Nome:
Localização: aaacarmelitas@gmail.com, Portugal

9 de maio de 2009

ENCONTRO ANUAL DOS ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

ENCONTRO ANUAL DOS ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

Depois das I Jornadas dos Antigos Alunos da Ordem do Carmo em Portugal, em que se reflectiu sobre o destino da actual Associação de Antigos Alunos da Ordem do Carmo em Portugal.

Depois da Cerimónia da Canonização de São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, em Roma, onde a AAACARMELITAS foi representada pela sua Direcção.

Vai realizar-se, no próximo dia 27 de Junho de 2009, o ENCONTRO ANUAL DOS ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL. O Encontro vai ter lugar no Seminário do Sameiro, Braga.

Damos esta notícia inicial para que quem aqui vier, fique a saber e faça a divulgação conveniente.

Há um antigo aluno “Nuno Gonçalves” que está a tentar congregar no encontro os antigos alunos que estavam no Seminário no dia 25 de Abril de 1974.

A Direcção, perfeitamente sintonizada com o esforço deste antigo aluno, tem colaborado no fornecimento de dados para localização dos mesmos.

Contamos, pois, com a presença de muitos antigos alunos dessa época.

E se tu, que agora nos lês, fores desse tempo, ou doutro tempo, procura encontrar outros do teu tempo e entusiasma-os para estar presentes.
Será um encontro diferente, mais animado e mais fraternal….Enfim, mais Família Carmelita, de verdade. !!!
A DIRECÇÃO

13 Comments:

Anonymous domingos coelho said...

Tempus fugit

Isto é para todos nós, que tivemos a ventura de nascer e adolescer entre 1940 e 1960. Respiguei esse tema de um “blog” na Internet, que um amigo me mandou, e dedico aos remanescentes da "idade de ouro", onde, no dizer dos mais velhos, a escola era “risonha e franca”. Olhando para trás, é duro acreditar que estejamos vivos até hoje. Se não, vejamos:

Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag; nunca tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em vidros de remédios e andávamos de bicicleta sem capacete: pedíamos boleia; bebíamos água directo da mangueira e nos riachos, e não da garrafa, ou em copos descartáveis: quantas vezes, recordo, nadando no“Tanque”(Esporões por exemplo), bebi água directo do rio (Ave) -Taipas; nós gastávamos horas construindo os nossos carrinhos de rolamentos para descer ladeira abaixo, e só então descobríamos que tínhamos esquecido os travões: depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema; a gente saía de casa pela manhã e brincava o dia inteiro, só voltando quando se acendiam as luzes da rua: ninguém nos podia localizar; não havia telemóvel. A mãe nunca teve chilique ou suspeitas de sequestro...

Nós quebramos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes, dos quais nós éramos os culpados; nós tivemos brigas e esmurramos uns aos outros e aprendemos a superar isto; amizade continuava a mesma. O pai nunca foi “pedir satisfações” pelo meu olho roxo: nós comemos doces e bebemos refrigerantes, mas não éramos obesos (pelo menos daquele tempo). Estávamos sempre ao ar livre, correndo e brincando. Comemos “ quindins” dos feitiços e "despachos" das esquinas e não fomos atingidos por nenhuma maldição; não tínhamos tv-cabo, filmes em vídeo, calculadoras, telemóveis, computadores ou Internet.

Nós tivemos amigos. Íamos de bicicleta ou caminhávamos até a casa deles e batíamos à porta. Imagine tal coisa! Sem pedir permissão aos pais... por nós mesmos. Em cada esquina improvisávamos um campo de futebol; Os prédios não tinham porteiros electrónicos nem vigilância. Nós brincamos e inventamos jogos com varas e bolas improvisadas, apanhamos do chão e comemos frutas caídas e, embora nos tenham dito que aconteceria, nunca tivemos dor-de-barriga para sempre, ou uma contaminação fatal! Nos jogos da escola, nem todo o mundo fazia parte da equipa. Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a frustração. Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros. Eles repetiam o ano. Que horror! Não havia a tal recuperação ou testes extras nem aprovação automática. Reprovou estava reprovado. Não havia ninguém que pudesse resolver por nós.

Hoje, os garotos são muito” lólas”: qualquer coisinha correm pro analista... A idéia de um pai protegendo-nos, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível! Os pais protegiam mais as leis do que a nós! Imagine! Honravam mais os professores que as nossas faltas. A nossa geração produziu alguns dos melhores enfrentadores de risco, negociadores de soluções, criadores e inventores! Gente capaz de pegar o touro à unha. As crianças hoje – uma boa parcela delas – não são crianças, mas “anões intelectuais”, pigmeus inchados de tecnologia e vazios de humanismo. Superprotegidos e indefesos. Isto vai gerar seres de muita cabeça e pouco coração. Como tempus fugit (o tempo voa), é melhor mudar hoje. Os últimos 50 anos foram uma explosão descomunal de inovações e novas idéias. Foi o esplendor da criatividade humana. Foi a verdadeira “renascença” da humanidade! Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com tudo isso... a viver, enfim! Se tu és um deles, parabéns!

(texto adaptado pelo autor de um blog da Internet: autor desconhecido)

D/C.

Prepara a razão para o motivo.

18 maio, 2009 22:26  
Anonymous Mário Neiva said...

Meu caro D Coelho

teremos de dizer a esse autor desconhecido que a geração de crianças «lólas» e o mundo onde elas foram lançadas é produto genuíno desses «maravilhosos inventores, inovadores, criadores». Dessas esplendorosas mentes que estiveram na génese tanto da «geração rasca» como da geração das crianças «lóla». Havemos de colocá-los todos no altar!
Não sei de que nacionalidade é o autor. Não deverá ser português ou cubano, porque «teve liberdade».
Tenho quatro filhos e dois netos e nada me faz pensar que os meus filhos pertençam a uma «geração rasca» e os meus sejam «pigmeus inchados».
O gajo que escreveu isso deve estar ressabiado com a vida. Em alternativa, admitamos que é simplesmente um analfabeto em história.
Também poderá acontecer que passe a vida sentado no sofá a ver as emissões televisivas e a ler os jornais diários. Daí a cultura fabulosa que emana das suas palavras! Ou dar-se-á o caso que passe os dias a ouvir no parlamento, na bancada reservada ao público, os nossos politicos a insultarem-se uns aos outros e a nossa inteligência.
Contraiu a doença e desata a insultar os nossos filhos e netos.
Velho do Restelo é o que ele é.
Desculpa lá, que não é contigo.
Sabes, Domingos, só despreza desta forma o trabalho da maioria dos postugueses, aqui e agora, e nomeadamente de centenas de milhares de jovens dedicados, talentosos, sonhadores, generosos e empreendedores, quem já desistiu de construir o futuro e fica a olhar para as cebolas deixadas no Egipto.
Sejamos honestos: reconheçamos o valor da geração de há cinquenta anos, a nossa, que gerou este mundo novo que estamos a legar a filhos e netos. É um mundo completamente diferente e sê-lo-á cada vez mais. Mas «rasca» e «pigmeu inchado» só na comunicação social que temos. Ha! Já me esquecia: e na Assembleia da República.

20 maio, 2009 00:42  
Anonymous M Neiva said...

Errata:

Ah! Já me esquecia!

20 maio, 2009 00:44  
Anonymous jorge dias said...

Caríssimos, oxalá que tenhamos neste espaço mais um pequeno forum de troca de ideias e "vidas" ...
Tem graça que tive há já bastante tempo oportunidade de meditar sobre este tema que, resumiria, educação. Por acaso, até julgo que este texto tem autor, embora não saiba quem é.

Confesso que a minha reacção, face à interpretação e análise do conteúdo que então fiz e agora reforcei, veio ao encontro de uma prática que adoptei na criação e educação dos meus filhos e ainda hoje me acompanha porque não obstante ter os meus três filhos com vidas francamente encaminhadas para realizações a favor da sociedade em que se integram, ainda não me demito das minhas posições de pai. Pelo contrário, assumo-me claramente como parte da imagem do espelho em que eles se vêem e somos.

Ao contrário do Mário mas em sintonia também, e mais como me pareceu em Domingos Coelho, este texto é mais a manifestação de educações assumidas, como a nossa, e menos um libelo contra a educação moderna, ela também nobre e "fazedora" de gente educada para a cidadania como nós nos acabamos por fazer, mas esta, por razões que o texto aflora, mais frágil na perspectiva do auto. Mais que ser a apologia de uma educação "lolas ou rasca" o texto é um aviso contra a educação sem exigências e de facilitismos.

Só posso falar por mim e de alguma experiência que tenho, mas é óbvio, até pela democratização que se deu do ensino, mas não só por isso, que hoje muitas
Crianças são mesmo “anões intelectuais”, às vezes pigmeus inchados de tecnologia e vazios de humanismo. Super protegidos e, por isso, indefesos. Isto vai gerar seres de muita cabeça e pouco coração...!? Mas muitas vezes até, nem cabeça nem coração, isto é, a educação gerou também mais oportunismo...

Eis porque me parece que o Mário acabou dizendo o mesmo que o Domingos Coelho... a julgar pelo contexto do seu comentário e por aquela referência à política, no caso, a Assembleia de Republica.

Por mim, confesso, que em determinada altura da educação cá da comunidade familiar, tive que me colocar mesmo no lugar de pai, quero dizer de Super ego, autoridade, referência, liderança... e tendo dois filhos na casa dos trinta e um na dos vinte, ainda hoje me assumo, afirmada e repetidamente como parte da imagem com que cada um e eu nos vemos no espelho das nossas atitudes. Não abdico de ser pai... e à minha companheira solicito sempre a mãe. Podeis ter a certeza que faz toda a diferença no resultado final...a cidadania em actos, a dos nossos filhos, e aqueles outros que ajudamos a educar ou simplesmente partilhamos amizades, crenças, objectivos comuns...
Pigmeus da tecnologia... mas isso é óbvio... por isso, vazios de quase tudo... senão mesmo de tudo se ao tudo dermos o sentido ontológico de SER gente, amigo, cidadão, solidário, por oposição ao TER , por exemplo de uma técnica de software que dominam ou dinheiro que possuem.

Pigmeus inchados? Por mim o óbvio é sua transformação em abutres das famílias, das Instituições, em transvertidos sexuais por deformação educacional e da sociedade, em desventrados dos valores e em perdidos na vida...narcísicos, auto e hetero-fágicos.
Cada uma só faz-se tão burro quanto quer ou quanto a sua educação o deixa ser… E porque o não- SER também se reproduz, com os autores, aqui vai o meu grito… para que sejamos. E que bom quando vemos que os filhos e os netos já são... que auto-estima...

22 maio, 2009 00:53  
Anonymous Mário neiva said...

As crianças «lólas»


Se não for outra coisa, será isto: a nostalgia de uma infância feliz cega o autor daquele texto.
Toma a nuvem por Juno, a árvore pela floresta. Possivelmente os pais do autor, na sua época, diziam o mesmo a respeito da geração coeva e da geração da sua infância. Todos conhecemos o lamiré da sua sabedoria: «antigamente é que era!».
Em quatro penadas faz-se a apologia de um passado glorioso e profetiza-se sobre a desgraça presente e futura.
É sempre salutar e fundamental um aviso à navegação, para fugir de excessos, evitar atropelos e minimizar os estragos provocados por um avanço que se faz, necessariamente, por tentativas, porque o mundo é demasiado complexo, por onde quer que lhe peguemos. Com sabedoria se diz que errar é próprio do homem. Veja-se a dificuldade extrema com que o ser humano se defronta para «humanizar» a sua sexualidade, deixando para trás a nossa herança dos tempos da selva e das cavernas, para transformar a simples e animal cópula em amoroso encontro de sensibilidades, afectos, harmonia, carinho e bênçãos mútuas, lançando a semente de um homem novo. Um filho desejado, procurado, adorado. Para trás há-de ficar a cópula reprodutora ou sexualidade de «dedicação exclusiva» à procriação. E, como em tudo o que é humano, o caminho será longo, por vezes tumultuoso ou desviante até à emergência de um novo paradigma para a sexualidade.
O que me parece menos acertado é olhar o passado como o paraíso perdido. Sou daqueles que pensam que o «modelo» de Homem está no futuro e tem de ser construído por nós. Não sei se foi a minha formação cristã responsável por esta propensão do meu pensamento. Com efeito, o «homem novo» de que tanto fala S.Paulo será fruto do Evangelho que anuncia. E no meu imaginário ficou gravada, indelevelmente, a ideia dos «novos Céus» e da «nova Terra» do Apocalipse. Ficou-me também gravada a ideia da «semente lançada à terra» que germinará, apesar do joio e dos pedregulhos, através dos séculos.
Do cristianismo ficou-nos a esperança. E a esperança é pouco consentânea com discursos que pretendam fixar o nosso olhar no retrovisor da História, considerando-a não como mestra para a vida nova que aí vem, mas impositora de tradições e costumes que já fizeram o seu caminho e deram o seu contributo para o sucesso final da sementeira humana…
Bom fim-de-semana, especialmente para o Domingos Coelho e Jorge Dias. Vamos animando este blog.

22 maio, 2009 07:44  
Anonymous jorge dias said...

Olha, caro Mário e Domingos Coelho... mas neste caso para ti Mário. Não tiro nada ao teu texto do último comentário. Mas convirás que ainda estamos na ressaca de um tempo de facilitismo, nas famílias e nas escolas portuguêsas, pelo menos. Tenho tido oportunidade de contactar com outras sociedades e a diferença é muito grande, desde logo na exigência de conhecimentos e qualidade pedagógica pedidas aos professores, quanto mais aos alunos. Aceitando na integra este teu comentário retomo do meu e do DC a mensagem que os dois encerram e, tendo passado boa parte da minha vida profissional pelas escolas a tentar criar espaço para que os valores vingassem confesso-vos que por falta de objectivos e autoridade na escola e na sociedade, por vezes, só resultavam duas hipóteses, a tentação da eliminação física do educando (muitas vezes verbalizada pelos próprios pais :"só se o matar")ou a sua candidatura precoce à prisão.

Do texto realço, uma vez mais, que a autoridade e a exigência são seguramente boas conselheiras e partes integrantes de um proceso educativo de sucesso.

Não é por acaso que há escolas, de sucesso umas, outras nem tanto, e outras... bom, todos sabemos o que são, apenas geradoras de candidaturas precoces às prisões.

Vai haver sempre? É verdade...
Mas o problema é que nós em Portugal ainda estamos agora a receber o recochete da democratizaçao do ensino, democratização tardia sem dúvida a que múltiplas aculturações telenovelescas deram um fermento imparável de muito de bom mas também de muito não controlo e vacuidade (ausência de valores: pior que ter valores inadequados é não ter valor nenhum.

Piamente, acho que o futuro vai mesmo ser melhor. Para o ver nesta minha vida tenho-o vindo a criar à minha volta. Eu sei que é pouco, mas ir-se-á alargando.

23 maio, 2009 01:27  
Anonymous Mário Neiva said...

Assino por baixo, Jorge, tudo o que acabas de afirmar.
É bom ouvir as pessoas que acreditam no futuro e que, por isso mesmo, fazem uma leitura ponderada das falhas do presente. Foi a falta de esperança no futuro que me chocou no texto que o Domingos nos trouxe. Tu és psicologo e sabes que o crescimento integral da pessoa e até dos animaizinhos (também podem sofrer de stress e de traumatismos...) se faz por etapas e, por vezes, com rupturas.
Muitos dos pais e professores (já não falo dos politicos que temos, valha-me deus...)estão longe de ser os pedagogos ideais para as nossas crianças. Todos nós tivemos «de tudo». Não interessa assacar culpas e, muito menos, evocar um passado próximo dos 100% de analfabetismo, num saudismo bacôco. E também não vale considerar gente "culta", quem aprendeu de cor a tabuada e a repetir de cor o nome de todos os reis de Portugal, os rios e as serras. Em termos de memória, ficamos atrás de muitos animaizinhos! Se a minha fosse «de elefante», não me teria esquecido que eu e o Candido tocamos juntos na mesma tuna da Falperra...
Mas eu comecei a ver sinais evidentes de cultura quando os meus filhos me repetiam semana após semana: «papá, não fumes». Até que larguei aquela trampa. Quando esses mesmos «lólas» me recriminam, se notam que não separei aquele pedacinho insignificante (para mim) de plástico, para colocar no recipiente devido!
A minha mulher, que trabalha num jardim de infância, dá-me testemunho do que por lá se faz em termos de apredizagem cívica, e não só, que me enchem a alma de esperança no futuro da humanidade. Serão só algumas sementes? Talvez. Mas a gente sabe do que é capaz uma semente que cai em terra fértil e da importância de um pouco de fermento (cá está a minha costela de cristão...)!
Quem vai ficando a par dos últimos avanços tecnológicos, já terá ouvido falar dos «quadro-parede» interactivos para as salas de aulas. São computadores gigantes que têm armazenada «a ciência» do mundo. Serão mais eficientes que a memória de um professor e vão cativar a atenção dos «pigmeus inchados de tecnologia». É exactamente isso que lhes vai faltando na sala de aulas...Ao professor restará o nobilissimo papel de pedagogo, transmitindo dimensão humana àqueles pequeninos seres, ávidos de novidades. A tarefa «pesada» de carregar e trasmitir os enciclopédicos conhecimentos acumulados pela humanidade ficará a cargo dos computadores de parede, a mão-de-obra do mundo dos nossos filhos e netos.
A nós ficará reservada a insubstituivel e inigualável tarefa de transmitir o espirito, no século que se diz vir a ser o século do homem espiritual.
Por favor, não confundir com o século das "almas penadas"!

23 maio, 2009 07:38  
Anonymous domingos coelho said...

A “Regra Geral” como sabemos, tem excepções e ainda bem!

A educação dos filhos pelo exemplo dos pais, é a solução,para uma juventude não “LOLA”...

Quando os pais se sentem impotentes para educar os filhos ficam desorientados, apreensivos e sem ação. Outra preocupação constante também dos pais é de como falar sobre determinados temas complexos. Há sempre uma preocupação na receptividade dos filhos, por isso, o receio em detalhar ou não, determinado assunto.

Temas polémicos como sexualidade, drogas são uma dificuldade dos pais,que então, acabam por negligenciar e transferir estas responsabilidades a outrem.

Há várias tendências pedagógicas sobre estes assuntos de como falar; quando falar; o que falar; e em que idade. Tudo isso atemoriza os pais. Para ajudar a somar ainda vem toda uma cultura; educação recebida; espiritualidade; a estrutura psíquica. Então, diante deste quadro fica-se numa encruzilhada preferindo omitir e prolongar tais abordagens.

Acredito que uma boa educação nos tempos de hoje é o exemplo. É a consciência de não se ter omitido, negligenciado e a certeza de ter passado o melhor de si para os filhos através dos exemplos. Já diz um ditado: “As palavras movem, mas os exemplos arrastam.”. Ensinar valores éticos, morais e espirituais. A consciência vem seguida da acção. A receita do diálogo ainda é o caminho mais eficiente, estas em três palavras básicas: amor; compreensão e respeito.

Num mundo globalizado em que vivemos, torna-se necessário a aproximação da família. Há necessidade de uma qualidade no tempo dispensado aos filhos. É fundamental desde criança a espiritualização no âmbito familiar. E social.

As crianças, adolescentes e jovens são bombardeadas com informações recebendo também educação pela imprensa falada e escrita, pela escola, por amigos e tantas outras fontes de aprendizagem. Toda esta educação tanto pode levar ao desenvolvimento sadio ou ao desenvolvimento nocivo. Certamente,os filhos encontram-se bem mais informados do que nós pais sobre a realidade da sua idade e do tempo.

Os pais não podem ficar o tempo todo junto dos filhos, vigiando-os vinte quatro horas; a pedagogia do terror, do medo, da mentira com objetivo de intimidá-los e nutri-los pelo medo deixou de funcionar. Não existe a possibilidade de colocá-los numa redoma para protegê-los das adversidades da vida.

Algo fundamental e que é urgente avançar está na diminuição da distância existente entre as pessoas. A desinformação leva ao medo, o medo produz a insegurança e por consequência o preconceito que colabora para a rotulação promovendo ainda mais à distância entre as pessoas.

O nosso comportamento diante da sociedade é o reflexo do que recebemos através da educação de um modo geral. Os exemplos dos pais nas atitudes, nos gestos norteiam a educação dos filhos por toda vida.

23 maio, 2009 21:03  
Anonymous jorge dias said...

Caríssimos, tenho alguma dificuldade em funcionar com base em princípios que não estão ligados. Há tempos a minha companheira teve que fazer uma tese de mestrado. Nessa tese não há nenhuma ideia minha. Meu, nessa tese, que lhe dei a escrita final, é a ligação entre os princípios. E isso fez toda a diferença. Resultou de tal modo essa ligação que uns a apelidam de eminentemente académica e outros como que de romance. A mensagem a que apela, não a que está escrita, foi servida em bandeja de prata: a ligação entre os princípios que serviam um objectivo, este sim plenamente atingido entre o meio académico universitário.

Voltemos à educação de exigência e, a propósito, o cigarro e ao papelito... tive a sorte de perceber em tempo útil os fenómenos e, em relação aos filhos, antecipei-me e foram eles que me imitaram. Mas vou nessa, meus caros, tenho aprendido muito e desafio-me a mim próprio a nunca ficar para trás e a corresponder com outros desafios que lhes faço e só para vos dar um exemplo, não é admissível que confundam couves com batatas (as plantas)... Pelo contrário, são eles que se assumem a mostrar a horta aos amigos.

A propósito de exigência, tenho trabalhado nos últimos tempos com um grupo de crianças que brevemente farão a primeira comunhão. Se o aspecto catequético (teológico) é da catequistas no tocante ao canto e ao modo como o aprender, tem sido grupal. Entre as crianças há um filho de pessoa detida. Podeis crer que os estigmas estavam lá todos. Ignoramos tudo, fomos bem abrangentes, envolventes e quase radicalmente exigentes. Bastaram três sessões de trabalho bem animadas para que a criança cedesse, sentisse a envolvência afectiva, se integrasse e se assumisse parte do grupo. Devo dizer, aliás, que o conjunto de crianças me surpreenderam tanto que nem percebo o que tinham andado a fazer com elas. Houve, de resto, uma primeira manifestação de umas quatro que me vieram dizer, ao fim da primeira hora de canto religioso e algumas cantigas, gostamos tanto de estar com o senhor. Agora até já sei qual é a imagem de Deus que lhes vou dar: Deus é como a alegria de estarmos juntos, só que é uma alegria muito maior.



Pois alevá

24 maio, 2009 03:30  
Anonymous jorge dias said...

Caríssimos, (continuação por questões de blog, isto é de bits),

O nosso caríssimo Domingos Coelho aponta uma mão cheia de princípios. Eu não sei qual uso porque socorro-me por norma de tudo. Porquê? É que a educação é ser-se modelo de imitação sempre presente seja no que for... e os problemas que o Mário muito bem aflora a respeito dos políticos têm a ver com os modelos que não são. E esse é o problema. Mas ainda vai piorar bastante mais, mesmo bastante mais. A "varrada" como diz uma criança nossa amiga, digo eu varredela, ainda está para demorar bastante.

Perante um modelo, algum afecto e mais algum envolvimento, qualquer criança adere, se integra e segue em frente, mesmo que não perceba nada do que lhe estamos a dar, porque apenas percebe que é amada. Então, o acto de educar, tendo a variável dos conhecimento e a variável da socialização, tem sempre que ser servido com o denominador comum do amor, e já agora parafraseando o Domingos Coelho, tendo o passado como referência e igualmente parafraseando o Mário Neiva, tendo o futuro como provocação. Afinal, somos também essa dialéctica constante e continuada de um passado provocante de nós próprios e determinante de um presente, os dois, por sua vez, determinantes de um futuro... e sempre, sempre com uma nesga para a criatividade e um passo em frente na caminhada humanitária do Alfa ao Omega de Teilhard Chardin e nunca sós. Pois... sempre com esta personalidade bio-psico-social, pela qual somos vida com os vivos, consciência e espírito com os que consciência e espírito são, e todos sócios. Sócios da confraria, da sociedade, da confraternidade dos homens. Eis para que se deve educar, para a nossa vocação, por excelência, para a do ADN, a do código genético, que só nos permite ser com os outros, a cidadania. O reverso só pode ser a anulação do homem... "só se o matar", ou candidatura à prisão. Onde entra a religião? Está-se mesmo a ver que é factor de integração social ou para falar do tema, factor de educação para a cidadania. É mais? Claro, mas só para quem achar que é. É porém falta de bom senso julgar que não é precisa ou ópio do povo…

Pois alevá

24 maio, 2009 03:38  
Anonymous Mário Neiva said...

«O que é mais preocupante, não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, ou dos sem ética. O que é mais preocupante é o silêncio dos que são bons» (Martin Luther King)

29 maio, 2009 06:48  
Anonymous jorge dias said...

Caríssimo Mário, o problema é que, se fossem bons, não deveriam ter actuado? Filosofias...

20 junho, 2009 00:59  
Anonymous Mário Neiva said...

É verdade, Jorge. Por isso é que lindas frases leva-as o vento. Mas repara que Luther King está a invectivar o silêncio dos bons, como que a dizer-lhes que se tornam cumplices da vergonha («silêncio preocupante«). E o nosso povo, sempre ele, lá vai dizendo, de forma mais simples mas não menos lapidar: «Quem cala consente».

20 junho, 2009 08:58  

Enviar um comentário

<< Home