da nossa vida.
Os limites da tolerância - 2
O stres causado por inúmeras solicitações impostas pela sociedade, tal como está configurada, leva o ser humano a perder o contacto com as coisas mais simples e que lhe proporcionavam bem estar e prazer. Isso agrava-se conforme o tempo passa e esta tensão não se desfaz, apertando ainda mais o cerco, induzindo a um estado de agonia crónica, que muitas vezes não é percebido a não ser quando já está exacerbado.
O ser humano nasceu com o impulso para ser feliz, e pode-se afirmar que a felicidade é a capacidade de lidar adequadamente com cada situação que se vive. Se não consegue lidar com a sua rotina, de tal sorte que se sinta relativamente confortável, a infelicidade vai-se avolumando aos poucos e provocando efeitos nocivos na conduta deste indivíduo.
O resultado desse processo é a intolerância no seu grau mais agudo. Isso estabelece uma relação propícia à violência, rectro alimentada pela generalização deste comportamento na sociedade como um todo.
Tudo começa com uma pequena falta de paciência, e se não é bem trabalhada irá progredir num crescendo até ganhar proporções desastrosas que impedirão qualquer relacionamento saudável.
Muito comum sermos, ironicamente, tolerantes com a intolerância das pessoas em algumas situações. Não alcançamos talvez, a gravidade e a importância que este comportamento tem na vida de quem o pratica e de todas que com ela se relacionam.
Quando levantamos bandeiras, organizamos movimentos, investimos em propagandas e campanhas em prol da Paz, esquecemos que a violência não está fora do ser humano, mas dentro dele. Que o que vemos fora são os efeitos que a violência provoca. Sabe-se que para resolver um problema é necessário chegar à causa e lidar com ela, pois só assim desaparecerão os efeitos que ela provoca.
Portanto, é de extrema importância que todos nós, que formamos a sociedade, tenhamos a consciência de que é preciso haver tolerância, aceitação e flexibilidade em todos os segmentos da nossa vida. Para isso deve-se investir sim na compreensão das pessoas em relação ao comportamento. Primeiro mudamos o modo de pensar e depois o modo de agir.
Impossível exterminar a violência, pois ela habita dentro de cada ser humano. Penso que se deve levar em conta a utilidade que tem, auxiliando-nos em determinadas situações. O que me parece lógico e necessário é aprender a lidar com ela. Há que a conduzir e não sermos por ela dominados. Precisamos aprender a dirigi-la satisfatoriamente de modo a torná-la uma aliada na nossa vida, que seja produtiva e não destrutiva.
Esse talvez seja um dos grandes desafios que a modernidade nos lança. Não podemos assistir a degeneração das relações interpessoais sem interferir, uma vez que temos o poder e a capacidade para tal. E enquanto o ser humano se distrai imaginando estratégias para acabar com a violência na sociedade, tendo como objecto os efeitos, nada conseguirá e estará a retardar a evolução da humanidade.
Se refletirmos sobre os limites da tolerância, estaremos em ultima análise, a levar em conta a essência da cidadania, que nada mais é do que viver em harmonia dentro das diferenças.
Que tal aceitarmos o desafio todos juntos?
Para sair da crise
Ontem estive a ler o livro recentemente lançado pelo economista Roubini, de quem se diz que foi o único a prever a actual crise financeira mundial. Retive a sua ideia final de que não podemos desperdiçar esta crise, sob pena de cairmos numa muito pior a curto prazo. E, para Roubini, não desperdiçar a crise é fazer reformas profundas e absolutamente necessárias. Uma delas tem a ver com o trabalho. Constata que, por exemplo, nos EUA, foram destruídos milhões de postos de trabalho no campo do imobiliário e que «jamais vão ser recuperados». Não é que não serão precisas casas, o que acontece é que a inovação tecnológica, aliada à informatização acelerada, destrói verdadeiros exércitos de «mão-de-obra», expressão alargada ao pessoal de toda a espécie de «serviços».
A consequência desta destruição de postos de trabalho é duplamente perversa: atira dezenas de milhões para o desemprego e concentra, em alguns milhares, uma riqueza produzida a custos reduzidos. Ora esta situação exige uma (outra) profunda e revolucionária reforma fiscal...
(continuação)
E aqui para nós: um gestor executivo a ganhar milhões por ano é taxado, no caso português, a um máximo de 46,2% (recentemente), como se a sua actividade pudesse dispensar a fundamental contribuição de todos os que lhe permitem auferir aqueles milhões, seja a mulher da limpeza, o carteiro, o segurança, o cozinheiro...e por aí fora. Esqueceu-se por completo a "solidariedade" total do trabalho humano. Eu pergunto, para que servia a perícia de um Cristiano Ronaldo se não houvesse uma equipa de onze em campo? Teria de ir para o circo fazer habilidades com bolas e ganhar uns trocados em vez de milhões. É apenas um exemplo.
Em resumo: não há justiça fiscal. Já nem falo em solidariedade fiscal.
Sou contra a ideia de uma «meritocracia» que paga ordenados escandalosos a quem teve a sorte de nascer talentoso e num ambiente social equilibrado. Mas sou pela distinção do mérito e promoção aos cargos de chefia dos mais talentosos e competentes, numa perspectiva de «melhor servir» e não de «ganhos escandalosos». O que se está a fazer por todo o lado, e está a dar para o torto, é que se compram talentos (pessoas!!!) como se compra um «puro-sangue» para corridas de cavalos. E leva o cavalo, quer dizer, a pessoa, quem der mais. E, ao maior talento, a maior remuneração. Há pouco tempo, José Mourinho desabafou que até tinha vergonha de ganhar tanto dinheiro. Isto quer dizer que os próprios beneficiários desta monstruosidade remuneratória do trabalho e do talento já se aperceberam da injustiça e da indecência. Quem governa as nações, exactamente aqueles que nós elegemos em repetidos actos eleitorais, tem obrigação de corrigir o desvario. Mas para isso tinha de ser gente que compreenda a diferença entre uma pessoa e um cavalo de corrida.
Não tenho dúvida de que chegaremos a um novo paradigma para o trabalho humano. Mas não tenho ilusões, porque sei bem que não se podem mudar, do dia para a noite, seis biliões de consciências e de vontades. Passar esta palavra, de boca em boca, já é um pequeno passo. Aviso, no entanto, que, antes de se abrir a boca para falar, mas fale-se de qualquer jeito, cada um pense na sua situação perante a solidariedade fiscal: eu andei anos e anos seguidos sem pagar um tostão de IRS, porque me era todo devolvido no acerto de contas, depois de apresentar a famigerada benesse das «deduções fiscais». Na prática, acontecia que eu pagava tanto de IRS como um pensionista a receber 200 euros ou um «cavalo» a ganhar o ordenado mínimo de 350 euros (agora são 475). Isto é, nada!
Nesta hora «da crise da verdade económica e financeira» para que nos alerta esse sr Roubini, convém não apontar só o dedo aos outros e aos tubarões, para que a nossa pregação não seja mais que retórica hipócrita, como aquela de nos chamarmos irmãos na missa, nas mesquitas ou nas sinagogas. A versão moderna desta retórica hipócrita são a ópera bufa dos comícios políticos a defender os direitos de todos a tudo e para o dia seguinte.
Olá amigos...
Não tenho tido muito tempo para escrever, mas não pensem que deixei de vos ler. De vez em quando cá venho para pôr e leitura em dia e muito se tem debatido por aqui.
A este espaço trago um pensamento: Onde está a felicidade? Dentro de nós ou à nossa volta?
Este tema foi debatido esta semana no programa da RTP 1 linha da frente, que por acaso não tive oportunidade de ver uma vez que estava no ensaio do grupo coral cá da minha terra. Mas dá que pensar neste momento de crise de valores, económica, mundial, onde toda a gente luta por uma vida melhor, por uma melhor qualidade de vida.
Ser feliz está dentro de nós, na capacidade que temos em lidar com as intempéries da vida, na capacidade de saber reconhecer quando erramos, na capacidade que temos em pedir perdão, é saber enfrentar os nossos medos e com eles trazer mais segurança nas decisões a tomar.
Ser feliz é ter a capacidade de falar sobre si mesmo com todos os defeitos e virtudes.
A felicidade é uma conquista a cada dia que passa, ao fim ao cabo é uma viagem através da vida da qual nós somos os autores da história.
«A felicidade é uma conquista a cada dia que passa...» (Teresa Silva).
Bem-vinda, de novo, a este blog que também já é o seu.
Penso que a Teresinha deu a melhor pista para saber em que consiste a felicidade. Repesquei para a citação. «É uma conquista a cada dia». É algo de vivo e dinâmico e, porque assim é, não existe modelo para copiar. Nem podemos dizer que está aqui ou ali. Temos que a criar ou inventar e nesse papel ninguém nos pode substituir e também não podemos ficar à espera que alguém no la ofereça em bandeja de barro ou prata. Se é viva e dinâmica, é um caminho. Sentindo-a nós no presente, sabendo que virá sempre do futuro. E esse futuro pode ser a hora ou o dia seguinte apenas.
6 de Novembro
SÃO NUNO DE SANTA MARIA
CARMELITA
ROGAI POR NÓS PORTUGUESES
Bonito, bonito, diversificado, tantos valores esclarecidos, outros tantos em discussão,tantos desafios feitos, o futuro a fazer-se.
Benvinda, Teresa. Linda síntese que o Mário repesca do teu comentário.
Lindo, Mário, o comentário do anjo. Votava nele para um prémio...
Volto ao tema da Felicidade:
E volto porque gosto de explorar os caminhos do interior do ser humano. Porque o interior vai-se manifestar naquilo que somos como pessoas, nas reacções que temos perante determinado acontecimento seja ele qual for de alegria ou de tristeza. Todas as pessoas são felizes? Sim se o quiserem, porque basta ter a atitude certa que o caminho percorre-se com mais facilidade.
Não é algo de inatingível, mas sim algo humano, algo deste mundo, algo criado por nós, por cada um em especial que depois envolve as várias pessoas com ele relacionadas.
Claro que vai haver decepções, frustrações, perdas, mau-humor, mas cabe a cada um ultrapassar da melhor forma em busca da felicidade, em busca do ser mais, em busca de se conhecer melhor e com este conhecimento acerca de si próprio, prepare-se da melhor forma para os acontecimentos da vida sejam eles quais forem.
Essa busca interior é o caminho para a felicidade. Essa busca faz-se todos os dias da nossa vida.
Pergunto eu!...Será que o D. Ortiga, lê o nosso blog? Se não leu, seguiu o pensamento de alguém. Já era mais que tempo de denunciar tanta miséria dos nossos governantes que digamos de passagem , são dignos de dó e não sabem mais, coitados!...
Jorge Miranda , ainda disse que foi pouco o que D. Jorge, comentou, mas pelo menos acordaram e sairam do marasmo em que o clero estava acomodado.
Força amigos, as vossas armas são poderosas e sabemos que há muita gente que ainda acredita, mas para isso é preciso que saiam da toca e muitos D. Jorges a lançar cá para fora a vergonha dos mentirosos corruptos.
Foi leve, mas mesmo assim, bem haja D. Jorge Oritga.
Chegue-lhes as ortigas à orelhas dos canalhas governantes, porque é preciso mudar as moscas, mas a trampa, parece que vai continuar na mesma.Gente boa não aparece para a salvação nacional.
Caríssimo Augusto Castro
A Celebração da Amizade
Passados algumas horas de receber a notícia da morte de um amigo, a nossa conversa refletía que o que se ausenta deveria ser recordado, para que não morresse pela segunda vez; a sua sobrevivência dependeria, em parte, dessa recordação que seria um tributo àquele espírito que continuaria a viver entre nós.
Revendo um ensaio de um pensador americano sobre a amizade, não pude deixar de recordar aquele dia e fazer algumas reflexões sobre a amizade e a vida, pois serão os nossos amigos que estarão presentes nas celebrações da vida e da morte.
A amizade não pode ser uma ligação passageira e interesseira, senão a confortante experiência de estar acompanhado. E não se pode ser amigo de alguém se não se é de si mesmo.
O sopro divino que habita o coração dos que são amigos desconhece, ou deveria desconhecer, as grossas muralhas dos defeitos pessoais.
A amizade, no seu profundo significado, implica o amor que é a síntese e a essência do Deus único.
Um amigo é como um espelho que nos pode ajudar no caminho evolutivo. Nesta mágica relação poderemos aprender a não incomodar e a não ser incomodados.
Diante da morte de um amigo, de uma ausência que parecia ser irreparável, deveríamos pensar que a vida celebra a vida, e que a alegria e a amizade sustentam o ser humano nos anos da sua vida terrestre. E que essa ausência não é mais que um sinal e um convite para que continuemos a nos ver e a nos falar através da recordação.
Um pensador escreveu certa vez que “a vida física não é mais que um fragmento da vida do espírito, e o conhecimento disto deve obrigar a mente humana a meditar que se a vida do corpo é transitória, a do espírito é permanente, seja qual for o estado em que se encontre.”
A amizade é um sentimento que dignifica a espécie humana; capaz de elevar a conduta pessoal a níveis de desprendimento, humanismo e heroísmo que chegam a surpreender a opinião do mais frio observador. No entanto, apesar disto, e de reconfortar os corações daqueles que a experimentam, é fugaz, efémera. Quantos distanciamentos incompreensíveis! Quanto sofrimento nas separações que jamais se cogitou! Quanta incompreensão!
E a que se deve tudo isto? Porque morre o sentimento como se nunca tivesse existido?
Esta é a pergunta que cada um deve fazer a si mesmo ao contemplar a própria incapacidade por conservar o que um dia julgou justo, belo e imorredouro.
O que não se chega a compreender é que a manutenção da amizade exige a correspondência do afecto. Em geral, espera-se tudo da outra pessoa; que ela dê tudo de si mesma; quando de si próprio se quer dar muito pouco ou quase nada. Se a posição pessoal fosse oposta, se não se esperasse quase nada do amigo,dando o máximo de si mesmo, certamente muitas amizades seriam preservadas.
A amizade é uma das maiores riquezas que tem o ser humano. O esforço que se faça por preservá-la, será largamente compensado pela correspondência espontanea do afecto que se prodigou.
Um amigo é uma riqueza imponderável que nos acompanha sempre. Nem mesmo o distanciamento ou a morte poderá abalar uma amizade conscientemente cultivada. Cada amizade é como uma planta que de semente poderá florir se dispensarmos a ela o cuidado que exige tudo aquilo que queiramos que seja permanente nas nossas vidas.
Este sentimento superior deve ser despojado de qualquer interesse pessoal ou mesquinhez, começando por sermos amigos de nós mesmos, ensaiando as gentilezas, a sinceridade e o afecto com a nossa própria pessoa, e quem sabe este sentimento deixe de ser palavra morta, expressão literária, e possamos experimentá-lo na sua plenitude nos nossos corações.
p.s. Aproveito para desejar à Maria Jorge, rápida recuperação.
D/C.
Ó Jorge, andas muito calado! Vota aí umas caibradas das tuas, já que o OE, foi aprovado e ficamos a ver navios de igual forma.
Estou como disse o outro: " tens de dar cartilho e meio de leite como as outras ovelhas, só que não repararou que afinal, no meio da escuridão, tinha segurado um cabrão "
INTROMETIDO
. . .
O nosso tempo moderno é feito de pura exterioridade. Somos impelidos à ideia de que a aparência é tudo. Portanto, somos habitantes do aspecto. Contrarío o meu tempo a tentar recordar a importância do silêncio, da quietude, da sobriedade. Pergunto-me o que nos leva a pensar que a felicidade não pode prescindir de sons altos, foguetes, estardalhaços. Essa felicidade do triunfalismo instantaneo dominou o mundo e as “clubites”.
Para muitos um escandalo consiste numa vitória. Um modo de chamar atenção. Sobraram alguns ambientes onde a imaginação fecunda, trabalha apenas em silêncio; são os templos. Os ambientes de poética oração. Mas eu não tenho fé, tenho convicções e vejo o mundo barulhento sem nenhuma oposição de facto, mesmo que existam leis relativas ao assunto. Na verdade a lei do silêncio nunca passou das dez horas.
A idéia de liberdade quase sempre é conquistada com muito ruído. Esse ruído da liberdade agrada e distorce-se quando individualmente alguém acredita que pode entupir os ouvidos do povo com o seu gosto pela pior das sonoridades.
No meu curso observei que o mundo virtual está pouco a ligar para os demais dentro do laboratório da informática. A minha peculiar acidez crítica leva-me a crer que há muito pouco espírito científico no ensino e ainda mais à distância. O professor possuía uma autoridade sobre os ouvidos que é totalmente dispensada. Mas ninguém quer ouvir, toda a gente quer falar o eu entendem bem. Eu prefiro escrever. Escrevo a procurar mudar o mundo, compreendo de Homero o poder das palavras aladas. A reflexão sobre a imaginação que inexiste no nosso tempo apenas vivido da coisa.
O interesse que temos pelos escandalos dá vida e lucro à exploração da miséria numa apresentação em massa, fluente, constante, massacrante. Tal fenómeno impede que tenhamos tempo para uma reflexão permanente entre causa e efeito.
Posso garantir que existe muita gente a acreditar na discrição como um escandalo inaceitável, inaturável para o convívio. A primeira confusão computacional com o vocábulo define muito bem o impulso de confundir “discrição” com “descrição”. Por mim descrevo o escandalo da minha alma quieta, mansa como as águas que correm sempre pelo mesmo rio.
Belo momento, no nosso blog, numa achega oportuna do Intrometido.
O silêncio é fecundo hoje, como já foi ontem e desde que o homem atingiu a elevação do pensamento consciente. Do alto, olhou o presente, o passado e o futuro possivel ou projectado. Apesar do ruido, que foi ensurdecedor em todas as épocas, assumindo sempre formas de expressão diferentes, desde os electrizantes batuques da savana africana até ao ruido infernal das arenas em combates de morte, o homem sempre soube encontrar os seus tempos de recolhimento. Chego a ficar comovido quando penso nas dezenas ou centenas de milhares de investigadores dedicados e que respeitam apenas o horário da sua paixão pelo conhecimento, ano após ano, nos mais diversos ramos da pesquisa cientifica ou meditação filosófica. Se não estivermos atentos, este mundo maravilhoso passa-nos tão despercebido quanto o génio do nosso Camões foi ignorado pelos seus contemporâneos.
O ruido dos foguetes ou da música pimba não é mais que o ruido natural provocado pelos nossos passos, enquanto avançamos no caminho íngreme e pedregoso de um futuro que vamos sonhando.
Se o Intrometido pode falar do escândalo da sua alma quieta, eu venho aqui, uma vez e outra, com o escândalo de uma alma inquieta, mas, estranha e pradoxalmente, em paz com a vida que amo e me amou primeiro.
Permita-me Snr. ...
Não temos nenhuma dúvida sobre os motivos que nos levam a viver e sobreviver depois que deixamos de ser crianças. Para viver é necessário querer, com a mente e o coração. Quando pequenos, queremos crescer, e por acharmos que somos imortais, empurramo-nos como a areia que desce serena e decididamente na ampulheta nos seus primeiros momentos. Os tempos da infância demoram a passar, assemelham-se à eternidade. Mais tarde, o tempo curva-se sobre nós e curvamo-nos à realidade, mas os nossos sonhos e esperanças vão-nos manter vivos, despertos, alegres, felizes e a lutar. O espectro da morte passa ao largo, pois o nosso entusiasmo é maior.
A adversidade - mestra rigorosa – quer subjugar-nos, mas vamos aprender a transformar as pedras em flores e a agradecer a existência daqueles obstáculos que nos põem à prova à medida que vamos vivendo, caminhando, apreciando a viagem, o colorido dos dias cheios de sol, o recolhimento nos dias chuvosos, o não querer chegar ao fim da caminhada, pois algo nos impulsiona a viver mais e mais: um neto que vai chegar, ou um outro que está a crescer, o amor que quer sobreviver, a esperança de se tornar outra pessoa melhor, uma vontade atávica de viver e ser feliz.
Qual o segredo, a magia que dominam aqueles que trazem sempre um sorriso no rosto e o coração cheio de júbilo? Há certos segredos que não vêm de magias, senão de conhecimentos, chaves mágicas que podem abrir as cerradas portas do entendimento.
A fórmula da felicidade pode ser simples ou não. Ninguém se consegue sentir feliz se não for capaz de reter na recordação os pequenos momentos de alegria que vai viver no decorrer da vida. Cada pequeno momento unido ao outro, vai formar um singelo e maravilhoso colar pessoal chamado felicidade. E ele, dependendo do adestramento de quem o fabríca, poderá constituir-se num escudo protector contra os da tristeza, desanimo e depressão.
A alegria é um estado pessoal expansivo. No momento em que se a experimenta, a vida amplia-se e mal se consegue reter a energia que dela provem.
Todos buscam ser alegres e felizes. No entanto, a alegria é fugaz. Muitos acreditam ser a vida um vale de sofrimentos e penúrias. E esta crença é tão forte que a vida transforma-se num sofrimento interminável.
O “jogo- do- contente” celebrizado pela famosa personagem de um conhecido romance juvenil encarna uma realidade pouco compreendida pela maioria dos seres humanos: a felicidade é alcançável e sua conquista depende muito do empenho de quem a busca; poder-se-á encontrar nas profundezas do sentir, ali onde são registados os episódios vividos da grata repercussão na vida.
Para ser feliz é necessário querer do fundo do coração, e buscar a felicidade nos mínimos acontecimentos, e registá-los como num álbum de fotografias, para que não caiam no esquecimento e possam substanciar os dias futuros.
E então volto ao tema, já que o sr Intrometido entrou a fundo nele: a felicidade.
Escrevi lá atrás que a felicidade não é algo que esteja aqui ou ali e que nós possamos agarrar e que, para tal, bastaria «querer do fundo do coração» (Intrometido) e «buscar».
Respeitando a eloquente exposição do Intrometido, sugiro que a felicidade resulta, sobretudo, daquilo que formos fazendo ao longo da vida e no contexto que, concretamente, nos acontecer. A felicidade dependerá, em boa parte, das circunstancias da vida. Uma criança nascida numa familia ou num meio social destroçados não só terá perdido a hipótese de uma infancia feliz como poderá ver a sua felicidade na vida adulta irremediavelmente comprometida. E, no entanto, apesar de querer, já nada poderá fazer para ser feliz.
A conclusão a que eu chego é que a felicidade não depende exclusivamente da vontade de cada um. Somos, desde a nascença, essencialmente sociais e só na solidariedade nos realizaremos, que o mesmo é dizer, que só no amor e na amizade seremos felizes. E tanto a amizade como o amor são um programa de vida e, consequentemente, a felicidade não é uma demanda voluntarista e solitária. O Jorge costuma definir este programa de vida de uma forma muito feliz: «somos com os outros».
Dependendo a felicidade das pessoas muitissimo das «circunstancias» em que vivem, a nossa responsabilidade pela felicidade dos outros é tarefa comunitária a que não nos podemos eximir, se queremos, realmente, a nossa própria felicidade.
Necessariamnet, e sempre, «somos com os outros»
Quando se esquece esta filosofia primeira chega-se à perfeita aberração de uns felizardos a ganhar milhões e uma multidão de outros a ganhar tostões ou nem isso. Não é D.Jorge Ortiga? Pena que só fala quando já todos estão a berrar. Não viu nascer este monstro das benesses aos «executivos» na já longinqua década de oitenta? Mas fale e grite porque mais vale tarde do que nunca e nós temos de conseguir um mundo diferente. Um mundo onde sejamos «uns com os outros».
Meus caros, bonita a festa, já que em festa, e festa boa, sempre me pareceu ser a obrigação deste espaço fazer, face às qualidades intelectuais dos escribas.
Não ando distante, mas ando com menos tempo! As minhas caibradas, se fosse à americana eram "two by four" (DOIS POR QUATRO), mas uma mão cheia de outras realizações entre as quais se destaca, só para levantar a ponta do véu, a publicação em livro, da tese de mestrado da minha compamnheira,e sua apresentação pública, sobre "A Formação Académica de Assistentes Sociais, Singularidade Açoriana", na Universidade dos Açores e as mil e uma voltas que algumas coisas requerem, bem como os grupos corais, bem como outras coisas de que também gosto, levaram-me uma infinidade de tempo. Mas, caro el cantante, sobretudo, não era necessário provocação porque bom provocador tu és e outros mais! Delicio-me a ver a maturidade em relação a este filho (blog) que já tantos amam tanto... e o jeito que apanharam de nele serem referência, provocação enquadrada, digna de resposta... por isso tantas vezes disse, carismática direcção... e depois quem não erra! Eu à cabeça.
Caro el cantante, eu não dou caibradas! Dou ripadas psicológicas. Aquela do cabrão devia ser para ti... pois que te coma a erva junto à churrasqueira!
Haja saúde e alegria na família que para mim o mais importante é voltar sempre por maior que seja a curva e, garanto-vos, quem não souber gerir esta pequena carroça não vai a lugar nenhum neste umiverso global de provocações mil!
Poi alevá e que Deus vá convosco e a mim não me desampare!
A cultura contemporanea está baseada numa falsa liberdade política e na equivocada ideia de que o mercado tudo regula, como as relações humanas, económicas e sociais. Um materialismo exacerbado afastou o homem de Deus e dos semelhantes. Ao entregar nas mãos de orientadores duvidosos a solução dos problemas que lhe incumbe, ele perdeu a oportunidade de pensar por conta própria que é um princípio de liberdade.
Dirigentes políticos e religiosos são impostos por grupos, partidos, associações e sindicatos que são dirigidos por pessoas que vêm o próprio interesse acima do comum. Egoísmo e incompetência campeiam nas diversas instituições.
O mercado é regido por grandes empresas internacionais que, associadas aos governos, impõem produtos, preços e padrões de consumo. A grande imprensa direcciona os pensamentos das pessoas para comprar o que não necessitam, incrementando um crescimento económico duvidoso que polui o ambiente, as mentes e os corações das pessoas previsíveis e influenciáveis que querem consumir cada vez mais coisas, informação inútil, imagens de violência e desgraça, distantes cada vez mais do próximo e da Natureza.
Muitos psicólogos a escrever textos sem sentido, como que o amor é um fenómeno irracional, que enamorar-se seria tornar-se anormal, cegar-se. Mentes confusas a apontar para uma felicidade utópica apoiada no sexo, riqueza, ceticismo e acaso.
O amor existe como gérmen em todos os corações, mas a sua prática exige certa inteligência, disciplina de vida, nada a ver com a rotina aborrecida de um trabalho diário repetido, sem renovação. O apressado homem moderno que imagina que o tempo seja dinheiro, não sabe o que fazer com o que lhe sobra depois das correrias que acabam por afectar a sua saúde física e mental. Falta-lhe disciplina, concentração e paciência; ficar um pouco só, activo na inteligência e no pensamento.
Entre as diversas classificações às quais o homem pode ser submetido, existe o grupo dos que imaginam que tudo sabem e o dos que supõem que não sabem nada; ambas posições estão equivocadas. Mas no primeiro grupo há os que se pretendem aproveitar, enganar e submeter o segundo. São os impostores, os agentes da discórdia, os predicadores, ilusionistas, farsantes da antiga data que surgiram de entre os primeiros chefes das tribos primitivas e orientadores espirituais duvidosos. Com os impostores foi surgindo a grande impostura, o grande engano que levou o homem a olhar constantemente para fora, a materializar-se, submeter-se, fugir de si mesmo. Tornou-se um distraído; não se olha, não se enxerga e não se vê; um estranho na sua casa, pois disseram-lhe que deveria ganhar o pão com o suor do rosto, divertir-se e nada mais.
É preciso refletir sobre o motivo pelo qual estamos aqui. Recorrer aos que pensaram e lutaram pela liberdade no passado, alguns a entregar as suas vidas em sacrifício, espíritos dedicados e lúcidos que deixaram eloquentes pegadas a serem seguidas.
Não há maior realização humana que aprender a pensar por conta própria, com liberdade. Muitas vezes será necessário recorrer a quem já tenha percorrido parte deste trajecto. A maior escravidão é a mental. O homem nasceu para ser livre e feliz, e a conquista dessa liberdade é mais importante que o pão de cada dia. A vida é curta; quanto mais passa o tempo, mais ele se comprime; não devemos desperdiçá-lo, mas aproveitá-lo, fazendo de cada dia uma vida inteira, onde cada minuto aproveitado seja transformado em horas, dias e anos que possam nos ser útil e a quem nos suceder. Pensar, pensar sempre, e caminhar muito, física, mental e espiritualmente falando, para que os que venham depois tenham muita alegria de coração, que é a maior dádiva que um ser humano pode experimentar.
Mais formoso que o Universo que nos rodeia é o que existe nos nossos corações. A nós incumbe ampliá-lo para que possamos viver nele para sempre e sentir o hálito perpétuo da eternidade.
«O homem nasceu para ser livre e feliz, e a conquista dessa liberdade é mais importante que o pão de cada dia».(Mariano)
«Mais formoso que o Universo que nos rodeia é o que existe nos nossos corações». (Mariano)
O texto que o Mariano nos trouxe é cheio de eloquência mas, aqui e ali, expressa-se numa linguagem que se proporciona a muitos equívocos, como as frases que citei.
Começando pela primeira citação, a frase é de belo efeito literário mas carregadinha de inverdade. A liberdade nunca pode ser mais importante que o pão de cada dia, porque sem este somos privados da raiz da própria liberdade, que é a sanidade "corporal", consagrada pelos nossos antepassados, de forma lapidar e sábia: «mente sã em corpo são». No fundo, aquela afirmação equivale a dizer que o nobilíssimo cérebro bem podia dispensar o verdadeiro carregador de pianos que é o coração. E já todos sabem o que vale um cérebro sem irrigação sanguínea.
O equívoco que pode estar escondido por detrás de tal asserção é pensar que a alma e as suas faculdades constituem uma entidade autónoma dentro do «espaço-corporal-material». Bem pode desfazer-se o homem-corpo em podridão ou cinza, que o espírito subsiste vivo e luminoso.
Como repeti vezes sem conta neste espaço, não é nem esta filosofia nem esta teologia que sustentam o dogma fundamental da ressurreição cristã, que assenta no pressuposto do homem integral e uno. O dualismo platónico ou cartesiano foi sempre a grande tentação derrotada. Um bem-haja sincero aos teólogos cristãos.
Quanto à segunda citação, claramente o autor parece ter perdido a noção das proporções e, mais uma vez, tal facto deriva da concepção dualista da vida. Nós somos uma «partícula» de um único universo e não um mundo dentro de outro mundo. A beleza impar que realmente irradia dos nossos "corações" é parte integrante do próprio universo. Por isso mesmo se chama «UNIVERSO». Logicamente estamos englobados na sua «universalidade».
Ai essa velha tentação de partir o homem em duas metades inconciliáveis e com destino diferentes(corpo-espirito)!
Outra coisa bem diferente, intrigante, pertinente, emocionante e verdadeiro quebra-cabeças para a biologia e a neurociência é a emergência do que parece ser o milagre da construção ou organização da mente humana, onde emerge claramente um «eu consciente», capaz de olhar para si próprio e para o UNIVERSO a que pertence, com a mesma facilidade com que olhamos a Terra a partir de uma nave espacial ou quando, numa noite de luar, ficamos fascinados a olhar a lua cheia no mês de Agosto.
O paradoxo que nos deixa estonteados é que nós fazemos isto tudo, sem fazer a mínima ideia de como chegamos até aqui e porque este «eu» fabuloso se desfaz como bola se sabão ou desaparece, em cinzas, no forno crematório.
Perante estes factos inelutáveis, quem pode recriminar o homem de hoje e de sempre por se refugiar no seio consolador da fé numa vida depois da morte, contra todas as evidências?
Este comentário foi removido pelo autor.
Caro Mário Neiva
O meu artigo é um retrato da Impostura,simplesmente.
IMPOSTURA
Antigas e tenebrosas palavras,
preconceituosas e pesadas,
verbo mentiroso e escravizante,
haveremos de levantar-te a espada mais brilhante
e cortar-te em letras que se dissolverão no tempo.
"SOMOS COM OS OUTROS"-Bela síntese da dupla JORGE/NEIVA, para caracterizar FELICIDADE.Nesta vida que nos é dado viver, o caminho em direcçaão a essa felicidade, encontramos vários momentos em que só somos felizes COM OUTROS. Vem a propósito mais um testemunho na primeira pessoa:Domingo passado" participei" num evento deses ditos sociais que me forçou a reflectir mais um pouco convosco.Um meu conterrâneo convidou várias centenas de pessoas para a inauguração de uma "réplica" de uma igreja circunvizinha cujos motivos da sua construção foram:"Homenagem à mãe(desse conterraneo) e ao filho assassinado pela namorada."Poucas foram as pessoas que conseguiram entender a grande mensagem que esse indivíduo transmitiu no discurso que fez aos seus amigos e conterrâneos e que eu vou sintetizar:"Revolta e infelicidade".Um homem que foi e é considerado dos mais ricos da terra,tem dinheiro,felizmente tem saúde e uma família apoiante, há treze anos tem passado por momentos trágicos (pessoas há que susurram que ele está louco, mas não está) este homem ganhou forças para construir um lugar onde possa "com um copo de uisqui na mão" falar com todos os animais(e serão mais que uma centena)e gritar":Viva a HUMANIDADE na diversidade; estou convosco mãe,filho e todos quantos se solidarizam comigo".Com esta festa quis mostrar aos seus amigos que é ali, no meio das grandes agruras da sua vida,que encontra o refúgio e a força da razão para continuar a viver.Transmitiu-nos a todos (familiares, amigos ou simplesmente conhecidos) que de uma certa forma É FELIZ!!! Será???? Eu gostaria de ser também feliz com e como ele.Cumprimentos A.Costa
Experimentem lá a ver se conseguem ser felizes que não seja com outros! Experimentar não custa nada! Claro Costa, bonito!
Claro Mário e claro Mariano na sua ambiguidade! Mas há uma coisa que podemos garantir pela palavra que o Mariano escreve. Vai ter, cada vez mais, uma reflexão mais precisa, se continuar a escrever! Que bom que escreve, desafia e provoca...
Aquela reflexão do amigo do Costa tem que se lhe diga... cá por mim não faço uma igreja (edifício) porque em todos os lados faço igreja com facilidade. Mas reconheço-lhe valor na ideia...
Por mim preferiria mais vê-lo quebrar as amarras, as vergônteas (como diz o salmo), que lhe geram as problemáticas que o têm acompanhado.
Mas há aqui uma transversalidade do culto do espiritual e religioso que nos anda a espicassar, a desafiar cada vez mais... sobretudo a nós os europeus desta Europa perdida, sem rei nem roque, com Deus ilegalizado e perseguido, embora com uma pequena reina alemã entronizada no Euro...
Ainda veremos como se vai voltar a rezar, como se vai clamar por salvação e pelos valores que a ideia de Deus tão bem acalenta...
Deus ilegalizado na Europa, e logo quando os neurocientistas conclamam a maravilha da invenção de Deus pelo cérebro humano (Damásio).
«Deus ilegalizado na Europa»? Não me parece. Como se pode ilegalizar o que já não é lei? Felizmente não somos uma república islamica e já ninguém é enforcado ou queimado por ateismo.
As Ideias de Descartes e os Mapas de Damásio
Conheço bem o que António Damásio escreve e não faço ideia onde ele possa ter escrito que o nosso cérebro inventou a maravilha que é Deus. Damásio é um cientista e considero-o intelectualmente muito honesto. Sabe distinguir o plano da investigação científica acerca da génese e funcionamento do cérebro, da manifestação de todas as suas capacidades, nomeadamente do pensamento discursivo. Não me consta que Damásio tenha afirmado onde quer que seja que o nosso cérebro inventou a árvore ou a lua ou Deus. Além de imaginar, inventar, pensar e criar, o nosso cérebro faz aquilo que é a base de todo o seu virtuosíssimo trabalho: fazer “mapas”, que mantém em permanente actualização (porque a vida não pára), de si próprio, de todo o «organismo» corporal e do meio ambiente com que interage, num processo ininterrupto. Ora, o que está no coração das pesquisas de Damásio, ao longo de trinta anos e três livros publicados, é a formação do cérebro e a sua interacção com toda a realidade interior ou exterior ao próprio cérebro.
Saber em que consiste a «realidade» em si mesma é já uma problemática situada para lá da sua neurociência.
Repito, e penso que estou a "ler" bem António Damásio, que este nunca poderia ter afirmado que o sol, uma árvore, ou o Deus da fé dos crentes são uma fantasia ou uma invenção do cérebro humano, exactamente como não é fantasia ou invenção do nosso cérebro uma mão com cinco dedos e dois olhos brilhantes no rosto de cada um de nós, não obstante o nosso maravilhoso cérebro ter executado um detalhadíssimo e invisível mapa para acompanhar bem de perto a sua preciosa actividade.
Estes «mapas» cerebrais aproximam-se daquilo a que os antigos filósofos chamaram «ideias». E já naquela altura o assunto deu a confusão que se conhece. Os neurocientistas, com os seus mapas cerebrais, alertam-nos para a capacidade do nosso cérebro de elaborar «projectos» a partir de um estudo prévio baseado em esquemas ou mapas. Mas esta capacidade não dispensa o «trabalho de trolha» de todo o organismo, que tem de mexer com a “dureza” dos materiais e considerar o espaço que eles ocupam.
Até nisto Damásio corrigiu o «Erro de Descartes», que pensava ser possível fazer mapas a partir de coisa nenhuma. A «res cogitans» (a sua alma pensante) bastava-se a si própria. A «Res Divina» (Deus) e a «Res extensa» (A Matéria) seriam, para Descartes, aquilo que a razão da alma determinasse que fossem. Do filósofo Descartes é que se pode dizer verdadeiramente que, no seu pensamento, Deus ou a lua ou as árvores são uma fantasia ou uma maravilhosa criação do cérebro.
Temos de ser compreensivos porque, no seu tempo, ainda não tinha sido descoberta a realidade “extensa” dos neurónios, dentro do espaço craniano...
Como Falar Sobre Deus
Numa destas madrugadas pesadas, de silêncio, quando o sono vai embora, e a solidão bate forte, e a gente sente que ficou só, quando não há ninguém ao nosso lado, ninguém para nos ouvir.
Nessas horas chega o medo, as dúvidas, as perguntas.
Exactamente numa dessas madrugadas solitárias em que eu me encontrava, fui para o computador e pensei em escrever, passar a escrita o que se passava na minha mente. Pus-me a teclar sem saber bem o que escrever. De repente eu pensei: vou escrever sobre Deus. Afinal eu já O conhecia, e não apenas de ouvir falar, mas de algo mais forte, eu já sentira Deus, já tinha tocado nEle! Já tivera grandes momentos de intimidade com Ele! Estava decidido. Vou escrever sobre Deus.
Novamente comecei a teclar. Parei. E interroguei-me. Como colocar no “ecran”, como é que eu vejo Deus? Difícil! E eu, que sou uma pessoa tão simples, nem letrado eu sou meu Deus! Que pretensão! Como escrever sobre um Ser Perfeito, Absoluto, que tem em Si atributos divinos? Não, eu não saberia. Ah, os atributos de Deus. Como falar sobre o AMOR, por exemplo, o que dizer desse sentimento que Lhe é peculiar, singular, inigualável, único. Que Ele ama de maneira incondicional, sem limites, sem exigências. AMOR, a busca divina do bem maior das criaturas na manifestação da Sua vontade. E sobre a JUSTIÇA de Deus, outro atributo dEle. Como escrever com exactidão sobre a imparcialidade no tratamento dEle com as suas criaturas, na equidade moral de Deus? Não saberia. Ele é a verdade, nEle não há engano. Tudo concorda, existe coerência com tudo que é representado pelo próprio Deus. Ah,e a LIBERDADE: Ele dá total independência divina às suas criaturas. Somos livres!
E a SANTIDADE de Deus. O que eu poderia escrever sobre a rectidão moral de Deus? Senti-me completamente impotente. Calei-me, e fiquei a imaginar, a tentar dimencionar o que representa esse Ser Magnifico. Bem, na minha grande limitação, eu cheguei à seguinte conclusão: eu não poderia, nem nunca saberia falar ou escrever com precisão sobre o que É a própria ESSÊNCIA DO AMOR, JUSTO e SANTO. E concluí ainda que, não só eu na minha incapacidade, mas ninguém, nem mesmo os eruditos, saberiam falar sobre Deus. Mesmo que juntassem todos os letrados, sábios, grandes pensadores e todos os poetas deste mundo. Se eles todos juntos fossem escrever acerca de Deus, não conseguiriam! Porque não existem palavras nem mentes humanas que possam exprimir DEUS! Como explicar o inexplicável, o perfeito, o divino?
Eu, pessoalmente, nunca saberei. Mas de uma coisa eu sei, que Ele nos ama com peculiaridade! Sei também que tem o Seu rosto voltado para nós! Que nos tem consolado no meio das grandes dores! Ele nos dá a PAZ.
Daí na minha oração : Perdoa-me Senhor, perdoa-me por ser tão simples. Por não saber falar ” sobre” Ti. Mas Tu Senhor, podes falar ao mundo através de mim, de nós.
D/C.
Como Falar Sobre Deus
Numa destas madrugadas pesadas, de silêncio, quando o sono vai embora, e a solidão bate forte, e a gente sente que ficou só, quando não há ninguém ao nosso lado, ninguém para nos ouvir.
Nessas horas chega o medo, as dúvidas, as perguntas.
Exactamente numa dessas madrugadas solitárias em que eu me encontrava, fui para o computador e pensei em escrever, passar a escrita o que se passava na minha mente. Pus-me a teclar sem saber bem o que escrever. De repente eu pensei: vou escrever sobre Deus. Afinal eu já O conhecia, e não apenas de ouvir falar, mas de algo mais forte, eu já sentira Deus, já tinha tocado nEle! Já tivera grandes momentos de intimidade com Ele! Estava decidido. Vou escrever sobre Deus.
Novamente comecei a teclar. Parei. E interroguei-me. Como colocar no “ecran”, como é que eu vejo Deus? Difícil! E eu, que sou uma pessoa tão simples, nem letrado eu sou meu Deus! Que pretensão! Como escrever sobre um Ser Perfeito, Absoluto, que tem em Si atributos divinos? Não, eu não saberia. Ah, os atributos de Deus. Como falar sobre o AMOR, por exemplo, o que dizer desse sentimento que Lhe é peculiar, singular, inigualável, único. Que Ele ama de maneira incondicional, sem limites, sem exigências. AMOR, a busca divina do bem maior das criaturas na manifestação da Sua vontade. E sobre a JUSTIÇA de Deus, outro atributo dEle. Como escrever com exactidão sobre a imparcialidade no tratamento dEle com as suas criaturas, na equidade moral de Deus? Não saberia. Ele é a verdade, nEle não há engano. Tudo concorda, existe coerência com tudo que é representado pelo próprio Deus. Ah,e a LIBERDADE: Ele dá total independência divina às suas criaturas. Somos livres!
E a SANTIDADE de Deus. O que eu poderia escrever sobre a rectidão moral de Deus? Senti-me completamente impotente. Calei-me, e fiquei a imaginar, a tentar dimencionar o que representa esse Ser Magnifico. Bem, na minha grande limitação, eu cheguei à seguinte conclusão: eu não poderia, nem nunca saberia falar ou escrever com precisão sobre o que É a própria ESSÊNCIA DO AMOR, JUSTO e SANTO. E concluí ainda que, não só eu na minha incapacidade, mas ninguém, nem mesmo os eruditos, saberiam falar sobre Deus. Mesmo que juntassem todos os letrados, sábios, grandes pensadores e todos os poetas deste mundo. Se eles todos juntos fossem escrever acerca de Deus, não conseguiriam! Porque não existem palavras nem mentes humanas que possam exprimir DEUS! Como explicar o inexplicável, o perfeito, o divino?
Eu, pessoalmente, nunca saberei. Mas de uma coisa eu sei, que Ele nos ama com peculiaridade! Sei também que tem o Seu rosto voltado para nós! Que nos tem consolado no meio das grandes dores! Ele nos dá a PAZ.
Daí na minha oração : Perdoa-me Senhor, perdoa-me por ser tão simples. Por não saber falar ” sobre” Ti. Mas Tu Senhor, podes falar ao mundo através de mim, de nós.
D/C.
Meu caro Domingos Coelho,
apenas uma pergunta simples: então tu vais pedir perdão a quem te fez como és, como se tivesses culpa de ter sido criado desse jeito?
Continua a meditar, porque essa tua maneira de considerar o Infinito, o Inefável, o Absoluto e, sobretudo, o Amor Supremo, não me parece lá muito ortodoxa...
Acabei juntando as ideias deste espaço com outro. Excecionalmente replico aqui parte do comentário...
Recentrando um pouco a questão, retomo a ideia de um outro espaço neste blog sobre a ilegalidade de Deus. Notícia do 1º caderno do Expresso de 13 de Novembro passado, pg 37 recoloca um tema a que o actual Papa se refere no seu livro sobre a Europa. Agora, John Micklethwait e Adrian Wooldridge, com o seu livro sobre "O Regresso de Deus" dão-nos dicas essenciais para percebermos como a Europa está sozinha no seu ateismo.Com o seu eurocentrismo, digo eu, pedinte e bacoco, narcísico, a elite europeia consagrou o fim da religião como um das marcas obrigatórias da modernidade, esquecendo que outras sociedades (EUA, Índia, Israel, China, Brasil, etc) souberam conciliar a fé com a modernidade.
Eis um extraordinário objecto para o espaço São Nuno (Casa) e bem ao jeito da contemplação da Palavra nesta Europa des(fe)iteada, e para nós todos, a conciliação da modernidade com a fé, nas nossas vidas de crentes ou, se o não formos, na conciliação da modernidade com a fraternidade...
Caro Mário,
"Deus é uma magnífica criação do cérebro humano" (António Damásio).
Entrevista a Clara Ferreira Alves in Expresso de 30 de Outubro de 2010.
Perdão e seus efeitos colaterais I
É necessário definir o perdão, uma vez que precisamos entender do que estamos a falar. Deixemos de lado a ideia religiosa ligada a ele, e tentemos compreender o que significa o perdão em termos de comportamento.
No dicionário, encontramos a definição de perdão da seguinte maneira: Remissão de pena; desculpa; indulto. Podemos dizer que cientificamente a ação de perdoar implica esquecer; não mais considerar algo relevante; compreender que algo não tem mais poder algum sobre a nossa vida, enfim, encarar uma situação de modo a desvinculá-la do significado emotivo que ela contém.
No meu trabalho é comum ouvir as pessoas: Eu perdôo, mas não esqueço! E isso, meus amigos, dito com uma carga de emoção que não deixa dúvida de que, o que está na memória desta pessoa não é o facto em si, mas a emoção que este facto provocou no seu coração.
Quando dizemos que o perdão é um acto de esquecimento, na verdade referimo-nos à diluição da emoção negativa que experimentamos por ocasião do evento que gerou a mágoa, raiva, rancor, ressentimento, enfim, todo tipo de energia destrutiva que nos faz mal.
Li em algum lugar uma observação que achei valiosa. Dizia que o rancor, o desejo de vingança, era o mesmo que alguém tomar veneno e esperar que o outro morresse. Esse pensamento favorece o entendimento do efeito negativo e fatal que pode gerar, na nossa própria vida, esse tipo de emoção. Tão ilógica quanto ele, é qualquer tipo de acção que vise devolver ao outro a mesma emoção negativa que se experimentou ao viver uma situação.
Um dos aspectos que mais me atrai na filosofia é o facto dela instigar que indaguemos e caminhemos cada vez mais, na nossa compreensão relacionada à vida. Não pretende dar respostas, mas instigar perguntas que nos levem a descobertas, o que considero saudável, desejável e fundamental para a evolução da nossa consciência.
Podemos inferir que o perdão é antes de mais nada um acto de vontade. Uma decisão racional de procurar desvencilhar-se de sentimentos nocivos que nos roubam energia e nos enfraquecem, podendo degenerar o nosso organismo.
Hoje sabemos que em diversos países, laboratórios pesquisam os efeitos físicos que o perdão provoca no corpo humano. Descobriu-se que ao perdoar uma pessoa apresenta alteração no seu sistema imunológico. O seu organismo comporta-se de maneira mais harmónica e há considerável melhoria no seu funcionamento.
Essa informação abre possibilidades que podem mudar radicalmente a própria conduta dos profissionais da área de saúde. É possível que se descubra uma fonte de energia que pode ser acionada por nós mesmos, através de uma conduta adequada.
Assim, o homem vai pesquisar para criar no laboratório algum medicamento que actue no funcionamento do seu organismo, provocando o mesmo efeito que o perdão causa. Não é curioso, sendo que ele mesmo tem a capacidade de gerar este funcionamento, através de uma consciência mais clara e racional?
Perdão e seus efeitos colaterais II
Sabemos da dificuldade que há em lidarmos com as emoções. Particularmente, acredito ser este o grande desafio que temos nesta dimensão. O que proponho é que, enquanto a ciência se dedica à pesquisa desse “medicamento”, quem sabe, cada um que se interessar pelo assunto, possa pesquisar na sua própria vida, aproveitando-a como um laboratório, os efeitos que o perdão provoca em si mesmo. Quem sabe possa beneficiar-se com esta atitude e através do seu exemplo, colaborar para que outros também assim procedam!
Podemos ter muitas surpresas, e agilizar os benefícios que o perdão nos traz. Independente da crença, da religiosidade, não se pode negar uma verdade. A bíblia aponta o perdão como um lenitivo ao sofrimento e uma oportunidade de recuperação (resgatar algo que se perdeu, ou se deteriorou).
Algumas vezes, a humanidade deixa-se levar por convicções, ideias, conceitos e interpretações, pessoais ou de grupos, que terminam por lhe causar mais mal do que bem. Talvez, só talvez, seja hora de pensarmos de modo universal, buscarmos entendimento dentro da esfera da colectividade, e então poderemos, quem sabe, compreender melhor a dinamica da vida nos domínios do relacionamento humano.
Acredito que vale a pena pesquisar essa questão que diz respeito à nossa felicidade e à possibilidade de ainda experimentarmos um mundo melhor, onde a paz seja a tónica predominante na sociedade, tornando-a mais proactiva e fraterna.
Bem, Jorge, não tinha lido a entrevista e fico um tanto admirado com uma afirmação tão definitiva. Damásio costuma ser muito prudente, mesmo quando se trata de matéria relativa à pesquisa científica da sua área, a neurociência. Não conheço o contexto em que fez tal afirmação mas sei que a Clara Ferreira Alves é rigorosa no que informa.
Mas se Damásio pensa assim, eu discordo dele nessa questão. Ainda não li na totalidade o seu «Livro da Consciência» mas, do que li, nada faz supor afirmações tão "redondas" como a que citaste: «Deus é uma magnífica criação do cérebro humano».
O Deus da fé dos crentes, seja da fé simples, ingénua mesmo, seja da fé que resistiu ao crivo do escrutínio apertado da razão, não é um simples produto do cérebro humano, exactamente como não é um produto do cérebro humano a Terra e o Cosmos em que o cérebro emergiu. Damásio, de uma forma magistral, expõe a evolução da vida, desde os seres unicelulares até à organização incrivelmente complexa patente no ser humano. O facto de reconhecer que existem outros seres menos evoluídos ou complexos, significa admitir a «alteridade»: por um lado, o meu cérebro com a sua mente consciente e, por outro, o mundo que me rodeia.
Ora, é a partir deste ponto que o crente “descobre” Deus e a teologia pensa Deus como totalmente o «outro».
Mesmo que eu admita que o meu cérebro se produz a si mesmo, não vejo como tenha sido eu ou tu a criar as estrelas.
Servindo-me da terminologia do próprio Damásio, direi que Deus não é nem uma emoção, nem um sentimento, nem um elaborado e eloquente «mapa cerebral», subprodutos da actividade vital humana. Mas pode muito bem ser um «pensamento» carregadinho de emoção e sentimento, como os nossos outros pensamentos. E isto faz toda a diferença, porque o pensamento consciente confronta-nos tanto com a actividade do nosso cérebro como com o mundo onde emergimos, sendo a nossa consciência uma verdadeira janela aberta para o infinito. E é neste contexto que se forma a fé dos homens.
E o não crente interroga-se, muito sensatamente, se, ao atingir o patamar da mente consciente, não está a testemunhar a criação de uma nova dimensão dentro da vida que sempre partilhou com todos os seres vivos
E é desta nova dimensão que devemos cuidar como a menina dos nossos olhos. E a tarefa é de tal modo gratificante que, mesmo sem o salto no escuro que é a fé, nos motiva para a sua realização.
E se a «fé em Deus» não servir este propósito só vem atrapalhar as nossas vidas.
As consequências de um eu capaz de reflectir, na parte IV, Sobre o tema muito depois da consciência, pg 356 de "o livro da consciência" de António Damásio (Temas e Debates - Círculo de Leitores), editado em Setembro passado, dá-te, caro Mário, o contexto da afirmação proferida na entrevista, mas não constante literalmente no texto.
Por outro lado, "O Regresso de Deus" dá o enquadramento prático da reflexão do Damásio muito embora provavelmente os autores nem se conheçam. De O Regresso de Deus cito: ..."Quando interrogado sobre as razões porque as pessoas se tornam cristãs, um homem defeniu-a como a sensação de entrar para o cículo dos vencedores...... Na Europa a igreja é velha, Aqui (na China) é moderna. A religião é um sinal de ideais mais elevados e de progresso. A riqueza material e espiritual andam a par. É por isso que iremos vencer" pg 10.
Alma postula-se para a economia de mercado... é também por isso que "Deus é uma magnífica criação do cérebro humano - António Damásio)
Obrigado, Jorge, por esta achega preciosa. Vou avançar até essa parte do livro (quando chegar a Viseu, que agora estou em viagem). Depois te digo qualquer coisa.
Como vejo gente tão feliz, eu me associo à vossa felicidade. Afinal se meu vizinho e anmigo é feliz, eu também sou.
A felicidade contagia e o que hoje nos parece uma enorme infelicidade, será amanhã uma felicidade, com um pequeno sorriso de criança que passa por nós, ou quem sabe, com o cantar de um passarinho que nos desperta, nova alegria e outra felicidade.
Quem crê em Deus é feliz. Infelizes são os homens que se julgam felizes por verem os outros infelizes.
Tempo a ... parte - 1
O tempo é algo que sempre fascinou o Homem. Um elemento associado ao mistério, poder, imbuído de significados insondáveis que a mente humana não consegue desvendar.
Talvez pela extraordinária força que tem, como vertente inexorável da vida; ou pela fragilidade com que se consome, tornando-se fugaz e imponderável, torne-se cada vez mais sedutor .
Parece exercer sobre o Homem uma atração irresistível, quase uma obsessão que cada vez mais o intriga, porquanto não possui poder algum sobre ele.
Assim, a humanidade caminha a perseguir os segredos da temporalidade, a procurar quem sabe encontrar a fonte genuína do tempo e dela beber avidamente o néctar da eternidade.
O que podemos observar no cotidiano das pessoas, é quase um culto inconsciente do tempo. A modernidade impulsiona o indivíduo a acelerar o seu ritmo de vida. Vemos hoje pessoas sempre a correr, apressadas, a lutar contra o tempo, e incoerentemente a tentar fazer dele a sua eterna morada. Não há mais espaço para se saborear o dia a dia , que é a sua única realidade.
Porém, tudo isso não lhe dá nenhum domínio sobre o tempo, nem lhe permite interferir na sua trajectória, tão pouco lhe concede uma fatia adicional que seja; o que parece apontar para um equívoco e que, de modo perverso, lhe exige pesados dividendos.
Em momento algum, o homem deixa de exercer o seu poder de escolha, embaraça-se de tal modo com os movimentos do seu dia a dia, envolve-se com a correria e quando se dá conta está a ser levado pela rotina ao invés de decidir por onde quer caminhar.
Quando não se sabe com clareza para onde se quer ir, qualquer caminho serve.
É preciso desenvolver a habilidade de escolher e não se submeter aos caprichos do improviso e da casualidade, tornando-se vitima do atropelo. Para tanto, há que se utilizar melhor o tempo e dele fazer abrigo acolhedor do seu propósito.
Não podendo, pois, escolher o que lhe sucederá, tem sim o poder para decidir como reagirá a cada acontecimento da sua vida e este detalhe faz toda a diferença, é em si a linha divisória entre os que levam a vida e os que se deixam levar por ela.
Nada pode superar as delícias miúdas que a vida proporciona na sua trajectória. E para que delas se possa beneficiar, é necessário dedicar tempo, muito tempo a cada prazer que se experimentar.
Não se pretende procurar no passado o modelo para se aplicar na rotina do homem moderno. Cada tempo tem o seu ritmo e cada época a maneira própria de se desenvolver. A questão é apreciar a vida, aproveitar-se do tempo, espaço onde se desenrola a nossa história, fazendo dele o foco maior da nossa atenção.
O aqui e agora, actualmente tão decantado, acabou por se tornar um “slogan” que incita à pressa e não à entrega ao desfrutar da sua existência.
Quem assim o faz está sujeito a passar pela vida sem dela experimentar o gosto singular da aventura que é realmente viver.
Tempo a ... parte 2
Hoje já se começa a ter uma nova noção da relação do individuo com o tempo.Uma relação que quanto mais serena, mais tranquila maior o benefício para o indivíduo e todos que estão no seu ambiente de convívio.
Grandes empresas já se dedicam a desenvolver nas pessoas modos para incorporar uma nova maneira de lidar com o tempo.
A importância do lazer; da desaceleração do ritmo das pessoas, ligadas à produção; ao sentimento do bem estar, à realização e à fascinação pela vida, começam a atrair a atenção de estudiosos e especialistas no comportamento humano.
O homem abre mão, no decorrer da sua vida, da capacidade de se encantar com o mundo, com as pessoas, com a natureza, tudo enfim, porque perdeu o hábito de entreter o seu raciocínio e emoções com o desenrolar da sua vida, deixando de se deliciar com a experiência em si.
A velocidade com que se instala na sua rotina não lhe permite entregar-se nunca a momentos de abstração, de contemplação ou simples admiração. Na verdade o homem lança-se numa disputa cruel com o tempo, buscando alcançá-lo e retê-lo, sem jamais conseguir o seu intento.
Tudo isso acaba por causar decepções, desgastes, depressões e outros males. Na impossibilidade de lidar com esta vertiginosa rotina e os problemas que vão surgindo, muitas vezes o homem desiste dos seus sonhos, abre mão das suas metas e coloca-se na condição dependente de algum “objecto” no qual se vai refugiar do seu desencanto.
Essa sensação de impotência em relação ao tempo parece ser a responsável pela voracidade com que o ser humano se relaciona com ele.
Talvez o segredo esteja na compreensão da própria natureza. Observar as estações do ano, os ciclos de água, as plantações, o nascimento de um bébé, ou seja, toda a alternância cíclica que caracteriza a marcha do tempo e os seus efeitos. Essa apreciação, em si, evidência uma sabedoria e um jogo constante de movimento e repouso.
O tempo deve ser encarado como um amigo, daqueles que gostamos muito, e por amarmos intensamente, o deixamos livre, nada exigindo jamais, nem cerceando o seu espaço, mas caminhando ao lado dele em suave sintonia.
A vida é um presente e só podemos saboreá-la no instante em que a recebemos.
Fica aqui o convite para que daqui pra frente desfrutemos de cada segundo não deixando que se perca o sabor inigualável da vida, experimentada momento a momento.
É possível que o temor da morte provenha do facto de se pensar que tudo termina com a vida. O não pensar é a morte verdadeira, uma tirania que aprisiona a inteligência, uma escravidão mental.
Como sentir a eternidade dentro de si?
Não estamos a morrer todas as noites para despertar no dia seguinte?
Na Comédia de Dante, diz o poeta: “O pior dos suplícios é sentir-se morto sem acabar de morrer, é sentir-se quase vivo estando morto, e ansiando morrer, seguir vivendo”.
A morte tem a ver com a falta de estímulos, de interesse e esperança.
O essencial é a actividade, o movimento, o equilíbrio. É necessário abandonar a inércia e a desesperança, construir um novo futuro, ressurgir das cinzas como o pássaro imortal, uma verdadeira ressurreição que a lenda de Lázaro não pode explicar.
Porque busca o espírito humano o conhecimento e o aperfeiçoamento? Porque busca o acercamento com Deus?
A liberdade do homem é construída sobre o pensar. Quanto mais pensar, mais livre será. Mas o que é pensar? Esta movimentação discricionária de pensamentos na mente seria pensar? Não, isso não é pensar, criar soluções luminosas, optar por caminhos, seleccionar o que convém para o bem e felicidade própria e alheia.
Ao pensar, opomo-nos à fatalidade e libertamo-nos do destino comum, da mediocridade. Trata-se de opôr à fatalidade um destino construído pela pessoa, que será viável através do conhecimento, do domínio dos pensamentos. Todos têm o privilégio de mudar o destino, apesar de não poder modificar o desígnio que lhes dá um tempo de vida neste planeta. A cada decisão que se toma, o futuro está a ser alterado. A fatalidade e o predeterminismo não existem para quem use a sua inteligência para construir o futuro. Não é a fatalidade que leva o desatento a acidentar-se, o esquecido a envolver-se em inúmeros problemas, o irascível a atrair sobre si a violência dos que o não suportam. O destino pode ser modificado por quem compreende que se deve transformar para construir uma vida melhor, pois existe para o ser humano o livre arbítrio, a liberdade interior para optar sobre o que quer pensar, fazer, realizar. Assim se poderá escapar à fatalidade.
Qualquer obstáculo pode ser transformado num instrumento de aperfeiçoamento pessoal através da utilização da inteligência. Um defeito que nos incomoda poderá mover-nos para o combater e extirpá-lo. Mudando, poderemos construir um novo destino. Nenhuma ideia diferente ou oposta à do aperfeiçoamento nos poderá impulsionar para a construção de uma vida mais feliz.
Um dos preceitos gravados no Templo de Delfos era o “Conhece a ti Mesmo”. Platão diz através de Sócrates - personagem de um de seus escritos que “parece-me ridículo, pois, não possuindo eu ainda esse conhecimento, que me ponha a examinar coisas que não me dizem respeito.Não são as fábulas que investigo; é a mim mesmo”.
Esse conhecimento implica conhecer os defeitos pessoais; é muito comum censurarmos os dos outros. Ao evitar, em nós, o que censuramos, estaríamos a realizar uma pequena parte daquele conhecimento inscrito no templo grego.
Assim como a fome e a sede são sinais do nosso organismo a indicar que precisamos de nos alimentar, os defeitos são sinais de que o nosso organismo psicológico nos dá indicação de que devemos mudar. E o nome dessas mudanças é a educação espiritual; a construção de uma nova conduta que nos deverá ocupar diariamente, da mesma forma como dormimos e nos alimentamos, para não cair na inanição mental, na indigência espiritual.
Há também muitos preconceitos que precisam ser eliminados e que nos têm influenciado fortemente. O primeiro deles é o que diz que não podemos mudar, que tudo está escrito, que a vida é uma vale de sofrimentos, que não somos ninguém, que o ser humano não tem conserto, que alguém virá para nos salvar e resolver por nós o que não conseguimos.
Ao vencer tais preconceitos e assumir as rédeas do destino, opomo-nos ao comum e á fatalidade que não existe para quem luta por pensar com liberdade e construir o próprio futuro.
Cada vez mais a pensar na Igreja em casa sugerida por " O Regresso de Deus". Que falta me faz um grupo bem alargado a celebrar a palavra de fé de forma intimista, personalizada e em linha aberta. Que falta!
Congratulo-me com o regresso de "el cantante" quando já apertava o lábio a pensar na pastagem. Vem amigo e junta-te ao desafio de sermos, porque, com caibradas ou ripadas sairemos salvos, se a salvação fizermos por livre arbítrio (certo Mariano!).
Meu caro Mariano, de meu pai guardo memória de algumas brincadeiras (lengas lengas) de infância para estimular a prole. Uma lenga lenga relativa ao tempo, reza assim: " O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tinha. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tinha tanto tempo quanto tempo o tempo tinha".
Claro que esta faz-me lembrar outra em dia de Natal com a família reunida e os filhotes pequenos todos animados. Então meninos, quantos buracos tem uma vaca? E lá foram contar....
Meu caro o problema para mim já é o tempo que não tenho, o tempo que me foge na pressa que tem.
Temor da morte ou solução adequada senão feliz!
Porque o espírito humano busca o acercamento com Deus ou, simplesmente, criou Deus (António Damásio)!?
Quanto ao organismo psicológico o António Damásio leva a palma... lá ganhou mais um prémio internacional. Desta vez em Tóquio, "Honda Prize", o mais importante prémio científico do Japão, devido aos seus esforços pioneiros e contribuições marcantes para o mundo da neurociência (cf Expresso de 20 /11/2010, pg 3). Parabéns...
Ò Jorge, sabes que sou sempre muito sintético, porque ainda ando no activo e só meto o nariz, para atiçar os mais beatos.
Como tu és aquela máquina, vai dando aí umas manguçadas nesses mais fradecos, porque agora até o pápa concorda com o preservativo, para prevenir a cidra, conheces?
Ou não se usava na tua terra de Moure?
Uiiiiiiiiiiiiii o que para aqui vai de manguçada!...
Isto agora fia fino, enquanto fui fazer um cruzeiro majestoso, apareceu aqui no blog, gente de gabarito, mas cheira-me um pouco a beatice. Ou estarei enganado?
O Jorge, o Neiva, o Costa, o Coelho e o El Cantante, já conhecia. O Mariano,deve ser frade, ou parece. O intrometido, se não me engano, deve andar a treinar para bispo.
Parabéns amigos, todos somos poucos, para dar força aos vivos e rezar pelos mortos.
Força, para aguentar esta relíquia dos aaacarmelitas que nos faz encontrar alguns velhos amigos e companheiros.
Reflexão
-----Se existe o Mário Neiva, se existe o Jorge Dias, se existe o Augusto Castro, porque não existiria o “Blog” da aaacarmelitas?----
Seria o tempo uma cópia despedaçada da eternidade? Haveria a música e a harmonia sem o tempo? Haveria o espaço que implica a possibilidade de recorrê-lo e o pensamento que se comprime na agilidade do pensar? Haveria a morte, o nascimento, a vida, o mundo, o Universo?
Seria o tempo uma metáfora, uma maneira de explicar o inconcebível, uma injunção, uma expressão, uma testemunha, uma configuração?
Seria o tempo dinheiro? Seria um cativeiro? Seria relativo, um túnel, um fosso, um abismo, uma projeção, uma inspiração, um esquecimento, um sonho?
Seria o tempo uma agonia, uma alegria, uma alegoria, um labirinto, uma emergência, uma urgência, uma inteligência, uma imaginação?
Seria o tempo a Verdade? Seria a realidade?
Seria o tempo o nunca-mais? Seria um corvo? Seria um estorvo?
O tempo, com seus reflexos luminosos e suas sombras, espelho dos nossos pensamentos, reflete imagens claras e obscuras.
O ontem, o hoje e o amanhã fundem-se num enorme presente misterioso que recebemos de um guardião desconhecido que nos instiga a pensar, a entender, a compreender.
O tempo é como a areia que o vento transporta na zona deserta das nossas indecisões, como o canto da sereia, como a vida, como o sonho, como a infância, como a morte.
E quando, sem ilusões ou ambições, à sombra da esperança, ouvirmos falar de eternidade, sentiremos saudade de um futuro que se expande desde hoje até sempre, com as fragrâncias de um passado que não deve morrer nunca.
Assim poderemos dizer que o tempo, esta injunção metafísica e real, é uma cópia verdadeira da eternidade. E que, no pensá-lo, poderemos entendê-lo. E que só pensando poderemos compreendê-lo.
Se existe Deus, se existe o Tigre, se existe o Homem, porque não existiria o tempo?
Marte, porque não? Mas quando foi isso?
Quanto à outra questão, tudo bem... mas Deus sem o homem fica assim como que desenqudrado, não é?
Estes «marcianos» não desistem. De qualquer modo, se lá estiverem, havemos de fazer-lhes uma visita.
E, a propósito de «marcianos», visões e mensagens extra-terrestres, sugeria-vos a leitura fantástica (literalmente!) de um comentário do AGOSTINHO BORGES GOMES, ex-aa, a propósito de um dos seus livros publicados -
«No Outro Lado da Vida». Para que não vos aconteceça como a ele, vão estudando um pouco de inglês, de outro modo não saberão interpretar as mensagens, em forma de luz e na lingua inglesa, vinda das longínquas estrelas.
E nunca esqueçam a advertencia do autor, se decidirem «treinar» o fenómeno, porque podem ficar malucos.
Para aceder ao site na net basta introduzir o nome completo do nosso ex-colega acima referido.
...introduzir o nome no google
MARTE (na minha secretária) 1
Marte o quarto planeta do sistema solar é alvo de estudos por cientistas e especialistas, em astronomia, biologia e astrologia. Dizem que água muito salgada impediu a vida no planeta. Será? Num passado recente um jornal que não me lembro já qual foi, trasia uma matéria, assaz interessante sobre o planeta. “Uma forte concentração de minerais dissolvidos na água existente em Marte no passado teria impedido o aparecimento de qualquer tipo de vida macrobiana, estimou o biólogo Andew Knoll”. Aqui desconfiamos do ditado popular: Será que o biólogo bebeu da água de Marte no passado. Seria o teste de São Tomé, ver para crer. Se algum extraterrestre, em missão na Terra pousasse numa ilha no meio do oceano, iria afirmar que a água seria muito salgada e principalmente se o Mar fosse o Morto. “Nem todas as águas são boas para o consumo”, disse Knoll durante a conferência anual da Associação Americana para a Promoção da Ciência (AAAS), em Boston, Massachusetts (EUA). Aqui mesmo na Terra onde vivemos, deparamo-nos com esse tipo de água e não era preciso muito estudo e pesquisas para se comprovar a qualidade da água. Os robôs gemeos Spirit e Oportunity, mostraram através de fotos a forte concentração de Minerais. Conclusão: água salgada demais. Olha! Não precisaríamos ser cientistas para afirmar essa descoberta científica. “Numa conhecida Revista de circulação internacional a - Revista “Universo Espírita, Ciência, Filosofia e Religião - de circulação mundial: observamos a seguinte pergunta:” Onde estão os Marcianos”?
Espíritos revelam que Marte é um planeta inferior à Terra e os seus habitantes têm forma humana primitiva. O solo é árido, com pouca vegetação. Os animais são mais selvagens. Os mares são revoltos. O vento curva as árvores até ao chão. A sonda Mars Pathfinder pousou no planeta vermelho, mas as fotografias mostraram uma paisagem sem vida, afinal, onde andam os extraterrestres? Uma excelente pergunta para uma resposta à altura! No passado muitos cientistas ao discordarem do pensamento da igreja foram vítimas da inquisição. Até 1965, os cientistas discutiam teorias sobre vida semelhante à humana em outros planetas, agora o debate restringiu-se à vida microscópica. Filmes de ficção científica fizeram sucesso no mundo: Enterprise (jornada nas estrelas), tripulada por Spock, capitão Kirk e o doutor MacCoy; ET, Contatos Imediatos do 3º. Grau e muitos outros. Marte e Júpiter, segundo os Espíritos são planetas habitados por seres como nós. Ambos foram pesquisados por sondas e robôs e não constataram sinais de vida. A Revista Espírita de 1860, onde se encontram depoimentos de Espíritos sábios, chegaram a Allan Kardec, transmitidas em locais diferentes e concordantes.
MARTE (na minha secretária) 2
Vejam as descrições: “O Planeta Júpiter está inundado de uma luz pura e brilhante, que ilumina sem ofuscar. As árvores, as flores, os insectos, os animais dos quais os vossos são o ponto de partida, ali são enobrecidos e aperfeiçoados; ali a natureza é mais grandiosa e mais variada, a temperatura é igual e deliciosa; a harmonia das esferas encanta os olhos e ouvidos. A forma dos seres que o habitam é a mesma que a vossa, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. Não possuem as enfermidades, nem as necessidades dos moradores terrenos. Lagos, rios, flora abundante tudo diverge do panorama enviado pelos satélites naturais”. Sabemos que os Espíritos deslocam-se com a mesma velocidade do pensamento e por isso, não existem obstáculos para eles. No próprio Evangelho Jesus afirma com veemência: “Na casa de meu Pai existem muitas moradas” e seria muito egoísmo da nossa parte em afirmarmos que só existe vida na Terra. Segundo os Espíritos Superiores todos os planetas são habitados. A constituição física dos planetas é que faz a diferença, tudo está relacionado com os diversos estados da matéria, além do conhecimento da física de hoje. Aqui mesmo na Terra existem dois mundos; o visível e o invisível. Os visíveis seríamos nós, os vegetais, os animais, os minerais etc. Já no invisível: Os vírus, as bactérias, os fungos, os protozoários, os unicelulares entre muitos outros. “Entre inumeráveis planetas do Universo, há aqueles em que os seus habitantes humanos apenas iniciam a sua jornada, como já ocorreu na Terra durante os primeiros passos do homo sapiens”. O homem passou por várias transformações durante séculos e milenios até chegar à forma actual.
Fluido universal – Elemento primordial, seus inúmeros estados de vibração originam toda energia e matéria, tanto do mundo visível a nós quanto dos mundos espirituais. Cada planeta possui uma estrutura material própria composta de matéria perceptível e dos diversos estados etéreos dos mundos espirituais. Faixa da matéria perispiritual – essas faixas constituem os diversos mundos espirituais da Terra. Cada uma delas representa diferentes categorias evolutivas dos espíritos da Terra. Os espíritos simples é a faixa mais baixa. Quando o espírito simples atinge um grau superior ao da Terra ele pode reencarnar em outros planetas mais evoluídos. Matéria Observável – a faixa da matéria observável constitui o mundo físico da Terra. E está accessível à ciência actual, cuja constante é a velocidade da luz na fórmula de Einstein: E=m.C2 (energia é igual à massa multiplicada por duas vezes a velocidade da luz, que é de 300.000 km por segundo). Deus a inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas, deixou no mundo terrestre tudo aquilo que o homem conseguiu descobrir como: as ondas electromagnéticas, as ondas sonoras, a energia eléctrica, os campos vibratórios. Aquilo que o homem foi descobrindo O Pai já tinha colocada à disposição do homem.
Estes gajos piraram de todo!... Fui ler os comentários do nosso ex-companheiro, Agostinho Borges Gomes. O homem está louco! Também diga-se de passagem é para consumo lá da santa terrinha, mas mesmo assim, esqueceste de dizer que foste nosso companheiro do Seminário da Falperra. Tives-te vergonha? Foi lá que aprendeste alguma coisa, mas nunca pensei que chegasses a tanto disparate.
Quanto a esses marcianos,ou diabo que os levem, deixem-se de idiotices! Os tempos são outros e só acredita nessas fantochadas quem lê tanto e pensa pela cabeça daqueles que foram de outra época.
O tempo das bruxas e espíritos malígnos que andam no mundo para perdição das almas findou, quando surgiu a luz e deixaram de existir visões maquiavélicas e demoníacas.
Portem-se se bem, porque não escrevemos só para parôlos...
ALLAN KARDEC 1
Foi em 1854 que o senhor Rivail, pela primeira vez, ouviu falar nas mesas girantes, do inicio do senhor Fortier, magnetizador, com quem estabelecera relações, em virtude dos seus estudos sobre Magnetismo. Uma notícia extraordinária dada pelo senhor Fortier, afirmando que conseguia fazer com que as mesas girassem como também se consegue as fazer falar. Pergunta-se e ela responde. Kardec ficou muito cético sobre aquela noticia de Fortier e pensou: “essas mesas devem possuir cérebros, nervos para sentir, para se tornar sonâmbula, mas permita-me não enxergar nisso senão uma fábula para provocar sono”. Sempre quando essa notícia chegava ao seu conhecimento, ele procurava despistar, porém, sem nunca, deixar de pedir provas e querer ver, e observar para acreditar em tais fenómenos.
O fenómeno das mesas a girar e a falar espalhava-se e já faziam parte de shows. A partir de: (1854 a 1856), a vida do senhor Rivail toma novo rumo e fica obscurecido pelo pseudónimo de Allan Kardec, que ficou bastante impressionado e ansioso, para descobrir tais fenómenos. Dizia sempre que não aceitava que uma mesa tivesse a capacidade de falar e isso não cabia no seu cérebro. Pessoas dignas e honradas presenciavam tais fenómenos e cada vez mais chamava a atenção de Kardec. No ano que se segue, isto é no começo de 1855, Kardec encontra o senhor Carllotti, seu amigo há mais de vinte e cinco anos, que esmiuçou esse fenómeno por mais de uma hora, com o entusiasmo que le emprestava a todas as ideias novas. Esse estudo que mereceu de Kardec uma atenção especial. Surgiu tão sómente no século XIX, a partir da época habitualmente tomada como marco inicial da História do Espiritismo e é conhecida como o das “mesas girantes”, imediatamente precedida pelos fenómenos produzidos, a partir de 31 de março de 1848, na cidadezinha de Hydesville, nos Estados Unidos, por intermédio das irmãs Fox.
Não sem terem várias explicações, mas nenhuma delas parece satisfatória, nem pode ser aceite pela unanimidade da humanidade. Em particular porque além dos animais humanos se considerarem racionais, sendo a racionalidade, segundo crenças muito antigas, uma espécie de superioridade em relação aos demais animais, cada um dos seres humanos considera-se superior aos demais seres humanos, ou mais racionais que os demais. Isso pode parecer astucioso, porém é pouco inteligente.
O facto é que enquanto todos os animais parecem ter funções naturais, o homem parece ter apenas enormes presunções. Essas presunções fazem-no acreditar que tem mais do que a função natural, mas um destino superior, que alguns alucinados acreditam estar escrito nas estrelas. Outros no interior de animais dissecados em rituais macabros em pedras, rochas e conchas, ou ainda em pessoas que escutaram ou escutam vozes que atribuem a divindades, e a crença e a tradição afirmam serem certas, porque estão escritas em livros antigos ou recentes. De deixar de mencionar, entretanto a figura mediúnica de Emmanuel Swedenborg, que Artur Conan Doyle, na sua História do Espiritismo. Propõe que seja considerado um dos pioneiros a anteceder a invasão dos Espíritos na Terra, não só por ter sido um médium vidente de grande potencialidade, mas, também, pela verdadeira antevisão da Doutrina Espírita em que se constitui a teologia por ele idealizada. Swedenborg, sueco, engenheiro de minas, autoridade em Metalurgia, Física e Astronomia, zoólogo e anatomista, em abril de 1744, em Londres, onde passara a residir e viveu até à morte - vinte e sete anos depois, tendo estado em contínuo contacto com o outro mundo.
ALLAN KARDEC 2
Ele descreveu o outro mundo como constituído de esferas, onde a estruturação da sociedade se faz de modo semelhante à deste mundo. Os anjos e demónios eram seres humanos que tinham vivido na Terra, respectivamente almas altamente evoluídas e Espíritos retardatários. Afirmou a pluralidade dos mundos habitados e a inexistência de penas eternas, bem como outros pontos de viva semelhança com a doutrina espírita, como o principio da afinidade entre os Espíritos. Mas, por outro lado, a falha era a sua exegese bíblica. Águas divisórias profundas em relação ao Espiritismo, todavia, foram estabelecidas pela Nova Igreja, ou Igreja da Nova Jerusalém, fundada pelos seguidores de Swedenborg, hoje pouco numerosos, cerca de dez mil, espalhados pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha. Isso explica o franco antagonismo entre a Igreja Swedenborgiana e o Espiritismo, que se observa desde o século passado.
O facto mais conhecido relativamente à mediunidade de Swedenborg é aquele em que, estando em Gothenburg, observou e descreveu um incêndio em Estocolmo, quase quinhentos quilómetros de distancia, com perfeita exatidão, que foi comprovada pelo filosofo Kant, seu contemporaneo. Swedenborg estava num jantar com dezesseis convidados, o que é um valioso testemunho. Os principais manifestantes pela via mediúnica eram Espíritos de uma tribo de aborígines norte-americana (Peles Vermelhas). Os “SHAKERS”, quando sob sua influência psíquica, falavam a língua deles e dançavam as suas danças. Conan Doyle e F.W. Evans chegaram às seguintes conclusões: “1- A coisa era verdadeira; 2- o mais humilde Espírito pode trazer informações sobre a vida para além da morte, baseada na sua própria existência; 3-os índios (Espíritos manifestantes) não tinham vindo ensinar, mas aprender. Por isso, passaram a catequizá-los, durante cerca de sete anos”. Quatro anos após esses episódios surgiram os fenómenos de Hydesville que prenunciaram a prometida “invasão” de Espíritos na Terra. Já era o ano de 1844, e foi nesse mesmo ano que se acentuaram a faculdade psíquica de Andrews Jackson Davis, jovem sensitivo e que vivia nos arredores de Nova York, nos EUA. Franzino, mentalmente apoucado, André Davis começava, a ter poderes psíquicos em franco desenvolvimento nos últimos anos da sua infância. Ouvia vozes, que lhe davam bons conselhos, quando se encontrava no campo. Quando a sua mãe morreu, teve uma visão da casa em que ela passaria a viver, segundo lhe pareceu. Com o seu dom de clarividência (Que vê com clareza; atilado, esperto; prudente, cauteloso).
O facto marcante da sua vida, porém, ocorreu na tarde de 6 de Março de 1844, quando, em estado de semitranse, foi levado por uma força, que o fez voar da pequena cidade de Poughkeepsie, onde vivia até umas desconhecidas montanhas agrestes. Ai recuperou a consciência e encontrou dois anciãos, com os quais entrou em íntima e elevada comunhão, com eles dialogando medicina e moral. Já na casa dos Fox, que eram metodistas, residiam o casal e duas filhas: Margareth, de 14 anos, e Kane, de onze. Os antigos inquilinos da casa já se queixavam de estranhos ruídos que costumavam ser ouvido ali. Somente no ano seguinte ao da chegada dos novos moradores, esses ruídos começaram a ser notados pela família Fox. A partir de Março de 1848, passaram a aumentar de intensidade, com uma espécie de arranhões nas portas e paredes, ora batidas e noutras ocasiões, barulhos semelhantes aos de móveis a serem arrastados. Frequentemente era tão forte a vibração sonora que as camas tremiam e até se deslocavam no chão, alarmando Kate e Margareth, que perdiam a coragem de dormir no seu quarto e, então, pediam para ficar com os pais.
ALLAN KARDEC 3
O casal Fox investigou o fenómeno de todos os modos possíveis, mas nada descobriu quanto à causa desses ”raps” (batidas) e “noises” (ruídos). Kate, a mais nova das irmãs, teve então uma ideia de desafiar aquela força invisível, convidando-a a repetir o que ela fizesse e obteve surpreendente sucesso. Bateu palmas e, em resposta, ouviu idênticas palmas, ou melhor, tantas batidas quantas haviam sido as palmas. Foram formuladas perguntas em que se formulavam hipóteses a serem confirmadas, se fosse o caso, pelo desconhecido, mediante duas batidas perguntaram para o desconhecido dizer qual a idade dos seus filhos e obtiveram respostas completas, por meio do correspondente número de batidas, produzidas sucessivamente, em relação a cada filho. É um ser humano que responde tão correctamente? Não houve resposta. É um Espírito? Se for dê duas batidas. Imediatamente, fizeram-se ouvir as duas batidas. O relatório dos diálogos na referida noite de 31 de Março, ouvidos na casa de Mr. John Fox, em Canandaigua, Nova Iorque, eram de um vendedor ambulante de nome Charles B. Rosma, que fora assassinado por Mr. Bell, antigo ocupante da casa, e enterrado na adega. A mediunidade das irmãs Fox passou a ser divulgada pela apresentação das mesmas em excursões mediúnicas para o público em várias cidades. A primeira foi feita pelas irmãs Fox, aos 14 de Novembro de 1849, no Corinthian Hall, o maior salão de Rochester. A Igreja, a imprensa e a religião criaram grande celeuma e tentaram derrubar tais comunicações com auxílio da irmã Lai (Leah) casada e conhecida como Mrs. Fish.
Para agredir esta, Kate teria firmado uma declaração, confessando fraude na prática dos fenómenos psíquicos, admitindo apenas a autenticidade das batidas, isto em 1888, ou seja, quarenta anos depois. Um ano após, em entrevista publicada na imprensa de Nova Iorque, em 20 de Novembro de 1889, Kate se retratou, iniciando-se com estas palavras: “Praza a Deus que eu possa desfazer a injustiça que fiz à causa do espiritismo quando, sob influencia psicológica de pessoas inimigas dele, fiz declarações que não se baseiam nos factos”. Mentiu para a imprensa, para a religião e para os inimigos do Espiritismo. Voltando os fenómenos das mesas girantes o professor Rivail no mês de Maio de 1855, tendo ido na companhia de Fortier, à casa da sonâmbula Sra. Roger, lá encontraram o Senhor Patier e a Senhora Plainemaison, que lhe falaram desses mesmos fenómenos, num tom diverso do arrebatado Carlotti, com muita seriedade e ponderação.
Bem impressionado Kardec aceitou o convite para assistir às experiências que se realizavam em casa dos Plainemaison, à Rua Grange-Batelière, 18, a reunião foi marcada para certa terça-feira de maio, às oito horas da noite. As testemunhas os insólitos fenómenos, Denizard Rivail entreviu neles qualquer coisa de sério, que merecia ser estudada. Fez bastantes experiências na presença de pessoas sérias e médiuns, nas quais as duas jovens Baudin actuavam com médiuns. As médiuns mencionadas escreviam as instruções dos Espíritos numa ardósia (rocha rudimentar cinzento-escura ou azulada, levemente metamorfizada, de granulações finérrimas, separáveis em láminas resistentes, cujos planos independem do plano de estratificação original, e com que se cobrem casas, lousa).
Isso depois da constatação de Kardec de que uma força que não a do homem movia aquelas mesas recebeu inúmeras psicografias na época e levou firme a sua decisão de estudar através da ciência da existência do mundo espiritual. Todos nós temos um Espírito protector e com Allan Kardec não seria diferente, Zéfiro um seu Espírito protector, revelou-lhe, numa comunicação pessoal, que o tinha conhecido, numa encarnação anterior, nas antigas Gálias, onde ambos estiveram escarnados no meio dos Druidas. Sugeriu-lhe adotar o nome que então tivera na encarnação passada, Allan Kardec, como reencarnação passada, para assinalar a autoria dos seus trabalhos como Codificador do Espiritismo. Aceite a sugestão, assim a posteridade passou a conhecer e venerar o grande mestre.
Faz-me muita confusão que no inicio do terceiro milénio e perante avanços espectaculares da ciência nas diversas vertentes da pesquisa cientifica, ainda haja quem nos queira convencer que os trovoadas são a voz dos deuses, o arco-iris uma mensagem divina de boa-vontade para com os homens e as variadissimas e, por vezes, espantosas manifestações do psiquismo humano ou da força poderosa da mente, «coisas do outro mundo».
Os supostos poderes de videntes e «mediuns» revelam toda a sua falácia quando são confrontados com casos da vida real. Convocados a resolver o mistério de um crime da vida real falham em toda a linha, como se viu no recente caso da menina inglesa Madie, desaparecida na praia da Luz. Também não consta que acertem «semana sim semana sim» no euromilhões ou na aproximação de uma crise económica devastadora como a que vivemos.
Carl Sagan fez uma investigação quase exaustiva, nos EUA, dos fenómenos como aqueles que são referidos pelo Intometido e a conclusão da sua equipa é demolidora: vai do perfeito embuste aos fenómenos explicáveis pela ciência que já temos. Não excluiu dessa pesquisa as famigeradas aparições de extraterrestres ou «efeitos» por eles produzidos. Também aqui, de novo se vai desde a fraude aos fenómenos com explicação natural. Refira-se, e ele di-lo claramente, que Carl Sagan considera muito provável que a vida inteligente tenha aontecido noutros pontos deste infinito universo.
Ele não tem qualquer má-vontade contra o mistério, mas o mistério terá mesmo que o ser. E não falta mistério num universo que ainda mal começamos a desbravar. Os nossos radio-telescópios penetram nas profundezas abissais do cosmos e no acelerador de particulas procuramos o constituinte primeiro da matéria. Entretanto, para desvendar o mistério que envolve a vida de cada um de nós, desde um remotissimo passado, começamos a fazer a leitura do nosso ADN.
Quanto a milagres, fiquemos esclarecidos: vou acreditar em milagres no dia em que vir um homem ir a Fátima com uma perna só e vier de lá com duas novinhas em folha. Não vale uma prótese.
Acredito, isso sim, porque os vejo todos os dias, nos milagres do amor e do génio humano. Estes me bastam e são indesmentíveis.
Faz-me muita confusão que no inicio do terceiro milénio e perante avanços espectaculares da ciência nas diversas vertentes da pesquisa cientifica, ainda haja quem nos queira convencer que os trovoadas são a voz dos deuses, o arco-iris uma mensagem divina de boa-vontade para com os homens e as variadissimas e, por vezes, espantosas manifestações do psiquismo humano ou da força poderosa da mente, «coisas do outro mundo».
Os supostos poderes de videntes e «mediuns» revelam toda a sua falácia quando são confrontados com casos da vida real. Convocados a resolver o mistério de um crime da vida real falham em toda a linha, como se viu no recente caso da menina inglesa Madie, desaparecida na praia da Luz. Também não consta que acertem «semana sim semana sim» no euromilhões ou na aproximação de uma crise económica devastadora como a que vivemos.
Carl Sagan fez uma investigação quase exaustiva, nos EUA, dos fenómenos como aqueles que são referidos pelo Intometido e a conclusão da sua equipa é demolidora: vai do perfeito embuste aos fenómenos explicáveis pela ciência que já temos. Não excluiu dessa pesquisa as famigeradas aparições de extraterrestres ou «efeitos» por eles produzidos. Também aqui, de novo se vai desde a fraude aos fenómenos com explicação natural. Refira-se, e ele di-lo claramente, que Carl Sagan considera muito provável que a vida inteligente tenha aontecido noutros pontos deste infinito universo.
Ele não tem qualquer má-vontade contra o mistério, mas o mistério terá mesmo que o ser. E não falta mistério num universo que ainda mal começamos a desbravar. Os nossos radio-telescópios penetram nas profundezas abissais do cosmos e no acelerador de particulas procuramos o constituinte primeiro da matéria. Entretanto, para desvendar o mistério que envolve a vida de cada um de nós, desde um remotissimo passado, começamos a fazer a leitura do nosso ADN.
Quanto a milagres, fiquemos esclarecidos: vou acreditar em milagres no dia em que vir um homem ir a Fátima com uma perna só e vier de lá com duas novinhas em folha. Não vale uma prótese.
Acredito, isso sim, porque os vejo todos os dias, nos milagres do amor e do génio humano. Estes me bastam e são indesmentíveis.
Em complemento ao meu comentário anterior, queria deixar bem claro que está longe de mim a ideia de considerar embuste as mais variadas manifestações de uma actividade mental "fora do normal" e que, genericamemnte, se designam por «alucinações». Nesta categoria entram os fenómenos de visões e audição de vozes, aliás, bastante frequentes e sinal de patologias cerebrais diversas. A hiper sensibilidade de certos individuos, que permite captar os diversos tipos de ondas que enchem o espaço, aparentemente "vazio", que nos rodeia, é outra fonte de fenómenos que a mentaliadde obscurantista aproveita para invocar a intromissão do «Além» nas leis universais da física. Quanto à causa desta hiper sensibilidade emergente em individuos da espécie humana terá de ser procurada na estrutura do próprio cérebro e até do ADN do individuo "sensível" e não numa qualquer possessão diabólica ou de uma «alma penada».
A titulo de exemplo do que venho escrevendo, no passado mês de Outubro, faleceu no hospital de Barcelos um cunhado meu, vitimado por cancro pulmonar. Nos últimos dias de vida e na presença de familiares, entre os quais uma irmã minha e seu marido, o doente apontou para um espaço vazio do quarto e perguntou o que é que fulano (disse o nome) estava ali a fazer. Responderam-lhe que não estava lá ninguém e ele retorquiu, com o seu vernáculo habitual: -«não está, o c...que eu bem o estou a ver».
De facto, "via", mas só ele com o seu cérebro descontrolado.
Ora, estes fenómenos não têm nada a ver com os embustes daqueles que querem ganhar "algum" à custa dos crédulos ou da simples ignorancia das pessoas.
Pior ainda e intelectualmente desonesto é quando se arrastam, para defesa de teses falaciosas ou para meros espectaculos públicos exibicionistas, pessoas portadoras de patologias e de hiper sensibilidade que lhes transforma a vida num sofrimento permanente.
Mas sempre ouvi dizer que para esses tolos, ou coisa parecida, existem a casas para doidos. Acho até que tem nessas casas gente, mais perfeita que esses bruxos (as) com visões e poderes sobrenaturais, capazes de acertarem no euromilhões todas as semanas.
Deixem-se de maluqueiras que já são grandes. Às vezes até de grandes precisavam de uma chibatadas por trás dessas orelhas, para não inventarem histórias da carochinha.
O Espiritismo é Cristão?
(O texto abaixo tal qual me foi enviado por um amigo.)
Abracei a Doutrina Espírita como religião, contudo, na minha família há profitentes dos mais diversos credos, como estamos sempre juntos, de vez em quando surge o assunto religião nas nossas conversas; alguns dizem que este é um assunto que não se discute, eu penso diferente, todos os assuntos podem e devem ser discutidos desde que primemos pelo respeito das opiniões que sejam contrárias à nossa.
Onde há respeito, existe conversas produtivas e que certamente acrescentam outras formas de ver a vida, proporcionando-nos ver um pouco mais adiante; com diálogos assim não existe perdedores, todos ganham, todos agregam; por isso, sem a pretensão de ser o dono da verdade, mas com o objectivo de esclarecer outras pessoas quanto ao carácter do Espiritismo, deixo o amigo leitor com um dos nossos diálogos.
- Vocês espíritas não acreditam em Jesus Cristo, mas sim, em Allan Kardec.
- Acreditar em Allan Kardec não implica não acreditar em Jesus Cristo.
- Como não? Não se serve a dois senhores ao mesmo tempo.
- Não servimos dois senhores, no “O Livro dos Espíritos” na sua terceira parte, Capítulo I – “Das Leis Morais”, questão 625, Allan Kardec pergunta aos mentores que o assistem:
P. Qual o ser humano mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
R. “Jesus Cristo”.
- Certo, consideram-se cristãos, todavia, conversam com os mortos, algo inconcebível para cristãos.
- O ser humano dialoga com os chamados “mortos” desde que o mundo é mundo, Jesus Cristo também conversava com eles, ao que chamas de mortos, nada mais são do que os homens que aqui viveram e não se revestem mais com esse invólucro carnal, é natural que façam contacto connosco.
- Prova que Jesus conversava com eles.
- Citarei uma entre várias; (Mateus 8:24 – 16) – após a cura da sogra de Pedro trouxeram a Jesus muitos “endemoninhados” e o mestre com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos que estavam enfermos. Nota, expulsou os espíritos com a sua palavra, ou seja, Jesus conversava com eles e exercia uma autoridade irresistível frente aos chamados demónios, que nada mais são do que os pobres espíritos necessitados de esclarecimento.
- Então o Espiritismo é cristão?
- Sim, o Espiritismo é cristão e situa Jesus Cristo como o maior professor que já posou no nosso planeta, adopta as máximas do Cristo porque nelas estão contidas as mais puras Leis Morais; uma das obras mais populares do chamado Pentateuco Espírita é o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, portanto meu amigo, não estranhes se ouvires um Espírita referir-se carinhosamente a Jesus Cristo como o sublime professor e Kardec um de seus mais aplicados alunos.
j.rebelo//
Universo UNO
É pena que o autor do texto ou mesmo quem o faz chegar ao nosso blog não entre em diálogo franco comigo para que, no confronto de ideias de que até fala, se faça alguma luz.
Como já devem ter reparado, eu sou um acérrimo defensor do universo que é o nosso e, logicamente, não me parece que exista mais nenhum para além dele porque, caso existisse, não poderíamos estar a falar em u n i v e r s o.
Partindo do principio de que existe um verdadeiro u n i v e r s o chego à ideia do ser humano como uma unidade intrínseca e essencial e não como uma dualidade onde um «espírito» coexiste justaposto a um corpo. Para mim, não coexistem dois princípios no ser humano como não coexistem dois universos paralelos com princípios diferentes. Um deles nunca seria universal. Faço coincidir o conceito indivisível do SER com a SUBSTANCIA concebida.
Contrariando radicalmente Descartes, considero a fusão total entre a «res cogitans» (o espírito, a alma ou a mente) com a «res extensa» (o corpo), como as duas faces de uma só REALIDADE.
Já estou a imaginar o Augusto Castro a sorrir, triunfante, e a murmurar que finalmente o Mário "caiu na dele" -a teoria do UNO. E até seria isso mesmo, não fora a mais espantosa e misteriosa de todas as emergências: a consciência de mim próprio, da tua presença e do nosso confronto com a própria Realidade. Muito simplesmente, para além de «sermos» a Realidade, também somos a sua consciência.
E aqui chegado, vejo-me na necessidade de repensar tudo outra vez.
Ao crente valerá a fé na terceira «substância» de Descartes, a «Res Divina». Ao não crente continuará a entusiasmar o trabalho árduo e persistente da ciência, que avança corajosamente em profundidade e extensão.
E diga-se em abono da verdade que avança com uma dose grande de humildade, só comparável à imensidão do universo que se vai desvelando diante da nossa inteligência maravilhada.
Do universo sabemos tão pouco:
“Para atravessar a via Láctea, com as suas 250 biliões de estrelas, precisaríamos de cerca de 30 mil anos luz!”
O Espiritismo resume-se numa tríade:
Ciência, Filosofia e Religião.
Os, espíritas creem na evolução da alma,
Em mundos melhores, na vida eterna.
A morte, para os espiritas, é uma viagem e dessa viagem , podem voltar ou não, dependendo do que foram e do que fizeram.
Dizem eles, que sentido teria, se tivéssemos uma só vida?
Deus dá oportunidade a todos, sem distinção, para que possamos chegar até Ele um dia.
Isso é muito difícil pois somos imperfeitos demais para termos o privilégio de estarmos diante do Pai.
Por isso há necessidade de várias reencarnações, para que evoluamos, não só neste planeta, mas em outros, inferiores e superiores.
A Terra é uma escola que nos ensina a crescer, no meio dos nossos sofrimentos, dores e provações.
Porque existe tanta desigualdade? Porque são uns pobres, outros ricos? Porque uns têm tantos problemas, outros estão isentos deles. Deus é Pai, você faria diferença entre os seus filhos? Daria uma vida melhor para um que para outro? Ou daria oportunidade para o seu filho crescer, aprender, tiraria-o do mau caminho, para que ele seguisse o caminho do bem?
Assim é a Mãe Terra, que nos mostra como devemos agir para sermos felizes um dia, pois aqui ninguém o é. Mas nós temos o livre arbítrio a fim de escolhermos a estrada que quisermos para em prova das nossas acções, e após uma certa idade, poder escolher e fazer da nossa vida o que quisermos. Se errarmos, temos o direito de voltarmos para reaprendermos numa outra existência, porque Deus dá chances para que nos possamos corrigir. Se fizermos tudo como prometemos ainda na vida espiritual, antes do nascer, não precisamos voltar mais, iremos viver em planetas superiores onde não há desigualdade.
Muita gente diz, Deus castiga. Estão enganados, o Pai não castiga ninguém, apenas ensina e mostra-nos o caminho da Verdade, segue-O quem quiser.
Deus não quer que sofremos, Ele só quer a nossa felicidade, mas precisamos de fazer tudo conforme nos foi dada por missão, para progredirmos e fazer da vida uma alegria constante!
Pois , pois meu caro, vê como andas por cá, porque do outro lado vais ter um cardaço ao pescoço, para arregalares os olhos e veres o que não viste nesta andadura por aqui...
Para o Intrometido
O que mais me choca nas crenças espiritas é a completa desvalorização do universo "material". A ideia que é passada é a de um imenso campo de concentração ou de provação, para onde são atirados os espiritos -sabe-se lá porquê e sabe-se lá de onde procedem - a fim de realizarem uma viagem embrulhados numa estrutura material, o corpo, que está a li só para atormentar o desgraçado espirito e sabotar, se possivel, a sua penosa caminhada.
Nada disto faz sentido e muito menos sentido faz a referencia ao PAI, pelo conceito que temos de «pai».
Esse PAI gerou-nos ou criou-nos só a nós, os espiritos, ou gerou também e em primeiro lugar este universo material horroroso que haveria de servir para o nosso estágio-viagem?
Foi o universo criado para ser prisão dos espiritos? Porquê?
O existencialismo ateu proclama o absurdo da vida e do seu universo. Os espiritas, sem o confessar, proclamam o absurdo da maior maravilha com que o ser humano se deparou quando se abriram os olhos da sua mente consciente. E ainda tão pouco conhecemos do seu espelndor, como bem diz o Intrometido logo a abrir o seu comentário!
Veja lá se não é assim, Intrometido.
Caríssimo Mário Neiva
“Você não é um ser humano que está a passar por uma experiência espiritual”.
“Você é um ser espiritual que está a viver uma experiência humana.”
Wayne W. Dyer
A verdade, Intrometido, é que eu sou aquilo que realmente sou, independentemente daquilo que eu possa pensar que sou. Porque , pensar por pensar, até podia pensar que sou o rei das Arábias, mas a verdade-verdadinha é que sou apenas o côdeas do Mario Neiva...
Falando sério e de forma fundamentada vou responder ao teu repto de me considerares um espirito lançado na aventura humana e não como uma aventura humana a desabrochar na espiritualização. Eu sei que parece tão absurdo este segundo pensamento como ver uma semente minuscula transformar-se numa ãrvore frondosa, onde até os passarinhos podem fazer os seus ninhos. Mas os factos aí estão, revelando que uma quase ricula semente escondia potencialidades insuspeitas. Agora sabemos como isso acontece e o muito que ainda falta por descobrir.
E também este Mário que te interpela era, no "principio", uma quase invisivel sementinha. E não me digas, Intometido, que os meus progenitores não tiveram nada a ver com o sucedido...Felizmente para mim, ninguém pode dizer que sou filho de pai incógnito. Sou filho no corpo tanto quanto o sou no espirito. Sendo certo que cresci imenso desde que germinei no ventre de minha mãe. E aqui cheguei, para falar contigo, graças à fabulosa tecnologia bem "física" que o espirito humano inventou e não pelo virtuosismo de um espirito "livre" que para se comunicar dispensaria o tempo, o espaço e o simples esforço das minhas mãos.
Retirado de um outro comentário meu em Lage Negra, e ainda sobre o tema «corpo-alma», introduzido aqui pelo Intrometido.
Por acaso até se sabe de onde vem, porque lhe estou a responder no blog que referi no fim do comentário (aaacarmelitas). Mas, realmente, não sei quem é ( O Intrometido). Penso que talvez seja um antigo condiscípulo.
E por falar nisso, quando apareceste como Limabar, lembrei-me de um desses condiscípulos dos meus primeiros anos do seminário, na Falperra, em Braga, porque um colega e amigo se chamava António de Lima Barbosa, de Geraz do Lima, e ainda pensei que pudesses ser Limabar, de Lima Barbosa. De certeza que foi só eu a sonhar.
No teu breve comentário pareceu-me ver um reparo à falta de «enquadramento» do meu post. Digamos que é um post "intrometido". E tens razão. A verdade é que eu não perco uma oportunidade para defender a ideia do homem uno e integral e rejeitar com frontalidade o dualismo dos "espiritualistas". A afirmação da unidade do homem será recorrente em tudo o que escrever sobre o tema, não por mania e simples convicção, mas porque é nesse sentido que vão as descobertas mais recentes das ciências neurológica e genética. Por uma coincidência que considero feliz para mim, a formação teológica da minha juventude e a fé que a consubstancia na doutrina da ressurreição dos mortos, contribuíram, decisivamente, para a aceitação das teses propostas pelos especialistas da neurociência e da genética. Falo em «teses propostas» e não em verdades definitivas, porque os homens da ciência, numa manifestação de honestidade intelectual que me comove, não se cansam de dizer que têm ainda muito mistério para desvendar. Chegam mesmo a propor que, desvendar o mistério da formação da nossa consciência humana, será a descoberta do «santo graal».
Por outras palavras e seguindo noutra direcção, os físicos teóricos pensam que chegar à formulação de uma «teoria de tudo» para o universo significaria «ler a mente de Deus». O génio de Einstein ficou a olhar para esta teoria global, vendo-a tão distante como a última das galáxias.
E agora digo eu: quem sabe não se trate tanto de descobrir uma realidade misteriosa, inexistente, mas de a construir? De facto, se pensarmos bem, só desta forma o futuro está garantido e faz sentido o dia de ontem e o de hoje. Era como dizer que o mundo não está a expandir-se mas a «criar-se».
Cá por mim, não quero que o Mário de amanhã seja o Mário de hoje. Queria tanto garantir um pouco da eternidade que hoje não sou!
E não é precisamente isso que os crentes esperam do «céu»? Não é isso que os crentes na reencarnação esperam das aventuras e desventuras dos sucessivos «ciclos de vidas»?
Eu sou bem comedido nas minhas ambições e só desejo em cada dia «criar-me um pouco mais».
Dir-me-ão: mas isso é "navegar à vista"!
Nem mais. "Navegar à vista até onde a inteligência alcança. E eu tenho alternativa?
Tenho, sim, a alternativa da fé, mas não preciso de ir por aí, simplesmente porque não estou desesperado da nossa humanidade...
Estranho, não é? Agora os crentes é que são uns desesperados da vida! Só faltava mais esta!
Porém, parando para pensar, quem é que projecta toda a esperança de realização plena -felicidade - num «outro mundo» que não este?
É o crente, é o crente.
Discussões à parte, seja lá quem for que esteja mais certo, nesse conhecimento que não chega a sê-lo, o que interessa mesmo é criar-nos e crescer como gente. Todos estamos de acordo na necessidade de alimentar tanto o corpo como o espírito, quer se pense que eles sejam ou mais unha e carne ou mais água e azeite.
Com o tempo, a verdade há-de vir ao de cima.
Andei por aqui uns dias impedido de comentar, seguramente por força dos Marcianos. Simplesmente desapareceu durante dias o link do comentário.
Sempre acho interessante o desvio de atenções, de alguns, da essência do que poderia ser este espaço em perspectiva do universo (Mário) ou da boa nova (eu próprio - j dias). E, no entanto, descaradamente e com toda a desfaçatez, lá nos impingiram os marcianos. Aqui, proclamo uma vez mais, a incapacidade dos ditos marcianos mostrarem a cara e de sempre, intrusamente, se sugerirem como os salvadores "científicos" de uma humanidade perdida, não obstante ser "índigo", senão mesmo, e até por isso, indigente. Ganhem definitivamente cara e palava em espaço adequado. Mas confundir este blog da aaacarmelitas com desideratos menos claros, e nunca confessos, não vos dá que pensar, seus marcianos?
Só por "nojo" (entenda-se, vontade infinita de todos se expressarem) nunca comentei a publicação neste espaço de uns hipotéticos links de marcianos, mais acima. Tenham dó e sentido de oportunidade.Aprendam a a mergulhar nos comentários dos outros. Se este espaço, se este blog é para isso, vou dar a volta ao bilhar grande e já venho. Não sei de onde veio esta ideia "luminosa", mas que dá que pensar, lá isso dá. Se por acaso, esta postagem teve alguma coisa a ver com a direcção da aaacarmelitas, apraz-me concluir que a direcção se perdeu totalmente e deve agir em conformidade seguindo, obviamente, o seu caminho. Perdeu em definitivo o vículo à Ordem do Carmo para nos tentar sugerir a ligação a Marte. Que perdesse o vínculo à Ordem do Carmo e até ao nosso universo, até sofreria, mas foram muito mais além. Está na hora de se saber para que serve o quê! Aqui, blog, deixou de haver a noção da proporcionalidade por parte dos proponentes dos links marcianos. Desafio-os a assumirem-se nas consequências da provocação! Se isto não passa pela direcção ainda pior! Estamos entregues aos bichos!
Bom, mas se isto for uma questão de bicharada, a "léria" (a palavra) vai ganhar outro colorido porque guerra é guerra, isto é, vai deixar de haver limites na palavra e seus conteúdos. Vai ser mesmo feio... ou lindo e porque não!?
Estamos «entregues aos bichos», Jorge, por se manifestar neste blog a pluralidade de ideias? De certeza que não foi isso que quiseste dizer. Volta de novo com o assunto para esclarecer esse ponto.
Eu estou em desacordo com os espíritas mas aceito o desafio das suas propostas. No fundo, eles falam do mesmo homem que eu, aliás não existe outro, e devem andar às aranhas para compreender o que se passa, tanto quanto eu. Não há dúvida que são muito afirmativos, mas os crentes das diversas religiões também manifestam uma total adesão à sua crença. Não tenho dúvidas, também, que os espíritas tocaram o abismo da morte e avançaram uma ponte, a reencarnação, para o superarem. Os espíritas anseiam por «mais vida», tal como eu e como tu, cada um à sua maneira. Penso que o seu caminho não é válido e eles pensam outro tanto acerca da minha via. Já o disse e repito que a proposta de uma teoria da reencarnação é muito mais lógica que a fé na ressurreição e muito mais fácil de «engolir». E a a prova está no facto de praticamente todos os crentes e de todas as religiões terem aderido à ideia de um espírito que incarna no nascimento e desincarna na morte do corpo, uma morte que nunca o chega a ser para o espírito ou a alma. Até os cristãos, que têm uma teologia da morte e ressurreição do «homem todo», mandaram às ortigas a sua fé e sufragam as alminhas dos seus defuntos, que imaginam a estagiar num qualquer lugar à espera do Juízo Final. E não vejo um único bispo (pastor por excelência) preocupado com tamanha infidelidade. Até há bem pouco tempo, o preservativo é que era digno de atenção!
Não vale a pena escamotear a questão! O espiritismo desafia frontalmente o dogma cristão da ressurreição. Mas os cristãos parecem acreditar mais no «homem dos espíritas» que no «homem de S.Paulo».
Os senhores pastores bispos que descalcem a bota com que aconchegaram os pés descalços dos seus fiéis, promovendo práticas religiosas contrárias à fè, como é o caso flagrante do culto das alminhas. O problema é que o sufrágio das almas começou a dar dinheiro que vinha mesmo a calhar. Missas e indulgências pagas como uma mercadoria.
Apetece dizer que o pastor meteu o lobo no redil.
É notável como a humanidade sente a necessidade de acreditar em alguma coisa. Há os que têm as suas crenças definidas, alimentam-se delas e procuram ali um sentido para as suas vidas. Há, no entanto, quem, como a borboleta, ande adejando de flor em flor, à procura do que acreditar, e nessa busca multiforme de crenças, acabem não elegendo nenhuma fonte que valha a pena.
Desde a Antiguidade o ser humano dedica-se à necromancia (consulta aos mortos), à sideromancia (consulta às estrelas) e tantas outras formas que evidenciam o vazio, a necessidade do crer, o desejo de se agarrar a alguma coisa. A visão da “sorte” através das palmas das mãos também é uma forma antiga de consulta, assim como os tarôs (cartomancia). Os harúspices da Roma antiga colhiam oráculos a partir da visão das vísceras dos animais (hepatomancia), e por aí fora...
Durante muitos séculos o povo do Ocidente voltou os seus olhos para as previsões de Nostradamus († 1566) que com suas narrações, a maioria delas vagas, tem assustado a humanidade, com datas do fim do mundo, do ressurgimento do anti-Cristo, etc. Eu não acredito em previsões. Acho que as de Nostradamus, por exemplo, são como as meias de tamanho único: cabe em qualquer pé. Quando ele fala na quinta luz da montanha azul do homem de branco, pode ser muita coisa, desde a descida do Real Madrid de divisão ou até a vitória no campeonato do Vitória de Guimarães. Os seus textos prestam-se muito a acomodações.
Durante o campeonato do Mundo na África do Sul, surgiu na cidade alemã de Oberhaus um polvo, a quem deram o nome de Paul, que vivia no aquário de um restaurante e que fazia “previsões”, escolhendo entre duas caixas de acrílico, cheias de alimento, com as bandeiras dos países digladiantes. Acertou todas as semifinais, menos a que decidiu o terceiro lugar. Teria o polvo Paul poderes de adivinhar? Não creio!É curioso observar que ele escolheu sempre a caixa da direita. Eu sou muito céptico quanto a visões, previsões e adivinhações, ainda mais provindo de um polvo que, coitado, a esta altura já deve ter sido cozinhado.
Sempre que me dizem que alguém viu o futuro ou previu certos factos, eu pergunto: quantas vezes ele/ela ganhou sozinho o euromilhões? Se a resposta for “nenhuma”, eu lasco a clássica frase do “zé povinho”: “É um vigarista, charlatão, devia estar na cadeia!”.
Já imaginaram como seria trágico a pessoa conhecer o seu futuro? Você vai morrer daqui a três anos, de gripe suína, sem medicação que resolva. Já pensaram que drama? A pessoa talvez até se matasse antes. É melhor ir vivendo assim, confiando que Deus vai fazer o melhor por nós, trabalhando e frutificando amores e amizades. Deste modo construímos o nosso futuro...
D/C.
Para quase tudo o que disseste, Domingos Coelho, vai o meu aplauso. E que bom teres regressado às lides.
Tocar o mistério da vida e aceitá-lo é uma atitude eminentemente humana. O aproveitamento desse mistério mais que evidente, para fazer charlatanice, é um subproduto da incultura ou o produto de uma atitude mentirosa. E quando dá dinheiro, então torna-se numa irresistivel tentação.
Meus caros e meu caro Mário, não tenho nada a esclarecer, pelo contrário, quando muito afirmar mais uns desafios! Quando se chega à cave já não há mais para baixar! Ou como diz o o povo "quem muito se lhe baixa... se lhe vê". Eu interrogar-me-ia, simplesmente, se chegou a hora da bicharada...? Está tudo dito. Sem rei nem roque, " à la gardère"... Marcianos à força. Tarelo nessas cabecinhas, tino.... atinamento?
Criem um espaço para isso... porque misturar e degradar um espaço tão lindo! A gente percebe a razão da molhada!
Repetiria que para ter sucesso é preciso:
1. Estudar.
2. Estudar.
3. Estudar.
4. Trabalhar.
5. Trabalhar.
6. Trabalhar.
7. Assim sucessivamente.
Amigo desta praça fez-me chegar reflexão sob a forma de diálogo espiritual, em solene abertura do Senado do Kansas (USA), em algum tempo por aí. Assim dialogava o Revº Joe Wright:
"Senhor, viemos diante de ti neste dia para te pedir perdão e pedir a tua direção. Sabemos que a tua palavra disse maldição àqueles que chamam "bem" ao que está "mal", e é exactamente o que temos feito.
Temos pedido equilíbrio espiritual e temos mudado os nossos valores.
Temos explorado o pobre e temos chamado a isso "sorte".
Temos recompensado a preguiça e chamo-la de "ajuda social".
Temos matado os nossos filhos que ainda não nasceram e temos chamado "a livre escolha".
Temos abatido os nossos condenados e chamámo-lo de "justiça".
Temos sido negligentes ao disciplinar os nossos filhos e chamámo-lo "desenvolver a auto-estima".
Temos abusado do poder e temos chamado a isso "Política".
Temos cobiçado o bem do nosso vizinho e a isso temo-lo chamado de "ter ambição".
Temos contaminado as ondas da rádio e televisão (e internet) com muita porcaria e pornografia e temo-lo chamado de "liberdade de expressão".
Temos ridicularizado os valores estabelecidos desde há muito tempo pelos nossos ancestrais e a isto chamamos de "obsoleto e passado".
Oh Deus, olha o profundo dos nossos corações. Purifica-nos, livra-nos dos nosso pecados. Amen"
Senhor Jorge Dias
e...
Aprender (1)
Aprender é ser capaz de reproduzir o que já foi feito com sucesso e evoluir é ser capaz de superar o aprendido, mas sempre como um objectivo a atingir e não apenas como um fim em si mesmo.
Cada teoria que desenvolvemos para explicar o mundo representa um acréscimo ao conjunto dos conhecimentos humanos e funciona como extensão do nosso cérebro.
Mexendo nos códigos genéticos da espécie humana, alteramos a evolução biológica. Desenvolvendo máquinas, aparelhos e outros artefactos, expandimos o nosso poder de actuação em todos os campos de actividades possíveis; realizando abstracções, que são relações cada vez mais enredadas e ligadas a infinitos elementos de informação, estamos também a expandir-mo-nos.
Novos níveis de consciência vão surgir a partir da evolução dos conceitos, dos valores, e das descobertas que fazemos. Através dessas extensões podemos actuar para além dos limites do nosso próprio cérebro, ao realizar ligações e estabelecer relações que de outro modo jamais sonharíamos fazer.
A evolução do pensamento processa-se da mesma forma que a evolução da tecnologia. Qualquer pessoa pode, através da prática organizada de um programa de educação física, ampliar consideravelmente os seus poderes musculares. Mas essa ampliação nunca será mais que uma conquista individual,enquanto a receita do seu sucesso não for posta à disposição de mais alguém.
Como tornar essa ampliação em extensão é o grande desafio da educação. Se pensarmos bem, tudo que procuramos nos nossos programas educativos é a aquisição dessa extensividade, que um dia foi produzida por alguém como ampliação dos seus poderes particulares, e depois apropriada pela colectividade como cultura.
No nosso sistema de aprender, tudo o que fazemos são tentativas de reproduzir um modelo que já foi testado e que comprovou a sua funcionalidade. E isso não é difícil, dado que os nossos gabaritos biológicos são idênticos. O problema acontece na hora da transferência, pois ela nunca ocorre de modo explícito. É impossível a um aluno operar no mesmo contexto do professor, já que o seu modelo de mundo não integra as mesmas relações. Para que isso ocorresse, seria preciso que ele operasse com as mesmas condições sensoriais do professor para poder perceber o mundo da forma que ele o faz.
As nossas habilidades não são coisas que podemos explicar conscientemente. Quem é craque no jogo de ténis, por exemplo, ou o que é muito hábil na leitura ou na escrita, ou um exímio orador, pode ter muita dificuldade para ensinar os outros como conseguir desenvolver essas habilidades tão bem. Nesse sentido, câmeras de vídeo ou de cinema, podem ser melhores professores da arte de um Cristiano Ronaldo, de um Michael Jordan, de um Livramento, do que eles mesmos. Assim, a arte de modelar comportamentos eficazes assemelha-se à habilidade de um cartógrafo, capaz de reproduzir com fidelidade os caminhos de uma região desconhecida.
Continua...
Continuação...
Aprender ( 2 )
A rápida evolução do ser humano deve-se à sua incrível capacidade de adaptação às mudanças ambientais. Essa capacidade é fruto da flexibilidade com que estabelecemos relações, a nível material e mental no mundo à nossa volta.
É realmente um fenomeno extraordinário o facto de que, de cada vez que nos relacionamos, mudamos o elemento com o qual estabelecemos a relação e mudamo-nos como resultado dessa relação. E sempre que expandimos a nossa consciência, modificamos a nossa visão do mundo, realizando em nós um fenomeno semelhante ao que ocorre nos insectos: reorganizamos as nossas estruturas biológicas num nível mais elevado, dando um sentido à evolução da nossa espécie.
A expansão do nosso poder físico, entretanto, diferente dos animais, é uma coisa que ocorre para além dos limites do nosso corpo. Enquanto que nas demais espécies essa expansão ocorre por aumento da capacidade física, como consequência da reorganização genética que neles ocorre pela necessidade de adaptação, na espécie humana, esse poder expande-se para fora do organismo. No campo da visão, a nossa capacidade sensorial é expandida pelo uso de telescópios, lentes, raios x, lazers, etc., da mesma forma que a capacidade auditiva é aumentada através de amplificadores de som, caixas acústicas e a nossa memória, através de livros, filmes, CDs, computadores, revistas e outros artefactos de armazenamento de informação.
Da mesma forma, uma multiplicidade de instrumentos e aparelhos, tais como motores, láminas, chaves, engrenagens e máquinas de todos os tipos aumentam a força das nossas mãos, a velocidade das nossas pernas e o poder dos nossos músculos. Todas essas fábricas actuam como extensões do nosso corpo, incrementando extraordinariamente o nosso poder de execução, a capacidade de comunicação, a velocidade de locomoção, a habilidade de sedução através dos produtos de beleza e das “griffes” da moda; e a cada expansão desse poder, a cada descoberta de um novo produto, a cada nova invenção, capaz de levar a presença humana a territórios ainda inexplorados do universo real, ocorre, concomitante, uma expansão da consciência e um acréscimo de poder da nossa capacidade física.
Fisicamente, porém, sabemos que as nossas capacidades não podem ser expandidas além de certo limite. Ainda que não saibamos qual é esse limite, é lícito supor que há barreiras de impossibilidades que ao organismo humano talvez seja impossível superar. Em sã consciência não podemos sonhar que um dia as nossas pernas serão mais velozes do que as de um leopardo, que os nossos ouvidos serão mais eficientes que os de um cão, que
os nossos olhos terão mais alcance do que os de uma águia e as nossas mandíbulas terão mais força que as de um crocodilo. Até porque não precisamos disso.
Entretanto, leopardos, cães, águias e crocodilos não são capazes de expandir os seus poderes para além de si mesmos, por isso continuarão a ser o que são por muito mais tempo, enquanto os seres humanos irão superando as barreiras das suas conformações biológicas a uma velocidade tal, que nos leva a formular uma inquietante pergunta: o que seremos daqui a cem ou duzentos anos?
Caro Jorge, deixa os homens divagarem, porque ainda existe muita gente que acredita no pai Natal.
Quanto aos Marcianos, devem ser esses que vieram gamar as nossas últimas reservas, deixando-nos de tanga, para sumirmos agora para Marte,à procura de milagres, rsrsrsrs...
É verdadeiramente sumarenta esta última página (coninuação inclusa)que o Intrometido nos trouxe. Tenho que ler e reler e agradecer, porque há ali muito para ruminar. E não me importo nada que me chamem ruminante, que eu para seguir na esteira da verdade até nem me importo de fazer de burro. Camelo já sou há muito...
Estou a gostar do nosso blog, com marcianos e tudo, mas devo confessar que aqueles videos estavam ali a embraraçar.
Vou ser o último a «condenar» quem acredita em naves espaciais, porque houve um tempo em que também eu andei de nariz no ar, perscrutando as noites estreladas dos arredores de Viseu.
Depois, mais tarde, resolvi tirar tudo a limpo e praticamente não ficou pedra sobre pedra. Como diz o El Cantante, os extraterrestres, para mim, viraram Pai Natal. O que não quer dizer que um dia não nos entre um pela casa dentro. Carl Sagan bem queria ter encontrado algum mas finou-se de mãos vazias. Se existem, algures, numa qualquer galáxia, ainda vêm a caminho e a gente ainda não os topou.
Também há quem tenha escrito livros a afirmar, com todas as letrinhas do abecedário, que «nossa senhora de Fátima» é um querido extraterrestre.
Mas a Lúcia perguntou-lhe e a «aparição», ao fim de um bom par de meses e quando todos estavam à espera que ela dissesse que era a mãe de Jesus Cristo, frustrou as expectativas das crianças e das gentes, ao afirmar que era a «Senhora do Rosário». Entendeu-se que era a mesma coisa que dizer «Virgem de Nazaré» e assim ficou até hoje.
Ó afoito El Cantante, também dizes que a Senhora de Fátima é o Pai Natal? Se pensares, não digas, que te excomungo.
Isso não,respeito, os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus, mas que é uma negociata de enorme envergadura, não tenho dúvidas!...
Na verdade, respeito e doi-me a alma, ver aquela gentinha a martirizar o corpo com promessas, certamente dolorosas, ou serão anestesiados, para suprir a dor?
Que Deus bravo , se por acaso exigisse dos seus filhos, medonhos sacrifícios, se já basta, a tantos, aturar o Soques e a pandilha dos seus acólitos que gravitam em seu redor.
Disse e muito bem, o velhote bochechas que tem gente a mais, ( para se gamar tanto ).
Já aqui foi dito que outrora , sem luz apareciam bruxas, bruxos, feitiçeias (os), marcianos,puritanos, santos, extraterrestes e até caía trampa dá do céu, quando S. Pedro abria os bueiros e até pedaços de céu velho, como aqui à dias aconteceu com o avião de Angola.
Meus caros, os tempos são outros. Apresentem-me um marciano, ou qualquer outro extraterrestre,ou qualquer coisa do género, para eu pagar um copo. Nessa altura vou também acreditar nessa lenga-lenga toda, mas até lá, deixem-se de acreditar nessas piratarias de livros que inventam histórias, para vender e quem sabe aterrorizar os mais sensíveis, com coisas e mistérios do além.
Quanto aos marcianos que temos no poder, para onde levarão eles o carcanhol? Marte? Lua ?
Estamos tramados e nisso acredito mesmo que são verdadeiras aves de rapina (excluindo a águia do Benfica) que vieram a este mundo para depenar o próximo.
Excomungar, que raio de coisa é essa? Também deve ser treta dos dos abades pançudos, mas com o tempo já não haverá quem se excomungue, porque a gente nova não alinha nesses pantominices e esta-se borrifando para criquices menores.
Façam por ser bons rapazes e já agora um abraço para os marcianos e afins, se existirem!...
Seria o conhecimento, proibido?
A questão do acesso e conquista do conhecimento em relação à qualidade de vida do ser humano, e da problemática que parece ser acionada por esta questão, leva-nos a reflexões bem interessantes.
O Homem é um ser do desejo. O seu impulso é abarcar o que lhe traga satisfação em alguma medida. Possui a capacidade de entender e transformar o mundo, mas talvez não tenha plena consciência de que ninguém limita ou se impõe à sua capacidade, a não ser ele mesmo.
Impossível não levantar indagações sobre até que ponto a sede do conhecimento é benéfica e até que ponto se transforma numa prisão, enclausurando o Homem, vítima da sua própria tirania.
O que é proibido, o homem deseja. Da mesma forma procura incessantemente o Sagrado, a transcendência, que sugere o sobrenatural, porque acredita que lhe é possível esta reconciliação, e que dela resultará a imortalidade, no seu sentido subjectivo, porém de facto, expressão da realidade.
Assim, o alerta sobre os perigos resultantes do saber abre espaço para uma tomada de consciência, que propõe um certo zelo ao reflectirmos sobre o conhecimento e o seu efeito na dimensão do cotidiano.
O tema convida-nos ainda a tratar algumas questões delicadas. Há que se considerar toda a conjuntura que contextualiza o cenário onde o homem quase brinca “de” Deus, interferindo no seu destino de maneira às vezes negligente, outras com um autoritarismo que a si mesmo oprime, e por outras destruindo ao invés de construir.
Há implicações práticas e morais do conhecimento e a sua importância na trajectória do ser humano. A sua história é tecida através da rotina, imprimindo as matizes dos sentimentos que lhe são próprios e que de certa forma, se vão transformando, ao diluir-se no produto que resulta da sua experiência.
É necessário , atentar-se sobre o papel da inteligência; a sua utilização e as consequências que provoca na dinâmica do dia a dia do ser humano.
Quando falamos do conhecimento, que pode tornar-se algo negativo na vida do Homem, estamos a considerar a sua ânsia em desvendar a mística que vela o cotidiano, angustiando-o e, naturalmente induzindo-o a excessos.
Talvez não seja o conhecimento proibido, se considerarmos que a capacidade inventiva, e a perspicácia do Homem foram atributos dados pelo Criador. Quem sabe o que devemos ponderar seja a relação que se estabelece com o saber. Que lugar ocupa o conhecimento na sua vida. Que vantagens ou desvantagens retira dele e a que preço, e em que circunstâncias.
Parece-me que o facto do Homem procurar o conhecimento como forma de adquirir poder e com isso produzir uma qualidade de vida melhor é algo sadio e desejável. Um processo natural e progressivo.
No entanto quando se utiliza o poder para se centrar no ego e a ele alimentar; quando o poder conquistado se torna instrumento para subjugar algo, alguém ou alguma circunstancia, de maneira a favorecer apenas o ego, então os problemas começam a surgir, e de tal sorte que terão as dimensões proporcionais à pressão e opressão que provocam.
Disto se pode inferir que a possibilidade do saber, a descoberta que caracteriza o conhecimento autêntico, habita no interior do ser humano e, portanto, não traz em si a semente da discórdia e tão pouco da separação e do conflito.
Toda a questão parece repousar na maneira e intenção com que se usa o conhecimento adquirido.
A intenção, portanto, surge como a direção que o indivíduo estabelece para explorar a sua jornada neste planeta. Onde fica patente, que o homem, de maneira consciente ou inconsciente, é quem determina o seu destino.
Assim, o conhecimento é benção enquanto utilizado para aprimorar toda e qualquer manifestação da vida. Os benefícios que dele extrair devem ser partilhados uma vez que quanto mais dividimos o saber, mais ele se multiplica, diminuindo distâncias e somando evolução.
Este comentário foi removido pelo autor.
Ao tomar conhecimento do comentário publicado no passado dia 5 de Dezembro de 2010, às 16h53, assinado por D.C., no qual se tecem alguns considerandos sobre as Profecias de Nostradamus, entendi por bem, reproduzir, aqui, os quatro parágrafos finais da Introdução às Profecias de Nostradamus - Centúrias - escrita pelo eminente historiador António Carlos Carvalho. (1)
“Resta-nos acrescentar que, tal como fizemos em relação às “Trovas” de Bandarra, também estas “profecias” de Nostradamus aparecem sem qualquer “explicação” - cabe ao leitor, e só ao leitor, fazer as deduções que entender por bem efectuar, ou encontrar a chave que abrirá a porta destes misteriosos versos. Também no caso de Nostradamus têm sido múltiplas e variegadas as pistas que os estudiosos julgam ter encontrado, conduzindo à resolução do enigma. Apontam-se mais de mil títulos, cada um apresentando a sua interpretação (sempre “definitiva”…) do que terá sido a intenção profunda de Nostradamus.
Pela nossa parte, não cairemos nessa tentação. Não daremos a “fórmula exacta”, a “receita mágica” para entender Nostradamus.
Limitamo-nos a apresentar o texto e a sua versão portuguesa, lado a lado, permitindo que o leitor o estude com a profundidade que desejar. Queremos, também, pôr o leitor em guarda contra este texto cheio de armadilhas, dissimulando dados que são outra coisa totalmente diferente do que parece indicar. Todos os que lêem este versos encaram-nos, naturalmente, como “profecias” e esperam descobrir neles uma previsão dos acontecimentos próximos ou distantes. Mas várias passagens nos são incompreensíveis, mesmo nas quadras que parecem referir-se ao passado; como é que, então, se pode esperar compreender as quadras que supostamente descrevem o que será o nosso futuro…?
É por isso mesmo, aliás, que alguns preferem virar decididamente costas a Nostradamus e consultar os visionários cujas predições, conhecidas desde há séculos, são por vezes bem mais claras e inteligíveis.
António Carlos Carvalho “
(1) - NOSTRADAMUS - Profecias, Editorial VEGA, Lisboa, Maio de 1978, Páginas XVI-XVII
Bom, bom e bom... de digestão difícil. Vou pelo mais "disgestivo". Obrigado aos que respondem e não me dizem nada, intrometido, e aos que dizem qualquer coisa, el cantante e Mário. A minha questão é sempre a mesma. Tanta curvas e o problema está mesmo ali à mão. Mais Nostradamus ou menos e não é por estar escrito que vale mais ou menos. Se não for, não é. Isto faz-me lembrar este velho que é Papa dos católicos Cristãos e que em alguns anos de papa contradisse quase tudo o que tinha feito como teólogo de linha. Aleluia. Estou noutra, amigos... Entendam, noutra...amai-vos que isto por aqui cheira que tresanda. Quando há cinco anos me despertaram na minha letargia esperei outra dinâmicas... logo veremos...
A "arte" da adivinhação segue a par da fantasia dos milagres. Ninguém acerta no euromilhões através da adivinhação, como ninguém vai a Fátima com uma perna só e vem de lá com duas.
Não se faça descer o Deus da teologia aos joguinhos da exibiçãp literária ou de mentes doentes ou simplesmente propensas ao embuste, quando pretendem levar a água ao seu moinho.
Imaginar o Deus que a teologia «pensa», a brincar ao «esconde-esconde» com a humanidade é revelador de uma alma ou simplória, ou ignorante, ou maldosa.
No fundo, uma grande falta de respeito pelo homem e pelo mistério que o envolve, numa tentativa de violentar a realidade.
Se esta tirada foi escrita para mim diz-me pouco, pouquíssimo, caro Mário. Penso que isto dever ser lá mais para o "Nostradamus"... mas é preciso ver que provocações se desencadeiam com o que se escreve. Era precisamente por isso que aqui vinha mais uma vez, hoje. Vinha confirmar a ausência de reacções ao que provoquei! Tenho que ser mais radical. Assim será. A espada estará na linha da frente... face à necessidade do amor.Provocai-vos para sermos cristãos...
Voltei a reler o "El cantante" e aqui vos proclamo os meus omentários para a minha companheira, em final de missa e face à homília do sacerdote, no domingo passado! Que bom que os nossos filhos nao estavam aqui na missa! Porquê pela mão cheia de asneiras ditas no ambão e pela vida em tudo não exemplar do proferente... novos tempos e novas vozes se esperam. Comentamos isto com os filhos em pormenor e minúcia do escândalo? Obviamente...
Estava a fazer um lindo comentário, à El Cantante,penso eu, mas falhou a luz e agora não me apetece repetir. Porém em jeito de passagem, pelo que ouvi ontem na missa,dia da Imaculada Conceição, se levasse o orador à letra, tinha que lhe dizer que as nossas mulheres são indignas de andarem na terra e enviaria de imediato a minha, para a Lua, ou Marte, porque virgens há muitas, mas como Nossa Senhora...
Mas será que ninguém dá formação contínua a esses bacôcos, como fizeram connosco ao longo da carreira? Não sei, só sei que nada sei, mas não sou dos mais burros, rsrsrs..., penso eu de que!...
Nem uma só vez pensei em ti, Jorge, nem sei porque deveria fazê-lo, quando escrevi o comentário sobre as capacidades «proféticas» deste ou daquele.
Para os mais distraidos e já que os párocos se portam na pregação dominical como referem o Jorge e o El Cantante, registe-se aqui que profetizar», na linguagem biblica, não é sinónmo de adivinhar ou prever o futuro.
Podem consultar os especialistas na matéria, para tirar dúvidas.
Eucaristia,Almas,Cruzada contra o "Velho de Barbas"ou "os vermes esfarrapados" VERSUS a preparação para a CHEGADA(ADVENTUS)da celebração festiva da LUZ DA ESPERANÇA ou ESPERANÇA DA LUZ.Para já, associo-me à alegria do Jorge a respeito da medalha que deveria ir inteirinha para o Pe.Xico, assim como me alegro com a novidade da nomeação de mais um Bispo Carmelita para o Brasil(estamos em família, e desta vez a notícia caiu fresquinha no próprio dia.MUITO BEM!!!!!!)
EUCARISTIA-ACÇÃO DE GRAÇAS.Os nossoa irmãos Ortodoxos chamam-lhe DIVINA LITURGI
A,e que divina!!!Durante duas horas é queimado quase(quase é bastante exagero)tanto incenso como na Catedral de Sao Tiago de Compostela.
Nas minhas "andanças" por variadíssimas par'oquias deste Norte de Portugal, tenho estado
em constante conflito com a minha consciencia, porque as MISSAS(que agora alguns têm tentado mudar de nome para EUCARISTIA-quanto a mim a emenda é pior que o soneto)de Acção de graças têm muito pouco, apenas agradecendo o valor que o ofertante DÁ, explicando melhor, o fiel que "manda" celebrar a dita EUCARISTIA em sinal de Agradecimento oferta(é obrigado a ofertar) o valor de 10 Euros. Mas quantas vezes eu tenho ouvido o celebrante referir com voz bem pausada "Primeiras intenções desta missa".E lá vem os nomes das almas" de fulano......,indulgencias.... Dinheiro " a comprar o paraiso "Continuamos ainda, Mário Neiva,Jorge,e caros amigos aac , na Idade Média a cometer os mesmos erros que Lutero tanto se insurgiu. E depois, como a imaginação dos povos tem que funcionar, há que criar uma magia diferente para as crianças(porque o Mundo é das
crianças- o Pai Natal, "o Velho de Barbas" tem que ser arrumado, para dar lugar ao "bébé".Estranha forma de catequese, de reinventar formas de"Cruzadas contra os Infiéis" tão em voga também agora,"porque o Mundo está perdido".Então a Criação não é obra de Deus? " E Deus não viu o que criou que era bom?
Estamos no Advento. Mais uma vez os cristãos portugueses copiaram bons símbolos.A coroa de Natal com as quatro velas a acenderem de acordo com o calendário litúrgico foi importada da Alemanha, mais concretamente por um pastor luterano e que depois foi bem acolhida pela igreja católica alemã.Este, sim, é um símbolo de Esperança da Verdadeira Luz que poderá iluminar muitas trevas. Abraços A.Costa
Ainda a propósito de «espiritos» aqui fica um post que coloquei no meu blog Laje Negra, comentando Limabar (O Lima Barbosa, meu condiscipulo e do Bessa, na Falperra)
«...o nosso “espírito” está por demais preso à matéria para que lhe seja possível ver como espírito. Eu diria mesmo que “os espíritos” são o próprio da consciência do homem». (Limabar, na caixa de comentários ao post anterior)
E eu diria muito mais: o espírito está dependente da matéria para, não só se manifestar, como pretendem os espíritas, mas também para existir. Nisto reside uma polémica que parece nunca mais acabar. Mas há-de acabar, quando a física das partículas puser a descoberto as impensáveis potencialidades daquilo que sempre foi designado, com um certo desprezo, por «matéria». O mistério vai sendo desvelado perante o olhar incrédulo dos cientistas, quando verificam que as partículas se organizam em átomos, estes em moléculas, crescem para as células e estas se constituem em tecidos e depois órgãos, com a complexidade de um espantoso fenómeno como é o cérebro humano.
Habituados a considerar a «matéria» como uma realidade "grosseira", instável e degradável, comparada com a subtileza do pensamento, da imaginação e do sonho, mandava o bom senso que o brilhantismo desta actividade não estivesse dependente de um corpo todo ele corruptível, mas fosse uma realidade completamente autónoma que, não se sabe bem porquê, vive aprisionada na reles materialidade.
Lá porque o produto final de uma fabulosa capacidade de organização dos constituintes básicos da matéria resultou na nossa maravilhosa mente consciente, isso não é motivo para fantasiar uma origem «misteriosa» do meu espírito, origem essa que eu próprio desconheceria, quando deveria ser o primeiro a testemunhá-la, com a mesma evidencia com que testemunho a minha filiação, filho de José Neiva e de Rosa Oliveira. Estávamos perante o absurdo de eu ser capaz de conhecer a origem imediata da minha materialidade «opaca», o corpo, e não o ser da minha identidade «superior e diáfana», o espirito.
Parece-me, porém, que o problema é outro e ninguém o quer reconhecer com frontalidade, apenas porque não há solução e o homem não aceita ser «encostado à parede». Esse problema é a morte completa do homem, ou seja, do corpo e da mente que dele emergiu.
É isso: o tabu da morte.
Eu anoto, sem ponta de ironia: ainda bem que o homem nunca se conformou com a ideia da morte completa e definitiva. E parece-me que, na lógica da evolução biológica nunca podia ter-se conformado, porque tudo no ser vivo é procura da sobrevivência e mais vida. O absurdo da questão da morte só se evidencia porque nos foi dado olhar o passado e o futuro, do alto da nossa sublime consciência humana. Uma dádiva que mais parece uma maldição e que, efectivamente, nunca foi, porque o homem, corajosa e ardilosamente, seguiu em frente.
Pensar um «espírito» a pairar dentro de um corpo é um ardil maravilhoso.
Quem sabe um dia o génio humano não cria um corpo à feição da tão sonhada «imortalidade da alma».
O cristianismo já o "criou" pela fé. S.Paulo chama-lhe, muito apropriadamente, um «corpo espiritual». Para quem se habituou a pensar a «matéria» como coisa reles, esta elevação paulista da materialidade à espiritualidade é uma verdadeira heresia.
Mas o problema não é meu.
A decorar o pinheiro...
No calvário, martírio e sofrimento, na vida dores e lamento. Na canga jugo e opressão. Na árdua luta do dia a dia mentirosas alegrias. Convivemos com indolências e autoridades iníquas. Como iremos partilhar as mesas fartas, enquanto existir no mundo crianças famintas.
Como vamos partilhar o peru ou bacalhau se morrem crianças de fome e ficam à espreita dos abutres. O tribunal dos antigos condenam os novos e os novos tribunais condenam os mais antigos. A ociosidade do português transforma-se em fome e miséria e esses vieses, em violência. Como comemorar um natal com esperança e um ano melhor, se os políticos desonestos, através da justiça injusta conseguem manobrar o errado e transformá-lo em correcto.
Que pegureiro consegue criar as suas ovelhas em paz e seja um pastor de ovelhas lucilentes. Ovelhas amestradas que só nos tragam felicidades. A improdutividade, a preguiça mental e as corrupções são chagas dolorosas que impulsionam actos e factos deletérios do ser humano. Não sejamos estéreis e sim produtivos. Devemos antever prever ou prognosticar actos feéricos que engrandeçam os nossos corações. Se o menino Jesus veio ao mundo na mais pura pobreza, o porquê das religiões primarem em arrecadar milhões em vil metal.
Isso é absurdo ou natural? Devemos praticar o bem e exterminar o mal das nossas vidas. Na festa de natal o mundo colora-se, mas a vida dos mais fracos, oprimidos e estropiados opaca-se. É uma desgraça que ninguém consegue resolver. É o homem a explorar o mundo a fazer tudo ao contrário de como Jesus nos ensinou. A charrua do mal caminha e destrói as esperanças das crianças portuguesas. O que fazer? Não sabemos, mas os homens de boa vontade saberão. Devemos neste natal conhecer o íntimo do nosso personalismo. Reiteradas vezes usamos a proposição hercúlea de ver a alegria estampada no rosto das crianças abandonadas.
Pensamos em Pai Natall, mas ele já não é pai passou a padrasto, visto que algumas crianças tem presentes e a maioria fica só na esperança. Vamo-nos ver ao espelho, retratemo-nos a tomar como modelo qual herói português? Já que estamos carentes de líderes vamos reavaliar, reapreciar e reanalisar os actos insanos das nossas vidas. O desculpismo exagerado adoece-nos e faz-nos sofrer. Natal não é uma data de tristeza e mas sim de alegrias. Já que o natal de Jesus te emociona, elevando-te o psiquismo aos ideais reformistas de si mesmo nos transpores, com o coração cheio de renovadas esperanças, o pórtico feérico do Ano Novo, aproveita o ensejo para reflectir se cumpriste, no quando e no tanto que te foi possível, o programa redentor que elaboraste para esta etapa da vida.
Como se desenvolve a tua etapa vida? Tens praticado o bem sem olhar a quem? Esperamos que sim. Como dizia o “P.Chico” o bem eleva o homem, o mal deteriora o espírito. Vamos meditar neste natal e amealhar todas as energias positivas e doá-las às pessoas carentes. Irmão Jesus, que o homem passe a respeitar o seu semelhante, que ame mais a vida e mantenha amor no coração. Enquanto a criança na sua intensa energia propícia à felicidade nós rejeitamos e agimos pelo instinto e pelo mal.
Querido Jesus protege-nos, coloca-nos no palmilhar do bem e que possamos ver o semelhante como irmão. Devemos fazer uma criança sorrir nesta magna data. Façamos sempre como nos ensinou o Salvador: “Deixai vir a mim as criancinhas, pois elas herdarão o Reino dos Céus”. Infelizmente as nossas crianças estão expostas às pragas da rua e se não tomarmos providências urgentes elas serão os nossos algozes no futuro. “Conserva a simplicidade, observa onde te põe, a ambição domina os homens em todas as direções”. Que tenhamos um natal feliz, de paz, de prosperidade, de amor, onde o vetor principal seja o próximo, os nossos queridos irmãos. E que Deus seja louvado!
Tens razão e que se .......oda o Natal da forma que se tornou em negócio e de menino judas, desculpa Jesus, vivendo em Belém. Só mesmo o nosso lá de Lisboa, no dito palácio,do mesmo nome, com pompa e tanta ostentação de riqueza, vai lembrar-se, nesta altura, dos sem abrigo que pelo Natal se faz a caridade de lhes oferecerem uma sopa quente, para ganharem o céu....oda-se a hipocrisia. Limpem o rabo ás barbas do pai natal, se servirem para isso, porque eu não alinho nessas fantochadas, de tanta coisa boa até 26 e que volta tudo a ficar , como antes, senão pior, a partir dessa data.
Não se excitem, meus caros amigos. A melhor maneira de «partilhar o bacalhau e o peru», como sugere o Mariano, é cada um fazer o que na sua condição actual pode fazer e mais não lhe será exigido. Querer, simplesmente, deixar de comer o bacalhau e o peru, nem atrasa nem adianta. Mas fazer tudo para que na minha casa e na do vizinho não falte o «bacalhau e o peru», isso já é outra conversa. Mas disto fala-se pouco. É muito fácil chorar pelo «bacalhau e pelo peru» que falta nas «áfricas deste mundo»! Quando se trata de, não uma vez por ano, como muito bem sugere o El Cantante, mas todos os dias do ano repartir o «bacalhau e o peru» com o vizinho, nesse caso já ninguém está disposto a deixar o conforto do seu «palácio» e a mesa farta do seu «bacalhau e do seu peru». Uma vez, de vez em quando, há-de chegar para calar as muito boas consciências. E não custa nada fazer caridade daquilo que nos sobra. Em vez de dar aos porcos ou às galinhas, damos aos pobres e ainda por cima ficamos muito bem vistos!!!
Hoje, apetece-me aceitar o palvrão amputado do EL Cantante. Só não repito para não usurpar a paternidade.
Um conto de Natal
parte 1
Num país distante, havia uma cidade do interior quase esquecida pelos seus governantes. Era privilegiada na sua topografia que contava com, cascatas, florestas, rios e uma enorme quantidade de flores que a enfeitavam como uma moldura colorida, realçando a paisagem delicada do lugar.
Era uma pequenina cidade, onde todos os moradores se conheciam. Como estava distante dos grandes centros, a comunidade desenvolveu um modo próprio de solidariedade, de tal sorte que todos pudessem lidar com as dificuldades inerentes nas condições que viviam.
O natal aproximava-se e, neste ano, toda a cidade estava envolvida num clima de profundo desanimo, pois não chovia há muito tempo e quase toda a plantação, que era a fonte de rendimento da localidade, tinha sido perdida restando bem pouco para o sustento de todos.
Um jovem dos seus dezesseis anos, abatido com toda a situação, afastou-se da cidade indo até às montanhas. Perambulou por horas sem fim até que, cansado, sentou-se no cimo do monte apreciando a sua cidade lá em baixo. O seu coração apertou-se e mesmo não sendo mais criança, sentiu os olhos arderem, numa expressão de tristeza que o assolava naquele momento.
Lamentava que não tivessem a festa de Natal como nos outros anos. Presentes, mesa farta, uma alegria sem fim.
Tão distraído estava que assustou-se ao perceber que alguém se sentava ao seu lado.
A olhar para ele estava um ancião. Vestia-se despojadamente, trazia nas mãos um cajado, igual ao que já vira em alguns livros que lhe haviam mostrado algumas vezes. Mas o que mais o impressionou foram os olhos. Que olhos! De um azul límpido como as águas de um riacho, reluziam tal qual as estrelas, em noite de lua cheia. Eles fascinaram-no tanto que demorou a responder-lhe.
Que fazes aqui? – perguntou-lhe o ancião.
Caindo em si e percebendo a indelicadeza de encarar o estranho, desculpou-se e de pronto respondeu.
Estou apenas a pensar, meu senhor.
E o que é que um jovem tão novo tem tanto que pensar em vésperas de festa? Não deverias estar a participar nos preparativos com os teus amigos?
Claro, meu senhor. Mas é que este ano ninguém está a preparar nada. Não há o que festejar. Não temos muito alimento, a nossa plantação perdeu-se quase por completo, não há enfeites, não há presentes e muito menos razão para uma festa.
O velho senhor olhou bem para o jovem, e depois para a cidade, lá em baixo. Tão pequenina e, no entanto de uma visão maravilhosa. Um belo quadro para se guardar na memória e quem sabe um dia, retratar numa tela, com a intenção de perpetuar a imagem tão delicada.
Novamente dirigiu-se ao jovem e perguntou-lhe:
Não há o que comemorar? Acaso estarei enganado? Não estamos na época do Natal?
Sim, meu senhor, certamente que sim. O que disse é que não há motivo para festejarmos e todos estão tristes demais.
Um conto de Natal
parte 2
O ancião permaneceu silencioso, então levantou-se, mais facilmente do que se poderia supor vendo-lhe a aparência. Apoiou-se no cajado virando-se para ir embora. Antes que o menino tivesse tempo de se levantar ele perguntou ainda:
Em que dia é o teu aniversário? Ao que o menino respondeu: Dia sete de março, senhor.
E, no dia do teu aniversário não gostas de comemorar?
Claro! Já mais animado levantou-se e pôs-se a contar como tinham sido os seus aniversários. Entusiasmado não economizou detalhes divertindo o sábio enquanto se entretinha com as histórias do jovem rapaz.
Quando terminou, o velho disse: Que pena que este ano não vás festejar, não é verdade?
O rapazinho apressou-se a responder: E por que deixaria eu de comemorar? É o meu aniversário.E nesse dia, adoro festejar. Gosto de estar com os meus amigos, de ser abraçado, enfim, adoro comemorar o meu aniversário!
Mas não festejarás este ano, uma vez que provavelmente não haverá chuva até lá e assim, não haverá motivos para comemorar.
Aturdido o jovem pergunta: E o que é que uma coisa tem a ver com outra? O meu aniversário não depende da chuva!
Ah! Sim? Interessante... E poderias-me dizer o porquê, do aniversário de Jesus depender tanto da chuva, para ser ou não comemorado na tua cidade?
O jovem baixou a cabeça a pensar no que o velho tinha dito. Quando levantou novamente a cabeça para lhe responder, viu que estava só, o velho tinha partido, tão silenciosamente quanto havia chegado e sem se despedir.
Vendo-se só, desceu a montanha e ao chegar à cidade, tocou o alarme que havia na praça central.
Quando todos estavam presentes, falou:
Meus amigos, hoje todos nós vamos organizar e enfeitar a nossa cidade. Precisamos correr para estar tudo pronto na noite de Natal.
Houve um burburinho e depois de muita confusão o chefe da comunidade pedindo silêncio falou:
Meu filho, talvez o tempo que tenhas passado sozinho nas montanhas tenha afastado da tua cabeça os nossos problemas. Não temos o que comemorar e nem como organizar uma festa.
Sei disso, senhor, e afianço-lhe que de nada me esqueci. Mas gostaria de fazer uma pergunta, disse o jovem não se dirigindo a ninguém em particular:
O facto de não comemorarmos impedirá de ser o aniversário do Menino Jesus? Se não podemos enfeitar com motivos de Natal a nossa praça, temos as flores, que apesar da seca conseguiram sobreviver. Temos algumas palhas, que se podem transformar em enfeites originais. E contamos com os nossos olhos que serão as luzes para enfeitar essa noite especial.
Se não podemos trocar presentes, podemo-nos abraçar e cantar a noite toda e por fim, se não podemos servir uma bela ceia, podemos conversar bastante, e nem sentiremos o tempo passar.
Ao ouvirem o rapazinho tão animado todos se envergonharam e por um momento o silêncio foi geral. Como num passe de mágica, começaram a sorrir até que um deles gritou que ele estava certo, que fariam exactamente assim. Todos se contagiaram e passaram a organizar-se para a Noite de Natal.
Dizem que foi a mais linda festa de Natal que esta cidade já organizou. Ao longe ouviam-se os canticos e os sorrisos e toda a natureza se enfeitou. Quem passasse por lá ficaria encantado com a Luz que reluzia por toda a região sem entender de onde vinha. Conta-se que naquela noite, caiu a maior chuva de todos os tempos e que nunca mais houve seca na região.
Assim seja em todos os lares. Não dependemos das coisas para comemorarmos o Natal. Apenas da nossa ALEGRIA, BOA VONTADE e AMOR.
No aniversário de Jesus todos são convidado a organizar a festa dentro do nosso coração.
Um feliz natal a todos. E que a nossa cidade seja como esta, um foco de Luz, Harmonia e autêntica Solidariedade.
Continuo a pensar cândido das reações às minhas provocações da invasão da bicharada marciana, mas enfim... é levar, ou como dizia o meu amigo, pois alevá. A falta de comichão também me cria confusão!
Cada vez gosto mais de ler o Costa. Tem a maravilha de entrar docemente e de dar forte. Gosto. Meu caro e também falas do menino. Agora vê lá a confusão que vai por aí de pedofilia na Igreja e os nossos bispos lançam a campanha do menino em estampa agigantada na janela da casa! Estão contra o pai Natal e saiem-se com a confusão de outro negócio! São coisas, Costa!
Reparo no relevo do espírito no escrito do Mário e é verdade. Mas assumamos que o espírito come e bebe, sempre, à mesa connosco. Afinal, como poderíamos passar fome?
Dá-me cócegas a mesa farta do Mariano! Afinal o que querias? Passar fome? Resolve isso lá contigo, passa fome, e verás como é dificil e outra lógica se levanta, senão mesmo outra musa te inspirará. O resto? O resto é de quem não tem fome! Ou melhor, quando se tem fome até se lambem os tachos!
Caro el cantante, meu caro el cantante, acalma-te. Haja lucidez! Contigo pensa muito "padrecito" ingénuo e bacoco que só agora começa a entender a vida. Meu caro el cantante, acalma-te! Não tragas para baqui a retrete nem coloques as barbas do meu amigo lá onde qualquer papel resolve. O problema do pai Natal não é teu! Nada convida e inicia tanto a criança à dádiva como iniciarmos a sua capacidade de saber receber e agradecer. Isto é o pai Natal. O São Nicolau nunca foi muito português. Eu defendo o pai Natal, eu defendo a dádiva, a magia de dar, a alegria de dar! Como sempre: "Vou pôr meu sapatinho na janela do quintal, para o pai Natal deixar meu presente de Natal. Porque é que o pai Natal não se esquece de ninguém, seja ricou ou seja pobre o velhinho sempre vem1". Que venha e mandem-no para mim... Tanta vez que inventei Pai Natal em "last second". As vezes vai mesmo de nota.
Festejar Jesus? E porque não?
E porque não celebrar nEle a nossa existência? Ou, como diria o Costa, nos festejarmos a nós próprios na nossa capacidade de amar? Se assim for, que o Natal seja de nos festejarmos e amarmos. E quem não achará bom? Se assim for, que se resolva, porque desamor não é mesmo caminho? Ou será?
Penso eu, de que tinha mais sabor, quanto no nosso tempo de meninos, colocavamos um chanca na padeira do forno ou na lareira das brasas e que pela manhazinha do dia 25, iamos espreitar o resultado. Às vezes aparecia um tição já completamente ardido,dentro das chancas,que só servia para enssarranhar os calcantes. Já não contavamos com presente nenhum, mas mesmo assim, sempre tinhamos esperança no menino Jesus, porque eramos muito rezadores e ai de quem não fosse!... Quando aparecia por lá um rebuçadito era uma alegria e era também lambido às prestações , para durar mais tempo.
Veio o pai Natal, substituir o menino Jesus e como não podia deixar de ser, muito mais poderoso e rico com prendas do arco da velha! Haja consumidores!...
Sejam muito felizes que eu também sou, tendo saúde,amor e dinheiro para os gastos.
Para bom entendedor meia palavra basta, não sou contra o Natal, nem presentes, mas contra as fantochadas e hipócrisias que pairam neste dia que mesmo assim , não deixa de ser mágico.
Amén.
PS: Jorge, aconselho-te a não deixares o sapatinho no quintal, porque andam os tofões à solta e alguém pode levar com o (cholé) no trombil, rsrsrs...
Quanto ao cholé, não vai haver porque com isto dos chinocas comprei uns (sapatinhos) de três euros, novinhos em folha vindos da China sem cola. Ladrão? Nem penses que o rafeiro que tenho ali do lado de fora deixa. Fazia tanto barulho que até os bombeiros vinham cá! Resta-te, meu caro el Cantante, aceitares que vou ter presentes. Tu és malandro! Mas olha que as crianças deliciam-se com essa da janela e bem se chegam para os pais a cantarem-lhes para que eles ouçam! Ainda há dias me dizia uma mãe, pois, agora percebo a minha Rita! Bonito, não! Meus caros, não se envergonhem da fartura! Viva o Pai Natal na fartura espiritual do menino e da menina! Ai o que eu fui dizer! Está dito, que este ano o Natal tenha no presépio uma menina! Desafio feito. Pois cozinhem-se... Lembram-se da anedota do menino que caído, rachou? Que desassossego! Lembra o livro do desassossego de Fernando Pessoa! Pois desassosseguem-se com o Natal e com o livro. Que bonito poder fazer Natal, isto é nascimento, para tanta coisa... escolham. "Gloria in excelsis Deo"... Claro, já sei, Padre Marcelino e todos os amados por nós e por Deus. Então que haja festa e que a festa de cada um seja tão grande como cada qual! Amen.
Bom Dia, amigo Jorge.
Essa dos tufões, foi forte, mas óbviamente, foi dita, à laia de brincadeira. Deus nos livre de tamanha desgraça, pois a mãe natureza, quando se enerva, raio... ,vai tudo pelos ares, como vimos aqui à dias. Tem piada que não leva que se conste, o chapéu desses rafeiros políticos que ladram mais que o teu cão. Andam sempre bem protegidos , esses carolas e já começam a arreganhar os dentes para o Zé pagode escolher o novo chibo, para belém. São tão lindos e simpáticos nestas alturas. Coitado de quem acredita neles, mas enfim a fé é que nos salva, se calhar, a ver vamos, como diz o cego...
Caro, el cantante, vou fugir por uns dias do silêncio das minhas provocações cristãs, de batizado. O meu "ladrar" provoca tanto silêncio que o seu ruído me enlouquece!. Achas que a fé é que nos salva? Cá por mim sempre faria mais alguma coisa para me salvar, para ser feliz...
Como podes constatar, Jorge, por estas bandas parece que ninguém está interessado «em provocações», cristãs ou outras. Talvez seja pelo aproximar da quadra natalicia, que deve inspirar paz, harmonia, tolerância.
E por falar em tolerância, ainda estou cá a remoer por dentro a tua intolerancia para com os comentadores que trouxeram os extraterrestres ao blog. E justificavas a tua intolerancia (infelizmente trataste o assunto de tal forma que não me permire dizer outra coisa)afirmando que «este espaço» deve ser vínculo à Ordem do carmo e não aos «marcianos».
Não sei como é que um comentário ilustrado por dois ou tres videos pode fazer ou desfazer «vínculos».
Também não compreendo que se pretenda fazer deste blog um vínculo à Ordem do Carmo, quando todos sabemos que a ligação está devidamente consagrada nos estatutos da AAACarmelitas, onde o blog nem sequer é referido. Se tal acontecesse, poder-se-ia, justamente, considerar o blog um orgão oficial ou oficioso da AAACarmelitas.
Posto isto, escorraçar do blog aqueles aa.s que acreditam na existencia de extraterrestres é intolerante, ofensivo e uma violação do espirito e da letra dos nossos estatutos, quando é certo que o objectivo central e o fim último da nossa associação é promover a sã convivência entre antigos condiscipulos que um dia partilharam muitos ou poucos anos da sua vida integrados na Ordem do Carmo. Por causa da Ordem nos conhecemos e convivemos e por causa desse passado inalienável criamos a AAACarmelitas. Como «bónus» e para acompanhar o ritmo dos tempos actuais, alguém na Direcção teve a feliz ideia de criar este espaço onde deve valer tudo menos o insulto ou a intolerancia, porque estes, sim, violam o mais sagrado dos estatutos, o da nossa humanidade.
Estou à vontade para defender o respeito para com a opinião e crença dos «marcianos» porque, como puderam ver, tenho opinião muito diferente e,na devida altura, frontal e fraternalmente rebati a deles.
Assim deve ser e ninguém se zanga. Afinal, que sabemos nós?
Quanto à tua sugestão de colocar uma «menina Jesus» no presépio não é uma ideia muito original. Até já temos a «mãe natal»! Não creio que, se alguém o fizer, daí venha algum mal ao mundo. Eu até já vi um «menino Jesus» pretinho retinto! Os mais velhos, resignados ou inconformados, poderão, talvez, repetir uma e outra vez: «a tradição já não é o que era».
Esses menino Jesus preto devia ser filho daquele Rei Mago (Belchior, salvo erro). Procura saber e depois conta cá.
Com aquela da tradição não me levas nem tão pouco com a bonomia da tua pessoa manifestada na teia da relação, pelo visto desde que só os marcianos provoquem e os provocados se encolham. Se já foram demais os vídeos dos americanos, então os dos Marcianos ainda percebo menos. Querer a Ordem Carmelita como proposta de provocação até nem deslustra, afinal sempre seria um denominador comum já conhecido. Isto não tem nada a ver com colegas nem com amizade, nem com aas carmelitas. Por muitas formas e modos deixei sugerido que todos estes temas poderiam ser perfeitamente enquadrados sob certos espaços temáticos abertos, um dos quais precisamente os marcianos ou sob outro conceito mais extenso. A mistura de alhos com bogalhos, a propósito e a despropósito, como foram os dois casos de vídeos, é que é "nonsense".
Deus bi-sexual, pai e mãe, já ouvi, pretinho até que me agrada. Mãe Natal é tentativa travestida e porque não?. Mas menino Jesus, menina, jamais, só faz de conta. Temos uma barreira teológica de digestão impossível, senão mesmo irracional, em provocação racionalíssima!.
Já há tempos alguém me perguntou por aí se Deus existia... Terei respondido, e hoje aqui reporto novamente, o que respondi: "que, obviamente Deus não existia, mas Domingo lá estaria na Igreja para o fazer existir". Assim farei este Natal animando com o canto as comunidades em que me integro e cantando glórias por Ele estar entre nós e por O continuarmos a fazer estar entre nós. Bom Natal.
És bem moralista, meu caro. A formação imprimiu caracter foi!?
Mas porque haveria o blog de estar em causa ou eu de me zangar? Já não me dou a esses desperdícios de tempo. E os estatutos são para aqui chamados a propósito de quê? Vai haver processo nem que seja de intenções? Cuida-te.
Mas sempre vai anotando que criar o blog também não é tão dificil assim. Animá-lo com comentários provocantes quanto baste, que nós tantas vezes fizemos, para que ele seja vivo e de leitura apetecível, parece-me um pouco mais difícil e ao contrário do que referes penso que, se bem provocante, só ajudaria a mais espírito de Natal, espírito feito Bem aventuranças e "Obras" de misericórdia! Afinal que outra coisa poderia ser este espírito, que não fosse esta louca esperança de felicidade, salvação para todos, que ao brotar do coração de cada um, espraiando-se, faz Natal nos outros? Natal, "Boa Nova": "Anuncio-vos uma grande alegria...... esperança, felicidade..."
Pois é, Jorge, essa de dizeres que Deus não existe, mas começa existir no momento em que entras na igreja e rezas, é tão velha quanto o «Cogito, ergo sum» de Descartes. Como eu sempre discordei de Descartes nessa filosofia, também agora discordo dessa tua teologia, que faz existir Deus quando a «gente quer». Literariamente, dá um belo efeito. Filosofica e teologicamente é igual a zero, penso eu, porque não é por eu pensar no sol, que ele está lá ou deixa de estar. Até porque, quando eu nasci, o gajo já lá estava há uma data de anos.
Com Deus, também é assim. E com tudo, afinal de contas, menos com a minha imaginação ou fantasia. Porque, neste caso, tudo começa na minha cabeça e o que daí sair não é mais que um produto lá dentro "cozinhado". E eu possso, realmente, "cozinhar" muita coisa, mas não pude cozinhar o meu pai nem posso cozinhar o sol. Já o inverso tem muito de verdade...
Bom Natal pata ti e toda a familia. Com sinceridade, pensando eu que de uma boa discussão pode surgir a luz. E do que mais se fala no Natal é da Luz que chegou. Para uns o recomeço dos dias a crescer, para outros a esperança da felicidade eterma. Mas todos, seguramente, o que desejam é «mais vida»
Sou daqueles que acreditam na esperança; sou daqueles que acreditam na esperança em Deus; sou daqueles que acreditam que somente a extrema fé em Deus e nos seus ensinamentos será possível construir a esperança perante a realidade e a vida futura.
Neste instante, se pudesse subiria à mais alta montanha e de lá humildemente proclamaria que enfim chegou o momento onde a esperança e a fé em Deus invadem as mentes, os lábios, os lares, as feições e os corações de inúmeras pessoas, antes entristecidas pelas durezas da vida e padecentes pelas incúrias dos governantes.
Mas este povo que se enche de esperança não é outro senão essa gente humilde e pobre, muitas vezes a viver na miséria absoluta, mas enfim a soltar os gritos e a fazer os gestos de esperança que não se ouve nem se vê na classe tida como rica, poderosa, senhora de bens materiais, mas não da vida.
As pessoas com maiores dificuldades de sobrevivência, pobres mesmo na rudeza da palavra, são as que mais têm esperanças e com elas praticamente convivem na busca de dias melhores, de um amanhã menos cruel e doloroso.
Não há manhã sem a esperança de que tenha alguma coisa para comer naquele dia; não há dia para que o olhar não mire o horizonte na esperança que venha a chuva; não haverá mais tempo para tempo ruim, se as noites e os dias calejaram a ensinar que as lágrimas derramadas lavam as estradas para os dias melhores que virão. E tais dias só chegarão com a esperança.
A esperança desse povo de força gigantesca e inquebrantável não é alimentada logicamente pelo prato cheio, pela fartura ou pelo luxo de não se ter somente o lixo, mas somente por cinco palavras que são os alicerces de tudo: fé, oração, respeito, obediência e esperança.
Ora, sabendo que somente Deus tem a vida e dispõe sobre ela, esse povo humilde, maravilhoso e encantador, quase sempre renega as facilidades mundanas enganadoras e prefere caminhar pelos caminhos difíceis do sofrimento porque mais adiante encontrará as respostas para a fé, a oração, o respeito, a obediência e a esperança. Todos sabem que Deus responde aos que O sabem chamar.
É por isso que nos barracos, nas encostas das cidades, dentro dos caixotes de papelões com portas, em qualquer lugar onde residam estas pessoas, Deus estará muito mais presente, e com Ele sempre a esperança persistente e renascida qual Fênix dos desvalidos.
E nos dias de festas de natal e ano novo, reencontros, confraternizações e compras e mais compras, as pessoas que são excluídas desses favores do capitalismo e da riqueza, ainda assim são aquelas que mais sabem doar e receber. As luzes que brilham lá fora já vivem acesas nos seus corações, pois a esperança que possuem é bem maior do que um laço enfeitado que se desfaz.
Enquanto para muitos esse tempo de festas não passa de datas com claros objectivos e o que se planeia para o ano seguinte envolve sempre ter mais riqueza e poder, outras pessoas contentam-se em fazer renascer cada vez mais forte a esperança em Deus, apenas e somente isso. E é demais, pois sabem que os presentes divinos não chegam embrulhados em papel bonito nem em laços de seda.
Os presentes de Deus chegam oculta e silenciosamente, mas que de imediato são reconhecidos e recebidos por aqueles corações que mostraram fé e esperança.
Meu caríssimo Mário Neiva
Só tu Alma Leve
Sobe como pluma
Desce como espuma
Voa feito, flôr
Flutua feito, côr
Suspira muita magia
Ressoa muita poesia
Tua alma é leve
Como um floco de neve
Com votos de Bom Natal familiarmente falando
Não dás um nome para eu te retribuir o carinho recebido, caríssimo, que é mais do que mereço, e indicia a riqueza que construiste para distribuir pelos teus amigos. Sejas quem fores, um amigo de certeza, aqui te deixo um abraço apertado, para durar o ano todo que aí vem. E muitos mais.
Este comentário foi removido pelo autor.
Isso é batota! Ou talvez provocação ou distração na escrita ou não se pode fazer análise interpretativa (de conteúdo)?
Tudo o que desejais de bom a um, eu desejo a todos! Tempos de Narciso no Natal e de umbilicais respostas? Cuidai-vos que este tempo é de outras aberturas ou então elucidem-nos.
Para todos, obviamente, tudo de bom mas ao Mário o pedido para que se esclareça. Explica aí, meu caro, quem mais além do homem dá vida a Deus?! Que me importa a mim que filosoficamente seja igual a zero. Talvez mesmo por isso,terás a nobreza de me explicar que importância filosófica tem a arte ou até a arte de amar (erotismo) sem pensamento? Não é que filosofias provocam a arte e a arte de amar, é que importância teriam se não houvesse pensamento? Por um momento faz-te "voiuer" do acasalamento de uns canídeos.
Teologicamente no mesmo saco? Como assim? O que afirmei não é teologicamente igual a zero, pelo contrário, afirma Deus, enquanto resultante da consciencia (A.Damásio), como integrador social,como necessidade humana, como provocação infinita de busca de realização (felicidade- Salvação -Bento xvi). Faz toda a diferença, meu caro e, por isso, Deus está de volta. Este e já o tempo do seu regresso. O Regresso de Deus, está aí para muitos outros, sob muitas outras formas e modos, porque muitos outros o querem fazer existir. Mas farás, também, o favor de me explicar de onde alguma vez terá saído uma ideia da existência de Deus que não dos humanos conscientes. De onde? Não te importes com efeitos literários, porque mesmo com efeitos literários ou sem efeitos literários, eu vou lá estar para O fazer existir e para que outros vejam que eu quero que Ele exista e, se me for dado, que o exemplo dê frutos. Eu vou lá estar porque com Ele seremos mais criativos, prósperos, felizes, por isso, salvos. A minha esperança não é em Deus, a minha esperança é no que serei capaz de fazer com Ele de meu lado.
Quanto à retirada dos vídeos dos marcianos, discordo que o tenham feito. Embore concorde com a retirada dos vídeos americanos, pela razão de mexerem muito "gravemente" com a política interna de um país. Já no caso dos marcianos eram socialmente inofensivos, aliás só hoje verifiquei que já lá não estavam. Interessante, de resto, que neste momento comentemos em cima de causalidades (causas desencadeantes deste espaço) que já se foram.
Meu caro intrometido, esperança em Deus? Tens mesmo a certeza? Não há aí qualquer coisa de cambalhota? A palavra sempre provoca e por isso reporto. Provoca-nos.
Anuncio-vos uma grande alegria: O Verbo fez-gente e veio habitar entre nós... é Natal, sois felizes e salvar-vos-eis com o suor do vosso rosto e alegrias infinitas que sabereis criar.
A poucos dias da Grande Festa do Natal, acho que devemos dar mais importância ao que se passa ^`a nossa volta do que escrever, tal é a dimensão da quadra que atravessamos e no actual contexto em que vivemos.GLORIA A DEUS NAS ALTURAS, E PAZ NA TERRA AOS HOMENS QUE ELE AMA.Vamos lá para fora de casa, e veremos o presépio que está na rua, nos montes e vales,nas cadeias, dentro dos caixotes( com a temperatura de menos 6 graus) está uma pessoa ( que Deus concerteza ama)Essa pessoa tem tanto valor ou mais do que aquele outro que arruinou economicamente centenas de milhares de postos de trabalho e que está numa ilha paradísiaca a comer lagosta com suas amantes, ou a viajar acompanhado de concubinas no seu iate particular.
Numa cabana, ou ao relento estão muitas famílias à espera que chegue, de um canto qualquer do mundo,um litro de leite que será tragado de um gole só, porque as mesmas famílias nem sabem que existe um produto de primeira necessidade chamado leite.
NATAL é todos os dias.Reflectir NATAL.BOM NATAL
a todos.A.Costa
Por isso, já aqui foi dito que se .oda o pai natal e tudo o que gira e gravita à volta dele...
Consumismo endiabrado, hipócrisia desmedida e fantochada bem montada. Tenham vergonha e olhem para o tal próximo que o amigo Costa descreve. Acredito que sem ser no natal, Deus terá um dia, compaixão desses desafurtunados. Se não tiver, porque anda tanta gente a rezar e a enganar-se a si própria?
Para todos os dias, BOM NATAL
Gostei de ver o Jorge argumentar. Assim é que é. Lança-se uma tese, (neste caso, pouco mais que um pensamento) avança-se com uma anti-tese e quem sabe não se chega a uma síntese esclarecedora para todos. E a «quadra» que atravessamos convida mesmo a este exercício nobre da razão dos homens. Então vamos lá.
«...eu vou lá estar para O fazer existir (Deus) e para que outros vejam que eu quero que Ele exista)
«Explica aí, meu caro, quem mais além do homem dá vida a Deus?!»
Estas duas citações esclarecem não só a forma como o Jorge se relaciona com Deus enquanto crente, mas também como lida com o tema «Deus», enquanto filósofo ou teólogo.
De uma forma simples eu podia dizer ao Jorge que nós não podemos dar a vida a quem no la deu. Não me estou a imaginar ser pai do meu pai, nem fazendo o filme rodar ao contrário, porque, ainda assim, eu estaria a entrar no ventre de minha mãe e não a criar a minha mãe.
A ideia de que Deus é criado pela mente e pela fé do crente reproduz o pensamento racionalista de Réné Descartes mais ou menos assim: penso em Deus ou rezo a Deus, logo Deus existe. Quase poderia garantir que o Jorge ao insistir nesta via do racionalismo cartesiano, em que fazemos depender a verdade acerca de Deus, do nosso pensamento, da nossa vontade ou da nossa fé, em vez de promover o regresso de Deus, só vai afastá-lo para mais longe. Uma coisa existe porque eu penso nela? Crio uma realidade só de pensar nela? Não seria fácil de mais? Isto sem contar que cada ser humano consciente iria criar o seu próprio Deus, aliás como sempre aconteceu, Deuses feitos à imagem e semelhança de quem os cria.
Interpelas-me, Jorge: «Mas farás, também, o favor de me explicar de onde alguma vez terá saído uma ideia da existência de Deus que não dos humanos conscientes».
Que eu saiba só os homens têm ideias, seja acerca de Deus, seja acerca de qualquer outra coisa.
Desiste, Jorge, de fazer depender a existência de Deus da existência do homem. Repara que a própria Terra e o Universo já cá estavam há biliões de anos, antes de aparecer o primeiro ser humano consciente. Não foi uma brilhante ideia tua ou minha que os fez existir.
Se queres ser fiel à fé que professas, aceita essa fé como um «dom», da mesma forma que a tua existência te foi oferecida.
Aquele Deus que alguém faz existir quando reza, quando um Ben Ladem reza, é uma divindade perigosa, que tem servido para tudo. É um «Deus» nascido do pensamento humano e tão mortífero como a pior das guerras. Os crentes têm que habituar-se a um Deus cujo mistério não é mais acessível que o mistério do universo. Por isso se diz que o crente vive da fé e não da razão. O que não quer dizer que ponham a razão de parte, muito pelo contrário, para não acontecer que acreditem em qualquer patranha. Começa aqui o papel da teologia, que não é para explicar o Mistério de Deus aos crentes, porque um Mistério, por definição não tem explicação, mas para fazer os crentes distinguir entre os «Ídolos Divinos» e o Mistério de Deus.
E tenham um bom Natal.
"Se queres ser fiel à fé que professas, aceita essa fé como um «dom», da mesma forma que a tua existência te foi oferecida."
Mário Neiva.
- Muito breve apresentarei um trabalho sobre "Os caminhos da Espiritualidade"...esse trabalho tem um objectivo desenvolver a vivência espiritual,para através de uma reflexão teológica e ontológica, establecer os caminhos que levam a Deus.
Mas hoje, um pedido de Natal
Meu bom velhinho
Amigo muito querido
Peço apenas um pouquinho
Do teu tempo, que é corrido
Meu pedido, na verdade
É fácil de atender
Desejo que a humanidade
Consiga em paz viver
Que aprenda a humildade
O amor incondicional
Esta é a minha vontade
Meu pedido de Natal
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Ps.
Abraço os meus companheiros da AAACarmelitas.
Aos escritores e leitores do Blog.
Aos amigos de anos e anos, do tempo em que a internet não existia.
Ao meu particular AMIGO AUGUSTO CASTRO, que nos oferece este espaço literário.
Desejo - Feliz Natal e que 2011 seja o ano da GENEROSIDADE!
Meus caros e meus distintos interlocutores. Colocais-vos face à realidade na perspectiva absoluta das leituras que dela fazeis e exorcisais tudo que vos faz cócegas nesse cúbilo fechado das vossas cabecinhas pensadoras. A trealidade é o que vós quereis e ponto final.
Meu caro Mário, o que escrevi não tem nada a ver com Descartes. Tem a ver com pessoas, com o regresso de Deus aos seus espaços de vida e de relação com outros e de realização individual e social. Eu sei que as colagens a certos postes (Descartes) dão jeito e arruma-se mais de pressa o inquietante. Assim não mereces que dedique tempo sequer a ensaiar a resposta. A tua reação e a do anónimo que te cita vão ser sempre as mesmas "usque ad eternum".
Já o disse e reafirmo:
A fé é uma forma de conhecimento. Não é, em sentido rigoroso, um dom, a menos que queiram significar que tudo é dado pelo criador. A minha fé é uma forma de conhecimento para a qual muitos outros contribuiram directamente e, quando muito, Deus, só indirectamente.
Quanto à minha existência não sei se me foi oferecida, como quereis que seja, ou se me foi imposta e nenhum dos dois explicitar-me-á esse dilema, nem agora, nem nunca.
Reformulo:vida oferecida ou imposta? Sei bem que não pedi para nascer. Mas sei bem também que um dia me dei conta de que cá estava. E a minha preocupação não foi se era por Deus que cá estava, porque sabia bem, já nessa altura, que fora pelo meu pai e pela minha mãe. Pois a minha preocupação era de que o pão faltava, era pouco, tinha frio, andava descalço, roto e quase nú, de mãos gretadas e sem meias para os pés... e pela vida fora dei-me à luta de perceber como nos podemos melhorar e fazer mais, para mais conforto e menos carências. O Deus que supostamente postulais não dá de comer a ninguém, não sabe o que são as dores, as necessidades! O vosso Deus fuma charuto, passeia-se pelos salões de whisky na mão. O Deus que vai no meu coração, abraça, acolhe, conforta, ajuda, ensina tudo o que sabe e pede conselho, colabora, ajuda a integrar, a ser mais, a andar até quem já nem tem pernas, enxota das cabeças as ideias depressivas e ajuda a fazer alegria... mas este Deus é lixado porque não me deixa parado tempo nenhum... sempre me traz aos ouvidos os gritos dos que clamam que Ele (Deus)é os outros nas suas debilidades, carências, fragilidaades...
São umas diferenças levadas da breca, meus caros...
Meus caros anónimo e Mário,por defeito de fabrico, devolvo respeitosamente o conselho moralista que teologicamente me receitaram.
Meu caro el cantante, até nem desgosto do que me parece que queres dizer, mas com esse estilo não sei se alguma vez teremos alguém para ir à busca de quaquer parte do bem. Tem paciência, mas deixa-me ser pai Natal sempre que eu quiser e puder e segundo o meu critério. Tem paciência, mas deixa-se cultivar o dom da dádiva, porque eu tamém sonho. Tem paciência, mas deixa-me estimular as crianças a pedir para que um dia saibam dar, porque eu tenho um sonho. Tem paciência, eu gosto do pai Natal e tenho esse direito, porque eu tenho um sonho! Tenho sonho de o mundo já não precisar das suas prendas porque o meu mundo já é melhor. Tenho um sonho, e vou continuar a sonhar que não fosse preciso o Pai Natal. Por favor, pai Natal, não lhe ligues...
Bom Natal
Mas quem me manda a mim dar conselhos aos sábios?
Cá recebi a devolução, Jorge, e a "encomenda" vinha intacta, porque nem a abriste para ver o que ia lá dentro.
Na missiva que acompanha a devolução, dizias que o teu Deus «é lixado», que não te dá sossego, sempre a abanar-te para que ouças os gritos dos que andam nus e com fome. Pois fica sabendo que tens um Deus muito bonzinho, que apenas te chateia um nadinha, comparado com o Deus Islamico que pede aos filhos de Maomé o matirio de se auto-explodirem para matarem o maior número de infiéis.
E explica aí, agora é a tua vez, como é que Deus enquanto Mistério, fuma os charutos do Fidel Castro e se passeia de copo na mão, nos bares da moda.
Será que para ti o ser humano, além de poder andar nu e faminto, bem vestido e bem nutrido, não é também um mistério insondável, bem à imagem e semelhança de Deus Mistério?
Talvez esta faceta invulgar e única no reino da vida, que faz do homem um mistério, seja aquela que primeiro tenhamos que descobrir.
Dar de comer a quem tem fome como quem alimenta o cão e o gato lá de casa, pode não chegar para ser Homem.
Devolve também esta, meu caro e sábio Jorge, a ver se este camelo tem emenda.
Entender, na íntegra, o que ou quem é Deus ainda me é muito difícil. Não creio que Deus seja uma figura humana, em forma de velhinho e que fica sentado no seu trono, com um cajado na mão e acariciando a sua enorme barba branca, como me foi ensinado na infância, já não sei bem por quem.
Também não acredito que Deus seja um homem com cara e rótulo de bom, mas que castiga os seus filhos e os condena a sofrimentos eternos em lugares sombrios e amaldiçoados.
Não aceito que Deus seja algo ou alguém fictício, inventado por alguma pessoa que queria impor limites aos outros.
Deus, eu acredito, vai muito, muito além de tudo o que possamos imaginar sobre Ele. TALVEZ ele seja o Universo em si, com todas as suas leis perfeitas e casadas, com toda a sua magia; ou quem sabe ainda, Ele seja uma força capaz de manipular, mudar e criar tudo o que é necessário para manutenção da sua obra maior: o todo.
Deus, quem sabe, é uma energia dissociada, mas não dissipada, existente em cada ser, em cada flor, em cada orvalho, em cada humano. Se essa fosse a teoria certa, para entrar em perfeita sintonia com Ele, precisaríamos estar antes, em perfeita sintonia com nós mesmos e depois com o nosso próximo. E, segundo o mandamento mais importante da Lei Divina, nós devemos amar ao próximo como a nós mesmos, ou seja, primeiro temos que nos amar, para em seguida amar o outro com a mesma intensidade, pois Deus habita em cada um.
É difícil tentar conceituar Deus na nossa visão tão limitada. O que sei de concreto sobre Ele é que nEle eu encontro a força que me faz levantar depois de cada queda que levo na vida; Ele me dá confiança para entrar nos lugares mais sombrios em busca de sonhos que ainda não realizei; o que sei realmente sobre Deus, é que Ele está sempre comigo, mas às vezes eu não O permito agir, não lhE dou ouvidos e Ele, ainda assim, me ampara e me socorre quando choro as minhas dores.
O que posso afirmar sobre Deus é que Ele não me castiga, eu é que respondo pelas minhas escolhas erradas.
Deus é esperança, porque quando penso que todas as portas já se fecharam, eis que Ele abre uma fresta e a luz entra novamente na minha vida.
Deus é conforto, porque quando penso que sou a criatura mais errada no universo, eis que é no colo dEle que eu repouso a minha cabeça e choro o meu arrependimento.
Deus é confiança, porque nos momentos em que pensei ter encontrado o meu fim, bastou uma simples frase: “Pai, ajuda-me!” E Ele estava comigo, fazendo-me vencedor.
Deus é AMOR porque eu o nego a todo o instante, tenho tapado os meus ouvidos aos seus apelos, tenho fechado os olhos aos seus sinais e ainda assim, quando preciso de alguém, é Ele que está de braços abertos para me receber, como um Pai que sempre recebe um filho.
Eu não sei quem ou o que é Deus, mas posso afirmar que Ele é a razão maior de eu estar aqui hoje.
Aproveito para desejar a TODOS BOAS FESTAS
D/C.
Boas festas, bom Natal, saúdo-vos e desafio-vos para o caminho que temos a fazer, a nossa parte na realização da felicidade (salvação).
Há muito que percebi perfeitamente a estrutura teológica que parametriza o pensamento do DC e de alguns pseudónimos. Mas, precisamente por a ter entendido, por variadíssimas formas deixei perceber que os parâmetros em que desenvolvo o meu pensamento teológico e sobretudo a minha prática cristã, partindo da mesma base, há muito assumiram outros axiomas, tão obvios no novo testamento, que, de tão claros, se ignoram. Refiro-te, hoje, caro DC, apenas dois. Primeiro a abordagem do pecado. Se Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, temos que concluir em definitivo e de uma vez por todas, que tira mesmo. Se tira mesmo a abordagem do pecado só pode ser outra. Pessoalmente só sei ser cristão, partindo do princípio que o problema do pecado está resolvido. Idem, e em segundo lugar por hoje, para a esperança. Se Deus dá tudo, e tudo foi dado, porque fazer de conta que não está tudo dado? Porque duvidar continuadamente? Meu caro, se está tudo dado, e está, a esperança não pode ser em Deus que já fez a sua parte. Mas leio-te com prazer e sinto-me irmão na génese da tua fé. Bom Natal.
Meu caro Mário, se não te respondi à primeira porque o haveria de fazer à segunda? Não cuidaste de me responder e tornas a vir pedir respostas?
Por isso te repito a pergunta:
"Mas farás, também, o favor de me explicar de onde alguma vez terá saído uma ideia da existência de Deus que não dos humanos conscientes. De onde?"
Claro, de lado nenhum, só dos humanos.
Eu sei que tu sabes a resposta. Mas não te dá jeito assumí-la e vieste-me com uma proposta de resposta tipo catecismo! Mas desde quando é que a centralidade do homem mexe com Deus?
E no entanto o inverso é bem verdadeiro: a centralidade de Deus aí está sendo entendida por tantos como anulando o homem. Tu próprio O deixaste só e, insistes e insistes nessas tuas ideias que te levaram a essa decisão,e até parece que os que continuam a vivê-lO como central nos irmãos estão mal e nem terão o direito de ser religiosos. Verdadeiramente, meu caro, no cristianismo só há um desafio essencial (um dogma), amai-vos uns aos outros! Os outros dogmas são apenas ramalhete... De simples, esquece-se.
Aquela dos mártires do Maomé nem lembrava ao diabo, mas lembrou-te a ti! Por essa via, cuida-te, porque estás a entrar no domínio das paranoias psicopatológicas! Pois, fundamentalismo é para mim. Até ofende os mussulmanos! Márires por mártires,eras mais feliz se falasses dos martires cristãos de Roma ou de Éfeso,mesmo sem vir a propósito, só pelo efeito literário, mas quando se quer desconversar vale tudo. Andas a fazer trapézio sem rede ou luta livre?. Fico com pena porque já aqui mostraste muito de lindo! Bom Natal.
Bom Natal,
De um comentarista, mais acima, repesco uma afirmação em tudo com imagem de marca do antigo testamento e apresentada como o "ex-libris" dos cristãos. Pela contradição e despropósito teórico que encerra, comento.
Cito:
"E, segundo o mandamento mais importante da Lei Divina, nós devemos amar ao próximo como a nós mesmos, ou seja, primeiro temos que nos amar, para em seguida amar o outro com a mesma intensidade, pois Deus habita em cada um."
Comentário:
O entendimento do amor tendo como referência a nossa própria pessoa, amar os outros como a nós mesmos, remonta a Moisés, Sinai. Faz parte dos grandes avanços que a civilização hebraica marcou em relação a outras culturas sua contemporâneas. É, indiscutivelmente, um marco definitivo do antigo testamento, ainda se ensina nos dez mandamentos do catecismo, mas apenas e só como lei de Moisés, ou se quiserem, como uma das primeiras constituições de direitos e deveres de um povo.
Bento XVI em "Verbum Domini", acabado de aparecer, citando Santo Ambrósio, reafirma que "Todo o antigo testamento é um caminho para Jesus Cristo" (pg 70).
Não se pense porém que retiro valor ao antigo testamento porque, com S.Paulo, também concordo que "o antigo testamento continua a valer para nós cristãos" (cf. Rm 15,4;1 Cor 10,11)na devida proporção e "mutatis mutandis".
Com efeito, no tocante ao amor, que é a essência da boa nova, a referência deixou de ser o homem e passou a ser Jesus. Faz toda a diferença. O amor cristão é sempre e só um amor com Jesus por referência. Todo o antigo testamento apontava para Cristo Jesus e com Ele chegado, Natal, assim se vai realizando e consubstanciando, o novo testamento e a boa nova (Jesus por referência).
A referência à auto-estima, a que o comentarista se reporta, emerge em S.Paulo, mas em outro contexto. Face a entusiasmos desmedidos, a sabedoria e experiência de Paulo vem dizer-nos que o amor aos outros, com Cristo Jesus por referência (caridade), só poderá acontecer se primeiro nos amarmos a nós próprios (formos nós próprios caridade - cristo Jesus sem limites connosco). Modernamente todas as ciências vieram confirmar esta gigantesca intuição de S.Paulo: que tudo começa em cada um, no gigante voltado para os outros que em nós, com Jesus por referência, se cria ou não.
O amor hebraico tem por referência o próprio homem..
O amor cristão tem por referência o amor sem limites de Cristo Jesus. Sendo uma pequena diferença, amar sem limites é, todavia, e só, a marca cristã e neo-testamentária da boa nova (evangelho).
Boas festas
OS CAMINHOS DA ESPIRITUALIDADE - 1
Deus quer ser adorado em Espírito e Verdade... (Jo 4,24).
Nos dias de hoje observa-se uma ponderável dificuldade de as pessoas compreenderem o real sentido da palavra espiritualidade. E se muitos têm dificuldade para entender o verbete, fica então mais difícil de a viver. Inserida num secularismo cada vez mais devastador, a vida do homem moderno está cada vez mais comprometida com o materialismo, facto este capaz de obscurecer totalmente a vocação humana à dimensão sobrenatural, no relacionamento com Deus, que é um dos factores da verdadeira espiritualidade. Se o espiritualizar-se, segundo Bento VXI é o caminho para fugir do egoísmo e do materialismo, verdadeiras pragas do nosso tempo, neste trabalho tenho um objectivo desenvolver a vivência espiritual, para através de uma reflexão teológica e ontológica, estabelecer os caminhos que levam a Deus.
Em consequência do secularismo, criou-se uma dualidade de atitudes. A primeira delas, o desejo de gozar a vida com as coisas materiais que a cada momento são oferecidas, pela imprensa, pelo comércio e pelo modo como o consumo se desenvolveu no meio da sociedade humana. A isto soma-se o hedonismo, que é a atração pelo prazer fácil, sem limites e – por regra – pouco ético.
Por outro lado, ocorre o reconhecimento da necessidade de uma ligação com as coisas espirituais. Mas, como a verdadeira vida espiritual bate de frente contra certos prazeres do consumo e dos sentidos, as pessoas, não raro derivam para uma atitude superficial de relação espiritual, sem compromisso, sem renúncias e totalmente isenta da dimensão sócio-fraterna. A visão teológica é capaz de proporcionar a iluminação das nossas buscas. Teologia, é salutar que se saliente, é a compreensão e a experiência de Deus, que se realiza dentro da história e da cultura de cada povo.
Para começo de conversa, é bom deixar claro que espiritualidade é algo bem diferente de “espiritualismo”, e vice-versa. Já ouvi elogiarem pessoas, como ricas em “espiritualismo”, quando na verdade se queriam referir à pura capacidade de transformar a meditação espiritual em prática de vida. Para ser real ela precisa ter actividade. Se for passiva, estática, pode transformar-se em alienação.
Embora haja, nos dicionários alguma confusão quanto ao sentido desses dois verbetes, o termo “espiritualismo” está mais para as doutrinas espíritas, reencarnacionistas, de new age, etc. Tanto que a mídia, quanto quer apontar um médium, se refere a ele como o “espiritualista fulano de tal”. Às crenças animistas, em geral, aplica-se melhor a classificação de espiritualismo. Por esta razão, não se deve confundir um verbete com o outro. A rigor, por espiritualismo, entende-se qualquer doutrina ocultista ou religiosa que acredita na existência de espíritos imateriais.
Os caminhos da Espiritualidade - 2
Por outro lado, a palavra espiritualidade é compreendida como a acção do Espírito Santo no cristão: age nele e age através dele. Esse mistério da acção do Paráclito no ser humano leva-o a orientar toda a sua vida para Deus, de acordo com os critérios que Deus lhe dá, por Cristo, através dos evangelhos. O espírito que age no cristão leva-o a uma acção em favor do mundo, do próximo, da Igreja como núcleo de comunidade e dele próprio, já que elabora o itinerário da sua salvação.
Surge a partir daí a essência da vida espiritual, capaz de estabelecer a diferença (nem sempre bem apreendida por todos) entre a dinâmica e a estática. Se o espiritualismo tem ligações com doutrinas espíritas e esotéricas, a espiritualidade refere-se aquela inspiração que é concedida ao cristão pelo Espírito de Deus.
O acto de orientar “toda a sua vida” refere-se ao homem todo, completo, devidamente estruturado, espiritualizado e inserido nas realidades do mundo em que ele vive. Espiritualidade, desta forma, é um estilo de vida, um modo de viver. Exprime a forma como nos relacionamos com Deus. E não só com Deus, mas com toda a sua criação.
Não são poucas as pessoas que confundem espiritualidade com igreja. Embora fundada pelo Espírito Santo, a parte visível e sensível da Igreja é formada e mantida por pessoas humanas, as suas ideias e – não raro – os seus defeitos e vícios. Por retratar uma ligação com Deus, a espiritualidade é anterior à Igreja e às religiões. Em alguns casos a igreja tiraniza enquanto a espiritualidade liberta; a igreja intimida com as suas leis, e a espiritualidade esclarece; a igreja fecha questões, ao passo que a verdadeira espiritualidade está sempre propondo o diálogo. Se de um lado a religião atemoriza com o pecado e suas culpas, a espiritualidade leva-nos a adorar um Deus vivo, Pai, rico em misericórdia. A religião, ou religiões (pois são muitas) tem raízes humanas, enquanto a espiritualidade nasce no céu e para lá conduz.
Igualmente, há gente, dentro da própria Igreja, que desconhece o sentido real da “espiritualidade”. Há quem afirme, de forma equivocada, que proferir palavras espirituais é “fazer uma espiritualidade”. A espiritualidade no puro sentido da palavra surge com a qualidade do que é espiritual, ou seja, é a forma de se viver, na prática e no cotidiano, a nossa fé. Nesse aspecto, constata-se que a espiritualidade autêntica consiste em estarmos atentos às exigências do evangelho, pois ele é o roteiro capaz de nortear adequadamente a nossa espiritualidade.
Procurar ampliar ainda mais o raciocínio, podemos dizer que a espiritualidade é tudo o que tem por objecto a vida espiritual, com elevação, transcendência e sublimidade, sem descaracterizar a existência corpórea, onde o lado espiritual favorece as virtudes que devem inflectir sobre o material. Somos seres humanos de carne e osso e, mesmo voltados para o transcendente, não é possível esquecer essa constituição.
A rigor, sendo a forma como nos relacionamos com Deus, a espiritualidade não é algo que sai para fora, como o discurso religioso, mas uma atitude que se introjeta para dentro, no coração e no pensamento da pessoa. Nessa perspectiva, vemos o itinerário da espiritualidade como Deus vindo ao encontro com o ser humano (a graça) quando o Pai oferece a sua amizade, a paternidade e o projecto de salvação (por Cristo). Ao constatar a Amazing Grace (o esplendor da graça) o homem responde com a fé.
Os caminhos da Espiritualidade - 3
Espiritualizamo-nos para chegar mais perto de Deus, e isto ocorre de diversos jeitos, inclusive pela fraternidade. Há diversos modos de se amar a Deus, mas todos eles passam pela solidariedade e amor ao próximo. Só tem o direito de chamar Pai a Deus aqueles quem têm a coragem de chamar ao outro irmão.
Espiritualidade, deste modo, é deixar que o Espírito actue em mim, para que ele possa actuar através de mim. É permitir que o Espírito me transforme para que eu possa participar na transformação da Igreja e do mundo. A espiritualidade autêntica jamais me levaria a isolar-me do mundo, a escapar da vida e alienar-me de mim mesmo.
A verdadeira espiritualidade é a que produz engajamento, movimento e acção proactiva. Os grandes mestres da espiritualidade de todos os tempos, como o apóstolo Paulo, Francisco de Assis, António de Pádua, Tereza de Ávila e Mahatma Gandhi foram pessoas altamente comprometidas com as causas humanísticas do seu tempo e não adoradores contemplativos e alienados de um Deus sem substância e sem presença no mundo real. Não existe espiritualidade verdadeira sem uma resposta, que em geral se traduz pela solidariedade com o próximo.
Como disse Jesus aos seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo... Não se acende uma lâmpada para a colocar sob a mesa, mas no ponto mais alto da sala, para que ilumine todos os que estão em casa. Assim brilha a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5,14a.15-16)
No dualismo soma/psique (corpo/alma) do ser humano, o espírito actua de forma a favorecer e aperfeiçoar a vida do corpo humano. Nesse terreno, corpo e alma não se excluem, mas apoiam-se e se interpenetram, pois o homem assim como não é só corpo, igualmente não é só espírito, mas uma formidável realidade psicossomática. Tanto assim que viveremos a eternidade em corpo e alma. Céu e terra, carne e espírito, vida material e mundo espiritual, não se opõem, mas, pelo contrário, apoiam-se e complementam-se como limites da grande criação de Deus.
A espiritualidade torna-se, assim, a fonte de uma vida plena. Por subentender um encontro com Deus, ela ajuda a viver melhor a vida. Algumas pessoas imaginam possuir uma fé completa, autêntica, mas vivem tristes, acabrunhadas, debilitadas por dentro, questionando a falta de alguma coisa para que a sua relação com Deus seja eficaz. Às vezes essa relação peca por ser muito intelectual , quem sabe gerada apenas após um mero conjunto de ideias e doutrinas, como actividade de quem deseja apenas “saber mais” ... isso não basta para uma vida em plenitude. Em outras oportunidades, essa espiritualidade incipiente fundamenta-se em normas morais, onde o que importa é cumprir aquilo que imaginam ser a vontade de Deus.
Para uma contextualização da espiritualidade cristã, o fundamental é colocar-se “na presença de Deus”. Entrar na presença de Deus é torná-lo a essência, adotando-o como a força mais importante da nossa vida. Assim alcançamos a alegria maior, obtendo uma satisfação diferente e superior a qualquer outro prazer da vida. Como afirma o meu amigo Fernandes, para que o encontro seja fonte de vitalidade e de alegria, ele precisa influenciar toda a existência completa: os afectos, a imaginação, o desejo e o próprio corpo precisam entrar na presença divina. O que aprendeu a desenvolver adequadamente a sua espiritualidade, é aquele que quer sempre estar perto de Deus... sob seu olhar paterno:
Os caminhos da Espiritualidade - 4
Para onde ir, Senhor, longe do teu sopro? Para onde fugir
longe da tua presença? Se subo aos céus, tu lá estás; se me
deito no abismo, aí te encontro. Se tomo as asas da Alvorada
para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua a mão que me
conduz, e a tua mão direita me sustenta (S1 139,7-10).
O desenvolvimento da espiritualidade desperta naquele que crê, um imenso desejo de Deus. As experiências mais profundas começam com o desejo... Com o despertar do desejo... “como a corsa anseia...”. A porta do coração abre-se pelo lado de dentro. Tudo tem início a partir da nossa escolha em relação ao projecto de Deus para a nossa vida. Essa decisão acontece no plano profundo da opção fundamental, que é aquela escolha radical do horizonte de vida, capaz de dar sentido à procura dos maiores bens/dons espirituais. É preciso desejá-los... espiritualidade é acalentar um desejo do eterno...
É muito bonita a decomposição etimológica da palavra desejo. Na etimologia latina, o verbete desejo (desiderium) aponta para um estar longe das estrelas e aspirá-las... tal qual faz o romântico ao contemplar extasiado a noite e o céu estrelado (de sideribus). Desejo, nessa conformidade poético-teológica, é aspirar à presença do Ausente. Há um texto de Santo Agostinho que aponta para essa idéia:
Fizeste-nos inquietos e o nosso coração está inquieto enquanto
não repousa em ti...
Deste modo, motivada pelo desejo (do infinito) que cada um tem no mais íntimo do seu ser, a opção fundamental (a opção totalizante por Cristo) vai se realizando no concreto da vida cristã (que subentende uma espiritualidade definida). Para entrar na presença de Deus é preciso desejar ardentemente estar em comunhão com ele, sentir necessidade dele, da sua luz, do seu amor, da sua glória, da sua paz.
Ao chamar o Pai de Abbá (Paizinho), Jesus profere um integral acto de obediência e concordância ao projecto divino. Conforme nos diz Bruno Forte, pregador de retiros de espiritualidade do Vaticano, num evento em março de 2004, onde estavam presentes o Papa João Paulo II († 2005) e os mais altos escalões da Cúria Romana:
O “sim” de Jesus nasce, portanto, do amor sem reservas, e a sua liberdade é a do amor, de quem encontra a própria vida, perdendo-a (cf. Mc 8,35). Trata-se da capacidade de arriscar tudo por Deus e pelos outros, audácia de quem vive o êxodo de si, sem nenhum retorno do amor.
Encontramos traços desse modelo nas bem-aventuranças (cf. Mt 5,1-12). Neste sentido, as bem-aventuranças nada mais são do que a autobiografia de Jesus... “bem-aventurados os pobres, bem-aventurados vós que agora tendes fome...bem-aventurados vós que agora chorais...” (Lc 6,20s). A pobreza e o despojamento de Jesus, fruto de sua radical e livre escolha dos desígnios do Pai, transformam-no em homem de alegria, de paz, de oração e, sobretudo, de acção em favor da humanidade.
Pobre em relação ao passado, ele abre-se ao futuro; pobre com relação ao presente, com fantasia e coragem, sente-se capaz de o transformar; pobre diante do pesaroso e obscuro futuro, que se lhe apresenta, Jesus vence a tentação do medo e abandona-se completamente nas mãos do Pai.
Os caminhos da Espiritualidade - 5
Os manuais de espiritualidade, bem como as pregações dos santos e dos grandes místicos, apontam, como inspiração e paradigma para a espiritualidade autentica, as bem-aventuranças. É justamente nos critérios do Sermão da Montanha (cf. Mt 5-7) que está desenhado o “espírito do Reino”. É ali que Jesus se mostra “de corpo inteiro”, e deixa delineado o caminho para os seus amigos viverem a verdadeira relação com Deus.
Quem quiser pistas para a vivência da sua espiritualidade cristã, busque-as nas bem-aventuranças. Uma espiritualidade mal conduzida, incoerente, distanciada da verdade e da justiça, é capaz de criar barreiras à instauração do Reino, bem como predispor algumas pessoas contra a vivência cristã.
As más atitudes, as falsas posturas são capazes de criar rótulos e erguer obstáculos à adesão a Cristo e ao anúncio da Boa notícia. Se alguém se afasta de Deus, da verdade e da Justiça, por causa da nossa espiritualidade falsa, superficial ou alegórica, estamos a contribuir de forma negativa e afectiva para a perdição de alguém. E nossa.
Nesse aspecto, é lamentável dizer que o nosso mundo em todos os seus ambientes está repleto dessas falsas posturas, capazes de fazer tanto mal a expansão da fé e da solidariedade. Se há coisa condenável é a incoerência, a incompatibilidade entre o que se diz e o que se faz. Entre o discurso e a acção. Na incoerência (especialmente religiosa) é que aparecem as falsas atitudes, distantes da verdadeira relação com Deus, vai aos poucos solapando a fé, ao ponto de a extinguir ou de a imobilizar.
O núcleo da espiritualidade cristã está radicado nos “dez mandamentos”, a partir do primeiro, que nos recomenda amar um Deus amor, pai, amigo, irmão, peregrino, rico em misericórdia. Igualmente o “mandamento novo” (cf. Jo 13,34) que manda amar o próximo (atitude cristã) com o mesmo amor que Deus nos amou (fé) enfeixa todas as dimensões do relacionamento com o Absoluto.
Sendo um modo de viver a fé, a espiritualidade exprime uma adesão incondicional a Cristo, adesão esta manifestada nos mais variados modos e critérios de vida, como modo de pensar, de orar, de decidir, frequentar os sacramentos e de tomar atitudes. Percebe-se, deste modo, mais claramente que, havendo vidas e situações diferentes, haverá sempre maneiras e estilos diferentes de cada um viver a sua espiritualidade.
Neste terreno não deve haver uniformidade, pois as circunstâncias são distintas. Embora o elemento comum da nossa espiritualidade cristã seja o ser-Igreja, há formas diversas de a viver, de acordo com o estado de vida de cada um.
Existem muitas pessoas que não sabem definir o que seja “estado de vida”, fazendo alguma confusão conceitual, o que acaba por dificultar o entendimento. A compreensão desta palavra vai auxiliar sobremodo do domínio mais profundo da espiritualidade. Cada um vive o espiritual conforme o estado de vida. Cada pessoa vive de uma forma, conforme a sua opção e vocação.
Assim, cada uma possui uma forma, um estado, um jeito de levar sua vida. Cabe, portanto, para estabelecermos os pontos-chave da nossa espiritualidade, uma definição desse estado. Muita gente que pertence a um determinado grupo e insiste em viver a espiritualidade do outro.
Entende-se por estado de vida aquela forma que cada um possui, de viver conforme determinam as circunstâncias da sua actividade. O leigo, pai/mãe de família, tem a sua forma característica de viver e de se relacionar com Deus. O estado de vida deles é laico, familiar, procriativo, profissional, social e testemunhal. A sua consagração é a Deus (pelo baptismo), à família (pelo matrimónio e paternidade) e ao mundo (pela profissão, pelo estudo e pela vida social).
Os caminhos da Espiritualidade - 6
Cada grupo de pessoas tem a sua forma de adorar e relacionar-se com Deus. Mesmo assim, uma pessoa adulta tem o seu estado de vida diferente de uma criança ou de um idoso. A espiritualidade da mulher, que vive no lar, é diferente de uma criança ou de um idoso. A espiritualidade de quem vive no lar, é diferente daquela que trabalha fora. E assim por diante.
Já o estado de vida do presbítero, por exemplo, é sacerdotal, celibatário, missionário, obediente à hierarquia episcopal, ou à sua Congregação, voltado à missão de levar Cristo aos homens e vice-versa. A sua vida é de consagração plena a Deus e entrega aos irmãos. Do mesmo modo, os religiosos, irmãos, freiras, etc. têm formas diferentes de exercitar a espiritualidade, pois cada um deles tem as suas características de actuação, que nada mais é que o estado de vida de cada um.
Esse estado, como liberdade de escolha do ser humano, reflete a consciência da dignidade humana, superior a todas as coisas. O estado de vida, perfilado ao projecto da vocação de cada um, é fonte inesgotável de alegria e realização.
Sabemos que o nosso ser-Igreja é composto de cristãos, ordenados (os bispos, os presbíteros e os diáconos), os leigos (pais e mães de família, os profissionais, jovens, adultos, crianças e idosos) e os consagrados (religiosos, freiras, monges). Cada um destes tem, conforme a graça do seu estado, a sua forma característica e diferenciada de viver a sua espiritualidade, isto é, o seu modo de se relacionar com Deus.
Cada pessoa, seja leigo, ordenado ou consagrado, deve viver conforme o seu estado de vida, de acordo com aquilo que prescreve a sua vocação e o seu carisma específico. É uma distorção o que muitas vezes se vê por aí, pessoas a querer actuar dentro do estado de vida do outro, o padre a querer viver nas realidades do mundo (política, docência, etc.), ou o leigo a querer ser um “mini-padre”, um “sacristão adulto”, enfurnado nas sacristias, quando o seu campo de atuação é o mundo, a família, as profissões, os ambientes laicos. Igualmente o religioso que se dedica a outras actividades (activismo político, sindicalismo, exercício do múnus laico, etc.). Essas acções não são específicas, pois fogem do que é preconizado para o seu estado de vida.
Todo aquele que se desvia das características da sua vocação, tem maiores dificuldades em desenvolver uma espiritualidade autêntica. Estão sujeitos a danos à vocação específica, causados pela falta de identificação com o estado de vida adequada a cada realidade.
Para o leigo, a verdadeira vocação – como dissemos – aponta para o mundo, a família, o trabalho, a educação, a política, o lazer, etc. Este é o campo da sua vocação. Em paralelo, e assessoriamente, sem prejuízo do múnus original, ele pode actuar, por com-vocação na Igreja. Para o leigo e a leiga, o ser-Igreja não é ser um sacristão de luxo, nem viver enfiado na igreja-templo. É fundamental que todos, consagrados e leigos, descubram a forma mais adequada e racional de se relacionarem com Deus, e assim estarão a viver uma forma consciente e crescente de espiritualidade.
Esse modo de viver a fé ajuda na descoberta do sentido da vida. Nesse particular, a fé precisa de ser vivida nas dimensões individual, comunitária e social. Dessas três dimensões dimana a justiça social.
Os caminhos da Espiritualidade - 7
Para o desenvolvimento de uma espiritualidade discernida é preciso que cada um descubra a maneira mais adequada de viver a relação com Deus e com o mundo. A aludida “maldade do mundo”, da qual tanto se ouve falar por aí, pode ser atenuada e até transformada se tivermos cristãos que lutem pela justiça, pela partilha dos bens e dos dons e pelo perdão. O campo de actuação dos leigos, onde devem exercer a sua espiritualidade, nunca é demais repetir, é prioritariamente o mundo.
É no mundo, no vasto e complicado campo das realidades
temporais que o leigo encontra o seu campo específico de
actuação, onde ele tem a responsabilidade de ordenar as
realidades temporais para as colocar ao serviço do Reino
Para levar a efeito uma espiritualidade autêntica e operosa, do tipo “pés na terra e olhos no céu” cabe aos cristãos, especialmente aos leigos, não fugirem das realidades temporais, uma vez que perseverando ali, presentes, activos e fiéis, podem deste modo encontrar o Senhor.
Apesar de tão ricas conceituações, observa-se uma significativa dificuldade para o desenvolvimento de uma espiritualidade efectiva e eficaz: a formação religiosa e doutrinária (família, escola, catequese), muitas vezes é deficiente, clericalizada, com excessos de pieguismo e ausência de solidariedade e de discernimento quanto à missão do leigo. É como dizia um velho bispo, hoje aposentado (emérito): “muita reza e pouca acção”.
A liberdade, sabemos, é um dom de Deus, que nos seres humanos tem o compromisso de instaurar o bem e a verdade nas suas sociedades. Onde há liberdade, ali está o Espírito de Deus, ensina-nos São Paulo (cf. 2Cor 3,17). É preciso que todos gozem de liberdade social, política e religiosa para desenvolverem o modo mais adequado de viver a sua espiritualidade.
Resguardando a unidade nas coisas necessárias, todos na Igreja, segundo o múnus de cada um, conservem a devida liberdade, tanto nas várias instâncias da vida espiritual e de disciplina, quanto nas diversidades dos ritos litúrgicos, e até mesmo na elaboração teológica da verdade revelada. Mas em tudo cultivem a caridade. Agindo assim, manifestarão, sempre mais plenamente, a verdadeira catolicidade e apostolicidade da Igreja.
Há gente que fala em espiritualidade, mas parece não compreender do que se trata realmente, confundindo várias ideias, que no fim criam mais confusão do que esclarecimento. É preciso orar a pedir unção para o discernimento.
Os caminhos da Espiritualidade - 8
Somos livres para viver e para morrer, para aprender e ensinar. Assim se manifestaram os antigos sábios da Grécia, ao inculcar nos seus discípulos o valor da liberdade, como o mais autêntico bem. No terreno da fé, que estabelece a âncora essencial da nossa espiritualidade, a liberdade aparece como um bem indispensável à prossecução da nossa amizade com o Pai. Deus torna-nos livres para aderirmos a Cristo, para atendermos ao seu chamamento, para desenvolvermos a nossa vocação, para assim sermos fiéis ao nosso estado de vida.
No terreno da espiritualidade, o título “teólogo” não aponta tão-somente para alguém que se formou em teologia, ou que é capaz de prover uma análise especializada e informativa, enquanto fica a uma distância ponderável do objecto de reflexão. Ser teólogo implica e envolve uma capacidade de presença junto às realidades reflectidas.
Mais além do “bacharel em teologia”, o teólogo faz a teologia acontecer, ensina, promove o debate, cria novas idéias e produz teses. Cabe a esse especialista encarar questões desafiadoras a respeito de teoria e prática; entre dizer e fazer; fé e mística; contemplação e solidariedade. Teólogo é aquele que tem voz profética no meio da Igreja.
A necessidade de uma espiritualidade autêntica e encarnada nas realidades cotidianas desafia o teólogo que há em todos os baptizados. Esse tipo de espiritualidade – às vezes definida imperfeitamente – requer de todos visão e prática, mística e crítica nas mesmas proporções. Assim, definindo vemos que
Espiritualidade é uma atitude! É a forma como nos comportamos
na nossa vida, perante Deus e os desafios do mundo. Vivemos
na carne com olhos no Infinito; movimentamo-nos na matéria,
com o desejo das realidades sobrenaturais; caminhamos na
esperança expectando a certeza. Espiritualidade é, portanto,
uma atitude humana, prática com consequências sobrenaturais.
De uma forma académica, para melhor compreensão, quem sabe, se poderia dividir a espiritualidade em dois segmentos: místico e prático. No místico há a comunhão: “Eu te louvo, ó Pai...”. No prático vemos o social: “Eu tive fome e vós me destes de comer...”.
No tocante à liberdade, podemos vê-la como uma relação de alteridade. Sempre somos/estamos livres em relação ao outro. Liberdade é uma relação com as outras pessoas. Ser livre significa “ser livre para o outro”, uma vez que o outro me liga a ele. Somente em relação ao outro é que sou livre. Quando oramos “livra-nos do mal” (cf. Mt 6,13) estamos a pedir a graça da liberdade.
A espiritualidade nada mais é do que aquela parte da teologia que lida com a perfeição humana e com os caminhos que levam a ela. A chamada teologia dogmática ensina aquilo que devemos acreditar. A teologia moral aponta para o que devemos ou não fazer para evitar o pecado e, acima de ambas, embora baseada em ambas, vem a espiritualidade, também chamada teologia espiritual. Esta, novamente, pode ser dividida em teologia prática e teologia mística.
Enquanto mística, a espiritualidade adora; enquanto prática, ela coloca-se ao serviço. Nascendo encarnada nas virtudes teologais (fé, esperança e amor), ela vem iluminada pela luz do Deus Trinitário, e adquire, por conta dessa iluminação, uma vigorosa atitude de solidariedade.
Os caminhos da Espiritualidade - 9
Espiritualidade é, igualmente um encontro multidimensional, consigo mesmo, com Deus, com o outro e com o cosmo. Com afirma PH. Sheldrake (in: Espiritualidade e teologia. Vida cristã e fé trinitária. Ed. Paulinas,
A espiritualidade cristã tenta responder à pergunta: “Que tipo de Deus nós temos e que diferença isso faz para nós?”. As doutrinas essenciais formuladas pela antiga Igreja Cristã eram as de Deus como Trindade e Jesus Cristo como verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano. Todas as afirmações humanas sobre Deus têm implicações práticas: vivemos aquilo que afirmamos. Espiritualidades ineficazes ou até destrutivas inevitavelmente refletem teologias inadequadas de Deus.
Espiritualidade é vida cristã, mudança, conversão que conduz à perfeição da alma e das atitudes humanas. O “caminho da perfeição” – ensina Santa Teresa de Jesus, passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4,6ss). Não se admite espiritualidade sem cruz.
BOAS FESTAS
Meu caro anónimo saúdo-te pela palavra rejeito-te pelos conteúdos e pelo chorrilho de asneiras atrás de asneiras e de pacóvias afirmações estribadas no anonimato na suposição de abordares o tema da espiritualidade, como uma marca de exclusividade cristã, ou, ainda, como se o que deixas escrito tivesse alguma coisa a ver com Cristo Jesus. Não tem... Jesus é outra coisa.
Para ser breve, comento-te na parte final:
Cito-te para que melhor se entenda o que comento:
"Espiritualidade é vida cristã, mudança, conversão que conduz à perfeição da alma e das atitudes humanas. O “caminho da perfeição” – ensina Santa Teresa de Jesus, passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4,6ss). Não se admite espiritualidade sem cruz".
Comentário:
Ao contrário do que afirmas, meu caro anónimo, afirmo-o com toda a radicalidade, a espiritualidade não é vida cristã, mas pode ser também. Anulaste formas mil de espiritualidade que campeiam por esse mundo de homens lindos que se cuidam neste século da espiritualidade!
Ao contrário do que afirmas, a conversão não conduz à perfeição da alma nem das atitudes humanas, embora possa ser um começo. A conversão é só uma pequenina mudança no azimute. E o caminho? Estava tudo perfeito se fosse assim! Era o que faltava! Ideal sempre, propósito sempre, queda às vezes, recomeço sempre e assim sempre, passo a passo!
Em definitivo, o caminho da perfeição não passa pela cruz nem pelo sofrimento, e só dificilmente o masoquismo terá aspectos positivos. Muitos estudos apontam hoje para a inutilidade do sofrimento e para a consagração dos reforços positivos (prazer) nas aprendizagens e até progressos na espiritualidade. Jesus bem que o mostrou, mas só pensais na cruz... problema vosso e agora teu!
Em absoluto, ao contrário do que afirmas, há mesmo santidade sem cruz, embora, seguramente não sem trabalho. Confirma-se,aliás cada vez mais a inutilidade do sofrimento e a não aprendizagem sempre que ele (sofrimento) está presente.
Caro comentarista, deves levar uma vida de tormentos mil.
Que Deus de mau e de horrores estás tentando criar! Como podes viver com esse Deus mau às costas? Até metes dó!... Cada um tem o quer e tu queres sofrer, pois sofre! Mas dás-me pena...nem o meu cão deixaria sofrer assim porque até os animais são à imagem de Deus (Carreira das Neves).
Garanto-te que esse Deus não existe e, por isso, jamais te ouvirá... e já estás bem doente e, além disso, bem atrasado no caminho da perfeição, porque quem sofre não vai longe!
Profundamente depressivo no que escreves!
Vai apanhar ar, descontrai o diafragama, respira fundo...vai para um ginásio, faz umas boas caminhadas diárias, sempre, sempre, sempre...
O Deus cristão é de outros amores. Que alguém próximo te dê o azimute e deixa-te de escritos de terrores. Ou melhor, assusta-te quanto quiseres, mas poupa-nos que o Deus dos cristãos anuncia alegrias, boas novas, sempre felicidade, salvação de horrores como os que descreves!
Sê antes braço de Deus, reverte a favor dos outros as bençãos e protecções mil que tens recebido, acolhe, apoia, patrocina, abençôa, empurra para o sucesso... Deixa-te desse empaturramentro de bens que n~em digeres e que te pôem louco por viveres fechado em ti. Age a favor dos outros... tu podes e deves ser braço de Deus.
Snr. Jorge Dias, faz o favor de lêr, reler e entender
…Somos livres para viver e para morrer, para aprender e ensinar. Assim se manifestaram os antigos sábios da Grécia, ao inculcar nos seus discípulos o valor da liberdade, como o mais autêntico bem.
…Espiritualidade é uma atitude! É a forma como nos comportamos
na nossa vida, perante Deus e os desafios do mundo. Vivemos
na carne com olhos no Infinito; movimentamo-nos na matéria,
com o desejo das realidades sobrenaturais; caminhamos na
esperança expectando a certeza. Espiritualidade é, portanto,
uma atitude humana, prática com consequências sobrenaturais.
Quem é o Dono da Verdade?
Vejo o sangue a inundar o templo,
Nossos sonhos a morrerem cada segundo,
Minha insanidade agora é questão de tempo,
O vento a soprar é sinal de luto,
Tantas mães a velarem corpos de anjos,
Tantos anjos a descobrir que o inferno é mais perto,
Deitados em flores, sonhos e planos,
Caminhos trocados, o errado e o certo,
Atirem a primeira pedra quem nunca errou o caminho,
Tantas almas malditas a passar por puras,
Olhando na minha face, nega tua coroa de espinhos,
Teu corpo é pó, tua casa sepultura,
É mais fácil dizer que o errado é o vizinho,
Sozinhos sabemos dos nossos medos internos,
Tu me apontas teu dedo indicando um caminho,
Quem me garante que teu atalho pro céu não acaba no inferno?
Meu caro anónimo,
Provaste do rancor e do fel do pessoalissimo «Deus» do Jorge. Era suposto que este «Deus», pretensamente decalcado dos testamentos da Bíblia, fosse omnipresente, omnisciente, omnipotente, omniamoroso, omnicompreesivo, omniecuménico...omni...omni...
Afinal, o «Deus» do Jorge, não passa de um deus mesquinho, invejoso, ignorante, intolerante, palavroso, divisionista. A este «deus», Saramago chamou filho da puta. Excedeu-se na linguagem e confessou-se ao Pe Carreira das Neves, em directo, na TV. Realmente, seja quem for, não se trata ninguém deste modo, nem sequer ao «deus» que o Jorge faz existir quando reza...Levemos aquele desabafo do Saramago à conta de um efeito literário, em que um "saramago" pretende, com aquela "fala" rasca, derrubar os deuses feitos «à medida de cada "jorge" deste mundo».
Foi pena, caro anónimo, que assaltasses o blog daquela forma, despejando tudo de uma vez. Há ali muito para meditar e eu vou ter todo o gosto em comentar-te. Tens sempre presente o «mistério da vida» e dizes-nos que nele mergulhamos através da «espiritualidade». Não tenho a mínima dúvida que assim é, mas eu tenho um modo diferente de fazer esse "mergulho". Porque, na realidade, trata-se de «fazer» e não, apenas, de «pensar» ou «crer». Como quem diz,um pensamento ou uma fé que determina uma ética e uma moral.
Vou viajar e não sei se terei tempo para vir ter contigo aqui no blog, apesar de levar o meu portátil. Se der tempo, venho mesmo, porque me apraz conversar contigo. E fica o desejo, dito e testemunhado por que nos lê, de que o Jorge desista de criar os deuses das suas emoções e sentimentos e se junte a nós na confrontação com o «Mistério da Vida». Este, que é Deus para ti, meu caro anónimo, é também o meu Mistério. Necessariamente, também o do Jorge, embora ele pense, erradamente, que só existe na sua mente e no seu coração.
O Patriarca e anónimo-I
Ora muito bem, caros amigos, isto está de festa! Vôvô Mário virou patriarca da casa! Não tem Deus na vida, embora tenha um na cabeça que o faz ser contra uns e a favor de outros. Meu caro amigo, o meu Deus é a teu favor quando me chamas velho do Restelo e também é a meu favor quando eu te chamo sapateiro. O meu Deus é a favor de todos quando me fazes um fundamentalista islâmico, dos quqe sobrevivem e dos que morrem e me achas incapaz de ser como os mártires de Roma ou de Éfeso! Não te esqueças que tu quando escrevfes não és qualquer um, meu caro confradito. E se estivesses aqui perto gostava de te ver o facies para sentir os afectos ou os ódios que sugere. Tu que aqui tanto pugnavas pelas ideias, foste-te com elas e verifica-se, agora, que afinal é só quanto te dá jeito. Não esquecerei as perguntas a que recusaste responder... não esquecerei. Anotei os moralismos seguidos como agora anoto os protecionismos descabidos! Mas este caro anónimno não se saberá defender? Em boa verdade até me parece que estragaste a resposta dele e bloqueaste a minha. Isto aqui tem que ser tudo a teu gosto? Obrigado, patriarca, vôvô sem Deus, paizinho perdido que quer continuar a enfiar o calção infantil em quem já é de maior idade. Meu caro, isto de proteccionismos tem limite, caso contrário vou ter que te processar por "Dumping" (vender a baixo do preço de custo)! Eu também preciso de protecção! Ainda por cima, é Natal!
Meu caro anónimo, enquanto tal, anónimo, digo tudo o que acho que devo dizer. Face a comentador identificado, além de dizer o que devo dizer, tenho outras referências para equilibrar o discurso. Até me parece que o anónimo fizeste de propósito e acho bem. Nesse aspecto até é salutar.
Bem, penso em não comentar grande coisa porque o patriarca passava-se. Mas para ele e para ti sempre vou dizendo:
- a espiritualidade não é a forma como o homem se comporta perante Deus. Afirmas que é, embora já com outras nuances. Pode ser, nada mais...
- espiritualidade não é uma prática com consequências sobrenaturais. Pode ser, nada mais...
O Patriarca e o Anónimo - II
Comentar mais, o texto todo? Nem pensar! Atirar pedras? Só se fosse ao sapateiro por ter ido além da chinela!
Irmão, segue o teu caminho!| Mas se queres ajuda, ajuda dou, se queres amor, amor dou... mas se quiseres um empurrão para baixo eu também sei dar! É fácil! Deus à imagem de cada um é que não há e por isso o patriarca se foi embora dEle!
Mas há uma coisa no teu comentário que me inquieta. Cito:
"É mais fácil dizer que o errado é o vizinho,
Sozinhos sabemos dos nossos medos internos,
Tu me apontas teu dedo indicando um caminho,
Quem me garante que teu atalho pro céu não acaba no inferno?"
Em primeiro lugar eu não falei do vizinho falei do que o vizinho disse de Deus e apenas uma pequeníssima parte. Porquê? Porque tenho direito de falar e fiz deliberadamente a opção de cingir os comentários à parte citada no meu comentário. Fui duro? Então anónimo, que esperavas? Discordo visceralmente!
Em segundo lugar, ao confirmares os nossos (teus) medos internos, confirmas tudo o que eu disse do teu sofrimento e do "deus" de horrores que apresentas.
Em terceiro lugar, fico dilacerado, por teres sugerido que o meu atalho para o céu, que entendeste como sugestão para ti, acaba no inferno. Isto de pensares que aqueles com quem te relacionas são uns malandros que nos querem mal sugere uma mão cheia de confusões à porta das quais me quedo... Mas dá que pensar! Pensarás nisso sozinho ou quem quiseres, e sequiseres, porque neste espaço daqui não levas nada! Mas é pesado ler isso dirigido para mim a partir do meu comentário! Muito pesado. Anoto e jamais esquecerei.
Meu caro, o inferno é aqui e o inferno são os outros e é isso que temos que alterar. As estórias que vais buscar para me dizer o contrário, são peças de uma ramalhete mal composto. Lê a encíclica da esperança de Bento XVI e vais concordar comigo.
Acredita que fico sangrando.Mas a que propósito haveria eu de te querer levar para o inferno? Grande carga e disfunção anda por aí! Mesmo assim, ao serviço deste Deus desafiante, de alegrias, "Sê braço de Deus, reverte a favor dos outros as bençãos e protecções mil que tens recebido, acolhe, apoia, patrocina, abençôa, empurra para o sucesso... Deixa-te desse empaturramentro de bens que nem digeres e que te pôem louco por viveres fechado em ti. Age a favor dos outros... tu podes e deves ser braço de Deus." Se já o fazes, parabéns, estás no bom caminho...
Boas festas e bom ano!
Daquele «Deus» que o Jorge «faz existir» quando reza ou quando insulta, desse, sou e serei sempre ateu. Estarei sempre com aqueles que encontraram Deus no Mistério da Vida e O fizeram Pai e Amigo. Porque no Mistério da Vida nos encontramos. E a Vida está muito para além
de um pensamento falaz
de um sentimento fugaz
de um preconceito tenaz.
Boa Ano para todos, sem exclusões, porque somos todos viajantes no mesmo Barco da Vida.
E a propósito de barcos, ocorre-me dizer ao Jorge que «patriarca era o Noé».
As nicadas do vôvô patriarca da arca de Noé,
Meu caro,
Quando concluo que um pensamento é falso, parto à procura de outro;
Quando pressinto que um sentimento positivo pode ser fugaz, cultivo as suas causas para que se consolide;
Quando concluo ter sido preconceituoso, se possível apresento desculpas. Sempre corrijo.
Não tenho consciência de alguma vez ser ou ter "um preconceito tenaz".
Devolvo-te, vôvô, o preconceito tenaz por não se adequar, não vá dar-se o caso de precisares dele para o próximo comentáriio.
Que a Acção de Graças de fim de ano nos realinhe na extensão do braço de Deus, assim julgo poder desejar, face à porta que agora reentreabres novamente! Bom ano
Ohhhhhhhhhhh gabirus, vocês nem no Natal se respeitam!... Só falta pregarem á estalada, uns aos outros!...Que raio de religião é a vossa? Que Deus vos acode, quando estão aflitos?
Sejam amigos e não baixem o nível, porque eu é que sou o El Caltante e estou caladinho nesta quadra de amor e de paz, enquanto vocês dão porrada de criar bicho!...
Continuação de BOAS FESTAS, na paz e amor de Cristo.
Eu só queria agradecer...
Hoje excepcionalmente, não preparei nenhum texto, piada, pensamento ou outra coisa para publicar.
Somente estou a passar por aqui porque, senti uma vontade imensa de agradecer..
Agradecer a algumas pessoas do Blog, que de alguma forma enriqueceram o meu parco conhecimento, cada uma com a sua maneira ou ao seu jeito de se expressar.
Obrigado Mário Neiva, Jorge Dias, Augusto Castro, Rosalino Durães, António Costa, El Cantante, Mariano, Evaristo, Bessa, José Moreira , Emídio Januario, Anónimos e tantos outros que por problemas de DNA (Data de Nascimento Avançada) não consegui incluir neste texto.
Sabemos que um dia tudo isso se irá transformar.
Toda a nossa preocupação deixará de existir,
Toda a angústia ou alegria terão fim,
Até mesmo os mais nobres dos nossos sentimentos poderão sofrer mudanças.
No entanto tenho certeza de que uma coisa permanecerá.
É a certeza de que existiram, existem e existirão pessoas que dão o melhor de si em prol da AAACARMELITAS , com muito humor e boa leitura.
Junto aos votos de Bom Ano, um Grande e forte abraço.
D/C.
Agradecimento
A quem me critica, peço desculpas
pelos erros, desatenções, impaciências
mas, sigo em frente, sem mágoas, sem culpas
tentando acertar cada vez mais!
A quem me incentiva, aquele abraço... meu amigo
por todos acertos, motivações e deferências
e sigo em frente por demais agradecido
por todo o bem, que vocês me fazem!
É...uma espécie de ...balanço de fim de ano!...
Tive muitos momentos de felicidade...Agradeço todos esses momentos, principalmente aqueles que pude relembrar aquando do reencontro dos antigos colegas de Seminário(Bodas de Ouro na Falperra-em 25/setembro passado)e outros na minha actual actividade.Do fundo do meu coração o meu muito obrigado a quantos me proporcionaram momentos incomensuráveis de grande alegria.
Terei falhado algumas vezes e errado outras tantas mas são horas de pedir desculpa por essas falhas.
Fim de ano.Um antigo gerente referia:"TROCA DE ANO".Eu achava graça, mas talvez tenha lógica ao referir-se à passagem d'ano.Agora tambêm eu digo: Vamos fazer a troca deste ano 2010 pelo 2011 e façamos boa troca.BOAS FESTAS e brindemos com esperança ao ano 2011.BOM ANO NOVO.A.Costa
Como não se respeitam, meu caro El Cantante? Repara que respeitam, sim... e a prova está vista! Aqui estou e ali estive com total transparência! Nada confusões, que annimação não é falta de respeito!
Ouço o meu filho, na casa dos trinta dizer-me que a Igreja não passa mensagem nenhuma, não é apelativa, não evolui, que a malta jovem não vai lá porque os conteudos desapareceram das homílias! Que a Igreja não faz festa e se porta nas eucaristias como o futel de há 100 anos...Limitei-me a dar-lhe razão, caladinho: Tens toda a razão.
Por agora ainda não desisto de uma boa nova fresca, neo-testamentária, apelativa e aqui darei dela menssagem de viva voz, escrita, uma vez ou outra a propósito, outras, mesmo de propósito!
Gosto desta multiculturalidade desafiante de mais ser e do amor e de caminhos que abrimos! Não vejo onde está o problema das escritas não terem um denominador comum de unicidade! Era o que faltava! Pica-se de mais? E daí talvez não! Não há direito ao contraditório? Em qualquer treta de programa televisivo vejo muito mais contraditório!
É natural que não estejam habituados, que haja tentativas óbvias, moralistas, de controlo, mas isso só me dá mais energia para reagir!
Congratulo-me com a animação que este espaço tem tido e estou pronto para mais umas nicadas de estima e apreço, mas nicadas, para ver o blog vivo e provocante, e sempre, mas sempre a mexer e crescer! E se têm dúvidas consultem o blog antes de um almoço muito especial e comparem! Verão e concluirão onde houve palavra, mais palavra...
Vôvô e patriarca, mais uma!
Vôvô, o calção já não me serve! Sim aquele calção de criança! Assim falava frei e Pe. Celso na Falperra para explicar a independência do Brasil!Como uma criança que cresceu, o calção já não servia ao Brasil... "Ouviram do Ipiranga margens plácidas..."
Que felizes somos pelas proteções infindas que levamos na nossa conta! Toca a distribuir! Tudo de bom! Em "Te Deum laudamus" (ação de graças)de fim de ano me inebriarei com a lembrança da vossa presença! A oração será de realinhamento com a mira do braço de Deus. Mexam-se seus parados! Se já se mexem, mantenham e parabéns. Bom Ano.
Ok, está tudo bem é o que importa, porque na falta de árbitro, eu estou a observar todas as jogadas. Umas vão para canto,direita, esquerda e outras em direcção á balisa, mas acreditem que golos ninguém marca, já que não existem donos da verdade. Certamente donos de teorias , ideias, boas, ou más, mas palavras , leva-as o vento e cada um fica com as suas, mesmo pensando que são melhores do que as dos outros. Eu só sei que nada sei, mas tenho olho fino e pé ligeiro, para atiçar o parceiro. Tenho dito...
Continuação de Boas Festas e façam favor de serem felizes, como dizia o outro e eu subcrevo.
BOM ANO para todos, não quero cá amuanços!...
PENSANDO ALEGREMENTE
Abro aleatoriamente a Bíblia, e cai na carta de São Paulo, aos Filipenses, capítulo quarto, versículos de 4 a 9. Vale a pena lêr e meditar. Senão vejamos o que ele nos diz: “ Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida por todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a acção de graças. E a paz de Deus,que excede toda a inteligência, haverá de guardar os vossos corações e os vossos pensamentos, em Cristo Jesus. Além disso, amigos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar os vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, praticai isso, e o Deus da paz estará convosco.”
Há quanto tempo foi escrita esta carta e a sua actualidade é insofismável! O espírito que deve mover todo o ser humano é o espírito da alegria e, esta sem dúvida alguma, provem da nossa sintonia com o coração de Deus. Devemos SINTONIZAR esta onda, como se sintoniza uma onda de rádio, por exemplo.Esta sintonia irá alimentar-nos com os eflúvios celestiais e, estes por sua vez, nos conduzirão com muita força, muita alegria, muita paz para irradiar estes sentimentos às criaturas que nos cercam.
Os pensamentos são vibrações, são energias, que tendem a se tornar actos concretos. É por tudo isto, que o padrão dos nossos pensamentos devem ser sempre positivos. Se você, que me lê, pensar negativamente o resultado fatalmente será negativo. Se, ao contrário, ele for positivo, o resultado também será positivo. É o chamado “feed-back” ou a lei do retorno.
A nossa mente é mesmo fantástica. Devemos sempre policiar a mente consciente, pois tudo o que nela entra, é como se fosse um insumo que futuramente se transforma em produto. Tudo o que é “insumado” pela mente consciente, ela envia para a mente subconsciente e, esta se encarrega de tornar realidade o que foi pensado. Por isso é que devemos tomar muito cuidado com a qualidade dos nossos pensamentos. Se você pensar em si mesmo: “Eu sou um fracassado ...nada dá certo com a minha pessoa... Tenha certeza que sua mente o subconsciente lhe devolverá EXACTAMENTE isto que você está a pensar. Isto tende a se tornar uma realidade na sua vida! Por isso muito cuidado com os pensamentos...
Contrariamente, se você disser a si mesmo: “Todos os dias sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor” ou “Tudo posso naquele que me fortalece”, Superarei neste dia, todos os problemas que se me apresentarem pela frente, se disser antes de dormir: Vou dormir tranquilo, muito tranquilo, vou acordar amanhã muito bem disposto, bem humorado, feliz... A pensar assim, você estará a “encharcar” o seu subconsciente de sugestões altamente positivas, cujo resultado será também, por sua vez, muito positivo.
E você? o que é que está a pensar agora? Coisas positivas ou preocupações que nem sempre acontecem? Está a pensar mal dos outros? Está a alimentar pensamentos de ódio, vingança, inveja, ciúmes?
Tudo o que ponderei, a vida me ensinou. E me ensinou eficazmente uma vez que as pratico de maneira sistemática e o resultado não poderia ser melhor. Vivo em paz com a minha consciência, a procurar sempre a ser LUZ no mundo, irradiar boas ondas de amor, paz, tranquilidade, espiritualidade e muita ALEGRIA, para ver e sentir as pessoas a serem felizes. Mas ia-me esquecendo...o factor principal e condutor de tudo isto se chama: JESUS! Nosso mestre e salvador!
Ele disse, ... “ Eu sou a videira; vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque SEM MIM nada podeis fazer”.
Nota: Eu sei que o Jorge Dias, lá nos Açores ADORA este “ Modus”
«Repito: alegrai-vos! Seja conhecida por todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo».
Sem esquecer que devo um comentário ao Anónimo sobre a «espiritualidade», não podia deixar passar esta oportunidade sem uma breve nota sobre a citação que o Mariano fez de S.Paulo.
Alguma vez, meu caro Mariano, te passou pela cabeça que esta proclamação de S.Paulo «O senhor está próximo» não é nem uma metáfora, nem uma tirada retórica, nem uma vaga afirmação de fé, mas uma convicção profunda do Apóstolo de que a segunda vinda de Jesus Cristo estava iminente? Se não quiseres ir por mim, informa-te junto de algum eminente biblista ou especialista paulino e verás que é isso mesmo. S.Paulo estava mesmo convencido de que o «fim dos tempos» seria brevemente uma realidade. Quem não ler S.Paulo a partir deste pressuposto, nunca vai entender o que S.Paulo escreveu. Por exemplo,quando numa carta aos Romanos diz que «cada um permaneça na situação em que o Senhor o chamou», como marido ou mulher, como senhor ou escravo, ele não está a dizer como deve ser estruturada a familia ou a sociedade (se fosse isso estaria a apoiar a escravatura!). Para S.Paulo pouco interessava a organização de uma sociedade prestes a ser transformada (ressuscitada) radicalmente por intervenção directa de Deus na História. O que interessava era a fé nessa intervenção iminente de Deus e que os homens se comportassem de acordo com essa fé e essa esperança, praticando «tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo...»
Depois, como o «fim dos tempos» se atrasou, (até hoje) foi necessário fazer alguns "ajustamentos" a este fortissimo evangelho de S.Paulo, como, por exemplo, escrever na carta de S.Pedro que «para Deus um dia é como mil anos».
A pregação "corrente" esquece, quer seja por ignorancia, quer seja porque não dá jeito nenhum face à realidade da História esta perspectiva da chegada iminente do «Reino de Deus» escarrapachadinha em S.Paulo.
Outra saída airosa da pregação é que temos de considerar a Revelação «no seu todo». Deste modo, se Paulo diz assim e Pedro diz assado, vamos aceitar tudo como validamente revelado e acaba por haver explicação para tudo. Ou para nada, e os cristãos têm de viver na fé e na esperança, exactamente como viveram e morreram Paulo e Pedro, esperando, a todo o momento, a chegada do «fim dos tempos.
É claro que a teologia evoluiu com a história e já não confronta os cristãos com a iminencia do fim do mundo. Isto não quer dizer que podemos «ajustar» a pregação de S.Paulo à realidade presente, sem primeiro cuidar daquilo que ele realmente andava a pregar.
Ai aplaudo, aplaudo, caro Mariano... boa nova da mais pura e cristalina! Hoje já é dia da oração de acção de graças de fim de ano. Para mim a acção de graças é um tempo comunitário mas simultâneamente intimista e personalista, é oração por exclência de realinhamento com a mensagem seja, como dizes, citando Paulo, como ramo, seja como tenho dito, extensão do braço de Deus para os irmãos, e nem me importa que não seja no sentido literal de Paulo, porque é prefigurativamente uma vinda de Deus aos homens, por tudo o que lhes fizermos. E nisto Paulo era imbatível, não fosse ele o homem da caridade, o amor de Deus realizado em nós e nos outros, por cada um de nós! A acção de graças, "Te Deum Laudamus", é como que um olhar em radar sobre céus e mundos entre chegadas, partidas para além e estadias de felicidades dadas, recebidas, conquistadas, dores inerentes, lágrimas, sorrisos mil, abraços tantos, vozes travadas na comoção das explicações que não sabemos dar dos afectos que vivemos, olhares contidos, desabridos, vidas companheiras de felicidade, de salvação. Acção de graças, um tempo lindo de Deus na mão e pela mão antes de mudarmos de número.
Bom, tudo bom, tudo... Bom ano!
Dia da paz
O prícipe da paz, Jesus!
Acção de graças, um tempo lindo de Deus na mão e pela mão antes de mudarmos de número. Acção de Graças e nela a invocação de Jesus como Principe da paz.
Em salmo desafiante de paz "Deus tenha compaixão de nós e nos dê a sua Benção", leio o amor apaixonado de Jesus vivido connosco ao limite, com paixão. Deus viva connosco com paixão como se não fôramos nós a ter que viver com Ele e nos dê a sua benção, isto é, a nós deseje coisas lindas para nós vivermos apaixonados e desejarmos aos outros na mesma medida...
Abençoar, desejar aos outros coisa boas, pois abençoai extensivamente como ramos e como braços de amor e fazei-o com paixão, enamorados do bem que podemos fazer, inventemos, e que sejamos compaixonados,e, porque seus irmão e filhos, príncipes da paz...
Passou mais um ano,
chega de repente um ano novo
onde muitos enterrarão as suas dores
ou onde muitos esquecerão os seus anos.
Um ano onde muitos irão fazer pedidos,
onde muitos farão promessas,
onde alguns pedirão força,
onde muitos sentirão saudades,
talvez a mais bela dor de uma despedida.
Um ano onde me lembrarei dos que muito cedo partiram.
Um ano antigo que nunca mais voltará,
carregaremos apenas a certeza de que no próximo ano
tudo será diferente, nada será igual ao passado.
Um ano novo de novas esperanças.
Espero no fim deste ano novo encontrar os barcos
que procuramos.
Espero que o aprendido no ano passado se una ao
convicto desígnio de um ano novo repleto de realizações,
para todos os meus amigos, a todos os meus irmãos...
vivam o novo ano!
(Pois é: olhando para trás,jamais teria escrito fosse o que fosse, sem o teu apoio Amigo Mário Neiva-Obrigado por este ano)
À mesa, sobre a tábua, corto a carne. O pão doce, o vinho frisante, tudo sobre o azul-céu e branco da toalha simples – majestosa.
Saúdo o ano passado, do décimo ano do milénio que passou.
Saúdo o Senhor de Todos os Mundos. Saúdo Deus Pai, os Deuses de todos os recantos da Terra, os Deuses todos de todas as Eras, os Deuses todos de qualquer pedacinho, de qualquer ponto do Universo. Eu estou Neles. Eles estão em mim.
Saúdo os Deuses do Ano. Saúdo os Deuses de cada segmento humano, religioso, pagão, claro, escuro, branco, amarelo e todas as mais segmentações que existirem, existem ou haverão de existir.
Eu vi, a passear pelo tempo, tantas coisas e muitas ainda verei para o bem, para o melhor da humanidade, apesar da imensidão desta quadra também imensa de incertezas, que a todos envolve.
Saúdo o pai biológico, tão-só pela graça da vida. Início de tudo neste plano. A mãe, corpo físico e espiritual, genitora que me acolheu, deu-me a luz da vida, cumprindo os desígnios do Senhor.
Saúdo e agradeço à mãe que nunca pariu e criou filhos como se fossem nascidos de si.
Saúdo todas as mães, saúdo todos os pais-mães, cujas mães caíram de si – fugiram da vida real – subiram ao mundo irreal das ilusões – meras luzes temporais – momentâneas, enquanto a carne ainda oferece algum atractivo para os níqueis.
Saúdo todas as mães-pais que tenham conseguido sair bem de relações em que se envolveram (ou, não raro, se deixaram envolver), sem ter que apanhar, bater, matar ou morrer ... assim, bem ou mal, toquem a vida, numa situação mais saudável do que aquela que antes viviam.
Saúdo cada acto de amor, vivido ou sonhado.
Saúdo o carinho de cada irmão, cada ser com os quais tenha cruzado ou simplesmente vibrado na harmonia cósmica universal. Tocados ou não, ... ou simplesmente intuídos.
Saúdo cada acto de amor físico, cada contato, cada gesto com ou sem o gozo do prazer de um encontro maior – aquele que conduz e faz a vida como diz o Pai, que tudo sabe, que tudo vê, hoje e sempre, durante e através do tempo, do espaço.
Saúdo o que está por vir. Saúdo em especial o amor que construí ao longo dos meus poucos dias por aqui nesta existência. E tudo será bom e bonito, apesar do recorrente apego pessoal à forma, à proporção, à razão, a tudo que é belo.
Na arte da Natureza, na arte criada, na arte que virá.
Na arte maior que é o ser humano.
Continua...
...continuação
Saúdo a irmã de jornada, nem maior, nem menor, simplesmente a outra parte de um todo único – o nós – a dois ou a dez – no concerto universal de cada sociedade, segundo a sua própria óptica, o seu próprio nível evolutivo, segundo o seu próprio e discernido entendimento dos desígnios do Senhor.
Saúdo aqueles que não foram lembrados, aqueles que, desviados, afastam de si todos os demais irmãos.
Saúdo os mortos à bala, faca, foice ou facão, de curva, na estrada bem ou mal construída, bem ou mal conservada, seja por acção própria ou por hora certa no relógio motriz final.
Saúdo os vivos mortos, que nada têm além da sua morte viva, no segmento vegetativo a que estão sujeitos por causas antecedentes ou a que deram causa, aqui e agora.
Saúdo cada esforço individual, cada passo, cada palha, que cada irmão tenha envidado, dado em favor do seu vizinho, da sua rua, do seu bairro, da sua cidade,do seu País, da sua própria ou da vida alheia.
Saúdo o ano que ora se vai, na estreita medição que fazemos nós, pobres humanos somos!
Saúdo o Novo Ano, do terceiro milénio cristão, embora estejamos agora a viver o oitavo milénio da Era Alexandrina.
Enfim, saúdo o homem – espécie – Deus feito carne com a centelha divina da consciência oriunda do Criador, ainda que opaca, nesta quadra da existência, quando o normal seria o brilho cada vez mais intenso, o mais fulgurante dos seres.
Saúdo-te, irmão, irmã, independentemente do papel que agora estejas a representar no concerto universal dos tempos, hoje e sempre, vos saúdo!
Um Ano de Paz, um Ano de Amor!
(Sem o Mário Neiva e o Jorge, este blog, não era blog! Mas sem a Teresa este Blog, não é a mesma coisa.)
Estás a ser muito simpático, Mariano, e, se te aproveitou alguma coisa do que escrevi, fico contente, porque para isso também aqui venho, embora a razão primeira da minha presença neste espaço seja a partilha de pensamento com aqueles que, tal como eu, um dia se abrigaram sob a Ordem do Carmo. Para muitos de nós, a Ordem foi o segundo lar e jamais vou esquecer isso.
E não são apenas memórias de um passado longínquo, como que gravadas em celuloide. Nada disso. São anos de vida «on-line» e, por isso, mesmo que quisesse não poderia "desligar a corrente" sem negar um pedaço de mim mesmo.
Considero trágico que alguém renegue anos do seu passado, porque tenho a certeza que está a entrar em conflito com memórias vivas que integram o seu presente. É trágico porque fica a remoer uma dor em vez saborear uma doce nostalgia. Mas a vida de cada um é mesmo assim, composta tanto das coisa boas como das coisas menos boas.
Que a vida presente de todos os aacarmelitas seja bem sucedida no presente, pelo menos o suficiente para compensar memórias dolorosas, se as houve.
Espero, Mariano, que que as tuas lembranças sejam
Boas, naturalmente
Augusto, a caixa está cheia!
Faz o favor de criar outro espaço.
O NOVO ANO e a AAACARMELITAS, que futuro?
Enviar um comentário
<< Home