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29 de agosto de 2010

DESABAFOS

D E S A B A F O S

G E R A Ç Ã O  I N D I G O

AQUI FICA O ESPAÇO RESERVADO PARA OS DESABAFOS DE TODOS OS AAACARMELITAS E NÃO SÓ, COM ESPECIAL DESTAQUE PARA OS DA GERAÇÃO "Y" (ÍNDIGOS), A GERAÇÃO AZUL.
AQUI ME REFIRO, POIS, AOS QUE ENTRARAM DEPOIS DE 1968, ATÉ HOJE,
POIS SE PRESUME SEJA A PARTIR DAÍ, QUE A PRESENÇA DOS ÍNDIGOS SE TORNOU MAIS NOTÓRIA NO NOSSO PLANETA.


63 Comments:

Blogger Anonimus said...

O SONHO
Na noite passada eu tive um sonho. Sonhei que tinha ido a uma feira. Parei numa banca e o rapaz que atendia logo falou: — Chega aí, meu velho, na banca do céu. Aqui o senhor pede o que quiser e terá tudo na hora.
Fiquei feliz e pedi: Se o senhor está a falar a verdade, então pesa-me um quilo de felicidade, meio quilo de amor, seiscentos gramas de carinho, dois quilos de simpatia e cinco quilos de amizade.
O vendedor olhou para mim e disse: — Eu posso pesar o que o senhor pede, mas não tenho vasilha para colocar toda essa mercadoria, se eu tivesse pesaria rapidamente.
Respondi: Eu sei que o senhor está a fugir de me vender o que lhe pedi, mas para seu espanto eu trouxe uma vasilha bem grande. E não é preciso embalar.
Ele perguntou: — Onde está a vasilha? Se for pequena não caberá tudo.
Depressa abri a camisa no peito e bem alto gritei: Aqui! Coloque tudo aqui dentro, no meu coração.
Sem ter o que responder, ele sacou de um revólver, encostou no meu peito descoberto e levou o dedo ao gatilho...
Nessa altura, eu acordei.

03 setembro, 2010 22:03  
Blogger jorge dias said...

Eu cá devo ser extra-terrestre e se tivesse que sonhar seguramente serria de azul e, caso fosse em inglês, na suposição de "Y" fosse de Youth, juventude, diria "cheese". Mas se não for, que seja de Yankie, americano dos USA. Se não for nada disso o diabo que os carregue e todas estas mistificações caseiras, ou como se diz por aqui, tarecas. Pois, haja saúde, que eu gosto de sonhar outras coisas y, yankie, youth, etc..... mas que carrocel!

03 setembro, 2010 23:28  
Blogger Mario Neiva said...

Este comentário foi removido pelo autor.

04 setembro, 2010 22:18  
Blogger Mario Neiva said...

Índigo

Fui à Vikipédia e encontrei muita coisa sobre os Índigo. Aqui fica uma breve transcrição:

«Em Portugal existe a Fundação Casa Índigo, projecto de Tereza Guerra e Alain Aubry, registada como IPSS pelo Ministério da Educação em 2008 e que tem nos seus estatutos definido que se abstêm de "toda e qualquer actividade política ou religiosa". É um projecto destinado ao estudo, esclarecimento e desenvolvimento de actividades de apoio a crianças e jovens de todo o tipo e características, incluindo crianças índigo, cristal, crianças dotadas, sobredotadas, super psíquicas, entre muitas designações e jovens que se identifiquem com estas energias do Novo Tempo».

Não estou virado para estas «energias do Novo Tempo», vulgo Nova Era. Mas estou certo, porque as ciências o comprovam, que o nivel intelectual melhora com uma alimentação cada vez mais rica e apropriada a cada organismo. O velhinho aforismo «mente sã em corpo são» nunca esteve tão prodigamente comprovado.
Por isso acredito piamente que o nosso planeta está, literalmente, a ser invadido por crianças cada vez mais espertas. E não se trata de uma invasão de extraterrestres e muito menos de «espiritos caidos», em desgraça ou inadaptados, nos seus planetas de origem!
Esta minha "queda" para ser tão terra-a-terra herdei-a da minha mãe, talvez, que não aceitava outras verdades que não as da sua fé cristã-católica. E nesta já encontramos «anjos caídos» e «anjos de pé» para todos os gostos. Anjos, arcanjos, querubins, serafins. E o caído Lucifer.
Pessoalmente penso que o adeptos desta Nova Era procuram ligar-se ao mistério da vida e do universo de uma forma inovadora, "moderna", seguindo o impulso ancestral de diálogo e comunhão com o "misterioso".
O problema destes novos crentes é que têm de enfrentar um mundo em rápida mudança, queimando etapas devido à intensa investigação cientifica e desenvolvimento tecnológico. A minha geração conheceu dois mundos diferentes: o da sua infancia- juventude e o actual. Nada me diz que não possamos conhecer um terceiro. Sem meninos extraterrestres e apenas com os índigos terráqueos, aqui nados e criados, filhos legítimos do génio humano. Dizem os homens da ciência que foram necessários biliões de anos para a Mãe Terra nos dar á luz.
Pena é que uns tantos tenham degenerado em «filhos da mãe».

04 setembro, 2010 22:24  
Blogger Mario Neiva said...

Medolandia II


Dou o braço a torcer aos adeptos do Novo Tempo, mas não deixo que o partam.
Com isto quero dizer algo muito simples de compreender e que julgo ser muito verdadeiro: que a procura de novas formas de viver a espiritualidade humana e as práticas seguidas e recomendadas para atingir tal desiderato são fruto do desencanto com as crenças e praticas religiosas tradicionais. É como se estes senhores crentes da «Energia Cosmica» e do Novo Tempo nos estivessem a dizer que somos um novo homem a viver num novo mundo e isso exige uma nova «religião».
A primeira torcidela que aceito no meu braço diz respeito ao principio fundamental desta nova «religião»: «eu», sou o ponto de partida. É claro que depois vamos divergir, e muito, em relação a este indecifrável, quase indizivel, «eu». Para já, temos um ponto de encontro.
Isabel Ferreira pretende, com a terapia de grupo ou individual, levar-nos a encontrar-nos com o mais íntimo e radical de nós mesmos. Quando «eu» conseguir abstrair-me de tudo à minha volta, inclusive abstrair-me do meu corpo ( e, logicamente, de toda a sensibilidade?!)começo a entrar num mundo novo, o verdadeiro, sem tempo, sem espaço, sem medida. «Eu», finalmente, encontro a paz e me livro do Senhor Medo.
É claro que aqui o codeas do Mário vai logo dizer: quando «eu» não sentir nada é porque estou "mais pra lá do que pra cá".
Mas as coisas não são assim tão fáceis. Não é de um dia para o outro que alguém consegue "limpar" o «eu» da camada espessa de carne e ossos com cinco afiados sentidos. ( A mulher ainda tem um sexto!). De modo que a solução é fazer como os antigos ascetas e empenhar-se a sério no caminho do «céu». Os crentes moderados vão fazendo uns cursos (em milagres) de vez em quando e, convenhamos,andar limpinhos do muito egoismo acumulado não faz mal a ninguém.

Um "cheirinho" do que ensina e propõe Isabel Ferreira:

«A noção de que a felicidade e as rédeas da nossa vida estão na nossa mão.
Quais as mais valias que leva consigo?
- Que a vida é uma lição constante de aprendizagem.
- As ferramentas:
- Uma maior noção do “eu personalidade”, do “eu divino” e do “eu interior” e da vantagem de aceder ao “eu divino” no meu dia a dia.
- Uma maior certeza de quem sou.
- Coragem, esperança.
- Mais responsabilidade»

Certeza de quem sou, coragem, esperança, responsabilidade...Quem não aceita de alma aberta estas palavras?
Eu não procuro outra coisa nesta minha vida. O que me separa da Isabel Ferreira e desta gente que prega a Boa Nova da «Nova Era» é que eles sabem todos, preto no branco, quem «eu sou»,»tu» e «ele» e «nós». São tão assertivos! E EU, já sem aspas, sou tão falho de certezas. E penso que vou morrer como a minha avó Ana Rosa, a
perguntar: «como é do outro lado?»
Diz o Pe Anselmo Borges com uma lucidez que nos ilumina até ao fundo da alma: aceitar a realidade da morte total do homem é começar a acreditar na ressurreição.
De facto, e foi assim que aprendi na teologia cristã: lá, onde tudo acaba, é onde tudo recomeça.
«Como grão de trigo lançado à terra», disse Paulo de Tarso, que deve ter pensado e sentido aquilo que eu penso e sinto. A diferença dele para mim é que ele esperava ressurgir, daí a uns breves tempos, da morte verdadeira. Ora se eu nem sei direito o que é a vida, que experiencio, como hei-de saber da morte que nunca experimentei? Nem tu, nem tu! E o meu amigo Paulo não falou mais, nem uma cartinha escreveu, depois de partir cheio de esperança de ressuscitar em Cristo.
Deixou, a quem crê, a sua esperança.
Em nova linguagem e novos gestos, os crentes da Nova Era não pretendem mais que renovar a esperança dos homens.
Critico-lhes a doutrina, não a generosa intenção.

05 setembro, 2010 17:44  
Blogger Augusto said...

Quanto ao que aqui se escreveu sobre Índigos, embora pense de maneira diferente da do autor do comentário, limito-me a referir dois livros sobre o assunto. E nada mais direi . Aconselho, contudo, a quem queira dissertar sobre o mesmo, a estudar o tema e a fundamentar o que disser. Autores: Lee Carroll e Jan Tober: Títulos: AS CRIANÇAS ÍNDIGO, Lisboa, Março de 2005, Editora Sinais de Fogo. – AS CRIANÇAS ÍNDIGO- DEZ ANOS DEPOIS, Lisboa, Junho de 2009, Editora Estrela Polar.
- Quanto ao livro “Entre o Medo e a Liberdade” (Uma viagem ao interior pela mão do CURSO EM MILAGRES), de Isabel Ferreira, entendo que falar dele ou da sua autora, implica mais do que uma simples leitura deste livro. Penso que seria útil, ler também o “Manual de apoio ao estudo de “UM CURSO EM MILAGRES” da mesma autora, Lisboa, Novembro de 2004, Edição do autor. E, ler também o próprio CURSO EM MILAGRES [“A Course in Miracles”, da FOUNDATION FOR INNER PEACE, Second Edition, by Viking Penguin,(a division of a Penguin books, USA Inc.) 1996, Inglaterra]. Indico o inglês, pois, pessoalmente reputo a tradução que há em Portugal como uma má tradução.
E sobre os comentários ao livro referido e à sua autora, muito haverá que dizer. Mas isso ficará para uma outra ocasião. As obras referidas são verdadeiros manuais de Logoterapia e não compêndios de Filosofias ou Teologias.
Façam proveitosas leituras.

05 setembro, 2010 23:05  
Blogger Mario Neiva said...

De facto, pelo que sei, «as obras referidas são verdadeiros manuais de Logoterapia» e destinam-se a ajudar as pessoas «a libertar as suas inibições, medos e dificuldades, restituindo-lhes a liberdade a que têm direito» (in Entre o Medo e a Liberdade). E nem eu sugeri que fossem manuais de filosofias e teologias. E quando falei, genericamente, do movimento Nova Era como uma religião, coloquei a palavra religião entre " " para assinalar-lhe o sentido diferente.
O que não se pode é tentar afirmar que não existem uma filosofia e uma teologia subjacentes às obras da Isabel Ferreira e autores congéneres. Façamos a pergunta simples e óbvia: que pretendemos curar com a «Logoterapia»? O homem! Terá de ser a resposta. Pergunta menos óbvia, mas pertinente: Que espécie de homem? Responde Isabel Ferreira ( Entre o Medo e a Liberdade): «o teu corpo, tal como qualquer forma física, serve de instrumento de manifestação da mente que és».
Devo concluir, e isto para mim já não é novidade quando leio estes autores, que o «homem» de Isabel Ferreira é a «mente». E esta mente é imortal e preexistente à incarnação. E a «Logoterapia» visa libertar a mente do peso quase morto que é o nosso corpo. A sua função é puramente instrumental.
Vá lá que serve para alguma coisa, além de atrapalhar!
Ora isto é uma doutrina filosófica. E o manual de terapia foi elaborado a partir desta ideia acerca do homem.
É uma doutrina que contraria frontalmente a filosofia e teologia cristãs, que pensa o «homem» intrinsecamente corpo e alma, sendo o destino de um, o destino do outro. Parece um absurdo? Pois parece, mas ninguém é obrigado a aceitar o cristianismo com a sua ideia de morte e ressurreição.
Há pouco tempo foi publicado um livro sob o título «A Ciência Terá Limites?», constituído por uma série de intervenções de académicos e investigadores e do qual recolho estas palavras de Laura Bossi:

«A ressurreição envolve uma compreensão psicossomática do eu, da identidade e da personalidade, implicando a unidade da vida e do pensamento consciente (razão), do corpo e do eu. Não há negação da morte, não há negação da realidade; o horror da dor, de decadência e da putrefacção é enfrentado com bravura, mas o lugar em que reside o horror final é também o lugar da redenção. O conceito de ressurreição corporal, por absurdo que possa parecer (e alguns dos maiores teólogos debateram-se com este absurdo), é um conceito de uma coragem e optimismo sublimes».

Negar uma verdadeira morte do homem só pode ser feito à custa da sua dimensão corporal. Esta não é a filosofia cristã nem a minha. Mas será, ao que parece, a filosofia subjacente à obra de Isabel Ferreira, quando considera o corpo como simples instrumento da alma.
Portanto, descartável.
Prefiro, de longe, o absurdo da ressurreição cristã, que recupera o homem em corpo e alma.
Se me explicassem como isso será possível, virava pregador itinerante. Assim, vou ficando a admirar a fé linda dos meus avós, dos meus amigos aas crentes, rezando baixinho para que eles estejam cobertos de razão (sem a ter).
Porque a fé é mesmo um dom, apesar dos protestos do Jorge, que parece estar um tanto esquecido da catequese que aprendeu…

06 setembro, 2010 01:45  
Blogger Mario Neiva said...

Duas notas

1 -Aceito que posso não ter feito uma interpretação correcta acerca da ideia de «homem» na obra da Isabel Ferreira. Se o Augusto nota alguma falha na minha apreciação, desde já fico grato pela rectificação. Estou aqui para aprender.
2 -Quando refiro algum autor ou livro ou os cito não tenho a preocupação de fazer uma identificação exaustiva, sobrecarregando o blog com informações que estão disponiveis no Google, bem à mão de semear.

06 setembro, 2010 01:56  
Blogger jorge dias said...

Pois, pois,... eu cá lembrei-me logo de um certo procurador que, tendo-se em certo espaço de justiça, tribunal, decidido entregar uma certa criança à sua mãe e seu companeiro, para o caso, padrasto da criança, este certo procurador logo reagiu, embora tarde. Com efeito, já em fecho de sessão, solicitou autorização para, uma vez mais, ouvir a criança. Perguntou-lhe se o dito padrasto lhe mexia no pénis. Face à resposta positiva, alegando tratar-se de uma criança "indigo", conseguiu convencer o juiz e alterar a decisão do tribunal.
Valeu a pena, senhores professores, e, se não se importam, caros colegas! Foi mesmo à negra!

Se por aqui alguém pensa em unanimimos não está no seu dia de sorte...

07 setembro, 2010 00:00  
Blogger jorge dias said...

"Porque a fé é mesmo um dom, apesar dos protestos do Jorge, que parece estar um tanto esquecido da catequese que aprendeu…"

Eu até nem me importo de alinhar, mas é faz de conta! Ora vejamos! Claro que naquela lógica bacoca de que Deus é que dá, a fé, claro só pode ser dada! Se é dada é dádiva, é gratuita, é de graça, é graça, quer dizer, é dom! Mas esta questão pôe problemas tremendos, desde logo ao teu muito querido, e meu, Sagan. É que seguindo a mesma lógica o mundo ficaria parado à espera que o dom o fizesse mexer, isto é o dom do movimento, o dom da energia, enfim todos aqueles dons que fazem que este mumdo seja! Mas com essa pândega do dom, terias ainda que resolver uma outra mão cheia de asneiras, as asneiras provocadas por todos aqueles que "desandaram da fé", alegando que era pela pureza da fé que agiam! Mergulha lá no Galileu Galilei, mergulha lá nessa trampa dos três séculos de Inquisição e nos milhares levados à fogueira à conta do teu dom, relê a história dos místicos neuróticos de origem sexual e respectivos desmandos e poderás concluir comigo que o mundo de Sagan acabou.
Mas a verdade é que não acabou e tudo está aí a querer levantar-se, o mundo, a história, as pessoas que a fazem e só se faz se nós estudarmos, trabalharmos, fizermos... Meu caro, se somos dons de Deus, só somos uma vez para valer para todas as vezes. Lá o que tu julgas que nós somos é outra coisa e tens direito a pensar o que quiseres. Se por acaso estás a querer passar uma ideia de uns certos teólogos ou de uma certa hierarquia, bom isso é lá contigo! Tenho o mesmo direito que eles e sobretudo tenho o dever de ser eco e ser mais abrangente que eles e, sobretudo, de dar voz ao Espirito Santo! Meu caro, a fé é uma cultura, dom da criação. Dom, "ab initio", é tudo o que nos faz alimentá-la, mas é se a gente quiser ou os pais quiserem, na catequese, quaisquer que sejam as formas. Fé infusa? Isso é que era bom! Que grande desconsolo isso de ser crente à força. Eu cá rejeitava logo... Criados para sermos livres e senhores na liberdade. Isto não tem nada a ver com as fórmulas feitas de um catecismo, que como tu sabes bem, quais eram os grandes objectivos e porquês de certas fórmulas! Não me vais pedir que te enuncie o dom do perdão pago a dinheiro de uma certa bula papal que, como compreenderás, se fosse o pecado de aborto, ou o pecado do homicido da esposa, ou de um mendigo ou da fornicação com a filha, etc, etc, era dom, na mesma, o perdão, só que primeiro tinha que entrar o dinheiro. Caro Mário, é natural que tenhas alguma razão, mas, ao nosso nível, bocas é muito pouquinho. Entendo, como crente, que tudo o que é, é pela criação uma só vez. A teologia, que supostamente te suporta, faz uma leitura "sui generis" do primeiro livro da Bíblia. Isso já foi, agora, é o homem que faz e nesse fazer se realiza até na fé. Não cuides da fé e verás onde pára o dom! Claro que poderás dizer, esquece a criação e tudo será igual. É verdade! Mas só para mim e mais uns tantos. A muitos faria mesmo diferença a sua anulação nas categorias mentais! Não vejo nenhum problema em aceitar a criação, pelo contrário vejo uma mão cheia de problemas resolvidos e, sobretudo, uma violentíssima força psicológia a empurrar-nos para a frente a caminho do ómega, já, no caminho, na mão de Deus.

09 setembro, 2010 01:37  
Blogger Mario Neiva said...

«...e, sobretudo, dar voz ao Espirito Santo».

Toma cuidado, caro Jorge, que foi assim, dar voz a Deus, ou fazer a vontade de Deus ou dar voz ao Espirito Santo que os inquisidores fizeram o que fizeram. Arrogaram-se de falar «em nome de Deus» e deu no que deu.
A tua e a minha voz serão sempre e unicamente a nossa e vão expressar o nosso sentir, pensar, crer e sonhar, com todos os erros inerentes à nossa humana e limitada condição. Quem, por um momento que seja, esquecer esta verdade fundamental está-se a substituir ao «outro». E este outro perderá a voz, porque lhe foi usurpada.
Imagine-se então o que acontece quando esse «outro» é Deus.
Coisa bem diferente, mas não é disto que estamos a falar, é dar voz a quem não a tem. Literalmente, permitir que o outro tenha a mesma capacidade que eu para decidir e, se for caso disso, confrontar-me.
Quem não a tem, precisa mesmo que lhe dêem voz. Que conste, o Espirito Santo fala (ou sopra) onde quer, como quer e quando quer. E a confusão surge quando alguem pretende identificar com a d'Ele a sua humana voz.
E se alguém insistir, como eu aprendi no seminário, que o Espirito Santo fala através de nós, temos que interpretar isso como um registo humano da voz divina e, como tal, sujeito ao «pecado».
Mas foi assim que surgiu a Santa Inquisição.

Sobre o «dom da fé».
Eu não dei o meu palpite, nem o deste ou daquele teologo. Estou a transmitir o que aprendi na teologia dogmática, na mesma escola que tu. Talvez com o mesmo professor, Bento Domingues. E esta teologia não era mais que a explanação e aprofundamento das fórmulas decoradas na catequese da infância.
Convem notar que o sentido que em teologia se dá à palavra «dom», não é o de simples sinónimo de doação.
Com efeito, no «dom» da fé recebe-se o que não se mereceu e aceita-se o que não se compreendeu.
Não encontro melhor analogia que a do amor entre duas pessoas. Ninguém é amado porque mereceu e não chega a compreender porque foi o escolhido entre muitos. Por mais que alguém goste de uma mulher, se ela não quiser, bem pode pintar-se de ouro e tornar-se dono do mundo, porque ela é que vai escolher o seu amor.
O «dom da fé» não é como uma tesouro que Deus oferece a alguém porque o mereceu pelo seu bom comportamento. Nem tão pouco é uma conquista de uma inteligência brilhante. É «gracioso», tal qual o amor.
Uma tal teologia pressupõe um Deus Pessoal e, mais precisamente, um Deus que seja AMOR. Amor entre pessoas que possam «doar-se» e não, simplesmente, oferecer presentes umas às outras. O amor existe com ou sem presentes, mas sem amor os presentes são inúteis.

«Ofereci o mundo à minha amada e ela escolheu outro!»

A teologia cristã só pode ser compreendida dentro do quadro de uma relação inter- pessoal. Por isso é que entra em confronto com as teologias e teogonias de um Deus-Uno por natureza, abrangente de toda a Realidade, a ponto ser identificado com a materia e energia universais. Tudo é divino, dizem eles, mas tudo tão solitariamente impessoal.

09 setembro, 2010 19:44  
Blogger jorge dias said...

Um comentário pequeníssimo que, de momento, não tenho tempo para mais.
Julgo que te percebi razoavelmente:
1. Afinal não é dom... A fé, a montante, é rigorosamente tudo o que se entender chamar-lhe, e, sendo dom, afinal, não é. Então esse argumento oco de uma teologia dogmática, era mesmo o que faltava...
2. Quanto à tua (não ou) crença muito própria no Espírito Santo e à tua argumentação com a Inquisição essa é a primeira vez que ouço, até porque nesse tempo, comumente (sec. XV), aceitava-se que o Espírito Santo, e essa era a doutrina da Igreja, não inspirava o povo cristão, mas só as hierarquias. Não tenho conhecimento de que alguma vez o argumento da inspiração do Espirito Santo tenha sido utilizado para justificar a Inquisição. Conheço muitos outros, mas não esse. Faz-te à vida em comunidade cristã e logo verás onde é que o Espirito Santo sopra.
3. Vai trabalhando sobre o dom da fé para ver se resta alguma coisa, nessa tua interpretação teista, e não embrulhes nisto o frei Bento Domingues que está a milhas desse entendimento restritivo que fazes do dom da fé.

10 setembro, 2010 23:02  
Blogger jorge dias said...

Esse Não, é o meu nome!

Tendo Osho perguntado a uma criança de seis anos de idade, filho único de um casal que visitava, qual era o seu nome, a criança respondeu:
"No que respeita ao meu nome, até há pouco tempo eu pensava que era Não. Agora que comecei a frequentar a escola, descobri que esse Não é o meu nome".

Os idiotas

"Os idiotas já nascem idiotas ou são treinados?

Esta pergunta é complicada. Quase noventa por cento dos idiotas são treinados. Dez por cento já nascem idiotas por causa dos noventa por cento que foram treinados"...

"O indivíduo só se pode transformar em si próprio, ou então pode desistir de se transformar simplesmente num idiota".


Aplaudidos para não crescer

"Desde a infância que estamos todos condenados,o que dizemos e o que fazemos nunca está certo. Claro que começamos a ter medo de dizer alguma coisa, de fazer alguma coisa. Somos estimados quando obedecemos e seguimos as regras e os regulamentos feitos pelos outros. Todos nos estimam. A estratégia é a seguinte: censurar o indivíduo quando este tenta superar os problemas sozinho e estimá-lo quando é apenas um imitador".

Osho, Acreditar no Impossível,ed. pergaminho, 2009, pg 117 e ss.

11 setembro, 2010 01:54  
Blogger jorge dias said...

"É melhor deixá-lo ser como é. Uma coisa é certa, nunca será ninguém na vida.

... a profecia cumpriu-se. Não sou ninguém na vida. Mas quem é que quer ser especial? Eu sou eu e isso é suficiente, mais do que suficiente até".

O director de uma Universidade a que Osho se candidatava perguntou-lhe:
- "Vieste frequentar este estabelecimento de ensino para aprender alguma coisa?
- Não, eu vim para cá para ser eu próprio, respondi. Se me ensinar, me ajudar, me apoiar, me alentar a ser eu próprio, então eu posso ficar nesta escola; de outro modo, vou procurar outra"...

"É muito dificil encontrar seres humanos na sociedade que dêem a liberdade de sermos nós próprios. Este facto gerou um grande atraso em todo o mundo.
As nações precisam de idiotas; de outra maneira quem lutaria nas guerras?. O mundo precisa de idiotas; de outra maneira, como é que algumas pessoas poderiam enriquecer cada vez mais à custa do trabalho e sangue de outras? Esta civilização necessita do máximo de pessoas ignorantes; de outra maneira, quem seria"...???

"A ideia fundamental é que o indivívuo deve deixar que as pessoas o explorem,...é assim que as coisas são".

Osho, idem, ibidem

11 setembro, 2010 02:18  
Blogger jorge dias said...

A festa da vida e o homem religioso

"A vida não devia ser uma coisa séria, mas sim uma profunda brincadeira, uma diversão. E cada indivíduo deveria ter a liberdade absoluta de ser ele próprio, com a única restrição de não poder interferir na esfera da vida de outro indivíduo - a mulher, os marido, o filho ou outra pessoa qualquer. Para um indivíduo ser verdadeiramente religioso, tem de ser ele próprio, e isso é o mais impotante, na minha opinião. Seja você mesmo e deixe os outros serem eles mesmos, e assim esta vida, este planeta, poderá tornar-se o paraíso... aqui e agora".

"Eu sou a favor do indivíduo e da sua dignidade".

Osho, idem ibidem

11 setembro, 2010 02:29  
Blogger jorge dias said...

"Toma cuidado, caro Jorge, que foi assim, dar voz a Deus, ou fazer a vontade de Deus ou dar voz ao Espirito Santo que os inquisidores fizeram o que fizeram. Arrogaram-se de falar «em nome de Deus» e deu no que deu."


Olhem-me para esta monstruosidade de importância que me é dada... Mas cada um dá o que quer dar e eu nem pedi!


Bom, noutro espaço, eu estava à espera da bandarilha de morte e nem nada! Saíu aqui! Devolvo-ta, caro Mário, enfia-a onde ela entrar melhor...

A resposta que te dei noutro lado aqui se aplica muito bem.

"O Reino do Medo de Toby Green é bem mais científico, bem mais científico e, também por isso, palpável, escrito com base em factos que ocorreram, factos que o autor relaciona com outros de outras latitudes e longitudes, em ocorrer simultâneo, com diferenças significativas dos maestros. Incrivelmente provocante, estimulante. Absolutamente não omisso nas abordagens das místicas neuróticas, de origem sexual, nos conventos, na bruxaria, nos exorcismos, nos confessionários, nas vidas... de dominação sobre a criatividade e pensamento próprios. Julgo mesmo que vai ser um marco histórico na compreensão dos povos que a Inquisição dominou, atrasos e mediocridades que provocou ao anular as pessoas.
Sobretudo, é um sinal da pouca vergonha, da desfaçatez, do descaramento, do lobo que levamos dentro de nós, sinais que são transversais a todos nós e que nos fazem ser pequenos. Que nunca esqueçamos, se lá tivéssemos estado teríamos apoiado a Inquisição. Nós, hoje, ainda somos a Inquisição...

Nós hoje somos inquisição nesta espaço.

Que os teus exorcismos sejam só teus. Felizmente, assim será em relação a mim. Por muitas razões. Adivinhem e façam-nas vossas! Sejam...

11 setembro, 2010 16:21  
Blogger Mario Neiva said...

Tudo o que o Jorge acaba de colocar no blog merece um comentário a sério, que eu não posso fazer já porque estou em viagem e sem tempo.
Entretanto, confirmando que «O Medo e a Liberdade» de Isabel Ferreira «não é um manual de filosofias e teologias», como diz o Augusto, aqui fica mais uma passagem da referida obra, que confirma de forma irrefutável aquilo que eu afirmei acerca da mesma, a saber, que a Isabel Ferreira faz assentar a sua obra numa filosofia e numa teologia ou teogonia bem definidas e muito queridas ao movimento Nova Era em que ela se insere:

«Não existe Criação fora da mente de Deus.Ele é TUDO o que existe.Só o imutável existe.Só o imutável é perfeito.Só o imutável é eterno.Só o imutável é infinito.Só o imutável é verdadeiro. Só o imutável é real.Tu éw imutável.Tu és um raio de Luz que emana do Sol Divino, a gota do Oceano da Criação, o Principe que reina sobre o universo ao lado de Deus».
Lembram-se do «Kryon», bem para trás, neste blog? Está lá tudo. É só conferir.
É uma visão de Deus e do Homem alternativa ao cristianismo. Quanto a isso nada de mal e até pode ser muito útil se levar os cristãos adormecidos a repensar a sua fé. O que não se pode é confundir as duas realidades e fazer emergir uma salgalhada semelhante ao islamismo que nem é judismo nem cristianismo mas uma "mistela" de ambos.

12 setembro, 2010 09:19  
Blogger Mario Neiva said...

Rectificação: o titulo do livro citado é «Entre o Medo e a Liberdade

12 setembro, 2010 11:53  
Blogger jorge dias said...

Comentário a sério? Como assim? Então não andas a escrever a sério! Pequenos pormenores a fazer a diferença toda ou apenas, à boa maneira dos actos falhados de Freud, apenas a sério por uma vez? "Lapsus linguae" e eis a verdade, a sério de vez em quando! Pois, só que assim a gente não adivinha! E se fosse a sério sempre, mas sem ser sério de mais... não sei porquê, mas o muito sério paraece-me que não conjuga com a festa da vida. Aliás, penso que quando somos nós mesmos, libertos, ecos da vida que levamos, já há seriedade que chegue e transborde e nem é preciso falar dela. Quando fazemos da nossa vida festa, tempo de diversão, de alegria, de continuado convívio e crescimento do ser, somos sérios não somos?

12 setembro, 2010 23:44  
Blogger Mario Neiva said...

«Mais a sério», quis dizer mais aprofundado. Foste até Freud!

13 setembro, 2010 11:52  
Blogger jorge dias said...

Festa da Vida...

Eu sei o que tu querias dizer! Mas quem não saberia! A questão é só e nada mais o que disseste...Freud? E porque não se primeiro que todos foi ele quem fez luz sobre essa questão?

Mas isso não tem nada de mal! Aliás, folgo por não teres já começado a comentar com essa seriedade toda que te propões, em profundidade!

Caro Mário, a vida só pode ser um desafio para trabalho em festa e festa sempre!Como gostava de te ver feliz e divertido sempre em festa, e nesse pico de realização humana, sentir-te em comentário neste espaço! Caro amigo, na minha vida fui moralizado por toda a gente, pai e mãe, irmãos e irmãs, Pároco e professora! Claro que me vinguei no gato! E há muito que os topo todos a milhas, freiras, frades e padres, agora mesmo. Fui chatiado desde os meus quatro anos por pedófilos, e até por pefófilas, e de que maneira, mas nenhum dos moralistas se deu conta dos abusos. Lá bem mais para a frente até frades me pontapearam, cónegos e até peregrinos de Fátima me quiseram, sei lá porque razão, mexer na fruta! Até me quiseram embrulhar numa certa psiquiatria medicamentosa. E tu agora vens-me mexer em valores simples de vida, mas de base, como este do Espírito Santo! Que disparate isto de um não crente se intrometer na fé de um crente e esticar até à Inquisição! Tu sabes lá em que mexes. Indizivel. Amigo, questiona, provoca, mas sê inteligente e mostra a festa que te vai na vida e na alma! É que começa a dar-me que pensar... isto de me embrulhares com o Espírito Santo no holocausto da inquisição só desabona o autor dessa provocação e me interroga sobre o que verdadeiramente vai na alma de quem assim, afinal, também se embrulha! Por uma vez, inventa argumentos não moralistas, não destrutivos, não controleiros! Desafia-me a ser! Por uma vez, diz-me por onde ir, não por onde não ir! Nem sequer me quero lembrar de tamanho atrevimento! A violência da invasão da personalidade do outro seja na pedofilia ou não moralização é sempre invasão abusiva! Com o meu caro, é um desperdício der tanta inteligência (e memória) a pedir um uso adequado...

Quando lemos um pouco sobre os nossos vinte séculos de cristianismo julgas que a linha de continuidade está assim tão clara? Percebo-te bem: o inspirado foi o teu Paulo de Tarso! Mas aí é que te enganas todo e bem tentei dizer-to vezes sem conta! Afinal porque rejeitou o Paulo as directrizes do primeiro concílio? Porque Constantino dominou a Igreja e a Igreja se deixou dominar? Porque tantas coisas da fé só foram definidas séculos e séculos depois e tantas vezes com suporte bíblico contraditório? Tu que não és crente como justificas que evidencies uma infalibilidade superior à do Papa!

Amigo, a vida só é pela afirmativa! Sabes que mais, leva-me esse lobo à serra da estrela!

É óbvio que o Espírito Santo me inspira, é obvio que inspira todo o que quiser ser inspirado... mas inspira para o bem do outro (anota!).Mas supõe que não inspira! Não é da tuda conta... Deixa acontecer, deixa que eu me dê conta,não me impeças de aprender. Tu, experimenta a minha provocação, deixa-te inspirar pelos susurros da tua mais que tudo, voa no vento e no caminho que se faz, tu fazes e te faz. Liberta-te dessas amarras e dá-nos sinais da tua festa, da festa do teu convento, da tua vida, porque dá dó ver-te a moralizar ou a fugires da festa da vida, qual exorcista inquisitorial de dedo apontado à génese de lógicas que, por só estarem na tua mente, existem. E que possibilidade que tens, e que disponibilidade de tempo, e que convento... Vá lá, por uma vez, festa da vida...

14 setembro, 2010 00:41  
Blogger Anonimus said...

Crianças Índigo – 1


Falar sobre as crianças índigo não é uma tarefa fácil, pois trata-se de um fenómeno que muitos observam, mas cada um com um olhar diferente.
Os místicos vêem –nas de uma forma, os educadores de outro e os pais de outro. Enfim, se eu escolher uma visão para expôr o assunto, as outras perderão espaço. Portanto, tentei resolver este dilema a estudar o assunto nas diversas vertentes e vou tentar expôr a todos vós de uma forma resumida, alguns pontos de vista.
Não quero agradar a gregos e a troianos. A esperança é que desta maneira se amplie a forma de entendimento sobre estas “pessoinhas” especiais. Vamos primeiro entender quem são estas Crianças Índigo. Observou-se que desde a década de 70, muitas crianças têm apresentado características especiais bem diferentes do que se estava acostumado a ver e conviver até então.
A partir desta observação, notou-se que entre estas crianças, ditas especiais, havia certos padrões de comportamento que se repetiam. Elas apresentavam comportamentos diferentes das crianças ditas normais. O fenómeno não foi registado em somente uma área populacional, mas sim em diferentes países, em diferentes comunidades ao mesmo tempo.
Por exemplo, não ocorreu só nos Estados Unidos, mas tambem no Brasil, na África, em Portugal, no Japão, enfim em vários pontos do planeta ao mesmo tempo. Embora estas crianças se encontrassem em pontos distantes do planeta, elas possuíam características em comum.
O nome Crianças Índigo foi designado pelos místicos e espiritualistas, pois dizem que esta seria a côr predominante de sua aura: o azul índigo. Esta côr de aura também seria atribuída aos grandes mestres. Mas como a aura muda a sua côr conforme o humor e o estado emocional, a côr azul índigo seria percebida quando a criança está num estado de paz e quietude interna. Portanto, mesmo na presença de outras cores, este tom de azul predominaria.

Ainda para os espiritualistas, estas Crianças Índigo são espíritos evoluídos que estão a chegar para ajudar na transformação social, educacional, familiar e espiritual de todo o planeta, independentemente de fronteiras e de classes sociais. Elas possuem uma estrutura cerebral diferente, tendo o hemisfério esquerdo menos desenvolvido, e o direito mais desenvolvido. Isso quer dizer que elas são mais intuitivas, vão além do plano intelectual, além do racional.

15 setembro, 2010 22:39  
Blogger Anonimus said...

Crianças Índigo - 2

Se olharmos do ponto de vista da evolução humana, poderíamos encaixar estas crianças como sendo fruto do nosso desenvolvimento. A tecnologia promoveu grandes mudanças e o ser humano hoje está exposto a muito mais estímulos do que há séculos.
Hoje uma criança pequena já domina o computador e se notarmos, os adolescentes estão cada vez mais altos, provavelmente devido a melhores condições alimentares a que temos acesso na actualidade, bem como a cura mais rápida de certas doenças e vacinas eficazes. Estas crianças especiais poderiam ser frutos desta evolução? Bem, tudo são suposições e diferentes pontos de vista.
Notou-se que as Crianças Índigo apresentam uma inteligência excepcional e muita energia para brincar, o que pode ser extenuante para os adultos. Não aceitam ordens, principalmente as do tipo: “faz isso porque eu estou a mandar ou porque eu quero”. Elas procuram sempre debater e negociar cada instrução, cada ordem.
E só a seguirão se encontrarem uma razão para isso. Não é correcto impor nada e sim dar escolhas para a criança e conversar sobre qual será a melhor. A família que tem uma criança dessas, deve-se reestruturar para tentar educá-la não seguindo os moldes tradicionais, pois estes não trarão efeito algum sobre elas. Requer emocionalmente estabilidade e segurança de adultos em volta dela.
Entendem que todos os seres humanos são iguais e por isso não entendem figuras de autoridade. Entendendo profundamente que somos todos iguais quando se deparam com comportamentos ditatoriais, sejam eles de pais, professores, de quem for, apresentam nesses momentos uma ira incomum.
São muito ricas em sentimentos, amam os animais e respeitam qualquer forma de vida, por isso muitas já se tornam vegetarianas desde cedo. São muito sensíveis a toxinas, rejeitando certos alimentos. Têm alta sensibilidade, sentem tudo a sua volta como se possuísse uma lente de aumento.
Tudo o que dizem deve ser ouvido, pois muitas vezes estas crianças mostram claramente onde estão as dificuldades dos pais, sendo muitas vezes o espelho da casa. São serelepes, tem muita energia, são rápidas no raciocínio e com respostas bem criativas. Apesar do bom nível de inteligência, não vão muito bem na escola, distraem-se facilmente ou tem baixo poder de concentração.

15 setembro, 2010 22:40  
Blogger Anonimus said...

Crianças Índigo - 3


Aprendem através do nível de explicação, resistindo à memorização mecánica ou a serem simplesmente ouvintes. A escola ideal para elas seria aquela que desenvolveria os seus potenciais criativos e não imporia tarefas monótonas e enfadonhas, sem sentido para estas crianças. Possui maneiras preferenciais no aprender, particularmente na leitura e na matemática.
São criativas, possuem grandes ideias. Adoram leitura e podem-se entreter por muito tempo nesta actividade. Elas frequentemente encontram uma melhor maneira de fazer as coisas, tanto em casa como na escola, o que as fazem parecer questionadores e inconformistas.
Não conseguem ficar quietas ou sentadas, a menos que estejam envolvidas em alguma coisa do seu interesse, por isso, muitas vezes a estas crianças são atribuídos déficit de atenção, ou hiperactividade. É sempre necessária muita cautela na atribuição destes diagnósticos, sendo prudente deixar para profissionais capacitados.
Outra característica marcante destas crianças é que elas possuem um sentimento de realeza e frequentemente agem desta forma. Mostram e falam claramente o que querem e o que precisam.

Tem uma boa auto-estima e falam dos seus valores abertamente e não entendem porque as outras pessoas não fazem isso também. (Acho que temos muito a aprender com elas).
Um trecho do livro ”The índigo Children” de Lee Carroll e Jan Tober de 1999, diz o seguinte: "Se você está constantemente a obter resistência de um Índigo, veja você primeiro.

Eles podem estar a segurar um espelho para si ou estar a pedir, de uma forma inconformista, ajuda para descobrir novos limites, ajustamento fino nas suas habilidades ou talentos, ou ir para o próximo nível de crescimento", "Índigos já nascem Mestres, todos sem excepção!".
Nós temos que entender o que eles esperam, que todos nós façamos o que eles fazem de forma natural e, se não fizermos, eles permanecerão a pressionar os nossos botões até que cumpramos o nosso papel de forma correcta. Ou seja, até que nos tornemos mestres das nossas próprias vidas.

Portanto, quando o meu filho faz as suas coisas, ele ensinou a todos uma lição silenciosa, incluindo a mim mesmo. Eles vivem de forma intensa e têm um sentimento de "desejar estar aqui" e ficam surpreendidos quando os outros não compartilham isso.

15 setembro, 2010 22:41  
Blogger jorge dias said...

Mas que bom, que finalmente, alguém vem a terreiro, embora sob a forma de intruso, para abordar esta tão interressante questão de crianças que, aparentemente, saltariam fora do nosso esquema mental de apreciação ( estatisticamente encostar-se-iam à direita na distribuição normal da curva de La Place Gausse).

Tem todo o direito de ser intruso, mas de cara erguida e declarada também ficava bem porque aqui ninguém tem que ter medo de ser quem é. Bem vindo.

Minha leitura:
As crianças com deficit sempre se encostaram à esquerda na distribuição estatística. Dizia-se que eram crianças fora da norma, por isso, anormais. Só muito recentemente foram chamadas de pessoas com deficiência. Era esperado que as suas potencialidades as aproximassem mais da média, ou do que mais ocorresse a na distribuição delas numa escala de 0 a 100 + 1, a moda! Na sua ignorância, nunca nenhum especialista deu valor às crianças que evidenciavam mais valias nas suas potencialidades. Sempre se entendeu que isso era normal. Tanto assim é que o limite inferior da distribuição era zero e o superior nunca se determinava, era n+1.

Factos

Sempre existiram crianças com potenciais não enquadráveis nos parâmetros de comparação, de distribuição, sejam os potenciais referenciados pela inteligência em superavit ou em deficit, pela altura ou quaisquer outros ou até pelo fenómeno vegetariano.

Os adolescentes são hoje mais altos! Entendamo-nos. É falso que sejam cada vez mais altos. São apenas mais altos, e só mais altos, os que ingeriram desde sempre mais proteinas.

O domínio dos comptutadores é transversal a toda a humanidade, crianças, mulheres e homens. A computação é uma conquista da humanidade e vai continuar a ser.

Há alguns anos atrás, o índigo da medicina na Índia, fracassou totalmente em Londres.

Como não haveriam de ser vegetarianas crianças intoxicadas pelos pais com proteinas de carne durante mais de uma dezena de anos?

A escola
A escola está preparada para os médios ( os que têm 3 e 4 - percentis 40 - 60) e para os medíocres ( 2, percentis abaixo de 40 e até 30)da distribuição estatística.

A escola não responde às crianças com deficit (percentil abaixo de 30) e superavit (percentil acima de 70).

Caro intruso, todas as qualidades não intelectuais que cita das crianças índigo são, na sua gebneralidade, transversais a todas as ciranças.

Na distribição estatística, as crianças com superavit são crianças fora da norma (anormais) tal com o as crianças com deficit. Só a etiologia é diferente. Os deficits por norma têm origem traumática, os superavits, por norma têm origem na não existencia de traumas congénitos nem outas disfunções prae, peri e post-natais bem como em alimentação inadequada, de que o mais usual é o excesso de porteinas e excesso de exposição a estímulos sensorias (pais ou meio super-estimulante).

Reduzam o alimento em excesso, as proteinas, os açucares em estado puro, os hidratos de carbono saturados de açucar e em excesso,

em contra-partida aumentem o consumo de vegetais, diminuam-lhes a estimulção sensorial e logo elas perderão toda a hipercinese. (movimento, agitação inadequados).

Quer no deficit quer no superavit a escola falha.

É evidente que não consigo opinar escondendo o que me definiu a vida e a profissão. Desculpará, caro intruso e consigo todos os outros.

Qualquer referência a misticismo, é melhor respirar fundo primeiro.

Haja saúde.

16 setembro, 2010 02:29  
Blogger jorge dias said...

O que fazer?

O melhor começo de qualquer ajuda ou terapia é o conhecimento das variáveis manipuláveis, isto é, dos factores que temos que manipular para educar. Face ao falhanço da escola no antes 25 de Abril, foram múltiplas as Associações viradas para o deficit após aquela data! Felizmente surgem agora associações para o Superavit! Para um caso e outro a resposta pública é a escola. No deficit, o trabalho das famílias é "infernal", no superavit está bastante mais facilitado desde que façam o certo.

O problema, e entendam isto os que julgam ter filhos "índigo", é que só há uma solução, aproximar da norma ou ficarão com filhos inadapatados. É bem mais fácil que estão julgando ( ver comentário anterior). Mas nada de veleidades, têm que o fazer o mais cedo possível. O mudo dos homens só funciona na lógica da distribuição normal. Feliz ou infelizmente, o resto conta?

16 setembro, 2010 02:51  
Blogger Mario Neiva said...

Aplausos, de pé, para a intervenção do Jorge, acerca das «crianças índigo». É a voz da razão e da investigação científica sobre as novas realidades da sociedade em evolução e mudança, hoje mais acentuadas que nunca, contrapondo-se a uma deriva misticista que não separa, como deve, as ciências, das crenças.
O que seduz os mais incautos é a veracidade das alegações de que as crianças actuais são diferentes. Uma vez seduzidos, dispôem-se a aceitar conclusões disparatadas sobre o aparecimento destas novas gerações de crianças.
A explicação tem que ser encontrada na «terra» e não no «céu». Terra-a-terra, como diz o povo e o Jorge muito bem expôs.

16 setembro, 2010 07:08  
Blogger jorge dias said...

Obrigado Mário, li e reli emocionado porque esperava mesmo porrada a sério! Criancices da minha parte! A verdade é que durante dois dias me dediquei à preparação da defesa desnecessária. Blog também é isto e, sobretudo, a partilha, quando a meta já se avista.

17 setembro, 2010 23:38  
Blogger Mario Neiva said...

Nós É Que Agradecemos

…Ao Jorge por trazer ao blog um pouco da sua preparação específica na área da psicologia, situando o fenómeno das crianças «índigo» no seu devido contexto. Lucidamente, o Jorge chamou a atenção para o novo fenómeno sociológico e como ele deve ser escrutinado pela nossa razão. Os nossos egrégios avós reagiam emocional e irracionalmente perante a violência dos elementos ou ficavam deslumbrados com as belezas da terra, dos céus e dos mares, até ouvir no trovão a voz do próprio Deus. Com o advento da verdadeira explosão do conhecimento científico com Galileu, Newton e tantos outros, o homem começou a distinguir, claramente, o que está sob a alçada da razão e aquela outra realidade que permanece inacessível e continuará a ser o encanto e o desafio da nossa inteligência e consciência humana. Este, é um mundo que está para além das leis da natureza, descritas em equações fabulosas e precisas. E é para esse mundo intrigante da metafísica que os filósofos dirigem o seu pensamento e os teólogos a sua fé para pensar os seus deuses.
Perante estas três realidades que absorvem o nosso espirito, a saber, a ciência, a filosofia e a teologia, nós devemos respeitar os diferentes planos, deixando à ciência o que é da ciência e à fé o que é da fé. E ninguém tenha receio de ficar encurralado no seu mundo da ciência, da filosofia ou da fé! Basta que não fechem os olhos perante os horizontes ilimitados que se abrem diante de si. É verdade: nós vivemos um momento da história humana em que o campo da investigação científica se alarga até ao "infinito" das particulas subatómicas ou aos «enxames» de galáxias que vão surgindo diante dos olhos estupefactos dos astrónomos; em que o filósofo continua pasmado perante a complexidade e infinitude do ser; em que o teólogo percebe que são tão pequenos os deuses que adorou e sua fé começa, finalmente, a ganhar uma verdadeira dimensão cósmica...
Que fiz eu, para merecer viver um tempo destes?!
Mais que um merecimento, é uma dádiva da vida.

20 setembro, 2010 07:44  
Blogger Mario Neiva said...

As Crianças «Índigo» E A «Sabedoria Dos Velhos»

Não é preciso ser especialista em história para saber que os «velhos» foram, desde sempre, considerados um repositório de conhecimentos e sabedoria. Até à invenção da «rotativa», reproduzir e divulgar os conhecimentos era uma tarefa árdua e morosa. A divulgação era difícil, e precária a garantia da sua preservação, tão poucos eram os livros manuscritos. Assim, a “cabeça” dos mais velhos funcionava como biblioteca ambulante, na nobre missão de transmissão do conhecimento. Granjearam o respeito das comunidades e, muito naturalmente, a voz dos mais velhos tornou-se a voz da sabedoria.
Estávamos longe da facilidade extraordinária com que hoje se edita um livro e se distribui aos milhões. E, para além da divulgação do conhecimento através dos livros em numerosas e gigantescas bibliotecas, já em transição para suporte magnético, temos a multiplicação dos museus, exposições, os meios áudio-visuais etc etc.
Não há cabeça de velhinho capaz de conter, guardar e transmitir tão volumoso acervo de conhecimento. Em consequência, a «sabedoria dos velhos» foi perdendo a sua auréola tradicional, justamente merecida.
Há um outro factor que contribui, decisivamente, para desvalorizar a também proverbial «sabedoria dos velhos»: a actividade incrível dos centros laboratoriais de experimentação e de pesquisa, donde jorra de forma crescente e acelerada um manancial de inovação cientifica e tecnológica. E este manancial está a passar, direitinho, destes fabulosos centros para mãos cada vez mais jovens, na creche, no (ensino) básico, no secundário, no superior.
É cada vez mais frequente, nas sociedades evoluídas ou em vias de desenvolvimento, ver os velhinhos voltar à escola para recuperar um mundo, não que lhes tenha passado ao lado, mas que, simplesmente, não existia no seu tempo de meninos.
As crianças das nossas creches vão ser cada vez mais «crianças índigo» e a responsável por tal «invasão» é a revolução científica dos últimos séculos. De facto, como disse aí acima o Intruso, estas crianças índigo vão instruir os mais velhos e já estão a fazê-lo. Ainda há dias vi um petiz, mal acabado de largar os cueirinhos, a ensinar o avô a mexer no telemóvel…
Todavia, há algo de fundamental que as crianças, índigo ou quaisquer outras, vão continuar a aprender com os mais velhos: a experiência de quem já viveu uma vida.
Sobretudo, e se os «velhos» fizeram a descoberta maior, estes vão poder continuar a transmitir, de geração em geração, a mais sublime «sabedoria»: o amor.

21 setembro, 2010 08:49  
Blogger jorge dias said...

Muito bem, Mário, em pedagogia adequada!

Que fiz eu, para merecer viver um tempo destes?!

Ora nem mais! Eis um grito "índigo"! Aplaudo e faço minhas as tuas palavras:

Que fiz eu, para merecer viver um tempo destes?!


Mas há muitos a pensarem como nós nestas experiências de limites com que nos deparammos sem querer quer por serem tão proprioceptivas ou tão provocadoramente intelectuais ou simplesmente em circuito fechado, tal e qual kafkianas.

Que fiz eu, para merecer viver um tempo destes?!
É bom? Eu leio como bom, mesmo muito bom, desafiante, estimulante, provocante, sem limites e, não obstante, cheio de limites!

Que coisa é esta de não cabermos em nós próprios?

22 setembro, 2010 01:00  
Blogger jorge dias said...

O menino do café Mocambo!

Ficava como doido, saltava, pulava, partia tudo, não era integrável em nenhuma turma. Escapava a todos os parâmetros de análise e de controlo.

Andou de médico em médica e destes em médicos até ser internado no Hospital D.Estefânia. Tudo direitinho de Ponta Delgada para Lisboa. Uma semana, duas semanas de observação e vida biológica à maneira do hospital. Nada mais que uns calmantes no início. Alta e toca a mexer...para o recanto familiar. Entra dia e sai dia e tudo volta à mesma onda grande da hipercinésia, activa, reactiva, destruidora e de acesso impossível. Entre mês e sai mês e novo circuito de retorno anos depois ao D.Estefânia. Tudo igual como da primeira vez, volta a acalmia e nova devolução à procedência.

Mas qual era o problema? Nova ronda, só que ninguém leva três no capelo e os mesmos acharam que a burra estava cega. E, no entanto, tudo voltara ao início para os pais e para a criança. O problema lá estava inalterado e, com ele, a inadaptação social. Se por ali não havia saída, por causa da burra cega, outro teria que ser o caminho.

E aqui entra o escriva destas linhas quando um dia foi procurado para enfrentar o dito cujo problema de cinésias e hipercinésias desadequadads e de todo não enquadradáveis no convívio e aprendizagens dos normais e mortais humanos.

Para vos encurtar a estória, este falso "índigo" tinha um problema de "lana caprina" que é, como quem diz, naturalíssimo: nós, afinal, também somos o que comemos e bebemos. E até percebi que os médicos nunca teriam tempo para pesquisar... talvez nem para entender, habituados que estão aos grandes diagnósticos, senão mesmo a concluir que tudo tem doença "grada" mesmo sem ter.

Afinal, o que tinha o jovem?

Tinha um gosto na vida... gostava de café Mokambo.

E daí? Uma criança, um jovem já nos seus 13 anos não pode gostar deste cafezinho?

Pois, pois...

Gostar, pode, só que se o café, for bebido ao pequeno almoço, almoço e jantar.... frio, com gelo, misturado com água, como se fosse água e até refresco, passa a ser um indicador de qualquer coisa! Certamente uma dependência! Então qual? Pois, já percebi, estamos todos de acordo.

Até à próxima. Assim até dá gosto escrever.


O Mokambo tinha cafeina a 100%.

24 setembro, 2010 02:04  
Blogger Mario Neiva said...

Rendo-me, mais uma vez, à clarividência do Jorge acerca do modo como devemos abordar a problemática da criança. No caso que relata diz tratar-se de um falso índigo. Eu iria um pouco mais longe, para afirmar que todas as crianças carregam dependencias, em diferentes graus e com diferentes consequencias para a vida de cada uma delas. Muitas destas dependencias vêm com o património genético e muitas são adquiridas desde os primeiros instantes da concepção. É um estudo que continua em aberto.
Um dia destes vi e ouvi um vídeo com as conversas do professor e filósofo Agostinho da Silva (quem não se lembra deste velhinho de barba grisalha, mal vestido, desdentado e que viveu grande parte da sua vida no Brasil, onde era mais conhecido que em Portugal...)e, quando perguntado, na entrevista, como é que nós poderiamos falar em liberdade do homem se a ciência genética demonstra que nascemos tremendamente condicionados, respondeu mais ou menos assim: o nosso destino não é traçado no momento em que nascemos nem a nossa liberdade deve ser referida a esse tão próximo acontecimento; teremos de pensar no nosso destino e na nossa liberdade, lá bem no ponto onde tudo começou; e aí, à distancia do infinito, destino e liberdade se confundem.
O que ele quis dizer é que nós somos bem mais do que aquilo que conseguimos saber sobre nós próprios. Muito mais. Infinitamente mais.
Retornando ao tema das crianças, é certo que, sendo ou não índigo, serão sempre expressão da riqueza do "berço de ouro" em que nasceram: a própria vida.

24 setembro, 2010 10:31  
Blogger jorge dias said...

"Falso índigo" porque entendi não provocar o desencadeador deste espaço de diálogo. Não é falso nem verdadeiro era um viciado em cafeina e nada mais. Já gora, se interessa, ou para quem se interessar, não precisou de voltar ao Hospital D.Estefânia, deixou a cafeina que nem sabia que tomava, integrou-se na escola e anda hoje por aí perfeitamente adaptado e útil...

25 setembro, 2010 00:57  
Blogger Mario Neiva said...

O Tempo Das Fadas

Repesco o último parágrafo do texto sobre as crianças índigo, que o Intruso nos trouxe:

«Portanto, quando o meu filho faz as suas coisas, ele ensinou a todos uma lição silenciosa, incluindo a mim mesmo. Eles vivem de forma intensa e têm um sentimento de "desejar estar aqui" e ficam surpreendidos quando os outros não compartilham isso».

Todos sabemos, por experiência própria, que a infância é vivida como se estivéssemos a pairar sobre as nuvens, a não ser que uma dura realidade ou até o infortúnio obrigue a um precoce e terrível despertar, que leve a sentir, “logo à nascença”, a dureza do chão que se trilha. Se isto acontece, costuma dizer-se, com justeza, que nos tornamos adultos antes do tempo.
Uma infância normal, despreocupada, deixa a criança imersa no seu mundo encantado, onde o Pai Natal é tão verdadeiro como o avô. E já todos vimos imagens de crianças, em cenários de catástrofe, tão alheadas da tragédia à sua volta, quanto o cachorrinho da família. É a «inconsciência» dos pequeninos que, indiferentes ao que sucede em seu redor, deixam-se levar pelo espontâneo impulso vital.

Não se tratando de uma simples metáfora, o texto do Intruso fala-nos da vida das crianças como uma «lição silenciosa» e que nós, deduzo eu, devemos reter. E se assim é, o autor, seja ele quem for, parece não considerar esta fase da vida de um ser humano como uma etapa transitória, fazendo passar a ideia de que o ideal seria regredir até ao sentimento infantil deleitoso, espontâneo, despreocupado e desligado do turbilhão da realidade.
Posso estar enganado, mas penso que apontar o regresso à muito ténue consciência da nossa infância é apontar o caminho do alheamento da dura realidade de um crescimento em sofrimento. É fazer cair no engano adultos que se irão dedicar a uma ascese para reencontrar a «paz perdida», como se a feliz "inconsciência" da nossa infância fosse o clímax da existência e da realização individual. Nesse caso, para quê crescer? Para quê ir mais além da infância da vida?
O que nos torna diferentes dos outros seres vivos e nos confere a grandeza de espírito é a experiência e a consciência de uma dolorosa caminhada, as mesmíssimas experiência e consciência que desfazem o encantamento dos primeiros anos da vida. Não será, por certo e apenas, uma experiência restringida à minha individualidade, mas uma verdadeira, abrangente e aguda consciência de ser quem somos e como somos enquanto humanidade.
Qualquer programa de ascese que se idealize terá de aceitar a naturalíssima realidade evolutiva e olhar a nossa vida como um «continuum» de aperfeiçoamento e não de degradação. Mas a perspectiva que nos traz o texto do Intruso parece ser no sentido inverso e um apelo a que nos fixemos na “maravilhosa infância”. Ingénua infância, direi eu.
O adulto também poderá afirmar «desejo estar aqui», mas perfeitamente consciente do caminho percorrido desde os primeiros passos e do novo patamar a que chegou. E tal afirmação será a prova da sua maturidade.
Um olhar reiteradamente nostálgico sobre o passado poderá indiciar a frustração pela vida presente e revelar que muita coisa, em nós, terá de ser revista. E o “remédio” não será a fuga da realidade que eu, talvez injustamente, entendo que está na base da doutrina dos pregadores da Nova Era, como já estava na filosofia budista. Uns e outros sonham com o retorno a um «paraíso perdido» ou com a imersão na «energia cósmica», pondo termo ao degredo que é a vida presente. Degredo ou compasso de espera para outra realidade. Como se pudéssemos considerar um «compasso de espera», o tempo que os construtores consomem na criação de uma catedral!

25 setembro, 2010 09:43  
Blogger Mario Neiva said...

(continuação)

Existe um pensamento alternativo, bem mais aliciante: não há regresso ao que «antes eramos», porque ninguém era coisa nenhuma. Cada um será o que fizer de si próprio «aqui e agora». Não há predestinação para o sucesso ou insucesso (perdição ou salvação). Não há retorno à vida ou ao passado, para recomeçar, numa nova oportunidade.
E é também a perspectiva do cristianismo que a vê a ressurreição do homem e do universo (ambos serão transformados) como a perfeição definitiva e não recomeço de mais ciclo de vida.
Na teologia cristã não existem dois mundos em paralelo porque, pela morte e ressurreição, «este mundo» se transforma num «outro mundo», que até à ressurreição existe apenas potenciado no próprio acto da Criação e, consequentemente, nos actos dos homens, tornados responsáveis pelo seu destino.
É um osso bem duro de roer, esta doutrina. Senão vejamos: no plano individual, a morte de cada um deveria ser o momento da ressurreição-transformação. E se esta ressurreição é o culminar da caminhada e da perfeição do homem, como pode isso ser verdade se, ao morrer, todos ficam bem longe de tal perfeição? Talvez o problema se resolva no caminho do purgatório. Mas, admitindo o purgatório, está a admitir-se um mundo paralelo, habitado por seres desincarnados: as almas. É uma saída airosa e engenhosa, mas contradiz e nega um dos dogmas fundamentais que é a ressurreição cristã do homem integral, corpo-espirito.
Não há como evitar: o crente vive da fé.

Mas que é tudo isto tem a ver com o tema das crianças? Muito. O destino do homem é crescer a vida inteira em busca de uma perfeição com que, manifestamente, não nasceu. E morre sem lá chegar, o que nos faz sentir que somos uma obra sempre inacabada.
Desconfortável? Sem dúvida, mas parafraseando o professor Agostinho da Silva, no dia em que alguém pensar que tem a solução para todos os problemas, nesse dia «fecha as portas do futuro» e «abre as da inquisição»…

25 setembro, 2010 09:44  
Blogger jorge dias said...

A menina do saco plástico

Veio ter comigo pela mão de um amiga, enfermeira por sinal e sua irmã. Estava no fim do caminho do calvário da Medicina. Ela era o último lugar do mistério, tal era o tamanho da sua fratria.

Super estimulada e super alimentada e sempre amante de sugestões sobre os "fins" das vidas! Potenciais a rebentar as escalas todas. Desde cedo se manifestou reactivamente e desde cedo se isolou. Feita a via-sacra da medicação pesada, por receita médica, consistiu a nossa primeira fase de trabalho na desabituação medicamentosa. Conseguida, acentuaram-se ainda mais as clivagens e logo depois o equilíbrio. Visitado uma vez pelos pais questionavam-me estes, e se ela se mata? Só lhes pude responder que lamentava e perceberia a sua dor mas ela teria resolvido o seu problema. Em todo caso, que face a qualquer tentativa deveriam imediatamente a conduzir ao hospital.


Salvou-se sempre, embora a custo e muito custo, na escola e, depois de concluida esta, até arranjou emprego. Um dia visitou-me para se declarar curada, informar que namorava e exigir, com personalidade, a sua ficha de registos. Gostosamente a destruí à sua ferente.
Voltou a contactar-me... tive até problemas de integrar novos dados por não poder comparar com os existentes, em registo, na sua anamnese destruída.

Foi sol de alguns anos a duração da cura, a inadpatação teve uma ruptura e o saco de plástico que sempre gostava de manipular, uma dezena de anos passados, na obstante encontrar-se internada, utilizou-o para ter finalmente paz. Morreu de anoxia.

25 setembro, 2010 23:19  
Blogger jorge dias said...

O super-esperto!

Era mesmo?
Saíu na dianteira para a escola... levou durante anos um de avanço, mas na Universidade entendeu que já chegava de dianteiras e primeiro harmonizou, depois atrasou um... assim é que era justo. Era para se pagar dos anos na dianteira.

Já na casa dos trinta e com a vida a arrumar-se e a terminar a segunda licenciatura, todos os sinais de super-esperteza não eram mais que sinais com duas leituras porque o que por ali era mesmo dificil era o controlo, integração e gestão das emoções.

Desde cedo habituado às luzes da ribalta, o deslumbramento ruidoso das plateias mais ajudou a confundir as afirmações de sucesso, em eco, com a realidade de si próprio, afinal quase sempre muito virtual.

Mas quem persiste...em equilibrar-se... e assim é, finalmente, tempo de pessoa de sucesso. Só vem tarde o que nunca vem.

Super-esperto?
Nem nada que se pareça, apenas um outro modo de ser que enganou pais, professores e até a si próprio. Quase sempre o fim é feliz.

26 setembro, 2010 22:54  
Blogger jorge dias said...

O anormal

Uns pais a precisar de mais calma,
A professora maluca,
Uns amigos interessantes...
Um psicólogo com bom espaço de aprendizagem...


O rapaz era um vivaço! De olhar vivo e pesquisador, desde o primeiro momento!

Um azar... no lábio superior, um pequeníssimo Angioma que logo o mui conhecido pediatra João Santos desvalorizou.

Mas os pais não desvalorizaram e insistiram em tudo vendo sinais que nunca foram. Não obstante, uns bons amigos sempre faziam ver o erro de leitura desses sinais pela negativa. E tinham razão. Cegos pelo sucesso dos filhos os pais atrapalham-se a si próprios

Na escola básica, antiga primária, tinha esta senhora a secretária ao fundo e um porrete de medida certa do seu antebraço onde se escondia debaixo da peça de rou em uso. Estão a ver o terror instalado? Cada faladela era uma porretada.

Anormal na cabeça dos pais e de porrete e lógica comportamental subvertida pela maluca da professora. Ai estes pais se soubessem ler os sinais.

Era no estudo que a coisa se complicava. "O anormal" só estudava o preciso. O preciso era 10 ou mais qualquer coisita se preciso... e assim foi, mesmo depois da "maluca" ter sido erradicada de professora. Todavia, foi sempre sem perder até entrar para a Faculdade de Motricidade Humana que fez de enfiada. Mas de permeio, pelos seus treza anos, ainda teve tempo para ser campião nacional de judo! Até nisso só pelo mínimo: a final foi um combate radical de 13 segundos.

Moral da estória: "o anormal", terminuou com 19 no Estágio a FMH. Mas professor não era para ele... a marca da "maluca" ainda lá estava. Um muito bom "personal trainer" num franchaising de ginásios e actualmente com tarefas de coordenação de PT noutro ginásio. Ainda por cima este jovem senhor tem cá uma alma... bom o corpinho... elas ficam mesmo doidas com o anormal que afinal é muito normal. Bodista e surfista como obby.

Claro! E o Angioma? Já não está lá. Foi-se como se veio. Não sei quem fez o milagre... Coisas!

28 setembro, 2010 01:42  
Blogger Mario Neiva said...

«Desenvolvimento Indecente» ou «Lei da Selva»


Penso que todos tiveram oportunidade de ouvir o bispo D.Carlos Azevedo afirmar, há dias, que nós criamos um «modelo de desenvolvimento injusto e indecente». São palavras de uma extrema dureza e deviam fazer-nos parar para meditar. Não me venham com tiradas anti-clericais, para desvalorizar e desautorizar uma tão clarividente voz profética. Todos conhecem a ladainha do costume, de que a Igreja «pactuou, pactua e pactuará» com a indecência do mundo. Já todos sabemos que é verdade e já todos vimos e vemos o papa pedir perdão tanto pela condenação de galileus como dos seus pedófilos.
Retenhamos,antes, a justeza e oportunidade de uma afirmação de poderosa denúncia, por parte de uma voz que vem «de cima».
Definitivamente, está na hora de deixarmos de encarar a realidade sob o prisma moralista e de uma luta transcendente entre o bem e o mal, entre Deus e o Diabo. Está na hora de colocar de lado a perspectiva falsa de que somos «anjos caídos» ou «luminosos espíritos» aprisionados na degradante matéria.Está na hora de aceitar e interiorizar a verdade que começa, muito a custo, a impor-se-nos, de que fomos gerados pela selva e não criados num paraíso de vida que acabamos por atraiçoar. Está na hora de superar a ideia de que infringimos as leis da vida, inscritas na pedra, no papel ou na nossa carne porque todas as leis são construções nossas, como construção nossa é a sociedade que vamos criando.
E o bispo D.Carlos Azevedo está a dizer-nos que tal construção é «indecente». E eu digo, para fugir aos equívocos, que a nossa actual sociedade está, ainda, carregadinha da vida da selva que é o nosso realíssimo passado. Com efeito, a ciência está a abrir, perante o nosso olhar espantado, o livro da vida. Um livro não com os sete mil anos bíblicos mas com quatro mil milhões de anos a perder de vista para outros mais.
A vida foi unicelular antes de chegar à complexidade actual. É um murro no nosso orgulho aceitar que carregamos um passado tão primitivo e tão minúsculo, mas pensemos nas potencialidades que carregava e ainda carrega.
É esse património da «selva original» que permanece «on-line» no nosso ADN. E o nosso projecto não será nem destruí-lo nem negá-lo. O desafio é muito mais aliciante e criativo: o desafio é superá-lo, criando uma realidade nova que será o futuro.
Quando alguém denuncia que o actual modelo de desenvolvimento é «indecente» devemos repensar a nossa actuação e saber que foi criado e amassado na «lei da selva», muito naturalmente e sem ideia de pecado. O ADN empurra-nos para a primitiva lei da sobrevivência e serão os mais aptos, os mais fortes, os mais espertos, os mais inteligentes, numa palavra, os mais «saudáveis», a triunfar.
Mas parece que o homem anseia pela perfeição e isso também está «escrito» no seu ADN. E então barafustamos e D.Carlos falou…

01 outubro, 2010 10:34  
Blogger Mario Neiva said...

(Continuação)

Neste momento da nossa longuíssima história tomamos consciência, como nunca, da luta que se trava dentro de nós entre a lei da selva e a uma nova lei, que designarei por «lei civilizacional». Esta lei reconhece o nosso longo passado onde vigorou a lei do mais apto; reconhece o peso brutal desta lei que ainda nos faz vergar e presenciar este espectáculo indecoroso (indecente, diz D.Carlos); reconhece o quanto temos de trabalhar e evoluir para «cumprir» as potencialidades da nossa Humanidade.
É um momento de viragem na consciência da nossa história. Estamos em vias de criar um «novo homem», quando finalmente aceitamos o homem que fomos e ainda carregamos dentro de nós.
Não somos «anjos caídos» mas vida em crescimento.
Calem-se os pregadores da «maldade humana» e subam ao púlpito os narradores da nossa verdadeira história, onde a maldade não é outra coisa senão ausência de «crescimento civilizacional».
O nosso combate não será contra a «maldade» mas pela promoção dos menos aptos. O marca civilizacional não será a competitividade – é isso mesmo!- não será a endeusada competitividade, mas a «solidariedade». Os «mercados» nem querem ouvir tal palavra, mas esta será a palavra-paradigma do «novo homem», num Mundo Novo que há-de vir. Não caído do céu, por milagre, mas fruto de um desenvolvimento “decente”.
A famigerada «competitividade» conduziu-nos ao actual beco sem saída e é o rosto visível da «lei da selva», viva e actuante em cada um de nós. Alargou-se a ideia da competição do plano individual ao plano multi-nacional e multi-regional, ignorando, tal filosofia, que o resultado está a ser uma luta feroz, na qual sucumbem os mais fracos, sejam regiões, países, empresas ou pessoas. Temos de consciencializar-nos de que tal filosofia cria, necessariamente, um «desenvolvimento indecente» e coloca de pé, vestida de fato e gravata, a nossa conhecida e naturalíssima «lei da selva».

01 outubro, 2010 10:35  
Blogger Mario Neiva said...

(Continuação)
Falta-me saber se o bispo D.Carlos e a Conferencia Episcopal Portuguesa têm coragem de «chamar pelo nome» os “economistas” da nossa praça que pregam a toda a hora a filosofia da competitividade. Se esses brilhantes economistas sabem fazer contas, não será difícil concluírem sobre o que vai resultar de uma sociedade equacionada sobre a «lei do mais apto». País ou individuo.
Quanto a mim penso que a humanidade tem futuro com o desenvolvimento solidário, em que o mais apto carrega as insuficiências dos menos capazes e ajuda a superá-las. (Nesta perspectiva, também não serve a filosofia enganadora «a cada um conforme o seu trabalho», porque esquece que não somos iguais à partida para a corrida da vida).
A alternativa, que está de pé e por quase todos aclamada, é a expressão do passado que transportamos em nós e que nos fez chegar até aqui: a lei do mais forte. Não é para renegá-la e sim para assumi-la como uma etapa do nosso desenvolvimento. Uma etapa que terá de ser cada vez mais «passado», sem esquecer que está a condicionar, ainda, drasticamente, o nosso presente. Individual e colectivo.
No campo da ética e da moral, a voz da competitividade é a voz da indecência. É tempo de os “economistas” descobrirem que, antes de tudo, são seres humanos e que defender a competitividade é sinal de atraso civilizacional e não de progresso.
Bem estamos todos a sentir, por este «mundo de Deus» fora, a que imbróglio nos conduziu a sua filosofia indecorosa.
Deixemos a competitividade para o desporto, onde podemos dar vazão aos naturais e humanos impulsos de «levar a melhor». Ainda bem que o desporto está cada vez mais na moda. Descarregamos aí os nossos «diabos». Sempre é melhor do que andar de pistola na mão ou dedo em riste para vencer e dominar os outros.
Será assim mesmo ou estarei enganado?

01 outubro, 2010 10:38  
Blogger Mario Neiva said...

Em tempo: nunca esquecer que a inteligencia também é uma arma poderosissima.

01 outubro, 2010 11:03  
Blogger Anonimus said...

Qualidade de vida: Uma questão a pensar I




Muito se ouve falar sobre o tema, porém acredito que pouco se absorve do sentido mais profundo deste atributo.
Caso não nos dediquemos a perceber bem as suas implicações, correremos o risco de nos perder nas cercanias da superficialidade, e nada de concreto extrairemos para a nossa vida cotidiana, o que me parece ser o bojo de todo o significado desta expressão.
Os valores que aceitamos na nossa vida, vão determinar quais os nossos objectivos, o que nos fará feliz e quais as conquistas que nos levarão ao sentido de realização. Em última análise, o fundo cultural, que compõe toda a rede de ideias e critérios pelos quais iremos pautar as nossas escolhas, é de considerável importância, para que possamos compreender o que vem a ser qualidade de vida para nós. E o mais interessante neste facto é que isso se dá independente de nos darmos conta dele, ou seja, vamos processando as nossas escolhas consciente ou inconscientemente. A acção das crenças, ideias, valores, e toda a sorte de condicionamento que a nossa mente abriga, é, pois, imponderável.
Quais os caminhos que desejamos percorrer? Em que lugar pretendemos chegar? Talvez devêssemos começar as nossas reflexões por aqui.
Somos nós que determinamos o caminho que iremos trilhar. Apenas nós podemos estabelecer o que vem a ser a qualidade de vida por nós desejada.
Quando perambulamos nesta direcção, penso que estamos a abrir um espaço precioso para que entre um facho de Luz na nossa consciência e que, sem dúvida nenhuma, iluminará um trecho razoável dela, proporcionando a compreensão de tantos pontos obscuros que, até então, nos escapava.
Procurar conhecer as nossas mais profundas ambições, os sentimentos adormecidos e até esquecidos em algum canto empoeirado do nosso coração, é permitir a possibilidade de uma alteração na nossa consciência se concretize, e opere, quem sabe, a verdadeira revolução no nosso interior.
Pode ser este um bom caminho para irmos de encontro ao nosso verdadeiro destino, e nele desfrutarmos a qualidade de vida, como uma condição natural e desejada para todo o ser humano, independente do traje com que possamos adorná-la.
Qualidade de vida talvez possa ser definida como o ponto de equilíbrio, onde há uma certa harmonia entre as necessidades físicas, materiais, afectivas e intelectuais.
E, quando penso no assunto, acabo por concluir, que já que o homem nasceu para ser feliz, qualidade de vida deve ser o estado de felicidade experimentado pelo ser humano, enquanto percorre a sua jornada.

02 outubro, 2010 19:20  
Blogger Anonimus said...

Qualidade de Vida: uma questão a pensar II


Compreender em alguma medida a dinâmica da organização social é importante para que possamos fazer escolhas e tomarmos decisões na nossa vida. Sem o mínimo de informação é certo que nos perderemos e cometeremos enganos, afastando-nos do lugar que desejamos chegar.
O cenário social é onde se desenrola a nossa história e o enredo desta é composto através de cada consequência que advém das nossas escolhas.
Hoje há uma considerável facilidade para que possamos estar cientes dos movimentos subtis da sociedade. Como uma “dama” caprichosa que se comporta no meio dos desmandos do tempo, aos caprichos do destino e a falta de maturidade da humanidade.
Dedicarmos tempo e atenção a estes movimentos é apropriarmo-nos do comando da nossa existência, mesmo que este comando seja relativo, parcial e intermitente. Mas sem duvida alguma, eficiente no tocante à nossa evolução.
Se observarmos atentamente, reconheceremos uma nova configuração social nos acenando, numa sábia acomodação aos novos rumos, aos novos tempos e as novas necessidades que este novo mundo nos sugere.
Estar atento a tudo isso é estar inserido de maneira inocente e ousada, consciente e sonhadora, dentro da “globalização”, considerando-a muito mais que uma acção externa de países e de homens, mas como um facto evolutivo de proporções gigantescas e com enorme alcance, envolvendo todas as almas e corações, mentes e consciências, de tal sorte que no fim do período de acomodação o mundo esteja totalmente mudado.
Nenhuma mudança duradoura e efectivamente saudável ocorre sem que antes se altere a maneira de pensar das pessoas.
Estamos a viver um novo tempo, e o grande desafio que temos é criarmos um novo modelo social, justo, humano e harmonioso.
A violência é, antes de tudo, doença da alma e a expressão equivocada do sofrimento humano.
Organizarmos de modo sábio e consciente os nossos valores, crenças, pensamentos e sentimentos fará de nós pessoas fortes.A consciência de que somos todos nós responsáveis pelo funcionamento da sociedade, torna-nos mais participativos e eficientes nas nossas acções.
Não esperar mais apenas receber, mas actuando na construção deste novo modelo, que deve ser a manifestação dos nossos ideais.
Fácil? Não!
Impossível? Também não!

Tudo nesta vida que vale a pena exige esforço, dedicação e profunda atenção.
Haverá assunto mais importante para refletirmos do que nossa própria felicidade?
Vale a pena conhecermos e repensar a nossa vida, a nossa comunidade, a nossa cidade, o nosso país.
Se cada um fizer a sua parte, seremos uma nação diferente.
Diz um ditado popular: “Se cada qual lavar a sua rua, a cidade estará limpa...”.
Todos nós precisamos de um pouco de ousadia, um tanto de coragem e muita, mas muita fé na vida e em nós mesmos.
Assim, é preciso conhecer-se bem. Comecemos por descobrir os nossos talentos que estão plantados dentro de nós e que apenas esperam a oportunidade de se expressar.
A potencialidade em si, nada faz. Mas quando é trabalhada, desenvolvida passa a ser o instrumento da realização.
E, a meu ver, será desta maneira que teremos a possibilidade de alcançarmos a tão desejada “qualidade de vida”.

Mariano

02 outubro, 2010 19:22  
Blogger Anonimus said...

São Francisco de Assis - I
04 de outubro
Um pouco da história de um Santo muito querido em todo o mundo.Há mais de 800 anos,nasceu na cidade de Assis a 26 de setembro de 1181,cidade que fica na região sul de Itália.De nascimento,recebeu o nome de baptismo,Giovanni(João) Bernadone,que foi dado pela sua mãe Pica,em homenagem a João Batista, o precursor de Jesus,filho de Isabel.Mas,o seu pai ,Pedro Bernardone ao chegar de viagem,trocou-lhe o nome para Francesco em homenagem a França,onde ele tinha as suas relações comerciais.Francisco cresceu no meio do luxo,até aos 25 anos,como todo jovem da sua epoca,buscava sonhos, glórias e honras.Era bastante vaidoso e só queria saber da boémia,gastava dinheiro sem “rei nem roque”,mas tinha um bom coração.A sua devoção a Deus era muito pouca,porque a riqueza não lhe dava tempo para pequenas coisas.Tinha um certo respeito por Nossa Senhora,por se tratar da devoção da sua mãe e porque a amava muito adquiriu este amor materno que era extensivo a todas as mães.Enfretou a guerra na sua juventude,foi derrotado e preso com so seus companheiros.Na sela,ele cantava e sorria parecia que nada acontecia. A tremer de febre e muito doente foi libertado e foi receber da sua mãe os cuidados.Logo a seguir,veio a cavalaria,o seu pai mandou-o para que fosse para a luta e trouxesse um honroso título de nobreza,só quem o tinha era quem ia a esta cavalgada.No caminho teve um sonho e dialogou com Deus,onde Ele lhe pedia para que restaurasse a sua igreja,como um ser humano,logo pensou que seria as paredes o tecto,as portas, e pegou no dinheiro do seu pai e consertou a igreja de São Damião,que estava em ruinas e lá Francisco,conversou com o Divino através da Cruz de são Damião.Seu pai ficou zangado quando percebeu o quanto ele tinha gasto,chamou o Bispo Guido III, e acusou-o de ter furtado o seu dinheiro,Francisco tirou toda a roupa do corpo e nunca mais quis saber de nada que pertencia à riqueza do pai,o bispo cobriu-o com a sua túnica , de imediato Francisco passou a vestir-se com uma roupa grossa de lã e um cordão amarrado na cintura com três nós que significam:pobreza,obediência e castidade,nos seus pés umas sandálias.Mas antes da sua conversão um facto bem interessante aconteceu:Ele vinha na rua quando viu um leproso,Francisco tinha pavor a esta doença e morria de medo,aproximou-se do leproso beijou-lhe o rosto e deu todas as moedas de grande valor que tinha no bolso.Seguiu enfrente,sentiu algo estranho,um alívio uma diferença no seu coração,resolveu voltar e procurar o leproso,mas nada,não tinha ninguém.Um certo dia,na igreja de São Matias,ouviu o Evangelho sobre a missão apostólica, sente-se tocado e passa a levar a Palavra de Deus por todos os lugares e escolhe como Cristo, 12 seguidores que ele chama de filhos espirituais, forma assim a ordem dos menores.Resumindo,Ele fazia penitência,passou dias antes de morrer no monte Alverne orando a pão e água,mas não permitia que os seus filhos espirituais fizesses tamanho sacrifício.Francisco fez milagres antes de morrer e ser santo,fez brotar água de uma rocha para dar de beber ao jumento e ao homem que conduzia o jumento.

04 outubro, 2010 18:32  
Blogger Anonimus said...

São francisco de Assis II


Junto a Ele surgiu uma mulher de coragem uma linda moça de 19 anos,também rica de olhos claros e cabelos longos,que se apaixonou pela sua pregação,o nome dela é Clara,e converteu-se levando consigo algumas amigas e um gato de estimação,Francisco pregava para os animais.Quando Clara decidiu seguir Cristo,pediu a Francisco que cortasse os seus cabelos,o mesmo o fez.Santa Clara fundou a congreção das Clarissas.Assim meus amigos encerro deixando ainda muita história bonita por contar.Espero assim acabar com os mitos de que:
Francisco e Clara eram namorados.
Francisco é a encarnação de João Batista.
Que ele nasceu numa manjedoura.
Que foi batizado no rio.
Nada disso é verdade,a verdade é esta que pesquisei com muito carinho.
Mas o que devemos saber de São Francisco de Assis é o mesmo São Francisco das Chagas,Assis porque nasceu na cidade de Assis,Itália e Chagas porque recebeu os estigmas de Cristo.Um dia já perto de sua morte,São Francisco amava tanto o Cristo crucificado que pediu ardentemente duas graças: que antes de morrer pudesse ele mesmo sentir na alma e no corpo o amor e o sofrimento da paixão.
O Santo de Assis alcançou essas duas graças. Ele pode ver no céu, um Serafim todo resplandecente de luz que se lhe aproximou e então recebeu os estigmas de Cristo, transpassando-lhe os pés e as mãos. Isto deu-se em 14 de Setembro de 1224. Francisco de Assis fez grandes milagres com os seus estigmas,que escondia até dos seus próprios filhos espirituais,morreu cego,mas antes juntou-os a todos na ceia e mandou ler o Evangelho.Faleceu 3 de outubro e foi sepultado 4 de outubro de 1226.
Mariano

04 outubro, 2010 18:33  
Blogger Mario Neiva said...

Em tempos de crise generalizada, aqui e por esse mundo fora, alimentemos o pensamento positivo, dizendo como o outro: «Viver na Terra pode ser muito caro, mas inclui uma viagem anual gratis à volta do Sol».

05 outubro, 2010 19:05  
Blogger Mario Neiva said...

A Vida Consciente

Já encomendei o livro de António Damásio, «O Livro da Consciência», escrito originalmente em inglês e com o título bem mais sugestivo, conforme afirmou o próprio, numa entrevista televisiva, «Self Comes to Mind».
Quem já leu diz que, nesta obra, António Damásio continua a desmistificar a ideia de que a consciência é algo separado do corpo e apresenta novas evidencias cientificas de que a consciência é, na verdade, resultado de um processo biológico criado pelo cérebro. Há, porém, que ter muito cuidado com afirmações “redondas” como esta. Acabei de ouvir da boca do próprio António Damásio (na referida entrevista) que a consciência é «um processo» individualizado. Não existe modelo para ser copiado por cada um de nós e é cada um de nós que constrói a sua consciência, como quem faz uma partitura de uma sinfonia. Esta ideia de António Damásio vem ao encontro de uma outra já mil vezes anunciada de que, na nossa individualidade, somos únicos e irrepetíveis.
Da mesma entrevista retive que Damásio vê pela frente um longo caminho a percorrer antes de compreendermos os mistérios que continuam a envolver a emergência do prodígio que é o nosso cérebro e a consciência que ele possibilita. E cita, a propósito, o autor desta afirmação: «O que não consigo construir não consigo compreender»

06 outubro, 2010 00:04  
Blogger Mario Neiva said...

(continuação)

Para mim a consciência é dos temas que mais me fascinam, porque é por ela que transcendemos o tempo e o espaço. «Transcendemos» no sentido que Damásio dá a este termo, como capacidade de olhar, consciente e criticamente, o passado e planear o futuro.
Há dias, eu escrevia a um amigo que, no dia em que o homem conseguir construir um ser vivo e consciente («à nossa maneira») nesse dia estamos a criar a intemporalidade, porque o que nos falta é um «suporte físico» que transcenda (no sentido de Damásio) o tempo e o espaço de uma vida. Com efeito, na situação presente, a mente «vai» para trás ou para a frente, mas a estrutura cerebral que possibilita a viagem não está equipada para a acompanhar e queda-se, exausta, ao fim de umas dezenas de anos, num espaço limitado. É o muro intransponível da morte individual. Intransponível, mas cada vez mais empurrado em direcção ao futuro.
Não vale dizer que a consciência humana existe como realidade universal, independente do individuo, porque a sua existência provem do individuo e não o contrário, como pretendem fazer crer as filosofias da Nova Era, repetindo, no fundo, o platonismo e o cartesianismo, quando afirmam que «não é o nosso cérebro que cria a nossa mente, mas a mente que cria o nosso cérebro». Por ser precisamente ao contrário é que nos perdemos no abismo da morte, ainda sem solução. E não restam dúvidas que, se morressem todos os indivíduos conscientes, desaparecia a consciência da face da terra.
Outra coisa é dizer «enquanto há vida, há esperança» ou enquanto há consciência há esperança. Mesmo que não seja mais que a fé dos crentes ou ficção científica.
Entretanto, há que meter os pés ao caminho, como faz António Damásio no silêncio dos laboratórios e na partilha que faz dos resultados do seu trabalho, com esta publicação.
E aqui chegados, há uma outra consideração que tem de ser feita. A alegria, o amor e a arte constituíram-se como verdadeira paixão do homem consciente, pelo que a construção da «imortalidade» tem que estruturar-se na base dessa paixão. Pessoalmente, não me seduz uma imortalidade desgraçada, solitária e feia. Ainda que, mesmo assim, seja melhor que nada…

(In lajenegra)

06 outubro, 2010 00:05  
Blogger jorge dias said...

Cito:
"A alegria, o amor e a arte constituíram-se como verdadeira paixão do homem consciente, pelo que a construção da «imortalidade» tem que estruturar-se na base dessa paixão. Pessoalmente, não me seduz uma imortalidade desgraçada, solitária e feia. Ainda que, mesmo assim, seja melhor que nada… "

Meu caro Mário, em tempo de penachada e de aparatchic, dos rapazes executivos "à la carte", tal como em outros tempos onde os silêncios eram outros, outros são os controles e os riscos a azul, boje. Hoje, uma vez mais, gritaria Camões que um fraco líder faz fraca a forte gente! Hoje uma vez mais Zeca Afonso fica ultra-moderno. E que pena que os "Índigos" em nada nos sirvam. Ai zeca, zeca, como és actual...

"No céu cinzento / Sob o astro mudo / Batendo as asas / Pela noite calada / Vêm em bandos / Com pés de veludo / Chupar o sangue / Fresco da manada

Se alguém se engana / Com seu ar sisudo / E lhes franqueia / As portas à chegada / Eles comem tudo / Eles comem tudo / Eles comem tudo / E não deixam nada

São os mordomos / Do universo todo / Senhores à força / Mandadores sem lei / Enchem as tulhas / Bebem vinho novo / Dançam a ronda / No pinhal do rei

Eles comem tudo / Eles comem tudo / Eles comem tudo / E não deixam nada"


Excerto da música Os Vampiros - formato Windows Media


in José Afonso: textos e canções, Assírio e Alvim, 1983

10 outubro, 2010 01:20  
Blogger Mario Neiva said...

“Desregular” para Harmonizar


De facto «eles» já não comem tudo. Pelo menos já não nos comem as papas em cima da cabeça, como diz o ditado.
A consciência cívica, em crescendo, veio para ficar e as reivindicações das pessoas, também elas em crescendo, aí estão para o confirmar. Depois de uma vida mais longa, reivindica-se uma velhice de qualidade; como depois da democracia, se reivindica uma democracia mais aprofundada. Subindo um degrau na escala do crescimento, aspira-se a subir o degrau seguinte.
Isto assusta os que estão bem ou razoavelmente bem instalados (os tais que «comem tudo e não deixam nada»), talvez com medo que o bolo não chegue para todos. O bolo da oportunidade da formação, da excelência da saúde, do bem-estar, da felicidade.
Curioso é que, não raro, vamos encontrar do mesmo lado da trincheira os tais que querem «comer tudo» e os que falam do homem como ser único e irrepetível.
Onde é que está a dissonância?
Acontece que os defensores de um humanismo radical, e ainda bem que o são, esquecem, frequentemente, por conveniência ou outro motivo qualquer, que todos os seres humanos, e não só «eles» ou uma certa elite, são de facto únicos e irrepetíveis e, como tal, credores da mais alta distinção. E isso vem a lume, às vezes de forma brutal, quando a sociedade é confrontada e tem de pronunciar-se sobre as chamadas «realidades fracturantes». Entre nós, o exemplo mais recente foi a discussão em torno do casamento entre homossexuais.
Não adianta remar contra a maré, porque os sinais dos tempos são bem claros no prenúncio de um Homem Novo que começa a fazer impor, em todos os domínios e por todo o lado, a sua nobilíssima condição de ser único e irrepetível, porque dela está cada vez mais consciente.

Únicos e irrepetíveis pela biologia, pela psique e pela consciência que vão construindo.

11 outubro, 2010 21:01  
Blogger Mario Neiva said...

(continuação)

Este autêntico "despertar dos mágicos" está a provocar verdadeiras convulsões nas sociedades ditas tradicionais. A mulher ocupa o lugar a que tem direito, como o homem já teve direito, num passado mais distante, a reivindicar a liberdade (ainda não há muitas décadas era legal a escravatura entre os mais «civilizados» povos e o racismo era letra de lei); as crianças e os idosos ganharam direito de cidadania; os casais ganharam direito ao divórcio, em casamentos falhados ou perversos que não respeitem a dignidade dos esposos; os deficientes lutam pelos seus espaços; a orientação sexual de cada um vai conseguindo respeito e direitos para a sua diferença; as opções religiosas e filosóficas são respeitadas e propostas como um direito inalienável de cada pessoa humana...
O mundo clama, neste preciso momento, pela libertação do chinês Nobel da Paz 2010 e da Iraniana (adúltera, diz o Corão) condenada à lapidação. Sinal dos novos tempos.
Hoje, como nunca, as pessoas exigem ser respeitadas no interior das instituições em que o homem se organiza para viver em sociedade. E as fronteiras cavadas entre as nações já não são obstáculo ao apelo para a dignificação da pessoa humana.
Em lugar da uniformização de todos pela lei, começa a emergir a harmonização entre todos, pelo respeito de cada pessoa na sua especificidade. Até já se fala no projecto dos fármacos personalizados.

11 outubro, 2010 21:02  
Blogger Mario Neiva said...

(continuação)

Num mundo cada vez mais globalizado e de produção em série, este assomo de dignidade individual funciona como precioso e poderoso antídoto, apesar de provocar um tremendo sobressalto nas mentes «conservadoras», porque «desregula» o que sempre foi considerado «lei divina» ou «lei natural» e, como tal, intocáveis. A dignidade para todos e cada um está para além desses padrões sagrados e intocáveis. Sagrado mesmo, só a pessoa consciente e única.
E neste sentido já se ouve, um pouco por todo o lado, aquilo que nunca deveria ter sido deixado de proclamar, e que há muitos séculos foi evangelizado: o “sábado” foi feito para o homem e não o homem para o “sábado”. Modernamente diz-se: PRIMEIRO ESTÃO AS PESSOAS. E agora, cientificamente, acrescenta-se: cada uma delas ÚNICA E IRREPETIVEL.
Lá se foi, de vez, o «sangue azul» para o galheiro, mais a «raça», o «sexo forte» e outras tralhas dos profetas da sub-condição humana...dos outros!
E aqui ocorre-me recordar outra das maravilhas do pensamento cristão: «A lei mata e o espírito dá a vida».
A uniformização pela lei postula, por assim dizer, a irresponsabilização do indivíduo face ao seu destino. E, desse modo, mata mesmo, reduzindo o homem a um autómato sem futuro, que responde perante uma lei e não perante a consciência da sua dignidade e da dignidade dos outros.
Seria tão fácil, em teoria, criar uma sociedade de autómatos, impondo leis rígidas e universais, a que todos e cada um se sujeitassem. Mas o desafio que temos pela frente é infinitamente mais aliciante, que é fazer emergir a pessoa humana em todo o esplendor das suas capacidades. Que é o mesmo que dizer, criar uma sociedade baseada na harmonia de muitos (sons e pessoas) em vez de uma sociedade projectada para a fusão de todos num monstruoso grito monocórdico, resultante de uma “regulação” até ao absurdo.
Os cristãos acreditam numa Divindade plural (Trindade, dizem eles) e pensam uma sociedade à sua imagem e semelhança. Acompanho-os apenas até às portas do céu da sua fé porque, para me fazer sonhar com o infinito, já me basta o universo como ele é e o mundo que nós somos.

11 outubro, 2010 21:03  
Blogger EL CANTANTE said...

Só faltava o " ÍNDIGO ", para me atarantar as ideias. Pergunto que será?
Ouvi falar da geração do sangue azul,como toda a gente certamente, mas esta esta do " Índigo azul ", é ópera para mim!
Acho que não tem nada a ver com os que comem tudo e não deixam nada, penso eu!...
Caros, Jorge e Neiva, como me parecem entenderem mais destas palavras tiradas dos mais antigos alfarrábios, desmistifiquem aqui o que realmente pode concluir, um entendedor menos atento e que procura escalpelizar estes e outros segredos de outrora.

15 outubro, 2010 11:54  
Blogger Mario Neiva said...

Desculpa lá, El Cantante, mas quem sabe desta poda a sério é o Augusto Castro. Por isso introduziu o tema. Penso eu. Além disso deixou a promessa de avançar mais no assunto. De qualquer modo, para mim, as crianças, índigo ou não, são todas o melhor do mundo. Quando passo junto à escola primaria aqui de Balugães e ouço aquele chilrear inconfundível, enche-se-me o peito de comoção e, por momentos, viajo sessenta anos para trás, revivendo o menino que trago em mim. E tudo volta a ser futuro esperançoso.
Índigo, não índigo, todo azulinho por dentro mas só porque sou do FCP...

15 outubro, 2010 18:34  
Blogger Anonimus said...

(En)Globalização da consciência

O homem continua a deixar rolar tudo aquilo que os outros chamam de inevitável para a sua vida. Ele convence-se com os argumentos da imprensa e deixa que pensem por ele, simplesmente porque vê sentido na argumentação. Porém, nem chega a consultar os seus desejos e conceitos com a necessária consideração que a sua experiência de vida merece. Vê sentido no que lê, vê e ouve, mas de uma forma isolada do contexto da sua própria vida. "bolas", pensa ele... "o homem que escreveu isto (falou ou mostrou) é um génio". Empresta argumentos e adopta-os como seus próprios pensamentos. A grandeza do facto e da argumentação, promovem a subserviência instintiva da sua mente. O seu senso crítico nem se debate na superfície do inconsciente colectivo, levando-o directo para o fundo do poço das almas.

Sobre o mar sombrio que banha o mundo de hoje, navega com interesses velados, a mais recente e inevitável tendência mundial: a (en)globalização. Implantada lentamente pelos que se auto denominam policias do universo - sediados no hemisfério norte das américas e liderados por um comedor de biscoitos "engasgantes" -, essas verdadeiras bombas de efeito amoral retardado estão a ser colocadas, uma a uma, em pontos estratégicos do nosso planeta. Um acto de terrorismo branco (existe isso?) que não destrói torres, porém, mina o terreno impedindo que elas cresçam . O domínio económico não é menos sórdido e cruel que o militar. Ele invade as nossas vidas aos poucos, através das nossas contas bancárias, das prateleiras dos supermercados, das universidades, das indústrias, do rádio, da televisão, dos jornais... e vai andar pelas ruas, como a nuvem da peste do Egito bíblico, onde não há sangue de cordeiro suficiente para proteger todas as portas.

E o português (eu sou também um deles), numa espécie de conformismo submisso ao poder do capitalismo e da sua consequente (en)globalização, engaja-se nesse processo de auto-domínio, preparando-se inconscientemente para se entregar aos outros.Vai aceitando as acções destrutivas da política externa subliminar e dando o seu ouro para reforçar o cofre dos que se dizem “mocinhos” (porém, tão bandidos quanto os que roubam e matam à queima-roupa), árduos combatentes das drogas e defensores das florestas e dos rios (dos outros).

Portugueses que ainda respiram. Este não é um discurso esquerdista, comunista, nazista, direitista ou centrista. É um pedido de reflexão. Pelo amor de quem quer que vocês queiram e acreditem. Vamos lutar. Mas lutar primeiro contra a acomodação da nossa mente e a favor da nossa vida, antes até que do nosso país. Vamos ajudar o mundo a melhorar cada um primeiro, o seu próprio eu. Como poderemos dar aos outros o que negamos a nós mesmos? Com a nossa verdadeira consciência, teremos um mundo mais coerente para nós e não para os que nos emprestam as lógicas das suas razões.

Não é uma questão de patriotismo mas sim de sobrevivência. Sobrevivência da nossa agonizante opinião própria.


Nota: Para não ser incoerente com o que escrevo, peço, por favor, que reflitam sobre o texto e "conversem" com os desejos e expectativas já instalados nas vossas consciências. Não imaginem estar a ler um texto "Marxista", esquerda moderada ou direita. Limpem os corações dos preconceitos, doutrinas ou ideologias.

16 outubro, 2010 13:02  
Blogger jorge dias said...

Pois, pois, absolutamente limpo! Já veremos o verdeiro aperto do cinto, que bem desejo, com a rejeição do orçamento. Espero bem que sim para que a fome não aperte muito e o roubo seja menor! Mas que grande açorda vai na praça...

16 outubro, 2010 23:55  
Blogger EL CANTANTE said...

Aguentemos amigos, porque " eles comem tudo e não deixam nada ".
Aquele buraco do Chile de onde saíram os 33 era o local ideal para enfiar essa corja de malandros que deixaram o país na dependura. Infelizmente, o pior está para vir e com orçamento, ou sem orçamento esses crápulas já não fazem mais nada, a não ser mentir.
Mandam umas abébias, para o zé pagode, mas será que ainda haverá alguém que está á espera de milagres, ou acredite nesses bandidos?
Tenhamos juizo, porque infelizmente, nem temos para onde fugir, já que os cabeças de porco, deram tudo de mão beijada, sabe-se lá a quem.
Viram-nos bem nutritos, os maiorais, que não abdicaram publicamente de todas as mordomias, que nem ao diabo lembram em tempo de crise.
Venha o Rei, ou Salazar, ou alguém que ponha estes ladrões na ordem...

17 outubro, 2010 09:57  
Blogger Anonimus said...

EU TENHO QUE DESABAFAR!


POVO SEM-VERGONHA...


Num tranquilo final de tarde de um sábado pachorrento, eu e o compadre ZÉ estávamos a conversar sobre assuntos amenos e sem grande importância quando a conversa resvalou por acaso para os escândalos financeiros que são abafados habitualmente pelas “forças ocultas” existentes nos escalões superiores do nosso generoso país. A certa altura da conversa eu afirmei que Portugal era uma nação com vergonha do que está acontecer, mas o meu compadre, ranheta como sempre, emendou a palavra e disse que não, que muito pelo contrário, que o povo da nossa terra era simplesmente sem vergonha, pois só isso explicava a continuidade dos factos que estão acontecer nas barbas de todos sem que ninguém tome uma providência a respeito.

O meu amigo foi sempre diferente dos outros mortais porque tem o costume de atirar a pedra e mostrar a mão, hábito que deveria ser seguido por tanta gente que vive a falar mal dos que lhes atrapalham os planos, sem a menor preocupação em provar o que afirmam com estardalhaço. E o meu velho companheiro foi enumerando as “habilidades” que se tornaram conhecidas, os “golpes” que engordaram as contas bancárias estrangeiras de tanta gente tida e havida como impoluta e de íntegro carácter, sem que, no entanto, nenhum deles tenha devolvido um único centavo aos cofres públicos, ou perdido uma solitária folha de papel com a redação de qualquer tipo de explicação endereçada a quem de direito.

O compadre falou sobre os donos de bancos que consumiram milhões de euros arrancados ao zé povinho, e que ainda por cima ameaçam os contribuintes com pedidos de indenizações também milionárias; falou do orçamento manipulado em proveito dos privilegiados “donos” das verbas do estado; dos inúmeros precatórios que desapareceram na voragem dos apetites insaciáveis; das falcatruas em todos os níveis e escalões governamentais, acobertadas pelos intocáveis poderosos do poder público; dos salários e pensões indecentes, pagos aos bem-aventurados amigos do “rei”.

Ao falar em pensões o compadre parou.. Mas concluiu entristecido, após uma pausa relativamente prolongada, que muito mais que sem vergonha somos nós um povo sem conserto, sem remédio, sem cura para o mal da prevaricação, do mal feito, do “venha a nós o vosso reino”. E isso porque não existe um único benefício permitido na lei que não seja usado pelos políticos em proveito da continuidade da sua permanência no poder, com a agravante do que hoje em dia o próprio cidadão comum já procura apoiar-se na desonestidade como se ela fosse uma coisa natural e perfeitamente compreensível.


O aproveitamento imoral do dinheiro de todos, por parte dos espertalhões da vida política, que é paga pelo contribuinte que desconta durante toda a sua vida a pensar numa reforma decente, mas que verifica, que no fim de tantos anos de trabalho, são muitos os convidados especiais para o banquete preparado às custas dos descontos com que ele, e outros iguais a ele, alimentam mensalmente a vaquinha do “tesouro” que já foi pública, mas acabou por ser privatizada pelos quadrilheiros eleitos pelo povo porque este simplesmente não sabe o que faz.

Desabafei!

18 outubro, 2010 20:42  
Blogger EL CANTANTE said...

VIVA!!!VIVA que grande e oportuno desabafo que em meu humilde entender é o retrato verídico dessa corja que conseguiu destruir o nosso Portugal e para além de mais, explorar-nos até ao tutano, para ficarmos com umas pensões miseráveis (grande maioria),mesmo não sabeendo até quando!...
Dizer que morre tanta gente boa e não surge um milagre, do todo poderoso que seria uma dádiva para a nação, se alguém acertasse com uns balázios nos cornos desses bandidos que mentem e roubam todos os dias, com o maior descaramento, mesmo nas nossas barbas.
Quantos Zés-do-Telhado seriam precisos, nesta altura, para tirar aos ricos, o que pertence aos pobres?
Meus caros, temos de nos preparar para a luta, porque isto já não vai com falinhas mansas, nem com eleições de gente cega e anestesiada pelos políticos desonestos e asquerosos.
Afinem as escopetas e atirem a matar, antes que essa cambada de sabujos nos matem á fome.
Chegamos a um ponto que não temos por onde escolher, a não ser, pedir á Senhora do Carmo que mande o D. Nuno com o seu vigor de outrora, para comandar estas tropas que querem avançar e não encontram timoneiro à altura da nossa ditosa pátria desamada, pelos actuais políticos.

19 outubro, 2010 10:05  
Blogger Mario Neiva said...

Só Temos uma Oportunidade

De luto familiar pela morte de um cunhado meu, aos 73 anos de idade, tempo de vida do qual já se vai dizendo que não é idade para morrer, aproveito para reflectir convosco sobre o único espaço e tempo que nos é dado para viver.
Único, porque não teremos uma segunda chance, para corrigir, aperfeiçoar, em suma, crescer mais. Joga-se tudo na viagem a termo certo, ainda que indeterminado no tempo.
Porém, nem todos pensam que é a única oportunidade. Recordo, a propósito, o «Mito do Destino», de Platão, onde o soldado Er morre no campo de batalha e ressurge dez anos depois, para retomar o fio da vida em segunda oportunidade, admoestando os vivos para que se entreguem à sabedoria.
E retomo a comparação com a ressurreição cristã. Segundo a fé dos cristãos não há segunda oportunidade. A "construção" da morada de cada um para a eternidade é definitiva, na hora da morte: a salvação ou a danação, determinada pelas acções e pela fé.
É uma perspectiva arrasadora, para quem acredita numa vida depois da morte, sabendo-se que, por um deslize da fraca condição humana, podemos perder-nos para sempre no caminho.
Os estudiosos de S.Paulo não chegaram a um acordo sobre o destino exacto dos que não se salvam pela fé. Se é certo que os que morrem na fé ressurgem transformados para uma nova vida, num «corpo» espiritual, S.Paulo não deixou claro o que é feito dos que se perderam. Não ressuscitam e nem se transformam? Perdem-se no «nada», sem o sustentáculo de TUDO que é o Pai?
Quanto a mim penso que S.Paulo não aceita que o Pai crie um inferno eterno para os filhos perdidos, antes os deixa para sempre no sono da morte, nem os ressuscitando nem os transformando. Não terão a alegria do convivio paternal mas também não arderão num fogo de tortura eterna. Quem poderia ser feliz perante o espectáculo do inferno de tantos?!
Até este temporário quase-inteiro-inferno em que vivemos nos horroriza...
Sempre disse que a perspectiva daqueles que acreditam na reencarnação é mais atraente e parece muito mais lógica. Perante a nossa desgraçada condição humana, acreditar que temos uma e outra e outra oportunidade para crescer em sabedoria e verdade é bem mais motivador.
Seja como for, e de facto não sabemos como é, cada um aproveite a oportunidade que tem na mão, porque, nesta situação como em nenhuma outra, mais vale um pássaro na mão que dois a voar, como diz a profunda sapiência popular. Sendo certo que, se perdermos a oportunidade presente, já perdemos ou tudo ou muito. Mas perdemos sempre.

20 outubro, 2010 15:54  
Blogger Anonimus said...

Caríssimo Mário Neiva

A MORTE DA ALMA

É assim que ela morre. A alma. Ao descobrir que aquele momento mágico já foi e nunca mais será, a alma, como o corpo, fecha os olhos para o mundo e tira-nos a alegria de viver. Priva-nos de sentir todos os prazeres que já conhecemos e golpeia-nos com a cegueira eterna. Primeiro isso: o prazer dos cinco sentidos... Depois a insensibilidade, a apatia total, absoluta! Separa-nos do mundo exterior para nos encerrar dentro de nós mesmos, nas nossas masmorras interiores... A alma, antes de morrer, faz com que nos tornemos algozes de nós . Aprisionados que estamos nas nossas angustias, nada nem ninguém nos consegue libertar... Omitimos as palavras e emitimos sons... Choramos lágrimas que não são vistas e escrevemos frases com "as tintas da melancolia". O ocaso do sol nada mais é do que mero acaso e o amanhecer, apenas mais um dia que temos de suportar. É assim que morre a alma... Aos poucos deixa de ser e nos anula.
Pior do que ignorar o belo é saber ser-lhe indiferente... Pior do que não sentir as emoções não é negá-las, mas delas não se aperceber... Pior, muito pior do que morrer é anestesiar a vida... Assim morre a alma...Porque num determinado momento crucial do nosso caminho, simplesmente cansamos dos embates. E desistimos de nós mesmos...

22 outubro, 2010 20:43  

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