Nome:
Localização: aaacarmelitas@gmail.com, Portugal

16 de julho de 2009

DIA DA FESTA DA BEM AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO, IRMÃ DOS CARMELITAS

Não podendo deixar passar em branco este dia em que celebramos solenemente as Festividades da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, Irmã dos Carmelitas do mundo inteiro, desejamos marcar este dia com a publicação do resumo da intervenção do Rvdº Pe Geral da Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, aquando da realização das I Jornadas dos AAACarmelitas, em Março passado. Logo que a gravação esteja totalmente convertida em texto escrito, será este publicado aqui e, se possível, na revista "Família Carmelita" que está agora a ser distribuida.



Conferência do Pe Geral nas I Jornadas dos AAACARMELITAS – Março 2009

Não sendo possível, neste momento, reproduzir na íntegra a conferência do Rev. Pe Geral, aqui deixamos um breve resumo com o que pensamos ser mais importante para os AACARMELITAS.


“Pois muito bons dias a todos e, como já disse ontem aqui, infelizmente eu não falo português, mas o meu espanhol com algumas palavras em português e eu penso que a língua é uma coisa muito importante, então isto não é uma escusa formal, mas é uma escusa real, pois eu gostaria de dar esta conferência em português mas não consegui prepará-la, então eu falarei em espanhol, sabendo e repetindo o que disse ontem, quando nos encontrámos pela primeira vez, que para nós, para o Pe John Keating, que é o meu conselheiro para a Europa, é uma grande honra estar aqui a participar neste encontro de reflexão”.


Foi com estas palavras que o Rev Pe Geral deu início à sua conferência.


Depois de uma breve introdução e, sempre numa linguagem muito simples e acessível, sempre em tom coloquial, passou a fazer o historial do pensamento da Ordem Carmelita, no que diz respeito à Vida Carmelita, começando por referir a ideia mestra do Pe Geral João Maly, para quem o Carmelo, bem à maneira do espírito do Concílio Vaticano II, é uma Família constituída por pessoas que vivem modos diferentes de pôr em prática a espiritualidade do Carmelo. Depois falou na linha de pensamento do seu predecessor directo, Pe Geral Joseph Chalmers, que insistiu sempre na importância da prática da espiritualidade Carmelita, na importância da contemplação.
“Depois do concílio, nós virámo-nos muito para a justiça e a paz, para o trabalho social, para o apostolado de todo o tipo; não podemos perder a nossa identidade, o nosso traço característico como carmelitas e, um dos traços característicos essenciais do carmelo é a vida de oração, é a vida contemplativa. Haverá que adaptá-la aos novos tempos, às novas realidades, às novas formas, às novas sensibilidades, mas o sentimento tem que permanecer, sentimento típico essencial característico do carmelo que é a vida interior, que é a vida espiritual”.


Disse também que é uma tradição antiga na Ordem, a participação dos leigos na espiritualidade do Carmelo e, que, a partir do Concílio Vaticano II, a integração dos leigos na vida Carmelita começou a tomar nova forma mais activa e enriquecedora.


Que o conceito de Família Carmelita ainda é um conceito pouco definido, um conceito pouco preciso. “Família Carmelita são os frades, as monjas, as religiosas leigas, os terceiros, os carmelitas descalços, e todos os que receberam o escapulário”. Não existe uma definição oficial, canónica de “Família Carmelita”.


Que a Família Carmelita é constituída, digamos assim, por todos quantos, de algum modo, sintonizam e vivem a espiritualidade do Carmelo, a qualquer nível que isso aconteça, independentemente das dos vários níveis e intensidades de participação no carisma carmelitano.
Que, actualmente, começa a aparecer uma multivariedade de modos de viver a espiritualidade e o carisma carmelita e que os antigos alunos, quer dos colégios quer dos seminários, nas várias maneiras de viver a sua relação com o Carmelo, são também parte da Família Carmelita, tendo desenvolvido este assunto de modo bastante pormenorizado.


Encaminhou, seguidamente, o seu pensamento para o objectivo da conferência: que futuro para a Associação dos Antigos Alunos? Que integração na Família Carmelita?


“São vocês que têm de saber o que querem fazer com a vossa Associação. Se uma associação de tipo formativo, se de tipo confessional, se de tipo social….de tal modo que, nesta sociedade tão plural como a actual, vós tendes necessidade de definir bem a identidade deste grupo de antigos alunos.”


Deverá ser uma Associação inclusiva, que aglutine, que integre, que não exclua, que integre todas as sensibilidades, todos os distintos níveis de vivência humana, social e religiosa de cada um.


Deveremos ser capazes de integrar tudo isto num ideal, numa orientação, evidentemente cristã e carmelita, mas em diferentes níveis de sintonia, de participação e pertença à família do carmelo.
Tudo o que foi dito da Família Carmelita, poderá ser também aplicado aos antigo alunos, sendo que, sempre em níveis distintos de participação, interacção e identificação com o espírito carmelita. Aludindo a este aspecto, referiu que a Associação deveria contribuir para o crescimento interior de cada um dos seus membros, salientando, seguidamente um conjunto de características que, na sua perspectiva são importantes para uma sã vida associativa:


1- Esta Associação de antigos alunos deve ser um grupo plural, onde todos se sintam convidados, integrados, aglutinados em redor do ideal carmelita.


2- Em segundo lugar deveria ser um grupo marcado pela identidade carmelita [o que nos une, o que nos convoca aqui em, cada ano, é, fundamentalmente, o ideal carmelita].


Não poderá nunca esquecer-se, referiu, que o que nos une é a experiência que vivemos em conjunto, a experiência da vida carmelita, que agora queremos continuar a viver, juntamente com as nossas mulheres e com os nossos familiares e amigos. Que não devemos transformar-nos num grupo que se reúne para recordar o passado, nostalgicamente, lembrando histórias do passado. “Importa que reflictais, que penseis em como olhar o futuro. Eu convidar-vos-ia a crescer na vossa identidade carmelita”.


E como fazê-lo? Como meios para o conseguir, deu algumas sugestões:


1- Estar actualizados e informados sobre a vida do carmelo (ex: www.ocarm.org)


2- Colaborar de alguma maneira, com os grandes projectos da Ordem. (Paróquias, Missões e divulgando o que faz a Ordem, nos mais variados campos). Neste particular, deu variadíssimos exemplos de actividade da Ordem, no mundo.


3- Participar nos grandes eventos da Ordem. (ex.: rededicação de uma igreja carmelita, a primeira na América Latina, que terá lugar em 15/11/2009; a canonização de Beato Nuno no próximo dia 26 de Abril, em Roma, bem como a divulgação da importância e do significado da sua canonização).


4- Crescer como Família, construindo, pela união e apoio, a todos os níveis, às várias comunidades e grupos que precisem da nossa colaboração.


5- Crescer nos elementos fundamentais do carisma carmelita. Primeiro, a oração/ contemplação: descobrir a presença misteriosa de Deus nas nossas vidas. Desenvolver a nossa vida pessoal, a partir deste ponto de vista. Segundo: o elemento profético: estar no com outros valores diferentes dos valores humanos (dinheiro, poder, etc.), mais espirituais, mais divinos. Terceiro: o elemento mariano: a integração de Maria na vida de cada um. Quarto: viver em obséquio de Jesus Cristo: viver o evangelho de Jesus Cristo na vida de cada dia.


E, em jeito de conclusão, “vos peço que colaboreis connosco e participeis no crescimento desta Família Carmelita e que Maria vos abençoe e vos acompanhe sempre”.


Nota: logo que esteja concluída a redacção da tradução da conferência do Pe Geral, Fernando Millán, O. Carm., divulgá-la-emos no nosso blog http://aaacarmelitas.blogspot.com .




3 Comments:

Anonymous Mário Neiva said...

Um pouco de sinceridade fica bem

«Deverá ser uma Associação inclusiva, que aglutine, que integre, que não exclua, que integre todas as sensibilidades, todos os distintos níveis de vivência humana, social e religiosa de cada um.
Esta Associação de antigos alunos deve ser um grupo plural, onde todos se sintam convidados, integrados, aglutinados em redor do ideal carmelita».

Alguém me explique, porque eu não entendo, como se propõe que a nossa associação «integre todas as sensibilidades, todos os distintos níveis da vivência humano, social e religiosa de cada um» e ao mesmo tempo se afirme que nos sintamos aglutinados em redor do ideal carmelita. Não estou a ver um aacarmelita (antigo aluno carmelita) e que agora seja evangélico ou budista ou ateu ou agnóstico, a integrar-se no «ideal carmelita».
Penso eu que se esta nossa associação «deve ser um grupo plural» como releva das palavras do Pe Geral da Ordem, o «ideal carmelita» será relegado para o foro individual dos membros da associação.
A não ser que se pretenda aglutinar pela «conversão» ao «ideal carmelita» quem comparecer aos encontros da associação!

Admitamos, com sinceridade, que aquilo que une os membros da associação dos aacarmelitas não é um pretenso «ideal carmelita», mas a vivência comum nos anos da nossa juventude e que marcou indelevelmente a nossa vida. Não podemos, de forma alguma, desvalorizar as alegrias e os desgostos que partilhamos; a euforia dos jogos no recreio; os passeios pelos montes da Falperra; a emoção das actividades culturais; os reencontros depois das férias; a azáfama vivida na véspera das mesmas; o cansaço provocado pela rotina das cerimónias religiosas; os desfiles pelos corredores a caminho da capela ou do refeitório; os castigos. Enfim, para o bem e para o mal, a partilha de um bom pedaço das nossas jovens vidas.
É isto, essencialmente, que nos une!
Além do mais, alguém me saberá dizer em que consiste «o ideal carmelita»? E vamos realizar agora o que teríamos recusado no passado? Seremos uma associação de arrependidos filhos pródigos?
Porque havemos de complicar uma coisa que pode ser tão simples e tão linda, como é o reencontro na amizade? Porque não há-de ser a nossa associação simplesmente o aprofundamento do nosso velhinho conhecimento e companheirismo? Ou será que a amizade não é um valor digno de ser acarinhado e aprofundado, deixando para segundo plano as nossas opções religiosas, politicas, filosóficas e outras?
Não vejo outra forma de sermos «um grupo plural» (palavras do Pe Geral).
E, quem sabe, na troca de ideias se gere mais aproximação, mais amizade, mais inclusão. Um pouco de ecumenismo, também aqui, não ficava mal.
Mas, sobretudo, sejamos honestos com nós mesmos: não nos juntamos no Sameiro por causa de um «ideal carmelita» mas por causa dos homens que fomos ontem e somos hoje.
E venham todos, seja «por um ideal carmelita», seja pela saudade da nossa juventude, seja para comemorar e celebrar a amizade. Sejam radicais e associem «associação aa» ao amor.
E vão ver que ficamos todos de acordo até à eternidade.

17 julho, 2009 23:50  
Anonymous Rosalino Duraes said...

Cheira bem, cheira a Carmelo, cheira a Maria mãe do Carmelo, cheira Espírito Santo que pousou e Se manifestou como quis.

Todos quantos lá estiveram são testemunhas de tudo isto, pois, irradiavam dos seus olhos, pureza nos pensamentos.

Ah! se eu tivesse palavras para dizer tudo o que lá aconteceu, certamente, todos quantos vivem o ideal carmelita ficariam extasiados e prontificar-se-iam a dar o que de mais nobre teem dentro de si, para enriquecer os outros.

A partir daqui, desafio todos os pensadores carmelitas "os AAAcarmelitas", para se prontificarem para umas palestras que enriqueçam os nossos espíritos rumo á salvação.

"Vinde a Mim vós todos os que andais com fardos pesados e Eu vos aliviarei"

Rosalino Durães
Julho 2009

18 julho, 2009 16:21  
Anonymous jorge dias said...

Meus caros amigos,
Em outro espaço deixo o meu comentário sobre estas coisas.
Neste espaço, dou razão ao Mário, mas também dou razão ao Rosalino. Porquê? Porque diferentes são as reflexões. A do Mário é intelectual, a do Rosalino é espiritual.

Compreendo o Rosalino, porque a nossa Festa em Fátima foi mesmo invulgar e por isso eu percebo que, o meu caro amigo, tal como eu, a deseje repetir... Mas convenhamos, caríssimo Rosalino, temos umas coisistas administrativas para resolver. Daí que o plano do Mário e o meu próprio, descrito noutro lugar, provavelmente, seja mais integrador e, a longo prazo, de resultados espirituais, mais profícuos.

Vamos à reflexão.

23 julho, 2009 02:03  

Enviar um comentário

<< Home