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29 de abril de 2010

D E S A B A F O S 

3ª  G e r a ç ã o 

Como o espaço de desabafos existente, está a chegar ao limite de armazenamento, aqui vos deixo um novo espaço para continuarem a desabafar e partilhar o que vai na alma de cada comentador.... A partir de agora, penso que será melhor começar já neste espaço e deixar o anterior sossegado....

E aproveito a oportunidade para anunciar a data do próximo Encontro Anual dos AACarmelitas:

                    3 de Julho de 2010 (Sábado)
                                Sameiro - Braga

Amanhã darei mais explicações. Por agora (já é tarde) fico por aqui. Entraremos em contacto com todos de quem temos e-mail.



182 Comments:

Anonymous Mário Neiva said...

A Voz Que O Monge Escuta

«Quando dominares a tua mente dominas a tua vida»
(Robin S. Sharma, in 'O Monge que vendeu o seu Ferrari')


O autor desta linda frase tece considerações sobre o facto de as pessoas sentirem-se baralhadas com a liberdade que têm para pensar e para escolher, mas sem acertar na melhor escolha, sem produzir o melhor pensamento. Afirma o autor que «a maior parte das pessoas são como a espuma do mar a bater contra as rochas, arrastadas ao sabor da corrente». E preconiza, como tantos outros autores, que a o recurso ao «auto controlo» e «auto-estima» é a forma certa de acertar o passo ou simplesmente não perder o comboio da vida que parece mover-se com inusitada rapidez.
Quem escreve sobre estes temas acaba por defraudar as expectativas de quem os lê e neles acredita, porque aquilo que as pessoas procuram não é tanto o domínio da mente nem a conquista da confiança em si próprias, mas ver o seu ritmo próprio ser reconhecido e respeitado. E, sobretudo, o que preocupa cada pessoa não é a auto-estima mas «ser estimada» pelos outros. Talvez o sonho mais secreto e profundo de alguém seja ver reconhecido o «seu valor» e ser amado. E poder retribuir ao mesmo nível. Um casal apaixonado começa a ver em perigo a sua relação quando o parceiro fica desenganado e a murmurar consigo próprio: «afinal não és (não vales) aquilo que eu pensava». Felizmente muitos superam e acabam por se descobrir a um nível mais profundo e verdadeiro. É o caminho certo da felicidade com que sonhamos, para esta vida ou qualquer outra.
Embora nunca o reconheçam, os pregadores do domínio da mente e da auto-estima induzem os seus seguidores a pensar que isso é um fim em si mesmo e, portanto, lhes garante a realização que procuram para as suas vidas individuais. Mas a verdade é que estes novos “monges” do século XXI, julgando que se uniram à “alma do Universo”, acabam, de facto, por consumar a união consigo próprios. Acreditam que se estão a transformar num poderoso «ego», capaz de vencer o tempo, prometendo, quiçá, a imortalidade.
Os entusiastas da auto-estima, quando atingem um elevado grau de satisfação pessoal, de tão contentes que andam consigo próprios nem reparam naqueles que penosamente se arrastam ao seu lado. Escrevem, lá do alto da sua auto-estimação, que se não anda toda a gente contente é porque cada um não se concentrou em si mesmo como devia. Literalmente, porque não fez os trabalhos de casa. Os escritores mais afoitos, como aquela australiana que escreveu «O Segredo», asseguram mesmo que quem acreditar no poder da sua mente é bem capaz de ganhar o euromilhões semana-sim, semana-não.
A auto-estima e o auto-controlo fazem-nos tanta falta como o pão que comemos. Acerca disso penso que ninguém duvida. Mas também ninguém duvida de que apenas sentimos o pulsar da vida quando alguém nos vem fazer companhia “cá dentro”. Definitivamente, não fomos feitos para ser «monges». E é precisamente esta a mensagem nova e fortíssima do cristianismo. Uma mensagem que chegou até nós, tendo resistido às investidas do platonismo e do neo-platonismo.
Ninguém se «salvará» sozinho: «Caim, onde está o teu irmão?». E será inútil tentar apresentar-se a juízo exibindo as credenciais de orações e sacrifícios oferecidos a Deus porque serão confrontados com a exigência primeira: «tinha fome e não me deste de comer».
Sem a credencial do amor, tudo o mais não vale. Nem que falemos toda a linguagem da arte dos homens, nem que com o poder da mente desloquemos as montanhas, nem que cultivemos tanto a nossa auto-estima a ponto de nos pensarmos imortais e eternos.(E ele a dar-lhe com o pensamento de Paulo de Tarso!).
A voz que o “monge” escuta pode não ser mais que a voz solitária do seu próprio ego.

30 abril, 2010 08:33  
Blogger teresa silva said...

Resumindo Mário o que queres dizer com este teu texto espectacular é que o Homem necessita de amar e de ser amado, reconhecido pelo seu valor.
A contínua mística da relação entre duas e mais pessoas e não como pessoa única que no fim das contas não se reconhece a si próprio. Claro que há aspectos fundamentais na nossa personalidade que se os mantivermos e os melhorarmos fazem com que enfrentemos melhor as adversidades da vida, tais como a auto-estima, a auto-confiança e com isso podemos influenciar as pessoas à nossa volta. A partilha do eu com o outro, influências à parte complementamo-nos. Defeitos vai haver sempre, mas nesses defeitos encontram-se virtudes que se complementam, que interagem entre si.
Nem só de pão vive o homem. O homem vive principalmente de amor, de afectos, de relações. Resumindo o homem é um ser social.

30 abril, 2010 22:39  
Blogger jorge dias said...

Mergulha Mário, mergulha Mário que até o louco perceberá que há mais mundo para além da auto-estima e que o teu e meu egotismo são limites, ou teses e anti-teses de outros tantos limites ou ilimites de que só o ser humano é capaz! Sincermente, nunca pensei que pudesses reduzir tudo a este orgulho umbilical e narcísico! Então onde caberia um Nuno Álvares Pereira, uma Madre Teresa, mas até alguns textos de ti próprio e, para não ir mais longe, tanta coisa linda que tem ocorrido neste espaço.
Que qualquer um anónimo escreva, apenas para te citar uma vez, que "A voz que o “monge” escuta pode não ser mais que a voz solitária do seu próprio ego", vai que não vai, mas que tu, que tentas ir além do nosso São Paulo, nos venhas dizer isto sem mais nada, desculpa que te diga, mas estás a gozar com os meus afectos e as expectativas que eu tenho de ti próprio e da generalidade dos humanos, quanto mais daqueles que com nobreza neste espaço falam, pela escrita, do que conseguem falar com afectos e amizade sem fim!

Não, não e não... e sei que posso falar por muitos, mas até mesmo pelos mais invulgares, senão perdidos em seus afectos, anónimos. SEmpre nos ergueremos em valores para além desses egoismos, como a história demonstra.

Por mim, afirmo, não consigo sempre, mas muitas vezes ultrapasso-me e vou além do autismo, do egotismo, contra tudo e contra todos e em lutas e trabalhos (sofrimentos) sem fim! Só para dar uma pequena alegria... Felizmente não estou só...

Temos muitas castrações de infância, muitas deformações de valores, mas,lentamente, na vida nos afirmamos. Por mim, não me importo, de passar a maior parte do meu tempo a afirmar o contrário do que afirmas. "Vais conseguir, estás no bom caminho, estás a pensar nos outros, os outros te descobrirão e revelarão o melhor de ti mesmo, aguenta-te, faz-te forte, um pouco mais, terás retorno, aguenta-te, mostra o que és, caminha, caminha, vais vencer, vais ser expoente, tem dignidade, sê referência de um homem ou mulher que crescem. E sabes, Mário, resulta sempre, sempre, sempre... Mas não faço nada de especial, linito-me a ler a grandeza da mulher ou do varão. As nossas potencialidades evidenciadas estão sempre aquém daquelas que a natureza nos legou pela genética e herediatriedade, sempre aquém. Por isso, nós os humanos nunca temos limite para as nossas realizações e os factos provam que a maioria dos impossíveis não passam de meros,e banais, possíveis.

01 maio, 2010 00:02  
Blogger teresa silva said...

Mãe...

Domingo é o dia da mãe. Com três letrinhas apenas se escreve a palavra mãe. Tão poucas letras para tamanho amor para com os seus filhos.
Tanta privação por vezes em nome de um amor tão grande que é indescritível.
Ser mãe implica cuidar, acarinhar, ensinar, proteger, esclarecer no fim das contas educar.
Queria aqui prestar a minha homenagem a todas as mães do mundo.

01 maio, 2010 00:03  
Anonymous Mário Neiva said...

Quando a auto-estima ou o auto-controlo são considerados um fim em si mesmos «a voz que o "monge" escuda pode não ser mais que a voz solitária do seu próprio ego».
È isto que eu afirmo e reafirmo e não a interpretação que fazes. Eu joguei com o sentido da palavra «monge», aquele que solitariamente procura o caminho da perfeição. E contraponho que ele nunca lá chegará percorrendo um caminho solitário, mesmo que seja «ele e Deus». Porque a voz de Deus que ele pensa escutar dentro de si pode não ser mais que um eco de si mesmo. A prova real de que não há engano na voz que se escuta é o «amor efectivo», exigido como única credencial válida na hora do «juizo final».
Até acreditaria que me exprimi mal, mas reparo que a Teresa entendeu perfeitamente. Conclui ela da leitura:«O homem vive principalmente de amor, de afectos, de relações».
Este ideal de vida baseado «em amor, afectos, relações», está nos antípodas do ideal monástico, onde os afectos são esmagados e as relações entre pessoas são inexistentes ou reduzidas ao mínimo dos minimos.
Quando digo «são esmagados", quero dizer que eles são pretensamente dirigidos a Deus. Este mesmo Deus que, entretanto, pode estar a morrer de fome ou a tiritar de frio fora das portas do convento...
E agora, depois da Teresa, resumo eu: a auto-estima e o auto-controlo são duas ferramentas preciosas para irmos ao encontro do nosso amor para o descobrir e ele a nós.
Quem dedicar a vida a dominar o último dos seus musculos e o primeiro dos seu afectos, ter-se-á encontrado com a sua própria solidão, enquanto, «cá fora», o concerto ruidoso da vida continua, nas suas grandezas e nas suas misérias.

01 maio, 2010 07:59  
Blogger jorge dias said...

A única resposta que te daria foi a que afinal tu próprio dás: "a auto-estima e o auto-controlo são duas ferramentas preciosas para irmos ao encontro d...". Não sei porque o único amor há-de ser o limite, e,supostamente nosso, e não nós dele, ou qualquer outra coisa, mas enfim... Quanto ao resto, precisamos de compôr a cena pra que do palco venha mais brilho, não é?

Mas então, e já agora, devo-te perguntar: que ideias subterrâneas sugeriram o teu texto, assim como que sibilino, apontando subrepticiamente para uns quantos umbilicais escribas deste espaço, considerados em exercício narcísico!? Estranho, não achas, que tenhas, afinal escrito sem objecto? Ou tinhas mesmo objecto e agora recuas?

01 maio, 2010 23:33  
Blogger jorge dias said...

Em dia de quem pelo trabalho adquire o pão nosso de cada dia, que nisto somos diferentes dos outros vivos, deveríamos celebrar o elo, por excelência, de sermos sócios vivos unidos pelas nossas mãos laborantes e de paz...

Fica-me o desejo... que um dia venha a ser.

01 maio, 2010 23:42  
Blogger jorge dias said...

Dia da mãe - 2 de Maio

Há na terra portuguesa
Esta frase abençoada:
"Quem tem uma mãe tem tudo,
Quem não tem mãe não tem nada!"

01 maio, 2010 23:46  
Anonymous Mário Neiva said...

Tens razão, Jorge. As minhas ideias foram ditadas por uma filosofia de vida aqui mil vezes reafirmada por mim. Não devias estranhar. Mas a razão próxima para este novo «martelar» foi a leitura de textos do livro que referi «O monge que vendeu o seu Ferrari», e que um antigo colega nosso, ex-religioso vicentino, tem publicado no seu blog e me envia para a caixa de correio electónico. Comento-lhe muito do que me envia e este «monge» não me passou ao lado...
Em relação a todos os que escrevem aqui não escrevo subrepticiamente. Até reconheço que às vezes devia ser um pouco mais subtil. Espero que desculpem a rudeza de quem passa constantemente da horta para o teclado. Como notaste, parece que de vez enquando chego aqui com as mãos cheias de terra.

02 maio, 2010 17:22  
Anonymous Mário Neiva said...

De vez em quando...sai asneira

02 maio, 2010 17:25  
Anonymous Anónimo said...

Mas esse cara de colarinho branco, não ganha mesmo juizo?
Os anónimos, até lhe deram o campo todo, mas volta á carga, com o bom senso.
Tem juizo pá, já te disseram que esta pessegada não gira só à tua volta.
Já cheiram mal os teus ataques, a gente bem melhor do que tu, pelo que nos é dado a perceber.
Sabes o que aqui falta? " A gaita e a flauta, para animar a malta ".
Se queres pregar aos peixinhos, deves morar à beira mar, força...

02 maio, 2010 19:24  
Blogger jorge dias said...

Qualquer dia vou trazer aqui a história do velho e do burro,caro anónimo!

Não estou a ver como a gaita e a flauta nos animariam, mas alevá! E logo dois símbolos fálicos de envergadura... Claro que moro à beira do mar, agora mesmo enquanto te saúdo o vejo, mas não tanto à beirinha que...


Quanto ao peixinho, como símbolo é bem melhor. O peixinho, portanto! O peixe sempre é um
símbolo mais amoroso.

Afinal, desafiei-te para o psicodrama e só veio silêncio... Ainda estás a tempo. Psicodrama é malhação pura, mas toda de uma vez. Assim fazes só de conta...

Ataques com mau cheiro? Mas que General é V Excª ou que guerra trava?

Eu não guerreio,divirto-me com as letras, as palavras, as coisas lindas que com elas nos damos uns aos outros.

Desculparás, mas entendo que o azedume e belicosidade são um pouco como o vento que passa! Depende do quadrante.
Fico contente pelo elogio de bom senso,que me dás, o que aliás procuro ter. Foi quadrante de vento bonançoso?.

Perceberás que a minha escola não foi a do "eduquês". Foi escola dura e a sério, do tempo do Salazar e depois a escola dos carmelitas e também a dos dominicanos.Julgo que também apanhaste o Salazar e, claro, os carmelitas! Aquilo é que era uma quarta classe!

Obrigado pelo elogio. Afinal, estamos muito mais próximos que o que julga.

Cito:
"Os anónimos, até lhe deram o campo todo, mas volta á carga, com o bom senso". Eu sabia...

Agora para ti, caro Mário, eu acho, mesmo depois do que esclareces, que foste mesmo subtil e subreptício. Reconheço que talvez não sibilino. Dei-me até ao trabalho de ler o texto com uma segunda pessoa e frase a frase analisamos a quem deste espaço te referias com as afirmações que mais acima estão feitas por ti. Dizes que não e falas de mãos habituadas à terra! Que bom e garanto-te que não estás só... Volta a ler o texto em que citas o livro...

Não esqueçam o dia da companheira que é mãe! Dizia-me hoje de manhã a minha companheira que hoje afinal, é o dia do homem! Como iria eu fazer três lindos filhos sozinha! A família é... pois que seja!

02 maio, 2010 20:37  
Blogger jorge dias said...

O homem, o menino e o burro

ou uma forma democrática de direito a opinião ou de como cada cabeça sua sentença e, não obstante, como nos guiamos pelos nossos valores e cada outro pelos seus e todos por alguns em que convergimos...

(Fábula de Esopo em adaptação poética de
Sophia de Mello Breyner Andersen)

Um velho, um rapaz e um burro na estrada.
Em fila indiana os três caminhavam.

Passou uma velha e pôs-se a troçar:
-O burro vai leve e sem se cansar!

O velho então pra não ser mais troçado,
Resolve no burro ir ele montado.

Chegou uma moça e pôs-se a dizer:
-Ai, coisa feia! Que triste que é ver!

O velho no burro, enquanto o rapaz,
Pequeno e cansado, a pé vai atrás!

O velho desceu e o filho montou.
Mas logo na estrada alguém gritou:

-Bem se vê que o mundo está transtornado!
O pai vai a pé e o filho montado!

O velho parou, pensou e depois
Em cima do burro montaram os dois.

Assim pela estrada seguiram os três:
Mas ouvem ralhar pela quarta vez:

Um rapaz já grande e um velho casmurro.
São cargas de mais no lombo de um burro!

Então o velhote seu filho fitou
E com tais palavras, sério, falou:

Aprende, rapaz, a não te importar,
Se a boca do mundo de ti murmurar.

03 maio, 2010 00:15  
Anonymous Mário Neiva said...

Continuo sem perceber o que descobres de estranho e de «indirectas» a quem quer que seja que escreve neste blog. Os «autores» de que falo, são mesmo autores com obra publicada, como o que cito e aquele que vinhas referindo mais atrás, o Osho, ou a australiana tão comentada no Almoço Muito Especial. Eu penso que esses autores seguem a linha do pensamento oriental, centrado na busca da perfeição individual (daí o monacus=monge). Nos seculos passados, e até ao presente, os cristãos foram tentados a seguir por essa via e são testemunho disso as ordens «monásticas», que perduraram até ao presente, embora os seus membros sejam residuais. Mas se os monges se esfumam nos conventos católicos, os seguidores do Dalai Lama e de outros pregadores do «monaquismo», vão surgindo um pouco por todo o lado, no mundo «laico» .O caminho que propõem para atingir o aperfeiçoamento individual é o auto-controlo e a auto-estima. Claro que cada autor introduz as suas «nuances».
Quem conhece a vida dos monges e monjas místicos cristãos sabe que eles tiveram receios muito fortes daquilo que sentiam interiormente. Interrogavam-se e pediam ajuda para saber se «aquilo» era obra de Deus ou do Diabo. Mas nunca eram assaltados por dúvidas desse género quando se tratava de amar efectivamente os seus confrades, mesmo quando estes lhes atazavam a paciência. Aí sentiam que estavam no caminho certo. Era a tal «credencial do amor» exigida na derradeira avaliação- «juizo final».
Eu retomo o essencial da filosofia cristã, segundo a qual ninguém consegue a sua perfeição sem levar dentro de si o seu amor, o seu amigo, o seu irmão. «Eu e o Pai somos um só». Eu e a minha mulher ou eu e o meu filho ou o meu amigo somos «um só», no paradoxo incrivel que se nos depara: iguais e distintos na nossa humanidade!Aparentemente os meus filhos receberam tudo de mim e da sua mãe e, num sentido mais lato, da sociedade e do universo! E, apesar disso,cada um deles é uma pessoa diferente, um verdadeiro mundo com que eu me confronto. Eu tenho consciência da sua «consciência pessoal» e vice-versa. Dou-lhes a vida, agora sim, num verdadeiro máximo de humanidade, reconhecendo essa sua consciência pessoal, amando-a e almejando a reciprocidade desse amor.
Ora este pensamento é incompatível com uma espécie de Unidade Impessoal, eterna e imutável. Também é incompatível com encarnações e reencarnações de entidades imortais, vagabundeando pela eternidade, solitárias e entregues ao seu destino individual, como que seguindo a directiva: «cada um que se desenrasque».
Considero que a «mudança» longe de ser sinal de "degradação" são o movimento para a perfeição. Exactamente como conservamos a nossa identidade pela vida fora, à medida que a construimos. Como uma catedral, que desde a primeira pedra é ela mesma. Para ser a maravilha final que nos deslumbra sofreu mudanças permanentes até ficar completa.
Contrariamente ao pensamento dos nossos antepassados, mudar constantemente, pelo pensamento e pela acção, é o caminho seguro da perfeição.
Mais um sinal evidente do novo paradigma que se está a impor silenciosamnte. Estamos no limiar de uma nova era. Poderá é não ser bem como a pensam os sonhadores da «NEW AGE». Será, penso eu, muito mais terra-a-terra, e a partir da "materialidade" que sempre se tendeu a desprezar. Só porque ela é a evidencia da mudança.Mas agora pensem: e se a mudança for exactamente o caminho para a perfeição?
Parece que os nossos filhos e netos já se aperceberam disso e não páram de querer construir coisas nova...

03 maio, 2010 09:35  
Blogger jorge dias said...

Não tenho a menor dúvida de que a mudança só pode ser para mais perfeição...

Bem bom que voltaste ao tema, caro Mário e, comigo, não há questão nenhuma, só que não foi claro para mim o propósito do comentário nem sequer foi esclarecida a ligação aos comentários anteriores. Também, em boa verdade, não é suposto ser feita.

No tocante à vida monacal e à ascese individual cristã, à revelia do outro em quem Deus é, estamos em definitivo conversados. Não havendo outros no caminho estamos sempre e só perante o mais selvagem e aberrante autismo, narcisismo, egotismo e tudo o mais que queiras... No humano só há caminho e perfeição com os outros. Aliás, esse é o primeiro e mais elementar sentido da boa nova e isto até entre os monges do Tibete e assim deveria ter sido entre místicos bem mais próximos de nós. Infelizmente, Nuno Alvares Pereira parece-me cada vez mais uma de algumas excepções.


Tenho entre mãos duas preciosidades de leitura:
1ª - O Mundo depois de Copérnico de Lia Formigari da Biblioteca Básica de Ciência, edições 70, 1981 lisboa ou Porto e
2ª - Sidereus Nuncius, O Mensageiro das Estrelas de Galileu Galilei, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2010.

Sobretudo o Mundo depois de Copérnico é de uma provocação sem fim, senão mesmo chocante, face ao marasmo que a Igreja evidenciou, face ao conhecimento científico da realidade cósmica que somos.
Há muito que tenho vontade de comentar algumas coisas da fé cristã tendo Copérnico por referência. Vou-me contentando em viver... por enquanto.

É verdade que os nossos filhos só podem cosntruir coisas novas... Doi-me que, muitas vezes, não sejam valores mais integrados e mais aceites, por culpa de um tradicionalismo feroz e radical, pela simples razão de nós, os mais velhos insistirmos, insistirmos em aberrações de todo o tipo e feitio, sejam elas familiares, sociais ou religiosas. Para te servir um rebuçado, imagina o que tenho que ouvir quando os meus rapazes ouvem ler na Páscoa a travessia do mar vemelho! É a anedota do ano...

03 maio, 2010 23:02  
Anonymous Mário Neiva said...

Estás a ver! Se o texto não fosse de «leitura obrigatória», integrado numa liturgia religiosa feita com todo o sentido há muitos séculos atrás, para o sentir, o pensar e o crer dos nossos antepassados, mas retirado das preateleiras da biblioteca e explicado por um especialista na matéria, em vez do fastio seria para os "teus rapazes" uma frutuosa lição de história. Acabariam a ler e compreender o que ia na alma daquela gente, procurando, em busca, como nós hoje, do sentido da sua existencia.
Mas ninguém se importa com o bocejo dos "teus rapazes" e dos rapazes todos que se afastam das liturgias assentes em linguagem do passado.
Por isso hei-de continuar a ser duro com todos os D.vitalinos que me aparecerem ao caminho...

04 maio, 2010 07:58  
Anonymous Mário said...

risquem lá o «procurando» para ficar apenas «em busca»...(tenho de começar a reler o que escrevo!)

04 maio, 2010 08:01  
Anonymous Anónimo said...

Deixa os velhos do Restelo em paz, burro velho não tem andadura. Ninguém muda o mundo em três tempos. Deixa correr o barco, quando se afundar é noite e depois virá outro Cristo ao quadrado para mudar tudo.

04 maio, 2010 21:45  
Anonymous domingos coelho said...

Uma outra forma de estar...


Não preciso concordar com as suas ideias para…

Acolhê-las …

Acolho-as porque defendo o seu direito de se expressar!

D/C.

05 maio, 2010 13:57  
Anonymous Mário Neiva said...

Então não é bem «acolhê-las». Será mais um «podes falar que ninguém te bate». «Acolher» já seria acarinhá-las, aconchegar ao peito, aceitar mesmo...
No dia três de Julho, se estiveres outra vez de faxina(ou será que toca a mim?) não quero que apenas me reconheças o direito a duas sardinhas: quero comê-las mesmo!

05 maio, 2010 19:08  
Anonymous domingos coelho said...

Meu Amigo Mário Neiva

E não é que vou estar mesmo de faxina!
Podes levar um grande apetite,não vais ter razão de queixa.A garrafa de bagaço(do Emidio) que sobrou do ano passado também vai lá estar.Por falar em Sardinhas as sobras que foram muitas, foram entregues à comunidade bem como os restantes sobrantes. Que todos levem boa disposição,apetite e algum tempo, o resto deixem com a organização. Penso que os erros do ano passado não vão aparecer.
Que ninguém esqueça de se inscrever a tempo e a horas.
D/C

05 maio, 2010 23:11  
Anonymous Amaro Alves said...

Fui apanhado na curva.
Escrevi o meu primeiro texto nos DESABAFOS 2ª GERAÇÂO.
Distrai-me... e vejo que já existe a 3ª GERAÇÂO.
Vou tentar acompanhar-vos em comentários e entrar neste forum que tenho acompanhado, mas não participado.

06 maio, 2010 00:16  
Anonymous Anónimo said...

Sejas bem aparecido, caro amigo e companheiro!Todos somos poucos para ajudar a crescer este pequeno mundo dos ex-aaacarmelitas (blog). Por isso mesmo te saudo, com um bem hajas por te juntares a nós com o teu precioso contributo de ensinamentos e vivências. Pena que muitos se retraiam e se inibam, uma vez que desde o mais humilde ao mais catedrático, não se reconheça qualquer diferença, nem grandeza aos olhos do nosso Pai celeste que nos criou á sua imagem e semelhança, como dizia a minha querida avó, com seus simples e humildes ensinamentos da vida.

06 maio, 2010 01:04  
Blogger jorge dias said...

Bem vindo caríssimo Amaro , bem vindo, bem vindo... precisamos da tua pro-actividade, sempre, sempre... Porque não colocas o teu lindo texto da mãe, neste espaço? No amor nos salvamos... que comente também a Sra. Professora.

06 maio, 2010 01:58  
Anonymous Mário Neiva said...

Um grande abraço de boas-vindas para o Amaro. Que um bom «Vento Alegre» te empurre até nós. Lembras-te?

06 maio, 2010 11:22  
Anonymous Rosalino Duraes said...

3 de Julho está próximo e as sardinhas vão ser pescadas, o Coelho não vai ser comido e o bagaço do Emidio vai ter concorrencia.

Não se esqueçam de levar as esturdias para abanar capacete e animar a coisa.

A geração 75 ainda está muito calada, como é? Tendes medo desta gente boa, se for preciso eu empresto o cão a quem precisar.

06 maio, 2010 21:19  
Anonymous domingos coelho said...

Vamos participar

Precisamo-nos fortalecer continuamente. Esquecer as nossas “prioridades” um pouco e aprender a olhar para o lado, pois é neste exercício que vamos fortalecer-nos para o que está a vir pela nossa frente. Sabemos pouco sobre o futuro, mas dá para sentir que virão dias muito mais difíceis por aí.

Um bom exercício é procurar no que os outros escrevem, símbolos que nos tragam conhecimento, na certeza de que tudo o que o outro está a escrever tem um sentido real para ele e, que representa o seu mundo interno. Se temos dificuldade para compreender a falha é nossa.

Apesar da nossa abertura, temos uma cultura muito dispersa. Não obstante termos dificuldade de admitir temos muita dificuldade em aceitar a diversidade tradicional que nos circunvizinha e, por isso mesmo criamos certo bloqueio para compreender o sentimento dos outros e fechamo-nos.

Vamos participar mais, abrir a nossa mente e procurar ler e comentar o que os nossos amigos do “BLOG” escrevem, vamos criar um mundo mais forte e coeso neste nosso espaço, para que daqui possamos estar a viver novas formas de interação entre as pessoas numa formação social futura.

D/C.

06 maio, 2010 21:28  
Anonymous Mário Neiva said...

É isso mesmo, meu caro Coelho e fica descansado que por minha parte vou cumprir o que diz o Rosalino e não dar uma dentadinha que seja no Coelho. Francamente! O Rosalino podia ter sido mais subtil, escrevendo «Coelho» em letra minúscula, não vá aparecer alguém, induzido em erro,dente afiado e guloso, atirar-se, não à sardinha assada, mas a quem, generosamente, as assa para a malta. Depois deste, penso que involuntário, deslise do Rosalino, põe-te a pau. Não largues de mão o férreo atiçador das brasas, não vá o diabo tecê-las. «Sume-te, demónio»!

06 maio, 2010 22:16  
Anonymous Anónimo said...

RECORDAR É VIVER......

Com grande mágoa parti,
Um dia do seminário,
essa dor nunca esqueci,
ao longo deste calvário.

A vida foi complicada,
desde o dia que deixei,
a ideia abraçada
que na altura adorei.

A malvadez de um frade,
com meu sonho acabou,
agora resta a saudade,
do que de bom já passou.

Meu sonho lindo desfeito,
Por um tirano infeliz
Digo aqui sem preconceito,
ser frade, eu sempre quis.

A ironia do destino,
fez desse frade malvado
que até perdesse o tino,
depois de ser rejeitado.

Alguns sabem de quem falo,
pelo mal que sofri,
mas agora não me calo
e desabafo até aqui.

07 maio, 2010 00:22  
Anonymous Amaro said...

Obrigado pelo carinho que me dispensais e pelas palavras de boas-vindas.
Não consegui resistir mais sem entrar neste previligiado meio de comunicação.
Um abraço para todos os bloguistas-

07 maio, 2010 10:17  
Anonymous Rosalino Duraes said...

Meu caro Mário

o coelho é a tiro de caçadeira.

O COELHO, é com um abraço de amizade.

RD

07 maio, 2010 20:29  
Anonymous domingos coelho said...

ROSALINO AMIGO
...

Amigo é aquele que nos escuta,
que nos fala, que nos segura
quando estamos a cair...
Amigo é coisa pura.

Amigos de fé... quando os temos,
devemos conservá-los.
Se os perdemos,
temos que chorá-los.

Amigos leais... valor raro.
Amizade exige... amizade,
Então sejamos, meu caro,
Amigos de verdade.

D/C.

07 maio, 2010 21:18  
Anonymous Mário Neiva said...

Quando ontem de manhã regressava de Viseu ao meu cantinho de Balugães, na TSF sintonizada ouvi uma breve entrevista àquele que é considerado um dos grandes pensadores da actualidade, Eduardo Lourenço. As perguntas do jornalista eram sobre a vinda do Papa Bento XVI a Portugal e o significado desta visita. Era muito significativa, dizia, porque somos uma nação de católicos.
O que me despertou a atenção foi a sua afirmação de que este Papa está a ser importantíssimo para a Igreja Católica, nos tempos que correm, «por causa do seu discurso inovador». Pena que a entrevista acabou quase ali e nem eu nem os ouvintes da TSF ficamos a saber em que se baseava tal afirmação.
E fiquei a matutar. O certo é que não tenho acompanho o discurso de Bento XVI e o que mais ouço são as pessoas, a começar aqui por Balugães, a desabafar que «este Papa não chega aos calcanhares do outro». E o «outro» é João Paulo II.
Depois lembrei-me do episódio ocorrido há uns tempos atrás, em que o Vaticano reagiu de forma dura à recepção que os responsáveis pelo Santuário de Fátima dispensaram ao Lalai Lama.
Na altura eu disse para comigo: é um claro separar das águas! E aplaudi Bento XVI.
Não se tratava de discriminar a pessoa do Dalai Lama, mas de alertar os católicos para o facto de a teologia deste monaquismo não se adequar à teologia cristã.
Claramente, era o Papa-Teólogo a falar.
Não sei onde Eduardo Lourenço viu «inovação» no discurso de Bento XVI, mas pessoalmente penso que este Papa é um esclarecido teólogo e não está disposto a ver adulterada a fé que foi quase milagrosamente preservada, desde há dois mil anos. UMA teologia que resistiu ao platonismo, ao neo-platonismo, ao gnóstocismo e à infiltração insidiosa do maniqueísmo do Padre e Doutor da Igreja, bispo de Hipona, Santo Agostinho! Este santo deve ter ouvido das boas ao encontrar-se com Paulo, não na Cidade de Deus que ele inventou, mas na Nova Jerusalém de S. Paulo e do Apocalipse!
E, por favor, não me venham dizer que a filosofia e a teologia que estão na base destes dois documentos históricos é a mesma! A S.Paulo nunca passaria pela cabeça mandar baptizar crianças,, como se tivéssemos nascido filhos do Diabo e não filhos de Deus. Para Paulo de Tarso não era a fé que nos transformava em «filhos de Deus» mas simplesmente nos dava a espantosa revelação de que o éramos por «graça» e por nascimento! Desde sempre. E eram todos! só que não sabiam e por isso não se comportavam como tal, nem viviam a empolgante expectativa de entrar nos «novos céus e na nova terra», que lhes estavam reservados desde o início dos tempos. Este mundo está todo ele destinado à «ressurreição», à «glorificação», à «transformação», porque é uma obra bendita em si mesma. E o Homem, a menina dos olhos de quem criara este mundo, não seria arrancado do seu Paraíso, mas transformado e ressuscitado com ele.

08 maio, 2010 09:38  
Anonymous Mário Neiva said...

Foi a defesa e preservação desta teologia que fez o Vaticano avisar, solenemente, os distraídos responsáveis de Fátima.
E eu não tenho feito outra coisa, neste blog, senão chamar a atenção para a pérola da filosofia e teologia que herdamos do cristianismo. Não sou praticante nem militante da fé cristã, mas assumi como minha a sua filosofia do amor, o rebento mais precioso e distintivo da nossa consciência humana. O Mistério do Universo que nós somos assume toda a sua profundidade na «Relação Interpessoal». Se os cristãos acreditam num Deus Pessoal, que também é um Deus-Amor, constituído por «pessoas divinas», eles só estão a ser fiéis ao que de mais belo e distintivo se manifesta na condição humana.
E os «dalai lama» foram por outro caminho. A sua ideia de «amor» não é mais que a harmonia de notas musicais, capazes de inebriar por algum tempo o nosso espírito mas, uma vez passado o efeito encantatório da música, fica-nos a solidão por companhia, sentida no mais profundo do nosso ser.
E como viver em solidão é insuportável, «os dalai lama» esforçam-se por anular completamente a sua consciência e identidade, afogando-se, literalmente, no que chamam a «Mente Universal». O supremo ideal de quem assim pensa é aniquilar a sua própria identidade e a sua vivência torna-se uma fuga da realidade. Ficarão a meditar, um ano depois do outro, enquanto os cristãos, tantas vezes da forma mais desastrada, vão colocando pedra sobre pedra, na construção da Nova Jerusalém.

Repetindo o que já outros afirmaram: não foi por acaso que as democracias se desenvolveram no ocidente cristianizado. São imperfeitas? Pudera! Estamos ainda agora a começar!

08 maio, 2010 09:40  
Anonymous Mário Neiva said...

Foi a defesa e preservação desta teologia que fez o Vaticano avisar, solenemente, os distraídos responsáveis de Fátima.
E eu não tenho feito outra coisa, neste blog, senão chamar a atenção para a pérola da filosofia e teologia que herdamos do cristianismo. Não sou praticante nem militante da fé cristã, mas assumi como minha a sua filosofia do amor, o rebento mais precioso e distintivo da nossa consciência humana. O Mistério do Universo que nós somos assume toda a sua profundidade na «Relação Interpessoal». Se os cristãos acreditam num Deus Pessoal, que também é um Deus-Amor, constituído por «pessoas divinas», eles só estão a ser fiéis ao que de mais belo e distintivo se manifesta na condição humana.
E os «dalai lama» foram por outro caminho. A sua ideia de «amor» não é mais que a harmonia de notas musicais, capazes de inebriar por algum tempo o nosso espírito mas, uma vez passado o efeito encantatório da música, fica-nos a solidão por companhia, sentida no mais profundo do nosso ser.
E como viver em solidão é insuportável, «os dalai lama» esforçam-se por anular completamente a sua consciência e identidade, afogando-se, literalmente, no que chamam a «Mente Universal». O supremo ideal de quem assim pensa é aniquilar a sua própria identidade e a sua vivência torna-se uma fuga da realidade. Ficarão a meditar, um ano depois do outro, enquanto os cristãos, tantas vezes da forma mais desastrada, vão colocando pedra sobre pedra, na construção da Nova Jerusalém.

Repetindo o que já outros afirmaram: não foi por acaso que as democracias se desenvolveram no ocidente cristianizado. São imperfeitas? Pudera! Estamos ainda agora a começar!

08 maio, 2010 09:51  
Anonymous EL CANTANTE said...

Efectivamente, meus caros amigos e companheiros, sem as picardias dos anónimos este blog torna-se fastidioso, para não dizer empastelado. Mesmo que não pretendam sair do anonimato, não deixem de mandar as vossas bicadas ácidas, como falou em tempos o Evaristo. Evitem por obséquio a linguagem do peidorium, já que essa ficou desfocada na fotografia que o nosso amigo Costa sabe, como ninguém retratar.
Proximamente, será o encontro do Sameiro, prevendo-se que vai ter subida animação, se o Evaristo resover molhar a lábia dos apreciadores de bagaço que mui digna propaganda têm feito.
Sem brincadeira, não vos parece que está faltando um pouco mais de litratura anónima, para atiçar os catedráticos da filosofia e teologia?

08 maio, 2010 22:20  
Blogger Luis said...

O meu nome é Luís Ferreira, mas por favor considerem-me anónimo, pois é no reconhecimento da inexistência intrínseca da minha identidade que, ao contrário de fugir, encontro a realidade tal como ela é.

Ah, Mário, grande injustiça faz aos "Dalai Lama" se nesse saco pretende encaixar os budistas, e o Dalai Lama em particular. Note-se, a despeito da enorme simpatia que nutro pelo Dalai Lama, que ele NÂO é uma espécie de papa budista. Não há papas budistas: o budismo é, na sua essência, anti-dogmático. Mas a sua identificação dos "dalai lamas" com os niilistas é apenas uma confusão. Uma confusão comum e perigosa, para a qual o budismo alerta e que, muitas vezes, leva os budistas a NÂO passarem o seu ensinamento, por receio de que essa má interpretação possa prejudicar quem os ouve.

O Mário confunde realidade convencionada com realidade absoluta. Pergunto-lhe tão somente isto: se, num tabuleiro de xadrez, o Mário tiver um Rei, uma Rainha, duas torres e três peões... e eu apenas um Rei e um peão... diga-me... qual é a peça ideal para o bicho da madeira comer?

Quanto à visão cristão do amor... nem vou insistir (basta tocar!) no pormenor de nunca ter havido cruzadas nem holocaustos budistas... essas boas iniciativas só "se desenvolveram no ocidente cristianizado"... assim, pretender a monopolização do amor pelo cristianismo é insólito: o amor compassivo foi a fonte inspiradora e motivadora do Buda - a procura da eliminação do sofrimento de todos os seres sensíveis. Mais de 400 anos antes Cristo.

Mas que faço, Mário? Deito mais chá na sua chávena, que já está cheia... assim entorna! Esperarei que, bebendo ou vertendo, a esvazie um pouco, e então o meu chá não será inteiramente perdido.

09 maio, 2010 00:29  
Blogger jorge dias said...

Meus caros,

Como gostaria de entrar a comentar com o Mário, mas como me encanto com este inesperadíssimo Luis! Mas onde estava ele? Nota-se pela aragem o que vai na carruagem. Venha amigo venha, com palavras perspicazes e provocadoras quanto baste! Bem vindo...

Mas hoje quero saudar o anónimo que gostava de ser frei e não foi e, pela sua coragem, o saúdo, na indómita afirmação, que a mim me permitiu ser frei e a ele não, independentemente de em quem recairam as decisões aleatórias de, nuns casos, devolver à procedência um certo produto ou decisões de, noutros casos,confirmar em movimento a linha de montagem.

A confirmação da existência de uma mão cheia de marianos que, envoltos em jogos que os vitimizaram, tem sido uma dor e uma vergonha para mim que com alma disponível e ignorante servi a Ordem.

Como este anónimo,sempre desejei ser frei e padre e fui em frente liberto e sadiamente. Todavia, percebo hoje os bastidores, de que um certo anónimo, e não só, em salutar palavra, mais acima, é grito. Igualmente há muito entendi os jogos de prazer de certos frades, envolvendo marianos que, quais objectos logo que usados, e pr isso tornados perigosos,em velocidade de cruzeiro, borda fora foram lançados.

Eis o grito, que cito:

"Meu sonho lindo desfeito,
Por um tirano infeliz
Digo aqui sem preconceito,
ser frade, eu sempre quis.

A ironia do destino,
fez desse frade malvado
que até perdesse o tino,
depois de ser rejeitado.

Alguns sabem de quem falo,
pelo mal que sofri,
mas agora não me calo
e desabafo até aqui."

Como te entendo! Um abraço amigo e muito mais...Como me congratulo contigo e te aplaudo por esse trovão, por esse tornado, por esse vendaval que acabas de provocar e sobretudo por teres crescido, te teres libertado de um tempo onde ser ou não ser dependia do prazer do frade... Essa é a ferida, esse é o problema: "Ecce Homo".



07 Maio, 2010 00:22

09 maio, 2010 02:33  
Anonymous Mário Neiva said...

Uma explicação para o “nascimento” do Luís, no nosso blog.
É colega de trabalho do meu filho mais velho, o Tiago, que vocês já conhecem do Almoço Muito Especial e foi o Tiago que nos pôs em contacto.
Alguns textos que coloco aqui no blog também partilho com amigos, quando me parece que o assunto lhes possa interessar. Como vêem pela reacção do Luis, toquei mesmo onde lhe dói...De resto, esta nossa conversa já tem outros desenvolvimentos. Quem sabe, agora que o Luis veio aqui, alguém mais se decida e compareça ao debate. Para que a luz se vá fazendo, não há como um bom contraditório, capaz de esbater as sombras da nossa crónica ignorância.
Se achas, El Cantante, que o blog precisa de ser desempastelado, dá o mote. Começa por esclarecer quem está a empastelar, porque eu não me importo de as apanhar directas, para saber com o que contar e poder defender-me.
É verdade que ainda não dei o troco ao Emidio que, sem papas na língua, não me mandou plantar batatas mas sugeriu que a escrita, por mais que afunde no rego ou no buraco, nunca há-de encontrar a raiz quadrada das ditas batatas. Como quem diz, «façam alguma coisa de útil nesta vida!», «deixem-se de lérias!», «vai trabalhar, malandro!»
Meu caro Emidio, se não fosse o receio genuíno de que te zangues comigo e escondas de mim, no próximo convívio Sameiro 2010, a famigerada garrafa do teu famigerado bagaço, eu desconversava, com as palavras da saudosa avó do meu Tiago: «está bem, está certo e o burro quando morre, morre com o cu aberto».

Não esperavas, de certo, meu caro Dr Luis, ser recebido neste blog de ex-seminaristas e ex-frades, ao som de brejeiros e atrevidos ditados populares. É a vida!
Mas olha que eu faço isto mesmo de propósito. E não é para "desempastelar" o blog. É, isso sim, para que quem me lê saiba que estou a falar de uma realidade tão verdadeira que até cheira mal.
Indo directamente à tua crítica acutilante aos meus «papas», esclareço que não pretendi comparar duas pessoas e respectivas funções dentro das instituições que lideram mas tão somente estabelecer a diferença entre as suas filosofias e doutrinas.
Dizes bem, e é a verdade da História, que os «dalai lama» foram sempre um exemplo de pacifismo. E eu acrescento: e exemplo de passividade.
Contrariamente, os cristãos (e lá volto eu à avó do Tiago, pelos piores motivos)fartaram-se de chafurdar na "merda" das guerras religiosas, da intolerância, da inquisição.
Também é a História.
Mas agora repara no "mundo" que resultou da aventura de vida de cada um dos grupos.
Seria fastidioso e perfeitamente redundante estar aqui a elencar os feitos de um grupo e de outro. Por isso digo-te apenas o seguinte: se recebi a tua mensagem na minha caixa de correio electrónico e te respondo aqui no blog dos aaacarmelitas é porque aqueles activíssimos chafurdantes "cristãos ocidentais" tiveram o bom senso de olhar tanto para dentro de si como para quem estava ao seu lado, para o atacar ou para o amar.
E assim, nesta vida terra-a-terra, de intolerâncias e amores, inventaram e construíram o avião em que viaja para todo o mundo o sr Dalai Lama.
Falas-me na “realidade” factual ou ilusória (subjectiva) dos peões no tabuleiro do xadrez -um exemplo bem ao jeito de quem decidiu sentar-se e entreter-se em jogos de pensamentos. Eu falo-te da nossa palavra e da nossa imagem que já circula à velocidade da luz e das naves que já foram lançadas em direcção às estrelas.
E, para terminar, vou reproduzir aqui para o blog a introdução ao texto que enviei para ti e para os outros amigos, com o sub-título: «Uma pequena grande diferença»
«Desafio-vos a olhar bem dentro de vós mesmos e descobrir de onde brota, realmente, a felicidade, grande ou pequena, que bate à vossa porta».

09 maio, 2010 08:26  
Anonymous O Pimpão said...

Oh esfomeados da pinga, que vos ardeu lá no fundo da garganta, no Sameiro em 2009, pensáveis que o néctar ardente que sorvestes, houvesse nascido nos montes lá de trás? Tirai o cavalinho da chuva... nada como levar gato por lebre... para gáudio de quem, mesmo inocentemente, provocou a diversão.... E esta hein ?!

09 maio, 2010 12:19  
Anonymous Anónimo said...

Malandros!!!!!!!

O Emídio também não se descartou, malandro e meio...
Pois claro, já estavam bem bebidos e qualquer zurrapa se assemelhava à bagaçeira bem destilada do nosso caro Emídio.
Oh Neiva, tens de saber quem foi o malandro que te enfiou essa mijeira brava, por um distinto bagaço das bordas de lá de trás-os-montes.
Certamente nem vais saber, já que reparo que ando por aqui bons malandros.

E esta heinnnnnnnnnnn......

09 maio, 2010 13:15  
Anonymous Mário Neiva said...

Aí é que tu te enganas, caro anónimo! Eu nem a provei! Estou fartinho de contar que o meu irmão Agostinho é que disse que a tal "mijeira" era boa pra caraças. E era fabrico próprio do Emidio. Desde que ouvi a narrativa fiquei com água na boca, mas é só isso. Neste momento, sou apenas um peregrino do Sameiro 2010, a viver da fé e da esperança de que se repita o milagre. Não irei a pé, muito menos de joelhos, pra cumprir a promessa de beber o tal bagaço. E se tal graça me for concedida, talvez tenha que vir de rastos até Balugães...

09 maio, 2010 14:31  
Anonymous Anónimo said...

Oh Pimpão e que é que a gente leva desta vida?
Não são uns bons petiscos, umas boas pingas, uns bons amigos e mais não disse, porque aqui não é sítio para mais considerandos, porém subentende-se!
Leva lá outra, em Julho pfº, para o Sameiro da tal mijeira barva, a ver se consegues pôr o Neiva a dançar o solidó, com uma perna só!...

09 maio, 2010 14:57  
Anonymous Emídio Januário said...

Ói pimpões & Cº.

Podeis falar mal ou bem do meu bagaço, que eu estou-me nitidamente marimbando-me para o que dizeis.

De 3 coisas tenho a certeza:

!ª: Fui eu que produzi e cultivei as uvas, extraí o vinho, e destilei o bagaço donde saíu a aguardente.E depois deixei-o envelhecer num pipo de carvalho.

2º: A minha zona, onde tenho as propriedades, (concelho de Vila Flor), é considerada terra de bom vinho e azeite.

3ª: Nunca ninguém me falou mal da qualidade daquela aguardente, que, como já disse, não bebo porque o doutor (aquele estupor) não me deixa beber mais.

Por isso, dia 3 de julho lá estará no Sameiro.

E como não sou ambicioso, até sugiro que se faça um concurso! Quem tiver, que leve,e os entendidos que digam de sua justiça.

E o Neiva que não se preocupe, que não vai de gatas para Balugães. Alguém o levará.

EJ

09 maio, 2010 18:09  
Anonymous Rosalino Duraes said...

Se o Mario com o bagaço do Emidio de trás os montes, dançar o vira do minho, eu saltrei com ele, até romper os sapatos, nem que seja descalço.

Estou a divertir-me com todos, porque brincar também é viver.

09 maio, 2010 20:48  
Anonymous EL CANTANTE said...

Viva o Benfica!...Viva!...
Desculpem os adversários, mas desta vez tinha de ser do Benfica, pois o jejum já era fastidioso. Não te chateis Neiva, para o ano há mais!
Oh Rosalino, vais dançar muito, depois de entornares umas copadas daquele que dá vida aos mortos e alegria aos vivos.
Levem as violas e violões e vão ver como se toca e dança até romper os tacões.

09 maio, 2010 21:47  
Anonymous Mário Neiva said...

SER OU NÃO SER - EIS A QUESTÂO

«...Mas por favor considerem-me anónimo, pois é no reconhecimento da inexistência intrínseca da minha identidade que, ao contrário de fugir, encontro a realidade tal como ela é».

Meu caro Luis, não podia estar mais de acordo com esta "observação" acerca da tua identidade. É certo que não dizes nada de novo, pois há muitos anos Shakespeare tinha dito o mesmo por outras palavras.
Se reparares bem, estás a justificar a minha ideia expressa em «A Voz Que o Monge Escuta», que abre esta 3ª geração de desabafos.
De facto, nós estamos como que suspensos entre o «ser» e o «não ser», entre o anonimato e a revelação da identidade, até que alguém nos dê um nome, com o qual nos vamos identificando e enchendo de "conteúdo", em cada dia que vivemos e nos vamos "criando".
Se nos abstrairmos desta realidade essencial, quando tentarmos olhar para dentro de nós acabamos por descobrir uma entidade volátil, quase inexistente ou sem sentido, com a qual nos recusámos identificar. E aí, entramos em negação, como tu o fazes na citação que transcrevi.
Os «dalai lama» seguem o mesmo caminho.

Parece-me verdadeiro que estamos permanentemente à beira do abismo, mas só alguém em desequilíbrio dá o passo em frente. Porque o simples bom senso, num humano inteligente e senhor de uma dose normal de justo equilíbrio, consciente ou inconscientemente é avisado de que não somos nem oito nem oitenta.
Sem nos apercebermos, no conjunto da nossa Humanidade vamos dando um passo depois do outro, caminhando à beira do precipício e com a mesma exactidão e segurança com que a Terra gira em torno do seu eixo e num ano dá a volta ao sol sem se desviar da sua órbita.
Diferentemente da Terra, não fazemos, na solidão, o caminho do espaço sideral. Demos um nome uns aos outros, apenas um nome, mas suficiente par nos arrancar da existência anónima ou, se quiseres, mas muito menos verdadeiro, de uma «identidade inexistente». Porquê muito menos verdadeiro? Porque cada átomo que sustenta o "nome" que eu sou também tem os seus inalienáveis direitos de "cidadania". Humildemente, reconheçamos que até um calhau tem direito a ser o que é. O simples facto de não ter voz como nós não justifica que lhe neguemos a existência.
E depois, pensando bem, o monumento que nós somos é o resultado de uma infinidade de pequenos calhaus interagindo e organizando-se para nos dar um princípio de identidade, receber e dar o baptismo para iniciar, cada um, a sua própria aventura...
Se nos pusermos a olhar para trás, para a nossa própria história individualizada, para o nosso interior mais interior, somos bem capazes de descobrir, atónitos, nada mais que um "insignificante" aglomerado de pequenissimos calhaus.
Uma tal descoberta tão pouco animadora deveria ser suficiente para, em alternativa, olharmos à nossa volta e em frente.
Até porque, como setenciava a bisavó dos meus netos, «para trás mija a burra».
Quem disse que a filosofia é dos catedráticos?

10 maio, 2010 10:53  
Anonymous Anónimo said...

Quando falo de "inexistência intrínseca da minha identidade", o ênfase está mal posto: o que não ela não tem é existência intrínseca. Ou seja, a minha identidade existe, mas não intrinsecamente. Existe convencionalmente, portanto. Depende de um ponto de vista, no caso, o humano (seu e meu).

"Porque o simples bom senso, num humano inteligente e senhor de uma dose normal de justo equilíbrio, consciente ou inconscientemente é avisado de que não somos nem oito nem oitenta."

Nem mais. Isso é perfeito. No budismo, isso é o "Caminho do Meio". Nem niilismo, nem eternalismo. O Mário julga-me mais para o 8... eu julgo-o mais para o 80... mas olhe, se calhar, estou mais aí para o 70... por isso falo tanto do 8.

Note: agora sou *convencionalmente* "Anónimo", só para chatear. Eh eh.

10 maio, 2010 13:40  
Anonymous Mário Neiva said...

«... a minha identidade existe, mas não intrinsecamente. Existe convencionalmente, portanto. Depende de um ponto de vista, no caso, o humano (seu e meu)».

Estamos tão perto e tão longe, Luis! É a tal «pequena grande diferença» entre o cristianismo e o budismo. Nem tu és budista nem eu sou cristão, mas a nossa alma apaixonou-se pela sua «dama». O meu cristianismo diz-me que quem me dá o nome, dá-me a vida e eu retribuo dando o nome e a vida, num baptismo que nos mergulha no mais profundo e delicioso mistério da nossa existência: o amor e a amizade em consciência.
Diz-me, Luis, se puderes e quiseres, esparramando o teu pensamento neste espaço público do nosso blog, o que te oferece o budismo? Pelo que conheço e te ouvi até agora, só vejo que aponta no sentido do nosso interior individual, onde, simultaneamente, nos encontramos e nos diluímos. Ou "perdemos"!
Mal por mal, eu prefiro encontra-me e "perder-me" nos braços do meu amor e na alegria do convívio com o meu amigo, sabendo que lhes dou o nome e a vida e eles mos dão a mim.
Parece que não tenho remédio, Luis. Sou um apaixonado do «personalismo cristão». Mas que hei-de eu fazer, se desde pequenino me falaram de amor? E como poderia eu negar a felicidade que emana do amor e da amizade, que chegam a fazer-me esquecer o silêncio abissal da morte?!
Se me demonstrares que existe algo mais extraordinário e empolgante que dar a vida e o nome e recebê-los como dádiva inesperada, diz-me, que irei contigo a esse paraíso.

10 maio, 2010 15:35  
Anonymous Anónimo said...

Amigo Jorge, como tu me compreendes, pois certamente, ou calculas, a injustiça que se abateu sobre mim!
Eu nunca dei muito nas vistas,lá pelo seminário, porque não era craque em nada.Entreguei-me sempre á oração, procurando a par disso, ser um aluno bom, mas a minha capacidade só dava para ser discípulo mediano. Fui pegado de ponta, como diz o povo, por um tirano qualquer que me tolheu aqueles anos de adolescência.
Quanto mais rezava, menos os santos me ouviam e ficava com a sensação que mais castigos sofria.
Acabei por ser expulso, sem saber ainda porquê! Calhou-me a sorte de um trabalho duro, a partir pedra e chegar calhaus para os pedreiros, quando regressei a casa de meus país.
Calejei as mãos e ganhei caparro e muitas vezes pensei em dar quatro solhas naquele malandro que tanto mal me fez. Bem as merecia!...Cristo levou-as e não fez mal a ninguém.
Como não era a melhor solução la fui levando a cruz ao calvário, até conseguir depois da tropa, encontrar um serviço num restaurante e ganhar uns tostões, para prosseguir os meus estudos.
O que eu queria mesmo era ser frade, ainda que fosse para pregar a meia dúzia de beatas, como aqui já foi dito.Infelizmente não consegui...

10 maio, 2010 18:28  
Anonymous Miki (1947) said...

Sobre o budismo I

Budismo é a arte, técnica, ciência da extinção do sofrimento.

Não é religião, não é filosofia, não é explicação tranquilizadora.

Buda, utilizando-se de conceitos já conhecidos na sua época, viu que a fonte do sofrimento humano é o EU individual que os homens criam e mantém ao longo da sua vida.

A sua mensagem tornou-se revolucionária porque, diferentemente do que pregavam os brámanes hinduístas que defendiam um sistema de castas imobilizador da sociedade, a extinção do sofrimento passou a ser acessível para qualquer ser, independentemente da sua origem.

As crianças nascem livres de um EU sofredor que se vai formando ao longo da sua educação, quase como reflexos condicionados socialmente impostos e que se cristaliza na adolescência.

Esse EU procura diferenciar-se e considera-se algo dotado de características especiais e converte-se em repositório de todos os sofrimentos. Ele que originalmente não existia é que domina as vidas, e acabará por se extinguir com a morte inevitável. Sofre com a aniquilação anunciada no futuro. Mas deveria também sofrer com o nada de onde veio.

A manutenção do eu ocorre pelo apego. Ele reconhece o mundo pela memória que está constantemente a ser exercitada. Ele mantém-se pelo desejo que é a afirmação do apego cuja manifestação se exerce pelas palavras, que é a moeda corrente do EU, e pelo diálogo interior, um fogo que nunca se extingue.

Esse discurso interno calcado em palavras é a forma da existência do EU, uma existência ilusória, já que as palavras são abstrações que não substituem os fenomenos que representam. Uma rosa não é uma rosa, não é uma rosa, não é uma rosa é uma afirmação desafiadora! Mas a outra, de Gertrude Stein também o é: uma rosa, é uma rosa, é uma rosa... É a mesma coisa.

Antes de continuar queria dizer que o meu interesse pelas religiões visa percebe-las enquanto fenómeno social e o modo como elas satisfazem as necessidades das pessoas individualmente e o seu papel enquanto instituição, que é modo como elas fabricam a ideologia para manter o corpo social unido e a funcionar a partir da influência de autoridade social que elas têm.

E o budismo é uma das religiões(!) mais simpáticas. O seu objectivo são as pessoas e seu efeito de autoridade é pequeno. Nunca se viu um país fazer uma guerra empunhando a bandeira das causas budistas, ao contrário das outras religiões modernas, autoritárias, punitivas, coercitivas, inquisitivas. Assim o seu efeito de “cimento” social não é muito grande. Espalhou-se inicialmente pela Ásia, mas depois sofreu forte competição das outras religiões mais dinâmicas socialmente.

Então, as minhas reflexões sobre o budismo são inteiramente pessoais. Faço-as para organizar os meus pensamentos. Posso estar completamente equivocado, e continuarei enquanto achar que há sentido no que penso.

10 maio, 2010 23:45  
Anonymous Miki (1947) said...

Sobre o Budismo II

Retomando, o EU e o seu monólogo interior é a memória do sofrimento. É o próprio sofrimento. As palavras que usa para se manter, constituem-se em preconceitos. Palavras são símbolos, sinais, que formam uma imagem-pensamento-sentimento que remetem para a experiência prévia do indivíduo. Logo, estão carregadas de preconceitos. Esse tipo de relacionamento com o mundo externo impede a apreensão do real, no momento em que está a acontecer. Lidamos com o presente a partir da memória do passado e das nossas expectativas quanto ao futuro. Os nossos sentidos apreendem mensagens deformadas da realidade, e essa é a fonte de muito sofrimento.

Não quero rechear esses pensamentos com citações enfadonhas, mas cabe uma, neste momento. Um soberbo pensador do século 19, K. Marx, ilustrou esses sentidos diferentes que as palavras podem ter com o famoso exemplo da palavra “algodão”. Para um negro trabalhador das fazendas, algodão significa trabalho, suor, chibata. Para uma enfermeira, o significado é outro. Para uma costureira, outro. Para um corrector da Bolsa de Chicago, o sentido é completamente diferente. Então qual o sentido real? Evidentemente depende da experiência prévia do indivíduo, advinda da sua prática cotidiana.

A proposta desafiadora de Buda é: se o eu é a origem do sofrimento, o remédio consiste em eliminar essa fonte. O seu método é simplesmente deixar-se estar em meditação, uma postura perfeita e o controle dos sentidos e do pensamento. A sua prática é contínua. O seu objetivo é esvaziar a mente, colocando-se à disposição do real que se manifesta em cada momento. A obtenção dos resultados não é garantida. Quem já tentou meditar sabe como é difícil. Um segundo só de paz verdadeira é estímulo para continuar.

Buda não deixou uma única palavra escrita, o seu ensinamento foi demonstrado ao vivo, com o seu próprio corpo, nos 80 anos de vida. Os seus discípulos transcreveram algumas de suas palavras. Os seus discursos são simples e objectivos e encantam-nos. Podem ser encontrados em diversos livros traduzidos.

Há preceitos e princípios, mas o fundamental é a prática meditativa, como ele mesmo, Buda, fez após o período de ascese(como o Jorge Dias, tanto gosta de referir). Posição de lótus, ou semilótus, isso não tem muita importância. Controle dos sentidos, atenção ao momento presente, deixar os pensamentos fluírem como nuvens que viajam no céu, sem alimenta-los nos seus desdobramentos; eles simplesmente passam.

Buda não dá grandes explicações sobre as técnicas de meditação. O budismo primitivo difundiu-se pela Ásia, tendo sido assimilado em fusão com as culturas pré-existentes, assumindo diferentes variantes.

Na China, o budismo e o taoísmo em conjunto foram capazes de gerar o Zen-budismo, extraordinária escola, essa sim, com muitas explicações sobre as técnicas meditativas. O Zen, posteriormente migrou para o Japão, impulsionando a cultura japonesa nos seus aspectos admiráveis que ainda existem.

Na China, há também a escola da Doutrina Flor de Ouro, em que os elementos taoístas e alquímicos estão mais presentes.

No Tibet, o budismo teve desdobramentos próprios, com ênfase na transmigração e num sistema hierárquico de lamas, cimento social quebrado a marretadas pelo estado chinês na década de cinquenta.

Cheguei ao ponto que queria.Espero!

10 maio, 2010 23:46  
Blogger jorge dias said...

Há uma transversalidade nesta festa que me empolga, gratifica e faz deste espaço algo de sublime,personalizado, porque de gente, contagiante! Desculparão os mais efusivos que saúde o anónimo que nesta festa, nela querendo entrar, o faz a custo tentando fazer a catarse da adolescência, de há mais de quarenta anos, e que ainda carrega solitário em sua pessoa!

Vem amigo, vem anónimo, vem à festa da palavra que de feição está o vento. Tens razão, mas mais terás na libertação. Todos te receberemos com braços abertos porque todos ensaiamos idêntica libertação. Para a hipótese de algum e-mail aqui fica o meu contacto: jorge23dias@hotmail.com.
Com a festa da palavra me congratulo e nela celebro a vida.

11 maio, 2010 00:25  
Blogger Luis said...

(I)

Miki, apreciei muito o seu resumo. Eu intitulo-me budista por simplificação, e muitas vezes discordo deste budismo, ou daquele budismo (há muita superstição e eu não sou absolutamente nada místico), e ainda assim acho-me budista. Se não for (quem o poderá dizer?!) também não tem mal, sou o que sou. Mas tomo por bom basicamente tudo o que me lembro que vem no "Evangelho Segundo Buda", de Paul Carus (para quem tiver interesse de ir ver). Por exemplo, a inexistência da alma.

Pede o Mário que afirme aqui no blog o que me oferece o budismo. Para mim, o budismo é um passo importante na descoberta da Verdade. Eu explico-me.

É das coisas que mais me interessa, conhecer o Mundo. Saber como ele é, como funciona, desvendar os seus mistérios - que são os nossos mistérios, afinal. O budismo realça o aspecto de que a nossa maneira de olhar para as coisas é preconceituosa, ou seja, é pré-programada biologicamente, condicionada socialmente. E talvez haja uma maneira melhor de o fazer, mais correcta, mais conforme à Realidade. Todos os conceitos são formações mentais. São úteis, utilíssimos. Permitem-nos analisar, compreender, modelizar o Mundo, e realizar as acções que nos permitem viver. Mas não são reais: são simplificações, modelos. Destinados a servir propósitos humanos. Mas o Universo já não é antropocêntrico.Há que olhar o Mundo pelos olhos de um humano, pelos de um cão, de uma bactéria. Há que olhar o Mundo com olhos de ver. Há tantas coisas contra-intuitivas: os objectos pesados não caem mais depressa que os leves! É preciso saber que o Tempo não passa de forma igual para todos, que é relativo. E que não é separado do Espaço. Quem o diria? Mas é a certeza científica dos nossos dias. A Matéria transforma-se em Energia, e vice-versa. Afinal que olhos são os nossos?!

O Mário adora jogar a ser humano. É um jogo fantástico, de facto. Mas eu, que também gosto, procuro espreitar para fora do tabuleiro (alguns dirão que alienadamente - todos?!). Porquê? Quando vemos alguém jogar um jogo e (em geral quando as coisas lhe correm menos bem) ficar muito nervoso, muito irritado, ter mau perder, deixar de apreciar o jogo e zangar-se com os amigos, percebemos que é porque está a viver o jogo de uma forma pouco saudável. E sentimos desprezo, ou pena. Achamos que a pessoa tem um comportamento infantil, porque não soube enquadrar devidamente o que se estava a passar. Acredito que o budismo permite alcançar um visão semelhante relativamente à própria vida: visão correcta e reconhecimento da realidade tal qual ela é, e consequente moderação e adequação da nossa acção. O ponto de equilíbrio que nos permite apreciar o jogo: nem é mergulhar nele de cabeça (80), nem pensar que ele é falso (8).

11 maio, 2010 01:20  
Blogger Luis said...

(II)

Discutir estas questões - que envolvem quebrar os conceitos mais elementares que usamos para lidar com o Mundo - usando palavras é por vezes difícil: as palavras desempenham, na grande ilusão das ideias convencionais, o papel de coelho e de cartola. Por isso, sobretudo no Zen, procura-se uma abordagem de transmissão do conhecimento alternativa. "Nunca dizer de forma óbvia" é a lei, e o paradoxo a principal ferramenta para destruir o palco tão solidamente montado nas nossas mentes convencionais. Deixo-vos dois exemplos um para reflectir, e outro para vos divertir (envolve monges!)... moderação... moderação...



Quando curiosamente te perguntarem, buscando saber o que é Aquilo,
Não deves afirmar ou negar nada.
Pois o que quer que seja afirmado não é a verdade,
E o que quer que seja negado não é verdadeiro.
Como alguém poderá dizer com certeza o que Aquilo possa ser
Enquanto por si mesmo não tiver compreendido plenamente o que É?
E, após tê-lo compreendido, que palavra deve ser enviada de uma Região
Onde a carruagem da palavra não encontra uma trilha por onde possa seguir?
Portanto, aos seus questionamentos oferece-lhes apenas o silêncio,
Silêncio - e um dedo apontando o Caminho.



A ESTRADA ENLAMEADA

Tanzan e Ekido caminhavam juntos numa estrada enlameada. Caía ainda uma chuva forte. Junto a um cruzamento da estrada, encontraram uma bela rapariga que não o conseguia atravessar, porque não queria sujar o belo kimono de seda que trazia.
- Anda rapariga, disse Tanzan imediatamente. E, carregando-a nos seus braços, atravessou-a para o outro lado da zona mais enlameada.
A partir daí, Ekido ficou calado todo o caminho até que, à noite, chegaram ao templo onde ficariam a pernoitar. Aí, já não se conseguiu conter e disse a Tanzan:
- Nós os monges não nos aproximamos de mulheres. Especialmente se são jovens e bonitas. É perigoso. Porque fizeste aquilo?
- Eu deixei lá a rapariga, disse Tanzan. Tu ainda estás a carregá-la?

11 maio, 2010 01:20  
Anonymous EL CANTANTE said...

Pudera, se a rapariga era linda e boa, até eu que sou maneta lhe deitava a luva (brincadeira, como é óbvio).
São histórias levadas do arco da velha e do imaginário das vossas leituras que fazem dos livros de terceiros que até podem ser de uma beleza soberba, mas segundo as vivências e os pensamento deles. Nem sabemos se muitas dessas interpretações foram tão pouco experimentadas. Na realidade meus caros, cá neste mundo,no outro não sei, temos que marchar ao sabor da música que nos tocam. Podemos ter ideias, isso sim,sobre as mais diversas, idiologias religiões, seitas , etc.,mas põ-las em prática no nosso quotidiano, é dificílimo! Pode até ser muito bonito e comovente retratar belos textos escritos por gente carismática que sabia jogar com as palavras, mas efectivamente, pouco, ou nada disso se assemelha à realidade dos nossos dias. Quem disser o contrário, está a faltar à verdade. Bem vos vejo todos repastelados nas vossas poltronas a mandar umas lérias, cá para o terreiro, mas saltar para o terreno e pegar os touros pelos cornos, só mesmo os forcados que são talhados para isso..
Todos nos apoderamos de um comodismo abismal e quanto mais bem instalados estivermos, mais importantes nos julgamos, mas meus amigos, não passamos disso. Pensamos que somos aquilo que nunca chegaremos a ser. Vamos caminhando, para aprender.

11 maio, 2010 09:22  
Anonymous Mário Neiva said...

Miki, já estava com saudades tuas. Fizeste um re-aparecimento extraordinário e oportuníssimo. Resumiste a "filosofia" do budismo e agora já todos ficaram a conhecer o que significa ter «alma de budista».

Quando as mãos, tangendo as teclas, desenham os traços do espírito de quem escreve, é quando a alma sai da sua meditação genuinamente solitária para se encontrar com quem lê, num coro fantástico a muitas vozes.
E esta é, para mim, a verdadeira festa da vida.
A meditação do monge budista é a ante-câmera da festa e não a festa em si mesma. E a festa não é o «amor compassivo» do budismo porque acaba por ser, de facto, mesmo muito mais «passivo» do que «com»panheiro.
O cristianismo não se confina à «simpatia» nem à «empatia» de dois mundos pessoais que nunca chegam a «conviver». O meu cristianismo propõe a «comunhão», as «núpcias», a «paixão». Resume tudo isto na magia de uma palavra que derrete o coração do ser humano: AMOR
E ao que de mais belo pôde pensar, sentir, imaginar e desejar chamou DEUS-AMOR.

Ao Miki e ao Luis eu faço uma pergunta: depois de conseguirem o vosso desiderato de neutralização do sofrimento, pela anulação completa do «eu», têm a certeza de que conseguiram entrar no «céu«?
Faço a pergunta com toda a seriedade de que sou capaz, porque nem me passa pela cabeça a ideia de uma eternidade sem a presença dos meus amores.
E se assim tivesse de ser eu gritaria: NÃO A QUERO!

Aos nossos aacarmelitas foram, claramente,, colocadas em cima da mesa duas opções: a via da «meditação» e a via do «amor». Creio que já ficaram claras as “exigências” de cada percurso. Haverá outra via? Há, sim senhor, pelo menos mais uma, que é estar-se marimbando para uma e outra e para tudo isto. Um pouco ao jeito do que dizia o meu caro Emídio: «Assentem o rabinho num e venham mas é trabalhar, malandros».
Não tens razão nenhuma no que pensas (se é assim que pensas). Foram necessárias muitas horas de meditação intensa e muito amor aos companheiros de viagem para que pudesses montar o tractor, que generosamente vai contigo levar o pão à mesa dos teus netinhos.
E com isto quero dizer que o budismo e o cristianismo acabam por ser as duas faces da mesma moeda. A humanidade precisa de ambos como do pão para a boca. O alerta que abre esta 3ª geração de «desabafos» é sobre os monges carmelitas ou beneditinos e outros, que iam-se ficando pela meditação-budista, renegando, na prática, um cristianismo que já quase só lhes enchia a barriga de abade…

11 maio, 2010 10:17  
Anonymous Mário Neiva said...

Queixoso, triste e inconsolável, o último anónimo a intervir contava que não o deixaram realizar o seu sonho de ser frade. Com o mesmo coração aberto com que nos contaste o teu desgosto, poderás dizer-nos, mais ou menos, que espécie de monge gostavas de ter sido.
Eu também queria ser padre. Muito mais padre que monge, porque eu nem sabia bem distinguir uma coisa da outra, a não ser pelo facto de que uns seriam sacerdortes e outros apenas «irmãos».
Saí pelo próprio pé, renunciando ao sonho de uma infancia e de uma juventude. Até pode ser que um dia «tente explicar» porque saí. Mas posso-te adiantar, caro companheiro, que trouxe de lá um coração cheio de vontade de amar tudo e todos. Mas como somos tremendamente pequenos e limitados, comecei por amar perdidamente a «minha mulher», que veio a ser a mãe de quatro dos meus amores.
Escrevendo a minha vida a direito, por linhas que pareciam todas tortas, realizei da forma mais inesperada e maravilhosa o sonho que sempre acalentei no peito: ser padre.
Não comeces a franzir as sobrancelhas. A minha avó Ana Rosa não rezava o «Pai-Nosso». Rezava «padre-nossos».
Agora podes arregalar os olhos, porque vou dizer-te que a chamada «paternidade espiritual» não chega nem aos calcanhares da paternidade que dá a vida e a dá em toda a dimensão de que o ser humano é capaz.
Não estou a desmerecer a outra mas tão somente a repôr a «escala de valores».
Uma e outra são meritórias mas a que nos empenha de corpo e alma introduz-nos na plenitude da condição humana e por isso mesmo só ela garante o seu futuro.
Sem corpo a Humanidade não tem futuro. É assim tão dificil de entender?

Meu caro anónimo, se és pai e avô, consola-te do teu sonho de juventude frustrado, ciente de que se alguém te quis prejudicar, apenas conseguiu que realizasses a mais profunda das paternidades.
Só compreendo que lamentes o teu passado, se o presente estiver a ser pesado para ti.
Vem até ao Sameiro 2010, diz-me quem és, que eu vou levar-te num abraço, um pouco do sonho que sonhaste.

11 maio, 2010 10:25  
Anonymous Anónimo said...

Pois aí é que está a questão, caro Neiva. Aquele, chega rebos (calhaus) de outrora, tornou-se num empresário de sucesso, a fazer obras de todo o tipo.
Hoje tenho centenas de funcionários ao serviço da minha empresa. Materialmente tenho para dar e vender, felizmente.
O que eu queria mesmo , era ter sido frade!
Quanto ao Sameiro, nem lá ponho os pés, ainda aparece por lá um daqueles frades fedorentos e nem os quero ver, como deves calcular.
Retribuo por aqui o teu abraço.

11 maio, 2010 12:54  
Blogger Luis said...

Anónimo, tem mesmo a certeza de que não foi monge?... veja lá bem...

Uma vez, Tetsugen (1630 – 1682), um seguidor do Zen no Japão, resolveu publicar os sutras sobre a vida de Buda, em japonês. Naquele tempo, os sutras só estavam disponíveis em chinês. Traduzir e publicar esse trabalho em japonês seria, então, um projecto de grande significado, cujo valor seria aplaudido em todos os lugares.
Os livros seriam impressos com blocos de madeira, em uma edição de sete mil cópias, um empreendimento tremendo.
TetsuGen começou a viajar e recolher donativos para esse fim. Uns poucos simpatizantes lhe deram uma centena de peças de ouro, mas, na maioria das vezes ele recebia apenas umas poucas moedas. Ele agradecia a cada doador com o mesmo reconhecimento. Por fim após dez longos anos pedindo esmola aqui e ali, Tetsugen conseguiu o dinheiro para sua tarefa.
Aconteceu que, naquele mesmo tempo, o rio Uji transbordou. E, por consequência, houve escassez de alimento. Tetsugen pegou no dinheiro que havia conseguido para publicar os livros e o usou para salvar os aldeões ribeirinhos da fome e da morte.
Então começou outra vez a pedir dinheiro para produzir os sutras.
Demorou sete anos até que Tetsugen conseguisse o dinheiro para iniciar a tarefa. Mas, assim que o conseguiu, uma epidemia espalhou-se pelo país. Desta vez, Tetsugen gastou o dinheiro que havia juntado para ajudar os doentes.
Após mais vinte anos a pedir dinheiro, por fim conseguiu publicar os sutras em japonês.
Os blocos de madeira que produziram a primeira edição dos sutras ainda podem ser vistos no mosteiro de Obaku, em Kyoto. Mas, hoje em dia, os japoneses contam aos seus filhos que Tetsugen fez três conjuntos de sutras e que os dois primeiros conjuntos, invisíveis, superaram mesmo o último.

11 maio, 2010 13:48  
Anonymous Anónimo said...

Nem fui Monge, nem rato de sacristia! O que eu quis ser mesmo, era frade! Agora certamente já não vou a tempo, porque os calcantes, já não estão em condições de ir por esse mundo fora,pregar e converter os pecadores, como eu...

11 maio, 2010 16:11  
Anonymous Mário Neiva said...

Meu caro anónimo, pela tua reacção parece-me que o País ganhou um grande empresário e a Ordem livrou-se de um fraco frade... Se assim não fosse, imitavas o S.Nuno Alvares Pereira, que na tua idade ou em mais avançada idade, deixou as suas «empresas» e fez-se frade, indo para a porta do convento, acabando os seus dias a distribuir generosamente os bastos rendimentos.
E como agora se canoniza um piedoso crente "em três tempos", quem sabe se, além de frade, ainda acabas santo (ex)empresário. Alguém terá de ser o primeiro!
E depois, meu caro anónimo, já ninguém vai por «esse mundo fora» prégar e converter pecadores, que já não se usa, sendo certo, também, que a vocação específica dos frades carmelitas não é a pregação «pelo mundo fora» mas a vida conventual, como fez, precisamente, S.Nuno.
Acerta os teus sentimentos como acertaste na tua empresa e vais ver que ainda te sobe a saudade do grão-de-bico com toucinho alto de arrepiar os cabelos e das retretes cheias de «graffiti», verdadeiros «picassos» de alguém que se esquecera de comprar papel higiénico...

11 maio, 2010 18:38  
Anonymous Anónimo said...

Portanto, sendo assim, o melhor é ficar como estou, para não ficar com barriga de abade, já que não posso ir converter, os ex-aaacarmelitas que descambaram e esqueçeram DEUS e SANTA MARIA.

11 maio, 2010 19:56  
Anonymous Anónimo said...

Já podes tirar a carapuça da cabeça. O teatro acabou. Que falta de subtileza! E não te esqueças de mandar para o fundo de desemprego as centenas de empregados recrutados por uma cabeça falha de imaginação.

11 maio, 2010 20:27  
Anonymous Anónimo said...

Nem pensar, os meus colaboradores, são a minha família! Quando eles forem para o desemprego , eu vou à frente, para dar o exemplo.
Sou do tempo do Salazar, mas subi a pulso e reparto com todos os meus funcionários os lucros das empresas.É legítimo duvidares, estás no teu direito, mas isso também pouco importa , para o caso!
Não consegui ganhar barriga e ficar á sombra da bananeira a beber água de côco.
Falta de imaginação deves ter tu, por pensares que ando no mundo para marginalizar o próximo e principalmente aqueles que fizeram crescer o meu património.
Deves ser daqueles que só contratas colaboradores a termo certo, para em qualquer altura lhe dares um pontapé no rabo.
Não uso carapuça, mas chapéu de aba larga,para quando for preciso amarrar na pá e picareta e me protger do Sol, porque não renego as origens.
Pensas que já não existem pessoas melhores do que tu, para amar o seu semelhante?
Cresce e aparece, miúdo...

11 maio, 2010 21:23  
Anonymous Miki (1947) said...

VAMOS PENSAR UM POUCO?... I

“Antes de continuar queria dizer que o meu interesse pelas religiões visa percebe-las enquanto fenómeno social e o modo como elas satisfazem as necessidades das pessoas individualmente”
Miki (1947)

“Ao Miki e ao Luis eu faço uma pergunta: depois de conseguirem o vosso desiderato de neutralização do sofrimento, pela anulação completa do «eu», têm a certeza de que conseguiram entrar no «céu«?
Faço a pergunta com toda a seriedade de que sou capaz, porque nem me passa pela cabeça a ideia de uma eternidade sem a presença dos meus amores.
E se assim tivesse de ser eu gritaria: NÃO A QUERO!”
Mário Neiva




Quando falamos de amor, será que sabemos o que dizemos?

Amor é uma expressão e um anseio muito comum que pode ser entendido como estado de sintonia e profunda boa vontade com alguém em especial ou com os seres em geral. Este estado gera alegria e bom ânimo. Desta forma surge a preocupação com o bem estar do outro e o desejo de cuidar. Há um trecho de uma música que trago nos ouvidos que diz assim: “quando a gente ama é claro que a gente cuida”. Bem, no budismo fala-se em amorosidade sensível, isto é ilimitada, não excluindo nenhum ser que sente o nosso “desejo de cuidar”.

Podem dar a este estado de ânimo um nome qualquer, mas a preocupação não se refere a nomenclaturas, mas sim a qualidade da relação entre os seres. Dizia W. Shakespeare “se mudarmos o nome da rosa, o seu perfume permanece o mesmo”, esta frase é digna de um mestre budista. Vamos examinar a questão e verificar quais os conceitos que estão embutidos no sentimento de amorosidade. O primeiro deles é a empatia.

Mas o que seria esta empatia?
Empatia é um sentimento de proximidade ou sintonia. É o ver-se no outro e sentir profundamente “somos um”, cultivando intenções puras e o desejo sincero de cuidar.

Um outro conceito é o da compaixão. Ser compassivo é preocupar-se com a aflição dos seres, mas isto é diferente de piedade. Aqui não existe a figura do “piedoso”. Na compaixão todos os seres se reconhecem iguais e reconhecer esta condição gera estados de verdadeira e profunda afectividade, pois afinal “a sua dor é a minha dor”. O amor é o melhor perfume do jardim das relações humanas. Se a terra fosse um imenso jardim teríamos como opção transformarmo-nos em ervas daninhas ou flores. Poderíamos ser como flores exalando excelente perfume. Sobre este raro perfume podemos cogitar que:

11 maio, 2010 22:04  
Anonymous Miki (1947) said...

VAMOS PENSAR UM POUCO?... II


• Amar é cuidar das feridas do outro, não é feri-lo ainda mais.
• É ser empático e amoroso tocando as “demais flores” com toda delicadeza, considerando que tocá-las com ganância e raiva pode esmagá-las.
• Amar é desistir de odiar, não se comportar mais como planta espinhosa que arranha impiedosamente a quem se aproxima...

As pessoas dizem “amei, mas agora odeio”, contudo o ódio só pode matar um amor falso. Se o amor for verdadeiro a má vontade será desfeita...

O ódio nasce quando negociamos com as pessoas e nos sentimos prejudicados. Neste caso a relação era de comércio. Por isso “eu te amo” é uma frase que muitas das vezes ecoa na nossa boca e nos nossos ouvidos, mas isso nem sempre é sincero. É raro alguém saber o que diz e “dar afecto” sem exigir alguma recompensa.

Repito que no budismo procuram desenvolver empatia em favor de todos os seres sensíveis. Saber que todos os seres sentem dor e querem ser felizes pode gerar um contínuo estado de amorosidade. Existe uma passagem bíblica bastante pertinente ao assunto.

“Duas mulheres foram ao Rei Salomão, queriam que ele resolvesse uma disputa. Ambas se diziam ser a mãe de uma criança.
Ouvindo as mulheres em gritaria, o rei chamou um guarda e disse para ele partir a criança ao meio e dar metade a cada uma delas.
A primeira mulher bradou que era melhor receber metade de meu filho morto, que dá-lo vivo a alguém. A segunda mulher, disposta a renunciar disse que a criança deveria viver e poderia ser dada a outra,mesmo que jamais a pudesse ver novamente.
Ouvindo isto, o rei deu a criança a esta mulher, mandando castigar a outra.”

Amor é isto, em algumas ocasiões que envolve uma aparente perda. Há pessoas que só querem ganhar e não admitem perder, preferem ver o outro destruído que ficar sem ele, contudo, o amor verdadeiro dá asas e não algemas; cura, jamais envenena. Focar no “eu” é focar na ganância, focar no “outro” é fazer doação. Estamos tão confusos e iludidos que vivemos como se fôssemos o centro do mundo, mas nesse estado de apego, como é que nos podemos doar?

O que podemos fazer para tornar as pessoas felizes?
Eis uma boa pergunta que só pode responder cada um.Se a felicidade alheia nos torna felizes, então estamos a amar de verdade...

Cultivar amorosidade é “dar vida” a si e aos seres, cultivar a ganância e a raiva é matar-se lentamente...
Miki (1947)

11 maio, 2010 22:05  
Anonymous domingos coelho said...

Meu Caro Empresário “Anónimo”

SOBRE INVEJA E ADMIRAÇÃO

Quando alguém que não tem a sua auto-estima fortalecida,compara-se com outro, surge nele um sentimento negativo, diria até desesperador, visto que sempre haverá em alguns aspectos, pessoas melhores do que nós.Devemos compreender que cada pessoa tem o seu jeito de ser, seu ritmo de viver, um caminho a percorrer. Não estamos nesta vida para sermos melhores ou piores do que ninguém mas sim, para realizar o potencial que existe em cada um de nós. Sermos sempre melhores comparados com nós mesmos.Claro que alguém irá dizer... mas como saber se somos melhores sem um parâmetro de comparação? Não necessitamos de um padrão de comportamento com todas as características que definiriam o que é ser bem sucedido, para aí sim podermos alcança-lo? No caso concordaria, mas teria a certeza de que esta comparação com o outro para ser válida, teria de nos levar a uma aprendizagem. Comparar-se com o outro de forma sadia, é aprender com o outro e isto chama-se Admiração. Por isso dizem que no fundo de todo o sentimento de inveja, existe o sentimento de admiração, pois a inveja nada mais é do que a admiração pelo outro aliada à decepção com nós mesmo. Por isso o invejoso procura diminuir o seu objecto de admiração, pois na incapacidade de aprender com ele, ser como ele, ele simplesmente opta por destruí-lo, ficando assim, ambos no mesmo plano... pequeno... miúdo... rasteiro.
Devemos compreender que cada estrela tem o seu brilho e que cada um de nós é uma estrela como já dizia alguém para lembrar o mago AleisterCrowley.
Feliz daquele que se alegra com a alegria do outro,pois não se sente frustrado como o invejoso, que tenta roubar a alegria do outro, como os planetas roubam a
luz das estrelas. Além do que, não se resolve a tristeza consigo mesmo, “rezando” para a tristeza do outro. Não se dissipa as limitações com as limitações
do outro. Daí acreditar que devemos ser padrões de nós mesmos para podermos encontrar a alegria de sermos o que somos e saber que poderemos ser muito mais.
É como a fábula do Mestre já em idade avançada que no leito de morte, ouviu de um de seus discípulos: Mestre... tens medo da morte? E o Mestre respondeu:
Sim, tenho.... tenho medo do meu encontro com Deus... O discípulo sem entender disse: Mas Mestre, você foi um exemplo de vida... fostes sábio como Moisés...fostes
justo como Salomão... E o Mestre interrompe o discípulo e diz: Quando eu estiver frente a frente com Deus, ele não me perguntará se fui como Moisés ou
como Salomão mas sim, se eu fui eu mesmo....
Só para registo e reflexão.
P.S.: Tens que aparecer no Sameiro, eu gostaria de te dar um abraço e dizer o seguinte: Estes Frades Carmelitas não são “aquele”... entendes? E vais ver que te vais sentir uns anos mais novo.
D/C.

11 maio, 2010 23:03  
Blogger jorge dias said...

Bem vindo Bento XVI

" Ide por todo o mundo...Eu estarei sempre convosco... "

Meus caros, mas que festa vai aqui!
Não li com a atenção e a calma, entenda-se meditação, que gostaria, tão prolífera palavra neste espaço! Já não era sem tempo...
É-me em absoluto impossível comentar a globalidade. Vou pegar só em duas pequenas coisitas. A do anónimo que queria ser frade e a a interpelação do Mário sobre os porquês desse desiderato, aliás, tal como eu e o Mário, não obstante termos abdicado, e, por isso, parecendo que não somos, afinal, somos hoje mesmo frades, isto é factores, pela palavra e pela vida, de amor, portanto, irmãos (frades), e por isso fazedores de amor, independentemente do modo como o fazemos, isto é, em outros conventos. Compreenderás, caro Mário que, a este anónimo foi-lhe recusada essa possibilidade cultural e a ti e a mim não, independentemente do que em suas circunstâncias, outras influências cresceu nesta cultura e possa possa ou venha a manifestar-nos.

Bem vindo e obrigado por teres vindo, Bento XVI, reafirmar, mais uma vez, que o amor é possível, que a paz tem lugar e que a esperança de mais ser com outros, sempre nos salvará da vertigem da solidão e do isolamento e com todos nos fará felizes!

A ciência não chega aonde doi...(George Steiner, Gramáticas da Criação - Relógio d'água). Esta época de ateismo científico deixa para a posteridade uma arte pobre, fria e deshumanizada. Um mundo exclusivamente científico, sem um pingo de inquietação religiosa é um mundo mais frio, menos humano e bastante mais feio (cf Henrique Raposo, A Fé in Expresso - 24 de Abril de 2010).

12 maio, 2010 00:54  
Blogger Luis said...

Miki (1947), aqui o Luís (1971) acha que excedeu a sua quota diária de verdades. Também tem de dizer um disparate de vez em quando, assim não vale eh eh eh. Além do mais, esgota as verdades dos outros, que só se podem tornar papagaios. Que chatice que para aqui vai, ahn!?... e o Caetano rodando na vitrola.


Perguntava o Mário... “depois de conseguirem o vosso desiderato de neutralização do sofrimento, pela anulação completa do «eu», têm a certeza de que conseguiram entrar no «céu«?“...

Eu não acredito num Céu, mal tenho esperança de compreender a Terra. Só busco alguma Verdade. E sim, além disso também trago no peito aqueles que amo. E lamento que não haja um céu para eles. Mas na disputa, não cedo um centímetro da verdade ao utilitarismo e às esperanças vãs. A única imortalidade é a imortal natureza da realidade, só as convenções morrem. Mas não tenho ilusões quanto à minha consciência pessoal... talvez escrever um livro? Ou talvez haja bons backups deste blog.

Já agora... eu sou aqui um infiltrado, mas o meu pai foi seminarista (ou "é" ex-seminarista? acho que é mais isto! ele "é", não "foi"). Ele e vários tios. Nenhum cortou a meta... Portanto, não sendo da casa, pelo menos sou filho do vizinho.

Por fim: limite-se o número de "Anónimo"s. Quer-me parecer que houve aqui um que ganhou o direito a usar definitivamente esse título. Fico maluco a ver uns Anónimos responder a outros... mas é uma espécie de sarcasmo do destino, pôr um budista a querer nomear as (vá o termo) coisas anónimas e procurar, assim, que o mundo faça mais sentido...! Mudei de ideia: vamos TODOS ser "Anónimo"s, e da amalgáma indiferenciável dos nossos discursos há-de surgir a noção de que este blog também fala, como um orgão de tubos meio desafinado.

12 maio, 2010 00:55  
Blogger Luis said...

Falhei o Jorge Dias por um minuto! Devia ficar calado, mas é mais forte que eu... tenho de comentar isto:

"Um mundo exclusivamente científico, sem um pingo de inquietação religiosa é um mundo mais frio, menos humano e bastante mais feio."

Mas não! É um mundo tão arejado! É como dormir nú sob as estrelas (não, nunca fiz isso, pronto, estou a imaginar...). É a beleza das coisas simples. É a vida brotar das coisas inanimadas. E quando quero mesmo magia? Leio o Senhor dos Anéis. Fantasia, honesta fantasia, despretensiosa fantasia!

Para o momento inexorável da minha morte, espero a dignidade de Carl Sagan:

"Ao contrário das fantasias dos fundamentalistas, não houve conversão no leito de morte, nenhum refúgio de última hora numa visão consoladora do céu ou de uma vida após a morte. Para Carl, o que mais importava era a verdade, e não apenas aquilo que poderia fazer com que nos sentíssemos melhor. Mesmo nessa hora, quando qualquer um seria perdoado por se afastar da realidade de nossa situação, Carl foi inabalável. Quando olhamos profundamente nos olhos um do outro, foi com a convicção partilhada de que a nossa maravilhosa vida em conjunto estava terminando para sempre."

Boa noite!

12 maio, 2010 01:12  
Blogger jorge dias said...

Elementar, meu caro, quando as pessoas atingirem o nivel cultural de Carl Sagan, dou-te parte da razão que agora querias tomar toda!

Entretanto, até lá, não te distraias e para arranjares qualquer coisa equivalente, vais ter que investir muito tempo, e muita pestana queimada, muita palavra escrita, muito suor suado e sal comido, para ires indicando aos povos todos do mundo, dia a dia, o caminho da felicidade! Começa já! Ou pensas que só escrevo para mim ou para ti?

Fantasia! Senhor dos Aneis! Mas quem sabe o que é isso!? Mas, por outro lado, as pessoas, sabem se estão bem ou pior e sobretudo sabem com o que estão melhor!

E importa, se é menos verdade ou nem é!? Importa? Afinal de quem é a fantasia a que te referes? DE quem é a fantasia em o Senhor dos Aneis? Por mim, já agora, acho-as muito mais obscenas, ópio e disparate que a religião de que me fiz porta-voz. Porquê? Porque sempre prefiro a minha fantasia ou a de alguém mais próximo... Já agora, por exemplo a do Camões em os Lusíadas,ou a do Rei D.João II na epopeia portuguêsa dos descobrimentos, fantasia cristã, por sinal, ou até mesmo a fantasia da Ordem de Cavalaria de Borgonha que colocou o D.Afonso Henrique em Guimarães, para tapar a subida do Árabes, pelo litoral, para Norte. Por sinal, também fantasia cristã, e sem fundamentalismos, porque somos todos irmãos.
Mas, hoje, haverá alguma coisa que mais que a religião porvoque a irmandade e a felicidade humana, individual, por grosso e a granel? Se sim, devo andar muito distraído! Essa da religião ópio do Marx falhou redondamente. Fundamentalista! Quem? Eu? Eu sei que não o disseste, mas ficou como que sugerido!

Levei tempo, mas há muito decidi que jamais tentaria ir por aí...por aí... Jamais. Na lógica da proximidade da meta, que já avisto, vamo-nos desfazendo dos nossos egotismos e procuramos vislumbrar caminhos para a emergência da felicidade dos outros. Com Carl Sagan contemplas muito poucos. Há muito estou num patamar de muitos mais, mesmo muitos mais, quase todos os que não são essa minoria cultural de que nós os dois fazemos parte, 0,000.0001%.

Bem vindo. Gostei que tivesses vindo. Repara que de propósito citei as fontes.
E por isso te reafirmo e citando:

"Um mundo exclusivamente científico, sem um pingo de inquietação religiosa é um mundo mais frio, menos humano e bastante mais feio (cf Henrique Raposo, A Fé in Expresso - 24 de Abril de 2010".

Por isso também me referi ao Bento XVI em dizeres que repesco, não por ele, mas pelos humanos, que somos todos, em busca da felicidade:

"Bem vindo e obrigado por teres vindo, Bento XVI, reafirmar, mais uma vez, que o amor é possível, que a paz tem lugar e que a esperança de mais ser com outros, sempre nos salvará da vertigem da solidão e do isolamento e com todos nos fará felizes!", seja com que fantasia for.

12 maio, 2010 02:02  
Anonymous Mário Neiva said...

Não te agarres, Jorge, ao argumento do número de crentes ou descrentes, porque por aí não chegas a lado nenhum. Quantas pessoas pensas tu que estavam do lado de Galileu quando afirmou, com risco da própria vida, que a Terra não era o centro do mundo?
As palavras cheias de sensatez do Miki, ao falar como devemos distinguir o verdadeiro do falso amor, devem ser o mote para as nossas disputas.
Os equívocos à volta da religião e de Deus são tantos que bradam aos céus.
Eu tenho comigo a última obra escrita, já no leito da morte, de Karl Sagan. É verdade o que relata o Luis: ele bebeu até à última gota, sem nunca perder a calma, a paz e a lucidez, o cálice das nossas limitações (fica mal, diante do Karl, falar em ignorância).
Se leres a obra a que me refiro «Um mundo Infestado de demónios», ouvirás K.Sagan dizer qualquer coisa como isto: não vejo como possa subsistir a identidade de alguém após a morte e as provas aduzidas, em prol da tese, são refinada aldrabice, mas foi sempre um sonho lindo acalentado pelo homem e era tão bom que fosse verdadeiro.
Constato,Luis, que ainda te falta alguma experiência da vida. Arriscaste pouco, ainda. Sonhaste, apenas sonhaste, dormir nu sob as estrelas do céu. Pois eu já fiz amor com o meu amor sob o sol do meio-dia, sobre lençóis de areia fina e ao som da música e do ritmo das ondas do mar de Portugal.

Se tens um sonho, procura torná-lo realidade. E que o sonho valha a pena e seja um belo sonho.

«A única imortalidade é a imortal natureza da realidade, só as convenções morrem. Mas não tenho ilusões quanto à minha consciência pessoal...»

Um sonho não será mais que um sonho, se nele persistirmos, sem o tornar realidade. Quando dormires nu sob o céu estrelado ou fizeres amor atrás das dunas, estarás a criar a «única imortalidade, a imortal natureza da realidade».
E depois poderás vir aqui contar não o sonho que sonhaste mas a realidade imortal que criaste.
Aristóteles chama a isso «passar da potencia ao acto», que uma vez realizado torna-se irreversivel. Imortal! Nem Deus o pode anular. E se dormir nu sob o olhar da casta Lua for ofensa e fazer amor nas dunas for gravissimo e mortal pecado, só nos resta o perdão ou o castigo divino. Porque, «está feito, está feito».

12 maio, 2010 08:06  
Anonymous EL CANTANTE said...

Bom Dia Caríssimos,
Como o nosso blog vai animado!
Ainda bem que os anónimos, não se encontram frente a frente, para não chegarem a vias de facto, no que diz respeito a lostra, pois andam nervosos! Não vos parece?
A propósito, alguém tem notícias da Teresa?
Espero que esteja bem de saúde e que venha acalmar os ánimos destes estes anónimos que andam a mijar fora do penico.
Meus companheiros, temos lido aqui testemunhos de uns que gostavam de ser frades, outros pastores, outros filósofos, outros teólogos, etc.etc.etc. Eu cá gosto mesmo de ser o EL CANTANTE, para pôr o Durrães a dançar o Vira do Minho, descalço e com socos e o Neiva a dançar o solidó,numa perna só. Os restantes que façam coro e os aprumadinhos que batam pelo menos palmas, caragooooooooo, chega de ralhetes meninos!!!

12 maio, 2010 09:37  
Anonymous Anónimo said...

Ao EL Cantante foge-lhe a boca para a verdade e nem dá por ela. Força na dança!

12 maio, 2010 10:44  
Anonymous EL CANTANTE said...

Isso o que te parece!Pensas que ando aqui a ver passar os aviões? Nunca ouviste dizer que muitas vezes a gente, faz- se de asno para levar a vida? Não é bem o caso,porque já de lá venho e continuo a caminhar até à hora do juizo final.
Fica fino e dança com a gente,se souberes, ou tens a mania que és pedante?
Pois eu cá sou o EL CANTANTE e não parlapatão.

12 maio, 2010 19:15  
Anonymous Mário Neiva said...

Chegou à minha caixa de correio uma animada troca de palavras entre algumas senhoras que se juntaram num convívio para lembrar tempos antigos. A minha amiga BEBE fez um reparo inofensivo sobre os «requintes» da "mesa posta" e dos trajes das ex-colegas e ouviu o que não quis. Para colocar um pouco de água na fervura comentei, com seriedade, para a BEBE.



Por esta não esperava eu! Uma zaragata pegada, por causa dos adereços da festa. A BEBE foi colocar o dedinho e fazer alguma pressão num dos pontos mais sensiveis do lado feminino da humanidade.

O enfeitar-se da mulher há milhares de anos que é muito mais que investir na sedução do macho. Transitamos, progressivamente, da simplicidade ou "rudeza" animal para a complexidade da pessoa humana.

Há muito que saboreamos os néctares da natureza e não matamos simplesmente a sede; apuramos os temperos e embelezamos os pratos; construimos requintadas moradias, em vez das primitivas cavernas e muralhas fortes e vistosas, em vez de paliçadas frágeis e rudimentares; fizemos poesia e prosa imaginativa, divina mesmo, para substituir o gesticular das mãos, os sinais ameaçadores ou compassivos do olhar e ainda o urro e o grito das vozes, para chamar, avisar, ameaçar, manifestar a dor ou a alegria.

Tecemos e pintamos e amamos os mais belos tecidos para cobrir e alindar o corpo, pronto, como a dádiva mais preciosa de nós, a entregar ao nosso amor.

Cada mulher que se cuida até ao pormenor carrega consigo um coração que quer ser descoberto e amado. E não desiste, mesmo que fique a vida inteira à espera do seu príncipe encantado. E vai pôr-se linda, sempre, na íntima esperança de que «pode ser hoje» que algum olhar se demore mais um pouco sobre o seu vestido e descubra o coração que estremece sob o tecido fino, branco ou da cor do fogo.

Adoro ver uma mulher bem vestida. Também gosto de "parecer bem", mas se não fosse a minha mulher, acho que andava com as mesmas calças até elas ficarem rotas no cu.



Francamente, BEBE! Que linguagem tão descaída fui buscar para o final desta carta. Precisamente, quando me preparo para te deixar um beijo, no rosto que imagino delicadamente maquilhado, e nostálgico, aos cinquenta, dos rosados anos da juventude.

E um abraço

Mário

13 maio, 2010 08:04  
Anonymous Mário Neiva said...

Também eu, como o El Cantante pergunto: onde está a Teresa Silva? Trouxe aqui esta carta para a minha amiga BEBE também a pensar nela. A única mulher que nos faz companhia no blog. Já pensei em pedir ao Malho para lhe fazer um poema. Mas aquele gajo parece que só tem veia para o lado malandro da vida.

13 maio, 2010 08:15  
Anonymous Anónimo said...

Realmente pá, andas lá pelas praias a fazer como os cães!!!!!!!!!!!! Tem vergonha!!!!!!!!!!!! Se não tens, não precisas de falar aqui nisso!!!!!!!

13 maio, 2010 19:02  
Anonymous Mário Neiva said...

Se és homem mostra o nome e não fiques no anonimato, para todos ficarmos a saber quem é que não é capaz de distinguir entre um homem e um cão.
Se não deres o nome e continuares a utilizar o anonimato, não para expôr as tuas ideias mas para a ofensa gratuita, também ficaremos a saber que o recurso ao anonimato é o rosto invisivel da tua cobardia.

13 maio, 2010 22:39  
Blogger Luis said...

"Cão" não, Mário, que os cães não são capazes de inveja...

13 maio, 2010 23:03  
Blogger Evaristo Domingues said...

É lamentável estarmos a perder o nosso tempo com guerras verbais com anónimo. O anónimo respondendo ao Neiva, disse-lhe o que ninguém lhe perguntou, qual a profissão, se tem muito ou se tem pouco, se tem quinhentos ou setecentos empregados, na sua empresa (mais à frente já diz empresas) e que por estranho que pareça não são seus colaboradores, porque como diz os seus colaboradores são sómente os seus familiares e se estes ficarem desempregados ele vai a seguir. Depois respondendo a outro anónimo diz que divide os lucros pelos empregados das suas empresas. Então o Neiva já o convida-o para aparecer no Sameiro para lhe dar um abraço, a seguir leva o troco. São histórias que não podemos dar a mínima atenção ou qualquer valor, pois o conteúdo narrado pode ter algo de verdade, mas não pode ter o nosso beneplácito, pela forma como contextualiza as suas expressões, de uma forma prosaica descontrolada, e muitas vezes grosseira, entra como um cordeiro revoltado com o passado no Seminário, a chorar lágrimas de crocodilo do que se passou há mais de cinquenta anos, dizendo que gostaria de ser Frade pedindo colo ao Jorge quando várias vezes faz o papel de lobo insultando o Jorge e toda a gente com vários nomes, beatos, pides etc., e o Jorge como bom Samaritano franqueia-lhe de imediato o endereço do correio electrónico, como quem abre a porta de casa a um estranho e tudo perdoa, parabéns Jorge pela atitude mas o anónimo nada perdoou. Um Frade ou Padre não de faz com um balde de legos , nem com um balde de três de cimento e dois de areia e meia dúzia de calhaus, desta matéria , fazem-se sim os anónimos. Já vi muitos colegas nossos revoltados porque acham terem sido mal expulsos, mas foi o primeiro que ouvi dizer que teve vontade de voltar ao Seminário só para agredir quem o expulsou. Por várias vezes me insurgi contra este anónimo, pois fiz uma minuciosa retrospectiva nos estatutos dois, e nos desabafos um dois e três e conclui o que tenho dito várias vezes. Este indivíduo entra como anónimo só para destabilizar e insultar, depois quando vê que não lhe respondem veste a pele de cordeiro para ter troco e nós vamos no engodo. Chega de mau carácter. Meus amigos por favor desprezo.

14 maio, 2010 00:12  
Blogger Evaristo Domingues said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

14 maio, 2010 00:16  
Blogger Evaristo Domingues said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

14 maio, 2010 00:17  
Blogger Evaristo Domingues said...

Tentei várias vezes enviar comentário, não aparecia como enviado.Insisti paciência aí vão três, se o Presidente puder retrar dois agradeço.

14 maio, 2010 00:47  
Anonymous Anónimo said...

Ohhhhhhhhhhhhh Evaristo, tens cá disto!!!!!!!!!!!
Afinal quem pensas que és, para vires em defesa do outro? A tua tripalhada deu-te a volta á barriga? Come menos e respira fundo que isso passa-te.
Afinal que tens tu contra os anónimos? Não são homens , como diz o outro, já que não vamos para a praia exibir-mo-nos para os peixinhos?Estranho, até há bem pouco tempo o outro dizia que não tinha nada contra os anónimos. Agora diz que não são homens, ou faz de conta!
Que interessa á gente civilizada, o que cada um faz em sua vida privada! Se deu uma, duas , ou um kg delas! Isso diz respeito a cada um e ninguém tem nada a ver com isso, ou não é verdade?
Ficam-te muito bem esses sentimentos de protector, mas perdeste uma boa oportunidade de estares calado, porque os cães ladram e a carabana passa.
Será que não percebeste que andam muitos anónimos por aqui à solta?
Não te enerves pá! Vai ver o Papa que está aí no Porto e reza pelos anónimos.

14 maio, 2010 09:58  
Anonymous Anónimo said...

Desculpem!!! Afinal precipitei-me, e estou muito arrependido do que disse. A todos apresento as minhas desculpas. Sou um perfeito idiota!!!!!

Entretanto, estou a reflectir sobre as desvantagens de me apresentar como anónimo: como posso garantir que alguém não se faz um dia passar por mim?

14 maio, 2010 10:29  
Anonymous Anónimo said...

Olha ele, vem como anónimo dizer que foi idiota, ter dito que foi para a praia fazer aquelas pouca vergonhas, risos!!! Está tem graça, mas faz parte do jogo!!! Assim tenta fazer crer aos outros que o anónimo que o chamou a capítulo (cão) , se arrependeu de alguma coisa que disse.
Evidentemente que os outros não são santos, mas aqui não é sítio para essas exibições!!!
Tens o esperto no cabeça, meu. Só que aqui é burro quem quer, não quem pode!!!

14 maio, 2010 11:09  
Anonymous Mário Neiva said...

Este blog é um espaço aberto, tal como a democracia e eu seu serei o último a tentar restringir a liberdade nos espaços que se forem criando.
Compareceram aqui, de pleno direito, os anónimos. A coberto do anonimato tornaram-se verdadeiros franco-atiradores. E apenas exerceram o seu direito. O certo é que se hoje não vão além do o insulto grosseiro, nada nos garante que, amanhã, estes mesmos anónimos tragam a calunia infamante.
São os riscos da democracia e da liberadde de expressão. E eu penso que vale a pena correr esses riscos, apesar de tudo.
Mas reservo-me o direito, dentro desta mesma democracia, a escolher as minhas companhias.
Nem passe pela cabeça a este senhor anónimo que acabou de escrever, que renego uma única palavra que seja do texto a que alude e ao qual dei intecionalmente alguma carga poética. Foi como atirar pérolas aos porcos, passe a imodéstia, porque a minha escrita é pérola coisa nenhuma.
Disse e repeti que a minha escrita é a minha "biografia". Não faço discuros decorados nos livros, nem repito filosofias ou teologias dos outros. Deixei a minha alma, inconformada ou genuinamente admirada, falar. E este senhor anónimo o que fez foi cuspir-me na alma.
Não lhe guardo nem uma pontinha de raiva. Aliás, nem podia, porque nem sei quem é, mas não quero simplesmente partilhar mais este palco com ele.
Sou «filho de uma mãe doente», como dizia um amigo brincalhão, e não tenho fígados para suportar novas imbecilidades.
Aos amigos queridos que fui fazendo ou recordando ao longo destes dois anos, vou abraçar no Sameiro.
Até lá.
Mário Neiva

14 maio, 2010 12:05  
Anonymous Anónimo said...

Porco e imbecíl deves ser tu, seu pançudo!
Que filosofia ou teologia é essa de vires para aqui armar-te aos cágados, com essas idiotices da praia? Depois os outros é que são idiotas? Ainda deste aquela farpa como anónimo às 10h29 de hoje, para disfaçar que o anónimo estava arrependido. Nada disso pá!Aprecio quem bem escreve e sabe, mas quando as pessoas não têm noção do ridículo, há que lhes acertar o passo.
O Jorge e o Miki, não vêm para aqui com essas conversas de baixo calíbre, já reparaste?

14 maio, 2010 12:23  
Anonymous Anónimo said...

Quando existe uma rata no meio de tantos gatos a quererem passar a mão e não só...... o melhor é mesmo ir escrever para outros lados.Cá por mim no interior do meu Portugal mais profundo sempre acho que cada macaco no seu galho.Não é um blog de ex frades carmelitas!

14 maio, 2010 12:36  
Blogger Luis said...

Boa tarde.
Fui eu o autor do post de 14 Maio, 2010 10:29.
Pretendia com ele demonstrar o género de paradoxos que se podem criar quando é permitido o anonimato. O post dirigia-se à reflexão do autor Anónimo (que imaginamos único, mas quem sabe se não serão 2 ou 3?!) dos últimos posts, mas parece-me que ele não entendeu.
Nunca pensei que a coisa chegasse ao que chegou...! Não me sinto culpado, mas lamento estar envolvido. Adivinho já o chorrilho que se vai seguir...

Uma reflexão:

Se queres que outros saibam das tuas boas acções, elas não são verdadeiramente boas acções.
Se temes que outros descubram as tuas más acções, elas são verdadeiramente más acções.

A esta luz avalio as palavras de cada um neste diálogo, incluindo as minhas.

Termino com uma contribuição: o Blogger, na página de Definições, permite conter o acesso ao blog, designadamente:

Quem pode comentar?
Qualquer pessoa - inclui utilizadores anónimos
Utilizadores registados - inclui OpenID
Utilizadores com Contas Google
Só membros deste blogue

Sugiro portanto a quem gere o blog que não privilegie o anonimato, mas antes a responsabilidade, configurando apropriadamente este blog.

14 maio, 2010 13:21  
Anonymous Anónimo said...

Vens em defesa de quem? Alguém precisa de guarda costas?
És budista e basta!!! Queres impingir aqui o quê?O teu budismo? Aqui existe democracia!!! Ganha juizo moço e deixa em paz , os que já de lá vêm.
Por enquanto, a gente anónima que são milhões,têm o mesmo direito que tu. Sei que te parece xique ser budista, mas acho que o SR. DIRECTOR do Blog, não vai agora atender as solicitações do budista infiltrado, no seio dos ex-aaacarmelitas.

14 maio, 2010 14:53  
Blogger Luis said...

Um dia estava uma fulana a roubar fruta de um pomar e apareceu a dona, que lhe disse: "Que é que você está aqui fazer?!!!"
Respondeu-lhe a outra: "O fascismo já acabou!"
E retorquiu a dona: "Sim, mas os gatunos ainda não!"

14 maio, 2010 15:14  
Anonymous Anónimo said...

E não foste preso, por roubar a "fruta"? Ou és parente do P.C. que cuida bem da "fruta "!!!
Este época a " fruta ", estva podre...

14 maio, 2010 17:37  
Blogger Luis said...

Realmente, basta uma peça de fruta podre para estragar o cabaz.

Ofereces-me os teus insultos... Se dás uma prenda a alguém e este não a aceita, de quem é a prenda? Certamente ainda é tua. Rejeito a tua oferta. Fica pois com os teus insultos, pertencem-te.

Provavelmente não voltarei. Desejo, assim, a cada um, o dobro do que me desejar.

14 maio, 2010 21:19  
Anonymous Miki (1947) said...

Boa Noite,Amigos

Meus amigos

O meu boa noite hoje vai no embalo do som da água do mar.
Escolhi a água como símbolo da nossa mente.
Quando conseguimos mantê-la mais serena
tudo nos vem mais facilmente.
Criamos a possibilidade de compreender, em alguma medida,
o que de início pode ser incompreensível; e aceitar outras coisas que,em verdade, nem temos necessidade de saber a razão,bastando que aprendamos a lidar com elas.
A vida é um doce segredo que nos convida a desvendá-lo
para que possamos fazer parte dele.
FAZER PARTE DELE!
Parece-me algo especial,vocês não acham também?
Que tenhamos todos uma boa noite,repleta de sonhos profícuos
e que aceitemos o desafio de desvendar os segredinhos que neles estão contidos.
Um abraço carinhoso

Miki (1947)

14 maio, 2010 22:13  
Anonymous SAMEIRO 2010 said...

MÁRIO NEIVA


FAZ VALER A PENA


Faz valer a pena
Cada momento,cada segundo
Deseja da vida o melhor
Viverás uma só vez,portanto
Aproveita todas as chances de ser feliz!
Pois a felicidade não baterá na porta muitas vezes...
Não desistas de sonhar,os sonhos trazem-nos esperanças
e sem esperanças,nada somos...
Jamais deixes de acreditar em ti mesmo
Nem quando todas as portas se fecharem,nem mesmo quando tudo possa parecer perdido,há sempre um caminho,há sempre uma razão para ser feliz!
Vive em busca dos teus sonhos,vive por um amor,vive por tudo aquilo que te faz feliz!
Faz a tua vida valer a pena!
Não vivas por viver,vive feliz,vive intensamente,vive de uma maneira que todos os teus dias te tragam paz e a certeza,que valeu a pena.Pois com certeza,
vale a pena viver!

-Daquele que te abraçou, que sujou a camisa mas lavou a alma.. (Sameiro - 2009)

14 maio, 2010 23:06  
Blogger jorge dias said...

Empreendedorismo

Meus caros, li há dias comentário de um anónimo, que em tempo de olhadelas narcísicas e umbilicais e novos salvadores e donos emergentes da verdade, a que agora se junta logo à partida um recém-chegado Luis, com seu patrono Buda, e com seu bom acólito Mário Neiva, descrente de Jesus mas com grande fé em Carl Sagan, digo, este anónimo provocou-me inveja, salutar inveja, neste espaço, onde a palavra vazia, embora libertadora para os autores, às vezes, ignora os humanos.

Ao contrário, um comentário que eu li acima e passou despercebido ,tinha a particularidade de ser palavra a favor dos humanos. Pessoalmente, eu teria escrito de outra maneira.

Empreendedorismo

Mas a mensagem está lá no emprendedorismo que dá trabalho, emprego, sobrevivência, gente a ser, semana a semana a viver e a ser cidadão e vivo, felicidade, família, sociedade, nação, pátria, comunidade europeia...globalidade...

Num espaço,ocasionalmente, demasiado vácuo de interesse pelos outros, aqui te cito e saúdo, caro anónimo. Bem-haja e oxalá que consigas aguentar-te e ter lucros para teu sucesso e dos que empregas.

Cito:
"Nem pensar, os meus colaboradores, são a minha família! Quando eles forem para o desemprego , eu vou à frente, para dar o exemplo.
Sou do tempo do Salazar, mas subi a pulso e reparto com todos os meus funcionários os lucros das empresas.É legítimo duvidares, estás no teu direito, mas isso também pouco importa , para o caso!
Não consegui ganhar barriga e ficar á sombra da bananeira a beber água de côco.
Falta de imaginação deves ter tu, por pensares que ando no mundo para marginalizar o próximo e principalmente aqueles que fizeram crescer o meu património.
Deves ser daqueles que só contratas colaboradores a termo certo, para em qualquer altura lhe dares um pontapé no rabo.
Não uso carapuça, mas chapéu de aba larga,para quando for preciso amarrar na pá e picareta e me protger do Sol, porque não renego as origens.
Pensas que já não existem pessoas melhores do que tu, para amar o seu semelhante?
Cresce e aparece, miúdo..."

Há nobreza neste comentário.
Dar trabalho, é dar quase tudo do nosso viver. Quando escrevemos, caros comentaristas, só podemos dar o resto, as razões de viver. Cuidado, porque ao escrever, só nos resta dar as razões de viver. E quem pensa diverso não sabe ao que anda. Isto não é o ABC, pela simples razão de que é apenas o A. O resto, o que não se enquadra nas razões de viver ou as destroi, é apenas um pouco de estupidez, e que acontece a todos.

15 maio, 2010 01:20  
Blogger jorge dias said...

Ensaio sobre a estupidez

Caro Mário, quem falou em números!? Quem falou em números de crentes?

Meu caro Mário e Luis, para retirarem Jesus do coração de tantos, vão ter que se esforçar um pouquito mais. E para O substituirem na felicidade que as pessoas se constroiem nessa base, muitíssimo mais ainda. Mas confesso que não vejo sinal nenhum da vossa parte que não seja, diria, autofágico, para ser brando.

Carl Sagan? Passa fora!

Preferia-te a ti...

Tenham dó, porque a estupidez - loucura, ainda existe.

A questão é de felicidade, não de fé! Mas que tem o Galileu a ver com isto se eu próprio condeno a Igreja que recuou Galileu e me apetece escrever sobre a revolução de Copérnico!? Estás-te a convencer a ti mesmo?

Tenham dó... e sejam sérios. Importa a felicidade dos homens, a vossa e a minha e não importa tanto como é feita desde que em caminhos de bem.

Em ensaio sobre a "ESTUPIDEZ", José Manuel dos Santos, escreveu em expresso, actual, de 8 de Maio de 2010, pg 4, o seguinte, que cito:

"Há a estupidez que fala e a estupidez que faz; a estupidez doutoral e a estupidez analfabeta. Há a estupidez imoral e a estupidez moralista; a estupidez irresponsável e a estupidez grave. Há a estupidez culpada e a estupidez inocente; a estupidez delirante e a estupidez sensata. Há a estupidez enciclopédica e a estupidez especializada; a estupidez juvenil e a estupidez senil. Há a estupidez individual e a estupidez colectiva; a estupidez tola e a estupidez espertalhona."...

O autor esclarece que

" Os deuses, cruéis quando não são ausentes, nisto foram bondosos para os homens. Deram aos que têm génio o conhecimento de o terem, mas privaram os medíocres da consciência da sua mediocridade".


Só me faltava agora converter-me a Carl Sagan ou à fantasia do Senhor dos Anéis!

Há mais mundo, amigos, muito mais, seus pretensiosos... fora de vós e fora de mim. Mas, e mais grave é a vossa provocação, é que há muito mais mundo apenas dentro de mim que no vosso iniciante budismo ou saganismo… que, por aqui e por aí, não sei a quem dá felicidade.

Como puderam atrever-se a imaginar que esse reducionismo seria possível em mim?
Como puderam!

A palavra que sempre é fértil, também pode ser preocupante.

A estupidez do Saramago,presente na apresentação de Caim, toma contra-ponto provocante de intuição na Jangada de Pedra em que vos convido para o oceano da vida, mesmo que depois peçam socorro, e no Ensaio da Cegueira do mesmo autor, como lembrança provovante para os que, podendo ver não querem ver, obras das quais vos dou avivo de memória apenas para meditação...

Apesar de tudo, estranho que as fantasias tenham ficado pelo caminho. Pelo menos mereciam uma referência. Será que foi por terem sido fantasias cristãs e históricas, não entendidas, despercebidas, conveniências, desculpas esfarrapadas negadoras dos factos da história? O diabo que o julgue... pois alevá.

Obrigado pela meditação. Fico mais forte.

15 maio, 2010 01:39  
Anonymous EL CANTANTE said...

Não tenhamos dúvidas de que depois da tempestade vem a bonança.
Deixem as guerras mesquinhas e sejam amigos,porque afinal estamos no mesmo barco e vamos agora empurrar borda fora os nossos companheiros de viagem, mesmo que não sejam bons rapazes?
Uns são cordeiros, outros lobos e outros nem serão coisa nenhuma, mas mesmo não sendo nada, são somente aquilo que eles querem ser,
" anónimos "!
Não contava encontrar esta guerra fria, neste nosso espaço, durante a visita de Sua Santidade o Papa que tive o prazer de ver e ouvir pessoalmente. Confesso que fiquei deveras impressionado com a paz e tranquilidade que ele transmitiu. A ideia errada que tinha sobre ele dissipou-se e posso afirmar categoricamente que cativou os milhares de católicos que tudo fizeram , para escutar as suas palavras de , amor, conforto, paz ,tolerância, tranquilidade, etc.!
Mesmo os não crentes ficaram abismados e contagiados com a sua presença e nem arredaram pé , até à sua partida deste nossa cantinho à beira mar plantado, como é por nós conhecido.
Afinal meus amigos, na minha modesta opinião, apesar de tanta coisa má que tem acontecido no nosso Portugal, fiquei com a sensação que este Papa veio trazer uma lufada de ar fresco, para que possamos ter força e coragem de enfrentar os difíceis tempos que aí vêm.
Na realidade precisamos de acreditar, para que não encontremos mais adiante a tragédia semelhante à que se está a abater sobre a Grécia.
Ainda à poucos dias os nossos governantes respiravam optimismo e iam fazer todas as grandes obras e nem aumentavam os impostos, nem pediam mais sacrifícios aos portugueses e de repente, tudo é diferente, como se o dia 13 de Maio, fosse mesmo a altura ideal, para anunciar o que muitos vinham alertando, aos cegos que não queriam enxergar.
Tenho fé e esperança que vamos superar a crise, se os sacrifícios que estão a ser exigidos principalmente aos que menos têm, surtam efeito.
Debitar 100 a quem tem mil, não custa muito, subtrair 1 a quem tem dez, pode fazer diferença.
Na realidade , ninguém foi poupado. Sabemos que Coca-Cola podemos todos dispensar, mas pão, água , leite e outros bens de primeira necessidade quem pode prenscindir?
Meus amigos as despesas de representação e demais mordomias de milhares de funcionários públicos e gestores de empresas públicas, assim como outros gastos supérfulos, davam certamente para não castigar mais os reformados de pensões de miséria que mal ganham para o pão e água, quanto mais para liquidarem o subido custo dos medicamentos e bens de primeira necessidade.
Lembremo-nos do que disse sua Santidade o Papa.
Haja justiça social e não fiquemos a perder tempo com leis para os abortos, casamentos homossexuais e birras dos senhores (as)deputados (as) que fazem do parlamento uma brincadeira e o seu passatempo, bem remunerado, enquanto o país se afunda a olhos vistos para a banca rota.
Façam o favor de serem felizes, como bem dizia, o saudoso Raul Solnado.
Boa Noite

15 maio, 2010 01:46  
Blogger jorge dias said...

Este comentário foi removido pelo autor.

15 maio, 2010 02:25  
Blogger jorge dias said...

jorge dias said...
Saudei a chegada de Bento XVI e com el Cantante saúdo a partida e exulto na concordância de aceitação popular, que expressa em seu comentário,deste Papa, que comungo a partir da altura em que li a encíclica sobre a "Esperança", "In spe salvi facti sumus" e que me desvendou o Papa que agora por outras vias se confirma e revela. Obrigado, não oabstante também ter sentido que assim era a partir das inúmeras entrevistas que a rádio colocou no ar,

Obrigado "por teres vindo, Bento XVI, reafirmar, mais uma vez, que o amor é possível, que a paz tem lugar e que a esperança de mais ser com outros, sempre nos salvará da vertigem da solidão e do isolamento e com todos nos fará felizes!"

Viva o Papa e a mensagem avivada de paz que Fátima serve de forma ímpar.

Momentos de grande humanismo e de magia para os cristãos.

15 maio, 2010 02:27  
Anonymous EL CANTANTE said...

Bom Dia,
Esta madrugada, após ter regressado de Fátima e passado pelo Porto, para dizer adeus, mais uma vez, a Sua Santidade o Papa, deixei um comentário que não ilustra nada das emoções sentidas, nestes dias! Nem tenho palavras para descrever, como dizemos nós que não nos sabemos expressar de melhor forma.
Na medida do possível transmitirei as ocorrências que mais me tocaram e um caso em particular que se passou na minha retaguarda.
Estavam dois casais a comentar, em tom audível que iam ver um pouco daquela palhaçada " Fatima ", uma vez que ali estavam. Ainda olhei para trás, mas deu-me para ficar calado, embora não seja bem do meu temperamento, " comer e calar "...
Os minutos passavam e os casais, moderavam os seus comentários de galhofa e de maledicência.
Quando Sua Santidade o Papa, falou na homília, naquele português que todos ouvimos, eu vi uma das senhoras da retaguarda com as lágrimas a correr na cara. Os cavalheiros caladinhos e abraçados às suas mulheres. Aguentaram firmes até ao fim e retiraram-se daquele local, sem uma única palavra de desdém caerca do que viram e ouviram.
Pergunto eu, seria o contágio daquela gente de fé, ou as palavras divinas do pastor que conquistou o coração dos portugueses? Nem todos , claro!
Tive vontade de perguntar aos casais, se gostaram da tal palhaçada, mas pela postura e silêncio , no fim da cerimónia, eu notei, ou pelo menos fiquei com a sensação que não foi em vão permanecerem firmes, a ouvir o nosso Pastor, representante de Cristo na terra.

15 maio, 2010 11:30  
Blogger Luis said...

(I)
Caro Jorge,

Sinceramente, já não tenho paciência para responder ao seu tipo de argumentação. Tenho de o dizer à cabeça, para que compreendam (talvez acreditem?) a razão que me leva a hesitar responder ou não. São muitos anos, realmente muitos anos, talvez vinte e cinco, a garimpar discussões áridas, para de vez em quando encontrar um diamante. Mas fá-lo-ei mais uma vez. Ainda uma vez mais. Vamos então, ponto a ponto.


"Elementar, meu caro, quando as pessoas atingirem o nivel cultural de Carl Sagan, dou-te parte da razão que agora querias tomar toda!"

R: Eu não procuro ter razão, procuro a verdade com a Razão. E a Razão, tomo-a toda. Toda que puder. Essa não se divide, multiplica-se.

"Entretanto, até lá, não te distraias e para arranjares qualquer coisa equivalente, vais ter que investir muito tempo, e muita pestana queimada, muita palavra escrita, muito suor suado e sal comido, para ires indicando aos povos todos do mundo, dia a dia, o caminho da felicidade! Começa já! Ou pensas que só escrevo para mim ou para ti?"

R: Nao tenho ambições tão altas. Compreendo, com alguma relutância, que não se pode ajudar toda a gente. Começo pelos mais próximos, e estendo a mão a todos quantos a recebam, mas há muitos que de uma mão estendida só esperam uma lambada.

"Fantasia! Senhor dos Aneis! Mas quem sabe o que é isso!? Mas, por outro lado, as pessoas, sabem se estão bem ou pior e sobretudo sabem com o que estão melhor!"

R: Não me parece justo que imponha limites à Fantasia dos outros, sobretudo quando é tão pouco criterioso na descoberta da Verdade, cedendo ao utilitarismo. Tem alguma coisa contra a criação literária? Contra autores estrangeiros? Não o imaginava chauvinista.

"E importa, se é menos verdade ou nem é!? Importa? Afinal de quem é a fantasia a que te referes? DE quem é a fantasia em o Senhor dos Aneis? Por mim, já agora, acho-as muito mais obscenas, ópio e disparate que a religião de que me fiz porta-voz."

R: Ouça, a fantasia é uma forma de arte, é diversão para os apreciadores. Mas quer queimar os livros de Fantasia? De Ficção?! Eu não uso a Fantasia como base para a descoberta da Verdade, leio porque gosto. E se quer que lhe diga, leio bem pouco disso, leio MUTO mais livros sobre Ciência, de que encontrará as minhas prateleiras razoavelmente cheias.

"Porquê? Porque sempre prefiro a minha fantasia ou a de alguém mais próximo... Já agora, por exemplo a do Camões em os Lusíadas,ou a do Rei D.João II na epopeia portuguêsa dos descobrimentos, fantasia cristã, por sinal, ou até mesmo a fantasia da Ordem de Cavalaria de Borgonha que colocou o D.Afonso Henrique em Guimarães, para tapar a subida do Árabes, pelo litoral, para Norte. Por sinal, também fantasia cristã, e sem fundamentalismos, porque somos todos irmãos."

R: Não percebi. A Fantasia de inspiração cristã é melhor que a outra, é isso? J.R.R. Tolkien era inglês, cristão e católico ferveroso, e a sua obra é com muita frequência associada à mensagem cristã, coisa que ele provavelmente repudiaria, já que tinha grande amor às línguas e à Fantasia por si só, razões principais pelas quais escreveu os seus livros.

Mas, hoje, haverá alguma coisa que mais que a religião porvoque a irmandade e a felicidade humana, individual, por grosso e a granel? Se sim, devo andar muito distraído! Essa da religião ópio do Marx falhou redondamente. Fundamentalista! Quem? Eu? Eu sei que não o disseste, mas ficou como que sugerido!"

R: Agora tenho de ser marxista? Extraordinário. Adiante. Entretanto, já basta defender aquilo que efectivamente digo, não faltaria ter de defender aquilo que fantasiam que digo. Mas acerca da religião, é capaz de andar muito distraído. A religião está no centro da maior divisão que a humanidade vive, na actualidade. Não nego outros efeitos positivos. Tudo tem o seu lado positivo. Eu andei num colégio católico, e foi óptimo.

15 maio, 2010 14:13  
Blogger Luis said...

(II)

"Levei tempo, mas há muito decidi que jamais tentaria ir por aí...por aí... Jamais. Na lógica da proximidade da meta, que já avisto, vamo-nos desfazendo dos nossos egotismos e procuramos vislumbrar caminhos para a emergência da felicidade dos outros. Com Carl Sagan contemplas muito poucos. Há muito estou num patamar de muitos mais, mesmo muitos mais, quase todos os que não são essa minoria cultural de que nós os dois fazemos parte, 0,000.0001%."

R: "muitos mais, mesmo muitos mais"... (e o marxista sou eu... aqui sim, pode encontrar uma sugestão subliminar minha de qualquer coisa, aqui tem fundamento).

"Bem vindo. Gostei que tivesses vindo."

R: A sério? Não vai parecer, mais adiante.


"Empreendedorismo

Meus caros, li há dias comentário de um anónimo, que em tempo de olhadelas narcísicas e umbilicais e novos salvadores e donos emergentes da verdade, a que agora se junta logo à partida um recém-chegado Luis, com seu patrono Buda"

R: Eu não tenho patronos. Concordo com muito do que o homem disse. É proibido? Aliás sobretudo concordo com ele quando disse (perdoe a tradução brasileira, em geral leio em inglês): «Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.»

", e com seu bom acólito Mário Neiva"

R: De todos aqui, o Mário foi a pessoa que sempre mais e melhor discordou de mim. É por isso que adoro falar com ele.

", descrente de Jesus mas com grande fé em Carl Sagan, digo, este anónimo provocou-me inveja, salutar inveja, neste espaço, onde a palavra vazia, embora libertadora para os autores, às vezes, ignora os humanos."

R: Frases ocas, se não estivessem cheias de juízos infundamentados. Dá menos trabalho, criticar assim: "És feio", etc.

"Ao contrário, um comentário que eu li acima e passou despercebido ,tinha a particularidade de ser palavra a favor dos humanos. Pessoalmente, eu teria escrito de outra maneira.

Empreendedorismo

Mas a mensagem está lá no emprendedorismo que dá trabalho, emprego, sobrevivência, gente a ser, semana a semana a viver e a ser cidadão e vivo, felicidade, família, sociedade, nação, pátria, comunidade europeia...globalidade...

Num espaço,ocasionalmente, demasiado vácuo de interesse pelos outros, aqui te cito e saúdo, caro anónimo. Bem-haja e oxalá que consigas aguentar-te e ter lucros para teu sucesso e dos que empregas."

R: Agora os outros são uns calões...? Eu trabalho!

15 maio, 2010 14:15  
Blogger Luis said...

(III)

"Cito:
"Nem pensar, os meus colaboradores, são a minha família! Quando eles forem para o desemprego , eu vou à frente, para dar o exemplo.
Sou do tempo do Salazar, mas subi a pulso e reparto com todos os meus funcionários os lucros das empresas.É legítimo duvidares, estás no teu direito, mas isso também pouco importa , para o caso!
Não consegui ganhar barriga e ficar á sombra da bananeira a beber água de côco.
Falta de imaginação deves ter tu, por pensares que ando no mundo para marginalizar o próximo e principalmente aqueles que fizeram crescer o meu património.
Deves ser daqueles que só contratas colaboradores a termo certo, para em qualquer altura lhe dares um pontapé no rabo.
Não uso carapuça, mas chapéu de aba larga,para quando for preciso amarrar na pá e picareta e me protger do Sol, porque não renego as origens.
Pensas que já não existem pessoas melhores do que tu, para amar o seu semelhante?
Cresce e aparece, miúdo..."

Há nobreza neste comentário.
Dar trabalho, é dar quase tudo do nosso viver."

R: Jorge, o trabalho que me está a dar neste Sábado...! Entretanto, quanto ao citado, de fonte anónima, como avaliar da verdade do que é afirmado? Se é verdade, muito bem, é bonito. Mas custa-me a acreditar em tão boas intenções quando depois se disparam comentários cruéis em todas as direcções! Serei, pois, sempre céptico.


"Quando escrevemos, caros comentaristas, só podemos dar o resto, as razões de viver. Cuidado, porque ao escrever, só nos resta dar as razões de viver."

R: E com que autoridade põe limitações dessas? Eu dou o que eu quiser. Por acaso, privilegio a busca da Verdade.

"E quem pensa diverso não sabe ao que anda."

R: Viva a pluralidade!

"Isto não é o ABC, pela simples razão de que é apenas o A. O resto, o que não se enquadra nas razões de viver ou as destroi, é apenas um pouco de estupidez, e que acontece a todos."

R: Acontece, acontece.



"Ensaio sobre a estupidez

Caro Mário, quem falou em números!? Quem falou em números de crentes?"

R: Penso que o Mário se referia à sua frase "estou num patamar de muitos mais, mesmo muitos mais".

"Meu caro Mário e Luis, para retirarem Jesus do coração de tantos, vão ter que se esforçar um pouquito mais. E para O substituirem na felicidade que as pessoas se constroiem nessa base, muitíssimo mais ainda. Mas confesso que não vejo sinal nenhum da vossa parte que não seja, diria, autofágico, para ser brando."

R: O meu propósito não é tirar nada a ninguém. Mas há coisas que não convivem em simultâneo numa mente sã. E foi assim que Deus saiu da minha. Jesus está cá, ao lado do Frodo e do Yoda, do Viriato e do D. Afonso Henriques, tantos personagens de ficção ou ficcionados, envoltos em lenda, ou não. Por acaso até acho a história de Jesus uma história bonita, com algumas passagens de má qualidade. Enfim, também houve muita gente envolvida na escrita, algo de coerente seria inesperado. Por isso, «depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o». Aqui até altero o Buda: "se você vê que algo concorda com a razão, aceite-o e viva-o", esperando - mas não restringindo - a que conduza ao bem e beneficio de todos.

"Carl Sagan? Passa fora!

Preferia-te a ti..."

R: Extraordinário exemplo de vida, o Carl Sagan. Grande injustiça lhe faz.

"Tenham dó, porque a estupidez - loucura, ainda existe.

"A questão é de felicidade, não de fé! Mas que tem o Galileu a ver com isto se eu próprio condeno a Igreja que recuou Galileu e me apetece escrever sobre a revolução de Copérnico!? Estás-te a convencer a ti mesmo?

Tenham dó... e sejam sérios. Importa a felicidade dos homens, a vossa e a minha e não importa tanto como é feita desde que em caminhos de bem."

R: Pois, no seu caso presumo que altera o Buda para "se você vê que algo conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o". Compreendo, mas discordo.

15 maio, 2010 14:16  
Blogger Luis said...

(IV)

""Em ensaio sobre a "ESTUPIDEZ"", José Manuel dos Santos, escreveu em expresso, actual, de 8 de Maio de 2010, pg 4, o seguinte, que cito:

"Há a estupidez que fala e a estupidez que faz; a estupidez doutoral e a estupidez analfabeta. Há a estupidez imoral e a estupidez moralista; a estupidez irresponsável e a estupidez grave. Há a estupidez culpada e a estupidez inocente; a estupidez delirante e a estupidez sensata. Há a estupidez enciclopédica e a estupidez especializada; a estupidez juvenil e a estupidez senil. Há a estupidez individual e a estupidez colectiva; a estupidez tola e a estupidez espertalhona."..."

O autor esclarece que

" Os deuses, cruéis quando não são ausentes, nisto foram bondosos para os homens. Deram aos que têm génio o conhecimento de o terem, mas privaram os medíocres da consciência da sua mediocridade".

R: Ah, mas diz ainda que
"Afinal, no ser isto assim, talvez esteja a prova mais cruel da crueldade dos deuses: recusam a estes cegos a escuridão que lhes revelaria a cegueira, trocando-a por uma luz falsa que lhes falseia os próprios olhos.".

E ainda...

"Primeiro: o que eu digo não importa, o que importa é ser eu a dizê-lo. Segundo: o que eu digo é um íman que repele qualquer partícula de pensamento. Terceiro: o que eu digo é tão estúpido que torna inverosímil que o seja tanto. Quarto: o que eu digo é tão banal que toda a gente pode estar de acordo. Quinto: o que eu digo salva."

Parece-me que reconheço este estilo... budista não é, de certeza, em face do que foi dito e pegando apenas na citação já feita ao pensamento de Buda... mas então o que será... hum? "Deus disse", "Acreditem sem ver", "tenham fé", "Cristo salva"... será a IURD?!

"Só me faltava agora converter-me a Carl Sagan ou à fantasia do Senhor dos Anéis!"

R: Não sou eu o convertido a fantasias, convenhamos.

"Há mais mundo, amigos, muito mais, seus pretensiosos... fora de vós e fora de mim. Mas, e mais grave é a vossa provocação, é que há muito mais mundo apenas dentro de mim que no vosso iniciante budismo ou saganismo… que, por aqui e por aí, não sei a quem dá felicidade."

R: Olha pr'a mim aqui. Mas... e que critério e esse de verdade? Há pessoas que tiram felicidade das maiores parvoíces. Há todo o tipo de gente. Agora chamar-me pretensioso é insulto. Essa oferta rejeito, pode ficar com ela, é sua.

"Como puderam atrever-se a imaginar que esse reducionismo seria possível em mim?
Como puderam!"

R: Jorge, estas frases foram ridículas. Que piquinhice. Encare lá as coisas como um homem!

"A palavra que sempre é fértil, também pode ser preocupante.

A estupidez do Saramago,presente na apresentação de Caim, toma contra-ponto provocante de intuição na Jangada de Pedra em que vos convido para o oceano da vida, mesmo que depois peçam socorro, e no Ensaio da Cegueira do mesmo autor, como lembrança provovante para os que, podendo ver não querem ver, obras das quais vos dou avivo de memória apenas para meditação..."

R: O Saramago parece-me boa pessoa. Gostei dos livros que li, o do Caim não li (mas do que ouvi na entrevista dá-me ideia de que ele não terá sido muito bem compreendido, também não terá feito grande esforço por sê-lo).

"Apesar de tudo, estranho que as fantasias tenham ficado pelo caminho. Pelo menos mereciam uma referência. Será que foi por terem sido fantasias cristãs e históricas, não entendidas, despercebidas, conveniências, desculpas esfarrapadas negadoras dos factos da história? O diabo que o julgue... pois alevá."

R: Para mim a Fantasia não é o ponto essencial, é tão somente diversão.

"Obrigado pela meditação. Fico mais forte."

R: Eu, mais cansado. Hoje, só areia.

15 maio, 2010 14:16  
Anonymous Anónimo said...

Este Luis esteve a marrar contra um calhau. Não lhe invejo a dor na cabeça com que ficou.

15 maio, 2010 15:53  
Anonymous Anónimo said...

Só nos faltava agora aturar aqui este budista de meia tijela! Meus amigos, unam esforços, porque quem sabe se a pouco e pouco, o diabo também cá entra para nos molestar a cabeça, como quer fazer este jabiru, acolitado pelo Neiva.
Calhau é pouco! Foi aço!...

15 maio, 2010 16:23  
Anonymous Rosalino Duraes said...

“Mensagem de Fátima não se esgotou com a revelação dos seus segredos, mas é actual para o mundo e para a humanidade.”

Bento XVI, quando em 2006 numa audiência papal de 4ªs feiras, presenciei no meio de uma grande multidão, um homem vestido de branco, chapéu vermelho na cabeça, sapatos vermelhos nos pés, pensei:

Quem é este? o que é isto?

Estava ainda alucinado pela mensagem, humanidade e doçura de João Paulo II, que ainda hoje vivo.

Quando em 26 de Abril de 2009, regressei de Roma da canonização de São Nuno de Santa Maria, as minhas visões e duvidas vinham esclarecidas e foram completamente sanadas em 13 de Maio pp.

Realmente Bento XVI é sucessor á altura de Pedro, para a revelação da mensagem de Jesus Cristo, que é mensagem de fé, com a esperança de que o coração do homem pode ser alterado.

RD/2009

15 maio, 2010 21:11  
Blogger jorge dias said...

Caríssimo Luis, longe de mim dizer de ti o que tu disseste, mas na mesa da palavra cada um é que se serve.

O que tu citas do Expresso, e espero que tenhas entendido, porque faço-te a gentileza de nem me referir ao que citas, porque eu não tive coragem de citar, embora me apetecesse.

Um abraço e nunca esqueças que a nossa franja da palavra é unica e exclusivamente sobre a razão de viver de cada um, e de todos, que ou aumentamos ou anulamos. Eu só quero aumentar, porque só podemos aumentar. Mas de todos os os humanos, de todos, de todos...

Quem foi provocante não fui eu! Mas a estas provocações subliminares, idênticas às que serviste à plateia, aprendi, há muito, a percepcioná-las e a resistir-lhes porque destruidoras dos valores, senão da crença dos outros, e anuladoras da sua felicidade... e, com a idade, o "feeling" apura-se. Vem a este espaço com razões de viver colectivas, repito, colectivas, seja qual for a sua origem, e terás sempre o meu aplauso. Levei toda a ninha vida a inventar razões de viver para humanos que as não tinham... e sempre preferi inventar e fantasiar razões que sentir o suicídio chegar. Isto é linear, meu caro. A linha de separação entre a razão ou não razão de viver é mais ténue que a teia de aranha. Com isto não se brinca...

Na mesma lógica, no caso de "O Reino dos Porcos, de George Orwell, onde uns eram mais porcos que os outros, ou actualizando e ligando à tua palavra, Buda mais que Jesus, ou Jesus nem tem lugar, só pode dar provocação.

Mas não fui eu! Por mim limitei-me a gritar sentido porque o general (outra palavra)estava entrando. Com todo o direito, não achas? Só tu é que manejavas o verbo feito espada?

Mas que publicidade adicional com as citações que de mim fazes! Agradecido pelas razões de viver que semeias. Volta ao Expresso, lê e relê e nem sonhas o que ficou por entender! Por mim, vai numa semana que leio e releio! Que coisa actual e como passa despercebida! Nunca teria escrito melhor e tão radical, mas real e actual, sobre a estupidez que se pavoneia louca e burra de fato e gravata ou roupa de marca... já somos vítimas da escola do eduquês, da escola sem ética, sem moral, sem objectivos na nossa vida social e não só,e, por isso, naturalmente, de ensino faz de conta, de tantos que já hoje fingem estupidamente que marcam o passo do saber e da nossa vida social e política, quando marcam apenas o passo da mais louca ignorância, que Nuno Crato excelentemente retrata, e de que hoje a nossa vida colectiva é exuberante e deprimente sinal económico e de valores que socialmente deixaram de serem parte do Estado. Claro, óbvio, não há lugar para a família nem para os filhos... Elementar, amigos! Elementaríssimo...

Tens verbo, não és comedido! Mas podes ser... Buda era...

15 maio, 2010 23:50  
Blogger jorge dias said...

A Garrafa do Bagaço que o Emídio Januário me ofereceu!

E não é que me comoveu!
Mas reparem, a garrafa terá ido parar à Ilha Terceira e eu vivo em São Miguel! Quase meio caminho de Lisboa e não é que estive vai não vai para me meter no avião para lá ir buscar a garrafa! Mas garanto-vos que a garrafa há-de cá vir parar e eu e a minha companheira havemos de ir almoçar com o Emídio e seus amigos, em dia de feira, na sua terra! Sim porque aquele almoço já é uma instituição! Isto mesmo acabei de combinar com o amabilíssimo portador da garrafa, de seu nome, senhor Albino Costa bem como com o produtor. Obrigado Emídio e distinto portador. Muito que ainda me vou rir à conta deste bagaço! Só espero mesmo que a garrafa não se parta!

Podeis estar descansados que o mais que pode acontecer é eu rir-me e falar um pouco mais, sair asneira inocente ou dormir.

Viva a festa da amizade.

16 maio, 2010 00:24  
Blogger jorge dias said...

Os anónimos!

Sente-se que não se gosta dos anónimos!

Já deixei clara várias vezes a minha opinião. Volto uma vez mais a dizer o que penso sobre este tema.

Neste espaço a questão é de palavra e de conteúdo da palavra! Venha ela de quem vier, identificados, por identificar, anónimos nominados e anónimos não nominados.

Só tinha uma reserva, repito, só tinho uma reserva, que a linguagem tivesse civilidade. Digo civilidade e não brandura. Como o administrador do blog não optou pela civilidade, limitei-me a desaconselhar os meus amigos a andar neste espaço.
Neste momento, furada a civilidade, estamos um bocado como que em luta livre. Quanto a mim, entrei no jogo... mas reconheço que há desconforto para algumas pessoas. Todavia, e em boa verdade, isto é uma suposição minha! Porque já vi coisas em que os machos estavam corados de vermelho e elas gozavam o prato até mais não puderem!

No cômputo geral, sinto que neste espaço, tenho levado porrada de toda a gente e também aplausos.

Acho que não devemos exagerar a porrada, porque esta, às vezes, mata.

O Luis é um excelente comentarista e o Mário é de longe o melhor comentarista deste espaço!

Eu gosto de vir a este espaço e sentir que sou provocado.

Mas, se forem democratas, verificarão a produção de argumentos e a produção literária que vai na praça. Eu sei que sem adrenalina nada nasce e também sei que, embora anónimos, e por vezes radicais, os anónimos, ao contrário do que por aí anda sugerido, trazem inestimável conteúdo a este espaço, repito, inestimável.

Se os comentaristas têm estaleca mental e cultural que o comprovem aceitando os anónimos como a voz mais liberta, das libertas, e a mais espontânea, das espontâneas. Nada mais claro e radical que a voz de um anónimo liberto de pressões. Venham os anónimos e tenham tino os outros! Sempre que a palavra incomoda logo se quer arranjar um resguardo? Cuidem-se que isso é doença!

Se fossem crentes, dir-vos-ia, então onde fica o lugar o Espírito Santo?

Uma vez mais, caro Luis, a linguagem dos anónimos é apenas um estímulo para a Adrenalina! Caro Mário, deixa-te de palermices! Não és maior e vascinado! Pidezito, agora!? Pois, claro que não és... Donzela ferida na sua virgindade? Não querias mais nada!

Palavra e mais nada...

16 maio, 2010 00:59  
Blogger Luis said...

Jorge,

Tem razão na sua afirmação de que ao falar posso correr o risco (ainda que residual, imagino... espero...) de tirar o sentido da vida a alguém. Buda (para dar um exemplo) não cometeria esse erro, bem o sei. A sua palavra dirigia-se a cada um na sua medida, ou então esforçava-se por fazer isso, ou pelo menos é o que dizem que fazia. Ao falar aqui "em público" corro o risco de errar nesse aspecto. Mas claro, isso também pode ser dito do jornalista do Expresso, ou de qualquer editor de um qualquer livro. Ainda assim não lhe tira a sua razão, Jorge, que reconheço: o discurso certo para a pessoa certa seria de todo preferível.

Queria acrescentar que não acho que Buda tire o lugar a Jesus nem vice-versa. Só disse que, na minha mente, não havia lugar ao mesmo tempo para uma crença naquilo que dizem que Jesus disse (o que ele realmente disse é e será sempre um mistério), ou naquilo em que querem transformar o que ele disse, e uma série de outras coisas, entre as quais NÂO estava o budismo ainda, por acaso. Já sou ateu há muitos anos, muitos antes de ligar patavina ao budismo, essa religião engraçada de tipos carecas vestidos de amarelo, a soprar tubas nos livros do Tintim. Ainda tive tempo para gozar com o Richard Gere e com a sua conversão exótica. Hoje penso de forma diferente.

Quanto à educação, tudo de acordo. Mas também aí educar é perigoso, tudo pode fazer descambar uma mente no limiar do precipício. Ora veja: não tivesse eu estudado o que estudei (e não foi assim tanto, diacho) e ainda hoje seria certamente um católico: pronto, já me desgraçaram a vida! O Hitler dizia que aos russos se deveria ensinar a contar até cem, mas não mais...

O que fazer, Jorge? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Não será importante neste Mundo acarinhar a coragem? E que é a coragem senão a capacidade para vencer o Medo e enfrentar os riscos? Pois seja, talvez haja risco no que digo. Mas valerá mais a ignorância?! Apelemos à coragem dos nossos semelhantes. Como disse Henrique V pela pena de Shakespeare (quem dera fossem Dom Sebastião e Camões, mas não há que ter inveja)... e quem o quiser ler todo não perderá com isso (http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/shakespeare_epoca2.htm)

"O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo a festa de São Crispim e Crispiano nunca chegará sem que venha associada a nossa recordação, à lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito da Inglaterra irão se considerar como malditos por não estarem aqui, e sentirão sua nobreza diminuída quando escutarem falar daqueles que combateram conosco no dia de São Crispim."

Coragem, amigos. Busquemos a Verdade e olhemo-la nos olhos.

16 maio, 2010 01:26  
Blogger Luis said...

Última palavra (minha!) sobre os anónimos: porque não arranjam uma conta no Google sob um pseudónimo qualquer? Assim podemos ter, não um Anónimo, mas muitos. E até perceber qual dos anónimos fala! Aí havia anonimato, mas sem confusão - o que, convenhamos, seria melhor. E eu já não me teria feito passar por anónimo e, na incompreensão que se seguiu, não teria regado o fogo com gasolina (a única coisa que verdadeiramente me arrependo de ter dito ou feito, aqui). Boa noite.

16 maio, 2010 01:30  
Anonymous Anónimo said...

Como anónimo, na derradeira presença neste blog dos aaacarmelitas, eu, que afinal sempre estive escondido atrás dos nomes que foi convencionado atribuir-me, à nascença, Mário e Neiva, para que não me perdesse no meio da multidão humana que povoa este lindo planeta azul, que também foi convencionado chamar-se Terra, aqui estou.
Isto das «convenções» é a palavra de toque na boca e no pensamento do meu amigo Luís, alma de budista confessada neste espaço, confissão aproveitada, grosseiramente, para fundamentalistas cristãos escarnecerem e insultarem quem pensa e sente de modo diferente. Senti os insultos como se a mim fossem dirigidos, ou mais ainda. De gente a quem fui ouvindo constantes protestos de «amor cristão» esperava uma palavra de reprovação sobre a intolerância. Nada! Não me espantou que o Jorge tenha feito o elogio da estupidez, mas do Miki, por aquilo que tem escrito, esperava ler uma palavra de repúdio. O que me leva a concluir que, de uma forma ou de outra, seguem no mesmo sentido. E por aí eu não vou
Ao anónimo que me chamou de «cão» queria perguntar se, além se saber ler e escrever, como se comprova com a sua entrada no blog, nunca ninguém lhe falou que as palavras têm muitos sentidos e nós todos somos dotados de inteligência para perceber quando elas são usadas para descrever factos ou apenas sentimentos, sonhos, fantasias, que os filósofos designam por «contrafactuais», linguagem em que as criança são «especialistas», como é manifesto nos seus famosos e encantadores jogos de faz-de-conta.
Pois eu disse, e o senhor não leu ou não quis ler ou fez-se de asno, que se o meu amigo Luís se imaginou a «dormir nu sob o céu estrelado» eu, poeticamente, disse-lhe que a minha fantasia era mesmo fazer «amor com o meu amor sob o sol do meio-dia, sobre lençóis de areia fina e ao som da música e do ritmo das ondas do mar de Portugal».
Pelos vistos, isto era demasiado para sua cabecinha de «empresário de sucesso», frustrado no seu sonho de ser frade carmelita.
O senhor anónimo foi elogiado profusamente pelo Jorge e dormiu descansadinho sob o silêncio cúmplice do Miki. Se ainda me restasse alguma pontinha de vontade em voltar a contribuir para a vida deste blog, a atitude desses dois colegas de quem eu esperava um pouco de lucidez face ao que se passava, tornou a minha decisão irreversível.

16 maio, 2010 09:06  
Anonymous Mário Neiva said...

Mesmo que o meu texto fosse passível de uma interpretação literal, onde acha, senhor anónimo, que a mãe Eva deu a provar o fruto proibido ao nosso pai Adão? Não sei se à luz das estrelas, da lua ou do sol, mas de certeza que foi a céu aberto, sob o qual se passeavam nus, como o Luís na sua fantasia e eu no meu sonho de praia com o meu amor.
É certo que as gralhas barulhentas e “cabaneiras” (como se diz aqui em Balugães) espalharam a notícia pelos quatro cantos do mundo. Não consta, porém, que as aves do paraíso se tenham escandalizado ou os cordeirinhos tenham perdido a sua inocência.
Já o senhor anónimo faz-nos pensar, pela sua estúpida reacção, que, para si, «fazer amor» é o mesmo que um homem-macho montar a sua fêmea, como um cachorro vadio monta uma cadela vagabunda com o cio.
Não me apetece ficar na vossa companhia.
Uma palavra para a Direcção do blog, que esteve correctíssima em permitir que o espaço continuasse a poder ser acedido por todos, sem distinção, prova de uma atitude amadurecida em práticas democráticas.
A democracia tem custos, mas vale a pena. E aqueles que têm fé num Deus Criador sabem que o primeiro “responsável” pela liberdade ou libertinagem dos homens é Ele. Mesmo assim, na «sua divina sabedoria», achou que valia a pena apostar em Adão e Eva.
«Está feito, está feito».

16 maio, 2010 09:07  
Anonymous Anónimo said...

Deixa-me ter oportunidade que vais ouvir das boas!Querias certamente que fosse só o Jorge ,Miki e os anónimos, os mártires desde Blog!
Não te esqueças de fazer queixinhas a mais ningém!Ok.
Oh pá, põe-te de pé e mostra agora que és inteligente superando as bicadas dos anónimos, como todos os outros souberam fazer.
Depois respondo à tua linguagem mais agressiva que afinal, passas de filósofo e teólogo, a coisa rasca, como os anónimos , no teu entender.

16 maio, 2010 10:29  
Anonymous Miki (1947) said...

Mário Neiva/Luís

I

É muito fácil criticar algo que outros fizeram...
O difícil é fazer melhor...
Alguém que inova, merece aplausos, e nunca críticas, pois pelo menos
teve personalidade para lançar algo novo.
Se alguém não gosta, muitos alguéns aplaudem...
Um abraço
Miki(1947)

COMO ACEITAR OU FAZER CRITICAS


Uma das coisas mais complicadas que existe é saber como fazer críticas, que nem sempre são bem aceites, e que nem sempre são adequadas ou bem feitas. Também é preciso as saber lêr. Não se pode acreditar em tudo aquilo que se lê. Uma crítica representa sempre uma opinião pessoal. Uma opinião, que poderá ser considerada válida ou não.
Há que se notar que o gosto é algo muito subjectivo, dependendo da maneira como se encara a vida. Assim, algo que alguém considera errado e desaprova, outro alguém poderá achar uma maravilha, razão pela qual toda e qualquer crítica deverá ser sujeita ao crivo pessoal de cada um, assim como quem lê deverá sempre procurar fazer uma média com o seu próprio julgamento, pois ninguém é dono absoluto da verdade.
Devemos tomar cuidado, seja para fazer, seja para receber, seja apenas para ler alguma crítica e sempre ter presente que existem diversos tipos de crítica.

CRITICAS CONSTRUTIVAS – São aquelas feitas com o sentido de apontar e corrigir alguns defeitos. Ao lermos ou examinarmos algum trabalho, e encontramos alguns erros, poderemos aponta-los ao autor, e com sua correcção, ele estará por cert a melhorar o seu trabalho. Para criticar construtivamente, é preciso ter algum tacto, saber apontar o erro, deixando claro que nosso objectivo é o de apenas corrigir a falha encontrada, sem entrar no espírito da questão. Estas criticas devem sempre ser feitas no sentido de ajudar, e não de destruir.

16 maio, 2010 15:47  
Anonymous Miki (1947) said...

Mário Neiva/Luís

II

CRITICAS DESTRUTIVAS – São aquelas que visam unicamente dizer que a pessoa não entende nada daquilo que está a fazer, que o seu trabalho é de péssima qualidade. Ora, isso representará sempre um julgamento pessoal, e jamais deverá ser feito em termos duros, como que a dizer “tu não sabes nada, estás a escrever” besteiras””, quando isso não é dito directamente. É preciso criticar esse tipo de crítica, pois muitas vezes alguém coloca os seus sonhos em algo que faz, e ao receber uma crítica muito incisiva pode destruir sonhos, fazendo com que muitos abortem carreiras possivelmente promissoras...
Quando recebermos alguma crítica do nosso trabalho, deveremos saber analisar a sua fonte, para fazer a nossa crítica pessoal ao que estamos a lêr e entender que sempre estará a ser reflectida uma opinião pessoal. Não deveremos nem nos embalar por palavras muito favoráveis, nem desistir, por palavras amargas. Será sempre interessante procurar fazer uma média, pesando essas opiniões com outras, para assim procurar chegar a um consenso. Nunca nos podemos esquecer de que o que é lindo para um marciano, não o será para um terráqueo. Sempre existirão opiniões diferentes sobre uma mesma coisa.
No caso específico de escritores, ou de artistas. A lidar no campo das artes, a diversidade de opiniões é algo impressionante. Há gosto para tudo. Quem poderá criticar quem? Não nos poderemos basear em opiniões individuais.
Apenas como ilustração, quero dizer que quando comecei a escrever, houve quem me aconselhasse a parar com tudo, pois faltava-me talento, como também houve quem me encorajasse a seguir, apontando-me este ou aquele defeito. Fiz a média com o meu julgamento pessoal e continuei. Hoje sei que ainda existirá quem não aprecie o que escrevo, bem como existem aqueles que me toleram. Apenas é preciso saber que a unanimidade não existe, e que sempre receberemos palavras azedas, como as que teremos doces.
Apenas é preciso saber fazer a média entre as opiniões favoráveis e as desfavoráveis, entre os aplausos e as vaias, sem nos deixarmos embalar apenas por quem nos aprecia, e nem desencorajar por opiniões contrárias. Saibamos aceitar ambas as críticas, e, cientes de que também nós não somos detentores da verdade absoluta, saber que os defeitos apontados, talvez os tenhamos mesmo, e assim poderemos corrigi-los, sempre a procurar melhorar.
Portanto, peço aos críticos de “plantão”, quando forem analisar um trabalho que os desagrade, apontar este facto como uma opinião pessoal e não procurar transferi-la para um consenso geral, lembrar sempre que existe gosto para tudo.
Algo com que certamente todos concordam, é referente ao prazer que nos propicia UM LINDO DIA, que poderá não ser lindo para todos...

Miki (1947)

16 maio, 2010 15:48  
Blogger Luis said...

Com uma crítica à crítica tão bem feita, vou agora eu criticar?! Apoiado.

Afinal, enquanto tirava dos bolsos a areia das últimas discussões, encontrei um brilhante... pode ser que também eu tenha ganho alguma coisa (se a conseguir pôr em prática).

"Com aqueles que são simpatizantes, discutamos sobre o Budismo. Quanto àqueles cujo ponto de vista difere do nosso, tratêmo-los polidamente e, assim, façamo-los felizes. (Mas) as disputas são estranhas à nossa Escola, pois são incompatíveis com a sua doutrina."
- Huineng (638-713) Sexto Patriarca do Budismo Zen

16 maio, 2010 18:51  
Anonymous Anónimo said...

Coitado! Este é dos tais que tem a mania que os chatos, comem alface!...

16 maio, 2010 21:08  
Anonymous Emídio Januário said...

Olá, Neiva.

Um abraço para ti, que sempre fizeste tudo para expôr a tua opinião, e não só expô-la,como compartilhá-la com os outros, sem com isso buscares glórias ou tentares salientar-te. Foste igual a ti próprio e a nós que contigo partilhámos tanta coisa, boa ou menos boa, no SMC/Falperra. O nosso grupo foi mangânimo, solidário, fraterno. Cada qual seguiu o seu destino, uns para aqui, outros para ali, mas a generosidade da nossa juventude e a semente que os progressistas (em relação aos então retrógrados diocesanos, etc.)holandeses lançaram na nossa mentalidade, deu frutos e vimos o mundo e a própria igreja com outro olhar mais avançado e humano, que acabou por culminar com a acção do Vaticano II .
Por isso, levanta a cara e não te deixes abater por quem, a meu ver injustamente e sem razão, te quer menosprezar.
Respeito os anónimos, mas nem lhes respondo. O Blog é dos antigos alunos e não dos antigos frades e padres carmelitas. Por isso não necessitamos de nos estarmos a encobrir pelo anonimato para atacar aquele frades ou padres que há 50 ou 40 anos, com a mentalidade que na altura existia, fizeram as injustiças que eles então achavam ser o correcto.
Por isso, temos de ver e julgar a história à luz da mentalidade da época, e não com a mentalidade dos nossos dias que, felizmente, já evoluíu muito e está muito mais humana.
Vamos pôr atrás das costas o que se passou e vamos construir um futuro de amizade, companheirismo e camaradagem, no tempo que ainda nos resta, que já não somos novos como quando estávamos na Falperra.
Jorge Dias, um abraço pela tua participação no Blog; Augusto Castro, um abraço pela condução da Associação, extensível aos demais membros da Direcção; Domingos Coelho, um abraço pela maneira como expões as tuas ideias.Ao Evaristo, que está a sair da casca, um abraço E a todos os restantes antigos alunos, sejam anónimos ou não, um grande abraço e faço um apelo a que compareçam no Sameiro no dia 3 de Julho.
No ano passado apareceu muita gente, mais nova que nós. Que não faltem este ano.
Nada há mais lindo que a alegria de nos revermos e partilharmos a nossa situação actual uns com os outros.
EJ

16 maio, 2010 21:48  
Anonymous domingos coelho said...

AMIGO Emídio Januário

Não te contaram o quanto sou feliz,
sobretudo, porque te encontro e te entendo.
Tenho-te guardado na chave da imaginação;
no bolso do casaco, junto dos meus pertences,
e para todo lado me acompanhas,
mesmo, não cogitando seguir-me.
É seguro que assim seja,
pois, o valor absoluto da bondade
está impresso no lado esquerdo do teu corpo,
onde estabeleces o conceito bem educado
do mundo que te envolve como um todo.
Não negas o que te perguntam sobre o que digo,
ainda, quando a distância é encurtada;
mas, sei que, a qualquer momento e hora
és sempre o mesmo e verdadeiro.
Tu, não consomes, o lado negativo da vida:
o desconforto dos rostos batidos em tropeços;
a maldade que o mundo carrega em desabono;
os pecados arrumados em fardos sobre os ombros;
a palmatória que te cai nas mãos como castigo;
mas, esbanjas gordo sorriso, magnitude,
ser gente, “líder permanente,”perfeito acolhedor,
desapego à matéria transparente,
apego aos valores sociais eternos,
amante incontido do bem-querer
que não se apalpa desapropriadamente.
Não és consumo, nem desejo de renúncia;
és o pudor da verdade consistente, apropriada,
margealizando o espaço maduro desentorpecido.
És a moral da nuance – rubor transbordante
de sensibilidades mútuas!
És o retrato de ti mesmo, e eu,
-SOU TEU AMIGO!..
D/C.

16 maio, 2010 22:22  
Blogger jorge dias said...

Meus caros, acabei de perder um comentário na louca velocidade da escrita. Talvez tenha sido bom! Saúdo a infinita generosidade integrante do Emídio! Uma delícia de pessoa este amigo! Como ainda me vou rir contigo!

Isto está uma loucura de festa entre nominados e inominados! Mas alguma vez me passou pela cabeça saber o nome de todas as flores do meu jardim? Deixem-se de fantasias inuteis! O que eu gostava era ver mais ideias em anónimos...

Questionar o seu direito ou sugestões de identificação, meus caros, sejamos adultos!

Que fazer quando se escreve? Ser plural e inventar razões de viver, caro Luis.

O que Jesus disse, no tocante às coisas essencias é de linear entendimento e não tem mistério nenhum: amai-vos uns aos outros como eu vos amei... o resto, se considerares e entenderes como quiseres, estamos conversados e entendidos e nem preciso saber o que pensas ou entendes para concordar contigo. Mas, atenção ao direito dos outros de ,em outras leituras, encontrarem razões de felicidade que temos em absoluto que respeitar.

Buscar a verdade já não chega. É forçoso que façamos o caminho da felicidade, ou, por outras palavras, o caminho da inteligência emocional (intuição) que nos ampara para a felicidade. É forçoso inventar razões de viver.


Caro Mário, canídeo? E depois? Qual o problema? Velho do Restelo ou sapateiro além da chinela faz tanta diferença assim?

Olha ele a pedir solidariedade! Mas então e a bufaria do metano, afinal, só tarde e a más horas te lembraste! Queres um guardanapo para o babado dos elogios! Isto é como a luta livre! Quem defendeu a civilidade fui eu e só... e perdi... mas cá estou e espero continuar nas razões de viver já que no empreendedorismo que dá emprego não me sinto confortável!

Fico com vergonha de nem me referir aos anónimos, ao Miki, ao DC... mas na festa, quando animada, como podemos falar com todos! Viva a festa e a festa dos anónimos. Vinde todos e gritai, dai-lhes forte e feio e sereis melhores.

16 maio, 2010 23:37  
Anonymous Anónimo said...

Oh Jorge, andas a precisar de uma atiçadela, para ver se baixas a bolinha!
Noto que andas feliz por ser o Mário Neiva a levar um fogacho.
Na verdade ele também merecia! Só tem graça quando toca a todos! Nunca pensei que ele fosses abaixo das canetas, depois de apanhar com o Sol do meio dia nas areias daquela praia.
Eu até posso ser um pedaço de asno, um analfabeto, etc. e tal, como fui apelidado, após expressar a minha ideia, sobre um acto pessoal,postada aqui que achei vulgar.Caramba não posso discordar? O exemplo do cão foi forte? Pior de fosse cavalo!...
Para que conste, nem sou o anónimo empresário, nem o frustrado que não chegou a ser frade, mas sou homem, isso garanto, nem preciso exibir-me.
Gosto de testar a capacidade dos altos intelectuais que com a sua subida inteligência e sensatez, como vêm, também vacilam. Tentam de seguida amesquinhar os anónimos, apelidanando-os de uns analfabrutos.
Desafio-te aqui e agora, se quizeres, evidentemente, continuar a criticar as pessoas católicas, de fé, crentes e até o nosso querido D. Vitalino.Sabemos ouvir e respeitar as tuas ideias, para que também respeites as dos outros, mesmo que sejam, uns asnos anónimos que tiveram apenas a escola da vida.
Parafraseando o que já se disse por aqui, levaste uma " bicada " e metes o rabo entre as pernas para fugires.
Nunca ouviste dizer que " só fazem falta os que cá estão "? Ou que " por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera ".
Não retiro nada do que disse, na sequência do teu comentário da praia. Nem vou valorizar os argumentos que foste rebuscar, para me agredires respondendo, como um menino birrento, por eu não louvar o teu comentário. Aliás nem o comentário era para ti, porque nunca fizeste nada na praia, foi para aquele idiota que fez o que fez e ninguém tem nada a ver com isso, só que não achei adequado este sítio, para essas considerações e decoros de amor.Estarei enganado, " mas o que está feito, está feito ".

17 maio, 2010 00:53  
Anonymous EL CANTANTE said...

Eh compadres, o que aqui vai de tanta animação. Não posso ausentar-me para o meu sabático que perco de imediato o fio à meada, nestas andanças do blog aaacarmelitas.

Quem és tu companheiro
Que malhas a torto e direito.
Agora neste parceiro
Que nos merece respeito.

Caro Neiva, sei que tens bagagem, inteclectual, moral e cívica, para fazer face a escornadela de um touro foragido que saltou a cerca, ou rebentou as cordas, para te atingir.

Eu cá, sou o EL CANTENTE, valente e destemido que agarro o touro pelos cornos, se os não tiver e só lhe deixo o foçinho, quando o vir talhado no meu prato, feito em bifes.
Mentira! Fugia que nem para trás olhava, apesar de dizerem que dos fracos, não rezar a história.

Se foste á guerra, sabes que quem lá vai , dá e leva:Sugiro-te que uses as mesmas armas que os demais e verás que o último a rir é quem ri melhor.

O baptismo dos ciganos é interessante, cito;
"Eu te baptizo neste ribeiro, para que tenhas olho fino e pé ligeiro". Ser inteligente (fino) é bom. Fugir, também pode ser, se não tivermos caparro, para aguentar mais umas lostras do inimigo.

Por isso, sou o ELCANTANTE
E vou sempre aguentar,
A bicada dilacerante
Que a mim vier parar.

Força companheiros, a ver se esta guerra fará esquecer a crise.
Quanto aos considerandos de cada um, só posso dizer que é bom, na praia, na água, no monte, no deserto. Sei lá... até os bichinhos gostam...

17 maio, 2010 10:43  
Anonymous Amaro Alves said...

Amigos.
Tenho acompanhado os vossos escritos, lendo claro, e vejo que as ideias que expressais, no meu entender - umas bem outras menos bem - enriquecem este espaço plural onde cabem todos. Tenho que me pronunciar que nunca gostei de manter contactos com pessoas que não se identificam, mas respeito-as desde que me respestem a mim.
Alguns termos utilizados ferem-me um bocado e acho que a agressividade não beneficia ninguém.
Posto isto, parafraseio Elmer G. Letterman, quando diz "Só existe uma coisa melhor do que fazer amigos: CONSERVAR OS VELHOS".
Que bom é quando nos juntamos (Fátima, Sameiro e outros locais). Esta vida é curta e façamos em cada momento o melhor que podermos para sermos felizes.A felicidade é composta de pequenos nadas.
Entendamos que o blog é todos. Aqui deixamos os nossos testemunhos que, de certeza enriquecem a todos. Deixemo-nos de intrigas e levantemos os olhos para as maravilhas que nos rodeiam.
Bem hajam

17 maio, 2010 15:29  
Blogger teresa silva said...

Caríssimos

Andei sumida durante uns dias deste espaço pois estive de férias e também resolvi tirar férias do blog.
Muito se tem discutido por estas bandas e para não fugir à regra voltamos à questão dos anónimos. Como já disse aí para trás são pessoas como as outras, tal como eu e como vocês. Se querem se identificar ou não é lá com eles, mas que não faltem ao respeito aqui dentro.
Esta é a base do compromisso aqui neste espaço.
Cada um traz a este espaço o que lhe vem à ideia e comenta conforme o que lê. Claro que vai haver opiniões favoráveis e desfavoráveis, conforme o que está escrito.
Concordo que os anónimos vêm trazer um pouco de adrenalina ao espaço. Mas por favor tenham respeito uns pelos outros. Assim mostra o espaço digno em que escrevemos todos.

17 maio, 2010 22:33  
Anonymous Miki (1947) said...

Caríssima TERESA

OMBRO AMIGO

Todos nós precisamos de um ombro amigo uma vez ou outra, mas a verdade é que, estamos a procurar por um, o tempo todo. Normalmente somos a dor, e o ombro, o remédio, somos saudade e o ombro o passado. Somos o castigo e o ombro a liberdade, somos presença e ele o futuro sonhado. Mas o ombro não é paradigma do bem por tempo inteiro, é também mensageiro de agonia, desespero, tristeza e choro. Não procuramos ser amigo do ombro amigo, nesse caso, primeiro o próprio umbigo. Não damos respostas ao ombro querido, perguntamos se há abrigo. O ombro que beija,
acredita que está sendo beijado, o ombro que ama, ser amado. O ombro é mensageiro das nossas ilusões, vista pela óptica da parceria, seus sonhos minha poesia. Somos ombros do mesmo corpo, cada qual do seu lado, mas com um mesmo coração. O ombro é caminho, é horizonte, quando da mesma fronte, ombro a ombro, vendo assim, somos iguais na comunhão.
Miki(1947)

17 maio, 2010 23:37  
Anonymous EL CANTANTE said...

Bom Dia Teresa
O El Cantante também já tinha notado a sua falta.
Acho que nem devia ausentar-se tanto tempo, uma vez que os nossos amigos e companheiros, descambaram por aqui à batatada uns aos outros, certamente por não lerem as suas palavras de amor e fraternidade.
Faz muita falta um toque femenino, neste blog, pena é que não apareçam mais, para meter estes desordeiros anónimos na ordem. Seus malandros!
Eles até podem ser bons rapazes, mas mandam aqui cada seticada que só visto, melhor dizendo, só lido!
O Mário já fugiu, segundo consta, mas também não era caso para tal, porque outros já foram aqui bem mais mordidos e aguentaram firmes, mudarram apenas de estratégia o que foi a melhor ideia.
Embora muitos pensem que os anónimos são um labaços, eu cá acho que é puro engano. Já pensei até que são bem letrados e descem a um patamar inferior, para darem umas caneladas, aqueles com quem não simpatizam.
Eu também não tenho nada contra os facistas, comunistas, democráticas, budistas, anónimos, etc., mas nunca pensei que aquilo que eu sou, é o melhor para o outro . Muito menos impingir aos outros aquilo que eu penso que é o melhor para todos. Cada um, ser normal, é provido de inteligência para saber aquilo que quer e deve fazer, se puder e tiver meios, evidentemente. Quando se deixam arrastar pelas ideias dos outros, já deixam de ter personalidade própria e seguem como carneiros atrás do rebanho.
Os homens de sucesso não são todos Drs, Engºs, Arquitºs, Padres, Bispos, Políticos,etc. Deus nos livre se não houvesse , lavradores , pedreiros, carpinteiros e todas as demais profissões que nos dão todos os bens essenciais.
Afinal, como já foi aqui dito, o grosso da coluna é tudo gente anónima, nem sei porque razão alguns têm um ódio mortal aos anónimos.
Façam como eu, danço e canto ao sabor da música, enquanto o pernil aguentar.
Continuação de Bom Dia para todos.

18 maio, 2010 10:56  
Blogger teresa silva said...

Caríssimos:

Pelo que pude ficar a conhecer o Mário desistiu do blog, foi?
Então Mário esta é para si: Desde que haja respeito uns pelos outros, há sempre espaço para todos aqui dentro.
Anónimos ou não as opiniões nunca agradaram a todos nem nunca vão agradar. Mas pelo menos vamos expondo o nosso ponto de vista, conforme a situação vivida ou experienciada ou mesmo um determinado assunto mais filosófico ou teológico conforme a situação pensada e tornada palavra ou texto.
Peço-lhe que reconsidere a sua decisão. Este espaço também ficará mais pobre sem a sua presença e reflexão.
Deixe o amor fluir através da palavra e venha participar connosco.O amor tudo desculpa.

18 maio, 2010 12:13  
Anonymous Miki (1947) said...

Hoje escrevo eu …



Caríssimo Mário Neiva




…….…permitirá respeitar o seu semelhante e ser respeitado.



Giordano Bruno - o pensador italiano que foi queimado vivo na Idade Média por ter defendido a ideia da infinitude do Universo e da sua transformação contínua - é um exemplo eloquente do obscurantismo e da intolerância daquela época quando todos deveriam prestar aceitação cega às “verdades” estabelecidas.

Algum tempo depois, Galileo Galilei (1564 - 1642) teve de abjurar para não ter o trágico fim do compatriota. Ele defendia a ideia, absurda para a época, de que a Terra não era o centro do Universo. Embora tendo escapado à morte, teve de conviver com uma prisão domiciliária até ao fim dos seus dias.

Spinoza, como Sócrates, foi condenado pelo poder político local por se opor às ideias dos dirigentes, por não cultuar as suas personalidades e nem as divindades do Estado, por afirmar que a verdadeira salvação consistiria no conhecimento que é oposto ao fenómeno e sobrenatural que forjam as bases do ateísmo. Para ele, não poderia haver um Deus ou um conhecimento propriedade de algum agrupamento porque Deus e o conhecimento não são contingentes e nem privilégio de ninguém, por serem imanentes.

Estas páginas trágicas da nossa história servem para uma reflexão sobre a intolerância humana e as suas consequências no nosso dia-a-dia, na nossa vida individual, pois ela continua tão presente como naqueles negros dias medievais.
Dentre os defeitos ou deficiências psicológicas do ser humano, a intolerância é a que mais dificulta a convivência. E esta dificuldade, a de conviver, é um grande obstáculo para a evolução humana que necessitará do concurso inestimável do seu semelhante na jornada de aperfeiçoamento que deverá empreender durante a sua vida; se não sabe conviver, terá a sua evolução limitada.
A intolerância implica falta de respeito às ideias alheias, inflexibilidade, dureza de juízo.

É difícil aceitar as ideias de outras pessoas quando não coincidem com as nossas; isto porque fomos educados nesta rigidez comportamental que nos impede compreender que podem existir ideias que difiram das nossas e os que as defendem não são, necessariamente, nossos inimigos.
A intolerância leva o ser humano a não admitir oposição. O intolerante vê no opositor um inimigo sem se aperceber que a oposição pode ser construtiva, pois faz-nos pensar, reflectir sobre os nossos pontos de vista e concluir, algumas vezes, que podemos estar errados. Os ditadores não admitem oposição. O opositor deve ser afastado, eliminado; só assim o ditador se sente confortável.

Os que impõem, os impostores, estão aí, como naqueles negros dias medievais; nos governos, nas empresas, nas instituições diversas, nas mentes dos seres humanos, pensamentos retrógrados que nos encarceram numa rigidez milenar e que têm afastado o ser humano de si mesmo e dos seus semelhantes. Surpreender esta realidade em si mesmo, na própria mente, e trabalhar para eliminar este tipo de pensamento é o único caminho capaz de nos livrar deste obscurantismo medieval.

Educar as crianças no sentido da flexibilidade psicológica, desde que as ideias antagónicas não firam os princípios básicos da harmónica convivência humana, significa incutir no educando a tolerância que lhe permitirá respeitar o seu semelhante e ser respeitado.

Miki (1947)

18 maio, 2010 16:48  
Blogger jorge dias said...

Meu caro Mário,

Contas em dia!

Em ambiente bem solarengo por aqui, nas horas "do" hoje, entro a cumprir algo que há muito decidira fazer na reposição de lógicas relacionais que, se pedidas aos outros, com a nossa vida e palavra temos que as exemplificar,quando toca a nós, meu caro Mário. Cito, para o desiderato que me proponho, palavras firmes e, julgo que precisas, de um anónimo que aplaudo, porque lendo-o me relembrei, que era chegada a hora de me manifestar e cumprir a promessa a mim próprio feita, face a propósitos de saída de virgens prostituidas, por violação.

Citação de anónimo:

"Desafio-te aqui e agora, se quizeres, evidentemente, continuar a criticar as pessoas católicas, de fé, crentes e até o nosso querido D. Vitalino.Sabemos ouvir e respeitar as tuas ideias, para que também respeites as dos outros",...

Na redondilha da estupidez e da bossalidade todos caímos algumas. Não é propriamente normal do humano, o erro da ofensa gratuita, mas enfim, o que não é mesmo normal é manter o erro....

Colocar o nosso muito querido amigo D. Vitalino, mui digno e esforçado Bispo da Igreja de Beja, e por ela da Igreja de Jesus Cristo, em que muitos de nós são parte inteira, de corpo e alma, ao nível de quejandos que botam faladura em cima de seu umbigo, foi, caro Mário, em comentário de tua autoria, aí mais para cima, e que terás que procurar, inqualificável. Mas jamais o esqueci. Todos os dias me tenho lembrado dele. Há coisas que nunca se dizem, nem do diabo...

Entraste neste espaço em um almoço muito especial ao som do mais puro vernáculo, que eu bem me lembro, qual leão de juba farta! Por aqui fizeste lindos comentários que agradeço, chamaste-me velho, que te devolvi em sapateiro atrevido e fechei contas!

Colocaste um bispo ao nível da ralé e vais-te embora porque te apelidaram de sendeiro?

Faz boa viagem, mas não te esqueças de cumprir o dever de desculpas públicas, aqui, neste espaço, porque foi aqui que nos ofendeste, ofendendo-o!

As razões porque ele ficou e lá está ao serviço dos outros, são dele... A fé ou não fé que ele tem ou não tem, só a ele diz respeito e aos que o seguem. Se achas que o mundo pode ser melhor a partir do que tu dizes, porque não pode ele pensar o mesmo? Mas mais, porque não pode ele seguir Jesus Cristo à sua maneira? Porque não pode ele manifestar uma mensagem teológica que interiorizou, estructurou e entende que serve a manifestação de Jesus Cristo? Tens direito a discordar, com certeza! Direito de ridículo para os outros é que não!

Vai, isto é, vem aqui, junto do teu irmão (o Bispo), diz a palavra certa e depois vai meditar, ler mais e volta porque aqui sempre terás lugar. E, afinal, até foste tratado bem melhor que o merecido...

18 maio, 2010 17:07  
Anonymous Anónimo said...

Meus caros, o homem já não está aqui para se denfender! Nem sabemos mesmo se ele lê os vossos escritos! Por isso, tenhamos a ombridade de ter isso em consideração.
Eu, desde o momento em que o homem se despediu, com aqueles enxovalhos próprios de um bom filósofo, ou teólogo, coloquei ponto final sobre um assunto que deu aso ao seu abandono. Anotei os agradecimentos a quase todos, menos o elevado azedume que deixou para com os anónimos.
A vida é isto!... Encontros e desencontros!...
Façam o favor de serem felizes, são lindas estas palavras do nosso saudoso Solnado.

18 maio, 2010 17:42  
Anonymous Anónimo said...

Ó Jorge. Levastes para o Ring , um ramo de ortigas. Estás farto de bater no Neiva. És mau, trazes Deus numa mão e a pistola na outra. Não sejas badalhoco. Tanto bater com a mão no peito. Tanta falsidade. Isto vai andando assim mas sem o Neiva não será a mesma coisa...

18 maio, 2010 21:53  
Anonymous Miki (1947) said...

Falemos de Paz - I

A paz «nunca será só fruto de funcionamentos estruturais ou mecanismos jurídicos e políticos»; necessita de homens «pacíficos e pacificadores», adverte o cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz”.
A distinção que traça entre «pacíficos, pacifistas, pacificadores» permite ao purpurado chegar à citada conclusão, segundo se desprende do capitulo final do livro que publicou sob o título «Paz e guerra» (Edizioni Cantagalli, Siena, 2005).

Pacífico
«A paz é património da pessoa, uma qualidade ética e espiritual sua», pelo que instituições ou tratados internacionais --por exemplo-- não são primariamente «pacíficas»: «pacífico é antes de tudo o homem, cada pessoa capaz, por dom de Deus e por virtude própria, de viver uma relação não conflitante consigo mesma e com os demais», explica o cardeal Martino.

Daí que a paz seja «a riqueza humana própria dos homens de paz, dos “pacíficos”», e que jamais possa haver estruturas de paz «sem homens de paz, pessoas pacíficas», acrescenta.

«Com muita frequência no passado --alerta-- existiu a ilusão de que mecanismos ou processos estruturais garantem um mundo de paz sem necessidade de homens pacíficos».

E ainda que acordos internacionais, organismos, etc., sejam importantes recursos para a paz, contudo «são secundários e indirectos», porque o «principal recurso são os homens de paz, os pacíficos», insiste.

É que «o homem de paz semeia a paz ao seu redor»; «é pacífico sempre e em toda ocasião da vida, porque a paz pertence ao seu ser», aponta.

Pacifismo; risco de trair o objectivo da paz

«Pacifista é, ao contrário, quem se mobiliza pela paz e faz dela um projecto social e político», distingue o cardeal Martino.

E ainda que «o pacifismo seja algo bom», «pode degenerar» --alerta--: «traz frutos positivos só se é levado adiante por homens de paz», de forma que «se pode dizer que o pacifismo depende do ser pacífico».

E mais: «pode-se dizer que o pacifismo, sem protagonistas pacíficos, corre o risco de trair o objectivo da paz. Pode-se transformar numa ideologia, maniqueísta nos seus juízos e até intolerante. Insensível à complexidade das situações (...)», afirma.

Segundo descreve o purpurado, «o pacifismo não se contenta com testemunhar, quer convencer, adquirir consenso, traduzir-se em proposta vencedora e, portanto, também de poder».

Daí que, ainda que «o pacifismo é útil porque difunde uma paixão pela paz», «necessita de ser continuamente emendado, reconduzido às suas razões mais profundas, ou seja, à paz que reside nos corações dos homens pacíficos», assinala.

Desde o ponto de vista histórico, o purpurado constacta que o pacifismo «teve tanto mais êxito quanto mais conseguiu encarnar-se em homens pacíficos»: «conseguiu mobilizar as consciências e obter também resultados políticos concretos precisamente porque os seus protagonistas souberam guiar o movimento pacifista mediante as suas qualidades de homens pacíficos».
...

18 maio, 2010 23:20  
Anonymous Miki (1947) said...

Falemos de PAZ - II

Pacificador

Com respeito ao facto de que no pacifismo militante exista «no fundo uma vontade de possuir a paz e de a impôr», o cardeal Martino aponta que «a sabedoria do realismo cristão conhece bem que a paz é um dom de Deus antes que uma conquista humana, sabe também que a paz plena não é algo deste mundo e, portanto, com paciência, busca ser conquistado pela paz, mais que conquistá-la».

«Neste sentido, não se passa a ser “operadores da paz” se não se é capaz de acolher a paz dentro de nós», reconhece.

«Eis aqui, então, o pacificador. Ele tira alimento do facto de ser um homem de paz para se vincular a outros homens de paz e, como tais, introduzir-se nas situações históricas de conflito para levar palavras, atitudes e soluções de paz», prossegue.

«Se o pacífico é um modo de ser e o pacifismo um processo», ser pacificador implica acção. E assim como «o pacifismo pode ser utópico e abstrato», «a acção pacificadora é concreta e realista»; se «o pacifismo simplifica, julga e às vezes condena», ao contrário, «a acção pacificadora quer entender a complexidade, ajudar a crescer, propôr soluções que melhorem, converter à paz convertendo-se a ela», diferença.

«Se o pacifismo é orientado frequentemente pela ideologia ou percorre um projecto político, o pacificador, ou “operador de paz”, está guiado antes de tudo pelo amor, porque, como escrevia Santo Agostinho, “ter a paz significa amar”», afirma o purpurado.

A paz, dom de Deus

Aponta desta forma que «a distinção entre as três expressões --pacífico, pacifista, pacificador-- nutre-se na primazia da paz dom de Deus com respeito à paz conquista do homem».

«Sem esta distinção de dois planos complementares não se entenderia por que é que os primeiros pacificadores são os homens de oração --admite--. Nem se compreenderiam as duas grandes iniciativas de oração propostas pelo Santo Padre e levadas a cabo em Assis em 1986 e em 24 de janeiro de 2002».

«A paz é antes de tudo de Deus --insiste o purpurado--: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vos dou como a dá o mundo” (João 14, 27). A consciência de que os homens por si só não sabem dá-la põe em crise o pacifismo ideológico e abre o espaço aos pacíficos e pacificadores».

Por isso, «há necessidade de homens pacíficos e pacificadores, porque a paz nunca será só fruto de funcionamentos estruturais ou de mecanismos jurídicos e políticos. Uma paz “impessoal”, fruto de lógicas independentes da pessoa, é uma contradição nos termos», conclui.

[o capítulo final do livro do Cardeal Martino]

Miki (1947)

18 maio, 2010 23:21  
Anonymous Anónimo said...

Também não é preciso vires armado em anónimo para insultares o Jorge. Está de caras que és tu. Ou achas que somos todos analfabetos de taberna? Modera a linguagem já que isto sem ti , não vai ser a mesma coisa que engraçado, esse teu comentário.

18 maio, 2010 23:59  
Anonymous Anónimo said...

Que ele é ele, 100% certo. Que tu és tu, não ponho em causa. Que eu sou eu, não há dúvida. Mas... quem é quem, isso é que vai ser tramado de descobrir.

19 maio, 2010 10:15  
Anonymous EL CANTANTE said...

Caro anónimo, " olha que não..., olha que não...", como dizia o velho Cunhal. Saiba V. Senhoria que solicitei os bons ofícios, dos detectives, Patilhas e Ventoinha e vamos de certeza dar uma arrumadela neste blog que desabrochou, ou descambou e de que maneira, nesta Primavera. Assim é que tem graça! Uns padres-nossos endiabrados, são precisos, sempre, subir essa adrenalina, dos incautos. Insultos não! Aquela do badalhoco ao Jorge, é forte , porque sempre ouvi falar que o homem é bem fresquinho e limpinho.A meu ver , essa foi quase do nível de comparação da do cão da praia. cada qual tem o seu ponto de vista.
Na minha opinão, o melhor mesmo, é a gente comer a fruta em casa, para não corrermos o risco de levarmos uma bicada no frasco, de alguma gaivota atrevida e passante, pelas areias da praia, à hora do meio dia.
Que raio de alarido isto deu!Só esta e a história da professora de Mirandela que diga-se de passagem, desculpem os Srs. frades, mas tem boa fruta lá pelas bandas do nosso caro Emídio.
Sejam Amigos e animem isto antes de chegarmos ao Sameiro, senão nem lá apareço.

19 maio, 2010 10:52  
Blogger jorge dias said...

Mas o anónimo faz-me bem em chamar-me badalhoco! A causa que me motivou foi boa! E depois esta palavra badalhoco tem uma conotação assim mais para o mental e não se trata de limpeza física! Mas agradeço o cuidado e as atenções. Mas isto lembra-me qualquer coisa da infância, quando já não havia mais argumentos declarava-se alterações das regras a meio do jogo ou, então, simplesmente, devolviamos a provocação à procedência com esta frase lapidar:"Quem diz é que é!" E esta hein...

Mas não pensem que eu disse tudo, porque no acerto de contas até fui comedido e, como normalmente, digo apenas o que quero e na forma que quero! O que ficou por dizer, ficou de propósito por dizer. Se oprotunidade houver será dito...

Não me parece que a imagem das urtigas seja infeliz! Acho-a até muito feliz. Pessoalmente discordo da imagem de Deus numa mão e a pistola noutra... porque hoje temos outra maneira de fazer estas abordagens das ideias e das relações inter-pessoais sem ser à maneira de comadres sem no entanto deixarmos de ser quem somos e de ter as ideias que temos e pelas quais somos o que somos.

Há muito deixei de me bater, de me auto-flagelar e, por isso, nunca o faço aos outros. Neste espaço sempre, sempre elogiei o Mário. Muitas vezes quase só...Mas esta convivência de alma aberta e disponível para a festa da vida e da palavra só pode ser vivida em liberdade total(fazer o que se deve, sempre), na lógica imperativa do nosso conhecimento, consciência.


"Ó Jorge. Levastes para o Ring , um ramo de ortigas. Estás farto de bater no Neiva. És mau, trazes Deus numa mão e a pistola na outra. Não sejas badalhoco. Tanto bater com a mão no peito. Tanta falsidade. Isto vai andando assim mas sem o Neiva não será a mesma coisa..."

Gosto deste elogio! O único pormenor que discordo mesmo é que há muito não bato mesmo com a mão no peito... o bater no peito é assim de mansinho e eu gosto de assumir as coisas com mais firmeza! Não vou muito com religiões de eu pecador me confesso! Vou mais com parcerias de quem é filho e irmão e está na vinha para o trabalho que for preciso. Gosto sempre é de no final provar o vinho que é o direito dos filhos e dos irmãos na vinha do pai...

Se sou mau por limpar o chão da vinha, bom, esse era o trabalho que me foi ditado pelas razões de viver que me acalentam os dias que vivo... lá terá que ser para haver vinho de qualidade, e até bagaço e aguardente, mesmo que, por um tempo, pareça o contrário.

19 maio, 2010 13:52  
Blogger jorge dias said...

Isto de anónimos vai bonito! Mas também vai bonito para os nominados! Há pouco, depois do comentário, fiquei a pensar que afinal eu estava na vinha a trabalhar com um certo indivíduo que, por acaso, se chamava D. Vitalino, quando um certo passante começou à pedrada aos trabalhadores nos quais me integrava! Como sempre, de peito feito, fui para o ring! Que linda esta imagem, porque foi para o ring das ideias! Mas também acho que quando não se aguenta um sendeiro a ladrar, porque esta é que foi a verdadeira razão, afinal que será que se aguenta!?
Venham todos os danados, nominados e inominados, mesmo que não sejam, que logo decidirei,caso a caso, o que fazer! Não me venham com essa das parturientes que, tendo adorado os orgasmos, na hora do parto querem desistir! Pois, pois... Aguenta aí companheiro, com estaleca, que a vida tem de tudo! Só querias o bem bom! O melhor bem bom é ter de tudo! É mesmo... Ah, ah, ah....

E essa de que ele não lê e já não anda por aí é conversa de treta! Anda por aí sim senhor e mais do que nunca porque blogs como este existem alguns nesta terra global, mas muito poucos e este é dos melhores!. E pessoa que se preze da palavra livre e pensamento de vanguarda sempre espreita!

19 maio, 2010 16:09  
Blogger Salvador Costa Santos said...

" Sendeiro a ladrar "
Ò seu pedaço de asno! Sua Cavalgadura, vai chamar sendeiro a quem te talhou, esse orelhame.
Deves pensar que os anónimos usam viseiras de burro como tu que só enchergas para a frente.
Encontraste-te na mó de cima e vens de imediato apelidar os anónimos de cães, quando te escuraste neles , para atacares o super Mário.
Levas esta trincadela, para não te armares aos Cucos da Primavera que procuram fazer o ninho no sítio das outras aves.
Começo a dar razão a quem te chamou badalhoco, porque na realidade és fraco, mesmo que peças a preciosa ajuda do nosso caro, D. Sr. Bispo, devias ter dito tudo isso enquanto o Neiva permaneceu no blog.
Pelos vistos acabaram-se os anónimos que diferença faz, para levares as chancadas que mereces!...Não achas?

19 maio, 2010 18:27  
Blogger teresa silva said...

Então caríssimos, voltamos ao palavreado menos correcto por estas bandas.
Mas vocês não têm mais nada que fazer se não andarem a espicaçarem-se uns aos outros. Olhem que isto não leva a lado nenhum.
E só vai gerar mais discórdia aqui dentro até chegar ao ponto de dizerem basta e desaparecerem todos daqui.

19 maio, 2010 18:37  
Blogger Salvador Costa Santos said...

Onde se lê enchergas, deve ler-se enxergas, no comentário de 19 Maio, 2010 18:27

19 maio, 2010 19:32  
Blogger jorge dias said...

Ó caríssimo Salvador Costa Santos, mas que grande arrotadela, mas por mim, pego o pedaço de asno que aqui e ali todos somos! A cavalgadura do Sancho há muito que já a tinha comigo bem como as orelhas (orelhame) que Deus me deu, aliás bem como as viseiras (vistas)...

Mas olha que enxergo alguma coisa para o lado, sobretudo quando tem beleza! Mas tens razão, vejo propositadamente mais para a frente, mas isso é defeito profissional de quem toda a vida teve que fazer prognóstico e inventar razões de viver!

Não apelidei ninguém nem de cão nem de sendeiro, limitei-me a justificar-me perante o desabafo do Mário de que quando lhe chamaram cão ninguém o defendeu...

Dá as trincadelas todas que te aprouver que quando me for possível serás o primeiro a ser saudado como irmão, se deixares...

Acho que não tenho comportamento de cuco, mas sei lá!

Nunca ataquei o Mário nem atacarei. Fui dos que mais o elogiaram e continuarei a fazer! Mas não elogio tudo, apenas o que entendo. Sou livre também de criticar porque tenho opinião.

As duas mós são necessárias para fazer farinha! Se estou em cima ou em baixo não sei porque procuro estar onde sou preciso... Um abraço e cito-te com prazer porque as arrotadelas sempre se dissipam com facilidade e é bom que se recorde o que eu sou, em teu entender.

Reafirmo um grande abraço...


"Sendeiro a ladrar "
Ò seu pedaço de asno! Sua Cavalgadura, vai chamar sendeiro a quem te talhou, esse orelhame.
Deves pensar que os anónimos usam viseiras de burro como tu que só enchergas para a frente.
Encontraste-te na mó de cima e vens de imediato apelidar os anónimos de cães, quando te escuraste neles , para atacares o super Mário.
Levas esta trincadela, para não te armares aos Cucos da Primavera que procuram fazer o ninho no sítio das outras aves".

Parti do princípio que te referias a mim, se me engano a todos peço desculpa.

19 maio, 2010 21:26  
Blogger Evaristo Domingues said...

A festa continua. Despertou-me curiosidade o lamento do Salvador Costa Santos que acabaram os anónimos, oxalá o administrador do blogue tenha arrumado a casa, se for verdade dou como útil a minha posição contestatária, mas eu durante a vida já lidei muito com ratos, quantas vezes lhe tapava um buraco e eles abriam outro, vamos desinfectar o espaço e saborear o entretanto pondo uma pedra no passado, porque o segredo da saúde mental e corporal está em não nos preocuparmos com o futuro, mas sim viver sabia e seriamente o presente. É sintomático que os timoneiros do blogue têm as suas claques. Também é verdade que a candura do Emídio com a sua agua benta ...aspergida com um ramo de oliveira não resultou. Mas que aroma.!!! o desta água benta. Não te esqueças de levares para o Sameiro a mais velhinha que está no casco de carvalho. Benvinda a intervenção amistosa do Amaro onde nos convida à serenidade, para atingir a felicidade. Cito frase do Amaro. Esta vida é curta e façamos em cada momento o melhor que podermos para sermos felizes. Também recebemos uma genuína lufada de ar fresco da Teresa Silva regressada de férias. Cito: Este espaço também ficará mais pobre, sem a sua presença e reflexão. (entenda-se refere-se ao Neiva) Deixe o amor fluir através da palavra e venha participar connosco. O Amor desculpa tudo. Conheço pessoalmente de um passado recente as duas personagens em questão. O Jorge e o Neiva, que para mim e muitos de nós são duas pessoas cultas e encantadoras, enaltecendo todo este tempo que nos brindaram com os seus escritos neste espaço. Por isso só me resta fazer um apelo e perguntar? O que podemos fazer para restabelecer uma sã convivência. Estou disponível para colaborar. Não se esqueçam que o tempo passa rápido, todos estamos de visita neste lugar. Só estamos de passagem, viemos observar, aprender, crescer e amar e voltar para casa. Até sempre abraços. Evaristo

19 maio, 2010 23:14  
Blogger Salvador Costa Santos said...

Caro Evaristo, nada tenho contra os anónimos, mas fica sabendo que só uma sensura radical porá termo, a quem quer atingir o parceiro, quando este não quer ser cavalheiro.
Como aqui ninguém quer dar o braço a torcer, salvo raras excepções,podemos observar ultimamente que se um bloquista, diz mata, outro diz esfola. Até tu, tinhas que dar uma graçinha, acerca do meu comentário.
São essas tripas à moda do Porto que te fazem aziumar o bucho, ou queres mesmo tapar o buraco á entrada de qualquer rato, ou gato bravo aqui no blog, dos aaacarmelitas?

20 maio, 2010 00:01  
Blogger Salvador Costa Santos said...

bloguista, quis dizer.

20 maio, 2010 00:03  
Blogger jorge dias said...

Ó meu caro Evaristo e caríssimo Emídio, por ti citado bem como a autoridade do Blog e toda esta maravilhosa plateia de aas.

Desculpar? Diria mais, muito mais! Eu não tenho nada a desculpar a ninguém porque ninguém me ofendeu. A partir de certa altura, o ponto crítico da incivilidade, permitida pela administração do blog, e facto para o qual alertei, eu aceitei o jogo e tenho-o jogado nessa lógica. Nada de ofensas, absolutamente mesmo nada, mas, ensina-me a vida a não me esquecer de nada. Por vingança? Tenho mais em que pensar! Então porquê? Para a pedagogia da palavra e para me ensinar a mim próprio. Rigorosamente, para a pedagogia da palavra e para me ensinar a mim próprio.

O amor desculpa tudo? É verdade! Até a ofensa gratuita! É verdade,mas a ofensa gratuita quando deixada passar em claro dá origem a toda a espécie de tiranias. É forçoso impedí-la...e lembrá-la mesmo quando o autor aparentemente não está presente, porque se estivesse lho diria na mesma. Não é a ausência que evita que se comente o que está escrito. O que não se deve comentar é o que não está escrito. Quem escreve e publica só pode e deve assumir. Nada tem a ver com perdão amor ou ausência porque a palavra ali está para quem se interessar por a ler.

Sem civilidade começa a haver ofensa gratuita. Alertei e fiquei só, mas não viro a cara. Aqui estou e não irei propriamente por aí! A vida ensinou-me que a incivilidade de um ou outro é, quase sempre, incapacidade de outra palavra ou capacidadade da palavra possível ou simplesmente de outro tipo de argumentos.

Não aplaudo, neste momento, o desafio da direcção!

A convivência sadia está aí nas tuas palavras, está no desafio da direcção, está nos anónimos e em todos os nominados e até no meu amigo Salvador Costa Santos!

Há uma coisa que todos temos que perceber de raiz! Então o Salvador não tem o direito de se sentir ofendido com o que eu digo! E porque não?
Julgo que podia dizer as coisas de outra maneira, mas isso ele é que decide!

Calminha e deixem as gentes falar! Agora que o homem se identificou já o quererm calar? Não, não e não... eu não estou ofendido e, o diabo que o diga, eu até posso ter sido o ofensor!

Salvador, Emídio, Evaristo,Mário, Luis, El Cantante, Amaro,Teresa, Miki, Dc, todos os anónimos, e todos os leitores, quem quer que seja, porque calar-nos quando nos apetece gritar! Porque calar-nos se o coração explode? Porque calar-nos se o espírito inspira?

O vernáculo quando permitido uma vez só pode ser permido sempre. Contra mim falo, até me parece que vão aparecer mais ideias.Claro que o desafio fica bem à direcção...

20 maio, 2010 00:29  
Blogger jorge dias said...

Meus caros, por mim, gostava de ver este espaço chegar aos duzentos... claro que se todos se mudarem, mudo-me também.

Há aqui um problema de linguagem, mas nestas coisa é que nos revelamos esteios da sociedade e forças liderantes, aguentando e continuando a ser o que somos por convicção, valores condutores e vidas que marcam o rumo a seguir, sempre fazendo caminho e um presente melhor.

Vale a pena insistir, vale a pena tentar, vale a pena sermos uma diferença mínima que seja para melhor e felicidade de mais alguns, embora desejando sempre a de todos... vale a pena...

Entrem e continuemos aqui uma reflexão que, na lógica de tantas lógicas de tantos comentaristas, só pode ser de sucesso e de palavra linda e de vida.

21 maio, 2010 00:48  
Blogger Unknown said...

Eia, Salvador Costa Santos?! Ei, até parece o Neymar, o novo Robinho, que agora rola no Costa Santos....É só conferir no youtube......

21 maio, 2010 09:27  
Blogger teresa silva said...

Cada um escreve da forma como sabe, como mais lhe convém, adaptada à opinião em questão, respondendo a um desafio, emitindo opiniões aos comentários.
Se por vezes há ofensas? Claro que sim, mas os comentários servem para isso mesmo, clarificar ideias, responder aquilo que pode ser considerado ofensa por quem lê, ou se toca à pessoa em causa deverá na certa responder. Mas tomem atenção à linguagem utilizada.
Não é com agressividade que se resolvem os conflitos, mas sim esclarecendo os pontos de vista.

21 maio, 2010 20:16  
Blogger jorge dias said...

Hoje já estou um pouco no meu limite, mas vou andar por aqui. Então agora que tudo rejubila e canta e é explosivo á nossa volta em frutos e novidades da terra, a natureza em novidades se multiplica, as almas celebram o Espirito Santo, o foguetório anda no ar, as pensões do Espirito Santo ao som das folias e cantares de improviso entram pelas portas dentro, ficamos sem saber que mistério é este deste país em crise, que a religião eleva sua gentes para níveis de afectos simplesmente incompatíveis em relação xde causa e efeito! Voltarei até aos duzentos como os Judeus a Jerusalém e os Mussulmanos a Meca...

22 maio, 2010 01:37  
Blogger teresa silva said...

Olá a todos.

Como ainda não desisti de andar por cá, hoje apetece-me falar do feito conseguido pelo treinador José Mourinho.
Em Milão no Inter sua actual equipa, conquistou esta época o campeonato, a taça de Itália e hoje a Liga dos Campeões. Feito maravilhosos que não está ao alcance de todos. Por isso ele é o Special One.
Aqui ficam os meus parabéns ao José Mourinho. E de salientar que o seu feito é memorável, agrade ele a gregos ou a troianos é português e sinto-me orgulhosa dele.

23 maio, 2010 00:19  
Blogger Amaro Alves said...

Parece que a tempestade está a passar. Estou a sentir que toda a gente está fazer um exame de consciência(sem carga religiosa)e a aperceber-se que a amizade quando estruturada é um bem.
Tantas vezes dizemos "tenho um amigo" como se o amigo fosse minha posse. Assim não é (nenhuma novidade).
Volto à AMIZADE como o conceito que melhor deve amarrar uns aos outros. Intrinsecamente o ser humano precisa de se relacionar. Não foi posto nste mundo para viver sozinho.
Se nesta interrealação conseguirmos relacionamentos mais empáticos, tenho a certeza qe conseguiremos AMIGOS.
Claro que amizade e respeito estão intimamente ligados.
É apelando a esta amizade que lanço mais uma vez o repto de se respeitarem neste espaço e que sejam amigos.
Repito a frase do meu anterior comentário "só existe uma coisa melhor do que fazer amigos: CONSERVAR OS VELHOS".
Estou neste momento com dificuldade de garantir a minha presença no Sameiro. Fui operardo neste fim de semana ao tendão de Aquiles e, como sabeis, a recuperação é demorada.
Ainda temos algum tempo. Se estiver bom, aparecerei para apertar os ossos a quem aparecer.

26 maio, 2010 12:49  
Blogger jorge dias said...

Então, andaste a correr! Pois já que somos dos velhos, dos amigos ficamos! Estamos condenados a viver com os outros! A questão é que podemos viver com os outros sem ser amigos, o que dá uma carga enorme de trabalhos. Podemos economizar a energia da inimizade sendo amigos e aplicá-la em coisa úteis. A amizade dá mais saúde, mais alegria, mais festa e economiza energia! Como a natureza é sábia!

Aqui, o mar andou picadito! Mas só quem nunca naufragou é que pode pensar que o mar este tempestuoso! Apenas teste.

26 maio, 2010 19:00  
Blogger Anonimus said...

Combate Cotidiano I


A rotina por vezes ilude-nos, dando-nos a falsa idéia de que a nossa vida é um repetir constante de dia após dia, sem que nada de novo aconteça. Isso provoca, com maior ou menor frequência, um sentimento vago de desagrado ou abatimento, que leva ao desejo de se livrar dele. E esta sensação não é prerrogativa de algum povo, raça, ou de grupos religiosos e seitas, na verdade é um traço universal, que provavelmente faça parte do modelo original da humanidade.
O que o ser humano procura, muitas vezes sem o saber, é o equilíbrio, a harmonia, um movimento que lhe propicie o estado de felicidade, que embora não represente a ausência de conflitos ou desafios, oportunize a relação com estes elementos de maneira proactiva e saudável.
Por não compreender bem o processo a que se submete, tende a acreditar que a novidade por si só lhe garante êxito e lhe provoca bem estar. Desse modo, passa a associar o bem estar ao gosto pela mudança constante. Uma mudança que está mais relacionada com a quantidade do que propriamente com a qualidade.
Agindo assim, torna-se uma vez por outra, inconstante ou compulsivo no seu comportamento, sem perceber o seu equívoco, que o leva cada vez mais para a sensação inicial de insatisfação, e até angústia, com que iniciou o processo.
Esta atitude é mais comum do que se possa imaginar, e é fruto, em grande parte, da modernidade, que invadiu o espaço do homem de maneira tão vertiginosa que um razoável número de pessoas não teve tempo ou condições de se adaptar a ela. A efemeridade que a caracteriza instiga, aos mais imprudentes, uma dose adicional de insegurança, o que colabora para o desenvolvimento da violência, como forma de se proteger.
Na decorrência disso, hoje temos um contingente considerável de pessoas a sofrer de depressão, ou dependentes de drogas, e aqui estamos a considerar desde o tabaco até aos remédios que se tornam necessários para a sobrevivência, além dos produtos químicos que acarretam alterações na consciência e atitude do usuário. Não se pode também registar que há outras formas de fuga, que induz nos que delas se valem a excessos em qualquer tipo de actividade ou interesse.
Esse comportamento tem sido observado em todas as faixas de idade, o que nos coloca em estado de alerta, se desejamos interferir na qualidade de vida do ser humano.
Deve haver um modo melhor e mais acertado de se caminhar pelo cotidiano, de tal sorte que possamos usufruir o que de bom a vida nos oferece e saboreá-la na sua vertente mais profunda e verdadeira.
Parece que tudo se fundamenta na maneira como encaramos o nosso dia a dia. É certo que lidamos com situações que se encontram fora de nosso controle e que nem sempre se desenrolam conforme os nossos desejos; a diversidade, multiplicidade de solicitações e compromissos; a necessidade de nos relacionar com pessoas, algumas que não são exactamente como apreciamos, que possuem desejos diferentes e metas contrárias às nossas, tudo isso exige respostas, que nem sempre são adequadas produzindo resultados conflituosos, o que tudo somado nos dá a impressão que um círculo se fecha à nosso volta.

02 junho, 2010 19:38  
Blogger Anonimus said...

Combate Cotidiano II


Se não nos colocarmos de maneira apropriada no meio desta ambiguidade que compõe o nosso dia a dia, podemos cair na apatia, deixando que se cristalizem idéias, conceitos e abrindo mão de sonhos e potenciais que possuímos, ou até sucumbir ao tédio que uma rotina, no seu sentido mais perverso, pode provocar.
Viver é pois, a arte de descobrir. Conservar dentro de nosso coração o pulsar do entusiasmo, é permitir que os desafios se tornem motivação, que as dificuldades sejam impulsos que despertam a vontade de vencer, que a adversidade atice a nossa curiosidade, e a frustração seja um convite ao repensar.
Para isso não há que permitir o desânimo. E é imperioso que tenhamos alguma noção da evolução da humanidade, do sentido mais subjectivo da vida. Não podemos perambular pelos nossos dias como se não tivéssemos compromisso algum com este planeta e estivéssemos nele de passeio.
A alegria é um elemento fantástico que deveria ser utilizado sem parcimónia por todas as pessoas. E, que não se caia no erro de pensar: uns nascem bem humorados e outros não. Isso é “burrice”. O ser humano abriga dentro de si uma substancia única, divina eu diria, que é a centelha da vida, a energia vital que tudo subjuga. Mas como todo o potencial se não for trabalhado, não se desenvolve e nenhum beneficio produz.
Assim é a alegria, um expediente decisivo na nossa vida diária. O que se chama luta, na verdade é o bom combate do cotidiano de todos nós, onde acontece a nossa lida; onde aprendemos, crescemos e evoluímos como seres humanos.
O prosseguir é o rumo da evolução, o desapego desta dimensão que nos permite transitar noutras esferas e assim expandir a nossa consciência
O bom combate do cotidiano é pois, o caminhar sempre, exercendo com consciência a nossa liberdade de pensar, agir e sentir. E a sensibilidade é o que nos dá o sentido da vida, matiz que tinge a nossa jornada enquanto a percorremos, e que interfere de modo determinante nas nossas escolhas.
Acreditar em nós mesmos é o que nos permite um bom combate diariamente, e o que favorece o formato do nosso destino.
A vida é uma aventura que nos convida a combater dificuldades com as armas que encontramos no arsenal do nosso coração.


Nota: hoje 02/06/2010, aqui no Gerês, vai a enterrar uma Mãe de filhos que pôs termo à vida com 44 anos de idade.
D/C

02 junho, 2010 19:38  
Blogger jorge dias said...

Esta referência a uma mãe que face aos seus filhos se anula em sua presença cotidiana é um drama para todos nós que, dedilhando as letras, as palavras, as fazemos navegar ao sabor do nosso pensamento!
Quando a questão é esta, de desistência por decisão pessoal (terá sido ?), sempre entendo que devia saber mais para entender! Só pelo que dizes, não entendo! Não dizes nada! Mas anoto que, sendo assim, não devias ter dito!
Pelo que dizes, ela emerge como uma derrotada! Mas quem te diz que não é uma heroina!? Li hoje numa revista da nossa praça dizeres de gente que desapareceram, de jovens que fugiram de suas famílias porque eram violadas pelo macho seu pai! E quando as mães foram confrontadas ficaram zangadas com as filhas! Vá lá perceber-se o que é o inferno!

Frente ao frigorífico onde jazia congelada sua esposa de 58 anos, meu sogro, desabafava: que desperdício este corpo de mulher para alimento da terra! Uma beleza de mulher que um tumor cerebral ceifara!

Frente à prostituta, candidata a delapidação, o nosso Jesus, finório, então quem não andou com ela ou com outra, que avance!

Esta mãe merece um panegírico de mãe, merece um panegírico de mulher, de irmã, de humanidade geradora, de heroina e tem memória sagrada digna de mérito, como tu, como eu, como todos e esse panegírico, agora, só pode ser feito!

Como gostaria de saber porque morreu! Como vivia! Quantos filhos tinha! Se alguma vez foi objecto de maus tratos! Se era nossa irmã na fé de Jesus Cristo! Se morreu de cancer ou de suicídio ou de qualquer outra doença ou decisão de outrém homicidante!

Mexer nos outros, não sendo, pode ser uma confusão!

03 junho, 2010 23:45  
Blogger Amaro Alves said...

Amigo Coelho, tenho muito respeito pelas pessoas que voluntariamente põem termo à vida. É sempre um grande drama. Quantas vezes um acumular de situações negativas, situações não compreendidas, ambientes familiares traumatizantes, etc.A mim parece-me que essas pessoas se isolam, sofrem sozinhas e não se abrem para receber ajuda. Os tempos que vivemos são difíceis e os valores humanos ético/morais em crise. Paz a sua alma.
Sobre o isolamento, em que tantas e tantas pessoas vivem, apetece-me partilhar convosco duas
ou três ideias.
- Pelo que analiso, a vivência humana é cada vez mais solitária. As pessoas passam o seu dia a dia sem falar com ninguem, utilizam os transporte abarrotados de gente anónima, no trabalho restringem-se a falar apenas de serviço, em casa é a televisão e computador que tomam conta do tempo. Etc,etc..
- Li a algum tempo o livro de Paulo Coelho SER COMO O RIO QUE FLUI e entre muitos pequenos textos (que constitui o livro) ficou-me gravado um intitulado "a brasa solitária".Vem muito a propósito da mensagem que pretendo transmitir.
Pois, o pequeno texto diz.
Um crente frequentava todos os serviços domingos da sua congregação. Aborreceu-se dos encontros serem sempre iguais e monótonos. Deixou de frequentar a igreja. Um dia o pastor, dando pela falta, foi visita-lo. Sentaram-se os dois à lareira, sem nada dizerem. A dada altura o pastor separou uma brasa. Alguns minutos depois, o dono da casa arrastou a brasa para junto das outras, pois se estava a apagar. Sem dizer nada o pastor foi-se embora."Boa noite e muito obrigado -respondeu Juan (nome do crente) - a brasa longe do fogo, por mais brilhante que seja, acabará por se extinguir rapidamente".
O autor termina o pequeno artigo assim: "O HOMEM LONGE DOS SEUS SEMELHANTES, POR MAIS INTELIGENTE QUE SEJA, NÃO CONSEGUIRÁ CONSERVAR O SEU CALOR E A SUA CHAMA". Eis a resolução do crente: "VOLTAREI À IGREJA NO PRÓXIMO DOMINGO".
Ora, isto vem a propósito e a pensar no próximo encontro no Sameiro.
Vamos levar a nossa BRASA e juntemo-la às outras.
Assim nos aquecemos e cimemtamos a amizade -tema tão caro para mim.

07 junho, 2010 13:16  
Blogger ACOSTA said...

Olá amigos:estou de volta! Ando Há alguns anos a esta parte para vos comentar precisamente este tema aqui abordado pelos nossos aaas D/Coelho e Amaro, porque num determinado funeral cá na terra o Reverendo cá do sítio, depois de ter feito " o levantamento do corpo " de uma senhora na capela mortuária, virou-se para os acompanhantes "irmãos" da Confraria e fez a seguinte pergunta: "Qual a razão deste desenlace?" Eu e alguns acompanhantes ficámos calados, porque, primeiro não era ali o local de qualquer comentário, depois porque o momento era de respeito e de silêncio, e terceiro o mau exemplo não era repetível(em relação à família), porque se fosse eu que estivesse ali como familiar directo, teria imediatamente expulsado o Padre do funeral.

O momento quando muito seria de refelexão, porque, tal como referiste atrás, terá sido um sem número de acumular de situações que terão dado origem àquele desfecho final. Infelizmente, naquele caso, até os amigos fugiram(eu não chamo a esses, amigos, mas sim conhecidos que se encontram de vez em quando para conversar de assuntos sem interesse).

Nós, como aaas, podemos dizer que fizemos todos uma escola de amizade, senão,após estes 10,20,30,40,50 ou mais anos que mais teria resistido ao tempo? Por isso vamos celebrar essa amizade no Sameiro, e , claro está, com umas sardinhas bem assadas pelo cozinheiro-mor Coelho, e saborear a pinga (verde ou madura).Um abraço.
A.Costa

10 junho, 2010 16:23  
Blogger Anonimus said...

Como sempre O Meu amigo Mário Neiva,escreve no
"Blog - Lage Negra" , Um belíssimo artigo com o Título " ENFRENTAR A FATALIDADE" (9/6/2010)

Para mim a EVOLUÇÂO,UMA FATALIDADE

Ao recordar a história da lagarta, um ser rastejante e sem beleza, que se encerra durante um período de tempo num casulo para sair de lá em forma de delicada e bela borboleta, observamos a natureza a ensinar, por metáfora, sobre a fatalidade que é o evoluir, o crescer, o transformar-se.
Ninguém sabe o comprimento da escada, onde começa ou termina, mas a noção de eternidade de alguma forma é pressentida pelo homem mais simples e uma investigação ao passado, uma contemplação mesmo que ligeira sobre os nossos ancestrais, revela que não estamos certamente nos primeiros degraus. Olhar as nossas misérias interiores e exteriores - sejamos honestos - dá-nos essa noção de que também não estamos muito próximos do topo.
Se tivermos um olhar micro ou macro da natureza, incluindo a nossa própria estrutura física e psicológica, vamos deparar com uma complexidade tão extraordinária e tão perfeita que nos renderemos à ideia - ou pelo menos à noção, porque é grande demais para dizer que já compreendemos - o processo evolutivo que impulsiona tudo o que existe.
O Criador, um dia a sonhar, criou um princípio rudimentar perfeito na sua essência, mas a necessitar de um longo burilamento para poder manifestar a sua perfeição. Então levou o princípio, ainda adormecido, a habitar entre os minerais e experimentar, no choque das reações químicas, as sensações. Levou-o depois ao reino dos vegetais para ali sonhar com a sensibilidade. Ali ele teve a ânsia de acordar, então o Criador passeou com ele no reino dos animais onde o instinto e a inteligência rudimentar lhe encaminhariam gradativamente ao despertar no reino humano, onde conheceria os sentimentos e a consciência de si mesmo. Mas ainda não era o fim. Embora percebesse que a criatura começava a tomar a “forma” do seu Criador, sabia que era preciso agora deixá-lo durante uns tempos ao sabor das suas próprias escolhas, do seu livre-arbítrio.
Eis então o homem a experimentar toda a forma de emoção, de busca e de autoconhecimento. É o momento aparentemente mais lento do processo evolutivo, mas é a partir daí, desse período em que o ser se sente meio deus, que decide o seu destino e interfere até no equilíbrio planetário, faz as suas escolhas e experimenta o resultado das suas próprias decisões, que ele vai dar um salto definitivo para fora do casulo e voar belo e delicadamente iluminado.
Esse é o destino de todos. Por causa dessa relativa liberdade que o Criador nos oferece e com que nos observa nesse período em que estamos – parece que Ele quer que percebamos o nosso próprio valor - uns buscarão chegar mais rápido, outros demorarão mais, presos à ilusão de se sentirem omnipotentes como o próprio Criador. Mas, diante da fatalidade que é o evoluir, cabe outra metáfora para nos posicionar diante da primeira: o barqueiro desata os nós e levanta a âncora porque sabe que pode confiar no vento que impulsionará o seu barco ao destino.

15-A-1960

13 junho, 2010 23:29  
Blogger teresa silva said...

Não considero a evolução como uma fatalidade, mas como forma de encarar a vida. A humanidade foi evoluindo, nós vamos evoluindo ao longo da nossa vida.
Este texto faz-me pensar naquilo que somos, nas etapas que percorremos, nas fases/desafios que enfrentamos. Cada um é como é, tendo por amigo e companheiro de viagem o Pai, onde podmos e devemos buscar inspiração. Se fomos feitos à sua imagem e semelhança, o processo evolutivo vai-nos indicar o caminho para sermos, tendo em conta sempre as nossas limitações, os nossos defeitos.
Vejo a evolução sim, mas como um desafio e não como uma fatalidade. Fatalidade implica algo trágico, se essa tragédia inclui os nossos erros e as nossas limitações, há uma forma de resolver isto, pedindo perdão, aceitando, e recomeçar de novo. É assim.
Deixemo-nos incendiar pelo amor e compaixão e que estes dois sentimentos transpareçam na nossa forma de ser. Aí sim será o pleno da evolução, e não será mais vista como uma fatalidade.

14 junho, 2010 23:52  
Blogger Emídio Januário said...

Teste de abertura de conta para o blog

20 junho, 2010 13:22  
Blogger ACOSTA said...

No dia dez de Junho passado, houve um concerto de Acolhimento à Comunidade Missionária das Trabalhadoras da Imaculada (Terceiras Carmelitas-não sei se calçadas ou descalças) onde estiveram a Orquestra Sinfónica de Esposende,o Grupo Coral de Viatodos e os Pequenos Cantores de Santa Maria que executaram obras de Mozart, Beethoven,Verdi,Handel, Cesar Frank entre outros.As Irmãs receberam os convidados no Restaurante LÉau Vive Tibães e na sua hospedaria.Recordo que a Ministra da Cultura assistiu à inauguração do Restaurante acima citado no dia 20 de Maio passado.Acho que um dia teremos que ir provar os cozinhados das Freirinhas.

20 junho, 2010 23:44  
Blogger jorge dias said...

Não cheguei a perceber se este texto comentário originário da lage negra tem alguma coisa a ver com o Sameiro ou com o suicídio da senhora do Gerês ou se por interposta pessoa teremos de novo o Mário entre nós a comentar-nos interpostamente e "a latere". E esta hein!? Talvez literatura da nova vaga em tímido disfarce? Sei lá! É raro entre nós, mas temos um autor alfa-numérico com darwinismo assumido ou envergonhado? Temos um Deus mecânico (Teismo, à maneira grega) anterior a Copérnico ou um Deus (Deismo) mais à maneira romana e posterior a Galileu Galilei e que entregou as responsabilidades mecânicas aos humanos?

Seja como for as lages negras sempre são basalticas... leite derramado do coração do vulcão.


Ilhas de Bruma

Letra de Manuel Medeiros Ferreira

"Ainda sinto os pés no terreiro
Que os meus avós bailavam o pézinho
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
-
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
-
Se no falar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
E no coração a ardência das caldeiras
-
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
-
Trago o roxo a saudade esta amargura
E só o vento me ecoa na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito
E tanto verde a indicar- me a esperança
-
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
-
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança
-
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra".

Ficheiro,abrir, copiar, colar e ouvirão cantado:
www.youtube.com/watch?v=OaM5y_sSmVo

21 junho, 2010 00:24  
Blogger Mario Neiva said...

Não sabia que os comentários se tinham estendido por este lado. E hoje dei conta de que, afinal, muito se tem escrito por aqui.
Com frontalidade assumo o que sou e o que escrevo. Pelos vistos, o Jorge Dias usa outros métodos e os atribui a mim.
O colega aa que referiu o artigo que deixei no meu blog deve estar a fazer uma bela ideia acerca do caracter de quem tão levianamente acusa outros de se esconderem por detrás de pseudonimos para se exibirem. Francamente! A linguagem um tanto desbragada, aí mais acima, de alguns anónimos é mil vezes preferivel à baixeza das suspeições caluniosas como as que o Jorge acaba de fazer.
Vai-te confessar, "homem de deus"!

24 junho, 2010 15:04  
Blogger jorge dias said...

Meu caro Mário, confesso-me continuadamente a todos aqueles com que me relaciono... a todos e a ti também me confessarei se perceber em que te ofendi! Mas para isso terás que ser gente verbalizante do meu pecado. Baixeza das suspeições caluniosas como as que eu acabo de fazer? Avança, diz quais, porque, caso contrário, devo concluir que andas a ler sem ler... olha que isso é que é mesmo uma baixeza! É preciso lata e latosa para ver no comentário acima qualquer tipo de "baixeza das suspeições". De qualquer outro eu passava à frente. De ti, com a cultura que tu tens? Nunca esqueças que foste longe de mais nas suspeições que agora apenas sugeres... e por aqui fico para não ser eu a desandar! Podes crer que estou sempre confessado e a todo o momento me confesso, mas preciso de ter noção do mal feito... Amen

24 junho, 2010 23:25  
Blogger Mario Neiva said...

«... ou se por interposta pessoa teremos de novo o Mário entre nós a comentar-nos interpostamente»

É preciso mais?

24 junho, 2010 23:52  
Blogger Mario Neiva said...

Reconsidero: a frase pode significar que alguém escreve o meu pensamento e não que eu me tenha disfarçado em 15-A-1960.
Se é assim, apresento as minhas sinceras desculpas.

25 junho, 2010 00:03  
Blogger jorge dias said...

A quente enviei o comentário anterior, mais a frio mando este não menos quente:

Caro Mário, eu sei que estou bem senil... é verdade! Mas esforço-me por me cuidar e dedico-me ao trabalho mental para a minha senilidade chegar lenta! Também sei que não estou só... mas o mal dos outros não diminui o meu! Um teu amigo de nome Luis desafiou-nos para o Budismo, tu me desafiaste para Paulo e Sagan... Como devia, eu fiquei "melhor" no que era...optimizando-me em artes de vida que já tinha. Vocês, porém, debandaram! Agora,a propósito desta tua provocação, deselegante, desafiantemente confessional (de confissão), bates e foges, sem nada evidenciar e provar, bem à maneira conventual do nosso tempo, onde as provas eram só e sempre suspeitas, as palavras de Fernando Pessoa, muito embora outras me apetecesse expressar, são salutar resposta para a tua e minha espiritualidade, bem como salutar comedimento, em espaço de blog que só guerrilhas estriónicas alimentam:

"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
aquilo que nem eu sei!"


E por aqui me fico porque de incêndios está o mundo cheio e até este blog! E cada vez mais este mundo é dos obreiros da paz, dos que têm paciência infinita para a vida e fazem diligências sem fim para crescimento das organizações sociais, mesmo depois... É tempo dos que nunca viram costas e de tudo lançam mãos, mesmo que vazias, para que todos sejamos
na messe infinita do ser, na certeza que só importa mesmo que sejamos e nunca o que somos.
Volta a ler e ouve as Ilhas de Bruma no you tube. De ti só espero que sejas homem de uma certa cultura! De alguns outros espero as culturas todas.

25 junho, 2010 00:16  
Blogger jorge dias said...

As desculpas são sempre um sinal de grandeza, são assim como um desafio: façamos uns jogos que envolvam todo o Olimpo, lugar dos deuses… ali não hão guerras, há deuses. Na Grécia, Olympia, a cidade dos jogos dos homens que pararam a guerra para brincarem à paz. Obrigado Mário, a paz é sempre melhor. Aceites…

25 junho, 2010 15:57  
Blogger Mario Neiva said...

Obrigado eu, por teres aceitado as desculpas porque de facto eu precipitei-me.

25 junho, 2010 17:39  
Blogger jorge dias said...

Meus caros,
Já várias vezes me eaconteceu de entar no blog, ler tudo de fio a pavio, tirar notas, editar um comentário e publicá-lo e quando tento reler o blog aparece-me um comentário que entretanto foi publicado e que me passara ao lado.
Está nesta circunstância um comentário de ACosta e nem podia acreditar no que lia.
Fala-nos de Tibães e das nossas manas carmelitas que por lá andam! Aceito o repto, e logo que por essas bandas me caminhe aluns desafiarei...Tibães deve ser inscrito no nosso roteiro.
Desculpai, mas transcrevo:
"No dia dez de Junho passado, houve um concerto de Acolhimento à Comunidade Missionária das Trabalhadoras da Imaculada (Terceiras Carmelitas-não sei se calçadas ou descalças) onde estiveram a Orquestra Sinfónica de Esposende,o Grupo Coral de Viatodos e os Pequenos Cantores de Santa Maria que executaram obras de Mozart, Beethoven,Verdi,Handel, Cesar Frank entre outros.As Irmãs receberam os convidados no Restaurante LÉau Vive Tibães e na sua hospedaria.Recordo que a Ministra da Cultura assistiu à inauguração do Restaurante acima citado no dia 20 de Maio passado.Acho que um dia teremos que ir provar os cozinhados das Freirinhas.

20 Junho, 2010 23:44

Obrigado ACosta

29 junho, 2010 23:32  
Blogger Amaro Alves said...

Olá AA,s.
Vejo que o blog começa a ter mais alguma vida. A tempestade parece ter passado e vejo com satisfação o regresso do Mário. Aparece...
Todos somos poucos e o contributo das ideias de cada um ficamos todos mais ricos.
Aqueles que vão estar presentes no Sameiro (não estarei presente por motivos de saúde)desejo um dia bem passado, com alegria e diversão.
Vou partilhar convosco um poema, que é um hino à mulher, que li e gostei.

Ser mulher...
É viver mil vezes em apenas uma vida.
É lutar por causas perdidas e
sempre sair vencedora.
É estar antes do ontem e depois do amanhã.
É desconhecer a palavra recompensa
apesar dos seus actos.

Ser mulher...
É chorar de alegria e muitas vezes
sorrir de tristeza.
É acreditar quando ninguém mais acredita.
É cancelar sonhos em prol de terceiros.
É esperar quando ninguém mais espera.

Ser mulher...
É saber dar o perdão...
É tentar recuperar o irrecuperável.
É entender o que ninguém mais conseguiu desvendar

Ser mulher...
É estender a mão a quem ainda não pediu.
É doar o que ainda não foi solicitado.

Ser mulher...
É ser mãe dos seus filhos...
Dos filhos de outros.
É amá-los igualmente.

Ser mulher...
É ter confiança no amanhã e
aceitação pelo ontem.
É desbravar caminhos dificeis
em instantes inoportunos.
E fincar a bandeira da conquista.


Não conheço o autor

01 julho, 2010 18:27  
Blogger jorge dias said...

Olá Amaro, e do homem, que dirias?
Gosto de te ler e sentir proactivo, mas "mutatis mutandis" até me revejo... e que não reveja...

06 julho, 2010 00:55  
Blogger Amaro Alves said...

Vi as fotografias do encontro do Sameiro. Não estive presente, por razões que explique., Mas pelo aspecto divertido e até bonacheirão pareceu-me que foi um bom dia passado no convívio mariano.
As tripas do Evaristo não faltaram e os petiscos do Coelho foi um um vez se te avio.
Oh, Jorge. Sobre o homem...lembro-te que fomos nós que demos a costela (assim diz o Génesis)

10 julho, 2010 18:30  
Blogger jorge dias said...

Boa resposta.

16 julho, 2010 23:42  
Blogger João Batista Marques said...

Amigo Amaro muito obrigado pelo poema dedicado à mulher, mãe e esposa! como todos sabemos como isso tudo é verdadeiro! mas devemos render essas homenagens apenas a essas, porque como sabemos, e agora muito mais pelos órgãos de comunicação,muitas dessas não são dignas desse grande nome ....obrigado mesmo!

28 agosto, 2010 15:42  

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