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2 de abril de 2009

I JORNADAS DOS ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

I JORNADAS DE ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

Com o patrocínio da Ordem do Carmo em Portugal e com a honrosa presença do Pe Geral da Ordem Carmelita, decorreram, entre os dias 27 e 29 de Março de 2009, em Fátima e na Casa Beato Nuno, as I Jornadas dos Antigos Alunos da Ordem do Carmo em Portugal.
As Jornadas iniciaram-se com uma cerimónia de abertura, na qual se desejaram boas vindas aos participantes, na qual o Pe Comissário da Ordem do Carmo em Portugal desejou a todos os participantes uma óptima estadia e que se atingissem os objectivos propostos. Apresentadas as Jornadas pelo Pe Frei Francisco Rodrigues, O.Carm., o convidado de honra, Revdº Pe Geral da Ordem Carmelita, Pe Frei Fernando Millán Romeral, O. Carm., satisfazendo o convite que lhe fora formulado, manifestou a sua confiança no sucesso deste evento de um dos membros da família carmelita.
No segundo dia, 28 de Março, o Pe Geral, na sua conferência, desenvolveu o tema da família carmelita, explicitando as várias manifestações possíveis de ser membro desta família carmelitana, com raro brilhantismo e singeleza. Seguidamente teve lugar a Eucaristia, presidida pelo Revdº D. Frei António Vitalino Fernandes Dantas, O.Carm., actual bispo de Beja.
Na parte de tarde teve lugar a conferência proferida pelo presidente da Direcção da Associação que versou o tema “ Associação, que futuro?”.
À noite, depois do jantar, houve lugar para a apresentação de testemunhos pessoais e discussão dos temas apresentados durante o dia. No terceiro dia de manhã, teve lugar um proveitoso diálogo com o Revdº Pe Geral, após o que se apresentaram as conclusões das Jornadas.
A Eucaristia, presidida pelo Revdº Pe Geral e concelebrada pelos sacerdotes participantes nas mesmas, foi a apoteose final destas primeiras Jornadas dos antigos Alunos da Ordem do Carmo em Portugal.

Augusto Pereira de Castro

FOTO DE GRUPO


A Comissão Organizadora com o Padre Geral da Ordem e com D. ´Frei António Vitalino, O. Carm., Bispo de Beja.



O Pe Frei Francisco Rodrigues a apresentar o conferencista da manhã, Revd Pe Geral, Frei Fernando Millán Romeral, O. Carm.


O Pe Frei Francisco a apresentar o conferencista da tarde, o Presidente da Direcção da Associação, Augusto Pereira de Castro

30 Comments:

Anonymous jorge dias said...

Meus caros amigos,
Fátima, I Jornadas, foi nos corredores e espaços de convívio e memória, um tempo de invulgar dinâmica e afecto. Quanto ao resultado das jornadas dos aas carmelitas só o tempo o dirá.
Na hora de partir pareceu-me sentir que este grupo vai voltar. Só espero que este espaço de palavra nos ajude a consolidar os afectos e palavras de inteligência que ali nos dirigimos bem como o amor que por lá cantamos e vivemos.
Por favor, oh vós todos... vinde à palavra. Com um grande abraço vos uno e desafio: vinde à palavra, entrai a comentar...
Parabéns à comissão organizadora.

03 abril, 2009 01:01  
Anonymous Anónimo said...

Jornadas dos Antigos Alunos...?

08 abril, 2009 15:16  
Blogger AAACARMELITAS said...

Este comentário foi removido pelo autor.

08 abril, 2009 22:27  
Blogger Unknown said...

Caros amigos:
Hoje, dia 09/Abril/09, dia de quinta-feira Santa, dia em que a minha netinha Adriana faz um aninho, estive a analizar o documento «ASSOCIAÇÃO, QUE FUTURO?», que me foi entregue em Fátima, no passado dia 28/03/09, do qual tirei a seguinte conclusão:
Como li atentamente o referido documento, elaborado pelo nosso amigo (Presidente) Augusto com o máximo rigor e realismo, venho expressar o meu acôrdo a 100% a tudo o que é dito, por isso mesmo, há que dar um novo rumo à nossa Associação, que terá que passar, forçosamente, por uma alteração dos Estatutos.
Acho que os novos Estatutos deverão já ser apresentados na Assembleia Geral do próximo ano em FÁTIMA.
Como no artº.3 dos Estatutos, em vigor, fala-se em pluralismo religioso, com o qual eu discordo, entendo que tal ponto deverá ser modificado, pelo que no referido artº. deverá ser bem vincado o nosso caracter religioso/católico.
Por aquilo que eu tenho verificado nos encontros, em conversas com alguns colegas, nem todos irão estar de acôrdo com tal alteração do artº.3 . Logo, esse desacordo, irá criar alguma cisão entre nós, o que levará a que passaremos a ser menos! Mas, pensemos no que disse o nosso MESTRE «ONDE ESTIVER UM OU MAIS REUNIDOS, EM MEU NOME, EU ESTAREI NO MEIO DELES!»
Como penso que haverá uma cisão inevitável, e atendendo a que alguns colegas nossos não aparecem e ainda outros também deixaram de aparecer, por não concordarem com a ligação religiosa à Ordem do Carmo, eu sugiro que se comece a fazer um ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO anual, em local a combinar, no qual todos poderiam participar, a exemplo do que acontece com os ex-militares, que no meu caso (Comp.Caç. 1671) já vamos no 31.º almoço.
Saúde para todos, incluindo seus familiares, com uma SANTA E FELIZ PÁSCOA!!!

(MACHADINHO)

09 abril, 2009 16:06  
Anonymous Mário Neiva said...

Olá, Machado

Não sei se ainda tens memória de mim. Eu recordo-me muito bem do teu cabelo «à escovinha» e de um portista «dos quatro costados». Como eu.
A tua ideia de separar o encontro «religioso» do encontro «profano» vai ao arrepio de tudo o que a tua igreja católica vem ensinando: fundir o vida do dia-a-dia com a fé que se professa. O que tu propões é que sejamos colegas-amigos-fraternos-humanos num dia e católicos-jeovás-ateus-judeus-islâmicos no outro. Esta postura esquece um elemento fundamental que a tua igreja católica persiste em transmitir, sem vacilar: todo o homem é filho de Deus e irmão de Jesus: não há judeu nem gentio, nem grego, nem escravo, nem senhor, nem homem nem mulher! Todos filhos do mesmo Pai.
Esta mensagem fabulosa não pode ser ensombrada por radicalismos e muito menos a filiação no catolicismo-cristianimo ser pretexto de cisões injustificadas e injustificáveis. Além do mais, repito, não vai por aí o ensino da Igreja Católica.
Custa-me a compreender, meu caro Machado, como um encontro de católicos pode gerar, nos dias que correm, uma ideia de «cisão inevitável», como se estivessemos imbuidos do espirito dos talibans. Estou em crer, Machado, que a tua Igreja Católica não te acompanhará em tal propósito, mas como é um espaço de liberdade, pelo menos nos seus fundamentos doutrinais, cada grupo eclesial traçará o seu caminho. E muitos escolhem o caminho da intolerancia, da intransigência e até da exclusão/excomunhão. Até perceberem o seu desvio em relação ao «evangelho da inclusão». Normalmente diz-se evangelho do amor.
Se fizer vencimento a tua proposta, que pelos visto é a do Augusto Castro, não se esqueçam de alterar o nome da Associação (aaa) para qualquer coisa parecida com Associação católica de antigos alunos...e não Associação dos Antigos Alunos.
Não tem nada de criticável, neste aspecto, mas fica reposta a verdade sobre a nova colectividade, a sair da tua proposta.
Um abraço
Feliz Páscoa
Nário Neiva

09 abril, 2009 21:37  
Blogger Augusto said...

Para que não haja confusões nem se emitam juízos, mesmo condicionais, sobre o que se não conhece, aqui deixo o excerto da comunicação que proferi nas jornadas e a que se refere o comentário acima, a qual era destinada aos participantes nas mesmas Jornadas:

""Propostas e sugestões:
Todo o movimento tendente a reunir antigos alunos de qualquer Instituição, deverá, em nosso modesto entender, ter sempre em atenção, a formação recebida durante o tempo em que privaram na convivência e nos estudos, bem como os princípios que norteavam a Instituição onde estiveram, por vezes durante muitos anos. E, se a memória do tempo passado é algo que permanece no interior de cada um, só deveriam vir à tona os aspectos positivos dessa vivência, nunca os aspectos negativos que, por vezes, possam ter recheado a vida dos antigos alunos. Tais aspectos, deveriam ser sempre interpretados como momentos de crescimento e integrados na vida de cada um, sem qualquer ressentimento contra terceiros, pois que, das experiências vividas no passado, foram incomparavelmente mais as que nos beneficiaram e ajudaram a crescer e a evoluir, do que aquelas que, aparentemente, e só mesmo aparentemente, nos prejudicaram.
Ao criar uma associação aglutinadora de antigos alunos de uma mesma instituição, além de afirmar solenemente o rigoroso respeito pelo pluralismo ideológico, cultural e religioso dos seus membros, deveria enunciar, também, como princípio, o reconhecimento dos valores que norteiam a Instituição a que se sentem ligados, nas suas raízes, estabelecendo como pressupostos, os mesmos princípios em que assenta essa Instituição. No nosso caso, deveria constar nos princípios da Associação que esta assenta nos mesmos princípios que são a base da Ordem Carmelita (Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo) e a que acima nos referimos. Só assim é que se poderá compreender o objectivo dos actuais estatutos:
“Manter laços estreitos de trabalho e cooperação com a Ordem Carmelita, quer divulgando a sua obra quer apoiando-a em iniciativas onde as estruturas da Associação se revelarem úteis”.""

O autor,
augusto pereira de castro

09 abril, 2009 23:02  
Anonymous Mário Neiva said...

Lendo e relendo o texto do Augusto chego à conclusão de que o Machado fez uma leitura correcta e tirou a ilaçoes acertadas. O que acontece é que o Augusto, pelo menos no excerto da intervenção que acaba de nos fazer chegar, diz uma coisa e o seu contrário.
E peço desculpa se interpretei mal.

10 abril, 2009 00:36  
Anonymous domingos coelho said...

O Sentido da vida

Ás vezes queremos ir a um determinado lugar,erramos a estrada e perdemo-nos.A rotina faz-nos perder o rumo.Queremos ir para um lugar e acabamos por nos dirigir a outro.Faltou-nos atenção.Erros assim ocorrem na vida da gente, seja no sentido real ou figurado.
Por sentido da vida entende-se o acto de imprimir à existência um rumo que a valorize, que faça todos felizes e transmita essa alegria dos demais.
Esse sentido constrói os fundamentos de uma vida feliz e produtiva. Uma vida com sentido é algo que se elabora com o tempo, com esforço e dedicação. É preciso saber organizá-la para tirar dela o melhor que ela tem a oferecer. A busca de um sentido para a nossa vida é árdua e laboriosa, mas possível.
É preciso que o ser humano se conheça. O homem tem três referenciais de encontro: com Deus,consigo e com o outro, nas suas necessidades. O homem realiza-se através desses TRÊS encontros. A vida com sentido começa por esse tipo de atitude. É por aí que começa a escolha de um bom caminho.
Uma das palavras mais pronunciadas é amor. Hoje declaramos nosso amor por tudo e por todos. Mas será que amamos na mesma proporção em que mencionamos esse verbo? Hoje usa-se a palavra amor e o verbo amar para muitas circunstâncias, que nem sempre indicam aquele sentimento profundo e transformador que caracteriza o sentimento num tempo tão carente de afecto, entristece a todos a verificação de que muitos falam em amor, mas não sabem amar. Apesar das inúmeras formas de se abordar o tema, o amor continua a ser uma questão de infinita busca pessoal. Por causa do materialismo, do egoísmo de muitos e das busca indiscriminada do prazer, amar continua a ser um desafio para a vida em sociedade.
Cabe unificar todas as dimensões da vida humana, para que ela tenha valor, seja um autêntico repositório de virtudes e - sobretudo - seja factor de motivação para busca da felicidade, da estabilidade psíquica e material, na verdadeira "vida em abundância" preconizada desde o princípio. A coisa complica quando surge o amor " próprio". Se há coisa mais desagradável é ver alguém com surto de amor-próprio em exagero! É o nome de egoísmo, que é um dos maiores males que assolam a humanidade.
... Há sempre o perigo do testemunho, ou seja,não adianta escrever, temos que viver aquelas palavras, encampar as idéias e mostrarmo-nos coerentes com o que foi afirmado. Na vida ocorre facto análogo: há necessidade de compatibilizar as acções com palavras, do vivido com o sonhado.
A presença de Deus que caminha conosco nos dá confiança e esperança. Se alguém pensa que pode o que não pode, sempre tangenciará o impossível. É a partir daí que ocorre o milagre. Libertar as idéias faz expandir o cérebro.Amar sem limite faz transbordar o coração. Por esta razão a nossa existência precisa da presença daquele Deus-amor que caminha conosco.
Na maioria das vezes, a rotina é culpa nossa. Num destes dias, fui a uma casa e me serviram um chá completamente sem açucar. Quando terminei, vi que no fundo da xícara havia açucar. Eu é que não tinha mexido. Assim é a vida. Ela pode ser doce, se a mexermos, agitarmos, fugindo das rotinas e da mesmice.
Nestas jornadas eu aprendi que os profetas somos nós.
Da misteriosa união do poder do Deus da vida com o homem frágil e vacilante nasce o "homem novo" chamado a participar da vida divina, criado na fé, na graça e na verdade. Essa união torna-se uma nascente de força capaz de tornar o ser humano um "filho de Deus", portador de uma vida nova, uma vida rica em sentido , harmónica e feliz.
Chamem-lhe tudo se quiserem , mas não lhe tirem a "MISSÃO", que foi destinada a: AAA

com votos de Boa Páscoa a todos quantos acreditam.
D/C.
( Jorge Dias, me deixa dizer-te obrigado, por seres meu AMIGO)

10 abril, 2009 21:56  
Anonymous jorge dias said...

oMeus caríssimos amigos, caríssimos em quem invisto o meu amor e afectos...

Caro Mário, o Manuel Machado marcou encontro em Fátima. Viva Machadinho de cabelo à escovinha e jovem viçoso "naqueles tempos e que marcaram a atenção de alguns cobiçantes"... Parabéns pela netinha Adriana companheiro de Fátima. Cantar-lhe-ia com prazer: "Hoje é dia de festa, porque Deus assim quiz, o que nós desejamos é que seja feliz".

Caro Mário, bate leve levemente, como quem chama por mim, será chuva será gente, mas gente não bate asim." Mário, gente não bate assim... o querido Manuel Machado tem direito à sua opinião e não é teólogo. Mário, tu és filósofo e teólogo. Tu caro Augusto és filósofo e psicólogo... "Qui potest capire, capiat..."
De uma coisa estou certo... só agora abrimos a caixa de Pandorra. Por isso fui tão "soft", leia-se mansinho, na primeira intervenção. Mas de uma coisa estou certo, de agora em diante, os diabos estão todos à solta, isto é, a palavra... mas venha ela porque de isso gosto eu. Mas o problema não é o Machadinho. Amigo, lembras-te que te chamei para que minha companheira te olhasse nos olhos? A razão era outra, mas tudo vem a dar no mesmo...
Caro Mário, caro Augusto e caro Domingos Coelho, Caríssimos, vós todos os que lá estiveram e especialissimamente caríssimos Machado, Margarida,Egídio, Elizabet, Varela,Vaz Alves (ex-frei), Laura, Fátima e Cândido (queridos comensais) para mim um tempo incontornável e de indizível bem estar e afecto. Claro, Caro Mário, que também foi de fé... mas foi mesmo de fé e de amor. Foi mesmo... o meu querido Machadinho só reflete isso no seu comentário. Entusiasmo!? Mas eu também, vim entusiasmado. Com o quê? Bom, isso eu sei controlar... mas se o dissese caía o Carmo e a Trindade. Não vou comentar o texto do Augusto nas Jornadas porque os comentários já estão a ser feitos. Por mim, diria muito mais e muito menos e com esta me vou... mas mantenho espírito aberto para a "refundação" da Ordem na lógica da razão do sentido da nossa saída... porque não encontro mais nenhum sentido teológico nessa saída.
Em dia de sexta-feira santa apraz-me partilhar convosco a velhina frase de João XXXIII na abertura do concílio Vaticano II: Caríssimos bispos de todo o mundo, na abertura solene deste concílio convido-vos a rezar pela nossa conversão ao Evangelho de Jesus Cristo. (citação de memória). Caríssimos, trata-se do amor, que nós os crentes celebramos hoje na cruz, como limite, ontem, o mandamento novo do amor instituido como obrigação entre nós. Os não crentes não amam? Mas há algum mal em ir à frente? Pois que amem outros primeiro...

A Fátima, para viver a fraternidade que lá nos fizemos e nos criamos, os cinquenta e tais que lá estivemos, caro Mário, Machado, D Coelho, Augusto, etc..........., voltarei sempre, nem que fosse para ver o Cândido tocar e alguns rezarem cantando... Ainda tenho aquela delícia na alma...
Eu não sei o que vai ser a aaacarmelitas, nem me imteressa... sei só que vou estar lá e quereria estar com muitos porque os "muitos" sempre mandam mais que os "poucos". Só pela palavra lá ireis, até para vos amardes... pois aleluia. Quanto ao que vivemos em Fátima e as companheiras, os freis que por lá andam, o Salvador (padre), o irmão geral da Ordem e outros nos fizeram viver, bom tereis que aproveitar a próxima jornada para ver como é... eu cá se já era, mais sou de vós todos... isso podeis crer e em Fátima fui compelido por uma misteriosa força interior a evidenciá-lo... penso que me fiz entender lá e aqui... pois alevá... só ama quem quer, mas sem amor ninguém é.

11 abril, 2009 00:39  
Anonymous Mário Neiva said...

Sinais Exteriores do Espírito

Chamem-lhe espírito, alma ou mente, para o caso pouco importa. È sempre a afirmação máxima do homem consciente que diz: «Eu estou aqui e vocês estão aí». É a consciência de mim e da presença dos outros, de um «eu» único e irrepetível. Quando começou esta «consciência», um dia há-de saber-se. O que importa, agora, é que é um facto com história milenar.
Acompanhei, durante esta semana que acaba, diversas liturgias católicas, ao lado de familiares praticantes e devotos. E como não participei, pela fé, aproveitei para meditar no que via acontecer. Desapertou-me a atenção a brancura das vestes das túnicas dos acólitos e o roxo das vestes sacerdotais. Simbolizam, como todos os cristãos sabem, a pureza da alma justa e a mágoa pelo sofrimento de quem morreu por tanto amar.
E as celebrações litúrgicas tornam-se, deste modo, a expressão visível de um movimento da mente humana. Estas liturgias são o sinal exterior de esperanças e de sonhos de que só o ser humano é capaz. Celebrar a vida, a morte e a esperança de reviver, ressuscitando, é manifestação da alma, da mente, do espírito, que há milhares de anos faz do homem um ser «diferente» e único nesta saga inenarrável, vislumbrada até onde o nosso pensamento pode recuar! Quase que apetece parafrasear Camões: se mais mundo houver haveremos de lá chegar.
Não são «cerimónias ocas». De forma alguma. São verdadeiros sinais exteriores da alma humana. Podem estar desajustados no tempo e parecer-nos perfeitamente anacrónicos, mas são sinais exteriores da nossa «humanidade». Tal como a filosofia, a música, o desporto, a pintura, a escultura, as ciências, a matemática…
A tarefa de quem pretende, activamente, alimentar estes «movimentos» do espírito humano no sentido da religiosidade consistirá em encontrar os «rituais» certos e significantes para os tempos actuais. E a mim afigura-se-me tão prejudicial os crentes ficarem presos a rituais do passado como os não crentes condenarem, como simples alienação, os movimentos religiosos do espririto humano, traduzidos nas práticas religiosas que se mantiveram, erradamente, inalteradas ao longo de séculos.
Talvez tenha sido um pouco disto tudo aquilo que João XXXIII quis comunicar quando apelou à CONVERSÃO da Igreja a Cristo, como lembrou o Jorge. Repetir rituais, que na realidade são sinais exteriores do espírito, pode não bastar para a CONVERSÃO proposta por João XXXIII.
E porque é dia de Páscoa, ouvi, logo pelas 7 horas da manhã, quando acompanhava a minha família, a leitura do Evangelho da Ressurreição: «Ressuscitou.Não está aqui.».
Lembrei-me de quando era miúdo e acompanhava o meu pai ao cemitério, em dia de funeral de algum conterrâneo. Fazia-me impressão enterrarem um morto na campa de outro que já lá tinha sido sepultado e a terra «comera». Com o tempo. Esta recordação soou-me exactamente como aquelas palavras do «anjo» a Maria Madalena: «Ressuscitou. Não está aqui». Era anúncio dirigido a cada um dos nossos falecidos e fez-me esquecer aquela história da «ressurreição ao terceiro dia», que já nenhum biblista leva a sério, como já referi no famoso «Almoço Muito Especial», a começar pelo Pe Carreira das Neves. O que se afirma nessa «narrativa» é o ensinamento da Ressurreição, mensagem fundamental do Evangelho de São Paulo e transcrito décadas depois para os «quatro evangelhos» e outros textos do N. T.
«Ressuscitou. Não está aqui». Como cada cristão, por Ele, nEle e com Ele, para a eternidade. É a base de todo o cristianismo. Se o homem não ressuscita para a eternidade, de que lhe serve amar tudo e todos?
A mensagem cristã da Ressurreição confronta-nos com o nosso destino, tenhamos ou não alguma fé.
É tempo de ultrapassar, de vez, aquela interpretação infantilizada da «ressurreição ao terceiro dia». In illo tempore nada aconteceu com os homens que não aconteça do mesmo jeito, hoje. Nem com Jesus de Nazaré, «verdadeiro Deus e verdadeiro Homem». Ou Jesus foi um simples «homem-faz-de-conta» do nascimento à morte…e ressurreição?
Anotei, em dia de Páscoa, que o padre celebrante se limitou a ler o texto evangélico sem qualquer doutrinação. Mesmo assim valeu, para toda aquela gente presente na missa, o sinal exterior do espírito.

12 abril, 2009 23:25  
Anonymous Máriuo Neiva said...

Sinais exteriores do espírito II

Advertência

Quem sou para me permitir advertir quem quer que seja sobre estas coisas da vida. E, no entanto, aí vai…
Acabei de afirmar que as liturgias religiosas enquanto manifestações de fé, as artes, o desporto, a filosofia, as ciências são os sinais exteriores da alma humana, única em tudo quanto é mundo e o nosso conhecimento alcança…e se mais mundo houver lá chegaremos!
É indispensável, porém, que nunca nos identifiquemos, até à fusão ou confusão, com a fé, a arte, o desporto, a ciência, a filosofia. O ser humano é “aquilo tudo” mas nunca pode ser reduzido a cada uma das partes mencionadas. Se o fizer, acabará irremediavelmente alienado da realidade e feito um farrapo humano. Isto porque há uma dimensão no homem que nunca pode ser menosprezada: A «pessoa». Na «pessoa» nos descobrimos um ser sociável, reconhecendo os nossos progenitores, os nossos irmãos, os nossos vizinhos, os nossos “semelhantes”. (No cristianismo se diz «o nosso próximo»). Como «pessoas» começamos a conjugar os verbos da vida:
Eu sou, tu és, nós somos
Eu amo, tu amas, nós amamos
Eu penso, tu pensas, nós pensamos
Eu creio, tu crês, nós cremos
……………………………
Pensem no desastre que acontece quando nos identificamos com UMA das manifestações do espírito! Por exemplo, a fé. No cristão, tal facto pariu a Santa Inquisição; no islâmico, pariu a Alcaeda…Querem que continue?
Se o artista se identifica e funde com a sua arte, o desastre humano é, do mesmo modo, inevitável. Se o desportista se identifica e funde com a sua especialidade…
O ser humano é o TODO e sempre acima de qualquer das manifestações do seu espírito. Mesmo da fé!
Por mais que doa aos fundamentalistas de todos os quadrantes religiosos e aos ateus militantes, a religiosidade é uma manifestação do superior estatuto da Humanidade, mas apenas UMA ENTRE OUTRAS, sem cuidar de fazer o exercício mesquinho de a colocar acima ou abaixo das outras manifestações da alma humana. Está lá e é nossa! Isso deveria bastar para acabar de vez com a falsa disputa entre fé e ciência. È TUDO NOSSO! Ou se preferirem: SOMOS ISSO TUDO!

13 abril, 2009 15:04  
Anonymous Mário Neiva said...

Sinais exteriores do espirito III

A crença na ressurreição é um dos sinais mais fortes de um espírito que recusa render-se à morte, opondo-se a todas as evidências, pois nós vemos a terra engolir o corpo e a alma, nascida e transportada no seu cérebro. É o fim! E, nesse momento, pela fé nasce a esperança, ténue ou forte, de que ainda há mais caminho, por uma inesperada «ressurreição da carne»! Será possível? O problema ficará aligeirado se a esta fé na «ressurreição da carne» acrescentarmos uma outra fé, fruto de especulação teológica: Deus cria, para além da «alma natural» que recebemos dos nossos pais, uma «alma espiritual» e é esta que subsiste para a eternidade. Mas, como disse e repito, é doutrinação de teólogos que não tem nem bases bíblicas nem lugar no «Credo» católico que proclama a RESSURREIÇÃO DA CARNE, o que quer dizer, a ressurreição do HOMEM INTEGRAL, de corpo e alma. E é curioso notar, neste inicio do século XXI, que a ciência acompanha cada vez mais de perto a unidade indissolúvel do ser humano. Não importa agora discutir se a ciência encontra a fé ou se a fé se ajusta à ciência. Registe-se a ideia de que, quanto à unidade do ser humano, ambas estão de acordo. Porém!...
Ao olhar o «túmulo vazio», a campa vazia, o homem da ciência e o filósofo não ouvem as palavras mágicas do mensageiro celeste a Maria Madalena: Ressuscitou! Não está aqui! A sua razão diz-lhes para alterar a pontuação e fazer uma afirmação diferente: Ressuscitou, não! Está aqui!
Está ali já sem carne e sem pele, um resto de ossos, mais a lembrança e amor dos que ficaram e os recordam nas flores com que enfeitam a «eterna morada» em «eterna saudade».
Estou a lembrar-me do Pe Carreira das Neves a responder àquela jornalista da RTP que lhe perguntara (como relatei no Almoço Muito Especial) se a sua fé não ficaria abalada se num qualquer dia aparecesse um túmulo com os ossos de Jesus e ele respondeu prontamente, sem pestanejar: Não! E assim reduz a uma simples metáfora o texto «ressuscitou ao terceiro dia»…
Ele acredita na palavra do anjo a Maria Madalena. Para o frade franciscano o túmulo ou a campa estão mesmo vazios! Não estamos mais ali, mas sobrevivemos à sepultura, «como Ele».
Eu considero esta fé um espantoso sinal exterior do espírito humano: crer contra todas as evidências!
E deixa os homens da ciência e da filosofia estupefactos e a meditar nos abismos insondáveis da alma humana. Porque aquela fé constitui-se REALIDADE HUMANA, abundantemente e de mil formas expressa na História.
Quanto a mim, pretensiosamente me coloco ao lado dos filósofos, permaneço na expectativa e, garanto-vos, agarrar-me-ei à última partícula do último átomo que a ciência nos oferecer, e que tanto procura no Acelerador que fabricou para achar aquela a que os cientistas chamam a «partícula de Deus».
Sempre é mais gratificante esta ideia que a perspectiva do aniquilamento absoluto. A razão di-nos que do NADA, nada vem, e,do mesmo modo, deixa entender que aquilo que «é», jamais deixará de «ser».
Estou a imaginar-me pendurado numa «partícula» ainda só sonhada ou pressentida, esse «novo mundo» que os navegadores do século XXI, por mares infinitamente pequenos, afincadamente perseguem.
O filósofo e o homem da ciência também têm a sua esperança!
Porque o NADA é mesmo só um conceito. Penso eu.

14 abril, 2009 17:28  
Anonymous jorge dias said...

Caríssimos, e meu caro Mário que beleza de comentários... mas hoje, e porque na Casa Bearo Nuno, Jornadas, a presença espiritual de frei Nuno de Santa Maria, foi uma constante, naquele espaço a ele dedicado, também neste espaço um comentário concomitante ao registo público que dele se faz por estes dias.


Irmão Nuno de Santa Maria, exemplo, hoje, na prática do Bem, para Portugal e para o Mundo.


Com efeito, ao aproximar-se o dia em que a Igreja administrativa dos cristãos católicos reconhece e publicita que o Irmão Nuno de Sana Maria é susceptível de ser imitado e seguido no que a sua vida teve de melhor a favor dos outros, ao mesmo tempo que me alegro por ele ser português, igualmente me sinto rejubilar por ele ter sido da Ordem do Carmo e, entre nós, desde sempre, um dos maiores. Mas, sobretudo, alegra-me o facto de em vida ele ter percebido singularmente, e com muita antecipação no tempo, a real essência da boa nova: o amor aos outros.

Num tempo de exageros e óbvios desmandos no subaproveitamento dos dinheiros públicos a favor da colectividade bem como indevidas apropriações nos negócios, em que ao espavento, ao novo-riquismo de uns, corresponde um proporcional empobrecimento do povo, vem a popósito citar o distinto cronista e correspondente da Sic no Açores, Estêvão Gago da Câmara, na sua crónica de Domingo 18 de Abril no Açoriano Oriental, porque tal como em frei Nuno de Santa Maria, também, hoje, encontramos, felizmente, entre nós, sinais de Bem:
“… a contrariar este ambiente de vertigem decadente, em vez do falatório, da berraria, da vacuidade política, há quem combata a crise de frente e, sobretudo, com acção. A diocese de Lisboa está mobilizada e pôs e marcha um programa de acção para minorar o sofrimento das famílias mais carenciadas. As dioceses de todo o país, e a nossa, vão ter que juntar esforços porque está visto que “governo” só, talvez, depois das eleições de Outubro. É neste tempo de desafio à prática do Bem que em Roma, esta semana, a Igreja vai consagrar mais um Santo português. Frei Nuno de Santa Maria, o Defensor do Reino, depois de lutar pela independência política de Portugal, depois de enfrentar a crise (século XIV) optou para o resto da vida pela batalha do Bem pelo “próximo”, pelos mais pobres e necessitados. Ninguém como ele pode, hoje (séc. XXI), ser tido como exemplo, para Portugal e para o Mundo”.

21 abril, 2009 19:11  
Anonymous domingos coelho said...

Meu AMIGO Jorge Dias

Que lindas palavras!
Quem pode neste momento não pensar como o Jorge?
Eu queria ter o "Dom" das letras e faria um hino a quem lutou, luta e lutará pelo bem estar do próximo,pelos pobres e necessitados.
Herói e Santo, Nuno imortal valei à terra de Portugal.
D/C

21 abril, 2009 22:13  
Anonymous Anónimo said...

Nunca fui dado a grandes filosofias. Também não sei se por inabilidade ou por falta de tempo para essas coisas tão pesadas. Neste blog estou a verificar que há quem se dedique a essa... não posso dizer ciência porque senão já não era filosofia... a essa forma de estar na vida. E essa tal de filosofia dá para tudo, para opinar de várias formas segundo o grau (qualidade) de pensamento de cada um e, amiúde, para deixar o mais comum dos mortais perplexo perante coisas simples apresentadas de forma tão complexa. Ao ler um dos comentários do Mário Neiva dei comigo a pensar que parece estar ali posta em causa a Ressurreição de Cristo. Cada um é livre de tirar as suas conclusões, mas já não me parece razoável concluir das palavras do Pe Carreira das Neves vão nesse sentido, pelo menos no contexto em que a referência é feita, já que não conheço nem assisti à sua prolação. Para mim, prefiro interpretar aquele não no sentido de que o que o Pe CN pretendeu dizer é que há gente para tudo, o que não o surpreende. Será? ou não?

23 abril, 2009 22:29  
Anonymous Mário Neiva said...

Meu caro...anónimo

Volte a ler o que escrevi. Nunca disse que o Pe CN põe em causa a «Ressurreição de Cristo». Ao contrário, afirmei que essa é a sua fé. O que eu disse e voltei a dizer é que o Pe Carreira das Neves não entende a «ressurreição» de uma forma literal, como tradicionalmente a crença popular cristã a entende: ressurreição do «cadáver» de Jesus. Do mesmo modo afirmei que o Pe Carreira das Neves interpreta a proclamação «ressuscitou ao terceiro dia» como uma metáfora da verdade dogmatica e fundamental do cristianismo que é a fé na vida para além do desmoronamento deste «corpo de morte». E, quanto a mim, o Pe Carreira das Neves interpreta correctamente a doutrina de São Paulo que anunciou bem alto: »carne e sangue não herdarão o Reino dos Céus». Aos Corintios São Paulo revela, como ele diz, «um grande segredo»: (...)«Todos seremos transformados». »O corpo de morte» apodrecerá na terra «como um simples grão de trigo» e pra a vida eterna nascerá um «novo homem»...
Daquilo que conhecço do pensamento teológico e da fé do Pe CN não receio que ele me desminta.
Mas se o anonimo que me interpela quiser continuar a acreditar, à maneira tradicional, na «ressurreição ao terceiro dia» não virá daí mal nenhum ao cristianismo nem beliscará o fundamental do dogma cristão da Ressurreição. Deverá concordar comigo que se é de uma forma ou é de outra, a «Ressurreição da Carne» permanecerá um mistério da fé e será sempre, para quem olha de fora, uma manifestação exterior de uma alma humana inconformada com a morte e sedenta de eternidade. Só por isto vale a pena comemorar a Páscoa da Ressurreição.
Pretensiosamente como filósofo medito, em cada ano, nesse sonho lindo da «ressurreição da carne» que o cristianismo deixou como legado.

24 abril, 2009 09:23  
Anonymous jorge dias said...

Que vivas Nuno de Santa Maria nestes nossos comentários tão cheios de fé, uns e outros... embora diferentes nas palavras, mas todos como tu fostes, transbordantes de grandeza. Parabéns anónimo, parabéns Mário, agradecido ao DC. Viva São Nuno de Santa Maria.

25 abril, 2009 01:07  
Anonymous Mário Neiva said...

Ainda para o anónimo a quem a filosofia aborrece

Da sua interpelação apenas respondi à questão da fé na «ressurreição da carne». Deixei para hoje o meu comentário ao seu enfado pela filosofia, «essa coisa tão pesada», «essa tal de filosofia que dá para tudo (…) para opinar e deixar o mais comum dos mortais perplexo perante coisas simples apresentadas de forma tão complexa».
Devo começar por lhe fazer justiça e reconhecer que a culpa não é sua mas da escola ou das pessoas que lhe meteram tal ideia na cabeça acerca do que seja «essa tal de filosofia». Já não lhe reconhecerei razão se, simplesmente, fala do que não sabe.
«Coisas simples». «Coisa tão pesada».
Diferentemente de qualquer outro ser vivo que a gente conheça, nós olhamos e vemos; comemos e saboreamos; copulamos e fazemos amor; bebemos e deliciamo-nos; transformamos o grunhido, o relincho e o guincho em palavra, verso ou prosa; e as «marcas» de excremento em poemas, esculturas, pinturas, partituras; e as poças de água para descedentar-nos em fontes monumentais; acrescentamos à função das «simples» pernas e braços, o cavalo, a roda, o automóvel, o avião, a nave espacial….
Quantas mais coisas «pesadas» e «complexas» criará a alma humana!
A partir da simplicidade e autenticidade da caverna ou da floresta selvagem criamos a «pesada» e «complexa» cultura.
E tornamo-nos filósofos, contemplando e avaliando esta marcha imparável da História Humana. Na sua essência a filosofia não é mais que o olhar de espanto e enlevo perante a caminhada do Homem pelo vale infindável do seu Universo, avaliando, em cada momento, o caminho percorrido e indagando sobre o passo seguinte que havemos de dar.
Já li, não sei onde, que este será «o século do espírito». Ou da «alma ou da «mente», como lhe queiram chamar. «Século do espírito» dito de outra forma será o século em que nos afastaremos decididamente da «caverna» e da «selva».
E porque o tema está mais que nunca em cima da mesa: Transformaremos a «cópula» em «cultura de amor», depois da libertinagem secular própria de quem acaba de sair da idade das cavernas e anda tonto à procura de um novo rumo….
Será o «sexo» de uma «alma-mente-espirito-incarnado», que da cópula das cavernas só conservará os indispensáveis apêndices…Como as divinas melodias de uma voz conservarão sempre os frágeis e maravilhosos apêndices que são as cordas vocais!
O relinchar do cavalo ou os guinchos do macaco, simples e leves, com certeza, não poderão fazer desmerecer os «pesados» e «complexos» suspiros amorosos de Camões:
Alma minha gentil que te partiste
Tão cedo desta vida descontente…
Meu caro anónimo, quem o ouvir falar até vai pensar que você não gosta nada das «complexas» e «pesadas» manifestações da alma humana!
Ou será que pensa que ela só se manifesta quando vai à missa?

26 abril, 2009 09:21  
Anonymous Anónimo said...

Estou esclarecido

27 abril, 2009 22:16  
Anonymous Mário Neiva said...

E eu fico feliz se me fiz compreender ao falar-lhe da simplicidade e leveza da filosofia, espontânea respiração da alma humana: sem esforço, sem escola, sem ciência.
É só assumir a nossa nobilissima condição pelo privilégio único da consciência!

28 abril, 2009 08:33  
Anonymous jorge dias said...

Caríssimos, profundos comentários, de contemplação, não é?
Assumir nossa nobilíssima condição pelo privilégio único da consciência... e, por mim, acrescentaria, e do amor, de preferência, sem limite.

02 maio, 2009 23:11  
Anonymous Mário Neiva said...

...E acrescentarias bem, Jorge, porque o amor é a consciência humana em êxtase.

03 maio, 2009 07:45  
Anonymous Mário Neiva said...

Sereia

Nuinha, sem véu
E filha de um mar
Da cor do céu
Fiquei a olhar
Recostado na areia
Ver-te emergir
Sereia
Lavada e nua
Alma pura
Clara lua
Sonhada
Achada
No Verão de Agosto
Com sol no rosto
E o calor na alma
Numa tarde calma
Numa praia perdida
Só tu e eu
E a nossa vida

09 maio, 2009 22:30  
Anonymous jorge dias said...

Daria tudo para ser eu o autor dessa beleza de que o amor sem limites é a consciência humana em êxtase... que maravilha Mário e caríssimos aas. Amai... extasiai-vos... eis parte da contemplação... a outra é a proactividade. Contemplação sem outros não é....

15 maio, 2009 23:46  
Anonymous Mário Neiva said...

...«Contemplação sem outros não é...».
Vezes sem conta, ao longo deste ano de blog, me pareceu que o Jorge não exprime por palavras aquilo que pensa e, desse modo, fica por dizer muita riqueza ou só é dita nas entrelinhas, como na frase citada com que abri este comentário. E nós temos que adivinhar o que está "por dentro" e não se manifestou.
Pegando nas palavras do Jorge e lendo-lhe a alma, começo a pensar que fechar-nos dentro de uma cela, em meditação contemplativa, ou postados diante de um altar, cada um por si e pretensamente todos "com Deus", nunca realizaremos o êxtase do amor. Poderemos atingir outros êxtases, com certeza, que, pela sua tão duvidosa origem, atormentaram, por exemplo, a carmelita Santa Teresa de Ávila. A honesta mulher corria a perguntar ao seu confessor se "aquilo" que sentia, cada vez que atingia o êxtase da união com o seu «Divino Esposo», não seria «obra do diabo».
Pintem as coisas como vos der mais jeito, mas não tentem desvalorizar o veredicto com dois mil anos: «Se não amas o irmão que vês como podes dizer que amas a Deus que não vês?».
Esta sentença aplicada ao tema que estamos a abordar quererá dizer que os piedosos êxtases, as piedosas «contemplações de Deus» não passarão de tiros falhados no alvo do amor. «Contemplação sem os outros não é...»
Estou a recordar-me de um episódio lamentável, ocorrido em Beja, na comunidade carmelita local, com um aa já falecido. Ouvi o relatao, há uma boa dúzia de anos da boca do próprio: tocou à porta, atendeu um frade carmelita, olhou o visitante e, sem uma palavra, bateu-lhe a porta na cara. O visitante, ex-frade, já morreu. O carmelita, contemplativo, cremos nós, está vivo e deve gastar longas horas a unir-se a Deus, contemplando...o quê?
E todos nós sabemos a que extremos de violência pode conduzir o êxtase religioso desincarnado de inquisidores e talibãs!
Se li bem o Jorge, ele queria dizer algo parecido com isto. Se li mal, acabei por expressar apenas o meu pensamento.
Bom Domingo

16 maio, 2009 06:36  
Anonymous Mário Neiva said...

«...À beira-mar, muitos reflectimos sobre a majestade do mundo, embora o mar seja, na sua essencia, um buraco de água salgada. (...)Ver o mar como simples e finito, é animístico e primitivo, enquanto vê-lo como fonte infinita de possibilidades é avançado e humano» ( Robert B. Laughlin, prémio Nobel da física).
A nossa eterna mania de "complicar" o que é "simples". Isto só mesmo de Homens...

16 maio, 2009 18:39  
Anonymous Mário Neiva said...

Quando entregamos o Corpo
entregamos a Alma

Afirmar, seca e abstractamente que o HOMEM é um TODO, não basta. É preciso tirar todas as ilações desta verdade cada vez mais intuida e verificada, em que ciência e religião (pelo menos as judaico-cristãs) convergem como nunca. Nesta fase do conhecimento já não se trata de saber se o corpo produz a alma ou se alma produz o corpo ou subsiste sem ele. A teologia e a ciência constatam, simplesmente, o fenómeno da sua união indissoluvel. Cientistas e teólogos deixaram de ser "triunfalistas", cada um puxando a brasa par a sua sardinha mal assada, e ficam, humildemente, de joelhos, perante a realidade avassaladora do mistério maravilhoso do Homem e seu Universo. Em consequencia, o cientista vai continuar a sua pesquisa, empolgado e deslumbrado com um Universo, quase virgem, para explorar! E o teólogo desce do pedestal dos seus pequenos e «situados» dogmas, para se deixar embalar nos braços de uma Vida e perder de vista, donzela sedutora, vestida e enfeitada com sonhos de esperança.
Decorrente desta "filosofia" ocorreu-me o título para este comentário.
Cada um de nós páre, medite e veja! Em cada um dos nossos gestos "corporais" ou...como vamos chamar a gestos que não impliquem "corpo"? Não chamamos nada, porque não existem! Nós só somos capazes de gestos "corporais", sejam eles comer e saltar ou pensar e rezar. Era uma falácia a tradicional a ideia de que podiamos agir, enquanto Homens, ora só com o corpo ora só com a alma. E, por conseguinte, podiamos maltratar o corpo sem machucar a alma ou machucar a alma sem que o corpo se ressentisse.
Numa palavra: todo o nosso comportamento se baseava numa ideia distorcida do HOMEM.
Não vou elencar as misérias que uma tal "filosofia" e "teologia" acarretaram à Humanidade. Podia falar na selvajaria da escravatura. Ou em todas as inquisições. Prefiro, no entanto, passar ao lado dessas duas calamidades que já toda a gente condena como aberrações.
E vou focar a vossa atenção na sexualidade humana. Porque quanto a este assunto ainda não há consenso e porque também aqui, gritantemente, vigora a lei da selva e da animalidade das cavernas, havendo quem, talvez bem intencionado, insista no retorno a uma "naturalidade" ancestral, não se dando conta de que está simplesmente a propor o regresso à animalidade, num tempo em que cada um de nós já não é um "corpo" mas um Homem. Muito menos a tal falácia da dupla entidade "um corpo+uma+alma".
É indispensável, depois de assistirmos nos últimos 50 anos a uma verdadeira revolução no comportamento sexual e no conceito da sexualidade, focar a nossa atenção na realidade do Homem como uma única entidade em si mesmo. É indispensável e urgente, porque a sociedade anda atordoada. Diante do magno problema que é fazer com que as pessoas compreendam e aceitem a Unidade do Homem, as discussões sobre preservativos, casamentos homossexuais e outras questiúnculas do género, parecem tão ridículas como discutir o sexo dos anjos.
Devemos fazer ver a jovens e adultos, à luz desta nova-velha filosofia, que proclama o Homem como um "todo" , que qualquer gesto de abandalhamento daquilo a que vínhamos chamando de "corpo" significa, de facto, o abandalhamento do Homem integral, da nossa "pessoa" e "personalidade". Em suma, do que mais valioso somos: a condição humana.
E como este é um espaço de antigos alunos carmelitas e muitos conservam intactas as suas raizes cristãs, recordo a estes aquela frase enigmática e nunca bem compreendida de S.Paulo, quando recriminava energicamente os cristão que chafurdavam na bebedeira, na comida e na fornicação: «Não sabeis que o vosso corpo é o templo de Deus?»
E recordo que S.Paulo era judeu-cristão e para ele não existia «um corpo+mais+uma alma». Existia o Homem e o destino deste Homem integral era um só. Daí a sua insistência em pretender explicar direitinho como era depois da morte...do homem-todo. Só havia uma saída: a Ressurreição da Carne.
E esta teologia e esta fé não têm nada a ver com reincarnações nem espiritos desincarnados «que vagueiam pelo mundo para perder as almas».
Tirar as ilações todas, no comportamento sexual, desta filosofia do Homem, vai virar o mundo de pernas para o ar. Ou, se pretenderem, vai ser um passo decisivo rumo ao século XX, que se profetiza ser o século do espírito.

18 maio, 2009 10:40  
Anonymous Mário Neiva said...

Correcção

Relendo o texto, já depois de editado, encontrei algumas gralhas. Duas tenho de corrigir para:
« Não vou elencar as misérias que tais "filosofias" e "teologias" acarretaram à Humanidade».
«vai ser um passo decisivo rumo ao século XXI, que se profetiza ser o século do espírito».

18 maio, 2009 16:13  
Anonymous Anónimo said...

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30 novembro, 2012 05:57  
Anonymous Anónimo said...

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